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Atuação da Enfermagem no Controle de Infecções Hospitalares

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Portuguese 
ReonFacema. 2017 Jul-Set; 3(3):630-635. 
 
 
The performance of nursing in the hospital infection: 
Integrative review 
A atuação da enfermagem no controle da infecção hospitalar: Revisão integrativa 
La actuación de la enfermería en el control de la infección hospital: Revisión integrativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To describe the performance of nursing and its contribution in the control of nosocomial 
infections related to health care. Methods: The present study is an integrative review whose data 
were collected from the index databases VHL, LILACS, SCIELO, WHO, NCBI, MEDLINE. Included in this 
review are references texts and institutional manuals of national agencies, articles with abstracts and 
full texts available, in Portuguese and English, published between the years 2009 and 2016 and that 
answered the guiding question of the study. Results and Discussion: We selected 24 articles to 
compose the sample of the present article, which were segmented into four subthematic axes, 
namely hand hygiene, personal protective equipment (IPE), invasive procedures and sterilized 
materials, with a focus on Performance of the nursing team within the scope of care. Final 
considerations: Simple attitudes such as hand hygiene or glove use may help control nosocomial 
infections, however, the low adherence of professionals is an important barrier found by the nursing 
team to control and prevent this serious problem Of public health. 
 
RESUMO 
Objetivo: Descrever a atuação da enfermagem e sua contribuição no controle das infecções 
nosocomiais relacionadas à assistência em saúde. Métodos: O presente estudo trata-se de uma 
revisão integrativa cujos dados foram colhidos das bases indexadas BVS, LILACS, SCIELO, WHO, NCBI, 
MEDLINE. Foram incluídos nesta revisão textos de referências e manuais institucionais de organismo 
nacionais, artigos com resumos e textos completos disponíveis, em idioma português e inglês, 
publicados entre os anos de 2009 a 2016 e que respondessem à questão norteadora do estudo. 
Resultados e Discussão: Foram selecionados 24 artigos para comporem a amostra do presente artigo, 
os quais foram segmentados em quatro eixos sub-temáticos que são a higienização das mãos, 
equipamentos de proteção individual (EPIs), procedimentos invasivos e materiais esterilizados, com 
foco na atuação da equipe de enfermagem dentro do âmbito assistencial. Considerações finais: 
Atitudes simples como a higienização das mãos ou o uso de luvas nos atendimentos podem auxiliar no 
controle de infecções nosocomiais, no entanto, a baixa adesão dos profissionais é uma importante 
barreira encontrada pela equipe de enfermagem para o controle e prevenção desse grave problema 
de saúde pública. 
 
RESUMEN 
Objetivo: Describir la actuación de la enfermería y su contribución al control de las infecciones 
nosocomiales relacionadas con la asistencia en salud. Métodos: El presente estudio se trata de una 
revisión integrativa cuyos datos fueron recolectados de las bases indexadas BVS, LILACS, SCIELO, 
WHO, NCBI, MEDLINE. Se incluyeron en esta revisión textos de referencias y manuales institucionales 
de organismos nacionales, artículos con resúmenes y textos completos disponibles, en idioma 
portugués e inglés, publicados entre los años 2009 a 2016 y que respondieran a la cuestión 
orientadora del estudio. Resultados y Discusión: Se seleccionaron 24 artículos para componer la 
muestra del presente artículo, los cuales fueron segmentados en cuatro ejes subtemáticos que son la 
higienización de las manos, equipos de protección individual (EPIs), procedimientos invasivos y 
materiales esterilizados, con foco en Actuación del equipo de enfermería dentro del ámbito 
asistencial. Consideraciones finales: Actitudes simples como la higienización de las manos o el uso 
de guantes en las atenciones pueden auxiliar en el control de infecciones nosocomiales, sin embargo, 
la baja adhesión de los profesionales es una importante barrera encontrada por el equipo de 
enfermería para el control y prevención de ese grave problema De salud pública. 
 
 
 
 
Celcilene da Silva Nere¹ 
Nayse Bezerra da Silva¹ 
Nivia Maria Soares da Silva¹ 
Tátylla Eva de Sousa Rodrigues¹ 
Eliel dos Santos Pereira² 
Jainy Lima Soares³ 
 
 
630 
ISSN: 2447-2301 
 
²Mestre em Bioengenharia pela Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP; Professor Assistente da UEMA; E-mail: 
lielsant@hotmail.com 
³Especialista em Fisioterapia Intensiva pelo Instituto Camilo Filho - ICF; Fisioterapeuta pela Faculdade de Ciências e 
Tecnologia do Maranhão – FACEMA; Caxias-MA, Brasil. E-mail: jainylima.s@gmail.com 
 
Descriptors 
Nursing. Hospital Infection. 
Infection-Related Care (IRA). 
 
 
Descritores 
Enfermagem. Infecção Hospitalar. 
Infecção Relacionada à Assistência 
(IRA). 
 
Descriptores 
Enfermería. Infección Hospitalaria. 
Infección Relacionada a la 
Asistencia (IRA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sources of funding: No 
Conflict of interest: No 
Date of first submission: 2017-03-21 
Accepted: 2017-05-02 
Publishing: 2017-06-25 
 
 
Corresponding Address 
 
Jainy Lima Soares, Av. Central, 
1944, Ap. J, Centro, CEP: 65600-
160, Caxias/MA, Brasil. Celular: 
(99)9.8158-9530. E-mail: 
jainylima.s@gmail.com 
 
 
REVISÃO / REVIEW / REVISIÓN 
 
mailto:lielsant@hotmail.com
mailto:jainylima.s@gmail.com
ISSN: 2447-2301 
Nere CS et al. The performance of nursing in the hospital infection … 
Portuguese 
ReonFacema. 2017 Jul-Set; 3(3):630-635. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Segundo conceito do Ministério da Saúde (MS), 
na portaria nº 2.616 de 12.05.1998, as infecções 
hospitalares restringem–se àquelas adquiridas após a 
admissão do paciente na unidade hospitalar e que se 
manifestam durante a internação ou após a alta, quando 
puder ser relacionada com a internação (1). 
As infecções hospitalares são consideradas 
atualmente como problema de saúde pública, 
acometendo mais de 15% dos pacientes internados, 
agravando-se com a emergência da resistência 
bacteriana (2). A infecção relacionada à assistência 
hospitalar aumenta o período de internação, o risco de 
mortalidade e os custos econômicos. Cerca de 30% dos 
casos de infecções estão relacionados à assistência à 
saúde, podendo ser evitadas por medidas simples e 
efetivas como a correta higienização das mãos (3). 
A infecção é uma entidade clínica de múltiplos 
fatores envolvidos, e a necessidade de reduzir e 
controlar sua incidência determina a aplicação de 
medidas preventivas, educacionais e de controle 
epidemiológico que visam, por meio de um processo de 
sensibilização coletiva, levar a taxas de infecção para 
limites aceitáveis para o tipo de clientela e de 
procedimentos realizados em cada hospital (1). 
Devido à gravidade das infecções nosocomiais, 
esta temática deveria ser encarada com mais seriedade 
pelos profissionais de saúde, já que a sua aquisição traz 
riscos diretos aos clientes e à instituição, uma vez que, 
esse problema tem grande potencial de conduzir o 
indivíduo a óbito (2). 
Apesar dos avanços e medidas estabelecidas 
para prevenção e controle das infecções, a baixa adesão 
pelos profissionais às recomendações, vem sendo um 
desafio para as instituições de saúde, devido ao 
desconhecimento ou à dificuldade em mudar hábitos 
sedimentados ao longo da vida profissional (4). 
A prevalência de infecção hospitalar associada 
a complicações decorrentes desta condição estimularam 
a realização deste artigo de revisão, cujo objetivo 
consiste em descrever a atuação da enfermagem e sua 
contribuição no controle das infecções nosocomiais 
relacionadas à assistência em saúde. 
 
METODOLOGIA 
 
O presente artigo é resultado de uma revisão 
integrativa que tem como objetivo integrar as 
referências da literatura relacionadas à atuação da 
enfermagem no controle dainfecção hospitalar. Todos 
os estudos encontrados foram indexados em consulta 
nas bases de dados BVS, LILACS, SCIELO, WHO, NCBI, 
MEDLINE. Os descritores da pesquisa constituem: 
Enfermagem, Infecção Hospitalar e Infecção 
Relacionada à Assistência (IRA). 
Foram incluídos nesta revisão textos de 
referências e manuais institucionais de organismo 
nacionais, artigos com resumos e textos completos 
disponíveis, em idioma português e inglês, publicados 
entre os anos de 2009 a 2016 e que respondessem à 
questão norteadora do estudo. Foram consultadas 45 
fontes, resultando na utilização de 24 referências. Os 
resultados encontrados foram sistematizados em quatro 
eixos sub-temáticos: Higienização das Mãos, 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), 
Procedimentos Invasivos e Materiais Esterilizados. 
Para delimitação da pesquisa foram 
selecionadas publicações que apresentaram dados 
relevantes para a temática. Por meio da análise do 
título e do resumo, foram selecionados os artigos que 
incluíram temáticas relacionadas à infecção hospitalar e 
à assistência de enfermagem. As publicações que 
atenderam ao critério de inclusão foram consultadas na 
íntegra. Excluímos artigos, teses ou dissertações 
publicadas fora do período de coleta, as duplicadas, as 
não disponíveis na íntegra, as não disponíveis 
gratuitamente, e as fora da área relacionada à infecção 
hospitalar dos diversos tipos referentes aos cuidados de 
enfermagem e sua assistência ou que não se referiam à 
saúde. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) 
 
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) 
são dispositivos de uso individual, que têm a finalidade 
de proteger os profissionais durante a realização dos 
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procedimentos, sendo de responsabilidade da instituição 
o fornecimento dos mesmos e em quantidade suficiente, 
de acordo com os riscos a que os profissionais estão 
expostos (2). De acordo com a norma regulamentadora 
(NR6), equipamento de proteção individual é todo o 
dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo 
trabalhador, destinado a protegê-lo de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e sua saúde no trabalho (5, 6). 
As Precauções Universais, atualmente 
denominadas Precauções Básicas, são medidas de 
prevenção que devem ser utilizadas na assistência de 
todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções 
e excreções e contato com mucosas e pele não íntegra. 
Essas medidas incluem a utilização de Equipamentos de 
Proteção Individual (EPIs) que são: luvas, máscaras, 
gorros, óculos de proteção, capotes (aventais) e botas 
(7). 
Nesse contexto, a utilização dos equipamentos 
de proteção individual é de suma importância para os 
profissionais da equipe de enfermagem, uma vez que os 
mesmos estão expostos às doenças durante o manuseio 
das secreções dos pacientes e dos dejetos humanos, das 
roupas de cama sujas e de superfícies contaminadas, 
colocando os profissionais em risco mais elevado de 
contrair infecção e de se contaminar (6). 
Os EPIs são indispensáveis para que os 
profissionais possam realizar suas atividades diárias, 
garantindo a sua proteção e ao mesmo tempo, 
prestando um atendimento de qualidade e humanizado 
ao paciente evitando a aquisição de patologias 
provenientes destes, pois a utilização correta dos EPIs 
não previne somente as infecções, como também 
promove a saúde (2). 
 
Higienização das Mãos 
Dentre as diversas formas de transmissão de 
agentes patogênicos no hospital, infere-se que a mais 
significativa seja as mãos dos profissionais de saúde, 
funcionando estes como vetores mecânicos e, portanto, 
sendo responsáveis pelo transporte desses patógenos de 
um paciente a outro, caracterizando a infecção cruzada 
(2). 
A presença de bactérias em superfícies 
inanimadas (bancadas, mesas, equipamentos e 
acessórios do local) pode causar infecções graves em 
pacientes internados em unidades de pronto 
atendimento, com a contaminação cruzada que ocorre 
entre a equipe de enfermagem e o paciente, sendo as 
mãos a via mais comum de transmissão (8,9). 
Com a prática de higienização das mãos, a 
redução imediata da microbiota transitória vem sido 
verificada, pois a transmissão de micro-organismos 
através das mãos dos profissionais são as carreadoras 
mais frequentes. Sabe-se, que nos dias de hoje a 
higienização das mãos reduz a passagem de patógenos 
e, sobretudo a ocorrência de infecções relacionadas ao 
cuidar em saúde (IRCS), sendo considerada uma medida 
simples e importante (10, 2). 
Os fatores dificultadores para a adesão à 
higienização das mãos são: esquecimento, falta de 
conhecimento, distância da pia, irritação da pele e falta 
de materiais. O uso do capote apresenta maior 
dificuldade (45%) pela sua ausência no box, 
acondicionamento inadequado, calor, e ao seu uso 
coletivo. O uso de luvas é a conduta de maior facilidade 
na prática cotidiana. Os resultados deste estudo 
apontam a necessidade de implementar medidas de 
precaução a fim de minimizar a disseminação de 
microrganismos resistentes(10). 
Para tornar essa prática ainda mais eficaz, 
outras ações podem ser acrescentadas. Dentre elas 
destaca-se a associação da higienização das mãos com o 
uso do álcool. O álcool possui propriedades microbicidas 
reconhecidamente eficazes para eliminar os germes 
mais frequentemente envolvidos nestas infecções sendo 
imprescindível na realização de ações simples de 
prevenção como a antissepsia das mãos, a desinfecção 
do ambiente e de artigos médico-hospitalares. Ademais, 
possui baixo custo, fácil aplicabilidade e toxicidade 
reduzida (2). 
 
Materiais Esterilizados 
O combate de micro-organismos causadores das 
mais variadas infecções sempre foi preocupação do ser 
humano (11). Com a diversidade de tecnologias de 
reprocessamento dos artigos médicos hospitalares, 
notou-se a necessidade de um profissional qualificado 
para o gerenciamento da CME (Central de Materiais e 
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Esterilização) (12), ambiente onde se realizam os 
procedimentos de tratamento dos artigos de aplicação 
odonto-médico-hospitalares, e esta técnica é 
subordinada ao serviço de enfermagem, tendo a 
obrigação de combater as infecções hospitalares, 
através da morte ou redução microbiana (13). 
Os artigos hospitalares são definidos em 
categorias segundo o grau de risco de obtenção de 
infecções, sendo: críticos, semicríticos e não críticos. O 
processo que destrói as formas de vida microbiana em 
geral, mediante a aplicação de agentes químicos, físicos 
e físico-químicos, é considerado esterilização (14). Os 
artigos críticos recebem essa denominação em função 
do alto risco de infecção, podendo ser contaminados 
com algum micro-organismo ou esporo, que é forma de 
resistência. Estes artigos têm contato direto com 
tecidos ou tratos estéreis, e por isso devem ser 
submetidos ao processo de esterilização (2). 
Os artigos a serem esterilizados devem ser 
identificados, e precisam conter: o nome, lote e o tipo 
de esterilização, nome do responsável pelo 
empacotamento e a data de validade da esterilização. 
Os cuidados para garantir a qualidade do serviço a cada 
ciclo de esterilização são: conter um número de registro 
com o lote e conteúdo, tempo e temperatura de 
esterilização, resultado do indicador químico obtido e 
do teste biológico, e também conter a intercorrência, 
caso ocorra(15). 
Para garantir a qualidade, é necessário também 
o monitoramentomecânico, que incide no registro e 
controle de parâmetros de temperatura e tempo, 
durante a esterilização à pressão; manutenção dos 
aparelhos de registro e equipamentos (16). 
Faz-se necessário ter um profissional de nível 
superior em enfermagem responsável, para coordenar as 
obrigações listadas no processamento de artigos para a 
saúde. 
O trabalho do enfermeiro no CME deve ser 
considerado um cuidado legítimo, por instrumentalizar o 
cuidado direto, na medida em que ocorre um 
reconhecimento de que o preparo de materiais é 
essencial para o cotidiano da prática assistencial da 
enfermagem (17,18). 
 
Procedimentos Invasivos 
Os procedimentos invasivos realizados na 
grande maioria dos pacientes internados abrem vias de 
acesso aos tecidos estéreis do organismo, tornando-se 
causa de infecção hospitalar, dependendo dos cuidados 
de assepsia e antissepsia tomados para o procedimento 
e do estado geral do paciente. Os profissionais de 
Enfermagem que lidam com procedimentos invasivos 
devem estar conscientes da possibilidade, atribuída a 
eles enquanto sujeitos da ação invasiva e da 
responsabilidade civil pelos possíveis danos desta ação 
(19). 
 
Acesso venoso 
 
Embora esse dispositivo intravascular permita 
um acesso rápido à corrente sanguínea, a sua utilização 
está relacionada à bacteremias e candidemias 
nosocomiais, com taxas significativas de morbidade, 
mortalidade e custos hospitalares elevados (20). 
O acesso vascular, tanto central como 
periférico, é uma das principais modalidades de 
tratamento utilizadas na assistência à saúde. Há uma 
ampla aceitação, difusão e prática desse procedimento 
pelos profissionais da área da assistência à saúde, 
contudo, tradicionalmente, falhas técnicas vêm sendo 
executadas com frequência, de forma que foram 
incorporadas à prática sem nenhuma discussão dos 
riscos que acompanham esses atos. 
Estratégias de intervenções para correção 
dessas falhas têm sido desafios, refletindo na 
subestimação dos riscos e aumento das taxas de ICS (20). 
O risco de infecção por acesso vascular está 
diretamente relacionado à localização do acesso 
vascular, da solução infundida, experiência do 
profissional que realiza o procedimento, tempo de 
permanência, tipo e manipulação do cateter, dentre 
outros. Estes fatores estão relacionados aos pontos 
principais para o desenvolvimento de ações preventivas 
para tal infecção (21). 
O profissional enfermeiro que executar a 
inserção do cateter deve conhecer e adotar as técnicas 
de prevenção de infecções, sendo um conhecimento que 
não só os cursos ministrados para a utilização do CCIP 
(Cateter Central de Inserção Periférica) lhes ensinaram, 
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mas sim todo seu percurso na graduação para se tornar 
enfermeiro. Produtos adequados e enfermeiros 
qualificados podem fazer com que os procedimentos de 
inserção e manutenção possam evitar os riscos de 
infecções e manter a esterilidade da atuação do 
tratamento com o CCIP (22). 
 
Sonda vesical 
 
O trato urinário é um dos sítios mais comuns de 
infecção hospitalar (IH), o que resulta em repercussão 
econômica, potenciais complicações, sequelas e danos 
intangíveis à população. No cateterismo urinário de 
demora os riscos para infecção são maiores e mais 
significativos após 72 horas de permanência do cateter, 
o que pode ainda ser agravado pelo trauma do tecido 
uretral durante a inserção (23). 
Uma vez que a inserção do cateter urinário é 
um dos principais problemas de infecção hospitalar da 
atualidade, é de fundamental importância a 
participação de todos os profissionais da área da saúde 
na adoção de medidas preventivas que envolvem o seu 
uso de forma racional, visando cada vez mais a redução 
do tempo da sua utilização e a melhoria dos 
procedimentos na inserção e manutenção do cateter (23). 
Na prática clínica, o cateter de Foley é o mais 
utilizado no cateterismo de demora, ocorrendo melhora 
significativa nas complicações associadas quando este é 
confeccionado com silicone. 
Os cateteres revestidos com prata são 
apresentados como solução viável por mostrar maior 
efetividade na prevenção de ITU quando comparados 
aos de látex, porém não há explicações claras sobre seu 
mecanismo de ação e comprovação de resultados (24). 
O uso de luvas esterilizadas e a adoção rigorosa 
técnica asséptica devem ser observadas sempre na 
realização de um cateterismo vesical. Mesmo com a 
constatação consistente do valor da higienização das 
mãos na prevenção da transmissão de doenças, 
profissionais de saúde continuam ignorando o valor de 
um gesto tão simples e não compreendendo os 
mecanismos básicos da dinâmica de transmissão das 
doenças infecciosas (4). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A prevenção e o controle da infecção hospitalar 
(IH) relacionada à assistência de enfermagem não têm 
alcançado o tão esperado resultado, devido à resistência 
na mudança de comportamento dos profissionais, 
principalmente devido à baixa adesão às medidas 
preventivas. Essa adesão resultaria numa melhor 
qualificação da assistência, assim como melhoramento 
da segurança dos pacientes e dos próprios profissionais, 
além da redução do tempo de internação e dos custos. 
O chefe da equipe de enfermagem, na pessoa 
do enfermeiro, deve direcionar ações de controle da IH 
com foco numa educação continuada com exposição da 
necessidade dos cuidados, a fim de sensibilizar a equipe 
de saúde quanto a sua responsabilidade ética e técnica 
no processo de prevenção e controle das infecções 
nosocomiais. 
Através de treinamentos que englobem 
atualizações, juntamente com o comprometimento 
profissional e a sensibilização da equipe de saúde 
associados às instruções provenientes da Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), torna-se possível 
obter resultados satisfatórios no que tange a diminuição 
dos casos de infecções nosocomiais e significando 
melhor qualificação de assistência à saúde em todo o 
processo de cuidado. 
 
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