Buscar

Fundamentos da Administração Financeira Livro[3209728]

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos da Administração Financeira (livro )
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
· Compreender as funções da administração financeira, seus conceitos, características e aplicabilidade.
· Conhecer os conceitos e características do mercado financeiro.
· Apresentar as áreas da administração financeira e os agentes que nelas atuam.
Compreender as modalidades de empresas e suas peculiaridades.
CONTEXTUALIZAÇÃO
O mundo das finanças, tanto pessoais quanto organizacionais, é extremamente complexo e dinâmico, exigindo muito estudo dos profissionais que atuam nesta área.
A administração é uma ciência que tem como objetivo o estudo de métodos usados para administrar, sendo um processo de tomada de decisão sobre objetivos e utilização de recursos.
O termo finanças representa o estudo da circulação do dinheiro entre as pessoas e empresas ou, ainda, entre os Estados. As finanças surgem como um ramo da economia que se dedica a avaliar como são obtidos e geridos os recursos.
Portanto, finanças está relacionado ao processo de troca (transferência de dinheiro entre pessoas ou organizações públicas, privadas e do terceiro setor). Desta forma, podemos dizer que a administração financeira é a ciência de administrar (gerenciar os recursos financeiros) de uma pessoa ou organização.
Tem como principais áreas: investimentos, instituições financeiras, finanças internacionais e finanças corporativas. No decorrer deste capítulo iremos caracterizar e contextualizar cada uma dessas áreas individualmente.
CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A administração financeira pode ser entendida como uma técnica ou ciência para administrar recursos, ou seja, ela está voltada para a gestão do dinheiro, dos relacionamentos com as instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governo. A gestão financeira detém a tarefa de gerir o relacionamento de instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN, 2002).
De maneira geral, o conceito de administração financeira pode ser definido como a arte ou ciência de gerenciar os recursos financeiros de pessoas físicas ou jurídicas, buscando alcançar a máxima eficiência nos processos, a fim de obter a maximização dos retornos do capital investido.
Aqueles que se especializam em finanças provavelmente devem começar sua carreira em uma dessas três áreas: (1) mercado de capitais e instituições, que trabalham com mercados de títulos e instituições financeiras; (2) Investimentos, que se especializam no apoio às decisões tomadas tanto pelos investidores individuais quanto pelos institucionais durante o processo de escolha de títulos para suas carteiras de investimentos e (3) administração financeira ou finanças de empresas, que envolvem decisões dentro de empresas. Dentro destas áreas existem muitas e variadas oportunidades, porém, para ser bem-sucedido, o administrador financeiro deve conhecer das três áreas.
AS FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO E DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
As funções típicas da administração financeira estão relacionadas às atividades da organização, que segundo Hoji (2008, p. 7), são: “análise, planejamento e controle financeiro, tomadas de decisões de investimentos e tomadas de decisões de financiamentos”. Todas as atividades da organização, sejam elas operacionais ou não, envolvem recursos, e, portanto, precisam ser conduzidas para a satisfação dos objetivos.
Para Spiro (2001), todas as atividades empresariais envolvem recursos e, portanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As atividades de porte financeiro têm como base de estudo e análise de dados retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de caixa da empresa, tendo em vista que a partir desta ferramenta é que se percebe a quantia real disponível no ativo circulante para financiamentos e novas atividades. Para Spiro (2001), as principais funções típicas do administrador financeiro são:
· análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter a maximização dos resultados;
· boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
· crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos;
· caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;
· contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e despesas operacionais.
Segundo Gitman (2010, p. 11):
Além do envolvimento constante com análise e o planejamento financeiro, as principais atividades dos administradores financeiros são tomar decisões de investimento e de financiamento. As de investimento determinam a combinação e os tipos dos ativos que a empresa detém. As de financiamento determinam a combinação e os tipos de financiamento por ela usados.
Resumidamente, o gestor financeiro tem como principais funções analisar, planejar e controlar os recursos financeiros; tomar decisões de investimento; tomar decisões de financiamento e atingir os objetivos e compromissos estipulados pelas organizações (ASSAF NETO, 2010).
ATIVIDADE DE ESTUDOS:
1) Até aqui apresentamos alguns dos principais conceitos da administração financeira. Com base no que foi visto, descreva quais são as principais ferramentas de gestão que devem ser analisadas e utilizadas como base para a tomada de decisão pelos gestores financeiros.
Responder
ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Tradicionalmente, os tópicos ou áreas em finanças são agrupados em quatro áreas principais: (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010, p. 36).
· Finanças corporativas;
· Investimentos;
· Instituições financeiras;
· Finanças internacionais.
a) Finanças corporativas
Finanças Corporativas ou Empresariais têm como principal função realizar o planejamento, controle, orçamento e análise de investimentos e financiamentos, para que as organizações possam gerenciar os riscos das operações e administrar todas as entradas e saídas em seu fluxo de caixa. Portanto, esse conceito está associado à realização de transação do capital para criar, desenvolver e, principalmente, fazer crescer as organizações (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005).
Esta área requer muito conhecimento do profissional financeiro, pois este toma decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos; estrutura financeira (planejamento); controle de gestão; obtenção de resultado de empresas; órgãos governamentais. Este é o tema principal deste livro e será discutido mais detalhadamente nos próximos capítulos.
b) Investimentos
A área de investimentos lida com ativos financeiros, tais como ações e obrigações. Entre as obrigações podemos destacar as debêntures, títulos públicos e privados, derivativos etc.
O profissional financeiro que desejar atuar nesta área terá entre suas atividades: calcular preços desses ativos, determinar os riscos envolvidos e o retorno possível, bem como, analisar o contexto para definição da melhor composição de carteiras para cada tipo de cliente investidor. Esse profissional pode atuar como operador de Bolsa de Valores, administrador de carteiras de fundos ou ainda como analista de títulos.
c) Instituições financeiras
Instituições financeiras são negócios que, basicamente, lidam primeiramente com assuntos financeiros, bancos, associações de poupança e empréstimo e seguradoras, são as mais conhecidas. Essas instituições empregam profissionais para desempenhar uma grande variedade de tarefas relacionadas a finanças.
Profissionais que atuam nesta área podem ocupar funções relacionadas à área de empréstimos, seguros, previdência privada, captação de recursos, capitalização etc.
d) Finanças internacionaisPodemos definir finanças internacionais como uma especialização do que propriamente uma área, pois requer conhecimento em todas as áreas citadas, sua atuação envolve aspectos internacionais, correlacionados com finanças corporativas, investimentos e instituições financeiras, por exemplo, a administração de carteiras e análise de títulos de companhias de outros países. Também empresas nacionais com operações no exterior precisam analisar a taxa de câmbio e risco político, empréstimos internacionais, administração de carteira e análise de títulos de empresas sediadas em vários países.
GESTOR, ADMINISTRADOR, COTISTA: SAIBA “QUEM É QUEM” NOS FUNDOS DE INVESTIMENTO
Todo fundo de investimento possui uma estrutura definida, é interessante que você conheça os seus principais pilares antes de aplicar os seus recursos. Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, no administrador do fundo, mas sabe exatamente qual é a sua função? E o gestor, você tem ideia de quais são as atribuições deste profissional? Também há o custodiante, auditor, entre outros profissionais.
Se você tem dúvidas sobre o papel de cada um na indústria de fundos, confira as definições a seguir:
Gestor
Quando você aplica diretamente em algum ativo, ações ou títulos públicos, por exemplo, é o responsável por administrar a sua própria carteira de investimentos e tomar as decisões de compra e venda, com objetivo de conseguir mais rentabilidade.
A grande diferença de aplicar em fundos de investimentos é que você transfere esta tarefa de decisão para uma terceira pessoa, o gestor do fundo, que é um profissional habilitado e qualificado para este tipo de atividade. “O gestor é responsável pela compra e venda dos ativos do fundo, segundo objetivos e política de investimento estabelecida no regulamento”, define a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Isso quer dizer que é ele quem escolhe em quais ativos aquele fundo vai aplicar, quais os percentuais de alocação do portfólio e o momento de entrada e saída dos investimentos (também conhecido como zeragem de posição ou simplesmente stop), sempre dentro das regras definidas pelo regulamento do fundo e de acordo com a sua classificação.
Exemplo: se aquele for um fundo de renda fixa, o gestor precisa alocar pelo menos 80% da carteira em títulos públicos federais. Se for um fundo de ações, é preciso investir ao menos 67% da carteira em ações à vista ou em outros valores mobiliários.
Por isso, é importante que, antes de você optar por determinado fundo de investimento, faça uma pesquisa sobre o gestor daquele fundo, verifique o seu currículo e sua experiência no mercado financeiro e analise a rentabilidade passada dos fundos geridos por ele, se possível, em um período longo de tempo, para conseguir ter uma noção melhor.
O gestor pode ser uma pessoa física ou jurídica e, em ambos os casos, necessita ter registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Administrador
O administrador é uma empresa que cuida do dia a dia do fundo e controla os prestadores de serviço - tais como gestor, auditor, custodiante -, além de acompanhar os fluxos de caixa do fundo e, principalmente, defender os direitos dos cotistas. “É o responsável pelo funcionamento do fundo”, define a Anbima.
Além disso, ele é o responsável pela constituição do fundo e também pelo seu registro na CVM. Também cabe à empresa que administra o fundo aprovar o seu regulamento e prestar contas aos reguladores e aos cotistas, seja divulgando o valor da cota diariamente, seja enviando um extrato mensal aos investidores, entre outras informações.
Auditor
Quando se trata de investimentos e aplicações financeiras, todo cuidado é pouco. Afinal, você não ficaria tranquilo em deixar o seu dinheiro nas mãos de uma empresa pouco confiável, com uma administração nada transparente, e que pode estar passando por dificuldades financeiras.
Por isso, para garantir mais tranquilidade para os investidores, uma das exigências para que um fundo possa existir é que ele possua um auditor independente.
O auditor é uma empresa contratada pelo administrador do fundo e que tem a responsabilidade de auditar anualmente as contas e documentos deste fundo - que precisam seguir normas específicas estabelecidas pela CVM, ou seja, o papel do auditor dentro do fundo de investimento é garantir transparência para o investidor e a segurança de que a administração está sendo efetuada da maneira correta.
É importante lembrar que a empresa responsável pela auditoria deve estar autorizada pela CVM para efetuar este tipo de serviço.
Custodiante
Quando você aplica seu dinheiro em um fundo de investimento, não compra diretamente um ativo, mas, sim, cotas do fundo (o gestor é o que faz a compra dos ativos).
As suas cotas, por sua vez, têm uma relação direta com os ativos adquiridos e com a valorização (ou desvalorização) destes papéis. Mas os papéis adquiridos pelo gestor não ficam guardados na própria asset, mas, sim, em uma empresa contratada para isso: o custodiante.
Assim, o custodiante é a empresa responsável por guardar os ativos do fundo. É ela que responde pelos dados e envio de informações dos fundos para os gestores e administradores.
Além de guardar os ativos do fundo de investimento, o serviço de custódia engloba a liquidação física e financeira dos ativos, quer dizer, a efetivação da compra e a venda das ações, títulos e demais ativos escolhidos pelo gestor, e também a administração e informações de eventos associados a esses ativos.
A empresa custodiante também precisa ser autorizada pela CVM para poder guardar os ativos pertencentes ao fundo de investimentos.
Cotista
Apesar de o nome não ser tão comum, cotista é aquele que detém cotas de um fundo de investimento. De maneira simples e direta, é você, o próprio investidor.
É importante lembrar que não importa se for um pequeno ou grande investidor, ao aplicar em um fundo, todos têm os mesmos direitos e devem receber o mesmo tratamento, independentemente de valor aplicado.
Existem alguns tipos diferenciados de cotistas, ou investidores, classificados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
· Investidor qualificado:
Aqueles que possuem investimentos financeiros no valor superior a R$ 300 mil reais e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado por meio de um termo próprio.
· Investidor superqualificado:
Como no caso dos investidores qualificados, entretanto, é preciso que este investidor tenha, no mínimo, R$ 1 milhão disponível para investir.
Fonte: Disponível em: <http://www.infomoney.com.br/onde-investir/noticia/2293662/gestor-administrador-cotista-saiba-quem-quem-nos-fundos-investimento>. Acesso em: 28 jan. 2018.
TIPOS DE EMPRESAS
Examinaremos, a seguir, as três diferentes modalidades legais de organização de empresas, segundo Ross, Westerfield e Jordan (2010):
· Firmas individuais;
· Sociedade por cotas;
· Sociedade por ações.
a) Firmas individuais
As firmas individuais são aquelas que, como o próprio termo já revela, são empresas que pertencem a apenas um indivíduo, ou seja, não possuem sócios. Nesta modalidade, o patrimônio total do indivíduo “único dono da empresa” pode ser utilizado para saldar as dívidas da mesma, sendo a responsabilidade ilimitada. Esta modalidade é muito comum entre pessoas com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os ganhos ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.
b) Sociedades por quotas
Na modalidade de sociedade por cotas, a própria expressão também revela a situação jurídica da empresa, a qual se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. Cada sócio tem a sua responsabilidade limitada às cotas que possui de participação na empresa. A forma de tributação se distingue das firmas individuais, e também entre as diferentes atividades industriais, comerciais e de serviços.
c) Sociedades por ações
Sociedade por ações são sociedades comerciais que têm seu capital social dividido em ações, formadas por acionistas que compram determinada quantidade de ações ordináriasou preferenciais de uma organização, limitando a sua responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações da mesma organização ou serem acionistas de outras empresas, negociando suas ações a fim de maximizar seus resultados. Estas ações são negociadas nas bolsas de valores com intermediação de corretoras de valores.
ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS NO BRASIL
Examinaremos a seguir as quatro modalidades mais comuns de empresas que podem ser adotadas no Brasil:
· Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.).
· Empresa Individual.
· Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli).
· Microempreendedor Indivual (MEI).
a) Sociedade Empresarial Limitada (Ltda.)
Esse tipo de empresa é composto por dois ou mais sócios, ambos respondem financeira e administrativamente pela empresa, conforme o capital social que aplicaram e a cláusula de exercício de administração constante no contrato social.
Porém, os envolvidos não respondem pelas dívidas empresariais, com todos os seus bens pessoais. Nesse tipo de empresa os patrimônios de pessoa jurídica e pessoa física são separados. Se a empresa não honrar com o pagamento de um empréstimo de R$ 200 mil reais, por exemplo, o sócio arcará com apenas o valor de sua participaçãção, se for de apenas R$ 50 mil reais, ele terá que arcar apenas com esse valor. Então, se ele tiver um patrimônio pessoal de R$ 100 mil reais, o valor total de seu patrimônio não será considerado para honrar a dívida, apenas os R$ 50 mil reais referentes à sua participação social.
b) Empresa individual
Diferente da limitada, na empresa individual o empresário não é sócio, mas proprietário da mesma. Inclusive, o nome empresarial precisa ser o mesmo do empresário, podendo apenas escolher um nome fantasia para o empreendimento.
Nas empresas individuais, mesmo que exista um capital social, o empresário responde por todo o negócio, e seu patrimônio pessoal pode ser tomado para quitar dívidas abertas. Diferente dos demais tipos de empresa, a individual não tem contrato social, pois não há sócios, apenas um requerimento de empresário é formalizado com os dados de empreendedor e empresa.
c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)
A Eireli é formada sempre por apenas um sócio, porém, segue o mesmo modelo da Limitada. O sócio, nesse caso, toma decisões sozinho, por ser o único envolvido, e assim como na sociedade limitada, tem seu patrimônio separado daquele da empresa e responde financeiramente por ela até o limite do capital social da organização, usando na empresa um nome empresarial, não o seu próprio.
d) Microempreendedor Indivual (MEI)
O microempreendedor individual também é um tipo de empresa individual, pela qual o proprietário tem seu nome como nome do negócio, sendo totalmente responsável pelo mesmo e respondendo inclusive com seus bens de pessoa física pelas dívidas da empresa.
Na abertura, o MEI automaticamente é enquadrado no regime de tributação Simples Nacional, não tendo opção para escolher outro regime tributário. Não podem faturar mais de R$ 81 mil reais anualmente e caso ultrapassem esse valor, devem fazer a transição para outro tipo de empresa.
O MEI também possui restrição quanto ao número de funcionários, que não pode passar de um. Se o empreendedor tiver a necessidade de contratar mais colaboradores, precisará mudar o tipo de empresa para isso.
MERCADO FINANCEIRO
Em uma economia, de um lado existem os que possuem poupanças financeiras e, do outro, os que dela necessitam. A intermediação entre os dois lados ocorre no mercado financeiro. As instituições que intermedeiam as operações captam dos investidores, depositantes e repassam os recursos aos tomadores, cobrando uma taxa de intermediação conhecida como spread.   
Um bom exemplo de spread é o bancário, que nada mais é do que a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica. Nesse contexto, o termo inglês spread significa margem.
Os investidores podem ser poupadores, por exemplo, pessoas físicas, investidores pessoa jurídica, exportadores e órgãos governamentais. Os tomadores poderiam ser empresas que necessitam de recursos, por exemplo, pessoas físicas que necessitam de financiamento de imóvel, importadores que necessitam liquidar suas obrigações em moeda estrangeira, e o governo, que necessita financiar a dívida pública. O próprio tomador poderia ser um dos investidores (e vice-versa). A moeda de transferência, por exemplo, poderia ser a moeda nacional, moeda estrangeira, ou outra unidade monetária.
O mercado financeiro pode ser subdividido em quatro mercados específicos, embora muitas vezes ocorra a sobreposição entre eles (HOJI, 2012; ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010; ASSAF NETO, 2010):
· Mercado monetário;
· Mercado de créditos;
· Mercado de capitais;
· Mercado de câmbio.
a) Mercado monetário
No mercado monetário são negociadas, basicamente, operações de curto e curtíssimo prazo.
A política monetária do Governo Federal é executada por meio desse mercado, com a compra e venda pelo Banco Central de títulos de dívida emitidos pelo Tesouro Nacional, por exemplo, Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN). O Banco Central não mais emite títulos de dívida, somente os utiliza para exercer a política monetária.
Quando há necessidade de reduzir a liquidez do mercado financeiro, o Banco Central coloca os títulos à venda, e os agentes econômicos adquirem-nos, pagando em moeda. Quando há necessidade de aumentar a liquidez do mercado financeiro, o Banco Central resgata os títulos antes do vencimento.
No mercado monetário são negociados também títulos emitidos pelas instituições privadas, por exemplo, certificados de depósito interbancário (CDI), certificados de depósito bancário (CDB) e debêntures.
CDI - CDI significa Certificado de Depósito Interbancário. Para simplificar, é o nome dos empréstimos que os bancos tomam entre si diariamente para fechar o caixa no positivo. Sua taxa é usada como referência em diversos investimentos. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível em: <https://www.btgpactualdigital.com>.
CDB - O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título que os bancos emitem para se capitalizar, ou seja, conseguir dinheiro para financiar suas atividades de crédito. Portanto, ao adquirir um CDB, o investidor está efetuando uma espécie de empréstimo para a instituição bancária em troca de uma rentabilidade diária. Existem três tipos principais de CDB: o prefixado, o pós-fixado e os que pagam juros mais um índice de inflação. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível em: <http://www.infomoney.com.br>.
Debêntures - A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora. Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais, que as empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma também de melhor gerenciar suas dívidas. Acesse o link a seguir e saiba mais. Disponível em:  <http://www.portaldoinvestidor.gov.br>.
b) Mercado de créditos
É no mercado de créditos que as pessoas físicas e jurídicas suprem as necessidades de caixa de curto e médio prazo (eventualmente podem também ocorrer operações de curtíssimo e longo prazo). Geralmente, é nesse mercado que os tomadores de recursos se relacionam com os intermediários financeiros (bancos comerciais e múltiplos, bancos de investimento e sociedades de crédito, financiamento e investimento), que lhes concedem crédito para suprir as necessidades de capital de giro e as necessidades de financiamento de bens e serviços (HOJI, 2012).
Os recursos financeiros negociados nesse mercado originam-se basicamente de depósitos captados pelas instituições financeiras, repasses de linhas de crédito (oficiais e externas) e recursos próprios das instituições financeiras, por exemplo, os empréstimos bancários, financiamentos ou quando precisamos usar o cheque especial. Nesse mercadosão negociados os recursos de curto, médio e longo prazo para pessoas e empresas que buscam recursos para capital de giro ou consumo.
Sendo as operações de crédito mais comuns os empréstimos para capital de giro, descontos de títulos, conta garantida, assunção de dívidas, adiantamento sobre contrato de câmbio (ACG), repasse de recursos externos (Antiga Resolução nº 2.770), financiamento de importação e financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.
c) Mercado de capitais
A finalidade do mercado de capitais é a de financiar as atividades produtivas e o capital de giro das empresas, por meio de recursos de médio e longo prazo. Os principais instrumentos de financiamento existentes no mercado de capitais brasileiro são:
· Ações;
· Debêntures;
· Notas promissórias (commercial papers).
Quando você compra um lote de ações na bolsa de valores, está aplicando no mercado de capitais.
As ações e os títulos de crédito (debêntures e commercial papers) são negociados no mercado primário e no mercado secundário. No mercado primário, as empresas emitem as ações e os títulos de crédito e obtêm recursos novos para suprir suas necessidades de caixa. Posteriormente, esses ativos são transacionados no mercado secundário. Diferentemente do mercado de crédito, no mercado de capitais o crédito é concedido pelos emissores aos próprios investidores, que adquirem as ações e os títulos de crédito. 
No mercado financeiro internacional são emitidos títulos de crédito denominados bonds (títulos com prazos a partir de 10 anos) e notes (títulos com prazos inferiores a 10 anos). 
A outra modalidade de financiamento bastante comum para empresas brasileiras é o arrendamento mercantil, mais conhecido como Leasing financeiro, que são operações praticadas pelas sociedades de arrendamento mercantil.
O leasing é uma operação com características legais próprias, não se constituindo operação de financiamento. Nas operações de leasing, o bem é arrendado ao arrendatário, e pode ser adquirido ou não por ele ao final do contrato. Nas operações de financiamento, o bem é sempre adquirido pela pessoa que contratou o financiamento. 
MERCADO PRIMÁRIO X MERCADO SECUNDÁRIO
Uma das principais funções do mercado de capitais é possibilitar que as companhias ou outros emissores de valores mobiliários, com o intuito de viabilizar projetos de investimento, captem recursos diretamente do público investidor em condições mais vantajosas do que as oferecidas pelos empréstimos e financiamentos bancários. Quando as companhias decidem levantar recursos dessa forma, elas realizam uma nova emissão de valores mobiliários no mercado.
O mercado primário é aquele em que os valores mobiliários de uma nova emissão da companhia são negociados diretamente entre a companhia e os investidores subscritores da emissão, e os recursos são destinados para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa.
Entretanto, alguns desses valores mobiliários, como as ações, representam frações patrimoniais da companhia, e dessa forma, não são resgatáveis em data predefinida. Da mesma forma, outros podem ter prazos de vencimento muito longo. Essas características, entre outras, poderiam afastar muitos dos investidores do mercado de capitais, caso eles não tivessem como negociar com terceiros os valores mobiliários subscritos, dificultando o processo de emissão das companhias.
O mercado secundário cumpre essa função. É o local em que os investidores negociam e transferem entre si os valores mobiliários emitidos pelas companhias. Nesse mercado ocorre apenas a transferência de propriedade e de recursos entre investidores. A companhia não tem participação. Portanto, o mercado secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no mercado primário.
Fonte: Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov.br>. Acesso em: 28 jan. 2018.
d) Mercado de câmbio
No mercado de câmbio são negociadas moedas internacionais conversíveis, pelas instituições credenciadas pelo Banco Central. É no mercado de câmbio que se realiza a troca de moeda de um país pela moeda de outro país.
Quando viajamos para outro país, por exemplo, Estados Unidos, precisamos comprar dólares para garantir nossas compras e passeios, neste momento, de forma simplista, estamos atuando no mercado de câmbio.
Algumas das principais moedas estrangeiras negociadas no mercado de câmbio brasileiro são:
· Dólar dos Estados Unidos.
· Iene do Japão.
· Euro da União Europeia.
· Libra esterlina da Grã-Bretanha.
· Franco da Suíça.
A moeda estrangeira é negociada principalmente pelos agentes econômicos que mantêm relação de comércio internacional e pelos que captam recursos no exterior, além das instituições financeiras autorizadas a operar com câmbio.
As empresas exportadoras vendem as mercadorias ao mercado exterior e recebem em moeda estrangeira, e para utilizá-la, precisam convertê-la em moeda nacional. A conversão para moeda nacional é feita com a venda da moeda estrangeira para uma instituição autorizada a negociá-la.
Quando as empresas importadoras precisam pagar as importações, fazem a operação inversa, ou seja, trocam a moeda nacional pela moeda estrangeira da importação e a remetem para o exportador estrangeiro (HOJI, 2012).
TIPOS DE INVESTIMENTO 
Conforme podemos perceber, existem no mercado financeiro basicamente dois tipos de investimento, sendo a renda fixa e a renda variável. Tanto a renda fixa quanto a variável possuem vantagens e desvantagens que precisam ser levadas em consideração pelos investidores.
Segundo o banco de investimentos BTG Pactual, em nosso país, a renda fixa possui maior adesão do que a renda variável. Sendo a poupança considerada a campeã de aplicações, mesmo que muitos especialistas apontem a poupaça como uma péssima forma de investimento.
Quando falamos em renda fixa, estamos falando de investimentos que oferecem um cálculo do retorno exato antes da aplicação. Esse tipo de título pode ter rendimento prefixado, com um juro anual definido, pós-fixado, atrelado a um indicador como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, referência de rentabilidade), ou híbrido, com um juro fixo mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice que veremos mais detalhadamente a seguir, considerado a inflação oficial do país.
Em contrapartida, o caminho da renda variável é pouco trilhado pelo investidor pessoa física em nosso país. Neste tipo de investimento, a remuneração ou a forma de cálculo não é conhecida no momento da aplicação. Os investimentos de renda variável são, portanto, mais arriscados e recomendados para investidores mais experientes e que possuem um perfil mais arrojado.
Como exemplos de renda variável, temos as ações, opções e derivativos na bolsa de valores, fundos de investimento de ações e multimercados etc.
Se compararmos a renda variável com a renda fixa, perceberemos que a variável acarreta maior volatilidade e maior risco de prejuízo, porém, oferece também potencial de retornos mais altos.
Para quem está começando, é importante ter cautela e não alocar todas as suas reservas em renda variável. Inicialmente, procure identificar o seu perfil de investidor, saber se esse tipo de investimento faz sentido para você e busque se informar primeiro. Se for o caso, destine, inicialmente, uma parcela pequena, como 5% ou 10%, para ações ou fundos (BTG PACTUAL, 2018).
ATIVIDADE DE ESTUDOS:
1) A administração financeira é o conjunto de atividades que administra o fluxo de recursos financeiros das organizações. Utilizando como base de estudo e análise dados retirados do Balanço Patrimonial e principalmente do fluxo de caixa, e tendo em vista que a partir destas ferramentas é que se percebe a quantia real disponível no ativo circulante para financiamentos e novas atividades. As alternativas abaixo se referem às funções típicas do administrador financeiro, exceto:
A) Analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter a maximização dos resultados.
B) Analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeirosdisponíveis.
C) Exercer atividades contábeis, como elaboração de demonstrações contábeis pelo estudo dos elementos que compõem o patrimônio monetário das empresas.
D) Efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa.
E) Analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos.
Responder
INFLAÇÃO E TAXA DE JUROS
A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e geral no valor dos preços.
Esse aumento generalizado de preços provoca a redução do poder de compra, ou seja, diminui o poder aquisitivo da moeda, isto significa que com a mesma quantidade de dinheiro, passa-se a comprar menos quantidade de produtos e serviços.
Em contrapartida, pode ocorrer a redução generalizada de preços, esse fenômeno chama-se deflação (HOJI, 2012). Quando não há aumento nos preços e a inflação chega a zero, dizemos que houve uma estabilidade nos preços.
a) Tipos de inflação
Existem diversos tipos de inflação, porém, todos referem-se a um só fenômeno, o aumento de preços. As diversas expressões ou tipos de inflação diferem entre si por alguns aspectos, devido à causa ou em consequência do processo retroalimentador, ou pelo aspecto dinâmico do fenômeno, ou ainda, pelas expectativas dos agentes econômicos (VIANNA, 2003). Para esta disciplina iremos considerar os tipos de inflação mais comuns, que são:
· Inflação de demanda: Pode ser caracterizada pelo excesso de demanda em um determinado setor da economia. Esse tipo de inflação ocorre quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços na economia, sendo causada pelo crescimento dos meios de pagamento, não acompanhado pelo crescimento da oferta de bens e serviços. A inflação de demanda só pode ocorrer quando a economia estiver a pleno emprego ou em uma situação de auge do ciclo econômico.   
· Inflação de custos: Está associada à alta de preços decorrente da elevação nos custos de produção das empresas. Conhecida como inflação de oferta, acontece por causa da oferta, por exemplo, quando há uma subida dos custos de produção das empresas e o nível da demanda permanece o mesmo. Essa situação gera uma retração da oferta e provoca um aumento dos preços de mercado.
· A inflação inercial: Também é conhecida como inflação psicológica, está associada à ideia de que a inflação presente nada mais é que a repetição da inflação passada, não é causada necessariamente por uma mudança na demanda ou oferta. Em muitos casos, ocorre porque as pessoas acreditam que a subida dos preços vai permanecer.
· A inflação estrutural: Tem origem na própria estrutura e dinâmica da economia, sendo causada pela incapacidade de certos setores produtivos em atender às solicitações da demanda (VIANNA, 2003). Se parece muito com a inflação de custos, porém a subida de preço ocorre por uma falta de eficiência das infraestruturas envolvidas no processo produtivo.
Se você quiser conhecer mais sobre os tipos de inflação, existem bons livros sobre este assunto, por exemplo: VIANNA, Pedro Jorge Ramos. Inflação. Barueri: Manole, 2003.
b) Índices de inflação 
Os indicadores ou índices de preços possuem o objetivo de mensurar a variação de preços, com a finalidade de atender a diversas necessidades. Apresentaremos a seguir alguns dos principais indicadores de índices econômicos brasileiros, segundo Hoji (2012):
· IGP-DI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade interna: O IGP-DI é apurado desde 1947 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é calculado desde fevereiro de 1954 com a mesma estrutura de ponderação. O período de coleta de dados vai do primeiro ao último dia de cada mês, sendo divulgado no final da primeira quinzena do mês seguinte.  Obtido pela média aritmética ponderada de outros três índices: 60% de IPA (Índice de Preços por Atacado), 30% de IPC (Índice de Preços ao Consumidor) apurado nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo, e 10% de INCC (Índice Nacional de Custos da Construção).
· IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado: Esse índice tem a mesma composição e estrutura do IGP-DI, mas o período de coleta de dados vai do dia 21 de um mês até o dia 20 do mês seguinte. Foi criado em 1989, por encomenda da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) e outras instituições do mercado financeiro à FGV, para atender à necessidade do mercado financeiro de acompanhar a evolução e a tendência do índice de preços em prazo menor.
· INPC-IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor da FIBGE: O INPC-IBGE reflete a variação de preços da cesta básica das famílias com rendimento entre um e oito salários-mínimos, em supermercados, feiras, mercearias, domicílios etc. Esse índice começou a ser calculado a partir de setembro de 1979 pela FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e reflete a variação dos preços pagos pelos consumidores das principais regiões metropolitanas. Os dados são coletados do primeiro ao último dia de cada mês, sendo o índice divulgado até o final da primeira quinzena do mês seguinte.
· IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo da FIBGE: O IPCA é um importante índice de preços para a execução da política monetária do Banco Central do Brasil, pois é utilizado para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação, adotado a partir de julho de 1999. Esse índice é calculado e divulgado mensalmente pela FIBGE desde 1980, de forma semelhante ao INPC, e reflete a variação dos preços das cestas de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 40 salários-mínimos.   
· IPC-FIPE – Índice de Preço ao Consumidor da FIPE: Sendo considerado um dos índices de preços mais antigos do Brasil, o IPC-FIPE mede o custo de vida da família paulistana durante o mês (do primeiro ao último dia de cada mês). A cesta básica considerada a partir de janeiro de 1994 é de 1 a 20 salários-mínimos. Originalmente, denominava-se Índice Ponderado de Custo de Vida da Classe Operária na Cidade de São Paulo e foi apurado no período de 1939 a 1968 pela Prefeitura Municipal de São Paulo. Em 1968, a responsabilidade da apuração foi transferida para o IPE-USP (Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo, antecessor da Fipe-USP). Em 1972, a denominação do índice foi alterada para Índice de Preços ao Consumidor (Custo de Vida) da Classe de Renda Familiar Modal no Município de São Paulo.      
· ICV-DIEESE – Índice do Custo de Vida do DIEESE: Esse índice é apurado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com a finalidade de medir o custo de vida da classe trabalhadora. A coleta de dados é feita no município de São Paulo, com base em custo de vida das famílias com rendimento entre 1 e 30 salários-mínimos. A pesquisa de preços é realizada do primeiro ao último dia de cada mês.
JUROS 
Os juros podem ser compreendidos como a remuneração do capital, ou seja, uma espécie de aluguel sobre o dinheiro emprestado. O indivíduo que empresta o dinheiro é um tipo de investidor e passa a ser credor, o indivíduo ou organização que recebe estes recursos é o tomador ou captador. A taxa seria uma compensação paga pelo captador do empréstimo para ter o direito de usar o recurso emprestado até o vencimento do prazo para pagamento. Por outro lado, o credor recebe uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia do pagamento, bem como, por correr o risco de não receber o dinheiro de volta se o tomador do recurso não cumprir com suas obrigações.
a) Juros comerciais e juros exatos
Quando nos referimos a juros comerciais e juros exatos, estamos basicamente tratando das taxas de juros, que devem ser expressas em porcentagem e que podem ser calculadas com base em duas situações. Primeiramente com base em um ano comercial, composto por 360 dias, neste caso, a taxa semestral será calculada a um período de 180 dias e a mensal a um período de 30 dias, e assim por diante.
Por outro lado, temos a possibilidade de realizar este cálculo considerando o ano civil de 365 dias, e de 366 dias em anos bissextos.
Essas situações ocorremapenas quando há necessidade de se trabalhar com taxas de juros apresentadas em dias, pois algumas aplicações executam seus cálculos com base em taxas de juros diárias, mas expressam essas taxas de juros em termos mensais ou anuais.
Geralmente, as taxas de juros praticadas no mercado financeiro utilizam como base o ano comercial, porém, as partes podem contratar uma taxa de juro referenciada em período com número de dias diferentes, por exemplo, os títulos federais foram remunerados no passado com base em ano civil, e hoje são remunerados com base em ano de 252 dias úteis (HOJI, 2012).
A seguir apresentaremos dois exemplos para que você possa entender como esse acordo pode influenciar a remuneração do capital investido. 
· Taxa de juros diária comercial
A taxa de juros diária comercial é calculada dividindo-se uma taxa de juros expressa em ano por 360 dias (a base de cálculo é o ano comercial de 360 dias), se utilizarmos uma taxa de juros de 100% ao ano teremos o seguinte cálculo:
i = taxa de juros
d = dia
a  = ano
idc = ia/360
idc = 100/360
idc = 0,277777
· Taxa de juros diária exata
A taxa de juros diária exata é calculada dividindo-se uma taxa de juros expressa em ano por 365 dias (a base de cálculo é o ano civil de 365 dias):
i = taxa de juros
d = dia
a  = ano
idc = ia/365
idc = 100/365
idc = 0,273972
b) Taxa de juros fixas e flutuantes
As taxas de juros fixas são aquelas que não sofrem alteração durante o prazo da operação financeira, seja aplicação ou empréstimo, mesmo quando há mais de um período de capitalização. 
Já as taxas flutuantes, também conhecidas como taxas variáveis, são as que sofrem variação a cada período de capitalização, quer dizer que são fixadas novas taxas a cada período de capitalização com base em alguma taxa referencial de juros anteriormente combinada. 
c) Juros simples e juros compostos
O sistema de juros simples ou capitalização simples encontra pouca aplicação prática tão generalizada quanto o critério de capitalização composta, porém a maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro internacional são referenciadas pelo critério simples. Os juros simples são calculados sempre com base no valor do capital inicial, ou seja, sobre o valor aplicado ou captado, sem que haja a incidência de juros sobre os juros do período anterior.
Para cálculo dos juros simples adotam-se os seguintes símbolos e regras básicas (ASSAF NETO, 2010):
C = capital inicial, (valor aplicado ou crédito obtido).
I  = taxa (linear) de juros, ou seja, taxa contratada na operação, deve estar sempre expressa em termos unitários na formulação do cálculo financeiro.
J = valor (em $) dos juros de uma operação.
n = número de períodos considerado na operação.
M = montante acumulado da operação, representa a soma do capital inicial mais os juros calculados durante determinado período.
Fórmula do Montante (M):
M = C + J
Fórmula dos Juros (J):
J = C x I x n
Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado durante seis meses, a uma taxa de juros simples de 2% a.m.
J = 100.000,00 x 0,02 x 6 
J = 12.000,00
M = 100.000,00 + 12.000,00  = 112.000,00.
Já no sistema de juros compostos, temos a incidência de juros sobre juros, ou seja, os juros produzidos em um período de capitalização e não pagos são integralizados ao capital constituído no início do período, desta forma, os juros incidem sobre o capital inicial e sobre os próprios juros.
Da mesma forma, uma aplicação terá seus rendimentos mensais somados ao capital inicial e os juros do próximo período incidirão sobre o montante dos períodos anteriores.
Para cálculo dos juros compostos adotam-se as seguintes regras básicas:
J = C [(1 + i) n - 1]
Sabendo-se que M = C + J, a fórmula do Montante deduzida da fórmula básica dos juros compostos é:
M = C (1+i) n
Exemplo: Calcular o montante de um capital de R$ 100.000,00, aplicado durante seis meses, a uma taxa de juros compostos de 2% a.m.
M = 100.000 x (1 = 0,02) 6  = 112.616,24.
Importante ressaltar que o valor 0,02 corresponde à taxa de juros na sua forma decimal. 
INFLAÇÃO E COMO ELA INFLUENCIA NAS TAXAS DE JUROS. ENTENDA COMO A INFLAÇÃO INFLUENCIA NA VARIAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS
A inflação influenciou muito a economia brasileira, principalmente a partir da década de 80, com a crise do petróleo. O Brasil estava endividado na época e, com a elevação das taxas de juros internacionais, o país já não conseguia pagar suas dívidas.
Para controle da inflação, o governo do período da década de 80 teve a iniciativa de criar uma nova moeda para que pudesse controlar a inflação e estabilizar a economia. De todos os planos criados, o que teve maior sucesso e é utilizado até hoje é o Plano Real.
A inflação é uma consequência da desvalorização da moeda e do aumento dos preços, o que é chamado de inflação de demanda. Quando muitas pessoas estão dispostas a pagar um preço pelo produto, os negociantes aumentam seus preços, o que faz com que a moeda não tenha o mesmo valor que tinha antes.
As taxas de juros são uma das melhores estratégias para conter o aumento da inflação, pois quanto mais alto for o valor da taxa de juros, as pessoas irão fazer menos empréstimos e financiamentos, logo, com pouco dinheiro em circulação, é menos provável que os negociantes irão aumentar seus preços e, como consequência, desvalorizar a moeda.
O aumento da inflação tem relação direta com as taxas de juros por causa da valorização dos preços perante o valor da moeda, logo, a inflação está ligada ao aumento geral dos preços, e as taxas de juros agem em função da oferta e demanda de recursos financeiros, ou seja, a melhor forma de conter o rápido aumento dos preços é aumentar as taxas de juros, pois elas tendem a conter o consumo e as concessões de empréstimos.
As relações entre inflação e as taxas de juros estão ligadas à moeda, pois a inflação aumenta quando há um aumento de preços, e se o preço aumenta muito em relação ao valor da moeda, esta se desvaloriza, fazendo com que o dinheiro equivalente para comprar um bem ou serviço hoje não seja suficiente amanhã.
Por que a inflação aumenta? A inflação pode aumentar por excesso de demanda. E o que causa este excesso de demanda é o acúmulo de dinheiro disponível na economia. Logo, para que possa conter o excesso de demanda, o governo utiliza como estratégia aumentar as taxas de juros, pois, se os juros estão altos, tende a diminuir o uso de cheques, cartões de crédito e empréstimos bancários, fazendo assim com que as pessoas reduzam o consumo e os preços se estabilizem.
Outra opção seria se houvesse uma valorização no valor da moeda, pois se a moeda estiver muito valorizada, a tendência é que as pessoas importem mais bens e serviços do que exportem, fazendo assim com que a balança comercial fique com superávit muito elevado, e tende também a fazer com que as pessoas consumam muito, gerando novamente a inflação de demanda, que teria que ser controlada novamente com o aumento das taxas de juros.
Fonte: Disponível em: <http://www.administradores.com.br>. Acesso em: 28 jan. 2018.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, conceituamos e caracterizamos a administração financeira e suas principais funções, sendo elas: investimentos, instituições financeiras, finanças internacionais e finanças coorporativas. Esta última área é o tema principal deste livro, portanto será discutida mais detalhadamente nos próximos capítulos.
O tema finanças coorporativas ou empresariais requer muito conhecimento do profissional financeiro, pois este toma decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou planejamento e controle da gestão. Foram conceitualizados os principais tipos de empresa, apresentando suas características, vantagens e desvantagens.
Percebemos ainda que na economia, de um lado, existem os que possuem poupanças financeiras e, do outro, os que dela necessitam. A intermediação entre os dois lados ocorre no mercado financeiro. Este mercado pode ser subdividido em quatro mercados específicos: mercado monetário; mercado de créditos;mercado de capitais; mercado de câmbio e, muitas vezes, havendo a sobreposição entre eles.
Já no fim do capítulo, analisamos os diversos tipos de inflação, e mesmo que todas referem-se a um só fenômeno, o aumento de preços, as diversas expressões ou tipos de inflação diferem entre si por alguns aspectos, devido à causa ou em consequência do processo retroalimentador, ou pelo aspecto dinâmico do fenômeno, ou ainda, pelas expectativas dos agentes econômicos.
Por fim, apresentamos os conceitos de juros comerciais e exatos; fixos e flutuantes; simples e compostos e o impacto de sua aplicação na remuneração do capital. 
No próximo capítulo abordaremos temas como a contabilidade e suas demonstrações financeiras, demonstração de resultado do exercício, balanço patrimonial, demonstrações da mutuação do patrimônio líquido e demonstrações dos fluxos de caixa. Também serão abordados a análise do capital de giro, índices de liquidez de atividade, endividamento e rentabilidade.
PRINCIPAIS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:
· Compreender as principais ferramentas de demonstrações financeiras.
· Compreender e analisar as informações disponíveis no Balanço Patrimonial.
· Entender a importância do controle do fluxo de caixa nas empresas.
· Analisar e desenvolver a demonstração do fluxo de caixa. 
· Conhecer e analisar os principais indicadores financeiros de desempenho organizacional.
· Interpretar a saúde financeira organizacional, tomando como base seus principais índices.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Para que possam tomar decisões mais assertivas, os administradores precisam munir-se de informações confiáveis. Nesse momento, a contabilidade tem papel fundamental, fornecendo os dados necessários para análise, gerência e posterior tomada de decisões organizacionais. É através dos inúmeros relatórios contábeis que os administradores obtêm as informações da situação econômico-financeira das empresas, necessárias para gerenciar e planejar os recursos organizacionais.
A influência da contabilidade é tanta que é inimaginável que um gestor financeiro tome qualquer decisão sem ter como base as informações geradas pelos inúmeros relatórios e demonstrações, desenvolvidos pela contabilidade.
Nesta perspectiva, as quatro principais demonstrações financeiras são: o balanço patrimonial, a demonstração de resultado, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, e as demonstrações do fluxo de caixa.
A partir das informações apresentadas pelo Balanço Patrimonial e pelo Demonstrativo de Resultado, são gerados índices financeiros, que têm como função medir o desempenho da empresa no que se refere à sua liquidez, seu ciclo operacional, seu grau de endividamento e sua rentabilidade.
Por uma questão de conveniência, os índices financeiros podem ser classificados em cinco categorias principais: índices de liquidez; índices de atividade; índices de endividamento; índices de lucratividade/rentabilidade e valor de mercado.
Portanto, o foco principal do nosso estudo, neste capítulo, está centrado nas principais demonstrações e índices econômico-financeiros e suas aplicações no processo de tomada de decisão.
A CONTABILIDADE E AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
O sistema econômico cresceu enormemente desde seu começo, e para atender às novas necessidades, a contabilidade se tornou mais complexa, porém, os motivos originais da existência de demonstrações financeiras ainda são aplicáveis: banqueiros e outros investidores precisam de informações contábeis para tomar decisões inteligentes, administradores precisam delas para administrar seus negócios eficientemente e as autoridades tributárias necessitam delas para lançar impostos de forma racional (WESTON; BRIGHAM, 2000).
A contabilidade e a administração são ciências sociais aplicadas e estão intrinsecamente ligadas, a influência da contabilidade é tanta que é inimaginável que um gestor financeiro tome qualquer decisão sem ter como base as informações geradas pelos inúmeros relatórios e demonstrações, desenvolvidos pela contabilidade. Esses subsídios são imprescindíveis para que o administrador atue com eficiência na execução das atividades operacionais.
Para os contadores, finanças é uma leitura necessária, pois, principalmente, em pequenas empresas, os contadores geralmente são solicitados tanto a tomar decisões financeiras como a cumprir as obrigações tradicionais da contabilidade. Como a complexidade do mundo financeiro continua a crescer, cada vez mais os contadores precisam conhecer finanças, para entender as implicações de muitos novos tipos de contratos financeiros, e seu impacto sobre as demonstrações financeiras. Além disso, contabilidade de custos e finanças empresariais estão intimamente relacionadas, pois dividem muitos dos mesmos assuntos e preocupações (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010).
Infelizmente, “os estudantes de administração frequentemente acham que as demonstrações financeiras são apenas folhas de papel cobertas de números, não percebendo os ativos reais por detrás desses números” (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 28). Não percebendo, assim, a grande importância da contabilidade e seus registros para o processo de tomada de decisão.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Como vimos anteriormente, as demonstrações financeiras, geralmente, consistem em uma fonte básica de informações para a tomada de decisões financeiras (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010).
Dentre os diversos relatórios que as sociedades anônimas emitem para os seus acionistas, o relatório anual é provavelmente o mais importante. Este relatório proporciona dois tipos de informação: primeiro, há uma exposição verbal, apresentada sob a forma de carta do presidente da corporação, a qual descreve os resultados operacionais durante o exercício findo e então discute novos acontecimentos que irão afetar operações futuras. Depois, o relatório anual apresenta quatro demonstrações financeiras básicas – o balanço patrimonial, a demonstração de resultado do exercício, a demonstração de lucro e prejuízo acumulado e a demonstração de fluxo de caixa. (WESTON; BRIGHAM, 2000, p. 30).
Nesta mesma perspectiva, Gitman (2010) afirma que as quatro principais demonstrações financeiras exigidas para apresentação aos acionistas de uma empresa são: balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração das mutações do patrimônio líquido, e demonstrações do fluxo de caixa. Veremos cada uma destas a seguir.
a) Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um retrato da empresa, uma maneira conveniente de organizar e resumir o que a empresa possui (seus ativos), o que ela deve (seus exigíveis ou passivos), e a diferença entre os dois (patrimônio líquido), em um determinado momento (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010, p. 56). Isso significa que o Balanço Patrimonial é estático, assim como uma fotografia que registra a situação da empresa em um determinado momento.
Trata-se, portanto, de um relatório contábil, que tem por objetivo demonstrar qual é a situação patrimonial e financeira da organização. Este relatório detalha o ativo, o passivo e o patrimônio líquido da empresa, demonstrando todos seus bens, direitos e obrigações.
O Balanço Patrimonial é regido pelo princípio da igualdade contábil, este princípio está por trás do conceito de balanço, que remete à imagem de uma balança onde os pratos possuem o mesmo peso. Na contabilidade estes pratos são representados de um lado pelo ativo da empresa e, do outro, pelo passivo mais o patrimônio líquido. Nesta balança, os dois lados devem possuir o mesmo valor, ou seja, a soma do passivo e do patrimônio líquido deve ser equivalente ao valor total do ativo da organização.
É importante distinguir entre ativos e passivos de curto prazo e de longo prazo. Os ativos circulantes e passivos circulantes se caracterizam pelo curto prazo. Isso significa que devem ser convertidos em caixa (ativo circulante) ou pagos (passivo circulante) dentro de um ano (GITMAN, 2010).
Para obter informações sobre a saúde financeirada empresa, os gestores devem analisar o Balanço Patrimonial, pois é através desta análise que conseguirão perceber a evolução dos bens, direitos e obrigações da organização, e por meio da observação destes itens que compõem o balanço, conseguirão entender as fontes de recursos que estão disponíveis, e que poderão ser reinvestidos.
É também a partir da análise deste relatório que se realiza o planejamento tributário da empresa e o cálculo do pagamento de dividendos dos sócios, fornecendo ainda informações para outros interessados, por exemplo, possíveis investidores.
Como vimos há pouco, e podemos observar na figura a seguir, o Balanço Patrimonial é formado por 3 grupos de contas: ativo, passivo e patrimônio líquido. Mas, afinal, o que são estes itens, e como eles são compostos?
Figura 1 – Balanço Patrimonial
Disponível em: <http://miscelaneaconcursos.blogspot.com.br/2012/08/estrutura-do-balanco-patrimonial.html>. Acesso em 2 mar. 2018.
1. Ativos
As contas do ativo são compostas pelo conjunto de bens e direitos da organização. De forma simplificada são representados por tudo aquilo que pode ser convertido em valores monetários.
Estas contas que representam os bens e direitos devem ser ordenadas de forma decrescente com base em seu grau de liquidez. As primeiras contas devem ser aquelas que possuem maior grau de liquidez, ou seja, tudo aquilo que pode ser transformado mais rapidamente em dinheiro.
Nesta perspectiva, o ativo de uma organização é subdividido em dois grandes grupos de contas, sendo este composto pelo ativo circulante e pelo ativo não circulante.
1.1. Ativo circulante
O ativo circulante é composto por bens e direitos que deverão ser vendidos, consumidos ou convertidos em dinheiro em um curto prazo.  Sendo estes os itens de maior liquidez do ativo.
Para Gitman (2010) ativos circulantes são ativos de curto prazo, os quais devem ser convertidos em caixa no período de um ano ou menos.
O ativo circulante engloba, além das disponibilidades, créditos, estoques e despesas antecipadas realizáveis no exercício social subsequente, o que caracteriza como de realização em até um ano (ASSAF NETO, 2010, p. 89).
A seguir apresentaremos algumas das principais contas do ativo circulante de uma organização:
· Disponibilidades: as disponibilidades são os recursos financeiros mais líquidos, ou seja, com que podemos contar imediatamente. Esta conta é dividida em subgrupos, como: caixa – dinheiro em espécie; banco conta movimento – valores em conta corrente disponíveis para saque imediato; aplicações financeiras – de curto prazo, entre outros.
· Estoques: compostos por bens agrupados de acordo com sua natureza e finalidade, inclui matéria-prima, produtos em elaboração, produtos acabados, mercadorias para revenda, entre outros materiais. Valores desembolsados para importação de mercadorias também são classificados como estoques.
· Créditos: são direitos que a empresa tem a receber, como: duplicatas a receber; clientes – valores a receber decorrentes das vendas; títulos a receber, como notas promissórias, e empréstimos a receber de terceiros, entre outros.
· Despesas antecipadas: despesas pagas com antecedência, que só vão vencer no exercício seguinte, como prêmio de seguros, aluguéis e contas de consumo, assinaturas e anuidades, antecipação de comissões, de prêmios, de adiantamento do pagamento de juros, dentre outros.
· Outros créditos: são as contas a receber – a curto prazo – que não se enquadram nos grupos anteriores.
1.2. Ativo não circulante
O ativo não circulante é composto por bens e direitos com menor liquidez, estes itens não poderão ser convertidos em dinheiro no curto prazo, ou seja, depois do exercício do ano vigente.
Segundo Assaf Neto (2010), as contas do ativo não circulante são divididas nas seguintes categorias:
1.2.1. Ativo realizável a longo prazo: são recebidos após o final do exercício social seguinte – período superior a 12 meses –, compostos por aplicações financeiras, notas promissórias, depósitos e adiantamentos, entre outros.
1.2.2. Ativo permanente: o ativo permanente é composto por três grupos de contas, investimentos, imobilizado e intangível.
· Investimentos: são considerados permanentes quando não destinados a negociação, ou seja, participações e aplicações financeiras de caráter permanente “sem nenhum prazo definido" e com o objetivo de gerar rendimentos para a empresa, como obras de arte, terrenos que não se destinam às atividades da empresa, participações em outras sociedades, dentre outros.
· Imobilizado: bens e direitos essenciais para manutenção das atividades da organização, como edificações da fábrica, veículos em uma empresa do setor de transportes, máquinas e equipamentos, móveis, dentre outros.
· Intangível: são bens não tangíveis, mas que possuem valor e que são essenciais para as atividades da empresa, como marcas, direitos autorais, patentes etc.
2. Passivos
O passivo, como vimos anteriormente, é composto por todas as obrigações que a empresa possui com terceiros, ou seja, dívidas, como empréstimos, boletos a vencer, entre outras obrigações. Assim como o ativo, o passivo divide-se em circulante e não circulante.
O que diferencia estes dois grupos de contas é a data de vencimento das obrigações, pois todas as contas do passivo são classificadas levando em consideração apenas o seu vencimento, deste modo, as contas que vencem primeiro são as que aparecem primeiro no passivo.
2.1. Passivo circulante e passivo não circulante
As obrigações de curto prazo correspondem ao passivo circulante, sendo elas todas as dívidas que a empresa possui e deve pagar no exercício seguinte à apresentação do balanço. Se o prazo de pagamento for maior do que o ano do exercício, essas contas devem ser alocadas no balanço como passivo não circulante.
Segundo Hoji (2012), as obrigações que vencem até o final do exercício social seguinte, ou até o final do cliclo operacional seguinte – como no caso do ativo circulante – são classificadas como passivo circulante.
Dívidas que não vencem em menos de 12 meses são classificadas como exigível a longo prazo. Por exemplo, um empréstimo tomado pela empresa, que será pago dentro de cinco anos, é um exigível a longo prazo (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010).
Tanto o passivo circulante quanto o não circulante podem ser divididos da seguinte forma:
· Fornecedores: referem-se à compra de matérias-primas e mercadorias a crédito, devida a terceiros. 
· Empréstimos e financiamentos: são recursos financeiros adquiridos pela empresa a serem pagos em até 12 meses do levantamento do balanço (curto prazo) ou após 12 meses (longo prazo).
· Tributos a recolher: são impostos e outros tributos que ainda não foram pagos, porém já são devidos pela empresa.
· Obrigações trabalhistas e previdenciárias: trata-se dos salários e encargos trabalhistas.
· Outras obrigações: obrigações não enquadradas nas demais categorias.
3. Patrimônio líquido
O patrimônio líquido é representado pela diferença entre o ativo e o passivo, corresponde ao grupo de contas que pertencem aos acionistas da empresa, ou seja, a riqueza de uma organização.
Segundo a Lei nº 11.638/2007 publicada na Edição Extra do Diário Oficial da União de 28.12.2007, que passou a vigorar a partir de 01.01.2008, as contas do patrimônio líquido podem ser divididas da seguinte forma:
· Capital social: discrimina os recursos investidos nas empresas pelos proprietários.
· Reservas de capital: são recursos oriundos, por exemplo, de ágio na subscrição de ações, doações, prêmios recebidos na emissão de debêntures, dentre outros. Recursos recebidos pela empresa que não transitam pelo resultado.
· Ajustes de avaliação patrimonial – reservas de reavaliação:  aumentos ou diminuições do ativo e do passivo, em função de reavaliação de imóveis da empresa, participações em outras empresas, dentre outras que sigam as regras legais.
· Reservas de lucros: são reservas constituídas a partir dos valores da apropriação de parte dos lucros, devido à lei ou da vontade dos proprietários da empresa.
· Prejuízos acumulados: são provenientes deregistros de prejuízos acumulados e ainda não cobertos pela organização.
· Ações em tesouraria: referem-se às ações adquiridas de outras organizações pela própria empresa.
É importante ressaltar que o Balanço Patrimonial é um documento obrigatório por lei. Porém, micro e pequenas empresas optantes pelo Simples Nacional e as que se enquadram no MEI (Microempreendedor Individual) são dispensadas de elaborar esse relatório.
ATIVIDADE DE ESTUDOS:
1) Analise os grupos de contas a seguir e associe com as contas apresentadas na sequência:
AC – Ativo Circulante.
ANC – Ativo Não Circulante.
PC – Passivo Circulante.
PNC – Patrimônio Não Circulante.
PL – Patrimônio Líquido.
(   ) Caixa.
(   ) Contas com vencimento no curto prazo.
(   ) Empréstimos e financiamentos com vencimento a longo prazo.
(   ) Veículos e máquinas.
(   ) Aluguéis e imóveis para venda.
(   ) Contas de água e luz.
(   ) Prejuízos acumulados.
(   ) Aplicações financeiras de longo prazo.
(   ) Capital social.
(   ) Duplicatas a receber de longo prazo.
(   ) Ações em tesouraria.
(   ) Estoque.
Responder
b) Demonstração do Resultado do Exercício
A Demonstração do Resultado do Exercício, também conhecida pela sigla DRE, é um relatório contabilístico desenvolvido em conjunto com o Balanço Patrimonial, não sendo possível conceber este relatório dissociado deste outro. Este relatório (DRE) tem como objetivo descrever as operações realizadas pela empresa em um determinado período.
Para Iudícibus e Marion (2004), a Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo das receitas e despesas de uma organização em um determinado período. Apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).
A DRE apresenta a formação do resultado líquido do exercício, por meio do confronto das receitas, despesas e resultados apurados, gerando informações para tomada de decisão.
Conforme Gonçalves e Baptista (1996, p. 315), “A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta, de forma resumida, as operações realizadas pela empresa durante o exercício social, demonstrada de forma a destacar o resultado líquido do período”.
Trata-se de um procedimento de extrema importância para que o administrador possa avaliar a saúde financeira da empresa. A atenção do administrador financeiro, quando analisa este demonstrativo, deve estar voltada para o fato de que o resultado é apurado através do regime de competência, ou seja, as receitas e as despesas do período são consideradas independentemente dos seus recebimentos e pagamentos (MACHADO, 2004).
A leitura complementar a seguir apresenta uma visão ampla da DRE, sua importância, aplicabilidade e estrutura. Leia com atenção para compreender a importância desta ferramenta contábil.
DRE: TRÊS LETRINHAS QUE DIZEM TUDO SOBRE A SITUAÇÃO FINANCEIRA DA SUA EMPRESA
A Demonstração de Resultados do Exercício – DRE – é um relatório por meio do qual você monitora as contas da sua empresa e toma as melhores decisões. Veja aqui o porquê.
Já que a boa gestão das suas finanças e da contabilidade é assunto de primeira importância aqui na Endeavor, não poderíamos deixar de falar sobre algo que é fundamental a esse respeito: a Demonstração de Resultados do Exercício, ou DRE.
Do que se trata, exatamente?
É um indicativo relativo cujo objetivo é evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício específico. Isso acontece por meio do confronto entre as receitas, os custos e as despesas, que devem ser apuradas de acordo com o princípio contábil do regime de competência.
Em outras palavras, este relatório – que deve ser elaborado em conjunto com o Balanço Patrimonial – descreve as operações financeiras realizadas por uma empresa durante um determinado período.
É por meio da Demonstração do Resultado do Exercício que você, gestor, obtém uma síntese financeira dos resultados operacionais e não operacionais de sua empresa em um certo período. E embora as DREs sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação, no geral são desenvolvidas mensalmente para fins administrativos, e trimestralmente para fins fiscais.
Para que serve a DRE?
A principal função é fornecer ao gestor um panorama detalhado das operações de sua empresa, orientando tomadas de decisão e possíveis modificações.
Além disso, é um instrumento de enorme utilidade para investidores, bancos financiados e governo, já que apresenta a real situação financeira de uma empresa.
Ou seja, entre outros instrumentos, é por meio dela que um potencial investidor poderá conhecer os números do seu negócio, de modo a avaliar se realiza ou não o aporte. Afinal, dez entre dez especialistas a consideram extremamente relevante para avaliar o desempenho de uma administração, bem como a eficiência dos gestores em obter resultados positivos – ou seja, o lucro.
O que deve constar na DRE?
Opa, bem lembrado: no Brasil, ela é obrigatória por lei. E conforme a legislação do país (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, Lei das Sociedades por Ações), qualquer empresa deverá discriminar, em sua Demonstração, o seguinte:
· a receita bruta das vendas e serviços, as devoluções das vendas, os abatimentos e os impostos;
· a receita líquida das vendas e serviços;
· o custo das mercadorias vendidas e o lucro bruto;
· as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
· o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; o resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para tal imposto;
· as participações de debêntures, empregados, administradores, partes beneficiárias e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;
· o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Como posso realizar uma DRE?
De acordo com este artigo do blog ContaAzul, ela costuma ser estruturada da seguinte maneira:
FATURAMENTO BRUTO
(venda de produtos, no caso de empresa industrial)
(-) IPI (imposto por fora)
= RECEITA de VENDAS BRUTA (vendas de mercadorias ou prestação de serviços)
(-) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Mercadorias e Serviços (ISS, ICMS, PIS/COFINS)
(-) Descontos INCONDICIONAIS concedidos
(-) Devoluções de vendas
(+) Reversão dos impostos sobre devoluções de vendas
(-) Abatimentos sobre vendas (sem reversão dos impostos sobre a parte abatida)
= RECEITA DE VENDAS LÍQUIDA
(-) Custo dos produtos vendidos (CPV: inclui frete/seguros sobre compras de insumos etc.)
(-) Custo das mercadorias vendidas (CMV: inclui frete/seguros sobre compras de mercadorias etc.)
(-) Custo dos serviços prestados (CSP)
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) Despesas comerciais (inclui publicidade e propaganda, depreciação de veículos de vendas/entregas, fretes/seguros sobre vendas, salários de vendedores, despesa de provisão para devedores duvidosos, entre outros)
(-) Despesas gerais e administrativas (inclui impostos e aluguéis sobre prédios administrativos, depreciações em geral, salários de executivos, honorários de diretoria e outros)
(-) Outras despesas operacionais (inclui despesas de equivalência patrimonial, despesas de ajuste ao valor de mercado etc.)
(+) Outras receitas operacionais (inclui receitas de equivalência patrimonial, receitas de ajuste ao valor de mercado, aluguéis ativos, reversão de provisão para devedores duvidosos e demais relacionados)
(-) Despesas financeiras (inclui IOF, variações monetárias passivas, descontos condicionais concedidos etc.)
(+) Receitas financeiras (inclui variações monetárias ativas, descontos condicionais obtidos)
(-) Outras despesas (inclui, por exemplo, custo de venda de ativo imobilizado)
(+) Outras receitas (inclui, por exemplo, receita de venda de ativo imobilizado)
(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO
(-) Despesa com provisão de imposto de renda
(-) Despesa com provisão de contribuição social sobre o lucro líquido
(=) RESULTADO LÍQUIDOANTES DAS PARTICIPAÇÕES (as participações abaixo devem ser calculadas rigorosamente nesta ordem, sendo que para o cálculo da próxima deve ser abatido o valor da participação anteriormente calculada)
Importante: a base de cálculo das participações deve ser obtida a partir do seguinte cálculo: RESULTADO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES – PREJUÍZO ACUMULADO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES.
(-) Debêntures (dedutível do Imposto de Renda)
(-) Empregados (dedutível do Imposto de Renda)
(-) Administradores
(-) Partes beneficiárias
(-) Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (DRE)
Em suma, a DRE, assim como outras demonstrações contábeis, é um procedimento de capital importância para avaliar a saúde financeira da sua empresa. Por se tratar de um relatório um tanto detalhado, a Demonstração de Resultados do Exercício fornece a você, empreendedor, importantes elementos que são fundamentais para a sua tomada de decisão. Por isso, quanto antes você conhecer e utilizar bem este instrumento, melhor.
Fonte: Disponível em: <https://endeavor.org.br>. Acesso em: 2 mar. 2018.
c) Demonstrações da mutação do patrimônio líquido
As Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) mostram todas as transações patrimoniais realizadas em um determinado período (GITMAN, 2010, p. 45). Sendo considerada uma demonstração completa e abrangente, por evidenciar a movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social, inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro.
Segundo Assaf Neto (2012), esta demonstração não é obrigatória legalmente, exceto para companhias que possuem capital aberto, por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A obrigação pela legislação é a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, que nada mais é do que a explicação do que aconteceu com esta conta durante o exercício social, apresentando a variação do seu saldo balanço por balanço.
As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por diversos motivos, a seguir apresentaremos os elementos que podem alterar o total do patrimônio líquido de uma empresa:
· Diminuição pelo prejuízo ou aumento pelo lucro líquido do exercício;
· Aumento por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
· Diminuição ou acréscimo por ajuste de exercícios anteriores;
· Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
· Aumento por subvenções e doações;
· Aumento por prêmio recebido na emissão de debêntures;
· Aumento devido a subscrição e integralização de capital;
· Diminuição por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
· Diminuição por dividendos;
· Aumento devido ao recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas ou o preço de ações emitidas sem valor nominal.
Existem ainda alguns elementos que, apesar de sofrerem alterações, não afetam o total do patrimônio:
· Aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
· Apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta lucros acumulados para formação de reserva;
· Compensação de prejuízos com utilização de reservas;
· Reversão de reservas patrimoniais à conta de lucros ou prejuízos acumulados.
O que é a CVM? A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica, em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, com a finalidade de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.
d) Demonstrações dos fluxos de caixa
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) passou a ser obrigatória com a Lei n. 11.638/07, focando nas origens e aplicações de caixa, ou seja, revela onde os recursos de caixa foram obtidos e onde foram investidos, no exercício (ASSAF NETO, 2012).   
Trata-se, portanto, de um relatório contabilístico que demonstra todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa e de outras contas que veremos a seguir. Este relatório permite ao gestor analisar e entender a capacidade de geração de caixa e equivalentes, por uma empresa em um determinado período, através de seus pagamentos e recebimentos.
Como apontado anteriormente, apesar de seu nome, a Demonstração dos Fluxos de Caixa não engloba apenas o fluxo de caixa propriamente dito. Além do dinheiro disponível em caixa, outras contas do grupo do disponível, como contas bancárias e aplicações que possuem liquidez imediata, também compõem esta demonstração.
Com o auxílio da DFC é possível identificar os períodos de sobra e de escassez de recursos, o que garante que haja recursos disponíveis para cumprir com as obrigações da empresa nos prazos de vencimento, o mesmo também auxilia nas decisões com relação a investimentos a serem realizados.
Para Gitman (2010) esta demonstração permite diferenciar os fluxos de caixa das operações de financiamentos e de investimentos. Neste contexto, a DFC deve ser estruturada em torno destas três grandes áreas ou atividades:
· Operacionais;
· De investimentos;
· De financiamentos.
As atividades operacionais são aquelas que englobam as receitas e gastos gerados pela produção, comercialização ou prestação de serviços realizados pela empresa, ou seja, atividades ligadas com o capital circulante da empresa.
Este grupo de atividades inclui dados tanto da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) quanto do Balanço Patrimonial. São transações como: receitas de vendas, custos e despesas referentes a operação, pagamento de fornecedores, contas a receber ou a pagar de transações a prazo, pagamento de impostos, entre outros.
Atividades de investimento são aquelas atividades relacionadas a gastos efetuados no realizável a longo prazo, ou seja, relacionadas ao não circulante, como Investimentos no Imobilizado ou no Intangível, ou ainda, em aplicações com objetivo de obter benefícios futuros.
As atividades de financiamento são recursos obtidos a partir de empréstimos e financiamentos tomados de terceiros ou de seus proprietários. Também podem ser decorrentes de aumentos de capital, emissão de novas ações, recompra de papéis etc.
As saídas decorrentes de amortização destas dívidas e valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros etc.
No Balanço Patrimonial, estas atividades fazem parte das contas correspondentes ao exigível a longo prazo, ao patrimônio líquido, bem como, aos financiamentos e empréstimos de curto prazo, localizados no passivo circulante.
Em resumo, a Demonstração dos Fluxos de Caixa demonstra os resultados líquidos de cada um destes grupos de atividades ao longo de um determinado período, considerando a diferença entre os saldos iniciais e finais do período em questão.
e) Capital de giro
A diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante de uma empresa é denominado capital de giro. Quando o valor do ativo circulante é superior ao passivo circulante da organização, obtemos um capital de giro positivo (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2010).
Na abertura de uma empresa, a mesma recebe dois tipos de investimentos. Uma parte é enquadrada como investimento fixo, destinada a itens de ativo imobilizado (máquinas, móveis, imóveis etc). A outra cota de investimentos irá compor a reserva de recursos financeiros, com o propósito de ser utilizada ao longo do tempo, conforme as necessidades financeiras da empresa (capital de giro). Este recurso pode ser alocado nas contas a receber, estoque, em caixa ou na conta bancária.
Fatores como a elevada complexidade da economia brasileira, o elevado custo de crédito e a expansão do mercado financeiro exigem que a administração do capital de giro seja feita com cuidado.
O capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem. Em média de 50% a 60% dos ativos da empresa representam este capital. O estoque, por exemplo, é sustentado e constituído com base nas necessidades do mercado consumidor e sofre constantes mudanças de investimentos. Quanto maior a necessidade de investir no estoque, mais do recurso financeiro será empregado neste item,

Outros materiais