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INFECTOLOGIA-INTENSIVA-4

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1 
 
 
INFECTOLOGIA INTENSIVA 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
saúde pública................................................................................................... 3 
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ........................................................................ 3 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ......................................................................... 8 
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS Infecções 
Relacionadas à Assistência em Saúde .................................................................... 10 
BASES CONCEITUAIS ................................................................................. 12 
medicina das infecções e a medicina intensiva ............................................. 14 
INFECÇÕES HOSPITALARES ..................................................................... 16 
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ....................... 18 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO ......................................................................... 20 
FATORES DE RISCO ................................................................................... 21 
EPIDEMIOLOGIAS DA INFECÇÃO IH NA UTI ............................................. 22 
FATORES DE INFECÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR ........................... 23 
PREVENÇÃO E CONTROLE ........................................................................ 24 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ......................................................................... 25 
PRECAUÇÃO PADRÃO ................................................................................ 29 
PRECAUÇÃO DE CONTATO........................................................................ 30 
PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULA .................................................................. 31 
PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS ............................................................... 32 
EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS MEDIDAS PREVENTIVAS ........ 33 
REFERENCIAS ............................................................................................. 36 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
3 
 
 
SAÚDE PÚBLICA 
 
Dentre os inúmeros problemas que a saúde pública brasileira enfrenta 
atualmente como falta de médicos, remédios, leitos e cirurgias especializadas pode- 
se ainda citar as “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS) 
consideradas como uma das grandes preocupações encontradas dentro das 
unidades hospitalares, em especial na UTI (ROCHA; LEME 2010). Conforme Júlio 
(2013) as IRAS são as mais frequentes e importantes complicações ocorridas em 
pacientes hospitalizados. 
No Brasil, os dados sobre IRAS são pouco divulgados. Além disso, esses 
dados não são consolidados por muitos hospitais, o que dificulta o conhecimento da 
real dimensão do problema (GASPAR, 2012). Partindo desse pressuposto, pode-se 
considerar que a falta de divulgação de dados sobre as IRAS intensificam ainda mais 
os problemas de infecções hospitalares aumentando segundo Santos (2006) os 
custos hospitalares, bem como a morbidade e a mortalidade entre os pacientes 
hospitalizados. 
A incidências de infecções hospitalares trata-se de um contínuo desafio aos 
profissionais de saúde, tendo em vista que as IRAS representam um importante 
problema de saúde pública e que acarretam impacto para o paciente, família, 
instituições hospitalares e para a sociedade como um todo. As informações em 
estudos e pesquisas podem nortear questões essenciais para a prevenção das IRAS 
e, consequentemente de óbitos, além de fornecer subsídios para orientação das 
ações das equipes de saúde justificando assim a realização dessa pesquisa. 
 
SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL 
 
Para início de reflexão sobre as “infecções relacionadas à assistência em 
saúde” (IRAS), torna-se necessário contextualizar esse processo com a história da 
saúde pública no Brasil. No Brasil, a Constituição Federal no seu Artigo 196, enaltece 
que a “saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e acessórias que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e 
4 
 
 
a acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, prestação 
e recuperação.” 
Nessa perspectiva, Junior (2012) cita que a Organização Mundial de Saúde 
conceitua a Saúde Pública como o ato de prevenir doenças, prolongar a vida, 
possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da 
comunidade. Esse ato está a cargo do Estado, em promover uma série de medidas 
adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de proporcionar a 
todos os indivíduos de uma sociedade a condição de saúde necessária (BRASIL, 
2010). 
Com relação ao processo histórico evolutivo da saúde no Brasil, Junior; Costa 
(2014) comentam que somente a partir do século XVI, que as políticas públicas de 
saúde foram implementadas no Brasil, impulsionada pela chegada da família Real. 
Todavia, os serviços e tratamentos oferecidos por essa implementação, sofreu 
preconceito e medo por parte da população, que preferiam ser tratadas pelos 
curandeiros. 
Em consonância com a pesquisa, Lopes (2011), cita que de fato a saúde 
pública brasileira é oriunda do advento da corte real portuguesa, datada de 1808, com 
a criação das duas primeiras escolas de medicina em nosso país (Colégio Médico-
Cirúrgico do Real Hospital Militar de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de 
Janeiro), que visavam principalmente à saúde e o bem estar da nobreza (SANTOS, 
2008). 
A história da Saúde Pública brasileira inicia-se cercada de desconfiança por 
parte da população, entendida como muito limitada e pouco eficaz. De fato, a saúde 
pública tinha esse aspecto, pois a sociedade culturalmente sempre se automedicou. 
Os avanços no desenvolvimento da saúde ganharam nova conjuntura a partir dos 
estudos de Emílio Ribas, em São Paulo, e Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que no 
interior da escola pasteuriana, desenvolveram medidas como o isolamento dos 
indivíduos doentes contagiantes, o saneamento do meio, a destruição dos vetores 
biológicos e a proteção dos sadios. Essas medidas deram aspectos de coletividade 
para os tratamentos de saúde no Brasil (MERHY; QUEIROZ, 1993). 
Reforçando a contribuição de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas para o 
desenvolvimento da saúde pública no Brasil, Junior (2012), ressalta que além desses 
5 
 
 
cientistas, é importante destacar o papel do Instituto Vital Brazil, Butantã ou Adolfo 
Lutz. Uma vez, estas entidades são exemplos concretos de atividade competente e 
meritória da saúde pública brasileira, priorizando o combate e tratamento às doenças. 
Dessa forma, pode afirmar que a contribuição de Oswaldo Cruz, Carlos 
Chagas, Adolfo Lutz à saúdepública brasileira foi de extrema importância, tendo em 
vista suas inúmeras descobertas e feitos em benefício da saúde pública brasileira. Da 
mesma forma, pode-se enaltecer a participação do Instituto Butantan criado em 
meados do século XIX, e o Instituto Vital Brazil importantíssimos no combate do surto 
de peste bubônica, fato que originou o Instituto Manguinhos (atual Fundação Oswaldo 
Cruz ou Fiocruz), as ações dessas instituições contribuem até hoje em incidência de 
acidentes com animais peçonhentos, como as serpentes (CAMARGO, 2002). 
Nesse contexto histórico não podemos deixar de destacar a participação dos 
grupos filantrópicos de cunho religioso como as Santas Casas de Misericórdia, que 
cuidava da saúde dos brasileiros, principalmente a população mais carente 
(SANTIAGO, 2010). A atuação da filantropia incitou o Estado a tomar atitude com 
relação à saúde da população, que iniciou algumas ações de saúde diante de 
epidemias, como ações de vacinação e de saneamento básico. Uma das primeiras 
ações do Estado ocorreu no final do século XIX e início do XX com o saneamento do 
Rio de Janeiro e a grande campanha de vacinação contra varíola promovida pelo 
sanitarista Oswaldo Cruz (CARVALHO, 2013). 
Nessa perspectiva histórica por volta da década de 40 percebe-se que as 
primeiras iniciativas da saúde pública brasileira eram, portanto, de caráter 
emergencial mediada pelo Governo Central e organizada pela Diretoria Nacional de 
Saúde Pública – DNSP, Essas medidas faziam parte das ações da vigilância de 
controle ambiental, que deram origem a estrutura da saúde pública com o 
aparecimento dos Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP), Departamento 
Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a Superintendência de Campanhas 
(SUCAM) (SANTIAGO, 2010). 
Todavia, a saúde pública só ganhou amplitude com a Proclamação da 
República, em 1889, implementando um modelo sanitarista visando erradicar 
epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde Pública, tornando a 
saúde brasileira uma medida coletiva sob a responsabilidade do governo (CORREIA, 
6 
 
 
2014). Porém, essas medidas não foram além do papel, e reduziram a saúde pública 
praticamente à atuação campanhista pelo conjunto do país. Tais ações favoreçam 
ações verticais permanentes da Liga de Saneamento, viabilizando construção dos 
serviços médicos previdenciários, abrindo outro setor socialmente significativo no 
conjunto das ações de saúde (MERHY& QUEIROZ, 1993). 
A partir de uma corrente cronológica as políticas públicas de saúde no Brasil 
foi desenvolvida mediante a chegada da família real em 1808, e ao longo dos anos, 
vem sofrendo modificações. A primeira medida tomada foi impor normas sanitárias 
para os portos combatendo entrada de doenças contagiosas que pudessem ameaçar 
a saúde da Realeza. Com o advento da Independência do Brasil em 1822, novas 
medidas foram estabelecidas atribuindo as províncias o controle dos portos e 
quaisquer decisões sobre tais questões e saúde. Em 1923, o Estado brasileiro, 
promulga a Lei Elói Chaves, através da criação das Caixas de Aposentadoria e 
Pensão (CAPs) estabelecendo as empresas e trabalhadores o direito assegurado a 
assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões (CORREIA, 2014). 
Outro aspecto levantado por Correia (2014) relata que ao longo dos anos, a 
CAPs, passou a corresponder aos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que 
estendeu o atendimento ao número maior de trabalhadores. Em 1967, foi implantado 
o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que extinguiu os IAPs, com essa 
medida o atendimento se estendeu também aos trabalhadores rurais, assegurados 
pelo Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). 
É importante frisar que os trabalhadores com carteira eram assistidos pelo do 
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Em 
contrapartida, o governo através da Constituição Federal de 1988, cria o Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde – SUDS, que mais tarde transformou-se no 
Sistema Único de Saúde - SUS, encarregado de organizar no plano regional, as ações 
do Ministério da Saúde, dos serviços Estaduais e Municipais de saúde, sendo o SUS 
uma conquista da sociedade brasileira (JUNIOR; COSTA, 2014). 
A década de 90 marca importantes mudanças na saúde brasileira onde a 
intervenção do poder público apresenta-se mais pertinentes implantando as 
campanhas de vacinações promovendo dessa maneira as primeiras coes da saúde 
coletiva para a população. Essas ações proporcionaram a unificação dos 
7 
 
 
departamentos de saúde dando origem a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) 
que estrutura e incorpora o SUS (Sistema Único de Saúde) respondendo assim, às 
necessidades e exigências de um novo Brasil (SANTIAGO, 2010). 
A partir do surgimento do SUS a saúde pública brasileira se estruturou baseada 
no tripé da Descentralização, da Integralidade, da Assistência e da Participação da 
comunidade, oferecendo um serviço de qualidade para a população. Porém, o 
Sistema Único de Saúde é alvo de várias críticas em função da precariedade dos 
serviços prestados, da escassez de mão-de-obra qualificada, demora no atendimento 
da grande demanda populacional e da demora na solução de problemas por causa 
de uma grande sobrecarga burocrática (BRASIL, 2010). 
Dentro do hospital a UTI é considerado um setor de cuidados intensivos, 
destinados pacientes em situação de saúde crítica a semicrítica, onde ocorre a oferta 
da de assistência em saúde por uma equipe multiprofissional especializada com 
suporte tecnológico avançado. Diante da gravidade dos casos admitidos na UTI, os 
pacientes usualmente apresentam fatores de risco como elevado tempo de 
permanência, inúmeros procedimentos invasivos e uso frequente de antibióticos, que 
contribuem para maior suscetibilidade às infecções hospitalares (IH). 
Nestes casos a equipe de enfermagem, bem como os que estão relacionados 
à assistência em saúde, devem fazer o uso das medidas de precauções e isolamento 
a fim de evitar a disseminação de infecções hospitalares. Contudo, na rotina 
assistencial é comum a visualização de profissionais que não aderem a estas 
práticas. A adesão ao uso das medidas de precaução está diretamente vinculada ao 
conhecimento e atitudes dos profissionais da equipe. 
A falta de conhecimento sobre questões referentes à biossegurança e controle 
de infecção, o despreparo psicológico para lidar com situações críticas externas ao 
ambiente hospitalar bem como o desconhecimento quanto ao estado de saúde dos 
pacientes são fatores que dificultam a adoção das medidas de precaução indicadas 
no momento da assistência hospitalar. Dessa forma, fica evidente que as instituições 
de saúde devem promover a educação permanente destes profissionais, resgatando 
conhecimentos gerais sobre transmissão das doenças e as condutas que devem ser 
adotadas pela equipe de enfermagem para diminuição os índices de IH, a exemplo 
das medidas de precaução e isolamento. 
8 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE 
 
Para compreendermos o processo evolutivo do Sistema Único de Saúde do 
Brasil, precisamos entender que as práticas de saúde no país fazem parte de ações 
organizadas pela sociedade em cada contexto político, econômico e social. Dessa 
forma, o SUS foi se desenvolvendo de acordo com as necessidades da 
sociedade.Sendo assim, não podemos dizer que esse sistema já nasceu pronto e 
acabado, mas sim, está em constante construção (BRASIL, 2010). 
Somente a partir da década de 80 que a saúde pública passou a ser mais 
universal e menos excludente, abrangendo atendimentos hospitalares para toda a 
população. De acordo com Lopes (2011), impulsionada pelos congressos e 
movimentos sociais que cobravam do Estado Brasileiro a Reforma Sanitária, na busca 
da garantia de um sistema unificado de saúde para toda a população, é criado em 
1990, o Sistema Único de Saúde (SUS), coma finalidade de estender a toda à 
população o direito a saúde, oferecendo, serviço médico, assistência hospitalar e 
social de forma descentralizada e regional. 
Mediante a essa visão, pode-se afirmar que o SUS nasceu destinado a atender 
todos os cidadãos, financiado através dos recursos arrecadados como os impostos e 
contribuições sociais pagos pela população, complementado por recursos do governo 
federal, estadual e municipal. A legitimidade do Sistema Único de Saúde - SUS – está 
estabelecida pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 
8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação 
de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o 
atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças dos serviços 
prestados por esse sistema. 
Nessa concepção Brasil (2000), conceitua o SUS, como todo o serviço de 
saúde prestado na esfera federal, estadual e municipal, sem custos adicionais para a 
população, onde o setor privado atua de forma complementar. Dessa forma, torna-se 
necessário esclarecer que o SUS abrange também a participação do setor privado, 
que poderão atuar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo 
9 
 
 
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência 
às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (BRASIL, 2000). 
Historicamente, o SUS foi instituído pela Constituição Federal de 1988, 
originário das lutas do movimento conhecido como Revolução Sanitária, inflamado 
pelos meios acadêmicos na década de 1970. A implantação do Sistema foi e é uma 
grande vitória da sociedade e de grande valia no setor da saúde do brasileiro, porém, 
atualmente, percebe-se que esse Sistema não exerce sua funcionalidade conforme 
seus princípios, de oferecer saúde como direito de todos (DINIZ, 2014). 
Por outro lado, a saúde pública no Brasil sempre enfrentou grandes problemas, 
principalmente relacionado à gestão e falta de recursos, representados pelos gastos 
indevidos, por esse motivo que o sistema ainda não tem surtido um resultado notório, 
pois a doença não está somente relacionada entre o homem e o meio natural, mas 
também entre o homem e o meio social (SINGER, 1988). 
Sendo assim, Junior; Costa (2014) ressaltam que a organização e gestão dos 
serviços do SUS, enfrentam grandes dificuldades, principalmente por parte dos 
Municípios brasileiros que não conseguem arrecadar os recursos necessários para o 
bom funcionamento do sistema de saúde. Nessa consonância, Polignano (2013, p.24) 
apresenta o seguinte cenário do Sistema Único de Saúde na esfera nacional 
afirmando que: 
Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível de atenção 
primária o SUS apresentou resultados significativos no setor público, mas 
enfrenta problemas graves com o setor privado, que detém a maioria dos 
serviços de complexidade e referência a nível secundário e terciário. 
Percebe-se que apesar das diversas falhas apresentada no SUS, vislumbrada 
por falta de investimento público, mão de obra mal qualificada, corrupção ou até falta 
de informação por parte de seus usuários. O SUS, e em seus fundamentos nos mais 
modernos princípios da medicina pública, baseado nos princípios e objetivos da 
Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde da população brasileira, 
sendo elogiado mundialmente pelos principais órgãos internacionais de saúde 
(LOPES, 2011). 
Todavia, elogios não são suficientes para melhorar o seu funcionamento. 
Como já mencionado a visão que se tem do Sistema Único de Saúde no Brasil é 
precária, sendo necessário reavaliar a gestão das verbas destinadas aos programas 
10 
 
 
de saúde pública. Ao analisarmos os serviços ofertados, perceberemos a falta de 
médicos em regiões afastadas em contraponto à intensa concentração nas grandes 
cidades, a ausência de estrutura nos hospitais da rede pública, a grande incidência 
de infecções hospitalares, além da dificuldade em conseguir atendimento na ESF, 
são apenas alguns dos inúmeros problemas que atingem os brasileiros que tentam 
utilizar a saúde pública diariamente 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS 
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE 
 
A história da ocorrência das IRAS mantém uma relação estreita com a própria 
história da atenção à saúde. A compreensão da dinâmica de aquisição das IRAS vem 
evoluindo desde quando foram criados os primeiros hospitais na Idade Média. As 
características de manifestação, assim como os fatores de risco modificaram-se com 
a evolução das concepções dominantes sobre o processo saúde-doença na 
sociedade ocidental bem como as práticas de prevenção e controle nos serviços de 
saúde (LACERDA, 1997). Com pessoas mais susceptíveis, expostas a 
procedimentos cada vez mais invasivos, surgiram novas modalidades de IRAS, com 
incidência em diferentes topografias corporais (ZANON, 1987; SANTOS, 1997). 
Vários profissionais entre médicos e enfermeiros contribuíram para a evolução 
da prevenção das IRAS. Entre eles, Florence Nightgale, que a partir de 1858, 
destacou-se pelos seus esforços na melhoria da organização e da higiene dos 
hospitais de campanha, que culminaram na redução importante na mortalidade de 
soldados ingleses durante a guerra da Criméia (SHAFFER, 1974). 
Florence Nightingale, em 1863, descreveu uma série de cuidados e estratégias 
relacionados aos pacientes e ao meio com o objetivo de diminuir o risco de IRAS 
(COUTO et al., 2014 p. 4). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o 
fenômeno das IRAS como um problema de saúde pública e preconiza que as 
autoridades em âmbito nacional e regional desenvolvam ações com vistas à redução 
do risco de aquisição. Os objetivos devem ser estabelecidos em âmbito nacional ou 
regional em consonância com demais objetivos de saúde nestas esferas (WHO, 2002; 
WHO, 2004 citado por ANVISA, 2013 - 2015). 
11 
 
 
Historicamente no Brasil, o Controle das IRAS teve seu marco referencial com 
a Portaria MS nº 196, de 24 de junho de 1983, que instituiu a implantação de 
Comissões de Controle de Infecções Hospitalares em todos os hospitais do país, 
independente de sua natureza jurídica (ANVISA, 2000). Mas somente a partir de 
1985, com a repercussão da morte do ex-presidente Tancredo Neves, em 
consequência de IRAS, essa questão assumiu uma dimensão maior, sensibilizando 
a população e, principalmente, os profissionais da área de saúde (ANVISA, 2004). 
Em maio de 1998 foi publicada pelo Ministério da Saúde a portaria 2.616, que 
passa a nortear todo o sistema de controle de IRAS nacional. Essa portaria revoga a 
de nº 930 de 1992. Institui o programa de controle de IRAS a ser executado por CCIH 
constituída de membros consultores e executores. Determina a carga horária desses 
membros executores levando em consideração o tamanho e a complexidade da 
instituição. Cria oportunidade de surgimento de consórcios interinstitucionais, 
otimizando a utilização de recursos. Há extenso detalhamento sobre as formas de 
executar o controle de IRAS, o que certamente contribuirá para melhorar a prevenção 
desse tipo de infecção no Brasil (COUTO, 2014 p. 6). 
Nas UTI’s são desenvolvidos vários serviços aos pacientes criticamente 
doentes, como: (a) suporte de vida que possibilite à sobrevida a pacientes com 
falências orgânicas graves e (b) monitoração intensiva para permitir a identificação 
precoce e o tratamento apropriado das intercorrências clínicas graves. Nesse 
contexto, as UTI’s representam 10 a 15% dos leitos hospitalares, cuja demanda tem 
crescido mais de 17% na última década, correspondente a uma tendência também 
crescente na complexidade dos pacientes que se internam em hospitais (COUTO R. 
C. et al, 2014 p. 525). 
Nessas unidades, pratica-se uma medicina ao mesmo tempo dinâmica e 
“agressiva”, com o objetivo de estabilizar disfunções orgânicas agudas e viabilizara 
execução dos procedimentos médicos cada vez mais complexos. No entanto, como 
decorrência natural dessa assistência intensiva aos pacientes graves, aumenta 
também a probabilidade de dois desfechos inoportunos importantes: as iatrogênicas 
e as IRAS. As infecções são as complicações mais prevalentes dos pacientes 
internados em UTI’s e contabilizam 20 a 30% de todos os casos hospitalares (COUTO 
R. C. et al, 2014 p. 525). 
12 
 
 
 
BASES CONCEITUAIS 
 
Conforme a Portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998, define-se Infecção 
Hospitalar (IH) como aquela adquirida após a admissão do paciente e que se 
manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a 
internação ou procedimentos hospitalares (BRASIL, 1998). Atualmente o termo 
“infecção hospitalar” foi substituído por “infecções relacionadas à assistência em 
saúde” (IRAS), sendo essa designação uma ampliação conceitual que incorpora 
infecções adquiridas e relacionadas à assistência em qualquer ambiente 
(PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). 
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é considerada o epicentro das IRAS e 
elo influenciador na cadeia epidemiológica de transmissão. Tal fato deve-se à 
peculiaridade dos pacientes internados nessa unidade, pois utilizam dispositivos 
invasivos como: cateter venoso central, sonda vesical de demora e ventilação 
mecânica; além disso, uso de imunossupressores, período de internação prolongado, 
colonização por microrganismos resistentes, prescrição de antimicrobianos e a 
própria característica do ambiente da UTI que favorece a seleção natural de 
microrganismos (GOMES et al, 2014). 
Os pacientes de UTI, na sua maioria encontram-se acamados por tempo 
prolongado, imunodeprimidos, e com doenças graves que necessitam de 
monitoramento invasivo e uso de antibióticos de largo espectro, tornando os mais 
suscetíveis às IRAS. Nos últimos anos, a incidência de IRAS associada a 
microrganismos resistentes tem aumentado em todo o mundo (SANTOS et al, 2016). 
O controle de infecção em UTI é um assunto complexo e de extrema 
importância para o bom funcionamento da unidade, evidenciando-se, portanto, a 
necessidade da proteção tanto individual quanto dos pacientes, bem como a 
realização de técnicas e procedimentos adequada a fim de evitar qualquer prejuízo 
para o paciente (SANTOS et al, 2016). 
Segundo Couto et al (2014) as taxas de incidência de IRAS para pacientes de 
UTI variam conforme o tipo de unidade considerada e a população atendida, atingindo 
13 
 
 
de 10 a 30% dos pacientes. Essas infecções caracterizam-se como importante causa 
de morbimortalidade, com a mortalidade atribuída podendo exceder 25%. Além disso, 
as IRAS contribuem para o prolongamento do tempo de permanência e custos na 
UTI. 
Os pacientes internados em UTI possuem um risco de 5 a 10 vezes maior de 
adquirir IRAS do que aqueles de outras unidades gerais do hospital, e, diferentemente 
das unidades de internação abertas, onde as infecções urinárias são as mais 
frequentes, nas UTI’s as infecções do trato respiratório predominam invariavelmente 
(COUTO et al, 2014). 
A ANVISA (2017) salienta que vários fatores de risco independentes para IRAS 
têm sido identificados, estando entre os mais importantes: a gravidade da doença de 
base; as doenças adjacentes; o grau de comprometimento das defesas orgânicas; a 
idade avançada; a permanência prolongada na UTI; o uso abusivo e inapropriado de 
antibióticos; os procedimentos invasivos; disfunção neurológica grave; trauma, 
complicações iatrogênicas, a colonização progressiva dos epitélios; a superlotação 
das unidades, entre outros. 
As infecções causadas por microrganismos resistentes tais como MRSA, VRE, 
Gram-negativos ESBL, além de mais difíceis de tratar, aumentam a mortalidade e a 
permanência na UTI (COUTO et al, 2014). 
O sucesso para o controle da resistência depende de várias ações 
direcionadas para a observância das normas de controle de infecção: as orientações 
para evitar o uso inadequado de antibióticos, as medidas restritivas para o uso de 
algumas drogas, como as cefalosporinas indutoras de ESBL, os carbapenêmicos e 
quinolonas (liberados somente com indicação específica) e o uso criterioso de 
vancomicina (SANTOS, 2006). 
De acordo com Couto et al (2014) apesar da tendência crescente de maior 
complexidade dos pacientes hospitalizados e, consequentemente do aumento de 
infecções hospitalares, as medidas tradicionais de prevenção permanecem como o 
eixo fundamental da estratégia de controle das mesmas, devendo ser incentivadas. 
As ações devem ser instituídas através do conhecimento dos dados gerados 
pelo processo de vigilância epidemiológica, adequando-as às necessidades 
14 
 
 
específicas de cada serviço. No ambiente complexo da UTI, é indicado que as ações 
preventivas de controle de IRAS sejam mais rigorosas, haja vista o tipo de paciente e 
a intensidade dos procedimentos de risco (COUTO et al, 2014). 
 
MEDICINA DAS INFECÇÕES E A MEDICINA INTENSIVA 
 
A medicina das infecções e a medicina intensiva são duas áreas bem 
estruturadas do conhecimento e da práxis médica. A primeira, mais antiga, 
desenvolve-se e reinventa-se desde que a medicina se entende por ofício e arte. A 
segunda, instrumentalizada pela contemporaneidade, avança a largos passos, 
criando e consolidando o seu estatuto epistemológico, ou seja, a forma como lida com 
a base de conhecimentos que informa a sua prática. Conhecimentos sobre o uso e 
geração de evidência científica, seus limites, a linha de ação quando falta essa 
evidência, o balanço entre a ciência e a humanização na prática do intensivismo, suas 
bases de escolhas éticas, entre outros, convergem na natureza do olhar do 
intensivista. 
A intersecção entre essas duas áreas da medicina, tanto nos aspectos práticos 
do dia a dia médico, quanto nos campos acadêmicos de geração de conhecimento e 
sua comunicação através de revistas e periódicos, é terreno fértil no qual se 
entreveem pelo menos dois campos conceituais correlatos, porém distintos: o da 
“infecção em intensivismo” e o do “intensivismo em infecção”. 
O primeiro tem-se interessado com muito vigor pelas infecções que complicam 
os pacientes em ambiente de terapia intensiva. Não deixa de ser o olhar do 
infectologista sobre a medicina intensiva. É o campo da infecção hospitalar aplicada 
ao intensivismo, com suas questões epidemiológicas, terapêuticas, profiláticas e 
mesmo administrativas (já que se fala aqui de índices de qualidade). Nessa 
intersecção abordam-se, com propriedade, infecções de cateter e corrente 
sanguínea, de trato urinário, de ferida cirúrgica, de pneumonias associadas à 
ventilação mecânica, discutem-se a ecologia dos micro- -organismos e seus 
mecanismos de evasão e resistência, delineiam-se os usos de novos antibióticos e 
novas classes antibióticas e reconhece-se cada vez mais a importância dos fungos 
neste contexto. 
15 
 
 
Uma parte enorme das doenças infecciosas se trata em ambiente de terapia 
intensiva. O intensivismo, portanto, é fundamental, com sua epistemologia e suas 
boas práticas, para a terapêutica de doentes com doenças infecciosas como o tétano, 
a malária, a meningoccemia, a febre amarela e tantas outras. Há que se agregar, 
então, ao olhar dos infectologistas e epidemiologistas, de longa data comprometidos 
com essas doenças, o olhar do intensivista. A importância do intensivismo nas 
doenças infecciosas passou, talvez, pouco enfatizado, pelo menos até a década de 
90, quando se organizaram os conceitos de sepse, sepse grave, choque séptico e 
disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS). 
Revisitados e normatizados, com definições claras, esses conceitos jogaram 
luz sobre o fato de que as doenças infecciosas todas, independentemente de sua 
natureza etiológica (virais, bacterianas, protozoóticas ou fúngicas), podem cursar de 
maneira adversa, evoluindo como sepses graves, que,por sua vez, podem evoluir até 
o estágio de DMOS. Posto de outra maneira, as doenças infecciosas que se 
comportarem como sepse grave/ DMOS (e qualquer uma pode fazê-lo), terão como 
quadro clínico uma somatória de disfunções de órgãos e sistemas. Algumas doenças 
infecciosas costumam, inclusive como regra, evoluir como sepses graves, ora como 
febres hemorrágicas, ora como doenças íctero-hemorrágicas. Assim, o campo da 
medicina tropical convive diariamente com o enfrentamento clinico de sepse 
graves/DMOS. 
Não interessa se febres amarelas, leptospiroses ou hantaviroses, essas 
sepses graves cursarão (ou não) com rebaixamento do sensório, diminuição do ritmo 
de diurese, comprometimento da perfusão tecidual, hiperlactacidemia, lesão 
pulmonar aguda (LPA) ou síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), 
plaquetopenia, diátese hemorrágica e coagulação intravascular disseminada (CIVD), 
hipotensão com estados hiperdinâmicos de baixo índice de resistência vascular 
sistêmica (IRVS) e alto índice cardíaco (IC), hiperbilirrubinemias diretas por colestase 
transinfecciosa. 
Não interessa se meningococcemias ou malárias, essas sepses graves 
necessitarão de restauro precoce e meta- -dirigido da perfusão, às custas dos 
mesmos cristaloides e aminas vasoativas do dia-a-dia de qualquer unidade de terapia 
intensiva. Terapia anti-microbiana precoce continuará sendo um princípio irrevogável 
nesses casos, onde ainda usar-se-á (ou não) a mesma estratégia protetora de 
16 
 
 
ventilação, o mesmo controle glicêmico, o mesmo corticoide em dose fisiológica. 
Nesses casos, cogitar-se-á, quando indicado e sensato, o uso de drotrecogina alfa, 
se disponível. 
A medicina tropical, portanto, precisa cada vez mais convictamente, do olhar 
da medicina intensiva (e vice- -versa), para levar adiante sua práxis. Nessa linha de 
raciocínio, vejam-se algumas considerações específicas, à guisa de exemplo e sem 
a pretensão de esgotar o assunto, sobre duas doenças tropicais de importância no 
mundo e no Brasil. 
 
INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
As infecções hospitalares (IH) são aquelas adquiridas no hospital, e que podem 
se manifestar durante o período de internação ou mesmo após a alta hospitalar, 
desde que possam ser relacionadas à internação ou aos procedimentos hospitalares. 
Sendo assim, representam um importante problema de saúde pública no mundo 
devido à morbidade, mortalidade, aumento do tempo de internação e custos 
associados ao seu tratamento (BATISTA, 2012). 
As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema 
grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos 
serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto 
os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema 
de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos 
comprovados de negligência durante a assistência prestada (ANVISA, 2010). 
Menegueti et al. (2015) afirmam que as infecções não se limitam somente ao 
ambiente hospitalar, sendo então Infecção Relacionada à Assistência em Saúde a 
terminologia mais apropriada. Os mesmos autores ainda trazem que em alguns 
países desenvolvidos as estimativas indicam que, dos pacientes admitidos em 
hospitais, ao menos 5% adquirem uma infecção. Ainda, no Brasil, uma pesquisa 
realizada em um hospital universitário verificou a “taxa de prevalência de IH anual 
média de 8,2%, sendo149 (29,1%) pneumonias, 136 (26,6%) infecções de corrente 
17 
 
 
sanguínea, 87 (17%) infecções do trato urinário, 57 (11,1%) infecções de cateter 
central e 47 (9,2%) infecções de sítio cirúrgico” (MENEGUETI et al., 2015). 
Em uma pesquisa realizada por Pérez et al. (2015), traz que a prevalência de 
infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS) nos países desenvolvidos é de 
7,6 infecções a cada 100 pacientes. Já nos países em desenvolvimento, essa 
prevalência é de 15,5 a cada 100 pacientes. A ocorrência de infecção hospitalar 
depende da existência de uma fonte de infecção, da transmissão do agente etiológico, 
da susceptibilidade do paciente à infecção, das características do hospital, dos 
serviços oferecidos, do tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e complexidade 
dos pacientes, e o sistema de vigilância epidemiológica e programa de controle de 
infecções hospitalares adotados pela instituição de saúde (BRETAS et al., 2013). 
Segundo Grillo et al. (2013), “as infecções de maiores preocupações dos 
profissionais da área de saúde são as encontradas em unidades que atendem 
pacientes mais suscetíveis à infecção, como a Pediatria, Unidades de Terapia 
Intensiva (UTI), Unidades Oncológicas, Unidades de Transplantes e Neonatologia”. A 
principal fonte de ocorrência dessas infecções é relacionada à prestação da 
assistência à saúde. Desta maneira, pode ocorrer, embora nem sempre, como 
consequência da falha do sistema e dos processos de prestação de cuidados, assim 
como do comportamento humano. Portanto, isso representa um grande problema de 
segurança do paciente (OPAS; ANVISA, 2008, p.9). 
Tais infecções podem ser causadas por diversos microrganismos, como: 
bactérias, fungos, e vírus. Os patógenos que são a principal causa destas infecções 
são as bactérias que constituem a flora humana, que possuem uma baixa virulência, 
não trazendo riscos a indivíduos saudáveis. No entanto, em indivíduos com estado 
clínico prejudicado, elas podem causar infecções, chamadas de infecções 
oportunistas (ABEGG, 2011). 
Estudos nos quais a idade é incluída, demonstram que até 9% dos pacientes 
menores de 1 ano contraem infecção hospitalar, comparados a 1 a 4% dos pacientes 
maiores de 10 anos. As infecções hospitalares podem ser causadas por qualquer 
microrganismo patogênico, sendo mais frequentes as infecções bacterianas. Nos 
últimos anos, com aumento do número de pacientes imunocomprometidos e dos 
18 
 
 
procedimentos invasivos, a incidência de infecções fúngicas tem aumentado. Menor 
importância tem as infecções causadas por vírus e protozoários (ANVISA, 2006). 
Existem diversas razões para a ocorrência das infecções hospitalares e, ainda, 
diversos mecanismos que potencializam seu aparecimento. A transmissão de 
microrganismos pelos profissionais de saúde é um desses mecanismos, já que os 
mesmos atuam como vetores, direta ou indiretamente, na transmissão de 
microrganismos patogênicos a pacientes vulneráveis. Em estudos já publicados, se 
mostra que a adequada higiene das mãos pode ser uma das importantes medidas de 
prevenção e controle de infecção (FELIX, 2009). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Desafio Global para a 
Segurança do Paciente, o qual o primeiro é “Uma assistência limpa é uma assistência 
mais segura”, que trouxe atenção e compromisso político sobre a importância da 
higiene das mãos visando o cuidado da saúde, em relação às infecções (WHO, 2008-
2009; p.6). Esses desafios globais demonstram o quanto é imprescindível que as 
medidas de prevenção e controle de infecções sejam efetivadas, principalmente para 
a proteção e segurança do paciente. Mesmo com tantos manuais lançados pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e também com o auxílio da OMS, 
a adesão à prática de higienização das mãos ainda é um obstáculo a ser superado 
no ambiente hospitalar. 
 
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 
 
No Brasil, houve a necessidade da interferência do Ministro da Saúde no que 
diz respeito ao índice de infecções hospitalares. Estas representam um importante 
problema de saúde pública, evidenciado pelo aumento no custo dos tratamentos, 
interdição nas unidades de serviço de internação e pelo número elevado de mortes 
que pode ser causado; o que acarretou na criação de medidas específicas para 
prevenção e controle de tais infecções. Assim, foi criada a Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (DUTRA et al., 2015).Segundo Ferreira et al (2010, p.9), “a CCIH tem o objetivo não somente de 
prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a 
19 
 
 
comunidade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico”. A 
Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde traz a seguinte 
informação: “Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997: dispõe sobre a obrigatoriedade da 
manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções 
Hospitalares”. 
No Brasil, a Portaria Ministerial Nº 2616 de 12 de maio de 1998 que define as 
diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares. (BRASIL, 
1998, p.7). Esta portaria conceitua infecção hospitalar (IH) como aquela adquirida 
após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, 
quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares 
(BRASIL, 1998, p.7). Esta definição não especifica o agente infeccioso ou o foco 
inicial da infecção, apenas define o espaço físico em que a IH se inicia (ABEGG; 
SILVA, 2011, p. 48). 
Figueiredo et al. (2013, p. 234) refere que o Center for Disease Control and 
Prevention(CDC) define IH como infecções sistêmicas ou locais que ocorrem após 48 
horas da admissão hospitalar, em até 48 horas da alta da Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI) e 30 dias após cirurgia sem colocação de prótese ou com um ano de 
colocação. 
Em seu estudo, Guimarães et al. (2011, p. 865) define IH como aquela que o 
paciente adquire após admissão no hospital, sendo que as manifestação pode ter 
ocorrido durante a internação ou após a alta, podendo ter relação com a 
hospitalização e/ou procedimentos invasivos realizados durante a hospitalização. 
Vale à pena ressaltar que a problemática da IH no Brasil cresce a cada dia, 
sendo uma das principais causas de mortalidade nosocomial, podendo estar 
associada a doenças graves, intervenções medicas e cirúrgicas e complicações a 
elas relacionadas (MOURA et al., 2007, p. 417; GUIMARÃES et al., 2011, p. 865). 
Além disso, o que o custo do tratamento dos clientes com IH é três vezes maior que 
o custo dos clientes sem infecção, fato que onera os sistemas de saúde brasileiros 
(MOURA et al., 2007, p. 417). 
Faz parte do trabalho da CCIH elaborar, programar, manter e avaliar o 
Programa de Controle de Infecções; esse trabalho deverá ser feito de forma a adaptar 
de acordo com as características e necessidades da instituição. Além disso, inclui a 
20 
 
 
elaboração de vigilância epidemiológica de infecções nosocomiais, educação e 
treinamento de equipes e controle do uso ponderado de antibióticos e antimicrobianos 
e suporte médico e hospitalar (DUTRA et al., 2015). Para tanto, torna-se essencial 
que o enfermeiro seja membro da equipe de CCIH, pois, por atuar continuamente na 
assistência direta com o paciente e realizar procedimentos invasivos potencialmente 
contaminados, é visto como responsável pela profilaxia e controle das infecções 
nosocomiais (DUTRA et al., 2015). 
Segundo Batista et al. (2012), o enfermeiro possui uma maior aproximação 
com as demais categorias, além de sua habilidade educativa, com respaldo do 
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Lei do exercício profissional 
de no 7.498, de 25 de junho de 1986. Para tanto, o enfermeiro é reconhecido como 
um membro importante na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO 
 
Na tabela 1 é possível visualizar os critérios para diagnóstico de IH, de acordo 
com a Portaria Ministerial Nº 2616 de 12 de maio de 1998. 
Tabela 1 - Critérios para diagnóstico de IH 
 
Fonte: Adaptado de Brasil, 1998, p.7 
 
 
21 
 
 
 
FATORES DE RISCO 
 
UTI é considerada um meio crítico nos cuidados de saúde, como resultado de 
intensos avanços científicos e tecnológicos, o crescente reconhecimento de novos 
agentes infecciosos e infecções ressurgentes (SOUSA et al., 2016, p. 1315). A 
internação na UTI é decisiva nas chances de sobrevida de pacientes gravemente 
enfermos, sejam eles vítimas de trauma ou de qualquer outra condição clínica 
extremamente grave. Contudo em contrapartida, se tornou o principal local de 
ocorrência da IH (FIGUEIREDO et al., 2013, p. 234). 
Isto porque a vulnerabilidade do doente frente à IH é um fator predisponente 
para a propagação da mesma. Sendo assim é importante considerar que a IH está 
diretamente associado a alguns fatores de risco que o paciente apresenta durante 
sua internação hospitalar (PADRÃO et al, 2010, p. 126). 
Dessa forma, temos que os fatores de risco associados à IH é maior em 
pacientes críticos hospitalizados em UTI, se comparação aos pacientes internados 
nas demais unidades hospitalares (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). Ou seja, a elevada 
taxa de IH ocasionadas pela permanência em UTI estão diretamente relacionadas 
com os riscos a que estão sujeitos estes pacientes e sua vulnerabilidade decorrentes 
dos métodos invasivos empregados (SOUSA et al., 2016, p. 1316). 
Sendo assim, os pacientes internados na UTI são expostos a importantes 
fatores de risco que estão associados à IH como: situação de saúde crítica a 
semicrítica, tempo prolongado de internação hospitalar, muitas vezes acamados e/ou 
com mobilidade restrita, uso de drogas imunossupressoras, uso de ventilação 
mecânica, inúmeros procedimentos invasivos e, consequentemente quebra de 
barreiras, déficit nutricional, interação com a equipe de saúde, dentre outros 
(PADRÃO et al., 2010, p. 128). 
Além disso, a constante realização de procedimentos invasivos e o uso de 
antimicrobianos de amplo espectro na rotina, fez surgir bactérias cada vez mais 
resistentes aos antimicrobianos, denominadas Microrganismos Resistentes (MR), o 
que propicia a proliferação da IH na UTI (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). 
22 
 
 
A presença de MR constitui um alarmante problema de saúde pública, sendo 
o tratamento um desafio aos profissionais de saúde, pois as opções terapêuticas à 
algumas infecções estão cada vez mais restritas. Dessa forma esta problemática 
torna-se uma constante ameaça à sociedade, particularmente a indústria 
farmacêutica, que se encontra sem resposta terapêutica (SOUSA et al., 2016, p. 
1316). Com isto, os pacientes críticos internados em UTI têm de cinco a dez vezes 
maior probabilidade de contrair uma infecção hospitalar, pois estão frequentemente 
expostos aos fatores de risco supracitados (MOURA et al., 2007, p. 417). 
 
EPIDEMIOLOGIAS DA INFECÇÃO IH NA UTI 
 
Sousa et al. (2016, p. 1316) cita em seu estudo que a Organização Mundial de 
Saúde (OMS), estima-se que 1,4 milhões de infecções ocorrem a qualquer momento, 
tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, 
estima-se que cerca de 2 milhões de IH ocorram anualmente, resultando entre 60 e 
90 mil mortes e com um custo aproximado de, pelo menos, 17 a 29 bilhões de dólares. 
Em média, de 5% a 15% de todos os pacientes internados desenvolvem IH (SOUSA 
et al., 2016, p. 1316). 
Abegg e Silva (2011, p. 48) relatam em seu estudo que o Ministério da Saúde 
elaborou uma pesquisa com 8624 pacientes onde o tempo médio de internação foi de 
11,8 dias. Deste total, 13% apresentaram infecção hospitalares sendo os maiores 
índices em hospitais públicos e os menores em hospitais privados. Figueiredo et 
al.(2013, p. 234) refere em seu estudo que no Brasil a problemática da IH apresenta 
altos índices, em média ocorre dois episódios de infecção por pacientes internados 
com IH. 
Como complemento a esta estatística, Prates et al. (2014, p.67) e Figueiredo 
et al.(2013, p. 234) afirmam que entre as IH, 20 a 25% são adquiridas na UTI e por 
isto este setor é o epicentro da emergência do problema de infecção na unidade 
hospitalar. 
 
23 
 
 
FATORES DE INFECÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
Os microorganismos contagiosos podem se originar de fontes endógenas, 
como a flora comensal endógenada qual o paciente é portador, ou de fontes 
exógenas, como aquisição recente através de objetos animados ou inanimados 
dentro do hospital (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Vários fatores podem influenciar na 
ocorrência das infecções hospitalares (IH), tais como a fonte de infecção, o agente 
infeccioso, a via de transmissão, a susceptibilidade do hospedeiro e o meio ambiente 
(AGUIAR et al, 2008, p. 572). 
Objetos e equipamentos médicos presentes na rotina assistencial como: 
móveis, cobertores, umidificadores, equipamento de anestesia, medicamentos e 
soluções, podem estar contaminadas por bactérias ou fungos que possibilitam a IH. 
Neste contexto incluem-se também os alimentos e água contaminados por 
microorganismos, como por exemplo Salmonella ou Shiguella. Os animais ou insetos 
constituem igualmente fontes importantes de contaminação (AGUIAR et al, 2008, p. 
572). 
Quanto à susceptibilidade do hospedeiro, seus fatores mais significativos 
consistem na idade, condições de imunização, tipo da doença básica e efeitos do 
procedimento de diagnóstico e da terapêutica, como por exemplo, uma queda da 
resistência a infecções, associada à infância, à velhice e também a pacientes com 
doenças crônicas, os quais podem ser mais suscetíveis a infecções hospitalares que 
os outros pacientes. Há ainda muitos procedimentos de diagnóstico, como a biópsia, 
a cateterização e aspiração de fluidos, que tendem a aumentar o risco de infecções 
no paciente (AGUIAR et al, 2008, p. 572). 
Temos como fontes imediatas de microorganismos infecciosos no hospital as 
pessoas, ou seja, funcionários do hospital, visitantes e pacientes que tenham doença 
clínica, portadores assintomáticos (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Vale à pena ressaltar 
que atualmente, um número considerável de microrganismos desenvolveu resistência 
aos antimicrobianos convencionais, como também alguns são impenetráveis às 
novas drogas. Sem dúvida que, a associação dos microrganismos multirresistentes à 
infecção hospitalar agravou a situação gerando expectativas sombrias para o futuro 
(SILVA et al, 2016, p. 15). 
24 
 
 
Dessa forma, torna-se pertinente a adesão das medidas de precaução e 
isolamento a fim de diminuir o índice e a probabilidade de IH na rotina assistência. 
Para isto, os profissionais da saúde devem manter atitudes adequadas e possuírem 
conhecimento técnico a respeito do tema (ALVIM; GAZZINELLI, 2017, p. 19). O papel 
da Enfermagem no controle da IH está presente desde suas primeiras descobertas. 
Florence Nightingale já apresentava preocupação com essa problemática e durante 
a Guerra da Criméia padronizou procedimentos de cuidados de enfermagem voltados 
à higiene e limpeza dos hospitais, introduzindo principalmente técnicas de 
antissepsia, com a finalidade de diminuir os riscos desse tipo de infecção (GIAROLA 
et al., 2012, p. 152). 
Dessa forma, os riscos gerados podem afetar também o paciente, portanto, as 
ações de saúde profissional devem estar integradas com a saúde do cliente. Há uma 
necessidade por parte da equipe de enfermagem em incentivar a utilização dos 
recursos disponíveis a fim de promover uma assistência integrada e manter o controle 
dos agravos, como por exemplo, as infecções adquiridas no âmbito hospitalar 
(LACERDA et al, 2014, p.2 ). 
 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
 
A IH quando presente nos serviços hospitalares, representar uma deficiência 
preocupante da qualidade da assistência, bem como aumento da morbimortalidade, 
prolongamento do tempo de internação, oneração da internação hospitalar além de 
crescimento de MR (PADRÃO et al., 2010, p. 126). Diante do exposto é possível 
afirmar que os profissionais de saúde apresentam um papel essencial no controle da 
infecção na UTI (LACERDA et al, 2014, p.2). 
A equipe de enfermagem representa o maior número de profissionais que 
prestam assistência direta e constante aos clientes de saúde. A natureza do trabalho 
da enfermagem inclui a prestação de cuidados físicos e a execução de procedimentos 
diagnósticos e terapêutico, sendo um elemento fundamental nas ações de prevenção 
e controle da IH (PRIMO et al., 2010, p. 269). 
25 
 
 
Uma das ferramentas utilizadas para contenção da IH é a adoção de medidas 
preventivas pré e pós-exposição aos riscos, conhecidas como medidas de precaução 
padrão (PP) (LACERDA et al, 2014, p.2). 
 
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
A higienização das mãos (HM), tradicionalmente considerada como a medida 
mais importante e eficaz na prevenção e controle da infecção hospitalar, caracteriza 
se como uma intervenção rotineira, padronizada, de baixo custo e com indicações 
sustentadas por fundamentação científica sólida (BELELA-ANACLETO et al., 2017, 
p. 462). Entretanto, na era da prática baseada em evidências, a adesão ao 
procedimento ainda é descrita como insuficiente em todo o mundo Desde 2005, a 
OMS propõe como parte do primeiro Desafio Global para Segurança do Paciente a 
estratégia multimodal denominada Cuidado Limpo é Cuidado Mais Seguro (Clean 
Care is Safer Care), para promover a adesão às práticas de HM em todo o mundo. 
As mãos têm a capacidade de abrigar microrganismos e transferi-los, por 
contato direto ou indireto, de uma superfície a outra; baseando então a importância 
da higienização das mãos. Assim, a higienização de forma cuidadosa e frequente das 
mãos, promove o controle das infecções hospitalares, proporcionando uma maior 
segurança e qualidade da atenção prestada ao paciente (PRIMO et al., 2010). 
A estratégia inclui mudanças do sistema, garantindo que os recursos para o 
procedimento estejam em fácil acesso no ponto de cuidado, educação e treinamento 
da equipe multidisciplinar, enfatizando os conceitos, a importância do comportamento 
individual e a cultura de segurança do paciente (BELELAANACLETO et al., 2017, p. 
462). 
Para tanto, a prática em questão tem a finalidade de remoção de sujidades, 
suor, oleosidade, pelos e células descamativas e da microbiota da pele, 
interrompendo então a transmissão de infecções que são efetivadas por meio do 
contato; além de auxiliar na prevenção e redução de infecções por transmissões 
cruzadas (ANVISA, 2007). O termo “Higiene das mãos”, de acordo com a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, engloba a higiene simples, a higiene 
antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica e a 
26 
 
 
antissepsia cirúrgica das mãos (ANVISA, 2007). O mesmo manual traz as seguintes 
técnicas: 
- Higiene simples das mãos: possui a finalidade de remover os 
microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, retirando a sujidade; 
é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida. 
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. 
- Higiene antisséptica das mãos: possui a finalidade de promover a remoção 
de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos; é o ato 
de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. 
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. 
- Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: tem a 
finalidade de reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades); é 
feita a aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de 
microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel 
toalha ou outros equipamentos. Duração do procedimento: 20 a 30 segundos. 
- Antissepsia cirúrgica das mãos: tem finalidade de eliminar a microbiota 
transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito 
residual na pele do profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos 
devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico. 
Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos. 
Algumas recomendações como, manter as unhas naturais, limpas e curtas; 
não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; evitar o 
uso de esmaltes nasunhas; evitar a utilização de anéis, pulseiras e outros adornos 
quando assistir ao paciente; aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), 
diariamente, para evitar ressecamento da pele; fazem com que o processo de higiene 
das mãos seja efetuado de uma melhor maneira (BRASIL, 2009). 
Essa prática, além de ser um importante indicador de qualidade dos serviços 
de saúde para a segurança do paciente, é considerada a medida individual mais 
simples e eficaz na prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à 
saúde e a disseminação de microrganismos multirresistentes (PRADO et al., 2013). 
De acordo com Garcia et al. (2013, p.46): 
27 
 
 
(...) a prevenção e controle das IH envolve toda a equipe de saúde, inclusive 
quanto ao cumprimento das normas de proteção ao paciente, ressaltando a 
lavagem das mãos pelos profissionais como medida mais importante de 
evitar a transmissão de microrganismos de um paciente para outro; o uso de 
luvas para proteção individual e para redução da possibilidade de 
microrganismos das mãos dos profissionais contaminarem o campo 
operatório, (...). A IH representa uma preocupação não apenas dos órgãos 
da saúde competentes, mas também de ordem social, ética e jurídica frente 
as implicações na vida dos pacientes e o risco a que estão submetidos. 
Apesar da prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde no 
momento certo e da maneira correta ser um importante auxiliador para a redução da 
disseminação da infecção no ambiente de saúde e prevenção de infecções 
relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e suas consequências, esta medida ainda 
possui um baixo índice de adesão da equipe de saúde (ANVISA, 2013). Diversos 
estudos vêm demonstrando até agora a importância da medida de conhecimentos, 
riscos, atitudes e percepções dos profissionais acerca da higienização das mãos 
como medida preventiva de infecções relacionadas à saúde em qualquer nível 
assistencial (PÉREZ et al., 2015). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma proposta para a 
higienização das mãos que se baseia em cinco momentos durante a prestação de 
cuidados, que são: 
1. Antes de contato com o paciente; 
2. Antes da realização de procedimentos (limpos e assépticos); 
3. Após risco de exposição a fluídos corporais; 
4. Após contato com o paciente; 
5. Após contato com as áreas próximas ao paciente (ANVISA, 2013). 
Figura 1 : 5 momentos para higienização das mãos 
28 
 
 
 
Fonte: ANVISA, 2014 
O descumprimento da prática de higienização das mãos é apontado por 
algumas razões como a falta ou localização não acessível de equipamentos 
necessários para a prática ou a não disponibilização de suprimentos e produtos 
imprescindíveis para a higienização das mãos, além da falta de cultura institucional 
para a prática e ausência de liderança administrativa para estimular a adesão ou punir 
aqueles que a negligenciam (PRADO et al., 2013). De acordo com o manual da 
ANVISA “Segurança do Paciente: Higienização das Mãos” (2009, p.62-63), a técnica 
correta de lavagem das mãos é a seguinte: 
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia; 2. Aplicar 
na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir 
todas as superfícies das mãos; 3. Ensaboar as palmas das mãos, 
friccionando-as entre si; 4. Esfregar a palma da mão direita contra o 
dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos, e vice-versa; 5. 
Entrelaças os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 6. Esfregar o 
dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando 
os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregar o 
polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se 
movimento circular e vice-versa; 8. Friccionar as polpas digitais e unhas 
da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, 
fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Esfregar o punho esquerdo, 
com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e 
vice-versa; 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. 
Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; 11. Secar as 
mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo 
pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para 
fechamento, sempre utilize papel toalha. 
 
O Manual da ANVISA (2009, p.33) traz a seguinte informação: 
29 
 
 
Segundo Larson (1988), o principal problema da higienização das mãos não 
é a falta de bons produtos, mas sim, a negligência dessa prática. A autora 
sugere a aplicação da seguinte fórmula: Impacto da Higienização das Mãos 
= Eficácia x Adesão. Exemplificando, se um produto é 100% eficaz, mas, 
somente 20% das pessoas aderem, o impacto é de 20%. Por outro lado, se 
o produto tem eficácia de 50%, mas possui melhor aceitação, 50% de 
adesão, o impacto será um pouco melhor, isto é, 25%. Portanto, caso o 
profissional de saúde não realize a higienização das mãos por qualquer 
razão (falta de tempo, indisponibilidade de pia ou produto), o resultado deixa 
a desejar, não importando quão eficaz seja o produto na redução microbiana 
das mãos contaminadas. 
 
Visando melhorar a adesão à higienização das mãos, a OMS, desde 2008, 
estimula a implantação da estratégia multimodal, a qual é constituída por: adequação 
da estrutura da instituição com a disponibilização de pias, sabonete, papel toalha e 
solução alcoólica; treinamento e educação regular das equipes; avaliação periódica 
da higienização das mãos com feedback para os profissionais; utilização de cartazes 
atuando como lembretes para os profissionais e informativos para pacientes e 
visitantes (SANTOS et al., 2014). 
 
PRECAUÇÃO PADRÃO 
 
A precaução padrão deve ser utilizada em todos os pacientes, independente 
da suspeita ou não de infecções, ou seja, a precaução padrão é aplicada em todas 
as situações de atendimento a pacientes, independente de suspeita de doença 
transmissível, para prevenir a transmissão de microrganismos inclusive quando a 
fonte é desconhecida. Protegem o profissional, e também previnem a transmissão 
cruzada entre pacientes. (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 7). 
Dessa forma, as recomendações Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) quando a precaução padrão é observado na figura 3, sendo assim a 
recomendação é que seja feita a higienização das mãos nos 5 momentos 
demonstrados na figura 2. Sejam utilizadas luvas quando houver risco de contato com 
sangue, secreções ou membranas mucosas, de forma que as mesmas devem ser 
calçadas antes do contato com o paciente e retiradas após o uso seguido da 
higienizando as mãos (ANVISA, 2014, p.1). 
30 
 
 
O uso de óculos, máscara e/ou avental deve ocorrer quando houver risco de 
contato de sangue ou secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, 
roupa e superfícies corporais. Por fim deve haver o descarte correto de seringas e 
agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las (ANVISA, 2014, p.1) 
Figura 2 : Precaução padrão 
 
Fonte: ANVISA, 2014. 
 
PRECAUÇÃO DE CONTATO 
 
Aplicadas na suspeita ou confirmação de doença ou colonização por 
microrganismos transmitidos pelo contato, ou seja, infecção ou colonização por 
microrganismo multirresistente, varicela, infecções de pele e tecidos moles com 
secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou em 
imunossuprimido, etc (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 7). 
A recomendação da ANVISA para precaução de contato é observado na figura 
4. Além disso, é recomendado que o profissional da saúde use luvas e avental durante 
toda manipulação do paciente, de cateteres e sondas, do circuito e do equipamento 
ventilatório e de outras superfícies próximas ao leito. Coloque-os imediatamente antes 
do contato com o paciente ou as superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando 
as mãos em seguida (ANVISA, 2014, p.1). 
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distânciamínima 
entre dois leitos deve ser de um metro. Equipamentos como termômetro, 
esfignomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente (ANVISA, 
2014, p.1). 
31 
 
 
Figura 3: Precaução de contato 
 
Fonte: ANVISA, 2014. 
 
PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULA 
 
A transmissão por gotículas ocorre através do contato próximo com o paciente. 
Gotículas de tamanho considerado grande (>5 micras) são eliminadas durante a fala, 
respiração, tosse, e procedimentos como aspiração (CASSETTARI et al., 2009, p. 
11). Atingem até um metro de distância, e rapidamente se depositam no chão, 
cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, 
nem por períodos prolongados. As meningites bacterianas, coqueluche, difteria, 
caxumba, influenza são exemplos de doenças transmitidas por gotículas 
(CASSETTARI et al., 2009, p. 11). 
As recomendações da Anvisa podem ser observadas na figura 5. Além disso 
é importante ressaltar que quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o 
paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A 
distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro transporte do paciente deve 
ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda 
sua permanência fora do quarto (ANVISA, 2014, p.1). 
Figura 4: Precaução para gotículas 
32 
 
 
 
Fonte: ANVISA, 2014. 
 
PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS 
 
A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas 
partículas eliminadas durante a respiração, fala ou tosse se ressecam e ficam 
suspensas no ar, permanecendo durante horas e atingindo ambientes diferentes, 
inclusive quartos adjacentes, pois são carreadas por correntes de ar (CASSETTARI 
et al., 2009, p. 12). 
Poucos microrganismos são capazes de sobreviver nessas partículas, 
podendo ser citados como exemplos: M.tuberculosis, Vírus do Sarampo, Vírus 
Varicela-Zoste. As recomendações da ANVISA podem ser observadas na figura 6 de 
forma que a precaução padrão deve ser utilizada nesta situação. A porta do quarto 
deve ser mantida sempre fechada e o profissional da saúde deve colocar máscara 
PFF2 antes de entrar no quarto (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 
12). 
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser 
internado com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. Contudo, 
pacientes com suspeita de tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o 
mesmo quarto com outros pacientes com tuberculose. O transporte do paciente deve 
ser evitado, mas quando necessário o paciente deverá usar máscara cirúrgica durante 
toda sua permanência fora do quarto (ANVISA, 2014, p.1). 
Figura 5: Precaução para aerossóis 
33 
 
 
 
Fonte: ANVISA, 2014. 
 
EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS MEDIDAS PREVENTIVAS 
 
A criação e o funcionamento das Comissões de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH) representam um progresso na organização da estrutura hospitalar 
para a diminuição de múltiplos problemas, como a necessidade de se reduzir e 
controlar taxas de infecções, o que determinou a aplicação de medidas preventivas, 
educacionais e de controle epidemiológico, que visam, através de um processo de 
conscientização coletiva, levar e manter as taxas de infecção para limites aceitáveis 
(ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). 
Os profissionais que atuam em CCIH, assim como aqueles que participam 
como membros da equipe de saúde e que deveriam realizar ações 
multidisciplinarmente, sentem-se pela existência de muitas situações conflitantes 
entre a teoria e a prática, envoltos de dúvidas sobre o que fazer e como fazer para 
resolver questões da adesão das medidas de precaução e isolamento (GIAROLA et 
al., 2012, p. 152). 
Isto porque a adesão as medidas de precaução e isolamento é completa e 
envolve competência, compromisso, responsabilidade, honestidade, frente ao agir e 
pensar ético, considerando a individualidade, potencialidades, respeito e direitos do 
ser humano. Assim, diversas iniciativas têm sido propostas com a finalidade de 
prevenir ou minimizar a referida situação. (GIAROLA et al., 2012, p. 152; OLIVEIRA; 
SILVA, 2008, p. 190). 
Concomitantemente, observa-se que medidas rotineiramente adotadas como 
a auditoria em antimicrobianos, a higienização das mãos, o isolamento dos pacientes 
34 
 
 
e a educação em serviço nem sempre tem trazido a contribuição esperada para o 
controle da resistência bacteriana e diminuição das taxa de IH (OLIVEIRA; SILVA, 
2008, p. 190). 
A situação é mais agravante aos pacientes internados na UTI, pois neste é 
principal local de ocorrência das IH, sendo de fundamental importância a adesão dos 
profissionais de saúde às medidas preventivas, observando e praticando as 
orientações sobre o controle da IH no ambiente hospitalar (FIGUEIREDO et al., 2013, 
p. 234). 
O fato dos profissionais de saúde não adotarem adequadamente tais medidas 
na prática assistencial, impacta negativamente na elevação das colonizações e 
infecções cruzadas relacionadas ao cuidar (GIAROLA et al., 2012, p. 152). A adesão 
ao uso das medidas de precaução está diretamente vinculada ao conhecimento e 
atitudes dos profissionais da equipe. A falta de conhecimento sobre questões 
referentes à biossegurança e controle de infecção, o despreparo psicológico para lidar 
com situações críticas externas ao ambiente hospitalar bem como o desconhecimento 
quanto ao estado de saúde dos pacientes são fatores que dificultam a adoção das 
medidas de precaução indicadas no momento da assistência hospitalar (LACERDA 
et al, 2014, p. 5). 
Como complemento a referência supracitada, Campos e colaboradores 
realizaram um estudo com a equipe de enfermagem do setor de infectologia de um 
hospital de ensino da Paraíba, o qual identificou que a maioria dos profissionais 
entrevistados demonstrou pouco conhecimento acerca das medidas de precauções 
padrão e dos riscos aos quais estão expostos. Além disso, no setor não existe manual 
de precaução padrão, que normatize as práticas de biossegurança, sendo unânime 
por parte dos profissionais a necessidade da implantação do mesmo (CAMPOS et al, 
2011, p. 420). 
Giarola e colaboradores relatam em seu artigo sobre a necessidade da 
inserção do tema IH nas grades curriculares. As instituições de ensino superior têm 
responsabilidades pela formação de profissionais competentes, e as escolhas das 
práticas pedagógicas determinam a atividade do profissional. Em muitos casos, os 
conteúdos que abordam a temática são insuficientes para uma atuação efetiva, ou 
35 
 
 
seja, falta conhecimento, clareza e visão ampliada de prevenção (GIAROLA et al., 
2012, p. 156). 
Desta forma, fica evidente que se deve promover a educação permanente 
destes profissionais, resgatando conhecimentos gerais sobre transmissão das 
doenças e as condutas que devem ser adotadas pela equipe de enfermagem para 
diminuição os índices de IH (AGUIAR et al, 2008, p. 574). 
Santos e colaboradores realizaram um estudo qualitativo com auxiliares de 
enfermagem de um hospital situado em Teresina-Piauí, o qual identificou que a 
adoção de novos comportamentos, como a mudança de comportamentos antigos e 
prevenção de comportamentos indesejáveis, estão relacionadas à percepção do risco 
e do benefício que isto trará (SANTOS et al., 2008, p. 445). 
No entanto, o estudo identificou que mesmo assim, existem os profissionais de 
saúde que banalizam as medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar, 
como por exemplo, a lavagem das mãos. Procedimento este, que é 
reconhecidamente um dos caminhos para redução da incidência das infecções 
hospitalares (SANTOS et al., 2008, p. 445). 
Diante do exposto, é possível ressaltar que a área de saúde enfrenta um 
desafio quanto à formação de profissionais com a percepção de prevenção. Pra isto 
é necessário a constante promoção do o ensino e da educação em saúde, para que 
prevaleçaa prática de condutas quanto à prevenção e ao controle de infecção, sendo 
uma delas a adesão das medidas de precaução e isolamento (SANTOS et al., 2008, 
p. 445). 
 
 
 
 
36 
 
 
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