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1 INFECTOLOGIA INTENSIVA 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 saúde pública................................................................................................... 3 SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL ........................................................................ 3 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ......................................................................... 8 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde .................................................................... 10 BASES CONCEITUAIS ................................................................................. 12 medicina das infecções e a medicina intensiva ............................................. 14 INFECÇÕES HOSPITALARES ..................................................................... 16 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ....................... 18 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO ......................................................................... 20 FATORES DE RISCO ................................................................................... 21 EPIDEMIOLOGIAS DA INFECÇÃO IH NA UTI ............................................. 22 FATORES DE INFECÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR ........................... 23 PREVENÇÃO E CONTROLE ........................................................................ 24 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ......................................................................... 25 PRECAUÇÃO PADRÃO ................................................................................ 29 PRECAUÇÃO DE CONTATO........................................................................ 30 PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULA .................................................................. 31 PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS ............................................................... 32 EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS MEDIDAS PREVENTIVAS ........ 33 REFERENCIAS ............................................................................................. 36 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 SAÚDE PÚBLICA Dentre os inúmeros problemas que a saúde pública brasileira enfrenta atualmente como falta de médicos, remédios, leitos e cirurgias especializadas pode- se ainda citar as “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS) consideradas como uma das grandes preocupações encontradas dentro das unidades hospitalares, em especial na UTI (ROCHA; LEME 2010). Conforme Júlio (2013) as IRAS são as mais frequentes e importantes complicações ocorridas em pacientes hospitalizados. No Brasil, os dados sobre IRAS são pouco divulgados. Além disso, esses dados não são consolidados por muitos hospitais, o que dificulta o conhecimento da real dimensão do problema (GASPAR, 2012). Partindo desse pressuposto, pode-se considerar que a falta de divulgação de dados sobre as IRAS intensificam ainda mais os problemas de infecções hospitalares aumentando segundo Santos (2006) os custos hospitalares, bem como a morbidade e a mortalidade entre os pacientes hospitalizados. A incidências de infecções hospitalares trata-se de um contínuo desafio aos profissionais de saúde, tendo em vista que as IRAS representam um importante problema de saúde pública e que acarretam impacto para o paciente, família, instituições hospitalares e para a sociedade como um todo. As informações em estudos e pesquisas podem nortear questões essenciais para a prevenção das IRAS e, consequentemente de óbitos, além de fornecer subsídios para orientação das ações das equipes de saúde justificando assim a realização dessa pesquisa. SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL Para início de reflexão sobre as “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), torna-se necessário contextualizar esse processo com a história da saúde pública no Brasil. No Brasil, a Constituição Federal no seu Artigo 196, enaltece que a “saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e acessórias que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e 4 a acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, prestação e recuperação.” Nessa perspectiva, Junior (2012) cita que a Organização Mundial de Saúde conceitua a Saúde Pública como o ato de prevenir doenças, prolongar a vida, possibilitar a saúde e a eficiência física e mental através do esforço organizado da comunidade. Esse ato está a cargo do Estado, em promover uma série de medidas adequadas para o desenvolvimento de uma estrutura social capaz de proporcionar a todos os indivíduos de uma sociedade a condição de saúde necessária (BRASIL, 2010). Com relação ao processo histórico evolutivo da saúde no Brasil, Junior; Costa (2014) comentam que somente a partir do século XVI, que as políticas públicas de saúde foram implementadas no Brasil, impulsionada pela chegada da família Real. Todavia, os serviços e tratamentos oferecidos por essa implementação, sofreu preconceito e medo por parte da população, que preferiam ser tratadas pelos curandeiros. Em consonância com a pesquisa, Lopes (2011), cita que de fato a saúde pública brasileira é oriunda do advento da corte real portuguesa, datada de 1808, com a criação das duas primeiras escolas de medicina em nosso país (Colégio Médico- Cirúrgico do Real Hospital Militar de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro), que visavam principalmente à saúde e o bem estar da nobreza (SANTOS, 2008). A história da Saúde Pública brasileira inicia-se cercada de desconfiança por parte da população, entendida como muito limitada e pouco eficaz. De fato, a saúde pública tinha esse aspecto, pois a sociedade culturalmente sempre se automedicou. Os avanços no desenvolvimento da saúde ganharam nova conjuntura a partir dos estudos de Emílio Ribas, em São Paulo, e Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que no interior da escola pasteuriana, desenvolveram medidas como o isolamento dos indivíduos doentes contagiantes, o saneamento do meio, a destruição dos vetores biológicos e a proteção dos sadios. Essas medidas deram aspectos de coletividade para os tratamentos de saúde no Brasil (MERHY; QUEIROZ, 1993). Reforçando a contribuição de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas para o desenvolvimento da saúde pública no Brasil, Junior (2012), ressalta que além desses 5 cientistas, é importante destacar o papel do Instituto Vital Brazil, Butantã ou Adolfo Lutz. Uma vez, estas entidades são exemplos concretos de atividade competente e meritória da saúde pública brasileira, priorizando o combate e tratamento às doenças. Dessa forma, pode afirmar que a contribuição de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adolfo Lutz à saúdepública brasileira foi de extrema importância, tendo em vista suas inúmeras descobertas e feitos em benefício da saúde pública brasileira. Da mesma forma, pode-se enaltecer a participação do Instituto Butantan criado em meados do século XIX, e o Instituto Vital Brazil importantíssimos no combate do surto de peste bubônica, fato que originou o Instituto Manguinhos (atual Fundação Oswaldo Cruz ou Fiocruz), as ações dessas instituições contribuem até hoje em incidência de acidentes com animais peçonhentos, como as serpentes (CAMARGO, 2002). Nesse contexto histórico não podemos deixar de destacar a participação dos grupos filantrópicos de cunho religioso como as Santas Casas de Misericórdia, que cuidava da saúde dos brasileiros, principalmente a população mais carente (SANTIAGO, 2010). A atuação da filantropia incitou o Estado a tomar atitude com relação à saúde da população, que iniciou algumas ações de saúde diante de epidemias, como ações de vacinação e de saneamento básico. Uma das primeiras ações do Estado ocorreu no final do século XIX e início do XX com o saneamento do Rio de Janeiro e a grande campanha de vacinação contra varíola promovida pelo sanitarista Oswaldo Cruz (CARVALHO, 2013). Nessa perspectiva histórica por volta da década de 40 percebe-se que as primeiras iniciativas da saúde pública brasileira eram, portanto, de caráter emergencial mediada pelo Governo Central e organizada pela Diretoria Nacional de Saúde Pública – DNSP, Essas medidas faziam parte das ações da vigilância de controle ambiental, que deram origem a estrutura da saúde pública com o aparecimento dos Serviços Especiais de Saúde Pública (SESP), Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a Superintendência de Campanhas (SUCAM) (SANTIAGO, 2010). Todavia, a saúde pública só ganhou amplitude com a Proclamação da República, em 1889, implementando um modelo sanitarista visando erradicar epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde Pública, tornando a saúde brasileira uma medida coletiva sob a responsabilidade do governo (CORREIA, 6 2014). Porém, essas medidas não foram além do papel, e reduziram a saúde pública praticamente à atuação campanhista pelo conjunto do país. Tais ações favoreçam ações verticais permanentes da Liga de Saneamento, viabilizando construção dos serviços médicos previdenciários, abrindo outro setor socialmente significativo no conjunto das ações de saúde (MERHY& QUEIROZ, 1993). A partir de uma corrente cronológica as políticas públicas de saúde no Brasil foi desenvolvida mediante a chegada da família real em 1808, e ao longo dos anos, vem sofrendo modificações. A primeira medida tomada foi impor normas sanitárias para os portos combatendo entrada de doenças contagiosas que pudessem ameaçar a saúde da Realeza. Com o advento da Independência do Brasil em 1822, novas medidas foram estabelecidas atribuindo as províncias o controle dos portos e quaisquer decisões sobre tais questões e saúde. Em 1923, o Estado brasileiro, promulga a Lei Elói Chaves, através da criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs) estabelecendo as empresas e trabalhadores o direito assegurado a assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões (CORREIA, 2014). Outro aspecto levantado por Correia (2014) relata que ao longo dos anos, a CAPs, passou a corresponder aos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que estendeu o atendimento ao número maior de trabalhadores. Em 1967, foi implantado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que extinguiu os IAPs, com essa medida o atendimento se estendeu também aos trabalhadores rurais, assegurados pelo Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). É importante frisar que os trabalhadores com carteira eram assistidos pelo do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Em contrapartida, o governo através da Constituição Federal de 1988, cria o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde – SUDS, que mais tarde transformou-se no Sistema Único de Saúde - SUS, encarregado de organizar no plano regional, as ações do Ministério da Saúde, dos serviços Estaduais e Municipais de saúde, sendo o SUS uma conquista da sociedade brasileira (JUNIOR; COSTA, 2014). A década de 90 marca importantes mudanças na saúde brasileira onde a intervenção do poder público apresenta-se mais pertinentes implantando as campanhas de vacinações promovendo dessa maneira as primeiras coes da saúde coletiva para a população. Essas ações proporcionaram a unificação dos 7 departamentos de saúde dando origem a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que estrutura e incorpora o SUS (Sistema Único de Saúde) respondendo assim, às necessidades e exigências de um novo Brasil (SANTIAGO, 2010). A partir do surgimento do SUS a saúde pública brasileira se estruturou baseada no tripé da Descentralização, da Integralidade, da Assistência e da Participação da comunidade, oferecendo um serviço de qualidade para a população. Porém, o Sistema Único de Saúde é alvo de várias críticas em função da precariedade dos serviços prestados, da escassez de mão-de-obra qualificada, demora no atendimento da grande demanda populacional e da demora na solução de problemas por causa de uma grande sobrecarga burocrática (BRASIL, 2010). Dentro do hospital a UTI é considerado um setor de cuidados intensivos, destinados pacientes em situação de saúde crítica a semicrítica, onde ocorre a oferta da de assistência em saúde por uma equipe multiprofissional especializada com suporte tecnológico avançado. Diante da gravidade dos casos admitidos na UTI, os pacientes usualmente apresentam fatores de risco como elevado tempo de permanência, inúmeros procedimentos invasivos e uso frequente de antibióticos, que contribuem para maior suscetibilidade às infecções hospitalares (IH). Nestes casos a equipe de enfermagem, bem como os que estão relacionados à assistência em saúde, devem fazer o uso das medidas de precauções e isolamento a fim de evitar a disseminação de infecções hospitalares. Contudo, na rotina assistencial é comum a visualização de profissionais que não aderem a estas práticas. A adesão ao uso das medidas de precaução está diretamente vinculada ao conhecimento e atitudes dos profissionais da equipe. A falta de conhecimento sobre questões referentes à biossegurança e controle de infecção, o despreparo psicológico para lidar com situações críticas externas ao ambiente hospitalar bem como o desconhecimento quanto ao estado de saúde dos pacientes são fatores que dificultam a adoção das medidas de precaução indicadas no momento da assistência hospitalar. Dessa forma, fica evidente que as instituições de saúde devem promover a educação permanente destes profissionais, resgatando conhecimentos gerais sobre transmissão das doenças e as condutas que devem ser adotadas pela equipe de enfermagem para diminuição os índices de IH, a exemplo das medidas de precaução e isolamento. 8 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Para compreendermos o processo evolutivo do Sistema Único de Saúde do Brasil, precisamos entender que as práticas de saúde no país fazem parte de ações organizadas pela sociedade em cada contexto político, econômico e social. Dessa forma, o SUS foi se desenvolvendo de acordo com as necessidades da sociedade.Sendo assim, não podemos dizer que esse sistema já nasceu pronto e acabado, mas sim, está em constante construção (BRASIL, 2010). Somente a partir da década de 80 que a saúde pública passou a ser mais universal e menos excludente, abrangendo atendimentos hospitalares para toda a população. De acordo com Lopes (2011), impulsionada pelos congressos e movimentos sociais que cobravam do Estado Brasileiro a Reforma Sanitária, na busca da garantia de um sistema unificado de saúde para toda a população, é criado em 1990, o Sistema Único de Saúde (SUS), coma finalidade de estender a toda à população o direito a saúde, oferecendo, serviço médico, assistência hospitalar e social de forma descentralizada e regional. Mediante a essa visão, pode-se afirmar que o SUS nasceu destinado a atender todos os cidadãos, financiado através dos recursos arrecadados como os impostos e contribuições sociais pagos pela população, complementado por recursos do governo federal, estadual e municipal. A legitimidade do Sistema Único de Saúde - SUS – está estabelecida pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças dos serviços prestados por esse sistema. Nessa concepção Brasil (2000), conceitua o SUS, como todo o serviço de saúde prestado na esfera federal, estadual e municipal, sem custos adicionais para a população, onde o setor privado atua de forma complementar. Dessa forma, torna-se necessário esclarecer que o SUS abrange também a participação do setor privado, que poderão atuar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo 9 diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos (BRASIL, 2000). Historicamente, o SUS foi instituído pela Constituição Federal de 1988, originário das lutas do movimento conhecido como Revolução Sanitária, inflamado pelos meios acadêmicos na década de 1970. A implantação do Sistema foi e é uma grande vitória da sociedade e de grande valia no setor da saúde do brasileiro, porém, atualmente, percebe-se que esse Sistema não exerce sua funcionalidade conforme seus princípios, de oferecer saúde como direito de todos (DINIZ, 2014). Por outro lado, a saúde pública no Brasil sempre enfrentou grandes problemas, principalmente relacionado à gestão e falta de recursos, representados pelos gastos indevidos, por esse motivo que o sistema ainda não tem surtido um resultado notório, pois a doença não está somente relacionada entre o homem e o meio natural, mas também entre o homem e o meio social (SINGER, 1988). Sendo assim, Junior; Costa (2014) ressaltam que a organização e gestão dos serviços do SUS, enfrentam grandes dificuldades, principalmente por parte dos Municípios brasileiros que não conseguem arrecadar os recursos necessários para o bom funcionamento do sistema de saúde. Nessa consonância, Polignano (2013, p.24) apresenta o seguinte cenário do Sistema Único de Saúde na esfera nacional afirmando que: Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível de atenção primária o SUS apresentou resultados significativos no setor público, mas enfrenta problemas graves com o setor privado, que detém a maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário e terciário. Percebe-se que apesar das diversas falhas apresentada no SUS, vislumbrada por falta de investimento público, mão de obra mal qualificada, corrupção ou até falta de informação por parte de seus usuários. O SUS, e em seus fundamentos nos mais modernos princípios da medicina pública, baseado nos princípios e objetivos da Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde da população brasileira, sendo elogiado mundialmente pelos principais órgãos internacionais de saúde (LOPES, 2011). Todavia, elogios não são suficientes para melhorar o seu funcionamento. Como já mencionado a visão que se tem do Sistema Único de Saúde no Brasil é precária, sendo necessário reavaliar a gestão das verbas destinadas aos programas 10 de saúde pública. Ao analisarmos os serviços ofertados, perceberemos a falta de médicos em regiões afastadas em contraponto à intensa concentração nas grandes cidades, a ausência de estrutura nos hospitais da rede pública, a grande incidência de infecções hospitalares, além da dificuldade em conseguir atendimento na ESF, são apenas alguns dos inúmeros problemas que atingem os brasileiros que tentam utilizar a saúde pública diariamente CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E CONCEITUAL DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE A história da ocorrência das IRAS mantém uma relação estreita com a própria história da atenção à saúde. A compreensão da dinâmica de aquisição das IRAS vem evoluindo desde quando foram criados os primeiros hospitais na Idade Média. As características de manifestação, assim como os fatores de risco modificaram-se com a evolução das concepções dominantes sobre o processo saúde-doença na sociedade ocidental bem como as práticas de prevenção e controle nos serviços de saúde (LACERDA, 1997). Com pessoas mais susceptíveis, expostas a procedimentos cada vez mais invasivos, surgiram novas modalidades de IRAS, com incidência em diferentes topografias corporais (ZANON, 1987; SANTOS, 1997). Vários profissionais entre médicos e enfermeiros contribuíram para a evolução da prevenção das IRAS. Entre eles, Florence Nightgale, que a partir de 1858, destacou-se pelos seus esforços na melhoria da organização e da higiene dos hospitais de campanha, que culminaram na redução importante na mortalidade de soldados ingleses durante a guerra da Criméia (SHAFFER, 1974). Florence Nightingale, em 1863, descreveu uma série de cuidados e estratégias relacionados aos pacientes e ao meio com o objetivo de diminuir o risco de IRAS (COUTO et al., 2014 p. 4). A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o fenômeno das IRAS como um problema de saúde pública e preconiza que as autoridades em âmbito nacional e regional desenvolvam ações com vistas à redução do risco de aquisição. Os objetivos devem ser estabelecidos em âmbito nacional ou regional em consonância com demais objetivos de saúde nestas esferas (WHO, 2002; WHO, 2004 citado por ANVISA, 2013 - 2015). 11 Historicamente no Brasil, o Controle das IRAS teve seu marco referencial com a Portaria MS nº 196, de 24 de junho de 1983, que instituiu a implantação de Comissões de Controle de Infecções Hospitalares em todos os hospitais do país, independente de sua natureza jurídica (ANVISA, 2000). Mas somente a partir de 1985, com a repercussão da morte do ex-presidente Tancredo Neves, em consequência de IRAS, essa questão assumiu uma dimensão maior, sensibilizando a população e, principalmente, os profissionais da área de saúde (ANVISA, 2004). Em maio de 1998 foi publicada pelo Ministério da Saúde a portaria 2.616, que passa a nortear todo o sistema de controle de IRAS nacional. Essa portaria revoga a de nº 930 de 1992. Institui o programa de controle de IRAS a ser executado por CCIH constituída de membros consultores e executores. Determina a carga horária desses membros executores levando em consideração o tamanho e a complexidade da instituição. Cria oportunidade de surgimento de consórcios interinstitucionais, otimizando a utilização de recursos. Há extenso detalhamento sobre as formas de executar o controle de IRAS, o que certamente contribuirá para melhorar a prevenção desse tipo de infecção no Brasil (COUTO, 2014 p. 6). Nas UTI’s são desenvolvidos vários serviços aos pacientes criticamente doentes, como: (a) suporte de vida que possibilite à sobrevida a pacientes com falências orgânicas graves e (b) monitoração intensiva para permitir a identificação precoce e o tratamento apropriado das intercorrências clínicas graves. Nesse contexto, as UTI’s representam 10 a 15% dos leitos hospitalares, cuja demanda tem crescido mais de 17% na última década, correspondente a uma tendência também crescente na complexidade dos pacientes que se internam em hospitais (COUTO R. C. et al, 2014 p. 525). Nessas unidades, pratica-se uma medicina ao mesmo tempo dinâmica e “agressiva”, com o objetivo de estabilizar disfunções orgânicas agudas e viabilizara execução dos procedimentos médicos cada vez mais complexos. No entanto, como decorrência natural dessa assistência intensiva aos pacientes graves, aumenta também a probabilidade de dois desfechos inoportunos importantes: as iatrogênicas e as IRAS. As infecções são as complicações mais prevalentes dos pacientes internados em UTI’s e contabilizam 20 a 30% de todos os casos hospitalares (COUTO R. C. et al, 2014 p. 525). 12 BASES CONCEITUAIS Conforme a Portaria nº 2.616 de 12 de maio de 1998, define-se Infecção Hospitalar (IH) como aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (BRASIL, 1998). Atualmente o termo “infecção hospitalar” foi substituído por “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), sendo essa designação uma ampliação conceitual que incorpora infecções adquiridas e relacionadas à assistência em qualquer ambiente (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é considerada o epicentro das IRAS e elo influenciador na cadeia epidemiológica de transmissão. Tal fato deve-se à peculiaridade dos pacientes internados nessa unidade, pois utilizam dispositivos invasivos como: cateter venoso central, sonda vesical de demora e ventilação mecânica; além disso, uso de imunossupressores, período de internação prolongado, colonização por microrganismos resistentes, prescrição de antimicrobianos e a própria característica do ambiente da UTI que favorece a seleção natural de microrganismos (GOMES et al, 2014). Os pacientes de UTI, na sua maioria encontram-se acamados por tempo prolongado, imunodeprimidos, e com doenças graves que necessitam de monitoramento invasivo e uso de antibióticos de largo espectro, tornando os mais suscetíveis às IRAS. Nos últimos anos, a incidência de IRAS associada a microrganismos resistentes tem aumentado em todo o mundo (SANTOS et al, 2016). O controle de infecção em UTI é um assunto complexo e de extrema importância para o bom funcionamento da unidade, evidenciando-se, portanto, a necessidade da proteção tanto individual quanto dos pacientes, bem como a realização de técnicas e procedimentos adequada a fim de evitar qualquer prejuízo para o paciente (SANTOS et al, 2016). Segundo Couto et al (2014) as taxas de incidência de IRAS para pacientes de UTI variam conforme o tipo de unidade considerada e a população atendida, atingindo 13 de 10 a 30% dos pacientes. Essas infecções caracterizam-se como importante causa de morbimortalidade, com a mortalidade atribuída podendo exceder 25%. Além disso, as IRAS contribuem para o prolongamento do tempo de permanência e custos na UTI. Os pacientes internados em UTI possuem um risco de 5 a 10 vezes maior de adquirir IRAS do que aqueles de outras unidades gerais do hospital, e, diferentemente das unidades de internação abertas, onde as infecções urinárias são as mais frequentes, nas UTI’s as infecções do trato respiratório predominam invariavelmente (COUTO et al, 2014). A ANVISA (2017) salienta que vários fatores de risco independentes para IRAS têm sido identificados, estando entre os mais importantes: a gravidade da doença de base; as doenças adjacentes; o grau de comprometimento das defesas orgânicas; a idade avançada; a permanência prolongada na UTI; o uso abusivo e inapropriado de antibióticos; os procedimentos invasivos; disfunção neurológica grave; trauma, complicações iatrogênicas, a colonização progressiva dos epitélios; a superlotação das unidades, entre outros. As infecções causadas por microrganismos resistentes tais como MRSA, VRE, Gram-negativos ESBL, além de mais difíceis de tratar, aumentam a mortalidade e a permanência na UTI (COUTO et al, 2014). O sucesso para o controle da resistência depende de várias ações direcionadas para a observância das normas de controle de infecção: as orientações para evitar o uso inadequado de antibióticos, as medidas restritivas para o uso de algumas drogas, como as cefalosporinas indutoras de ESBL, os carbapenêmicos e quinolonas (liberados somente com indicação específica) e o uso criterioso de vancomicina (SANTOS, 2006). De acordo com Couto et al (2014) apesar da tendência crescente de maior complexidade dos pacientes hospitalizados e, consequentemente do aumento de infecções hospitalares, as medidas tradicionais de prevenção permanecem como o eixo fundamental da estratégia de controle das mesmas, devendo ser incentivadas. As ações devem ser instituídas através do conhecimento dos dados gerados pelo processo de vigilância epidemiológica, adequando-as às necessidades 14 específicas de cada serviço. No ambiente complexo da UTI, é indicado que as ações preventivas de controle de IRAS sejam mais rigorosas, haja vista o tipo de paciente e a intensidade dos procedimentos de risco (COUTO et al, 2014). MEDICINA DAS INFECÇÕES E A MEDICINA INTENSIVA A medicina das infecções e a medicina intensiva são duas áreas bem estruturadas do conhecimento e da práxis médica. A primeira, mais antiga, desenvolve-se e reinventa-se desde que a medicina se entende por ofício e arte. A segunda, instrumentalizada pela contemporaneidade, avança a largos passos, criando e consolidando o seu estatuto epistemológico, ou seja, a forma como lida com a base de conhecimentos que informa a sua prática. Conhecimentos sobre o uso e geração de evidência científica, seus limites, a linha de ação quando falta essa evidência, o balanço entre a ciência e a humanização na prática do intensivismo, suas bases de escolhas éticas, entre outros, convergem na natureza do olhar do intensivista. A intersecção entre essas duas áreas da medicina, tanto nos aspectos práticos do dia a dia médico, quanto nos campos acadêmicos de geração de conhecimento e sua comunicação através de revistas e periódicos, é terreno fértil no qual se entreveem pelo menos dois campos conceituais correlatos, porém distintos: o da “infecção em intensivismo” e o do “intensivismo em infecção”. O primeiro tem-se interessado com muito vigor pelas infecções que complicam os pacientes em ambiente de terapia intensiva. Não deixa de ser o olhar do infectologista sobre a medicina intensiva. É o campo da infecção hospitalar aplicada ao intensivismo, com suas questões epidemiológicas, terapêuticas, profiláticas e mesmo administrativas (já que se fala aqui de índices de qualidade). Nessa intersecção abordam-se, com propriedade, infecções de cateter e corrente sanguínea, de trato urinário, de ferida cirúrgica, de pneumonias associadas à ventilação mecânica, discutem-se a ecologia dos micro- -organismos e seus mecanismos de evasão e resistência, delineiam-se os usos de novos antibióticos e novas classes antibióticas e reconhece-se cada vez mais a importância dos fungos neste contexto. 15 Uma parte enorme das doenças infecciosas se trata em ambiente de terapia intensiva. O intensivismo, portanto, é fundamental, com sua epistemologia e suas boas práticas, para a terapêutica de doentes com doenças infecciosas como o tétano, a malária, a meningoccemia, a febre amarela e tantas outras. Há que se agregar, então, ao olhar dos infectologistas e epidemiologistas, de longa data comprometidos com essas doenças, o olhar do intensivista. A importância do intensivismo nas doenças infecciosas passou, talvez, pouco enfatizado, pelo menos até a década de 90, quando se organizaram os conceitos de sepse, sepse grave, choque séptico e disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS). Revisitados e normatizados, com definições claras, esses conceitos jogaram luz sobre o fato de que as doenças infecciosas todas, independentemente de sua natureza etiológica (virais, bacterianas, protozoóticas ou fúngicas), podem cursar de maneira adversa, evoluindo como sepses graves, que,por sua vez, podem evoluir até o estágio de DMOS. Posto de outra maneira, as doenças infecciosas que se comportarem como sepse grave/ DMOS (e qualquer uma pode fazê-lo), terão como quadro clínico uma somatória de disfunções de órgãos e sistemas. Algumas doenças infecciosas costumam, inclusive como regra, evoluir como sepses graves, ora como febres hemorrágicas, ora como doenças íctero-hemorrágicas. Assim, o campo da medicina tropical convive diariamente com o enfrentamento clinico de sepse graves/DMOS. Não interessa se febres amarelas, leptospiroses ou hantaviroses, essas sepses graves cursarão (ou não) com rebaixamento do sensório, diminuição do ritmo de diurese, comprometimento da perfusão tecidual, hiperlactacidemia, lesão pulmonar aguda (LPA) ou síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), plaquetopenia, diátese hemorrágica e coagulação intravascular disseminada (CIVD), hipotensão com estados hiperdinâmicos de baixo índice de resistência vascular sistêmica (IRVS) e alto índice cardíaco (IC), hiperbilirrubinemias diretas por colestase transinfecciosa. Não interessa se meningococcemias ou malárias, essas sepses graves necessitarão de restauro precoce e meta- -dirigido da perfusão, às custas dos mesmos cristaloides e aminas vasoativas do dia-a-dia de qualquer unidade de terapia intensiva. Terapia anti-microbiana precoce continuará sendo um princípio irrevogável nesses casos, onde ainda usar-se-á (ou não) a mesma estratégia protetora de 16 ventilação, o mesmo controle glicêmico, o mesmo corticoide em dose fisiológica. Nesses casos, cogitar-se-á, quando indicado e sensato, o uso de drotrecogina alfa, se disponível. A medicina tropical, portanto, precisa cada vez mais convictamente, do olhar da medicina intensiva (e vice- -versa), para levar adiante sua práxis. Nessa linha de raciocínio, vejam-se algumas considerações específicas, à guisa de exemplo e sem a pretensão de esgotar o assunto, sobre duas doenças tropicais de importância no mundo e no Brasil. INFECÇÕES HOSPITALARES As infecções hospitalares (IH) são aquelas adquiridas no hospital, e que podem se manifestar durante o período de internação ou mesmo após a alta hospitalar, desde que possam ser relacionadas à internação ou aos procedimentos hospitalares. Sendo assim, representam um importante problema de saúde pública no mundo devido à morbidade, mortalidade, aumento do tempo de internação e custos associados ao seu tratamento (BATISTA, 2012). As infecções relacionadas à assistência à saúde constituem um problema grave e um grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada (ANVISA, 2010). Menegueti et al. (2015) afirmam que as infecções não se limitam somente ao ambiente hospitalar, sendo então Infecção Relacionada à Assistência em Saúde a terminologia mais apropriada. Os mesmos autores ainda trazem que em alguns países desenvolvidos as estimativas indicam que, dos pacientes admitidos em hospitais, ao menos 5% adquirem uma infecção. Ainda, no Brasil, uma pesquisa realizada em um hospital universitário verificou a “taxa de prevalência de IH anual média de 8,2%, sendo149 (29,1%) pneumonias, 136 (26,6%) infecções de corrente 17 sanguínea, 87 (17%) infecções do trato urinário, 57 (11,1%) infecções de cateter central e 47 (9,2%) infecções de sítio cirúrgico” (MENEGUETI et al., 2015). Em uma pesquisa realizada por Pérez et al. (2015), traz que a prevalência de infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS) nos países desenvolvidos é de 7,6 infecções a cada 100 pacientes. Já nos países em desenvolvimento, essa prevalência é de 15,5 a cada 100 pacientes. A ocorrência de infecção hospitalar depende da existência de uma fonte de infecção, da transmissão do agente etiológico, da susceptibilidade do paciente à infecção, das características do hospital, dos serviços oferecidos, do tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e complexidade dos pacientes, e o sistema de vigilância epidemiológica e programa de controle de infecções hospitalares adotados pela instituição de saúde (BRETAS et al., 2013). Segundo Grillo et al. (2013), “as infecções de maiores preocupações dos profissionais da área de saúde são as encontradas em unidades que atendem pacientes mais suscetíveis à infecção, como a Pediatria, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Unidades Oncológicas, Unidades de Transplantes e Neonatologia”. A principal fonte de ocorrência dessas infecções é relacionada à prestação da assistência à saúde. Desta maneira, pode ocorrer, embora nem sempre, como consequência da falha do sistema e dos processos de prestação de cuidados, assim como do comportamento humano. Portanto, isso representa um grande problema de segurança do paciente (OPAS; ANVISA, 2008, p.9). Tais infecções podem ser causadas por diversos microrganismos, como: bactérias, fungos, e vírus. Os patógenos que são a principal causa destas infecções são as bactérias que constituem a flora humana, que possuem uma baixa virulência, não trazendo riscos a indivíduos saudáveis. No entanto, em indivíduos com estado clínico prejudicado, elas podem causar infecções, chamadas de infecções oportunistas (ABEGG, 2011). Estudos nos quais a idade é incluída, demonstram que até 9% dos pacientes menores de 1 ano contraem infecção hospitalar, comparados a 1 a 4% dos pacientes maiores de 10 anos. As infecções hospitalares podem ser causadas por qualquer microrganismo patogênico, sendo mais frequentes as infecções bacterianas. Nos últimos anos, com aumento do número de pacientes imunocomprometidos e dos 18 procedimentos invasivos, a incidência de infecções fúngicas tem aumentado. Menor importância tem as infecções causadas por vírus e protozoários (ANVISA, 2006). Existem diversas razões para a ocorrência das infecções hospitalares e, ainda, diversos mecanismos que potencializam seu aparecimento. A transmissão de microrganismos pelos profissionais de saúde é um desses mecanismos, já que os mesmos atuam como vetores, direta ou indiretamente, na transmissão de microrganismos patogênicos a pacientes vulneráveis. Em estudos já publicados, se mostra que a adequada higiene das mãos pode ser uma das importantes medidas de prevenção e controle de infecção (FELIX, 2009). A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Desafio Global para a Segurança do Paciente, o qual o primeiro é “Uma assistência limpa é uma assistência mais segura”, que trouxe atenção e compromisso político sobre a importância da higiene das mãos visando o cuidado da saúde, em relação às infecções (WHO, 2008- 2009; p.6). Esses desafios globais demonstram o quanto é imprescindível que as medidas de prevenção e controle de infecções sejam efetivadas, principalmente para a proteção e segurança do paciente. Mesmo com tantos manuais lançados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e também com o auxílio da OMS, a adesão à prática de higienização das mãos ainda é um obstáculo a ser superado no ambiente hospitalar. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR No Brasil, houve a necessidade da interferência do Ministro da Saúde no que diz respeito ao índice de infecções hospitalares. Estas representam um importante problema de saúde pública, evidenciado pelo aumento no custo dos tratamentos, interdição nas unidades de serviço de internação e pelo número elevado de mortes que pode ser causado; o que acarretou na criação de medidas específicas para prevenção e controle de tais infecções. Assim, foi criada a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (DUTRA et al., 2015).Segundo Ferreira et al (2010, p.9), “a CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a 19 comunidade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico”. A Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde traz a seguinte informação: “Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997: dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares”. No Brasil, a Portaria Ministerial Nº 2616 de 12 de maio de 1998 que define as diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções hospitalares. (BRASIL, 1998, p.7). Esta portaria conceitua infecção hospitalar (IH) como aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares (BRASIL, 1998, p.7). Esta definição não especifica o agente infeccioso ou o foco inicial da infecção, apenas define o espaço físico em que a IH se inicia (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). Figueiredo et al. (2013, p. 234) refere que o Center for Disease Control and Prevention(CDC) define IH como infecções sistêmicas ou locais que ocorrem após 48 horas da admissão hospitalar, em até 48 horas da alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 30 dias após cirurgia sem colocação de prótese ou com um ano de colocação. Em seu estudo, Guimarães et al. (2011, p. 865) define IH como aquela que o paciente adquire após admissão no hospital, sendo que as manifestação pode ter ocorrido durante a internação ou após a alta, podendo ter relação com a hospitalização e/ou procedimentos invasivos realizados durante a hospitalização. Vale à pena ressaltar que a problemática da IH no Brasil cresce a cada dia, sendo uma das principais causas de mortalidade nosocomial, podendo estar associada a doenças graves, intervenções medicas e cirúrgicas e complicações a elas relacionadas (MOURA et al., 2007, p. 417; GUIMARÃES et al., 2011, p. 865). Além disso, o que o custo do tratamento dos clientes com IH é três vezes maior que o custo dos clientes sem infecção, fato que onera os sistemas de saúde brasileiros (MOURA et al., 2007, p. 417). Faz parte do trabalho da CCIH elaborar, programar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecções; esse trabalho deverá ser feito de forma a adaptar de acordo com as características e necessidades da instituição. Além disso, inclui a 20 elaboração de vigilância epidemiológica de infecções nosocomiais, educação e treinamento de equipes e controle do uso ponderado de antibióticos e antimicrobianos e suporte médico e hospitalar (DUTRA et al., 2015). Para tanto, torna-se essencial que o enfermeiro seja membro da equipe de CCIH, pois, por atuar continuamente na assistência direta com o paciente e realizar procedimentos invasivos potencialmente contaminados, é visto como responsável pela profilaxia e controle das infecções nosocomiais (DUTRA et al., 2015). Segundo Batista et al. (2012), o enfermeiro possui uma maior aproximação com as demais categorias, além de sua habilidade educativa, com respaldo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio da Lei do exercício profissional de no 7.498, de 25 de junho de 1986. Para tanto, o enfermeiro é reconhecido como um membro importante na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO Na tabela 1 é possível visualizar os critérios para diagnóstico de IH, de acordo com a Portaria Ministerial Nº 2616 de 12 de maio de 1998. Tabela 1 - Critérios para diagnóstico de IH Fonte: Adaptado de Brasil, 1998, p.7 21 FATORES DE RISCO UTI é considerada um meio crítico nos cuidados de saúde, como resultado de intensos avanços científicos e tecnológicos, o crescente reconhecimento de novos agentes infecciosos e infecções ressurgentes (SOUSA et al., 2016, p. 1315). A internação na UTI é decisiva nas chances de sobrevida de pacientes gravemente enfermos, sejam eles vítimas de trauma ou de qualquer outra condição clínica extremamente grave. Contudo em contrapartida, se tornou o principal local de ocorrência da IH (FIGUEIREDO et al., 2013, p. 234). Isto porque a vulnerabilidade do doente frente à IH é um fator predisponente para a propagação da mesma. Sendo assim é importante considerar que a IH está diretamente associado a alguns fatores de risco que o paciente apresenta durante sua internação hospitalar (PADRÃO et al, 2010, p. 126). Dessa forma, temos que os fatores de risco associados à IH é maior em pacientes críticos hospitalizados em UTI, se comparação aos pacientes internados nas demais unidades hospitalares (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). Ou seja, a elevada taxa de IH ocasionadas pela permanência em UTI estão diretamente relacionadas com os riscos a que estão sujeitos estes pacientes e sua vulnerabilidade decorrentes dos métodos invasivos empregados (SOUSA et al., 2016, p. 1316). Sendo assim, os pacientes internados na UTI são expostos a importantes fatores de risco que estão associados à IH como: situação de saúde crítica a semicrítica, tempo prolongado de internação hospitalar, muitas vezes acamados e/ou com mobilidade restrita, uso de drogas imunossupressoras, uso de ventilação mecânica, inúmeros procedimentos invasivos e, consequentemente quebra de barreiras, déficit nutricional, interação com a equipe de saúde, dentre outros (PADRÃO et al., 2010, p. 128). Além disso, a constante realização de procedimentos invasivos e o uso de antimicrobianos de amplo espectro na rotina, fez surgir bactérias cada vez mais resistentes aos antimicrobianos, denominadas Microrganismos Resistentes (MR), o que propicia a proliferação da IH na UTI (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). 22 A presença de MR constitui um alarmante problema de saúde pública, sendo o tratamento um desafio aos profissionais de saúde, pois as opções terapêuticas à algumas infecções estão cada vez mais restritas. Dessa forma esta problemática torna-se uma constante ameaça à sociedade, particularmente a indústria farmacêutica, que se encontra sem resposta terapêutica (SOUSA et al., 2016, p. 1316). Com isto, os pacientes críticos internados em UTI têm de cinco a dez vezes maior probabilidade de contrair uma infecção hospitalar, pois estão frequentemente expostos aos fatores de risco supracitados (MOURA et al., 2007, p. 417). EPIDEMIOLOGIAS DA INFECÇÃO IH NA UTI Sousa et al. (2016, p. 1316) cita em seu estudo que a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 1,4 milhões de infecções ocorrem a qualquer momento, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 2 milhões de IH ocorram anualmente, resultando entre 60 e 90 mil mortes e com um custo aproximado de, pelo menos, 17 a 29 bilhões de dólares. Em média, de 5% a 15% de todos os pacientes internados desenvolvem IH (SOUSA et al., 2016, p. 1316). Abegg e Silva (2011, p. 48) relatam em seu estudo que o Ministério da Saúde elaborou uma pesquisa com 8624 pacientes onde o tempo médio de internação foi de 11,8 dias. Deste total, 13% apresentaram infecção hospitalares sendo os maiores índices em hospitais públicos e os menores em hospitais privados. Figueiredo et al.(2013, p. 234) refere em seu estudo que no Brasil a problemática da IH apresenta altos índices, em média ocorre dois episódios de infecção por pacientes internados com IH. Como complemento a esta estatística, Prates et al. (2014, p.67) e Figueiredo et al.(2013, p. 234) afirmam que entre as IH, 20 a 25% são adquiridas na UTI e por isto este setor é o epicentro da emergência do problema de infecção na unidade hospitalar. 23 FATORES DE INFECÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR Os microorganismos contagiosos podem se originar de fontes endógenas, como a flora comensal endógenada qual o paciente é portador, ou de fontes exógenas, como aquisição recente através de objetos animados ou inanimados dentro do hospital (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Vários fatores podem influenciar na ocorrência das infecções hospitalares (IH), tais como a fonte de infecção, o agente infeccioso, a via de transmissão, a susceptibilidade do hospedeiro e o meio ambiente (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Objetos e equipamentos médicos presentes na rotina assistencial como: móveis, cobertores, umidificadores, equipamento de anestesia, medicamentos e soluções, podem estar contaminadas por bactérias ou fungos que possibilitam a IH. Neste contexto incluem-se também os alimentos e água contaminados por microorganismos, como por exemplo Salmonella ou Shiguella. Os animais ou insetos constituem igualmente fontes importantes de contaminação (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Quanto à susceptibilidade do hospedeiro, seus fatores mais significativos consistem na idade, condições de imunização, tipo da doença básica e efeitos do procedimento de diagnóstico e da terapêutica, como por exemplo, uma queda da resistência a infecções, associada à infância, à velhice e também a pacientes com doenças crônicas, os quais podem ser mais suscetíveis a infecções hospitalares que os outros pacientes. Há ainda muitos procedimentos de diagnóstico, como a biópsia, a cateterização e aspiração de fluidos, que tendem a aumentar o risco de infecções no paciente (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Temos como fontes imediatas de microorganismos infecciosos no hospital as pessoas, ou seja, funcionários do hospital, visitantes e pacientes que tenham doença clínica, portadores assintomáticos (AGUIAR et al, 2008, p. 572). Vale à pena ressaltar que atualmente, um número considerável de microrganismos desenvolveu resistência aos antimicrobianos convencionais, como também alguns são impenetráveis às novas drogas. Sem dúvida que, a associação dos microrganismos multirresistentes à infecção hospitalar agravou a situação gerando expectativas sombrias para o futuro (SILVA et al, 2016, p. 15). 24 Dessa forma, torna-se pertinente a adesão das medidas de precaução e isolamento a fim de diminuir o índice e a probabilidade de IH na rotina assistência. Para isto, os profissionais da saúde devem manter atitudes adequadas e possuírem conhecimento técnico a respeito do tema (ALVIM; GAZZINELLI, 2017, p. 19). O papel da Enfermagem no controle da IH está presente desde suas primeiras descobertas. Florence Nightingale já apresentava preocupação com essa problemática e durante a Guerra da Criméia padronizou procedimentos de cuidados de enfermagem voltados à higiene e limpeza dos hospitais, introduzindo principalmente técnicas de antissepsia, com a finalidade de diminuir os riscos desse tipo de infecção (GIAROLA et al., 2012, p. 152). Dessa forma, os riscos gerados podem afetar também o paciente, portanto, as ações de saúde profissional devem estar integradas com a saúde do cliente. Há uma necessidade por parte da equipe de enfermagem em incentivar a utilização dos recursos disponíveis a fim de promover uma assistência integrada e manter o controle dos agravos, como por exemplo, as infecções adquiridas no âmbito hospitalar (LACERDA et al, 2014, p.2 ). PREVENÇÃO E CONTROLE A IH quando presente nos serviços hospitalares, representar uma deficiência preocupante da qualidade da assistência, bem como aumento da morbimortalidade, prolongamento do tempo de internação, oneração da internação hospitalar além de crescimento de MR (PADRÃO et al., 2010, p. 126). Diante do exposto é possível afirmar que os profissionais de saúde apresentam um papel essencial no controle da infecção na UTI (LACERDA et al, 2014, p.2). A equipe de enfermagem representa o maior número de profissionais que prestam assistência direta e constante aos clientes de saúde. A natureza do trabalho da enfermagem inclui a prestação de cuidados físicos e a execução de procedimentos diagnósticos e terapêutico, sendo um elemento fundamental nas ações de prevenção e controle da IH (PRIMO et al., 2010, p. 269). 25 Uma das ferramentas utilizadas para contenção da IH é a adoção de medidas preventivas pré e pós-exposição aos riscos, conhecidas como medidas de precaução padrão (PP) (LACERDA et al, 2014, p.2). HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS A higienização das mãos (HM), tradicionalmente considerada como a medida mais importante e eficaz na prevenção e controle da infecção hospitalar, caracteriza se como uma intervenção rotineira, padronizada, de baixo custo e com indicações sustentadas por fundamentação científica sólida (BELELA-ANACLETO et al., 2017, p. 462). Entretanto, na era da prática baseada em evidências, a adesão ao procedimento ainda é descrita como insuficiente em todo o mundo Desde 2005, a OMS propõe como parte do primeiro Desafio Global para Segurança do Paciente a estratégia multimodal denominada Cuidado Limpo é Cuidado Mais Seguro (Clean Care is Safer Care), para promover a adesão às práticas de HM em todo o mundo. As mãos têm a capacidade de abrigar microrganismos e transferi-los, por contato direto ou indireto, de uma superfície a outra; baseando então a importância da higienização das mãos. Assim, a higienização de forma cuidadosa e frequente das mãos, promove o controle das infecções hospitalares, proporcionando uma maior segurança e qualidade da atenção prestada ao paciente (PRIMO et al., 2010). A estratégia inclui mudanças do sistema, garantindo que os recursos para o procedimento estejam em fácil acesso no ponto de cuidado, educação e treinamento da equipe multidisciplinar, enfatizando os conceitos, a importância do comportamento individual e a cultura de segurança do paciente (BELELAANACLETO et al., 2017, p. 462). Para tanto, a prática em questão tem a finalidade de remoção de sujidades, suor, oleosidade, pelos e células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo então a transmissão de infecções que são efetivadas por meio do contato; além de auxiliar na prevenção e redução de infecções por transmissões cruzadas (ANVISA, 2007). O termo “Higiene das mãos”, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica e a 26 antissepsia cirúrgica das mãos (ANVISA, 2007). O mesmo manual traz as seguintes técnicas: - Higiene simples das mãos: possui a finalidade de remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, retirando a sujidade; é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. - Higiene antisséptica das mãos: possui a finalidade de promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos; é o ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. Duração do procedimento: 40 a 60 segundos. - Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: tem a finalidade de reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades); é feita a aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos. Duração do procedimento: 20 a 30 segundos. - Antissepsia cirúrgica das mãos: tem finalidade de eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico. Duração do Procedimento: de 3 a 5 minutos. Algumas recomendações como, manter as unhas naturais, limpas e curtas; não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; evitar o uso de esmaltes nasunhas; evitar a utilização de anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente; aplicar creme hidratante nas mãos (uso individual), diariamente, para evitar ressecamento da pele; fazem com que o processo de higiene das mãos seja efetuado de uma melhor maneira (BRASIL, 2009). Essa prática, além de ser um importante indicador de qualidade dos serviços de saúde para a segurança do paciente, é considerada a medida individual mais simples e eficaz na prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde e a disseminação de microrganismos multirresistentes (PRADO et al., 2013). De acordo com Garcia et al. (2013, p.46): 27 (...) a prevenção e controle das IH envolve toda a equipe de saúde, inclusive quanto ao cumprimento das normas de proteção ao paciente, ressaltando a lavagem das mãos pelos profissionais como medida mais importante de evitar a transmissão de microrganismos de um paciente para outro; o uso de luvas para proteção individual e para redução da possibilidade de microrganismos das mãos dos profissionais contaminarem o campo operatório, (...). A IH representa uma preocupação não apenas dos órgãos da saúde competentes, mas também de ordem social, ética e jurídica frente as implicações na vida dos pacientes e o risco a que estão submetidos. Apesar da prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde no momento certo e da maneira correta ser um importante auxiliador para a redução da disseminação da infecção no ambiente de saúde e prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e suas consequências, esta medida ainda possui um baixo índice de adesão da equipe de saúde (ANVISA, 2013). Diversos estudos vêm demonstrando até agora a importância da medida de conhecimentos, riscos, atitudes e percepções dos profissionais acerca da higienização das mãos como medida preventiva de infecções relacionadas à saúde em qualquer nível assistencial (PÉREZ et al., 2015). A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma proposta para a higienização das mãos que se baseia em cinco momentos durante a prestação de cuidados, que são: 1. Antes de contato com o paciente; 2. Antes da realização de procedimentos (limpos e assépticos); 3. Após risco de exposição a fluídos corporais; 4. Após contato com o paciente; 5. Após contato com as áreas próximas ao paciente (ANVISA, 2013). Figura 1 : 5 momentos para higienização das mãos 28 Fonte: ANVISA, 2014 O descumprimento da prática de higienização das mãos é apontado por algumas razões como a falta ou localização não acessível de equipamentos necessários para a prática ou a não disponibilização de suprimentos e produtos imprescindíveis para a higienização das mãos, além da falta de cultura institucional para a prática e ausência de liderança administrativa para estimular a adesão ou punir aqueles que a negligenciam (PRADO et al., 2013). De acordo com o manual da ANVISA “Segurança do Paciente: Higienização das Mãos” (2009, p.62-63), a técnica correta de lavagem das mãos é a seguinte: 1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se a pia; 2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos; 3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; 4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos, e vice-versa; 5. Entrelaças os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa; 8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa; 10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; 11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha. O Manual da ANVISA (2009, p.33) traz a seguinte informação: 29 Segundo Larson (1988), o principal problema da higienização das mãos não é a falta de bons produtos, mas sim, a negligência dessa prática. A autora sugere a aplicação da seguinte fórmula: Impacto da Higienização das Mãos = Eficácia x Adesão. Exemplificando, se um produto é 100% eficaz, mas, somente 20% das pessoas aderem, o impacto é de 20%. Por outro lado, se o produto tem eficácia de 50%, mas possui melhor aceitação, 50% de adesão, o impacto será um pouco melhor, isto é, 25%. Portanto, caso o profissional de saúde não realize a higienização das mãos por qualquer razão (falta de tempo, indisponibilidade de pia ou produto), o resultado deixa a desejar, não importando quão eficaz seja o produto na redução microbiana das mãos contaminadas. Visando melhorar a adesão à higienização das mãos, a OMS, desde 2008, estimula a implantação da estratégia multimodal, a qual é constituída por: adequação da estrutura da instituição com a disponibilização de pias, sabonete, papel toalha e solução alcoólica; treinamento e educação regular das equipes; avaliação periódica da higienização das mãos com feedback para os profissionais; utilização de cartazes atuando como lembretes para os profissionais e informativos para pacientes e visitantes (SANTOS et al., 2014). PRECAUÇÃO PADRÃO A precaução padrão deve ser utilizada em todos os pacientes, independente da suspeita ou não de infecções, ou seja, a precaução padrão é aplicada em todas as situações de atendimento a pacientes, independente de suspeita de doença transmissível, para prevenir a transmissão de microrganismos inclusive quando a fonte é desconhecida. Protegem o profissional, e também previnem a transmissão cruzada entre pacientes. (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 7). Dessa forma, as recomendações Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quando a precaução padrão é observado na figura 3, sendo assim a recomendação é que seja feita a higienização das mãos nos 5 momentos demonstrados na figura 2. Sejam utilizadas luvas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas, de forma que as mesmas devem ser calçadas antes do contato com o paciente e retiradas após o uso seguido da higienizando as mãos (ANVISA, 2014, p.1). 30 O uso de óculos, máscara e/ou avental deve ocorrer quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfícies corporais. Por fim deve haver o descarte correto de seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las (ANVISA, 2014, p.1) Figura 2 : Precaução padrão Fonte: ANVISA, 2014. PRECAUÇÃO DE CONTATO Aplicadas na suspeita ou confirmação de doença ou colonização por microrganismos transmitidos pelo contato, ou seja, infecção ou colonização por microrganismo multirresistente, varicela, infecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou em imunossuprimido, etc (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 7). A recomendação da ANVISA para precaução de contato é observado na figura 4. Além disso, é recomendado que o profissional da saúde use luvas e avental durante toda manipulação do paciente, de cateteres e sondas, do circuito e do equipamento ventilatório e de outras superfícies próximas ao leito. Coloque-os imediatamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida (ANVISA, 2014, p.1). Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distânciamínima entre dois leitos deve ser de um metro. Equipamentos como termômetro, esfignomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente (ANVISA, 2014, p.1). 31 Figura 3: Precaução de contato Fonte: ANVISA, 2014. PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULA A transmissão por gotículas ocorre através do contato próximo com o paciente. Gotículas de tamanho considerado grande (>5 micras) são eliminadas durante a fala, respiração, tosse, e procedimentos como aspiração (CASSETTARI et al., 2009, p. 11). Atingem até um metro de distância, e rapidamente se depositam no chão, cessando a transmissão. Portanto, a transmissão não ocorre em distâncias maiores, nem por períodos prolongados. As meningites bacterianas, coqueluche, difteria, caxumba, influenza são exemplos de doenças transmitidas por gotículas (CASSETTARI et al., 2009, p. 11). As recomendações da Anvisa podem ser observadas na figura 5. Além disso é importante ressaltar que quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto (ANVISA, 2014, p.1). Figura 4: Precaução para gotículas 32 Fonte: ANVISA, 2014. PRECAUÇÃO PARA AEROSSÓIS A transmissão por aerossóis é diferente da transmissão por gotículas. Algumas partículas eliminadas durante a respiração, fala ou tosse se ressecam e ficam suspensas no ar, permanecendo durante horas e atingindo ambientes diferentes, inclusive quartos adjacentes, pois são carreadas por correntes de ar (CASSETTARI et al., 2009, p. 12). Poucos microrganismos são capazes de sobreviver nessas partículas, podendo ser citados como exemplos: M.tuberculosis, Vírus do Sarampo, Vírus Varicela-Zoste. As recomendações da ANVISA podem ser observadas na figura 6 de forma que a precaução padrão deve ser utilizada nesta situação. A porta do quarto deve ser mantida sempre fechada e o profissional da saúde deve colocar máscara PFF2 antes de entrar no quarto (ANVISA, 2014, p.1; CASSETTARI et al., 2009, p. 12). Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. Contudo, pacientes com suspeita de tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros pacientes com tuberculose. O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário o paciente deverá usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto (ANVISA, 2014, p.1). Figura 5: Precaução para aerossóis 33 Fonte: ANVISA, 2014. EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE ÀS MEDIDAS PREVENTIVAS A criação e o funcionamento das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) representam um progresso na organização da estrutura hospitalar para a diminuição de múltiplos problemas, como a necessidade de se reduzir e controlar taxas de infecções, o que determinou a aplicação de medidas preventivas, educacionais e de controle epidemiológico, que visam, através de um processo de conscientização coletiva, levar e manter as taxas de infecção para limites aceitáveis (ABEGG; SILVA, 2011, p. 48). Os profissionais que atuam em CCIH, assim como aqueles que participam como membros da equipe de saúde e que deveriam realizar ações multidisciplinarmente, sentem-se pela existência de muitas situações conflitantes entre a teoria e a prática, envoltos de dúvidas sobre o que fazer e como fazer para resolver questões da adesão das medidas de precaução e isolamento (GIAROLA et al., 2012, p. 152). Isto porque a adesão as medidas de precaução e isolamento é completa e envolve competência, compromisso, responsabilidade, honestidade, frente ao agir e pensar ético, considerando a individualidade, potencialidades, respeito e direitos do ser humano. Assim, diversas iniciativas têm sido propostas com a finalidade de prevenir ou minimizar a referida situação. (GIAROLA et al., 2012, p. 152; OLIVEIRA; SILVA, 2008, p. 190). Concomitantemente, observa-se que medidas rotineiramente adotadas como a auditoria em antimicrobianos, a higienização das mãos, o isolamento dos pacientes 34 e a educação em serviço nem sempre tem trazido a contribuição esperada para o controle da resistência bacteriana e diminuição das taxa de IH (OLIVEIRA; SILVA, 2008, p. 190). A situação é mais agravante aos pacientes internados na UTI, pois neste é principal local de ocorrência das IH, sendo de fundamental importância a adesão dos profissionais de saúde às medidas preventivas, observando e praticando as orientações sobre o controle da IH no ambiente hospitalar (FIGUEIREDO et al., 2013, p. 234). O fato dos profissionais de saúde não adotarem adequadamente tais medidas na prática assistencial, impacta negativamente na elevação das colonizações e infecções cruzadas relacionadas ao cuidar (GIAROLA et al., 2012, p. 152). A adesão ao uso das medidas de precaução está diretamente vinculada ao conhecimento e atitudes dos profissionais da equipe. A falta de conhecimento sobre questões referentes à biossegurança e controle de infecção, o despreparo psicológico para lidar com situações críticas externas ao ambiente hospitalar bem como o desconhecimento quanto ao estado de saúde dos pacientes são fatores que dificultam a adoção das medidas de precaução indicadas no momento da assistência hospitalar (LACERDA et al, 2014, p. 5). Como complemento a referência supracitada, Campos e colaboradores realizaram um estudo com a equipe de enfermagem do setor de infectologia de um hospital de ensino da Paraíba, o qual identificou que a maioria dos profissionais entrevistados demonstrou pouco conhecimento acerca das medidas de precauções padrão e dos riscos aos quais estão expostos. Além disso, no setor não existe manual de precaução padrão, que normatize as práticas de biossegurança, sendo unânime por parte dos profissionais a necessidade da implantação do mesmo (CAMPOS et al, 2011, p. 420). Giarola e colaboradores relatam em seu artigo sobre a necessidade da inserção do tema IH nas grades curriculares. As instituições de ensino superior têm responsabilidades pela formação de profissionais competentes, e as escolhas das práticas pedagógicas determinam a atividade do profissional. Em muitos casos, os conteúdos que abordam a temática são insuficientes para uma atuação efetiva, ou 35 seja, falta conhecimento, clareza e visão ampliada de prevenção (GIAROLA et al., 2012, p. 156). Desta forma, fica evidente que se deve promover a educação permanente destes profissionais, resgatando conhecimentos gerais sobre transmissão das doenças e as condutas que devem ser adotadas pela equipe de enfermagem para diminuição os índices de IH (AGUIAR et al, 2008, p. 574). Santos e colaboradores realizaram um estudo qualitativo com auxiliares de enfermagem de um hospital situado em Teresina-Piauí, o qual identificou que a adoção de novos comportamentos, como a mudança de comportamentos antigos e prevenção de comportamentos indesejáveis, estão relacionadas à percepção do risco e do benefício que isto trará (SANTOS et al., 2008, p. 445). No entanto, o estudo identificou que mesmo assim, existem os profissionais de saúde que banalizam as medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar, como por exemplo, a lavagem das mãos. Procedimento este, que é reconhecidamente um dos caminhos para redução da incidência das infecções hospitalares (SANTOS et al., 2008, p. 445). Diante do exposto, é possível ressaltar que a área de saúde enfrenta um desafio quanto à formação de profissionais com a percepção de prevenção. Pra isto é necessário a constante promoção do o ensino e da educação em saúde, para que prevaleçaa prática de condutas quanto à prevenção e ao controle de infecção, sendo uma delas a adesão das medidas de precaução e isolamento (SANTOS et al., 2008, p. 445). 36 REFERENCIAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.(2000).Epidemiologia para o Controle de Infecção Hospitalar. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de prevenção de infecção Relacionada à Assistência à Saúde, 1º edição – 2013. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n° 2.616, de 12 de maio de 1998. Art. 1° Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (2013 – 2015).Brasília, setembro de 2013. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 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