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BRONQUIECTASIA / TOSSE/ DISPNEIA/ PNEUMOTORAX Maryana Marques ➢ TOSSE • Tosse Aguda : Duração menos que 21 dias; relacionado com infecções do trato respiratório, aspiração ou inalação de subst. Irritantes do Sist. Respiratório. • Tosse Crônica : Definida como tendo duração de superior a 21 dias; atribuída na maioria dos casos a múltiplas etiologias; pode se tornar incapacitante, associando-se a comprometimento significativo da qualidade de vida. CAUSAS MAIS COMUM: - Asma - Gotejamento pós nasal - Medicamentos (inibidores da ECA) - Doença do refluxo gastroesofágico - Bronquite crônica - Tuberculose - Bronquiectasia AVALIAÇÃO CLÍNICA : - Pesquisar por desencadeantes do início da tosse; aumento ou diminuição - Pesquisar por produção de escarro - Pesquisas sinais de doença cardiopulmonar, incluindo sons pulmonares adventícios e baqueteamento digital. AVALIAÇÃO LABORATORIAL : - Radiografia de tórax - Espirometria (se normal pode usar o teste de desafio com metacolina para avaliação de asma) - Deve enviar o escarro para culturas bacterianas de rotina e para micobactéria - Podem ser usadas sondas para medir o pH esofágico ou cápsulas com radiotransmissor para avaliar DRGE - A TC de tórax deve ser considerada em casos de pacientes com radiografia de tórax normal que não melhoram com o tratamento. TRATAMENTO : - Para pacientes com Raio X de tórax normal: tratamento empírico direcionado para a causa mais provável com base na história e no exame físico. Se o tratamento dirigido para uma causa empírica falhar, deve ser considerado o tratamento empírico de uma etiologia alternativa. - Gotejamento pós nasal: anti-histamínico sistêmicos, corticoide nasais, descongestionantes, anticolinérgicos, irrigação do nariz com soro fisiológico e/ou antibióticos. - DRGE: antiácidos, bloqueadores histamínicos tipo 2 ou IBPS. - Variante tussígena da asma: glicocorticoides inalatórios e beta agonistas inalatórios quando necessário. - Usuários de inibidores da ECA: fazer um teste suspendendo a medicação por um mês. - Bronquite eosinofilica crônica: glicocorticoides inalatórios. - O tratamento sintomático da tosse pode envolver narcóticos como a codeína, porém isso pode causar sonolência, constipação e adição. O dextrometorfano e o benzonatato tem menos efeitos colaterais, porém eficácia reduzida. RESUMO : Exame físico: Presença de doença cardiopulmonar: presença de sibilância ou crepitações. Canais auditivos: membrana timpânica alterada resulta na estimulação do nervo de Arnold Precursor nasal: renite ou pólipo Unhas: baqueteamento. Sempre pedir RX Exame de escarro expectorado: paciente com tosse crônica produtiva Escarro de aparência purulenta deve ser enviado para uma cultura bacteriana de rotina , cultura micobacteriana também. Exame citológico do escarro mucoide pode ser útil para avaliar a malignidade e para distinguir a bronquite neutrofilica da eosinifilica. Expectoração com sangue: estrias se sangue, sangue misturado com secreções das vias respiratórias ou sangue puro.: atenção maior TT: Codeína , hidrocodona, dextrometorfano, gabapentina e amitriptilina. ➢ DISPNEIA - É subjetiva de desconforto ao respirar, que consiste em sensações qualitativamente diferente com intensidades variáveis. Essa experiência é causada por interações de vários fatores fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais e pode desencadear respostas fisiológicas e comportamentais secundarias. - Resulta de etiologias cardíacas, pulmonares e neurológicas que causam um estímulo aumentado para a respiração, um aumento do trabalho respiratório. - Crônica quando dura mais de 1 mês. CAUSAS : - Dispneia com origem no sistema respiratório : ✓ Doença das vias aéreas: Asma e DPOC - são causas comuns de dispneia associadas a um aumento do trabalho respiratório. O broncoespasmo pode causar sensação de aperto torácico e hiperventilação. Hipoxemia e hipercapnia podem resultar de desequilíbrios de ventilação perfusão. ✓ Distúrbios da parede torácica - regiões da parede torácica (ex: cifoescoliose) e fraqueza neuromuscular (ex: miastenia gravis) podem aumentar o trabalho respiratório. - Dispneia com origem no Sist. Cardiovascular : ✓ Distúrbios do coração esquerdo ✓ Distúrbios do parênquima pulmonar - Dispneia com sistema respiratório e cardiovascular normais: ✓ A anemia pode causar dispneia, especialmente aos esforços ✓ A obesidade está associada a dispneia em razão do débito cardíaco aumentado e de prejuízo na função ventilatória. ✓ Falta de condicionamento físico e ansiedade também podem causar dispneia. DIAGNOSTICO E TRATAMENTO • Anamnese : obter uma descrição do desconforto; influência da posição ; infecções e exposições ambientais. A dispneia noturna é vista na ICC e na Asma. • Exame Radiológico : RX de tórax deve ser obtida como avaliação inicial. • Exame Laboratorial: Hematócrito; ECG; Espirometria; volumes pulmonares, entre outros • TRATAMENTO - Correção do problema subjacente que causou a dispneia - Necessidade de oxigênio suplementar para dessaturações de oxigênio em repouso, no sono ou aos esforços. - Reabilitação pulmonar é útil para melhorar a tolerância aos esforços na DPOC. ➢ BRONQUIECTASIA - Refere-se à dilatação irreversível de via aérea que envolve o pulmão de forma focal ou difusa ETIOLOGIA : - A grande maioria: infecção, seja de vias aéreas superiores (sinusite crônica), seja de inferiores (pneumonias, tuberculose). - Outras etiologias são: transplante de pulmão e de medula óssea, síndrome da imunodeficiência adquirida, obstruções intrabrônquicas (neoplasia, corpo estranho) e extrabrônquicas (linfonodomegalias), aspergilose broncopulmonar alérgica. - Dentre as síndromes hereditárias associadas às bronquiectasias, raras, tem-se: síndrome de MounierKuhn, de Williams-Campbell, de Marfan, de Kartagener, das unhas amarelas, de Swyer Mc Leod, fibrose cística, deficiência de alfa 1-antitripsina, sequestro pulmonar e imunodeficiência congênita e hereditária (doença granulomatosa crônica, imunodeficiência comum variável de imunoglobulina e de interferon-γ). CLÍNICA : - Clinicamente a tosse crônica costuma ser produtiva com expectoração de grande quantidade de secreção mucóide, purulenta (vômica), de escarro sanguinolento, muitas vezes na forma de hemoptise. Não é incomum pacientes eliminarem quantidades volumosas de secreção purulenta que podem atingir 600 ml/ dia. - Classicamente a expectoração examinada num frasco transparente apresenta três camadas distintas: • superior: apresenta coloração esverdeada- acinzentada clara, com bolhas de ar, pus e muco; • intermediária: é semelhante, estreita e com menos bolhas de ar; • inferior: é mais larga que as anteriores, e apresenta precipitado esverdeado-acinzentado escuro, com pus, restos celulares, fibrina, rolhas de catarro, ácido graxo, cristais e fibras elásticas. DIAGNÓSTICO : - O diagnóstico da bronquiectasia na ausência de imagens típicas ao radiograma de tórax é confirmado pela tomografia computadorizada de alta resolução do tórax, que permite classificar a doença em cilíndrica, sacular ou varicosa. TRATAMENTO O tratamento da tosse presente na bronquiectasia é realizado pelo controle da infecção, clinicamente exteriorizada pela purulência do escarro e sintomas gerais, que deve ser tratada energicamente com os recursos disponíveis, uma vez que a protease, liberada dos neutrófilos sequestrados nas vias aéreas e representada pela elastase como a principal, é a responsável pela inflamação crônica que vai favorecer novas dilatações, agravando o caso local e sistemicamente. ➢ PNEUMOTORAX É definido como a presença de gás no espaço pleural. É um colapso pulmonar.- Tipos: • Espontâneo: ocorre sem traumatismo torácico. ✓ Espontâneo primário: ocorre na ausência de doenças pulmonar subjacente e resulta de bolhas pleurais apicais. A simples aspiração pode ser um tratamento adequado nesse cas, porém a recidiva torna claramente necessária a intervenção toracoscópica. ✓ Espontâneo secundário: ocorre na vigência de doença pulmonar subjacente, mais comumente doença pulmonar obstrutiva crônica. Sendo necessário a colocação de um dreno de tórax, devendo também ser considerada a realização de toracoscopia e/ou pleurodese (com abrasão pleural ou com agente esclerosante). • Traumático: resulta de um trauma torácico penetrante ou não, costuma tornar necessária a colocação de um dreno de tórax. • Iatrogênico: pode ocorrer em consequência de biópsia por agulha transtorácica, toracocentese, colocação de cateter venoso central ou de biópsias transbrônquica. O tratamento com O2 suplementar ou aspiração costuma ser suficiente, porém a colocação de um dreno de tórax pode ser necessária. • Hipertensivo: resulta de traumatismo ou da ventilação mecânica. A pressão pleural positiva na ventilação pode acarretar rapidamente o pneumotórax hipertensivo com débito cardíaco reduzido. O tratamento urgente é necessário podendo ser realizado com dreno de tórax ou, se esse dreno não estiver imediatamente disponível, agulha de grande calibre introduzida no espaço pleural pelo segundo espaço intercostal anterior.
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