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Gasometria Arterial e Distúrbios Ácidos-Básicos Introdução • A gasometria arterial é feita com a coleta do sangue, permitindo avaliar a quantidade de eletrólitos até parâmetros para avaliar se o paciente está em acidose ou alcalose; • pH: deve estar entre 7,35 a 7,45; - Acidemia: pH < 7,35; - Alcalemia: pH > 7,45 • Os principais sintomas de alcalose ou aci- dose são relacionados ao sistema nervoso, que pode se apresentar muito excitado ou pouco excitado: - Acidose: o pH muito baixo altera estru- tura de proteínas e afeta SNC, deixando os neurônios menos excitáveis; - Alcalose: o pH mais elevado deixa os neurônios muito excitáveis, resultando numa tetania e paralisia dos músculos respi- ratórios; • As duas causas de acidose ou alcalose es- tão relacionadas à distúrbios metabólicos ou distúrbios respiratórios; • Na acidose respiratória, tem-se um au- mento na concentração de ácido carbônico, causando aumento do pH. O ácido carbô- nico é formado da reação entre CO2 e H2O, sendo capaz de dissociar imediatamente em solução aquosa, liberando H+ e HCO3 -; • Ou seja, os ácidos no sangue não podem ser diretamente mensurados por estarem dissociados. A medida indireta de ácidos, como de ácido carbônico, pode ser feita pelo cálculo da concentração de CO2; • Parâmetros normais: - pH = 7,35 a 7,45; - PCO2 = 35 a 45 mmHg; - HCO3- = 22 a 26 mEq/L; - BE/BD = -2 a +2 mEq/L; • A pCO2 varia entre 35-45mmHg. Nos ca- sos de distúrbios respiratórios: Acidose Alcalose Respiratório (pCO2) Elevado Baixo Metabólico (HCO3-) Baixo Elevado - Acidose respiratória: é avaliada pela PCO2, causada com valores de CO2 elevados, resultando num pH baixo; Ex: obstruções respiratórias impedindo a saída de CO2, alterações neurológicas depressoras (comprimindo bulbo e causando hipoventilação) - Alcalose respiratória: o pH é baixo por ter poucas quantidades de CO2 e, consequentemente, de H2CO2; Ex: hiperventilação por ataques de pânico - Acidose metabólica: pode estar sendoc ausada por corpos cetônicos, alterações renais com perda de bicarbonato, ácido lático, intoxicação por ingestão de ácidos, presença de etilenoglicol (ao ser metabolizado gera ácido). Ou seja, pode ser causada por ácidos produzidos ou ácidos ingeridos, sendo identificados pela análise indireta, visto que, todos os ácidos liberam H+ e seus complementos, de forma que, o H+ liberado acaba reagindo com o bicarbonato, que diminui nessas situações, assim, deve ter uma análise da quantidade de HCO3 -; - Alcalose metabólica: avalia a quantidade de de HCO3 -, que se encontra elevado; • Nos casos em que o pH está baixo e o CO2 também, não se tem uma acidose respiratória. O CO2 baixo indica pouco ácido, assim, não causaria pH baixo, podendo ser um mecanismo compensatório do organismo; • O mesmo pode ocorrer com o HCO3 -, que pode estar elevado nos casos de pH ácido, atuando como mecanismo compensatório. Marianne Barone (15A) Morfofisiologia Aplicada II – Prof. Allysson C. Sampaio → • Toda vez que o distúrbio primário for me- tabólico, a alteração do pH estimulará o centro respiratório no sistema nervoso, o qual controla os movimentos respiratórios (aumentando-os ou diminuindo-os) para tentar compensar o distúrbio; • Não confundir uma hipo/hiperventilação compensatória com uma hipo/hiperventila- ção patológica; • O organismo detecta a acidose por meio dos quimiorreceptores localizados na pa- rede da aorta e no corpo carotídeo, moni- torando a composição química que, se esti- ver alterada, tem uma sinalização aferente para o bulbo que devolve uma resposta eferente para os músculos respiratórios, aumentando a ventilação; Ex: o paciente diabético descontrolado e sem medicação tem o aumento dos ácidos cetônicos, apresentando-se ofegante (hiper- vetilando) • A hiperventilação busca expulsar CO2, di- minuindo, consequentemente, a quantidade de ácido carbônico; • Toda vez que o distúrbio primário for respiratório, os rins tentarão compensar o distúrbio aumentando ou diminuindo a taxa de reabsorção de bicarbonato (com- pensação metabólica); • Sempre que o distúrbio for metabólico, o organismo irá tentar compensar via respiratória. Distúrbios metabólicos → • pH <7,35, bicarbonato <22 mmol/L e/ou BE = negativo; • Ocorre devido a um déficit patológico primário em [HCO3-] e pode resultar de: - Doença renal crônica; - Diabetes (cetoacidose diabética); - Infarto agudo do miocárdio (acidose lác- tica); - Mutações em transportadores ácido- base renais (acidose tubular renal): o rim recupera o bicarbonato ao secretar H+, ou seja, qualquer mecanismo que prejudicar essa secreção acaba por causar a perda do bicarbonato, visto que, a membrana é im- permeável à ele; - Intoxicação com compostos (por exem- plo, aspirina); - Diarreia (perda de secreções ricas em HCO3-): perda de conteúdo do intestino, que possui grandes quantidades de bicarbo- nato para manter o pH alcalino, permitindo a ação das enzimas pancreáticas e biliares. O pH enviado para o intestino é retirado do sangue pelo fígado e pâncreas, que enviam esse bicarbonato para manter ação de suas enzimas; • O corpo pode contrariar as mudanças de ácido no pH plasmático a curto prazo, au- mentando o impulso respiratório para redu- zir o CO2 e, a longo prazo, aumentando a excreção renal de H+/geração de HCO3 -; • No entanto, se esses sistemas compensató- rios estiverem defeituosos ou sobrecarrega- dos, a acidose metabólica ocorrerá; • Ganho de ácidos ou perda de bases pode ocorrer por: - Metabolismo anaeróbio: acidose láctica; - Cetoacidose: quebra excessiva de gor- dura e de certos aminoácidos; - Qualquer ácido ingerido ou produzido, aumentando as concentrações de H+. Causas: • Presença de algum ácido em excesso que está consumindo o bicarbonato: liberam grande quantidade de H+ que vai consumir o HCO3 - - Intoxicação com: aspirina AAS, meta- nol, etilenoglicol; - PCR, IAM: diminuem o O2, resultando num metabolismo anaeróbico que gera ácido lático; • Perda de bicarbonato do sangue: - Mutações em transportadores ácido- base renais: acidose tubular renal; - Diarreia: perda de secreções ricas em HCO3 -; Ex: bile e suco pancreático são secre- ções ricas em bicarbonato que são “empres- tadas” do sangue e reabsorvidas posterior- mente. Na diarreia há perda desse bicarbo- nato. Gamblegrama: • A avaliação da acidose metabólica não é possível sem revisar os principais eletrólitos no plasma; • pH <7,35, bicarbonato <22 mmol/L e/ou BE = negativo • 1936: Gamble afirmou que os eletrólitos deveriam ser equilibrados em todos os fluidos corporais. A neutralidade elétrica em solução exige que a soma dos cátions seja igual à soma dos ânions, que pode ser representado em um gamblegrama; • Gamblegrama: é uma importante defini- ção clínica que auxilia a identificar e dife- renciar entre os tipos de acidose metabólica • O principal cátion do sangue é o sódio, além de potássio, cálcio, magnésio, que es- tão numa concentração tão pequena que são “ignorados”. Da mesma forma, referente aos ânions, os principais são cloreto, bicar- bonato e, por ter carga negativa, a albumina, ignorando-se os ácidos orgânicos, fosfatos e sulfatos. Hiato aniônico (ou ânion gap [AG]): • É uma importante definição clínica que auxilia a identificar e diferenciar entre os tipos de acidose metabólica; • É calculado mediante comparação das concentrações totais de cátions e ânions do soro, as quais, conforme o princípio da eletroneutralidade em massa, devem sem- pre ser iguais; • O ânion gap está normalmente em uma faixa de 8 a 12 mmol/L; • Hiato aniônico normal = [Na+] – ([Cl-] + [HCO3-]) = 8 a12 mmol/L; • As concentrações totais de ânions e cá- tions (medidas em unidades de mEq/L) devem ser iguais. Se apenas [Na+], [Cl-] e [HCO3 −] forem considerados, normalmente existe um hiato aniônico (AG); • O AG sérico é afetado pelas concentrações de todos os ânions e cátions que não estão incluídos em seus cálculos, incluindo albu- mina, globulina, potássio, cálcio, magnésio e ácidos orgânicos e inorgânicos; • Caso tenha algum ácido causando a aci- dose, ao mesmo tempo reduz bicarbonato pelo consumo pelo H+, tem o ganho de ânion, aumentando o ânion gap = se o ânion gap estiver aumentado indica que a aci- dose é causada por ácidos (lático, corpos cetônicos etc.), mantendo os valores de cloro, chamada de normoclorêmica; • A acidose por perda de bicarbonato deixa o meio mais ácido, sem que tenha a pre- sença de um ácido. A perda de ânion preju- dica o princípio da eletroneutralidade, por este motivo, o corpo retém ânions que, no caso, será o cloreto, mantendo o ânion gap com aumento de Cl-; • Devido à concentração extracelular es- treita, a maioria dos íons são omitidos do cálculo por razões práticas. No entanto, deve-se corrigir o AG para hipoalbumine- mia; • O fator de correção para albumina é 0,23– 0,25x [albumina, em g/L] (ou 2,3–2,5 x [al- bumina, em g / dL]). Portanto, cada g/L de albumina diminuirá o AG em cerca de 0,25 mmol/L; • Os livros didáticos geralmente usam a fór- mula [Na+]-[Cl-]-[HCO3-], enquanto a fór- mula AG deveria ser: • Serve para orientar a etiologia da acidose metabólica e como controle de tratamento em algumas acidoses metabólicas; • As acidoses metabólicas são classifica- das em: - Acidoses com AG elevado (normoclo- rêmicas): o AG aumenta quando o [HCO3 -] diminui em relação a [Na+] e [Cl-]; - Acidoses com AG normal (hiperclorê- micas): quando a perda de [HCO3 -] corres- ponde a um aumento em [Cl-] para reter a eletroneutralidade. Acidose metabólica de AG elevada (normoclorêmico): • Reduz a [HCO3-] sem alterar a [Cl−] e, assim, aumenta o [AG] de forma recí- proca; • O AG aumenta quando o [HCO3-] dimi- nui em relação a [Na+] e [Cl-] devido à su- perprodução de ácido ou exposição a fon- tes de ácido exógeno (cetoacidose, acidose láctica, intoxicações), subexcreção de ácido (insuficiência renal avançada), lise celular (rabdomiólise maciça) e outras cir- cunstâncias, incluindo o uso de antibióticos derivados da penicilina; • É o que acontece toda vez que há o acú- mulo de um ácido no organismo. Nesse caso, o ácido se dissocia no plasma em H+ e um ânion; • No final das contas, qualquer um desses ânions que surjam no plasma fará parte dos ânions que normalmente não são me- didos (ânion-gap). Assim, nessa situação dizemos que se trata de acidoses com AG aumentado (> 12 mEq/L); • Causas: mneumonico clitoris; - C: cetoacidose diabetica, cetoacidose al- coolica; - L: láctic acidosis; ▷ Tipo A: hipoxia/hipoperfusão (cho- que/isquemia mesentérica); ▷ Tipo B: mitocondriopatias (erro inato do metabolismo) ou drogas (metformina); - I: IRA /DRC (SDM UREMICA); - T (tóxica): etanol/etinilenoglicol/meta- nol; - O (oxoprolina): ácido piroglutamico – paracetamol (tylenol), com aumento do ânion-gap; - R (right lactato [d-lactato]): alça cega no intestino (Y de roux), produzido por bac- térias; - I (injúria celular): rabdomiólise, por trauma/cocaína, ou hemólise - S: salicilatos (aspirina). AG normal ou acidose hiperclorêmica: • Reduz a [HCO3-] e aumenta a [Cl-] de forma recíproca; • Quando a perda de [HCO3 -] corresponde a um aumento em [Cl-] para reter a eletro- neutralidade; • Ocorre por perda gastrointestinal de bi- carbonato (diarreia, desvio ureteral), perda renal de bicarbonato com acidifi- cação urinária defeituosa pelos túbulos renais (acidose tubular renal, RTA) ou na insuficiência renal precoce quando a ex- creção de ácido está prejudicada; • Todas as acidoses metabólicas hiperclo- rêmicas possuem o ânion-gap normal; • É o que acontece quando há perda externa de HCO3 - (gastrointestinal ou renal) ou pela retenção direta de H+; • Como não há acúmulo de nenhum ânion novo, só há uma maneira de compensar a queda do HCO3-: retendo cloro, e assim mantendo intacto o equilíbrio eletroquímico do plasma; • A acidose metabólica hiperclorêmica é um estado patológico que resulta da perda de bi- carbonato, e não da produção ou retenção de ácido; • Causas gastrointestinais: a perda gastroi- ntestinal de bicarbonato ocorre por meio de diarreia grave, fístula pancreática, aspiração do tubo nasojejunal do duodeno e uso crô- nico de laxante; • Causas renais: a acidose tubular renal distal (tipo 1), acidose tubular renal proxi- mal (tipo 2), inibidores da anidrase carbô- nica, como a acetazolamida (ACZ); • Causas exógenas: quando substâncias como o cloreto de amônio e o ácido clorí- drico são adicionadas ao corpo, elas reagem com o bicarbonato na tentativa de tamponar o pH; • O íon amônia (NH4 +) é o principal cátion excretado na urina (20-40 mEq/L/dia). A medição da concentração de NH4 + na urina ajudará a diferenciar entre as causas renais e extra-renais da acidose; • Na acidose metabólica a excreção de NH4 + aumenta drasticamente, resultando em ne- gativação do AG urinário (-20 a -50 mEq/L); • Entretanto, se existe algum defeito na aci- dificação renal (eg. acidose tubular renal), a excreção de NH4 + é diminuída, resultando em ânion gap urinário positivo; • Assim esse cálculo é útil no diagnóstico de acidoses metabólicas não ânion gap. A fór- mula para seu cálculo é enunciada a seguir: Ânion gap urinário=Na++ K+ - Cl- = (- 20 a 0 mEq/L) • Para determinar a etiologia exata de um hi- ato aniônico normal, a acidose hiperclorê- mica requer outro teste, o hiato aniônico da urina; Hiato aniônica urinária = (Na + K) – Cl - Onde Na+ é o sódio da urina, K+ é o po- tássio da urina e Cl- é o cloreto da urina; - O ânion gap urinário fornece uma estima- tiva da excreção urinária de amônio (NH4 +). • A resposta renal normal à acidose metabó- lica é aumentar a excreção de NH4 + ácido por via renal; • Portanto, um ânion gap urinário positivo entre 20 e 90 mEq/L é indicativo de excre- ção baixa ou normal de NH4 +, observada em causas renais, como acidose tubular renal distal; • A acidose tubular renal gera a perda de bicarbonato. O bicarbonato é recuperado apenas quando ligado ao H+, ou seja, deve haver uma secreção para o lúmen de H+, pela NHE (na parte mais proximal, trocando o sódio por N+) ou pelas bombas de H+ (nas porções mais distais), dependendo direta- mente desse íon, com isso, caso ocorra al- guma mutação nos transportadores, não tem a secreção luminal e, portanto, o bicarbonato é eliminado na urina, dimi- nuindo sua concentração no sangue e, com isso, tem uma acidose metabólica por perda renal; • Um hiato aniônico urinário negativo entre -20 e -50 mEq/L é indicativo de aumento da excreção de NH4 +, que ocorre em pacientes com acidose metabólica gerada por causas extra-renais, como diarreia aquosa abun- dante; • Um ânion gap urinário próximo a 0 é in- determinado. Compensação: • O organismo tenta compensar: - Alterando a [CO2] pela ventilação pul- monar; - Diminuindo a PCO2 do sangue, pela hi- perventilação; • Fórmula de Winter: avaliação meca- nismo compensatório pulmonar, que deve ser aplicada diante de uma acidose metabó- lica, sempre calcular pCO2 esperada; pCO2 esperado = BIC X 1,5 + 8 ± 2 • Tem o objetivo de avaliar resposta com- pensatória ventilatória, buscando saber se o pulmão está trabalhando adequadamente (ec.:compensando ou hipercompensando); • Se PCO2 esperado > PCO2 paciente (se o dosado no paciente estiver menor): eli- mina-se mais que o necessário = taquipneia. Ocorre lavagem de CO2(tentativa compen- sação respiratória), apresentando alcalose respiratória e acidose metabólica; • Se PCO2 esperado = PCO2 paciente: aci- dose metabólica pura; • Se PCO2 paciente > PCO2 esperado (se o dosado no paciente estiver maior): re- tém CO2, apresentando acidose respiratória. pode ter distúrbio misto (acidose metabó- lica + acidose respiratória). Diarreia: • A diarreia é perda de líquidos de secreções ricas em bicarbonato, sendo as principais secreção pancreática e secreção hepática e biliar; • Bile e suco pancreático são secreções ricas em bicarbonato que são “emprestadas” do sangue e reabsorvidas posteriormente, para alcalinizar o bolo alimentar; • Diarreia há perda desse bicarbonato, ge- rando uma acidose metabólica. Terapêutica: • Nos casos em que a acidose metabólica é secundária a outro distúrbio, como diabetes ou diarreia, o objetivo final é o tratamento do distúrbio subjacente; • Para remediação de curto prazo da AcM, ou para situações em que o defeito primário é com mecanismos homeostáticos ácido- base, o curso de ação típico é "terapia alca- lina" para tratar, normalizando o pH do plasma, que pode ser alcançado de duas ma- neiras: - Aumento da carga de base; - Reduzindo a carga de ácido; • Aumento da carga de base: mais simples é a administração de sais de HCO3 -; - Aumento direto no plasma: por via in- travenosa ou por diálise peritoneal; - Aumento indireto no [HCO3-] plasmá- tico: pode ser alcançado por dosagem oral. Como as células parietais do estômago substituem o ácido estomacal neutralizado, elas também geram novo HCO3 -, que é ab- sorvido pela circulação; • Reduzindo a carga de ácido: - A carga de ácido na dieta está associada a um baixo teor de HCO3 - sérico e, portanto, há espaço para correção dietética de acidose metabólica pela adesão a uma dieta com baixo teor em proteínas ou outra dieta “al- calina” (vegetariana), por exemplo; - O desequilíbrio do pH na acidose meta- bólica também pode ser corrigida aumen- tando a excreção de H+; - O diurético tiazídico hidroclorotiazida aumenta a secreção de H+ pelo ducto coletor e tem sido usado como terapia adjuvante com NaHCO3 para acidose metabólica. Seu papel como diurético também deve auxiliar na excreção da carga de Na+ associada ao tratamento com NaHCO3; • Advertências associadas à administra- ção de HCO3-: - Contra-ânion (geralmente Na+ ou K+) pode contribuir para a retenção de fluidos ou desequilíbrio de K+; - O tratamento tem potencial para gerar CO2 rapidamente. Com a administração oral, isso pode se manifestar como inchaço ou mesmo ruptura gástrica, enquanto com a ad- ministração intravenosa, o CO2, se não for efetivamente eliminado pelos pulmões, pode entrar nas células causando uma acidi- ficação intracelular paradoxal; - O excesso de pH (ou seja, a supercom- pensação que cria seu próprio distúrbio de pH) é possível se a dose não for bem titulada. • Veículos alternativos para administra- ção intravenosa de álcalis terapêutica, como Na2CO3 e CaCO3, produzem menos CO2 por H+ neutralizado e impõem menos es- tresse osmótico; • O carbicarbe é uma mistura de NaHCO3 e Na2CO3 que não causa acidificação intra- celular; • Os sais de citrato fornecem um meio in- direto mais suave de aumentar o HCO3 -, uma vez que o citrato é convertido em HCO3 - no fígado; • Tampões alternativos como THAM (tris- hidroximetilaminometano, também conhe- cido como Tris-base, também conhecido como trometamina, também conhecido como trometamol) se ligam a H+ sem gerar CO2 e o produto protonado é prontamente eliminado pelos rins. → • pH >7,45, bicarbonato >24 mmol/L e/ou BE = positivo; • A alcalose ocorre com diminuição de H+ e aumento de HCO3-; • Pode ser causada por: - Vômito excessivo; - Ingestão excessiva de antiácidos (bicar- bonato); - Soro concentrado com bic; • O rim normal pode excretar grandes quan- tidades de HCO3 - e, consequentemente, al- calose metabólica pode ocorrer apenas quando existe um aumento no álcali e pre- juízo na excreção renal de HCO3 -; • Se o paciente não vomita nem usa diuréti- cos, a fisiopatologia costuma estar relacio- nada ao aumento da atividade renina-angio- tensina-aldosterona. Na maioria dos casos secundários, a aldosterona é necessária para se ajustar à depleção de volume e a pressão arterial estará baixa; • A aldosterona promove a retenção de só- dio em troca da excreção de potássio ou hi- drogênio, resultando em alcalose metabó- lica e frequentemente também em hipocale- mia. A pressão arterial estará alta em caso de hiperaldosterismo primário ou pseudohi- peraldosteronismo; • A maioria dos pacientes com alcalose me- tabólica tem perda de fluido gástrico ou uso de diuréticos, seja diurético tiazídicos de ação prolongada ou doses múltiplas de diu- réticos de alça de ação curta; • Fome: causa alcalose. A parede do estô- mago secreta no lúmen H+ e Cl-, para for- mação do ácido clorídrico, de forma que, o H+ é produzido no interior da célula, que possui a anidrase carbônica, formando ácido carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3-, com bomba de H+ que secreta no lúmen. O cloreto é bombeado a partir do sangue, devolvendo bicarbonato para o sague para manter o equilíbrio eletrolítico = alcalose pós-prandial. Alcalemia causada por um excesso primário de [HCO3-]: • Vômitos: elimina o ácido gástrico, esti- mulando uma maré alcalina; • Uso de certos fármacos que mimetizam es- sas respostas (diuréticos de alça); • Antiácidos; • Iatrogenia: uso de soro com bicarbonato em excesso; • Também pode ter uma causa genética, pela Síndrome de Liddle, associada à hiperati- vidade do canal epitelial de Na+, ENaC, cuja ação promove a secreção renal de H+; • As manifestações clínicas podem incluir confusão e tetania. Vômito: • A célula parietal é a célula produtora de ácido no estômago, produzindo o H+ por meio da ação da anidrase carbônica, que é liberado por meio membrana apical para o lúmen, que tem várias bombas de H+ (que são locais de ação de antiácidos); • O cloreto é um eletrólito obtido a partir do sangue, sendo secretado no lúmen do órgão e, buscando manter a eletroneutralidade, tem-se a troca de Cl- para o HCO3 -; • Produção de ácido no estômago é sinô- nimo de reabsorção de bicarbonato, po- dendo causar uma alcalose metabólica. Terapêutica: • Além do tratamento das condições subja- centes, a correção de alcalose metabólica foi alcançada usando: - Inibidor de anidrase carbônica, ACZ - acetazolamida (que por si só resulta em aci- dose metabólica); - Por infusão intravenosa de HCl; - O uso de agonistas do receptor H2 para prevenir a maré alcalina (se alcalose meta- bólica segue a perda de ácido gástrico). Compensação: • O organismo tenta compensar aumen- tando a [CO2], pela hipoventilação. PCO2 esperada = HCO3- + 15 Distúrbios respiratórios → • pH < 7.35, PaCO2>45 mmHg; • Acidemia com um PCO2 plasmático> 45 mmHg (hipercapnia) em repouso e ao nível do mar; • pH < 7.35, PaCO2>45 mmHg; • Pode ter como causas: - Incapacidade dos pulmões de remover o CO2 produzido metabolicamente (ou seja, ventilação reduzida), por depressão centro respiratório (SNC), obstrução vias aéreas, distúrbio neuromuscular ou defeito restri- tivo do tórax; - Defeitos no transporte de CO2 do tecido para os pulmões, com reduzida perfusão pulmonar devido parada cardiorrespiratória ou embolia pulmonar; - Superprodução de CO2: quando pul- mão incapaz de remover excesso de CO2 em paciente com ventilação mecânica ou re- duzida reserva respiratória; • A hipoventilação alveolar pode resultar da ação de drogas depressoras do SNC, asma, fibrose, pneumonia grave ou DPOC. Esta causa um aumento do CO2, que aumenta a pCO2 plasmática, resultandonum aumento de HCO3 - e aumento de H+; • Em um paciente com pH diminuído e PaCO2 aumentada, deve-se diferenciar entre três opções respiratórias: distúrbios agudos, crônicos e mistos; - Acidose respiratória aguda: se a con- centração sérica de HCO3 - é aumentada em 2 mmol/L para cada aumento de 10 mmHg na PaCO2, e/ou BE é 0 mmol/L, presume-se que este seja um caso de acidose respirató- ria aguda; Ex: insuficiência pulmonar aguda e do- enças neurológicas agudas - Acidose respiratória crônica: se a con- centração sérica de HCO3 - é aumentada em 4-5 mmol/L para cada aumento de 10 mmHg na PaCO2, e/ou BE = 0,4x (PaCO2 - 40) mmol / L, presume-se que uma falha respiratória crônica existe. Ex: doenças pulmonares respiratórias crônicas (DPOCs) e doenças neurológicas Terapêutica: • Na verdade, por razões terapêuticas, os in- divíduos em ventilação mecânica são fre- quentemente mantidos deliberadamente em um estado de “hipercapnia permissiva”; • O tratamento geralmente é direcionado para reverter a causa subjacente e, também, para restaurar a ventilação alveolar ade- quada, o que pode ser realizado por intuba- ção endotraqueal com ventilação mecânica ou ventilação com pressão positiva (estado de “hipercapnia permissiva”); • Como a soma de pCO2 e pO2 deve ser constante no gás alveolar de pacientes que respiram ar ambiente, a hipercapnia leva à hipoxemia, uma condição que pode ter con- sequências muito mais perigosas do que as causadas pela hipercapnia; • Consequentemente, o manejo da AR aguda também costuma ser direcionado para garantir a oxigenação adequada. A ad- ministração de O2 deve ser realizada com cuidado, pois pode levar ao aumento da re- tenção de CO2, especialmente em pacientes com DPOC. Compensação: • Aumento da [HCO3-] no sangue, por compensação metabólica ou renal. Acidose aguda ou crônica: • Numa gasometria de: - pH = 7,27; - HCO3- = 35 mEq/L; - PCO2 = 80 mmHg; - BE = +7,0 mEq/L; • Trata-se de uma acidose respiratória (pH baixo, PCO2 alta). Nestes casos, o próximo questionamento que deve ser feito é: trata- se de uma acidose respiratória aguda ou crônica? • Pode estar diante de um paciente com DPOC e retentor crônico (acidose crônica) ou com uma falência respiratória por TEP (acidose aguda). A dúvida pode ser sanada ao reparar no bicarbonato. Ele se alterou? - De forma direta, sabe-se que, se isto ocorreu, se deu por ação renal, que é mais demorado, então, o caso é crônico; - Se ele ainda não se alterou, deve ser um quadro agudo, enquanto não houve tempo para compensação renal; • Em primeiro lugar, porque o bicarbo- nato, embora seja a principal base do nosso organismo, não é a única disponível para o sistema de tamponamento sanguíneo. Exis- tem outras, como a hemoglobina das hemá- cias, o fosfato, etc.; • Em segundo, porque um pequeno au- mento do HCO3 - pode ocorrer na acidose respiratória aguda, simplesmente pela con- versão direta do CO2 em H + + HCO3 -. Tal fato pode interferir na interpretação, que al- guns autores chamam esse evento de “res- posta compensatória aguda”; • Assim, para tirar as dúvidas, pode utilizar outros dois parâmetros, sendo o segundo muito mais frequente: - Buffer base (BB): é a concentração total de bases no sangue, que normalmente é o dobro do bicarbonato plasmático, oscilando entre 45 e 51 mEq/L (lembrar HCO3 - nor- mal: em torno de 24 mEq/L); - Base excess (BE): mede simplesmente a variação do Buffer base, sendo a faixa nor- mal entre -3,0 mEq/L e +3,0 mEq/L. Um BE mais negativo do que -3,0 mEq/L ocorre quando há um deficit real de bases no san- gue. Um BE mais positivo do que +3,0 mEq/L indica um acúmulo real de bases no sangue; • Conclusão: BE será negativo na acidose metabólica e positivo na alcalose metabó- lica, que não tem muita importância prática, pois não é necessário para diagnosticar estes distúrbios, embora o BE possa ser usado para quantificá-los (variação maior que 10 mEq/L sugere gravidade); • A grande aplicação do BE na prática médica é nos distúrbios respiratórios, di- ferenciando os casos agudos (sem res- posta compensatória) dos crônicos (com resposta compensatória); • Voltando à gasometria em questão, como o BE está aumentado, é porque houve reten- ção real de bases pelos rins, o que só é pos- sível se a acidose respiratória for crônica; • Se a acidose respiratória fosse aguda, po- deríamos ter a seguinte gasometria: - pH = 7,10; - HCO3- = 28 mEq/L; - PCO2 = 80 mmHg; - BE = +2,0 mEq/L; • Veja agora que o BE estaria normal, por- tanto, não houve retenção de bases pelos rins = acidose respiratória aguda; • Um detalhe: na alcalose respiratória, va- lem exatamente os mesmos princípios, só que o BE, quando varia, será para o lado ne- gativo (eliminação renal de bases). → • pH > 7.45, PaCO2 < 35 mmHg; • Alcalemia com um PCO2 plasmático <35 mmHg (hipocapnia) em repouso e ao nível do mar; • Ocorre quando o sistema ventilatório não funciona adequadamente causando um au- mento na ventilação alveolar e/ou redução na produção de CO2 com consequente de- pleção de CO2 no sangue; • As manifestações clínicas podem incluir respiração rápida e tontura; • Hiperventilação pode resultar de: - Estimulação dos centros respiratórios (por exemplo, devido a drogas ou distúrbios do SNC); - Hipoxemia ou hipóxia tecidual (por exemplo, devido à alta altitude); - Doenças pulmonares (por exemplo, pneumonia); • Produção reduzida de CO2 pode resultar de uma diminuição na taxa metabólica basal (por exemplo, devido à hipotermia) ou na atividade física (por exemplo, devido à pa- ralisia muscular); • A hiperventilação alveolar ocorre por ventilação artificial, ansiedade ou drogas que excitam o SNC, impedindo que se tenha o aumento do CO2; • Geralmente, respirar num saco de papel auxilia a corrigir o quadro, por haver uma respiração do CO2 exalado, aumentando a concentração de ácido no sangue nova- mente; • Em um paciente com pH diminuído e PaCO2 aumentada, deve-se diferenciar en- tre três opções respiratórias: distúrbios agu- dos, crônicos e mistos; - Alcalose respiratória aguda: se a con- centração sérica de HCO3 - diminuir em 1–2 mmol/L para cada declínio de 10 mmHg na PaCO2 e/ou BE for 0 mmol / L, presume-se que este seja um caso de alcalose respirató- ria aguda; Ex: pneumonia, sepse e ansiedade - Alcalose respiratória crônica: se a con- centração sérica de HCO3 - diminuir em 4-5 mmol/L para cada redução de 10mmHg na PaCO2 e/ou BE = 0,4X(PaCO2 - 40) mmol/L, presume-se que uma existe desor- dem respiratória crônica. Ex: gravidez, hipertireoidismo e cirrose hepática Compensação: • É feita buscando diminuir a [HCO3-], ao diminuir a reabsorção real de bicarbonato. Terapêutica: • O tratamento geralmente é direcionado à correção dos distúrbios subjacentes; • A correção abrupta de alcalose respiratória grave deve ser evitada devido aos riscos de lesão de reperfusão cerebral e pulmonar; • ACZ (acetazolamida) é usado na preven- ção e tratamento de alcalose respiratória as- sociado à hiperventilação em grandes altitudes (enjoo agudo da montanha) em parte porque aumenta a excreção de HCO3 - na urina, proporcionando uma redução compensatória do pH. Interpretando uma gasometria arterial → • Examine o nível de pH, devendo determi- nar o distúrbios; • Se o pH cair abaixo do normal (menos de 7,35): paciente está acidótico; • Se o pH subir acima do normal (mais de 7,45): paciente é alcalótico.; • Parâmetros normais: - pH = 7,35 a 7,45; - PCO2 = 35 a 45 mmHg; - HCO3- = 22 a 26 mEq/L; - BE/BD = -2 a +2 mEq/L; - PaO2: 80 a 100 mmHg. Ela revela estado de oxigenação do paciente. → • Deve-se determinar quem explica o distúr- biode pH; • É necessário determinar se este distúrbio é causado pela alteração de HCO3 - ou a PCO2. → • Deve-se definir se há a presença de um dis- túrbio misto ou uma compensação através do cálculo da resposta compensatória es- perada; • O cálculo é possível pois para cada distúr- bio acidobásico espera-se uma determinada reação do organismo; • Se esta reação não for obtida, significa que há mais de um distúrbio de base (distúrbio misto); • A resposta compensatória nos distúrbios acidobásicos puros não é perfeita, pois não impede totalmente a variação do pH. Con- tudo, evita que o pH varie muito, chegando a níveis perigosos para o organismo; • Compensações esperadas: • É possível determinar se está ocorrendo compensação; • Se o distúrbio é metabólico, o corpo tenta compensar mudando a ventilação, ou seja, pode calcular a pCO2 esperada. Caso a pCO2 do paciente tiver dentro do que esperado é compensação e, se tiver fora, tem outro distúrbio; • Pode-se calcular o que o corpo faria para compensar um distúrbio metabólico ou um distúrbio respiratório; • Numa acidose metabólica, pH está baixo e, para ela ser metabólica, o parâmetro que irá alterar é o bicarbonato, estando baixo, compensando com estímulo imediato para hiperventilação (respiração de Kussmaul), buscando eliminar o CO2, com isso, a quan- tidade de CO2 no meu sangue está baixa. A PCO2 cairá para um valor próximo ao cal- culado pela fórmula: PCO2 esp. = (1,5 x HCO3-) + 8 ± 2 (multiplicar o bicarbonato por 1,5 é igual a somar metade do valor do bicarbonato ao bicarbonato) Ex: se o HCO3 - cair para 10 mEq/L, a resposta compensatória reduzirá a PCO2 para 21-25 mmHg • Numa alcalose metabólica, tem-se um es- tímulo imediato para hipoventilação, re- tendo mais CO2, com isso, a PCO2 aumen- tará para um valor próximo ao calculado pela fórmula: PCO2 esp. = HCO3- + 15 ± 2 Ex: se o HCO3 - subir para 30 mEq/L, a compensação respiratória elevará a PCO2 para 45 mmHg - Outra fórmula seria: ΔPCO2 = 0,6 x Δbic; • Na acidose respiratória: - Aguda: HCO3 - aumenta 1 mEq/L quando a PCO2 aumenta 10 mmHg. Ou pela fór- mula: Δbic = 0,1 x ΔPCO2; - Crônica: HCO3 - aumenta 4 mEq/L quando a PCO2 aumenta 10 mmHg. Ou pela fórmula: Δbic = 0,4 x ΔPCO2; • Na alcalose respiratória: - Aguda: HCO3 -diminui 2 mEq/L quando a PCO2, diminui 10 mmHg. Ou pela fór- mula: Δbic = 0,2 x ΔPCO2; - Crônica: HCO3 - diminui 4 mEq/L quando a PCO2 diminui 10 mmHg. Ou pela fórmula Δbic = 0,4 x ΔPCO2. Para acidose metabólica: • A resposta compensatória deve ser uma hi- perventilação a fim de reduzir o CO2 (ob- serve a equação; • Para avaliar essa resposta compensatória, calculamos o valor da pCO2 através da fór- mula de Winter: PCO2 esperada = 1,5 x [HCO3]+ 8 ± 2 • Se a pCO2 estiver dentro da faixa esperada significa que está ocorrendo compensação, dessa forma, tem-se uma acidose metabó- lica compensada; • Se estiver abaixo do valor mínimo espe- rado significa que está ocorrendo uma hi- perventilação maior do que deveria e, por isso, existe também uma alcalose respira- tória associada; • Por fim, se o valor esperado for acima da faixa esperada, o paciente não hiperventila como deveria e, por isso, existe associação de uma acidose respiratória. Para alcalose metabólica: • A resposta compensatória deve ser uma hi- poventilação a fim de reter o CO2; • Para avaliar essa resposta compensatória, calcula-se o valor do PCO2 através da fór- mula: PCO2 esp. = [HCO3-]+ 15 ± 2 Para acidose respiratória: • Existe uma dificuldade de ventilação do paciente, isso leva a uma hipoventilação e, consequentemente, retenção do CO2; • A resposta compensatória neste caso é re- nal (retém HCO3 - ou excreta mais ácido), com posterior elevação do HCO3 - na gaso- metria; • Nos distúrbios respiratórios, avalia-se se o distúrbio é crônico ou agudo através da res- posta compensatória; • Nos distúrbios crônicos, observamos maior elevação de HCO3 -; • Dessa forma, usamos as seguintes correla- ções: um acréscimo de 1 mEq/L no HCO3 - para cada elevação de 10mmHg do pCO2 acima de 40 mmHg, nos casos agudos e um acréscimo de 4 mEq/L no HCO3 - para cada elevação de 10mmHg do pCO2 acima de 40 mmHg, nos casos crônicos. Para alcalose respiratória: • O paciente está hiperventilando e, conse- quentemente, “lavando” o CO2, isto é, ex- pulsando o CO2; • A resposta neste caso é renal com excreção de HCO3 -. Da mesma forma da acidose res- piratória, aqui também avalia-se se o distúr- bio é agudo ou crônico. • Neste caso, as relações que são usadas são: - Um decréscimo de 2 mEq/L no HCO3 - para cada redução de 10mmHg do pCO2 abaixo de 40 mmHg, nos casos agudos; - Um decréscimo de 4-5 mEq/L no HCO3 - para cada redução de 10mmHg no pCO2 abaixo de 40 mmHg, nos casos crônicos; • Algumas vezes observa-se a ocorrência si- multânea de dois ou três distúrbios acidobá- sicos independentes. Este fenômeno é cha- mado de distúrbio misto, que não representa uma resposta compensatória; • Uma forma de distinguir se é resposta compensatória ou distúrbio misto é obser- var o valor do pH; • Na resposta compensatória, o pH nunca se normaliza, mas de forma oposta, pode en- contrar pH normal em distúrbios mistos opostos. Ex: acidose metabólica e alcalose respi- ratória simultaneamente → • Exemplo 1: acidose respiratória; - pH = 7,16; → acidose - PaCO2 = 62,3 mmHg; → elevado ex- plica acidose - HCO3 - = 24,6 mEq/L; → normal - BE = -1,7 mEq/L; • Exemplo 2: alcalose respiratória; - pH = 7,58 → alcalose - PaCO2 = 29,2 mmHg; → pouco ácido = sangue alcalino = alcalose - HCO3 - = 23,5 mEq/L; → normal - BE = +1,2 mEq/L; • Exemplo 3: alcalose respiratória; - pH = 7,66; → alcalose - PaCO2 = 52,9 mmHg → está elevado, mas não explica a alcalose (tem muito ácido = não é alcalose respiratória, po- dendo ser compensação) - HCO3 - = 34,6 mEq/L → elevado e ex- plica a alcalose - BE = +4,7 mEq/L; • Exemplo 4: acidose respiratória e respira- tória; - pH = 7,08→ acidose - PaCO2 = 59,4 mmHg → elevado expli- cando a acidose - HCO3 - = 13,5 mEq/L → baixo expli- cando acidose metabólica - BE = -5,2 mEq/L.
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