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sindrome depressivas

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29.	Síndromes	depressivas
Um	dos	mais	brilhantes	historiadores	da	psicopatologia,	Jean	Starobinski	(1920-)
nos	ensina	que,	já	no	século	VIII	a.C.,	na	Ilíada,	o	grande	poema	épico	da	Grécia
antiga,	 temos	 o	 personagem	Belofonte,	 que	 padece	 de	 grave	melancolia,	 pois,
“[...]	objeto	de	ódio	para	os	deuses,	ele	vagava	só	na	planície	de	Aleia,	o	coração
devorado	de	tristeza,	evitando	os	vestígios	dos	homens”	(Ilíada,	versos	200-3).
Séculos	mais	tarde,	na	mesma	Grécia	antiga,	o	fundador	da	medicina	ocidental,
Hipócrates	 (460	 a.C.-370	 a.C.),	 afirmava:	 “Si	 metus	 et	 tristitia	 multo	 tempore
perseverant	melancholicum	hoc	 ipsum”	 (Quando	o	medo	e	a	 tristeza	persistem
por	muito	 tempo,	 constituem	 a	melancolia)	 (Hipócrates,	Aforismos,	 VI,	 23,	 p.
147).
Da	mesma	forma,	na	Idade	Média,	os	filhos	de	Saturno	e	os	acometidos	pelo
pecado	da	acedia,	ao	que	parece,	eram	melancólicos.	O	período	renascentista	é
considerado	 a	 idade	de	ouro	da	melancolia,	 e,	 nos	 séculos	XVIII	 e	XIX,	 esse
sentimento	penetrou	o	espírito	do	romantismo.	Assim,	a	depressão	é	reconhecida
desde	a	Antiguidade,	mudando	suas	feições	de	época	para	época,	de	cultura	para
cultura,	 mas	 sempre	 acompanhando	 de	 perto	 o	 destino	 do	 ser	 humano
(Starobinski,	2016).
Atualmente,	 estima-se	 que,	 no	 mundo,	 a	 prevalência	 pontual	 (point
prevalence)	da	depressão	maior	esteja	em	torno	de	4,4	a	4,7%,	a	prevalência	nos
últimos	12	meses,	de	3,0	a	6,6%,	e	a	prevalência	na	vida,	de	até	16,2%	(baixa,
em	 torno	de	5%,	em	países	 como	Taiwan,	China	e	 Japão,	 e	 alta,	 com	mais	de
15%,	em	países	como	Estados	Unidos,	França	e	Holanda)	(Ferrari	et	al.,	2013;
Lam	et	al.,	2016).
No	Brasil,	um	estudo	na	cidade	de	São	Paulo,	com	1.464	pessoas,	com	mais
de	18	anos	de	idade,	em	2002,	revelou	prevalência	de	depressão	na	vida	de	17%
(Andrade	 et	 al.,	 2002).	 Outro	 estudo,	 que	 utilizou	 o	 instrumento	 Composite
International	Diagnostic	 Interview	 (CIDI),	com	amostra	das	cidades	de	Rio	de
Janeiro	 e	 São	 Paulo,	 somando	 3.744	 pessoas,	 entre	 15	 e	 75	 anos,	 em	 2007	 e
2008,	encontrou	prevalência	de	depressão	na	vida,	no	Rio	de	Janeiro,	de	17,4%
e,	em	São	Paulo,	de	19,9%	(Ribeiro	et	al.,	2013).
Em	 uma	 pesquisa	 com	 amostra	 nacional	 do	 Instituto	 Brasileiro	 de
Geografia	e	Estatística	(IBGE),	em	2013,	com	49.025	adultos	entrevistados	em
69.954	 domicílios,	 a	 epidemióloga	 da	 Universidade	 Estadual	 de	 Campinas
(Unicamp)	Marilisa	Berti	de	Azevedo	Barros	e	colaboradores	(2017)	utilizaram
o	 instrumento	 Patient	 Health	 Questionnaire-9	 (PHQ-9)	 para	 identificar
depressão.	 Eles	 verificaram	 que,	 nas	 últimas	 duas	 semanas,	 9,7%	 dos
entrevistados	haviam	apresentado	algum	quadro	depressivo	(3,9%	de	depressão
maior)	 e	 21%	 haviam	 relatado	 humor	 depressivo;	 além	 disso,	 em	 34,9%	 dos
sujeitos,	o	humor	depressivo	esteve	presente	por	mais	de	sete	dias.	Das	pessoas
entrevistadas,	 7,2%	 receberam,	 em	 algum	 momento	 da	 vida,	 um	 diagnóstico
clínico	da	doença.
Assim,	 pode-se	 inferir	 que,	 no	 Brasil,	 possivelmente	 os	 valores	 são
relativamente	 elevados	 para	 depressão	 maior,	 considerando	 o	 cenário
internacional.
No	mundo,	a	depressão,	em	2010,	teria	acometido	cerca	de	298	milhões	de
pessoas,	das	quais	187	milhões	eram	mulheres	 (Kessler	 et	 al.,	 2007;	Ferrari	 et
al.,	2013).
A	 depressão	 causa	 considerável	 impacto	 na	 saúde	 física	 e	 mental	 e	 na
qualidade	de	vida	das	pessoas	acometidas;	ela	é,	entre	todas	as	doenças	(físicas	e
mentais),	 uma	 das	 principais	 causas	 daquilo	 que	 a	 Organização	 Mundial	 da
Saúde	(OMS)	chama	de	“anos	vividos	com	incapacidades”	(YLDs,	years	 lived
with	disability)	e	“perda	de	anos	em	termos	de	morte	prematura	e	perda	de	anos
de	vida	produtiva”	(DALY	Disability	Adjusted	Life	Years).	A	DALY	relacionada
à	depressão	foi	associada,	em	2010,	a	cerca	de	16	milhões	de	suicídios	(Ferrari	et
al.,	2013).
Estudos	epidemiológicos	indicam	que	15	a	40%	das	pessoas	com	depressão
maior	 já	 tentaram	 alguma	 vez	 o	 suicídio.	 Estudos	 de	 suicídios	 completos
revelam	que	60%	de	todos	eles	são	realizados	por	pessoas	com	depressão.	Ter	a
doença	aumenta	em	20	vezes	o	risco	de	suicídio	(Bolton	et	al.,	2010).
Do	 ponto	 de	 vista	 psicopatológico,	 as	 síndromes	 depressivas	 têm	 como
elementos	mais	salientes	o	humor	triste	e,	na	esfera	volitiva,	o	desânimo,	mais
ou	 menos	 marcantes.	 Tal	 tristeza	 e	 desânimo	 são,	 na	 depressão,
desproporcionalmente	 mais	 intensos	 e	 duradouros	 do	 que	 nas	 respostas
normais	de	tristeza	que	ocorrem	ao	longo	da	vida	(Del	Pino,	2003).
Os	quadros	depressivos	caracterizam-se	por	uma	multiplicidade	de	sintomas
afetivos,	 instintivos	 e	 neurovegetativos,	 ideativos	 e	 cognitivos,	 relativos	 à
autovaloração,	à	vontade	e	à	psicomotricidade.
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Também	podem	estar	 presentes,	 em	 formas	graves	de	depressão,	 sintomas
psicóticos	 (delírios	 e/ou	 alucinações),	 marcante	 alteração	 psicomotora
(geralmente	 lentificação	 ou	 estupor),	 assim	 como	 fenômenos	 biológicos
(neuronais	 ou	 neuroendócrinos)	 associados.	 O	 Quadro	 29.1	 apresenta,
resumidamente,	 os	 agrupamentos	 de	 sinais	 e	 sintomas	 de	 acordo	 com	 a	 área
psicopatológica	envolvida.
Quadro	29.1	|	Sintomas	das	síndromes	depressivas	nas	diferentes	esferas	psicopatológicas
SINTOMAS	AFETIVOS	E	DE	HUMOR ALTERAÇÕES	DA	VOLIÇÃO	E	DA	PSICOMOTRICIDADE
Tristeza,	sentimento	de	melancolia,	na	maior	parte	do
dia,	todos	ou	quase	todos	os	dias
Choro	fácil	e/ou	frequente
Apatia	(indiferença	afetiva;	“tanto	faz	como	tanto	fez.”),
na	maior	parte	do	dia,	todos	ou	quase	todos	os	dias
Sentimento	de	falta	de	sentimento	(“É	terrível:	não
consigo	sentir	mais	nada!”)
Sentimento	de	tédio,	de	aborrecimento	crônico
Irritabilidade	aumentada	(a	ruídos,	pessoas,	vozes,	etc.),
na	maior	parte	do	dia,	todos	ou	quase	todos	os	dias
São	frequentes	também:
Angústia
Ansiedade
Desespero
Desesperança
Desânimo,	diminuição	da	vontade	(hipobulia;	“não	tenho	pique
para	mais	nada”)
Anedonia	(incapacidade	de	sentir	prazer	em	várias	esferas	da
vida,	como	alimentação,	sexo,	amizades)
Tendência	a	permanecer	quieto	na	cama,	por	todo	o	dia	(com	o
quarto	escuro,	recusando	visitas)
Aumento	na	latência	entre	as	perguntas	e	as	respostas
Lentificação	psicomotora	(pode	progredir	até	o
estupor/catatonia)
Estupor/catatonia
Diminuição	da	fala,	fala	em	tom	baixo,	lenta,	e	aumento	da
latência	entre	perguntas	e	respostas
Mutismo	(negativismo	verbal	completo)
Negativismo	(recusa	à	alimentação,	à	interação	pessoal,	etc.)
ALTERAÇÕES	IDEATIVAS ALTERAÇÕES	DA	ESFERA	INSTINTIVA	E
NEUROVEGETATIVA
Ideação	negativa,	pessimismo	em	relação	a	tudo
Ideias	de	arrependimento	e	de	culpa
Ruminações	com	mágoas	atuais	e	antigas
Visão	de	mundo	marcada	pelo	tédio	(“A	vida	é	vazia,	sem
sentido;	nada	vale	a	pena”)
Realismo	depressivo:	inferências	sobre	a	vida	mais
realistas	e	pessimistas	em	relação	a	pessoas	sem
depressão,	sendo	que	estas	tenderiam	a	apresentar	um	viés
positivo	de	avaliação	da	realidade
Ideias	de	morte,	desejo	de	desaparecer,	dormir	para
sempre
Ideação,	planos	ou	atos	suicidas
Fadiga,	cansaço	fácil	e	constante	(sente	o	corpo	pesado)
Insônia	ou	hipersonia
Diminuição	ou	aumento	do	apetite
Constipação,	palidez,	pele	fria	com	diminuição	do	turgor
Diminuição	da	libido	(do	desejo	sexual)
Diminuição	da	resposta	sexual	(disfunção	erétil,	orgasmo
retardado	ou	anorgasmia)
ALTERAÇÕES	DA	AUTOVALORAÇÃO ALTERAÇÕES	COGNITIVAS
Autoestima	diminuída
Sentimento	de	insuficiência,	de	incapacidade
Sentimento	de	vergonha
Autodepreciação
Déficit	de	atenção	e	concentração
Déficit	secundário	de	memória
Dificuldade	de	tomar	decisões
Pseudodemência	depressiva
PERDAS	E	DEPRESSÃO
SINTOMAS	PSICÓTICOS ALGUNS	ASPECTOS	NEUROBIOLÓGICOS	DA	DEPRESSÃO
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Ideias	delirantes	de	conteúdo	negativo:
Delírio	de	ruína	ou	miséria
Delírio	de	culpa
Delírio	hipocondríaco	e/ou	de	negação	de	órgãos	e
partes	do	corpo
Delírio	de	inexistência(de	si	e/ou	do	mundo)
Alucinações,	geralmente	auditivas,	com	conteúdos
depressivos
Ilusões	auditivas	ou	visuais
Ideação	paranoide	e	outros	sintomas	psicóticos	humor-
incongruentes	(delírio	de	perseguição,	quando	presente,
pode	revelar	que,	de	algum	modo,	a	pessoa	“mereceria”
ser	perseguida	e	punida)
Alterações	estruturais	do	cérebro
Redução	do	volume	do	hipocampo	(que	se	associa	a	formas	mais
graves	de	depressão)
Redução	de	área	cinzenta	em:	cíngulo	anterior,	striatum,	ínsula,
amígdala	e	córtex	pré-frontal
Alterações	funcionais	do	cérebro
Alterações	em	circuitos	pré-frontal-límbicos,	modulados	por
serotonina,	e	circuitos	striatum-frontais,	modulados	por
dopamina
Aumento	de	atividade	em	sistemas	neurais	de	base	para	o
processamento	de	emoções	(amígdala	e	córtex	pré-frontal)	e
redução	em	sistemas	neurais	de	apoio	à	regulação	de	emoções
(córtex	pré-frontal	dorsolateral)
Fontes:	Kupfer	et	al.,	2012;	Singh;	Gotlib,	2014.
PERDAS	E	DEPRESSÃO
As	síndromes	e	as	reações	depressivas	surgem	com	muita	frequência	após	perdas
significativas:	 de	 pessoa	 muito	 querida,	 emprego,	 moradia,	 status
socioeconômico	ou	algo	puramente	simbólico.
Cabe	 aqui	 breve	 comentário	 sobre	 os	 diversos	 fatores	 causais	 e
desencadeantes	 das	 síndromes	 depressivas.	 Certamente	 fatores	 biológicos,
genéticos	 e	 neuroquímicos	 têm	 importante	 peso	 nos	 diversos	 quadros	 dessa
doença.	 Do	 ponto	 de	 vista	 psicológico,	 as	 síndromes	 depressivas	 têm	 uma
relação	 fundamental	 com	 as	 experiências	 de	 perda	 (Hofer,	 1996;	 Del	 Pino,
2003).	Nesse	 sentido,	 o	 poeta	 fala	 da	 experiência	 marcante	 que	 é	 a	 perda	 da
pessoa	amada:
A	que	perdi	está	misturada,	tão	misturada	comigo
Que	às	vezes	sobe	ao	meu	coração
o	seu	coração	morto
E	sinto	o	seu	sangue	correr	nas	minhas	veias.
A	que	perdi	é	tão	presente	no	meu	pensamento
Que	sinto	misturarem-se	com	as	minhas	lembranças	de	infância
as	lembranças	de	sua	infância	desconhecida.
A	que	perdi	é	tão	minha	que	as	minhas	lágrimas	vieram	dos	seus	olhos.
E	as	suas	é	que	descem	dos	meus.
A	que	perdi	está	dentro	do	meu	espírito	como	o	filho	no	corpo	materno
Como	o	pensamento	na	palavra
Como	a	morte	no	fim	dos	caminhos	do	mundo.
Augusto	Frederico	Schmidt	
(1906-1965)
Apesar	 de	muitas	 vezes	 ser	 desencadeada	 por	 perdas,	 a	 depressão	 não	 é	 o
mesmo	 que	 o	 sentimento	 normal	 do	 luto,	mesmo	 que	marcante.	 Entretanto,	 a
distinção	 entre	 luto	 normal,	 mas	 intenso,	 e	 depressão	 nem	 sempre	 é	 fácil.	 O
Quadro	29.2	pretende	ajudar	nessa	difícil	tarefa	de	diferenciação.
Quadro	29.2	|	Diferenças	entre	luto	intenso	e	depressão
ASPECTOS
DIFERENCIAIS
LUTO	INTENSO DEPRESSÃO
Humor/tristeza
experimentados
e	sua	evolução
Tristeza	muito	relacionada	à	experiência	da	perda,	que
tende	a	diminuir	com	o	passar	das	semanas	e	meses
(duração	muito	variável,	de	semanas	a	vários	meses,
eventualmente	anos).
Humor	deprimido	constante	que	abrange	mais	que	as
perdas;	humor	que	não	melhora	com	o	passar	do	tempo
(duração	variável,	mas	a	média	dos	episódios	fica	em
torno	de	quatro	meses).
Padrão	temporal Tristeza	ocorre	“em	ondas”	(“dores	do	luto”),	associada
a	lembranças	da	pessoa	perdida.
Tristeza	e	desânimo	oscilam	menos	ao	longo	dos	dias
(com	exceção	da	depressão	atípica).
Conteúdo	do
pensamento
Tristeza	e	angústia	mais	centradas	em	pensamentos
relacionados	à	pessoa	perdida.
Ruminações	autocríticas	e	pessimistas	abrangentes,	não
apenas	relacionadas	a	uma	perda.
Pensamento
típico
“Por	que	não	disse	à	pessoa	que	perdi	o	quanto	a	amava,
por	que	não	convivi	mais	com	ela?”
“Nada	na	vida	vale	a	pena,	eu	não	sirvo	para	nada,	sou	um
peso	para	as	pessoas.”
Fantasias
relacionadas	a
pensamentos
suicidas
“Gostaria	de	morrer	para	me	juntar	à	pessoa	perdida,
para	revê-la.”
“Quero	morrer	para	não	sofrer	mais”,	ou	“quero	morrer
pois	não	mereço	mais	viver,	não	darei	mais	trabalho	a
meus	familiares”
SUBTIPOS	DE	SÍNDROMES	E	TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
A	 ordenação	 da	 depressão	 em	 vários	 subtipos	 é	 um	 desafio	 psicopatológico
permanente	(Kupfer	et	al.,	2012;	Singh;	Gotlib,	2014).	Os	subtipos	de	síndromes
e	 transtornos	 depressivos	 mais	 utilizados	 na	 prática	 clínica,	 de	 acordo	 com	 a
Classificação	internacional	de	doenças	e	problemas	relacionados	à	saúde	(CID-
11)	e	o	Manual	diagnóstico	e	estatístico	de	transtornos	mentais	(DSM-5),	são:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
•
Episódio	 de	 depressão	 e	 transtorno	 depressivo	maior	 recorrente	 (CID-11	 e
DSM-5)
Transtorno	depressivo	persistente	e	transtorno	distímico	(CID-11	e	DSM-5)
Depressão	atípica	(DSM-5)
Depressão	tipo	melancólica	ou	endógena	(CID-11	e	DSM-5)
Depressão	psicótica	(CID-11	e	DSM-5)
Estupor	depressivo	ou	depressão	catatônica	(DSM-5)
Depressão	ansiosa	ou	com	sintomas	ansiosos	proeminentes	(CID-11	e	DSM-
5)	e	transtorno	misto	de	depressão	e	ansiedade	(CID-11)
Depressão	unipolar	ou	depressão	bipolar
Depressão	como	transtorno	disfórico	pré-menstrual	(CID-11	e	DSM-5)
Depressão	mista	(DSM-5)
Depressão	 secundária	 ou	 transtorno	 depressivo	 devido	 a	 condição	 médica
(incluindo	 aqui	 o	 transtorno	 depressivo	 induzido	 por	 substância	 ou
medicamento)	(CID-11	e	DSM-5)
Episódio	de	depressão	e	transtorno	depressivo	maior
recorrente	(CID-11	e	DSM-5)
No	 episódio	 depressivo,	 evidentes	 sintomas	 depressivos	 (humor	 deprimido,
anedonia,	fatigabilidade,	diminuição	da	concentração	e	da	autoestima,	ideias	de
culpa	e	de	inutilidade,	distúrbios	do	sono	e	do	apetite)	devem	estar	presentes	por
pelo	menos	duas	 semanas	 e	não	mais	que	dois	 anos	de	 forma	 ininterrupta.	Os
episódios	 na	 comunidade	podem	 ser	 curtos	 (cerca	de	50%	dura	menos	do	que
três	meses)	 ou	 longos.	 Cerca	 de	 15	 a	 26%	 das	 pessoas	 com	 depressão	maior
apresentam	um	curso	crônico	de	depressão,	com	duração	de	mais	de	dois	anos
(Rubio	et	al.,	2011)	(Quadro	29.3).
Quadro	29.3	|	Critérios	diagnósticos	para	os	transtornos	depressivos	segundo	o	DSM-5
Pelo	menos	cinco	critérios	(ou	mais)	por	duas	semanas,	com	prejuízo	no	funcionamento	psicossocial	ou	sofrimento	significativo.	Pelo	menos
um	dos	sintomas	é	humor	deprimido	ou	perda	do	interesse	ou	prazer.
CRITÉRIOS	PARA	O	DIAGNÓSTICO SUBTIPOS	DE	TRANSTORNOS	DEPRESSIVOS	(TD)
Para	depressão	maior,	pelo	menos	5	critérios	por	pelo
menos	duas	semanas:
Sintoma	obrigatório:	humor	deprimido	ou	perda	de
interesse	ou	prazer	na	maior	parte	do	dia,	quase
todos	os	dias,	e	mais,	pelo	menos,	4	dos	seguintes
Transtorno	depressivo	maior,	episódio	único
Transtorno	depressivo	maior,	recorrente	(>	1	episódio)
Transtorno	depressivo	persistente	e	distimia:	humor	cronicamente	deprimido
por	pelo	menos	dois	anos
Gravidade:	TD	leve,	moderado	ou	grave
•
•
•
•
•
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•
•
•
sintomas:
Desânimo,	acentuada	perda	do	interesse	ou	prazer
(anedonia)
Redução	ou	aumento	do	apetite	(redução	ou	ganho
de	peso	de	5%	em	1	mês)
Sono:	insônia	ou	hipersonia
Fadiga,	perda	de	energia
Sentimentos	de	inutilidade	e/ou	culpa,	pessimismo
Baixa	autoestima
Concentração	prejudicada,	dificuldades	para	pensar
Pensamentos	recorrentes	de	morte	ou	suicídio
Retardo/agitação	psicomotora
Características	que	devem	ser	especificadas:
TD	com	sintomas	psicóticos	congruentes	com	o	humor
TD	com	sintomas	psicóticos	incongruentes	com	o	humor
TD	com	catatonia	(estupor	depressivo):	imobilidade,	negativismo,	mutismo,
ecolalia
TD	com	características	melancólicas	(depressão	endógena):	acentuado	retardo
ou	agitação	psicomotora,	perda	total	de	prazer,	piora	pela	manhã,	perda	de
peso,	culpa	excessiva
TD	com	características	atípicas:	aumento	do	apetite	ou	ganho	de	peso,
hipersonia,	sensação	de	peso	no	corpo,	sensibilidade	extrema	à	rejeição
interpessoal,	humor	muito	reativo	de	acordo	com	as	situações	ambientais
TD	com	sintomas	ansiosos
TD	com	início	no	periparto
TD	com	padrão	sazonal	(somente	episódios	recorrentes),	geralmente	no
inverno
É	o	escritor	Otto	Lara	Resende	(1922-1992)	quem	descreve	de	forma	muito
clara	 a	 experiência	 de	 vivenciar	 um	 episódio	 de	 depressão.	 Em	 carta	 a	 um
amigo,	ele	diz:
Caí	 naquela	 depressão	que	me	 assalta	 devez	 em	quando	–	 por	 que,	Santo
Deus?	 Sei	 lá!	 Depressão	 neurastênica,	 vontade	 de	 ficar	 quieto,	 calado,
macambúzio.	Me	custa	até	a	simples	locomoção	doméstica.	Para	sair	de	casa,
é	como	arrancar	uma	tonelada	inerte	e	sem	rodas	ladeira	acima	[...]
Transtorno	depressivo	persistente	e	transtorno
distímico	(CID-11	e	DSM-5)
Um	 grupo	 de	 pacientes	 desenvolve	 a	 forma	 crônica	 de	 depressão,	 muito
duradoura	(pelo	menos	dois	anos	ininterruptos),	que	pode	ser	de	intensidade	leve
(distimia)	ou	de	moderada	a	grave.	Ela	começa	geralmente	na	adolescência	ou
no	início	da	vida	adulta	e	persiste	por	vários	anos.	Os	sintomas	depressivos	mais
importantes	são,	em	primeiro	lugar,	o	humor	deprimido,	 triste,	na	maior	parte
do	dia,	na	maioria	dos	dias.	Além	disso,	o	paciente	deve	ter	pelo	menos	dois	dos
seguintes	sintomas:	diminuição	da	autoestima,	fatigabilidade	aumentada	ou	falta
de	energia,	 insônia	ou	hipersonia,	apetite	diminuído	ou	aumentado,	dificuldade
em	tomar	decisões	ou	em	se	concentrar	e	sentimentos	de	desesperança.
Também	 são	 comuns	 na	distimia	 o	mau	humor	 crônico	 e	 a	 irritabilidade.
Em	adultos,	os	 sintomas	devem	estar	presentes	de	 forma	 ininterrupta	por,	pelo
menos,	dois	anos	e,	em	crianças	e	adolescentes,	por	pelo	menos	um	ano	(nesse
grupo,	 o	 humor	 básico	 pode	 ser	 a	 irritabilidade	 em	vez	 do	 humor	 triste).	No
Brasil,	 estudos	 epidemiológicos	 nas	 cidades	 de	 São	 Paulo	 e	 Rio	 de	 Janeiro
revelaram	distimia,	nos	últimos	12	meses,	 em	0,8	a	1,3%	da	população	e	pelo
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menos	 uma	 vez	 na	 vida	 em	 1,4	 a	 1,9%	 da	 população	 (Andrade	 et	 al.,	 2012;
Ribeiro	et	al.,	2013).
Depressão	atípica	ou	depressão	com	características
atípicas	(DSM-5)
Trata-se	de	um	subtipo	de	depressão	que	pode	ocorrer	em	episódios	depressivos
de	 intensidade	 leve	 a	 grave,	 em	 transtorno	 unipolar	 ou	 bipolar.	 Além	 de
reatividade	do	humor	aumentada	(melhora	rapidamente	com	eventos	positivos
e	piora	rapidamente	com	eventos	negativos),	o	indivíduo	deve	apresentar	dois	ou
mais	dos	seguintes	sintomas:
ganho	de	peso	ou	aumento	do	apetite	(principalmente	para	doces);
aumento	do	sono	(hipersonia,	geralmente	mais	do	que	10	horas	por	dia	ou	2
horas	a	mais	que	quando	não	deprimido);
sensação	 de	 corpo,	 braços	 ou	 pernas	 muito	 pesados	 (paralisia	 “de
chumbo”);	a	pessoa	se	sente,	de	modo	geral,	“pesada”,	com	uma	sobrecarga
sobre	os	ombros;
sensibilidade	 exacerbada	 a	 rejeição	 interpessoal,	 às	 vezes	 a	 indicativos
mínimos	 e	 subjetivos	 de	 possível	 rejeição,	 podendo	 se	 manter	 mesmo
quando	a	pessoa	não	esteja	no	episódio	depressivo.
Depressão	tipo	melancólica	ou	endógena	(CID-11	e
DSM-5)
Trata-se	 de	 um	 subtipo	 no	 qual	 predominam	 os	 sintomas	 classicamente
endógenos.	 Nesse	 caso,	 a	 pessoa	 deve	 apresentar:	 1)	 perda	 de	 prazer	 ou
incapacidade	de	sentir	prazer	(anedonia)	em	todas	ou	quase	todas	as	atividades
ou	2)	falta	de	reatividade	a	estímulos	em	geral	prazerosos.
Além	 de	 um	 desses	 dois	 sintomas,	 deve	 apresentar	 pelo	 menos	 três	 dos
seguintes	sintomas:
humor	 depressivo	 característico	 com	 prostração	 profunda,	 desespero,
hiporreatividade	geral;
lentificação	psicomotora,	 demora	 em	 responder	 às	 perguntas	 (aumento	 da
latência	entre	perguntas	e	respostas)	ou	agitação	psicomotora;
ideias	ou	sentimentos	de	culpa	excessivos	e/ou	inadequados;
perda	do	apetite	e/ou	de	peso	corporal;
• depressão	pior	pela	manhã,	que	pode	melhorar	um	pouco	ao	longo	do	dia.
Na	 depressão	 melancólica	 ou	 endógena,	 também	 se	 pode	 constatar	 a
chamada	 tristeza	 vital,	 que	 é	 uma	 tristeza	 diferente,	 um	 peso,	 uma	 agonia
“sentida	 no	 corpo”	 (qualitativamente	 diferente	 da	 tristeza	 normal).	 Pode	 ser
observado	também	um	padrão	de	sono	característico	em	que	o	indivíduo	tende	a
apresentar	 a	 chamada	 insônia	 terminal	 (acorda	 de	madrugada,	 às	 3h	 ou	 4h,	 e
não	 consegue	 mais	 dormir)	 (Del	 Porto,	 2000).	 A	 depressão	 melancólica	 é
considerada	 como	 de	 natureza	 mais	 neurobiológica,	 mais	 independente	 de
fatores	psicológicos	em	comparação	com	os	outros	 tipos	de	depressão	(embora
toda	depressão	maior	tenha	um	significativo	componente	neurobiológico).
Depressão	psicótica	ou	depressão	com	sintomas
psicóticos	(CID-11	e	DSM-5)
Trata-se	 de	 depressão	muito	 grave,	 na	 qual	 ocorrem,	 associados	 aos	 sintomas
depressivos,	 um	 ou	 mais	 sintomas	 psicóticos,	 como	 delírio	 e/ou	 alucinação.
Nesse	 caso,	 os	mais	 frequentes	 são	 sintomas	 como	delírio	 de	 ruína	 ou	 culpa,
delírio	hipocondríaco	ou	de	negação	de	órgãos	ou	alucinações	com	conteúdos
depressivos,	 com	 vozes	 que	 dizem	 “você	 não	 presta”,	 “você	 vai	 morrer	 na
miséria”	ou	“seus	filhos	vão	passar	fome”.	As	alucinações	também	podem	ter	o
conteúdo	de	“punição	merecida”	(“vou	morrer,	vou	sofrer,	pois	mereço	isso”).
Se	os	sintomas	psicóticos	são	de	conteúdo	negativo,	depressivo,	classificam-
se	 como	 sintomas	 psicóticos	 humor-congruentes	 (de	 culpa,	 doença,	 morte,
negação	 de	 órgãos,	 punição	 merecida,	 entre	 outros).	 Caso	 contrário,	 são
denominados	sintomas	psicóticos	humor-incongruentes	(delírio	de	perseguição,
de	inserção	de	pensamentos,	autorreferente,	entre	outros).
Os	delírios	ocorrem	em	cerca	de	25%	das	pessoas	 internadas	 com	quadros
depressivos	 e	 em	 15%	 daquelas	 com	 depressões	 ambulatoriais	 (de	 Unidades
Básicas	 de	 Saúde	 [UBSs],	 Centros	 de	 Atenção	 Psicossocial	 [CAPS],
ambulatórios	 ou	 consultórios).	 Na	 maior	 parte	 das	 vezes	 (≈65%),	 trata-se	 de
delírio	 humor-congruente,	 e,	 em	 cerca	 de	 18%	 dos	 casos,	 o	 delírio	 é	 humor-
incongruente	 (em	 ≈9%	 dos	 deprimidos	 delirantes,	 há	 delírios	 dos	 dois	 tipos)
(Maj,	2008).
Alucinações	 auditivas	 ocorrem	 em	 5	 a	 59%	 dos	 pacientes	 com	 depressão
maior,	 e	 alucinações	 visuais,	 em	 1	 a	 25%.	 Essas	 frequências	 variam	 muito
porque	 foram	 verificadas	 em	 amostras	 muito	 heterogêneas	 de	 pacientes	 com
depressão.	De	modo	geral,	indivíduos	deprimidos	encontrados	na	comunidade	e
na	 atenção	 primária	 (UBS)	 têm	 frequência	 menor	 de	 sintomas	 psicóticos;
aqueles	 em	 ambulatórios	 especializados,	 frequência	 intermediária;	 e	 pessoas
internadas	por	depressão,	frequências	mais	altas	(Baethge	et	al.,	2005).	Por	fim,
cabe	notar	que	a	depressão	psicótica	 revela	mais	 alterações	 cerebrais	do	que	a
não	 psicótica,	 o	 que	 indica	 maior	 gravidade	 fisiopatológica	 dessa	 forma	 da
doença	(Busatto	et	al.,	2013).
Estupor	depressivo	ou	depressão	com	catatonia
(DSM-5)
Trata-se	de	estado	depressivo	muito	grave,	no	qual	o	paciente	permanece	dias	na
cama	 ou	 sentado,	 em	 estado	 de	 catalepsia	 (imóvel;	 em	 geral	 rígido),	 com
negativismo	 que	 se	 exprime	 pela	 ausência	 de	 respostas	 às	 solicitações
ambientais,	geralmente	em	estado	de	mutismo	(não	fala	com	as	pessoas,	apesar
de	estar	consciente	e	não	 ter	afasia),	 recusando	alimentação,	às	vezes	urinando
no	 leito.	 O	 indivíduo	 pode,	 nesse	 estado,	 desidratar	 e	 vir	 a	 falecer	 por
complicações	 clínicas	 (pneumonia,	 insuficiência	 pré-renal,	 desequilíbrios
hidreletrolíticos,	sepse,	entre	outras).
Depressão	ansiosa	ou	agitada	ou	com	sintomas
ansiosos	proeminentes	(CID-11	e	DSM-5)	e	transtorno
misto	de	depressão	e	ansiedade	(CID-11)
A	 ansiedade	 é,	 de	 modo	 geral,	 um	 componente	 frequente	 e	 importante	 nos
quadros	depressivos.	O	DSM-5	e	a	CID-11	propõem	que	se	distinga	uma	forma
de	 depressão,	 geralmente	 moderada	 ou	 grave,	 com	 marcante	 componente	 de
ansiedade,	 tensão	 e	 inquietação	 psicomotora,	 chamada	 depressão	 ansiosa	 ou
depressão	 agitada.	 O	 paciente	 se	 queixa	 de	 angústia	 ou	 ansiedade	 acentuada
associada	 aos	 sintomas	 depressivos;	 sente-se	 nervoso,	 tenso,	 não	 para	 quieto;
apresenta-se	insone;	irritado;	anda	de	um	lado	para	outro,	desesperado.	Pode	ter,
ainda,	dificuldade	para	se	concentrar	devido	a	muitas	preocupações;	 tem	medo
de	que	algo	horrível	possa	ou	 irá	acontecer.	Também	pode	 ter	o	sentimento	de
perda	do	controle	desi	mesmo.	Na	depressão	ansiosa,	há	 risco	ainda	maior	de
suicídio.	A	depressão	ansiosa	grave	é,	muitas	vezes,	difícil	de	diferenciar	de	um
episódio	misto	do	transtorno	bipolar	(TB)	(ver	adiante).
Já	a	CID-11	propõe	o	transtorno	misto	de	depressão	e	ansiedade,	no	qual
há	sintomas,	geralmente	 leves,	de	ambas	as	condições	na	maioria	dos	dias,	por
pelo	menos	duas	semanas.	A	diferença	em	relação	ao	DSM-5	é	que,	na	CID-11,
nesse	 transtorno	 misto	 não	 pode	 haver	 sintomas	 suficientemente	 graves	 e
numerosos	 para	 justificar	 o	 diagnóstico	 de	 episódio	 depressivo,	 distimia	 ou
transtorno	de	ansiedade	 (como	ansiedade	generalizada	ou	pânico).	Assim,	essa
categoria	 estaria	 reservada	 para	 ser	 mais	 utilizada	 na	 atenção	 primária	 (nas
UBSs),	 onde	os	quadros	de	humor	 são,	de	modo	geral,	 leves	ou	moderados,	 e
uma	mistura	de	sintomas	depressivos	e	ansiosos	leves	é	muito	frequente.
Depressão	unipolar	ou	depressão	bipolar
Ao	se	diagnosticar	um	quadro	depressivo	que	ocorre	pela	primeira	vez	na	vida,
os	profissionais,	 os	pacientes,	 seus	 familiares	 e	 amigos	podem	se	perguntar	 se
esse	episódio	está	abrindo	um	possível	transtorno	depressivo	recorrente	(o	que	é
frequente,	 e	 a	depressão,	 então,	 é	denominada	“unipolar”)	ou	 se	 é	o	 início	de
um	 TB,	 com	 episódios	 futuros	 de	 mania	 ou	 hipomania	 (então	 a	 depressão	 é
denominada	“bipolar”).
Essa	não	é	uma	questão	 trivial	e	sem	maiores	 implicações.	Por	exemplo,	o
tratamento	 com	antidepressivos	pode	 frequentemente	desencadear	 uma	 fase	de
mania	quando	é	empregado	em	depressões	bipolares,	a	 fase	de	mania	podendo
ter	consequências	muito	graves	na	vida	da	pessoa.
Há	muitos	anos,	os	pesquisadores	têm	buscado	verificar	se	algum	ou	alguns
aspectos	no	episódio	depressivo	revelam	se	o	caso	se	trata	de	depressão	unipolar
ou	bipolar.	O	Quadro	29.4	apresenta	algumas	das	características	que	podem	ajudar
a	diferenciar	ambas	as	condições.
Quadro	29.4	|	Características	da	depressão	unipolar	e	da	depressão	bipolar
CRITÉRIOS	PARA	O
DIAGNÓSTICO
DEPRESSÃO	UNIPOLAR DEPRESSÃO	BIPOLAR
Idade	de	início Mais	velha Mais	jovem
Duração	da	fase Mais	longa Mais	curta
Características	de
personalidade
Mais	problemas	de	personalidade,	sobretudo	mais
neuroticismo,	mais	controle	dos	impulsos	e	mais
introversão
Menos	problemas	de	personalidade,	pior	controle	dos
impulsos,	mais	temperamento	hipertímico	e	busca	de
estímulos
História	familiar	de	mania Menos	frequente Mais	frequente
Resposta	profilática	a
antidepressivos
Boa Ruim
Duração	do	sono Mais	curta Mais	longa
Ansiedade,	queixas
somáticas,	perda	de
apetite,	insônia	inicial
Mais	frequente Menos	frequente
Labilidade	do	humor,
irritabilidade,	insônia
terminal
Menos	frequente Mais	frequente
Episódio	pós-parto,
aspectos	psicóticos,	uso	de
drogas
Menos	frequente Mais	frequente
Retardo,	lentificação
psicomotora
Menos	frequente Mais	frequente
Agitação	psicomotora Mais	frequente Menos	frequente
Fonte:	Goodwin;	Jamison,	2010.
Depressão	como	transtorno	disfórico	pré-menstrual
(CID-11	e	DSM-5)
Trata-se	de	forma	grave	de	depressão	relacionada	à	síndrome	pré-menstrual	que
se	caracteriza	por	ocorrer	na	semana	final	antes	da	menstruação,	na	maioria	dos
ciclos	menstruais.	Está	presente	pelo	menos	um	dos	seguintes	sintomas	intensos
de	 humor:	 tristeza	 marcante,	 nervosismo/ansiedade	 acentuada,	 sentimentos	 de
estar	 “no	 limite	 para	 explodir”,	 oscilações	 do	 humor	 ao	 longo	 do	 dia	 ou
labilidade	afetiva,	irritabilidade	ou	raiva	acentuada.
Também	 devem	 estar	 presentes	 outros	 sintomas,	 na	 maioria	 dos	 ciclos
menstruais,	 que,	 quando	 somados	 aos	 anteriores,	 irão	 resultar	 em	 pelo	menos
cinco	sintomas.	São	eles:	interesse	diminuído,	dificuldade	de	concentração,	falta
de	energia	ou	fadiga	fácil,	alteração	do	apetite,	hipersonia	ou	insônia,	“sentir-se
sobrecarregada”	 ou	 “fora	 do	 controle”,	 sintomas	 físicos	 como	 inchaço	 e
aumento	da	sensibilidade	nas	mamas,	dor	articular	ou	muscular	e	“sensação	de
inchaço”	no	corpo.
Depressão	mista	ou	depressão	com	características
mistas	(DSM-5)
A	possibilidade	de	uma	síndrome	depressiva	ocorrer	ao	mesmo	tempo	que	uma
síndrome	 maníaca,	 como	 que	 encavaladas	 uma	 com	 a	 outra,	 já	 foi	 suspeita
desde	o	fim	do	século	XIX.	Nesse	caso,	durante	a	maioria	dos	dias	da	depressão,
ocorrem	 também	 sintomas	 maníacos	 (devem	 ocorrer	 pelo	 menos	 três	 deles),
como	 humor	 elevado	 ou	 expansivo,	 grandiosidade	 e	 autoestima	 elevada,
inflada;	o	paciente	se	apresenta	loquaz,	falando	muito	e	com	pressão	para	falar;
há	 aceleração	 do	 pensamento	 até	 fuga	 de	 ideias,	 aumento	 da	 energia	 no
trabalho	 ou	 na	 vida	 sexual	 ou	 envolvimento	 em	 atividades	 excitantes,	 mas
perigosas.	Pode	haver	também	redução	da	necessidade	de	sono.
Esses	 sintomas	 da	 série	 maníaca	 devem	 ter	 sido	 observados	 por	 outras
pessoas	 e	 representar	 uma	 mudança	 no	 comportamento	 rotineiro	 do	 paciente
(apenas	o	relato	pessoal	pode	não	ser	suficiente	para	o	diagnóstico).
Depressão	secundária	ou	orgânica	(transtorno
depressivo	devido	a	outra	condição	médica	ou
induzido	por	substância	ou	medicamento,	CID-11	e
DSM-5)
Aqui	 estão	 presentes	 as	 síndromes	 depressivas	 causadas	 ou	 fortemente
associadas	 a	 uma	 doença	 física,	 a	 um	 quadro	 clínico	 primariamente	 somático,
seja	 ele	 localizado	 no	 cérebro	 (p.	 ex.,	 doença	 de	 Parkinson,	 doença	 de
Huntington,	 acidente	 vascular	 cerebral	 [AVC],	 trauma	ou	 tumor	 cerebral),	 seja
ele	sistêmico,	isto	é,	em	outra	parte	do	organismo,	mas	com	consequências	para
todos	os	órgãos,	inclusive	o	cérebro.
Condições	 somáticas	 sistêmicas,	 como	 doenças	 endocrinológicas	 do	 tipo
hipo	 ou	 hipertireoidismo,	 hipo	 ou	 hiperparatireoidismo,	 síndrome	 de	 Cushing,
carências	 vitamínicas,	 como	 déficit	 de	 vitamina	 B12	 (e,	 possivelmente,	 de
vitamina	 D),	 doenças	 autoimunes,	 como	 lúpus	 eritematoso	 sistêmico,	 sepse	 e
câncer,	com	significativa	frequência,	produzem	quadro	depressivo	que	faz	parte
da	 própria	 condição	 somática	 patológica	 (a	 síndrome	 depressiva	 é	 de	 causa
orgânica).
No	 caso	 dos	 AVCs,	 ocorre	 depressão	 após	 o	 episódio	 agudo,	 e,	 de	 modo
geral,	AVCs	no	hemisfério	esquerdo	e	mais	próximos	do	polo	frontal	 tendem	a
desencadear	mais	frequentemente	depressões	secundárias	(Cummings;	Trimble,
1995).
A	condição	médica	que	causa	a	depressão	deve	ser	confirmada	por	história
clínica,	exame	físico	e/ou	achados	laboratoriais	referentes	à	doença	somática.
Pode	ocorrer	também	o	transtorno	depressivo	induzido	por	substância	ou
medicamento.	 Nesse	 caso,	 há	 um	 quadro	 depressivo	 intimamente	 associado
durante	 ou	 logo	 após	 a	 intoxicação	 por	 substâncias	 ou	 fármacos.	 Drogas
associadas	 à	 depressão	 são,	 por	 exemplo,	 álcool,	 cocaína,	maconha,	 inalantes,
opioides	 ou	 medicamentos	 como	 hipnóticos	 e	 ansiolíticos	 (p.	 ex.,
benzodiazepínicos),	anti-hipertensivos	e	corticosteroides	(no	seu	uso	ou	em	sua
retirada	abrupta).
A	Tabela	29.1	apresenta	algumas	das	principais	condições	médicas,	somáticas,
associadas	à	depressão.
Tabela	 29.1	 |	 Frequência	 da	 ocorrência	 de	 depressão	 em	 diferentes	 doenças
somáticas
DOENÇA	OU	CONDIÇÃO	MÉDICA FREQUÊNCIAS	APROXIMADAS	DE	DEPRESSÃO
Doença	de	Cushing	(tumor	corticotrófico	da	hipófise) 50-80%
Doença	de	Parkinson até	75%
Esclerose	múltipla 40-60%
Hipertireoidismo 31-69%
Hipotireoidismo	subclínico	(relação	controversa) até	49%	(aumento	do	risco	de	depressão	em	cerca	de	5	vezes)
Hipotireoidismo	clínico	(letargia,	apatia	e	déficits	de
aprendizagem	e	memória	são	comuns	às	duas	síndromes)
17-21%
Doença	de	Alzheimer 30-50%
Carência	de	vitamina	B12 Risco	de	depressão	grave	aumentado	em	2-3	vezes
Doença	de	Huntington	(mesmo	em	estágios	pré-clínicos) Sintomas	depressivos	em	30-58%
Epilepsia 20-55%
Doença	pulmonar	obstrutiva	crônica/asma 20-50%
Lúpus	eritematoso	sistêmico 39%
Câncer Muito	variável,	até	38%
Doenças	cardíacas 17-27%
Diabetes 9-28%
HIV/aids 5-20%
Acidentes	vasculares	cerebrais14-19%
Substâncias	relacionadas	à	depressão Corticosteroides	(sobretudo	na	retirada	rápida),	efavirenz	para
HIV/aids,	interferon	no	tratamento	da	hepatite	C
Fontes:	Gupta	et	al.,	2008;	Meszaros	et	al.,	2012;	Wysokinski;	Kłoszewska,	2014;	Park	et	al.,	2017;	Seppälä
et	al.,	2013;	Duff	et	al.,	2007;	Sonino;	Fava,	2001).
Depressão	como	fator	de	risco	para	doenças	físicas
A	 depressão	 pode	 ser	 fator	 de	 risco	 para	 várias	 doenças	 e	 condições	 físicas.
Assim,	por	exemplo,	o	transtorno	se	associa	a	maior	risco	de	obesidade,	doenças
coronarianas,	 AVC	 e	 diabetes.	 Os	 mecanismos	 sugeridos	 para	 tal	 associação
relacionam-se	 a	 alterações	 metabólicas,	 imunoinflamatórias,	 autonômicas,
aumento	 do	 cortisol	 sanguíneo	 e	 desregulação	 no	 eixo	 hipotálamo-hipófise-
adrenal	(Penninx	et	al.,	2013).
Telômeros	 são	 sequências	 de	 nucleotídeos	 situadas	 na	 parte	 terminal	 dos
cromossomos,	que	proporcionam	estabilidade	ao	material	genômico	das	células.
Eles	se	encurtam	com	a	reprodução	celular	e	com	o	envelhecimento	das	células	e
do	 organismo,	 e	 tal	 encurtamento	 é	 indicativo	 de	 envelhecimento	 e	 desgaste
celulares.	 Em	 um	 número	 consistente	 de	 estudos,	 a	 depressão,	 assim	 como	 a
gravidade	da	depressão,	foram	associadas	à	significativa	redução	dos	telômeros.
Assim,	pessoas	com	o	 transtorno,	sobretudo	grave,	 têm	envelhecimento	celular
acelerado	 e	 possível	 aumento	 de	 condições	 e	 doenças	 associadas	 ao
envelhecimento	(Ridout	et	al.,	2016).
Depressão	em	crianças,	adolescentes	e	idosos
A	 depressão	 também	 é	 frequente	 e	 potencialmente	 grave	 na	 infância	 e	 na
adolescência,	em	geral	mais	observada	em	meninas	do	que	em	meninos.	Nessa
fase	 da	 vida,	 é	 comum	 que	 os	 quadros	 depressivos	 ocorram	 associados	 a
comportamentos	disruptivos	(irritabilidade,	oposição	aos	adultos,	agressividade,
transgressões)	 e	 dificuldades	 escolares	 (falta	 às	 aulas,	 impacto	 no	 rendimento
escolar).	 Tais	 comportamentos	 ocorrem	 sobretudo	 se	 a	 criança	 ou	 adolescente
tiver	 baixo	 quociente	 de	 inteligência	 (QI)	 e	 viver	 em	 ambiente	 adverso,	 com
graves	conflitos	e	hostilidade	por	parte	dos	pais	ou	cuidadores.	Nas	crianças	e
adolescentes	com	depressão,	há,	frequentemente,	piora	do	rendimento	escolar.
Tem	sido	proposto	que	haveria	duas	subformas	de	depressão	na	infância	e	na
adolescência:	 uma	 “pura”,	 sem	 sintomas	de	 comportamentos	disruptivos,	mais
frequente	em	garotas,	e	uma	com	sintomas	disruptivos,	mais	comum	em	garotos
e	rapazes	com	redução	no	QI	e	pior	desempenho	escolar	(Riglin	et	al.,	2016).
Idosos	 frequentemente	 apresentam	 depressão	 (a	 prevalência	 pontual	 pode
chegar	 até	 15	 a	 20%).	 Os	 sintomas	 mais	 comuns	 são,	 além	 da	 tristeza	 (ou
dificuldade	 em	 sentir-se	 alegre),	 sentimentos	 de	 solidão,	 choro,	 pouco	 apetite,
•
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descuido	consigo	mesmo,	 falta	de	esperança,	não	aproveitar	a	vida,	 sentir	 que
tudo	é	um	grande	esforço	 e	dificuldades	cognitivas.	A	depressão	em	 idosos	 se
associa	a	risco	maior	de	quedas,	incapacidades	físicas	e	mortalidade	(Andreescu
et	al.,	2008;	Brown	et	al.,	2016).
Depressão	e	personalidade
Uma	linha	consistente	de	estudos	 tem	associado	as	síndromes	depressivas	com
aspectos	da	personalidade	antes,	durante	e	depois	dos	episódios	de	depressão.
De	modo	geral,	pessoas	que	apresentam	episódios	depressivos	moderados	ou
graves	 tendem	 a	 apresentar	 o	 perfil	 de	 personalidade,	 com	 base	 no	Big-Five,
aumentado	 para	 neuroticismo	 (instabilidade	 emocional,	 tensão,	 tendência	 à
ansiedade,	 preocupação	 e	 autopiedade)	 e	 diminuído	 para	 extroversão
(propensão	 à	 atividade,	 assertividade,	 energia,	 entusiasmo,	 busca	 dos	 outros,
socialização)	(Klein	et	al.,	2011).
Os	 transtornos	 da	 personalidade	 ocorrem	 em	 14	 a	 44%	 das	 pessoas	 com
depressão,	 sendo	 os	 diagnósticos	mais	 frequentes:	 transtorno	 da	 personalidade
borderline	 (16-31%),	 obsessivo-compulsiva	 (≈16%),	 paranoide	 (≈10%),
esquizoide	(≈7,4%),	evitativa	(≈6,5%)	e	antissocial	(≈6,3%)	(ver	Cap.	25,	sobre
personalidade).
O	Quadro	29.5	apresenta	perguntas	que	facilitam	a	 identificação	da	depressão
na	história	do	paciente.
Quadro	29.5	|	Semiotécnica	de	episódios	depressivos	no	passado
PERGUNTAS:
Você	teve	períodos	em	que	se	sentiu	muito	triste	ou	desanimado	(claramente	diferente	do	habitual)?	Nesses	períodos,	não	achava	graça
em	nada,	perdeu	o	interesse	ou	o	prazer	pelas	coisas?
Percebeu	que	o	apetite	diminuiu	ou	aumentou?	Emagreceu	ou	engordou?
Sentia-se	também	irritado	ou	nervoso?	Tinha	insônia	ou	dormia	demais?
Sentia-se	mais	cansado	que	o	habitual?	Perdeu	o	“pique”?
Tinha	dificuldade	para	trabalhar	ou	estudar?
Sentia	dificuldades	para	se	concentrar	ou	tomar	decisões?
Tinha	ideias	negativas,	como	pensar	em	morrer?	Sentia-se	culpado	ou	arrependido?
EM	CASO	DE	RESPOSTA	CONFIRMANDO	QUE	JÁ	TEVE	PERÍODOS	DE	DEPRESSÃO,	PERGUNTAR:
Quando	foi	que	isso	aconteceu	pela	primeira	vez?	Ocorreu	mais	de	uma	vez?
Quanto	tempo	duravam	esses	períodos?	Quando	foi	o	último	período?
O	que	o	ajudou	a	melhorar?	O	que	o	fazia	piorar?
Os	 instrumentos	 padronizados	 de	 avaliação	 da	 depressão,	 Escala	 de
Avaliação	 para	 Depressão	 de	 Montgomery	 e	 Åsberg	 (MADRS)	 e	Escala	 de
Hamilton	para	Avaliação	de	Depressão,	estão	disponíveis	no	hotsite	desta	obra.
	PARTE III - Psicopatologia e as grandes síndromes e transtornos psicopatológicos
	Capítulo 29 | Síndromes depressivas
	Perdas e depressão
	Subtipos de síndromes e transtornos depressivos
	Episódio de depressão e transtorno depressivo maior recorrente (CID-11 e DSM-5)
	Transtorno depressivo persistente e transtorno distímico (CID-11 e DSM-5)
	Depressão atípica ou depressão com características atípicas (DSM-5)
	Depressão tipo melancólica ou endógena (CID-11 e DSM-5)
	Depressão psicótica ou depressão com sintomas psicóticos (CID-11 e DSM-5)
	Estupor depressivo ou depressão com catatonia (DSM-5)
	Depressão ansiosa ou agitada ou com sintomas ansiosos proeminentes (CID-11 e DSM-5) e transtorno misto de depressão e ansiedade (CID-11)
	Depressão unipolar ou depressão bipolar
	Depressão como transtorno disfórico pré-menstrual (CID-11 e DSM-5)
	Depressão mista ou depressão com características mistas (DSM-5)
	Depressão secundária ou orgânica (transtorno depressivo devido a outra condição médica ou induzido por substância ou medicamento, CID-11 e DSM-5)
	Depressão como fator de risco para doenças físicas
	Depressão em crianças, adolescentes e idosos
	Depressão e personalidade

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