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Terapias Alternativas em Estética e Cosmética Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Nathália Ruder Borçari Revisão Textual: Prof.ª Me. Kelciane da Rocha Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética • Introdução; • Moxabustão; • Ventosaterapia. • Introduzir os princípios fundamentais da moxabustão e da ventosaterapia; • Proporcionar conhecimento apropriado da aplicabilidade da moxabustão e da ven- tosaterapia na estética. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Introdução Caro(a) aluno(a), estamos seguindo uma boa viagem, não é? Sobrevoamos por diversas regiões da China e, neste módulo, seguiremos neste imenso território rico em saberes milenares. Hoje, na primeira parte desta unidade, vamos decolar no território do conhe- cimento chamado Moxabustão, técnica que compõe um conjunto de terapias da Medicina Tradicional Chinesa. Moxabustão A moxabustão é uma das técnicas da MTC que contribui para o reequilíbrio do estado energético, assim como a acupuntura e a auriculoterapia. De acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, a técnica de moxabustão é considerada um procedimento dentro da acupuntura que consiste no uso do calor provocado pela queima de uma erva medicinal chamada Artemísia, nos próprios pontos de acupuntura (PNPIC, 2006). A moxabustão ou moxaterapia é uma forma de terapia externa que se utiliza da moxa como material de aquecimento dos pontos de acupuntura ou de superfícies específicas do corpo humano. Na MTC, o uso da moxa traz diversos benefícios, uma vez que o aquecimento por meio da queima da erva Artemísia abre os meridia- nos elimina os patógenos causadores das síndromes e regula as funções fisiológicas do nosso corpo (Xiaoron et al., 2012). Dessa maneira, esta técnica é capaz de tratar diversas doenças e preservar a saúde. Seus benefícios são utilizados nos mais diversos campos do conhecimento e saú- de, como pediatria, ginecologia, traumatologia, oftalmologia, entre outros. Uma das áreas que mais desfruta deste recurso é a dermatologia, e é neste contexto que veremos quais são os tratamentos mais aplicados à estética (Xiaoron et al., 2012). A Erva Artemísia O aquecimento, ou melhor, o calor promovido pela queima da erva, por si só, traz muitos benefícios para as pessoas, por isso que uma indicação comum na Me- dicina Tradicional Chinesa é se expor ao calor do sol, ou a ingestão de alimentos e bebidas sempre em temperatura morna a quente. Além de o aquecimento promover tantos benefícios, o uso específico da erva Artemísia não é à toa, uma vez que apresenta diversas propriedades medicinais. Dentre as diversas propriedades da Artemísia, a técnica de moxabustão se bene- ficia da sua ação anti-inflamatória e calmante (FMUSP, 2016), portanto o benefício do calor somado a essas propriedades específicas desta erva reequilibra o estado energético e regula as funções fisiológicas. 8 9 Importante! A Artemísia tem o nome científi co Artemisia vulgaris L. e vários nomes populares. Ela pode ser conhecida como erva-do-fogo, camomila do campo, absinto selvagem, fl or de São João, erva de São João, artemísia comum, artemísia verdadeira, artemíge, artemijo, losna, losnabrava e absinto. Figura 1 – Artemisia vulgaris L Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Você Sabia? Insumos para moxabustão Para a aplicação da técnica de moxabustão, são necessários alguns materiais específicos que possibilitam a eficiência e os efeitos terapêuticos. Inicialmente, veremos os principais tipos de moxa: bastão, lã, botão e incen- so, que são utilizados em diferentes técnicas, mas que apresentam os mesmos efeitos terapêuticos. Tipos de moxabustão • Moxa bastão: A moxa em formato de bastão se parece muito com um charu- to e consiste na forma da Artemísia condensada. Ela é a maneira mais prática e, por isso, o tipo mais comum de ser utilizado (SILVA FILHO, 2015 a). Figura 2 – Moxa bastão Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images 9 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética • Moxa lã: O próprio nome deste tipo de moxa faz referência ao seu formato, muito parecido com o de uma lã ou algodão. É considerada um dos tipos de moxa mais nobres, por ser altamente pura (SILVA FILHO, 2015 a).] Figura 3 – Moxa lã Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images • Moxa botão: Este tipo de moxa oferece a opção de fixação por conter adesivo em sua base, dessa maneira ela permanece em contato com a superfície da pele (SILVA FILHO, 2015 a). Figura 4 – Moxa botão Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images • Incenso de moxa: Outra forma de uso da moxa é através do incenso. Ele pode ser utilizado nos pontos de acupuntura, mas por conta do seu tamanho e espessura ele é muito empregado para a estimulação dos pontos da auricu- loterapia (FERNANDES, 2015). Figura 5 Fonte: Divulgação 10 11 • Bálsamo de moxa: O bálsamo de moxa é uma espécie de creme/pasta que contém Artemísia e, como não é possível produzir o calor através da queima por conta da sua propriedade semissólida, ela é aplicada na técnica de moxa elétrica (Fernandes, 2015). Um dos equipamentos mais utilizados para pro- mover o calor é conhecido como Spectra Mog Pro, um irradiador infravermelho que provoca o aqueci- mento necessário. Esta é uma boa opção por substituir a fuma- ça causada pela queima da Artemísia em algumas ocasiões, como em casos de pacientes alérgicos ou asmáticos. Tratemento com Spectra Mog Pro, disponível em: https://goo.gl/zZ3ZUPEx pl or Após conhecer os tipos de moxa que existem no mercado, agora veremos quais são os tipos de técnicas aplicadas às mais diversas síndromes e alterações. Técnicas de moxabustão Moxabustão direta Esta técnica compreende duas maneiras de aplicação. A primeira, embora não se utilize no Brasil, é a moxa direta com cicatriz, ou seja, aplica-se a moxa lã em contato direto com a pele, deixando-a queimar até o final (SILVA FILHO, 2015 a). Figura 7 – Moxa direta com cicatriz Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images A outra maneira é a moxa direta sem cicatriz, em que também se utiliza a moxalã em contato com a superfície da pele, mas o profissional não deixa queimar até o final e, portanto, não se forma nenhuma cicatriz. Figura 6 – Spectra Mog Pro Fonte: Divulgação 11 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Figura 8 – Moxa direta sem cicatriz Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Moxabustão indireta Nesta técnica, a aplicação da moxa consiste em somente aproximá-la da pele, ou seja, não se aplica sobre sua superfície. A forma mais comum utilizada é a moxa bastão, mas é possível utilizar todas as outras formas de moxa. A moxa lã também é muito utilizada, uma vez que se utiliza de outros elementos, como o alho e o gengibre, com propriedades anti-inflamatórias, potencializando ainda mais o tratamento (SILVA FILHO, 2015 a). Figura 9 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Importante! É muito comum na MTC unirmos mais de uma técnica ao mesmo tempo para tratar uma síndrome. Duas técnicas muito empregadas juntas são a acupuntura e a moxabustão. Figura 10 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Importante! Agora que conhecemos todas as formas de moxabustão e os tipos de técnicas que podem ser empregadas, veremos os principais tratamentos com a moxabustão aplicáveis à estética. 12 13 Moxabustão na Estética Nós já vimos nesta unidade que a moxabustão se utiliza dos canais de acupuntu- ra, atuando através do calor provocado pela queima da erva Artemísia somado às suas propriedades terapêuticas (XIAORON et al., 2012). Todos esses benefícios vêm sendo utilizados para tratar diversas alterações es- téticas e, portanto, é muito importante o esteticista conhecer todas essas terapias, uma vez que elas podem fazer parte da sua atuação profissional. De uma maneira geral, o uso da moxabustão para tratar as queixas estéticas é recomendado porque elas se traduzem em deficiência de energia (Qi). O calor, de uma maneira geral, leva ao aumento da circulação sanguínea, cau- sando uma vermelhidão (hiperemia) (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 1995), caracte- rística também proporcionada pela moxabustão, que também é capaz de acelerar o metabolismo, contribuir para o processo de cicatrização, regeneração e maior elasticidade da pele (NAKANO e YAMAMURA, 2005). Para causar o calor ideal, recomenda-se aplicar a moxabustão até a região ficar hiperemiada, sempre orientando o paciente a relatar qualquer sensação de calor muito intenso, sendo necessário afastar por um tempo a moxa para que ela não lese a pele (FERNANDES, 2015). Que tal, então, agora conhecermos tratamentos eficientes no auxílio para o combate de algumas queixas estéticas importantes? • Alopecia: Um tratamento muito utilizado na alopecia é aquele que estimula os pontos bexiga (B) 13, 23 e 52, vaso concepção (VC) 4 e 8 (NAKANO e YAMAMURA, 2008); B13: Feishu, disponível em: https://goo.gl/D7nDh3 B23: Shenshu, disponível em: https://goo.gl/RHfAog e B52: Zhishi, disponível em: https://goo.gl/JRa5AV Ex pl or Figura 11 Fonte: Adaptada de NAKANO e YAMAMURA, 2008 13 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética • Celulite (Hidrolipodistrofia genóide): No tratamento sistêmico da celuli- te (HLDG), é muito comum utilizarmos os pontos bexiga (B) 20, 22 e 23 (NAKANO e YAMAMURA, 2008); B20: Pishu: https://goo.gl/YjWvvb B22: Sanjiaoshu: https://goo.gl/TTuhx3 B23: Shenshu: https://goo.gl/RHfAog Ex pl or • Flacidez: A técnica mais recomendada usando a moxabustão para a flacidez da pele é a aplicação do calor nos pontos bexiga (B) 13, 14, 15, 18, 20, 22, 23 e vaso governador (VG) 4 (NAKANO e YAMAMURA, 2008); Figura 12 Fonte: Adaptada de Tradicional Chinese Medicine Points 14 15 • Estrias: Para o tratamento de estrias utilizando a moxabustão, geralmente se reco- menda a aplicação da moxa indireta, usando a moxa bastão, aquecendo as regiões onde as estrias estão localizadas, até causar a hiperemia (FERNANDES, 2015); • Obesidade: A estética é muito importante para auxiliar os pacientes com a perda de peso e obesidade, um tema cada vez mais recorrente. Nestas condi- ções, é comum utilizar os pontos bexiga (B) 20 e 23 (FERNANDES, 2015); B20: Pishu: https://goo.gl/YjWvvb B23: Shenshu: https://goo.gl/RHfAog E xp lo r • Rugas e marcas de expressão: A técnica de moxabustão, por agir favore- cendo a estimulação de colágeno e aumentando da circulação de energia (Qi) (FERNANDES, 2015), apresenta ótimos resultados para o tratamento das ru- gas e marcas de expressão. Alguns pontos comuns utilizados nessa técnica são estômago (E) 3 e 4, intestino grosso (IG) 19 e 20 e vaso governador (VG) 26 (FERNANDES, 2015). Figura 13 Fonte: Adaptada de Tradicional Chinese Medicine Points 15 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Nós vimos os principais tratamentos utilizando a técnica de moxabustão e, ao aplicá-la, temos que fazer algumas observações muito importantes. Precisamos nos atentar o tempo todo sobre o posicionamento da moxa, uma vez que de jeito nenhum podemos queimar a pele do nosso paciente. A hiperemia criada pela exposição à moxa indica que o tempo necessário já foi aplicado e, assim, seguimos para a estimulação do próximo ponto ou região (FERNANDES, 2015). Embora a moxabustão não seja uma técnica invasiva, o esteticista precisa con- siderar e reconhecer as contraindicações desta técnica: gestantes, pacientes com inflamações agudas e febre e com alterações de sensibilidade térmica na pele (FERNANDES 2015; SILVA FILHO, 2015 a). Como foi conhecer o território da moxabustão? Uma terapia curiosa, diferente e um tanto quanto quente, não é verdade? Sugiro que você experimente a sensação do calor da moxa e, certamente, perceberá que apenas o calor já será o suficiente para produzir uma sensação aconchegante e de bem-estar. E agora, vamos embarcar para a nossa próxima aventura? Segure-se, porque para esta aventura uma força de sucção testará a força mo- tora deste nosso avião. Preparados? Apertem os cintos e lá vamos nós para a próxima parada: ventosaterapia! Ventosaterapia A ventosaterapia, assim como todas as outras técnicas que vimos até o presente momento, faz parte da MTC. Esta técnica consiste na aplicação de um instrumento chamado ventosa, capaz de produzir um vácuo devido à força de sucção aplicada, aderindo-se à pele em regiões específicas do corpo (PNPIC, 2006; SILVA FILHO, 2015 b). Para que a ventosa possa se aderir à pele, é necessário criar uma pressão negati- va e, desta maneira, ela irá absorver a superfície e tratar diversas síndromes (SILVA FILHO, 2015 b). O efeito que a ventosaterapia causa é a congestão local, ou seja, um aumento de volume sanguíneo no local onde a ventosa foi aplicada, promovendo a circulação sanguínea, o fluxo de energia (Qi), o alívio de dor e diminuição de edemas (SILVA FILHO, 2015 b). Veremos mais para frente que a diminuição de edemas causada pela ventosa- terapia é justamente o principal tratamento desta técnica quando se pensa em aplicabilidade na estética. 16 17 Esta técnica pode e deve ser muito aliada às diversas tecnologias utilizadas parar tratar as queixas estéticas por apresentar diversos benefícios, como ser uma técnica de custo reduzido, eficaz, que regula as funções do corpo, tonifica a energia (Qi), nutre o sangue (Xue) e dispersa os agentes patogênicos causadores de doenças (SILVA FILHO, 2015 b). Insumos e suas aplicações na ventosaterapia O instrumento utilizado para a aplicação da ventosaterapia é a ventosa, também chamada de copo de ventosa. Temos vários modelos de copo de ventosa, que va- riam com o material de fabricação. Em relação aos copos de ventosa que são feitos de chifre de animal, bambu e vidro, para que se fixem à pele é necessário criar uma pressão negativa, normal- mente pelo método de passar fogo por dentro do copo (SILVA FILHO, 2015 b). Figura 14 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Para qualquer copo utilizado, deve-se sempre dosar a força de sucção para então poder aplicar sobre a superfície da pele. Para as ventosas de vidro, o tempo de contatodo fogo no interior do copo é responsável por garantir maior ou menor estímulo, dependendo de cada situação (SILVA FILHO, 2015 b). O profissional deve sempre ficar atento para não aplicar uma força de sucção desproporcional a ponto de ferir a pele do paciente. 17 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Para remover os copos de ventosa de vidro, é necessário retirar a pressão, pres- sionando a borda externa ao copo, permitindo a entrada de ar na ventosa. Os copos de ventosa de acrílico, assim como os de vidro, apresentam uma van- tagem muito importante. A transparência, devido ao material do copo de ventosa, permite ir acompanhando o processo de sucção e a coloração das marcas com que a pele costuma ficar. Por ser de acrílico, este tipo de copo não permite a aplicação do fogo para criar a pressão negativa. Para isso, usa-se uma bomba manual de pressão. Figura 15 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Para a aplicação desses copos de ventosa de acrílico, a força de sucção é medida pelo número de puxadas dadas na bomba de sucção. Sendo assim, se a bomba for puxada apenas uma vez, a intensidade da sucção é fraca; duas vezes a intensidade é média; e de três a quatro é forte (SILVA FILHO, 2015 b). Para remover os copos de ventosa de acrílico, é necessário retirar a pressão pu- xando a válvula que se encontra na ponta da ventosa, permitindo a entrada de ar. Os copos de ventosa feitos de silicone, embora grande parte não seja transpa- rente, são bem maleáveis e não necessitam de bomba de sucção e muito menos fogo para criar uma pressão negativa. 18 19 Figura 16 Fonte: Adaptada de iStock/Getty Images Para remover as ventosas de silicone, é necessário retirar a pressão, pressionan- do a borda externa ao copo, permitindo a entrada de ar na ventosa. Importante! Na ventosaterapia aplicada à estética, os copos de ventosa mais utilizados são os de acrílico e silicone. A fácil aplicação e manuseio associado à técnica deslizante utilizada na estética promovem diversos benefícios estéticos. Importante! Saiba mais sobre a técnica de ventosaterapia, suas aplicações e benefícios. Acesse o link: https://youtu.be/a_wohEkx0tUEx pl or 19 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Ventosaterapia na estética A ventosaterapia pode ser aplicada de duas formas e apresenta propriedades muito interessantes que beneficiam aqueles que procuram tratamentos estéticos al- ternativos. A seguir, veremos as duas técnicas utilizadas no tratamento com ventosa. • Técnica de sucção: Esta técnica consiste na aplicação da ventosa fixa, sem alterá-la de lugar, até ser observada uma hiperemia, por volta de 5 a 10 minu- tos (Fernandes 2015; SILVA FILHO, 2015 b). • Técnica deslizante: Esta técnica consiste na aplicação da ventosa com o au- xílio de um óleo ou um creme hidratante, permitindo que ela seja deslizada na região em que foi aplicada, promovendo hiperemia por toda a área. Veremos em outra unidade, mas podemos combinar com esse hidrante um óleo essen- cial que tenha alguma propriedade que favoreça ainda mais os efeitos terapêu- ticos da ventosa (Fernandes 2015; SILVA FILHO, 2015 b). Ambas as técnicas podem ser aplicadas em diversas queixas estéticas, provendo o cuidado saudável da pele. Vamos ver quais são? • Celulite (HLDG): O vácuo causado pela ventosa trata a raiz da celulite (HLDG), uma vez que aumenta a nutrição de oxigênio no local, diminuindo a inflama- ção. A ventosaterapia atua na remoção de nódulos gordurosos formadores da celulite (HLDG) e que prejudicam o fluxo sanguíneo (OLIVEIRA et al., 2018); • Edema: Outra queixa muito apresentada por quem procura os cuidados esté- ticos é a presença de edemas, ou seja, excesso de fluidos, resíduos e toxinas. A aplicação da ventosa favorece as trocas gasosas, aumenta a mobilidade dos líquidos corporais e atua sobre gânglios linfáticos (OLIVEIRA et al., 2018). Dessa maneira, a força de sucção fixa de leve a média ou a técnica deslizante é capaz de drenar esses excessos, desinchando as células e promovendo a melhora do aspecto da pele (OLIVEIRA et al., 2018); • Gordura localizada: Sabe-se que a ventosaterapia auxilia no tratamento da gordura localizada, incentivando o organismo a separar resíduos metabólicos e separar toxinas residuais (AMARO, 2015); • Rugas: A ventosaterapia também pode ser utilizada na região facial, mas de- ve-se ter um cuidado especial neste local, uma vez que o tempo correto de aplicação para esta região é até ser observada uma hiperemia. Dessa maneira, evitam-se marcas de hematoma devido à congestão local, efeito normal da ventosaterapia (OLIVEIRA et al., 2018). A aplicação das ventosas nesta região não só trata, mas previne as rugas, pois estimula o aumento da produção de colágeno e elastina, além de favorecer a oxigenação celular, drenagem linfática e o contorno facial (FORNAZIERI, 2013); • Acne: No tratamento da pele acneica, usa-se as ventosas sobre pontos de acu- puntura próximos à acne. Por também tratar-se da região facial, deve-se tomar cuidado para não permitir as marcas de hematosas (OLIVEIRA et al., 2018). 20 21 Independentemente da queixa, alguns cuidados quanto aos copos devem ser tomados. Os copos de ventosa não são descartáveis, então devem sempre ser hi- gienizados com álcool entre um paciente e outro. Além disso, como nosso corpo apresenta regiões anatômicas diferentes, há diversos tamanhos de copos para que eles sejam adaptados conforme a necessidade. É muito importante que o profissional reconheça as contraindicações da técnica. Gestantes, pessoas com pressão alta ou que apresentam distúrbios circulatórios não podem realizar esta técnica, bem como esta técnica não pode ser aplicada em lo- cais que apresentam lesões, ulcerações, erupções cutâneas na pele. Recomenda-se que logo após a sessão de ventosa o paciente não tome sol por conta da sensibilida- de da pele (FERNANDES 2015; SILVA FILHO, 2015 b; OLIVEIRA et al., 2018). Nossa, quantos benefícios nós vimos nesta unidade! Moxabustão e ventosaterapia aplicadas à estética, somadas às outras diversas terapias que já vimos e a terapias mais convencionais no universo da estética, po- dem de fato contribuir para o melhor aspecto da pele e a sensação de bem-estar e autoestima. Fizemos uma viagem muito longa hoje, mas ainda temos muito mais para co- nhecer e viajar. Ainda continuaremos sobrevoando a China até chegarmos ao ter- ritório do Guasha. Prontos? Atenção, piloto, pode acelerar porque aí vamos nós! 21 UNIDADE Moxabustão e Ventosaterapia Aplicadas à Estética Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Videoaula – Moxa 2 https://youtu.be/gj-MqHF077E Como funciona a ventosaterapia contra a celulite? SEMPRE BELA TV. Programa Sempre Bela. Como funciona a ventosaterapia contra a celulite? https://youtu.be/OXHE_oD4T1M Ventosaterapia vai além de aliviar as tensões FARMÁCIAS PAGUE MENOS. Ventosaterapia vai além de aliviar as tensões. https://youtu.be/vR2ogbo5abQ Leitura A técnica eficaz para o tratamento de estrias e cicatrizes SANTOS, R. M. A técnica eficaz para o tratamento de estrias e cicatrizes. https://goo.gl/MwzvCn 22 23 Referências AMARO, P. E. Q. Ventosaterapia no tratamento de acne vulgar. Trabalho de Con- clusão de Curso do curso de Biomedicina. Universidade Católica de Brasília. Orien- tador: Prof. Misael Rabelo de Martins Custódio. 2015. Disponível em: <https://re- positorio.ucb.br/jspui/bitstream/10869/5449/5/Priscilla%20Erc%C3%ADlia%20 Queiroz%20Amaro.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Guia informativo sobre plantas medicinais: da horta comunitária da faculdade de medicina da Universi- dade de São Paulo. 2016. Disponível em: <http://apfit.org.br/wp-content/uploa- ds/2017/01/Guia-Horta-FMUSP-Revisado.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. FERNANDES, F. A. C. Acupuntura estética: prática e objetiva – novos procedi- mentos. 2ª ed. São Paulo: Ícone, 2015. FORNAZIERI,L. C. Tratado de acupuntura estética. São Paulo: Ícone, 2013. JUNQUEIRA, L. C; CARNEIRO, J. Histologia básica. 8ª ed, Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 1995. NAKANO, M; YAMAMURA, Y. Acupuntura em dermatologia e medicina esté- tica. São Paulo: Lmp, 2005. NAKANO, M; YAMAMURA, Y. Livro dourado da acupuntura em dermatologia e estética. 2ª edição. São Paulo: Center AO, 2008. OLIVEIRA, M. A. R; SILVA, A. P; PEREIRA, L. P. 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