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TCC LIVIA CORRIGIDO-1

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Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
LÍVIA SANTOS VASCONCELOS 
(SES0622) 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: 
GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE E O PAPEL DO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
2021 
 
 
 
2 
 
 
 
LÍVIA SANTOS VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE E O PAPEL DO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – 
do Centro Universitário Leonardo da Vinci – 
UNIASSELVI, como exigência parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Serviço Social. 
 
Danielly Gomes Silva Santoro – Orientador Local 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
2021 
3 
 
 
 
GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE E O PAPEL DO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
POR 
 
 
 
 
 
LÍVIA SANTOS VASCONCELOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau 
de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída 
à nota “______” 
(_____________________________), pela banca 
examinadora formada por: 
 
 
 
 
 
 ___________________________________________ 
Presidente: Prof. Danielly Gomes Silva Santoro – Orientador Local 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Membro: Polyana Carvalho Pereira - Supervisor de Campo 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Membro: Thalita Carvalho Campos Brito - Profissional da área 
 
 
 
 
 
FEIRA DE SANTANA 
Data da Realização da Banca 
4 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho as minhas amadas filhas: Laíza e Denise. 
 
 
5 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Agradeço primeiramente a Deus. Ao meu esposo Aldenir. Às minhas amigas mais que 
especiais: Siliane, Jaqueline, Silvia, Edinailde, Antônia e Marli. À minha tutora Danielly 
Santoro. Quando pensava em desistir vocês me impulsionavam. Obrigada por tudo. 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rendam graças ao Senhor, pois Ele é bom; o seu amor dura para sempre. 
I Crônicas 16:34 
7 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
O presente trabalho de conclusão do curso em Serviço Social tem como objetivo mostrar 
como o Serviço Social visa garantir os direitos da criança e do adolescente e seu papel 
para que esse direito seja realmente posto em prática. E como objetivos específicos mostrar 
as leis que defendem o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), mostrar os órgãos 
responsáveis pelo cumprimento e pela garantia das leis do ECA (Estatuto da Criança e 
Adolescente), o sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente, além de 
mostrar as leis fundamentais da criança e do adolescente. Através da criação do Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, surge a garantia dos direitos e deveres da 
criança e do adolescente, passando assim a serem reconhecidos como sujeitos de direitos. 
O assistente social entra nesse contexto com o papel fundamental na garantia dos direitos 
da criança e do adolescente, pois é ele quem faz a entrevista com a criança e ao adolescente 
para que o mesmo tenha ciência dos seus direitos e também dos seus deveres e faz isso de 
maneira privativa. A abordagem da pesquisa é qualitativa com os procedimentos 
metodológicos de natureza exploratória e qualitativa, desenvolvida através de pesquisa 
bibliográfica. 
 
 
 
 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Criança; Adolescente; ECA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................10 
 
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA......................................................................................12 
2.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................15 
2.1.1. DIREITOS À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE...........................14 
2.1.2.DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA..............................14 
2.1.3. DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO........16 
2.1.4. DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER..............................16 
2.1.5. DIREITO DE SER PROTEGIDO DE CASOS DE VIOLÊNCIA...........................17 
2.2 SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE...............................................................................................................18 
2.2.1 EIXO DE PROMOÇÃO DE DIREITOS..................................................................19 
2.2.2. EIXO DE DEFESA..................................................................................................19 
2.2.3. EIXO DE CONTROLE SOCIAL.............................................................................19 
2.3 PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL..................................................................................21 
 
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL..23 
3.1 ÓRGAOS RESPONSÁVEIS PELO CUMPRIMENTO E PELA GARANTIA DA LEI 
DO ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA)..........................................24 
3.1.1 O CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE – CONANDA.......................................................................................24 
3.1.2. CONSELHO TUTELAR.........................................................................................24 
3.1.3. JUIZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE...................................................26 
3.1.4. MINISTÉRIO PÚBLICO........................................................................................26 
3.1.5. DEFENSORIA PÚBLICA......................................................................................27 
3.1.6. A LEI ORGÂNICA DA SAÚDE – LOS................................................................27 
3.1.7. A LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS.................................28 
3.1.8. A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO – LDBEN........................28 
3.1.9. A LEI ORGÂNICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR – LOSAN.......................29 
3.1.10. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS..................................29 
3.2. ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA)........................................31 
3.3 AVANÇOS E DESAFIOS DIANTE DOS DIREITOS ASSEGURADOS NO 
ECA..................................................................................................................................32 
3.3.1 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS INFANTO-JUVENIS............................................33 
3.3.2 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS........................................................................34 
3.4. TIPOS DE PUNIÇÃO PARA QUEM COMETE CRIMES CONTRA A CRIANÇA E 
ADOLESCENTE.............................................................................................................36 
3.3.1. EXPLORAÇÃO SEXUAL.................................................................................36 
3.3.2. ABUSO SEXUAL..................................................................................................37 
3.3.3.TORTURA...........................................................................................................38 
3.3.4. VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA..............................................................38 
 
4. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................40 
 
5. OBJETIVOS DA PESQUISA.......................................................................................42 
5.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................................425.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................................42 
 
9 
 
 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA...............................................................................43 
 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA.....................................................................44 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS..............................................................................45 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................................45 
7.3 RESULTADOS............................................................................................................45 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................................46 
 
8 CONCLUSÕES...............................................................................................................47 
 
REFERÊNCIAS.................................................................................................................48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O presente trabalho de conclusão do curso em Serviço Social tem como área de 
concentração - Políticas Sociais e Cidadania, com o tema - Garantia dos Direitos da Criança 
e Adolescente e o Papel do Serviço Social. A questão norteadora do tema do referido estudo 
tem como objetivo mostrar como o Serviço Social visa garantir os direitos da criança e do 
adolescente e seu papel para que esse direito seja realmente posto em prática. 
 Tem como objetivos específicos com a finalidade de mostrar as leis que defendem o 
ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), mostrar os órgãos responsáveis pelo 
cumprimento e pela garantia das leis do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), o sistema 
de garantia dos direitos da criança e do adolescente, além de mostrar as leis fundamentais 
da criança e do adolescente. 
 Como estratégia metodológica, para alcançar os objetivos a metodologia foi 
construída através de pesquisa exploratória com os procedimentos metodológicos de 
natureza qualitativa, desenvolvida através de pesquisa bibliográfica. 
A Constituição Brasileira no artigo 227, assegura a proteção integral à criança e 
ao adolescente: 
 
"É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão." 
 
O assistente social tem um papel fundamental na garantia dos direitos da criança 
e do adolescente, pois é ele quem faz a entrevista com a criança e ao adolescente para que 
o mesmo tenha ciência dos seus direitos e também dos seus deveres e faz isso de maneira 
privativa. “Toda criança tem direito de viver em ambiente harmonioso, com acesso à 
saúde, educação, à assistência social e nós, assistentes sociais, temos um papel 
fundamental para a efetivação dessas políticas públicas. Fiquemos atentos e fortes para 
denunciar casos de violência” informou a conselheira do CRESS Sergipe, Natália Dalto. 
 Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, surge a 
garantia dos direitos e deveres da criança e do adolescente foi finalmente defendido por 
Lei, antes eles não eram reconhecidos como sujeitos de direitos e estabeleceu também 
que a família, a sociedade e o Estado são responsáveis pela sua proteção, pois eles estão 
em pleno desenvolvimento psicológico, físico, moral e social. 
11 
 
 
 
Segundo Caroline Braz a titular da pasta do Sejusc: “O Estatuto é uma garantia 
para que crianças e adolescentes vivam plenamente os direitos relacionados a educação, 
qualidade de vida, moradia, assistência médica, alimentação, entre outros”. 
No ano de 2006 para fortalecer o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi 
criado um Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente conhecido como 
(SGDCA), esse sistema garante que os direitos da criança e do adolescente sejam 
garantidos pela justiça, assegurando que seus direitos não sejam violados e em caso de 
violação, haja a responsabilização dos violadores. 
O assistente social atua como investigador da realidade da criança e do 
adolescente no âmbito sociojurídico, com questionamentos preestabelecidos e entrevista 
com os mesmos afins de detectar a real necessidade da criança e do adolescente atendidos. 
 Existem alguns direitos que são fundamentais a criança e ao adolescente que são: 
Ser protegido de casos de violência, seja ela física ou psicológica; Direitos à liberdade, 
ao respeito e à dignidade; Direito à convivência familiar e comunitária; Direito à 
profissionalização e à proteção no trabalho e Direito à educação, cultura, esporte e lazer. 
 No ano de 2006 para fortalecer o Estatuto da criança e do adolescente (ECA) 
surgiu a necessidade de garantir os direitos fundamentais e implementar o Estatuto foi 
criado O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA). 
Estabelecendo uma ampla parceria entre o Poder Público e a Sociedade Civil para 
executar políticas públicas para a criança e adolescente. 
Existem órgãos que são responsáveis pelo cumprimento e garantia do Estatuto da 
Criança e Adolescente (ECA), que são: o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e 
do Adolescente (CONANDA); o Conselho Tutelar; o Juizado da Infância e da Juventude; 
o Ministério Público e a Defensoria Pública. 
Será abordada no decorrer do trabalho a questão social, os avanços e desafios 
diante dos direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os tipos 
de punição para quem comete crimes contra a criança e adolescente. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
Este trabalho de conclusão tem como objetivo mostrar como o Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA) surgiu para a garantia dos direitos da criança e do adolescente e 
como foco principal mostrar o papel do Serviço Social para que esse direito seja 
garantido. 
Tem como área de concentração - Políticas Sociais e Cidadania, com o tema - 
Garantia dos Direitos da Criança e Adolescente e o Papel do Serviço Social. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado na forma da Lei 8.069, 
foi criada em 13 de julho de 1990, foi necessária sua criação para que os direitos e deveres 
da criança e adolescentes fossem garantidos por lei e que quem violasse esse direito 
tivesse a devida punição. 
 
“O ECA não nasceu espontaneamente. Ele surgiu do vigor, da força e do combate 
dos movimentos sociais, que souberam se organizar e influenciar a Constituinte, 
e praticamente escrever, com as próprias mãos, os textos que hoje estão na 
Constituição Federal. Isso gerou a possibilidade de inclusive trazer uma legislação 
de infância – uma ideia, que naquela época era nova, de uma democracia 
completamente participativa”, explica Clilton Guimarães dos Santos, advogado, 
professor universitário e ex-procurador de justiça do Ministério Público de São 
Paulo. 
 
Segundo afirma o advogado Rubens Naves, conselheiro da Fundação Abrinq 
desde 1996: 
 
“O ECA foi um marco importantíssimo, um norte muito claro para a elaboração 
das políticas públicas referentes à criança e ao adolescente. Foi o estatuto que 
possibilitou também o surgimento de uma série de leis que vêm beneficiando 
esse público, desde a década de 1990”. 
 
 O Estatuto foi a primeira legislação de proteção integral da América Latina tendo 
como inspiração a Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1979 e na Convenção 
Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovados pela Organização das Nações Unidas 
(ONU) em 1989. 
 O Estatuto é compostopor 267 artigos e uma carta de direitos fundamentais para a 
infância e a juventude, considera criança a pessoa de 12 anos de idade incompletos e 
adolescentes de 12 e 18 anos de idade, garantindo a proteção integral a eles. 
 
“A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á 
através de um conjunto articulado de ações governamentais e não- 
13 
 
 
 
governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” 
(ECA, artigo 86). 
 
 Através de sua criação a criança e adolescentes foram considerados sujeitos de 
direitos, surgindo também órgãos como o Conselho Tutelar, o Conselhos de Direitos da 
Criança, com sua formulação em esfera estadual, municipal e nacional. “Antigamente a 
criança era tida como um ‘adulto em miniatura’, sem dispor de um tratamento especial. Isso 
era muito cruel”. (MARÍLIA ROVARON, cientista social e coordenadora técnica do projeto 
Educação com Arte pelo CENPEC Educação). 
 Sobre a criança e adolescente ser reconhecido por lei como sujeito de direito, explica 
o advogado Clilton Guimarães dos Santos, advogado, professor universitário e ex-
procurador de justiça do Ministério Público de São Paulo: “Objeto significa submeter-se, não 
atuar-se, não opinar, não coparticipar. Daí falar-se que o ECA inaugura a fase da cidadania 
da criança e do adolescente, ao reconhecê-los como sujeitos de direito”. 
 Segundo Marília Rovaron: “O ECA é dividido em três eixos. O primário fala das 
garantias universais e tem caráter preventivo, ou seja, elenca as políticas que devem ser 
articuladas para que as crianças cresçam em plenas condições. O secundário, chamado de 
proteção especial (medidas protetivas), trata da criança que sofreu algum tipo de violência, 
seja da família, da comunidade etc. O terceiro fala das medidas socioeducativas, ou seja, 
dos adolescentes que infracionam”. 
 A Lei n. 8.069/1990 preconiza a doutrina da proteção integral às crianças e aos 
adolescentes e estabelece que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e 
do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos seus direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária. 
 Antes da criação do Estatuto, quem defendia as pessoas menores de 18 anos era o 2º 
Código de Menores, do ano de 1979, antes dele era o Código Mello Mattos, datada de 1927. 
Segundo explica Clilton Guimarães dos Santos, advogado, professor universitário e ex-
procurador de justiça do Ministério Público de São Paulo: “O Código de Menores trazia 
uma carga autoritária muito forte no trato da criança e do adolescente, inclusive com juízos 
muito discriminatórios ao seu respeito, à medida que distinguia menores em situação 
irregular daqueles outros que assim não se encontravam, aprofundando as desigualdades e 
a discriminação”. 
14 
 
 
 
 Após a criação do Estatuto houve uma redução do trabalho infantil, melhorou 
significativamente as condições de vida de milhares de crianças e adolescentes, diminuição 
da taxa de mortalidade, melhora na universalização do ensino no país. Em números temos: 
Entre 1990 e 2019, a taxa de mortalidade caiu de 47,1 para 12,4 mortes a cada 1.000 
nascidos vivos, segundo o Ministério da Saúde. 
 De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, entre 
1990 a 2019, o percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade que estavam fora da escola 
caiu de 13,4% para 0,7% e, dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade, a queda foi de 40,3% 
para 11,4%. 
 Entre 1992 e 2019, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o índice 
no Brasil da população de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho 
infantil reduziu em 80,5%, saindo de 23,6% em 1992, e chegando a 4,6% em 2019. 
 Segundo Ariel de Castro Alves, advogado, especialista em direitos da infância e 
juventude e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente: 
 
“o País tinha mais de 6 milhões de crianças e adolescentes explorados no 
trabalho infantil, tivemos uma redução, graças ao impacto de programas de 
erradicação do trabalho infantil e aprendizagem, de benefícios sociais e também 
de várias iniciativas da sociedade civil e empresas privadas. A atuação do ECA 
foi fundamental para esta queda”. 
 
Ressalta Ariel de Castro Alves, advogado, especialista em direitos da infância e 
juventude e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente: 
 
“O principal desafio é o enfrentamento à violência epidêmica em relação à 
criança e ao adolescente no Brasil. A violência sexual, a violência doméstica e a 
exploração sexual infantojuvenil aumentaram muito nesta pandemia, pois eles 
ficaram reféns de seus agressores nos ambientes domésticos e não puderam 
denunciar aos educadores e outros integrantes da sociedade”. 
 
A criação do Estatuto foi um grande avanço que beneficiou e beneficia até hoje 
milhares de crianças e adolescentes, é considera uma das melhores do mundo, no decorrer 
do trabalho de conclusão de curso será abordado mais profundamente o Estatuto da Criança 
e do Adolescente, os avanços e desafios diante dos direitos assegurados no Estatuto da 
criança e do adolescente (ECA) e os tipos de punição para quem comete crimes contra a 
criança e o adolescente. 
 
 
15 
 
 
 
2.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
2.1.1. DIREITOS À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE 
 
A criança e ao adolescente têm direito à liberdade, ao ir e vir, como todo ser humano, 
são sujeitos em desenvolvimento e merecem respeito e dignidade, tendo isso garantido na 
Constituição e nas leis. Podem opinar e se expressar. 
Alguns exemplos do direito à liberdade, descritos no Estatuto e garantidos por Lei: 
 
 ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as 
restrições legais; 
 opinião e expressão; 
 brincar, praticar esportes e divertir-se; 
 buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
Quanto ao respeito está na inviolabilidade da integridade física, moral e psíquica 
dos mesmos. Como exemplo temos: 
 
 castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso 
da força física sobre a criança ou o adolescente 
 tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento 
em relação à criança ou ao adolescente 
 
Já quanto a dignidade da criança os mesmos têm direito a serem educados e 
cuidados, salvo de qualquer tratamento desumano, violento, constrangedor entre outros, 
sendo dever de todos velar para que isso não ocorra. 
 
2.1.2. DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA 
 
De acordo com o Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e 
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a 
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento 
integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016). 
 
 
16 
 
 
 
2.1.3. DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO 
 
Segundo o Estatuto menores de 14 anos não podem exercer nenhum tipo de 
trabalho. E quando maior de 14 anos trabalhar, deve ser garantida a participação pela 
frequência escolar, sendo obrigatória a matrícula em ensino regular, horário especial para 
as atividades e atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente. 
 
2.1.4. DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER 
 
Segundo o Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao 
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes, exemplos: 
 
 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
 Direito de ser respeitado por seus educadores; 
 
Como dever do Estado em seu Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente,exemplos: 
 
 Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não 
tiveram acesso na idade própria;
 Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
 Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino;
 
Em seu Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos 
ou pupilos na rede regular de ensino. Quanto ao Conselho Tutelar: Em seu Art. 56. Os 
dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar 
os casos de: 
 
 I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
 II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os 
recursos escolares;
 III - elevados níveis de repetência.
17 
 
 
 

2.1.5. DIREITO DE SER PROTEGIDO DE CASOS DE VIOLÊNCIA, SEJA ELA FÍSICA 
OU PSICOLÓGICA 
 
O Estatuto em seu Artigo 17 da Lei 8.069/1990 garante: O direito ao respeito 
consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do 
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos 
valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
2.2 SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE 
 
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) surgiu 
em 2006, com o propósito de fortalecer, garantir os direitos fundamentais da criança e do 
adolescente e implementar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele estabelece 
uma ampla parceria entre o Poder Público e a Sociedade Civil para executar políticas 
públicas para a criança e adolescente. 
Segundo afirma Erika Kokay: “É imperativo que os representantes dos órgãos que 
formam o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente estejam 
permanentemente articulados para impedir retrocessos de direitos até então conquistados 
e garantir os avanços necessários à cidadania plena desse segmento. Estamos vivendo 
uma escalada de ataques aos direitos fundamentais dos trabalhadores e a ameaça 
constante de destruição de outros direitos, inclusive os relativos às crianças e 
adolescentes”. 
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) é 
formado pelos seguintes órgãos e instituições: os Conselhos Nacional, Estaduais e 
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente; e, no Campo da Defesa dos direitos 
pelo Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Centros de Defesa 
(CEDECAS), Segurança Pública e Conselhos Tutelares. 
O ECA, no seu artigo 88, II, prevê a criação de conselhos dos direitos da criança 
e do adolescente, com poder deliberativo e função controladora da política pública, cuja 
composição deve se dá, de modo paritário, por representantes governamentais e não 
governamentais, in verbis: 
 
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: I - municipalização do 
atendimento; 
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacionais dos direitos da criança 
e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os 
níveis, assegurados a participação popular paritária por meio de organizações 
representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; 
 III-criação e manutenção de programas específicos, observada a 
descentralização político administrativa; 
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos 
respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente; 
V - integração operacional de órgão do Judiciário, Ministério Público, 
Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um 
mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a 
quem se atribua autoria de ato infracional; 
VI - mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos 
diversos segmentos da sociedade. 
 
19 
 
 
 
O Sistema de Garantia de Direitos está distribuído em três eixos estratégicos, que 
serão relatados a seguir: 
 
2.2.1 EIXO DE PROMOÇÃO DE DIREITOS 
 
Esse eixo é responsável pelas políticas públicas, medidas socioeducativas, pelo 
atendimento dos direitos, proteção e promoção dos direitos, tudo o que está previsto em 
lei em ações práticas. 
Por exemplo, quem realiza o direito à educação são os professores, coordenadores 
pedagógicos e todos os atores da comunidade escolar. 
 
2.2.2. EIXO DE DEFESA 
 
Esse eixo é responsável pela garantia do acesso à justiça, da exigibilidade dos 
direitos e a responsabilização dos violadores. 
Fazem parte deste eixo: 
 
 Varas da Infância e Juventude; 
 Varas Criminais, as Comissões de Adoção, 
 Corregedorias dos Tribunais, 
 Coordenadorias da Infância e Juventude, 
 Defensorias Públicas 
 Serviços de Assistência Jurídica Gratuita 
 Promotorias do Ministério Público, 
 Polícia Militar e Civil, 
 Conselhos Tutelares, 
 Ouvidorias, 
 Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedecas), além de outras 
entidades e instituições que atuam na proteção jurídico-social. 
 
2.2.3. EIXO DE CONTROLE SOCIAL 
 
Esse eixo é responsável pelo controle, fiscalização e monitoramento da promoção 
e defesa dos direitos. 
20 
 
 
 
O controle também é exercido por organizações da sociedade civil, Ministério 
Público, Poder Legislativo, Defensorias Públicas, Conselhos Tutelares, cidadãos e pelos 
Fóruns de discussão e controle social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
2.3 PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL 
 
No ano de 1937 surge a criação do conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) 
e no ano de 1942 a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA). 
Em prática o Serviço social atua de maneira a intervir, na construção e 
reconstrução da vida do ser social. Através dessa investigação pode-se analisar a realidade 
do indivíduo-família que será atendido e sua real necessidade, obter também o 
levantamento e intervenção do profissional, através de pesquisa e um roteiro de perguntas 
preestabelecidos pelo assistente social, na prática do Serviço social atua no âmbito 
sociojurídico. 
Segundo afirma o conselheiro do CFESS Agnaldo Knevitz, no dia 13 de julho de 
2020, sobre o papel do Serviço Social: “O Serviço Social brasileiro tem uma luta histórica 
pela ampliação e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, cujas batalhas conjuntas 
com movimentos sociais e populares culminaram em conquistas importantes na 
Constituição Federal de 1988, especialmente nos Princípios Constitucionais de Proteção 
Integral previstos na Carta Magna em vigor”. 
De acordo com a assistente social e professora da Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo (PUC/SP), Eunice Fávero: “O ano de 1979, em que esse Código de Menores 
foi promulgado, é o mesmo ano do Congresso da Virada do Serviço Social brasileiro, o 
que revela de maneira exemplar que, nesse período, a categoria de assistentes sociais, ou 
parte expressiva dela, vinha se organizando politicamente em torno de pautas alinhadas à 
luta contra a ditadura. Assim, não é possível tratar das ações e pautas discutidas e 
defendidas pelo Serviço Social à época da construção do ECA sem reportar às lutas 
sociais que pautavam o Brasil naquele momento e nas quais o Serviço Social se fez 
presente de várias maneiras”. 
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) foi promulgada no ano de 1993, 
dando materialidade a assistência social como política pública, define como objetivos da 
assistência social, conforme seu art. 2º: 
 
Art. 2º - A Assistência Social tem, por objetivo: 
 I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescente, à velhice. 
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e apromoção de sua integração à vida comunitária; 
V – a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (BRASIL/LOAS, 2003). 
22 
 
 
 
 
Cabe ao assistente social zelar pelo cumprimento e garantia dos direitos da criança 
e do adolescente, levando em consideração as medidas cabíveis de acordo com a 
investigação da realidade da criança e do adolescente e seguindo o Estatuto que defende 
esses direitos garantidos por Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 
 
 Existem dois momentos históricos que retratam a valorização, o reconhecimento das 
necessidades da criança e do adolescentes, que criam status de sujeitos de direitos só após a 
criação do ECA – Estatuto da Criança e do adolescente, antes da sua criação essa noção dos 
direitos da criança e do adolescentes era inexistente, pois o mundo era marcado pelo 
privilégio privado e religioso, onde o Estado que era autoritário e monopolizador excluía 
toda forma de incipiente com as políticas públicas e a sociedade. 
 A emergência e consolidação das políticas sociais destinadas ao atendimento à 
criança e ao adolescente foram sistematizadas em dois grandes períodos, a saber, antes e 
depois do surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 Com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 13 de julho de 
1990, onde defende que: "toda criança e todo adolescente têm direito à proteção integral, 
considerando-os como sujeito de direitos individuais e coletivos, cuja responsabilidade é da 
família, da sociedade e do Estado" (Brasil, 1990). Sendo assim, torne-se papel do Estado 
garantir e reconhecer seus direitos, “criança deixa de ser objeto de interesse, preocupação e 
ação no âmbito privado da família e da Igreja para tornar-se uma questão de cunho social, 
de competência administrativa do Estado” (Rizzini, 1997, p. 24-25). 
 Após a regulamentação da Constituição Federal de 1988, surge algumas ordenações 
legais baseadas no direito social, que são: Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 
n. 8.069 de 1990); a Lei Orgânica da Saúde – LOS (Lei Federal n. 8.080/90); a criação do 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda (Lei Federal n. 
8.242/91); a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei n. 8.742 de 1993); a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN (Lei n. 9.394 de 1996); a Lei Orgânica de 
Segurança Alimentar – LOSAN (Lei n. 11.246 de 2006); além da recente integração dos 
serviços sociais, por meio do Sistema Único de Assistência Social – Suas. 
 Abaixo falaremos mais sobre os órgãos responsáveis pelo cumprimento e pela 
garantia da Lei do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA); a Lei Orgânica da Saúde; 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; a Lei Orgânica da Assistência 
Social; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e por último a Lei Orgânica de Segurança 
Alimentar. 
 
 
 
 
24 
 
 
 
3.1 ÓRGAOS RESPONSÁVEIS PELO CUMPRIMENTO E PELA GARANTIA DA 
LEI DO ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA) 
 
3.1.1 O CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE – CONANDA 
 
O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) foi 
criado no dia 12 de outubro de 1991, promulgada pela Lei nº 8.242, e é o órgão 
responsável por tornar efetivo os direitos, princípios e diretrizes contidos no Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA). 
 Entre as principais atribuições do Conanda, pode-se destacar: 
 
 Fiscalizar as ações de promoção dos direitos da infância e adolescência executadas 
por organismos governamentais e não-governamentais; 
 Definir as diretrizes para a criação e o funcionamento dos Conselhos Estaduais, 
Distrital e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e dos Conselhos 
Tutelares; 
 Estimular, apoiar e promover a manutenção de bancos de dados com informações 
sobre a infância e a adolescência, assim como construir indicadores e monitorar a 
política de atendimento à criança e ao adolescente; 
 Acompanhar a elaboração e a execução do Orçamento da União, verificando se estão 
assegurados os recursos necessários para a execução das políticas de promoção e 
defesa dos direitos da população infanto- juvenil; 
 Convocar a Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; e, 
 Gerir o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA). 
 
3.1.2. CONSELHO TUTELAR 
 
O Conselho Tutelar é responsável pelo enfrentamento, defesa e a proteção dos 
direitos das crianças e dos adolescentes de natureza administrativo-contenciosa. 
Segundo o professor Wilson Donizeti LIBERATI [1] (2009): “ a natureza jurídica 
dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente está firmada no próprio art. 88 do 
Ecriad, quando indica que são órgãos, de natureza pública, autônomos e especiais”. 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-94/conselhos-tutelares-e-conselhos-de-direitos-da-crianca-e-do-adolescente/#_ftn1
25 
 
 
 
Em seu artigo 131: O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não 
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da 
criança e do adolescente, definidos nesta Lei.” 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê o art. 135 da Lei n° 8.069/90 
que “O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante, 
estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão especial, em caso de 
crime comum, até o julgamento definitivo”. 
Já os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente existem nas esferas 
nacional, estadual e municipal nos termos do art. 260, § 2°, da Lei n° 8.069/90. 
 
“Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente fixarão critérios de utilização, através de 
planos de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas, 
aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, 
sob a forma de guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou 
abandonado, na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição 
Federal.” 
 
São atribuições do Conselho Tutelar: 
 
 I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, 
aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII; 
 II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas 
no art. 129, I a VII; 
 III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: a) requisitar 
serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, 
trabalho e segurança; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de 
descumprimento injustificado de suas deliberações. 
 IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração 
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente; 
 V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; 
 VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as 
previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional; 
 VII - expedir notificações; 
 VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente 
quando necessário; 
26 
 
 
 
 IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária 
para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; 
 X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos 
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal; 
 XI - representar ao Ministério Público, para efeito das ações de perda ou 
suspensão do pátrio poder. 
 
3.1.3. JUIZADO DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE 
 
Antes da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, existia o Juizda 
Infância, mais conhecido por “Juiz de Menores”, com poderes quase ilimitados. 
O Estatuto, em seu artigo 145 define a Justiça da Infância e Juventude, a saber: 
 
Art. 145. Os Estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e 
exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer 
sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e 
dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. 
 
Hoje em dia após a criação do Estatuto ele é responsável pelos aspectos 
jurisdicionais, de natureza jurídica. 
 
3.1.4. MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
De início, o Ministério Público atendia os interesses do rei, do Governo. Aos 
poucos, passou a ser o principal defensor da sociedade. A sua origem, contudo, é 
controvertida. Estudos realizados no Egito afirmam que o surgimento do Ministério 
Público data de mais de quatro mil anos, com a figura do mágico, funcionário real que 
era considerado a língua e os olhos do rei. 
A evolução do Ministério Público, nas Constituições Brasileiras, foi lenta e 
gradativa, tendo alcançado crescimento significativo com as leis infraconstitucionais, 
editadas anteriormente à Constituição de 1988. (MAGALHÃES, 2000). 
As funções do Ministério Público possuem duas principais competências que são: 
Dá início ao processo em caso de ato infracional e também fiscal da Lei, responsável por 
acionar a Justiça em caso de violação de alguns dos direitos da criança e dos adolescentes 
serem violados. 
27 
 
 
 
O Ministério Público é responsável também pela responsabilização dos infratores, 
representa a defesa dos direitos postos de forma jurídica a serviço da sociedade. 
 
3.1.5. DEFENSORIA PÚBLICA 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê nos artigos 206 e 207 que toda 
criança e adolescente terá que ser acompanhado por advogado de sua escolha na solução 
da lide, e na falta deste por Defensor público, respeitado o segredo de justiça. 
Em caso da falta de condições financeiras para acesso à Justiça, ou para 
pagamento das despesas de um advogado pela criança ou pelo adolescente carentes, a 
Defensoria Pública intervém para orientar, defender seus direitos, assegurando o direito 
à defesa. 
 
3.1.6. A LEI ORGÂNICA DA SAÚDE – LOS 
 
 A Lei Orgânica da Saúde, foi sancionada em 1990, (Lei Federal n. 8.080/90), ela 
estabelece os princípios, as diretrizes e os objetivos do SUS (Sistema Único de Saúde). 
 Em seu Art. 6º, ela estabelece uma serie de atribuições do SUS, como: a formulação 
da política e participação na produção de medicamentos; e o incremento do 
desenvolvimento científico e tecnológico; a execução de ações de vigilância sanitária, 
epidemiológica e ambiental, entre outros. Essas atribuições são de responsabilidade dos 
gestores do SUS, que são: 
 
• O Ministério da Saúde, no âmbito federal; 
• As secretarias estaduais de saúde, no âmbito dos estados; 
• As secretarias municipais de saúde, no âmbito dos municípios e do Distrito 
Federal. 
 
 Segundo a Lei Orgânica, são objetivos do SUS: 
 
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da 
saúde; 
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos 
econômico e social, as condições indispensáveis ao pleno exercício da saúde; 
28 
 
 
 
• A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e 
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e 
das atividades preventivas. 
 
3.1.7. A LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS 
 
 A Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei n. 8.742 de 1993). A LOAS trata-
se de uma lei que rege os serviços assistenciais ligadas ao povo, é um benefício para as 
pessoas que não tem condições de garantir seu próprio sustento, foi instituída pelo Governo 
Federal, ela também é conhecida como BPC – Benefício de Prestação Continuada. 
 Em seu Art. 2º A assistência social tem por objetivos. I – a proteção social, que visa 
à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, alguns 
exemplos: 
 
 a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
 o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
 a promoção da integração ao mercado de trabalho 
 
3.1.8. A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO – LDBEN 
 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN foi sancionada em 20 de 
dezembro de 2006 - (Lei n. 9.394 de 1996), ela estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. 
 Ela defende que a educação é dever do Estado e da família, preparando a criança e 
adolescente para o princípio da cidadania. No seu Art. 3º, defende que o ensino será 
ministrado com base nos seguintes princípios, podemos citar como exemplos: 
 
 I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
 II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, 
a arte e o saber; 
 III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; 
 IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
 V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
 
https://www.cashme.com.br/blog/bpc/
29 
 
 
 
3.1.9. A LEI ORGÂNICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR – LOSAN 
 
 A Lei Orgânica de Segurança Alimentar – LOSAN, de Lei nº. 11.246 de 2006, foi 
sancionada em 15 de Setembro de 2006, tendo como objetivo assegurar o direito humano à 
alimentação adequada e dá outras providências. 
 Em seu Art. 2º, § 1º e § 2º, defende que a alimentação é direito fundamental, devendo 
o poder público adotar ações para garantir a segurança alimentar e nutricional da população, 
respeitar, proteger, promover, monitorar, fiscalizar e avaliar a realização do direito humano, 
bem como garantir os mecanismos da sua exigibilidade. 
 Em seu Art. 4º, abrange a segurança alimentar e nutricional: 
 
 a ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da produção, em 
especial da agricultura tradicional e familiar, do processamento, da industrialização, 
da comercialização, incluindo-se os acordos internacionais, do abastecimento e da 
distribuição dos alimentos, incluindo-se a água, bem como da geração de emprego 
e da redistribuição da renda; 
 a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável dos recursos; 
 a promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população, incluindo-se 
grupos populacionais específicos e populações em situação de vulnerabilidade 
social; 
 a produção de conhecimento e o acesso à informação; e 
 a implementação de políticas públicas e estratégias sustentáveis e participativas de 
produção, comercialização e consumo de alimentos, respeitando-se as múltiplas 
características culturais do País. 
 
3.1.10. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS 
 
 O Sistema Único de Assistência Social (SUAS), foi sancionada em 6 de julho de 
2011, com a Lei 12.435 garantindo a continuidade do SUAS. Foi instituída pela 
Constituição Federal de 1988, logo após a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social. 
Ela é composta por quatro tipos de gestão, que são: da União, do Distrito Federal, dos 
estados e dos municípios, compondo um tripé da Seguridade Social, com caráter de política 
social articulada a outras políticas de punho social. 
 
30 
 
 
 
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da 
criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o 
princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e 
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016). 
 
 Comporta quatro tipos de gestão: da União, do Distrito Federal, dos estados e dos 
municípios. As responsabilidades da União passam principalmente pela formulação, apoio, 
articulação e coordenação de ações. Os estados, por sua vez, assumem a gestão da 
assistência social dentro de seu âmbito de competência, tendo suas responsabilidades 
definidasna Norma Operacional Básica (NOB/Suas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
3.2. ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA) 
 
[...] resposta ao esgotamento histórico-jurídico e social do código de Menores de 
1979. Nesse sentido, o Estatuto é processo e resultado porque é uma construção 
histórica de lutas sociais dos movimentos pela infância, dos setores progressistas 
da sociedade política e civil brasileira, da “falência mundial” do direito e da justiça 
menorista, mas também é expressão das relações globais internacionais que se 
reconfiguravam frente ao novo padrão de gestão de acumulação flexível do capital. 
(SILVA, 2005, p. 36). 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado na forma da Lei 8.069, 
foi criada em 13 de julho de 1990, o Estatuto considera criança a pessoa de até 12 anos de 
idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade. 
O Estatuto surgiu substituindo a doutrina do Código de Menores de 1979, foi 
necessária sua criação para que os direitos e deveres da criança e adolescentes fossem 
garantidos por lei e para quem violar esse direito ter a devida punição. 
 A garantia de prioridade compreende: 
 
 primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
 precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
 preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
 destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a 
proteção à infância e à juventude 
 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente trata do direito à vida, à saúde, à liberdade, 
ao respeito, à dignidade, à convivência familiar e comunitária, bem como à alimentação, à 
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura. O ECA atua como o 
instrumento central de proteção dos interesses da criança e do adolescente frente ao que 
recepciona os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e prioridade 
absoluta (SCHIMIDT, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
3.3 AVANÇOS E DESAFIOS DIANTE DOS DIREITOS ASSEGURADOS NO ECA 
 
[...] devem assumir responsabilidade de adultos tornando-se responsáveis muitas 
vezes pelo sustento da família. Momentos de crise ocorrem em várias etapas de 
amadurecimento e crescimento do homem. Na adolescência, esta crise é de 
identidade, revestindo-se de maior vulnerabilidade, pois as estruturas sociais na 
concepção do jovem não estão definidas. Muitas vezes a desestruturação familiar, 
novos desafios e as várias responsabilidades impostas acabam por levar estes 
indivíduos para um caminho mais “fácil”, um caminho obscuro e que lhe traz 
enormes conseqüências (sic). (SILVA, 2011, p. 14). 
 
 Em 2020, após 30 anos de implantação do ECA, existe ainda grandes desafios para 
que realmente se cumpram o que a Lei diz sobre os direitos da criança e do adolescente, 
como exemplo, temos: 
 
 O princípio da prioridade absoluta e do pleno funcionamento dos Conselhos dos 
Direitos da Criança e do Adolescente (nas esferas federal, estadual e municipal); 
 Vencer as desigualdades e a territorialidade que existem no Brasil; 
 Fazer com que a lei seja conhecida não apenas para quem trabalha na área ou a 
conhece e resisti a ataques contra a mesma; 
 Fazer com que haja prioridade de investimentos, fazendo com que o Estado cumpra 
sua devida aplicação; 
 Atuação do e a destinação de recursos para o Estatuto, os Conselhos dos Direitos da 
Criança e do adolescente; 
 Oferta maior de creches e recursos voltados à educação e à saúde; 
 
 Segundo defende Silva (2011) No Brasil, a vulnerabilidade social de crianças, 
adolescentes e jovens é significativamente alarmante. Deve-se ter o devido entendimento 
sobre a necessidade de conscientização e soluções, e, sobretudo, contar com a ajuda destes 
no sentido de erradicar as dificuldades sociais na juventude. Isso poderá impulsionar e impor 
– para a sociedade como um todo – a responsabilidade e o compromisso com a causa. 
 Ainda segundo o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia “com a convicção 
ética de que todos somos iguais e de que, por isso, a prática da solidariedade há de fazer 
com que o ego dê lugar à alteridade. Nosso desejo é que, a partir da plena implementação 
do Estatuto da Criança e do Adolescente, possamos habitar um país progressivamente 
melhor e mais justo, em especial para as nossas crianças e adolescentes. ” 
 
33 
 
 
 
Explicado pelos avanços na cobertura do sistema de saúde, de saneamento básico e 
educacional do país, pela melhoria das condições de vida da população, dentre 
diversos outros fatores, a mortalidade por causas naturais evidenciou drástico 
declínio nas três décadas analisadas. E as causas externas crescem no período, 
fundamentalmente, pela escalada de um flagelo que se transformou, 7 ao longo dos 
anos, na maior causa de letalidade de nossos adolescentes e jovens: a violência 
homicida. E numa magnitude, numa escala, que resulta total e absolutamente 
inadmissível, sem a menor justificação. (WAISELFISZ. 2015. pg 67). 
 
 O mapa da violência contra crianças e adolescentes, segundo uma pesquisa realizada 
em junho de 2015 na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Assassinato de Jovens 
no Senado, realizada pela Flacso/Brasil (2015): Adolescentes de 16 e 17 anos, aponta que o 
homicídio é atualmente a principal causa de morte de pessoas nessa faixa etária no país, A 
taxa de mortalidade ficou em 54,1 homicídios por 100 mil adolescentes em 2013, um 
crescimento de 2,7% em relação a 2012 e de 38,3% na década. As regiões com os maiores 
índices de violência foram a Nordeste, onde morreram 73,3 adolescentes a cada 100 mil, e 
a Centro-Oeste, com a média de 65,3. 
 Foram registrados pela Flacso/Brasil (2015), 66,3 homicídios de adolescentes negros 
a cada 100 mil. Em relação aos brancos, a taxa foi de 24,2 mortes em 100 mil. Mais da 
metade das vítimas foram mortas por armas de fogo, em sua maioria são negros, com baixo 
nível de escolaridade, segundo as pesquisas esses índices tendem a crescer. 
 
3.3.1 VIOLAÇÃO DOS DIREITOS INFANTO-JUVENIS 
 
A admissão do Estatuto da Criança e do Adolescente aponta para novas percepções 
e teores a serem aceitos, recepcionados e efetivados em prol da população 
infantojuvenil. Esse instituto idealiza crianças e adolescentes como sujeitos de 
direitos, consagrando sua situação característica de sobrevivência e afiançando-lhes 
irrestrita preferência (SILVEIRA, 2003). 
 
 A violação dos direitos infanto-juvenis é toda e qualquer situação que viole os 
direitos da criança e do adolescente, seja ela cometida pelos próprios pais ou pela omissão 
dos mesmos, ou então feita pelos seus responsáveis legais, ou da sociedade, pelo Estado ou 
até mesmo pelo seu próprio comportamento. 
 Existem diversas situações que configuram violação dos direitos infanto-juvenis que 
são: 
 
 Conflitos familiares 
 Abandono 
 Negligência 
 Convivência com pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas 
34 
 
 
 
 Violência Física 
 Violência Sexual 
 Violência Psicológica 
 
 No tópico 3.4, falaremos mais sobre cada uma delas e a punição para as pessoas que 
cometem qualquer violação contra a criança e o adolescente. 
 
3.3.2 MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 
 
Segundo o último levantamento anual do Sistema Nacional de Atendimento 
Socioeducativo (Sinase), produzido pela Secretaria Especial dos Direitos da Criança e do 
Adolescente do Ministério da Justiça e Cidadania, o Brasil contabilizava 24.628 
adolescentes em unidades de privação ou restrição de liberdade pela prática de atos 
infracionais em 2014, O número de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas 
em meio fechado representa apenas 0,1% da população entre 12 e 18 anos no país. 
Segundo o levantamento do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(Sinase) de 2014 considerou somente osdados dos adolescentes internados (internação, 
internação provisória e semiliberdade). Dessa forma, dos 24.628 internos, 69% estão na 
modalidade internação, 22% em internação provisória e 9% em semiliberdade. Outros 
800 adolescentes também passaram pelas unidades do sistema em 2014 como 
atendimento inicial, internação sanção e medida protetiva, que não estão previstas no 
ECA, mas são aplicadas pelo Judiciário. 
O Estatuto da Criança e Adolescente prevê medidas para responsabilizar os 
adolescentes de acordo com seu ato, que são: 
 
 Internação em estabelecimento educacional; 
 Inserção em regime de semiliberdade, classificadas como meio fechado e 
em meio aberto; 
 Advertência; 
 Obrigação de reparar o dano; 
 Prestação de serviços à comunidade; 
 Liberdade assistida. 
 
35 
 
 
 
Segundo os dados pesquisados em 2014 pelo Sinase, os atos infracionais (roubo e 
tráfico de drogas) são as principais causas de internação de adolescentes infratores, com 
a punição sendo a aplicação de medidas socioeducativas, chegando a 70% do total. No 
entanto, os atos contra a pessoa (homicídio, tentativa de homicídio, latrocínio, estupro e 
lesão corporal) somaram menos 20% das condutas praticadas pelos adolescentes 
internados em 2014. 
O ECA determina a criação de unidades de internação exclusivas para 
adolescentes, sendo que eles são separados por critérios de idade, compleição física e 
gravidade da infração, tendo como tempo máximo de internação de três anos, qualquer 
adolescente a partir de 12 anos de idade pode ser sentenciado de acordo com a gravidade 
do ato praticado com medidas de internação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
3.4. TIPOS DE PUNIÇÃO PARA QUEM COMETE CRIMES CONTRA A 
CRIANÇA E ADOLESCENTE 
 
 Segundo defende a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990: 
 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na 
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos 
fundamentais. 
 
 No tocante a garantir a inviolabilidade física, psíquica e moral da criança e do 
adolescente, ressaltam-se ações como policiamento, assistência social, oferecimento de um 
ambiente seguro de respeito e dignidade para a criança e o adolescente, também para aquele 
que se encontra incluso em programas de acolhimento. Ademais, é obrigação de todos os 
administradores de estabelecimentos de ensino repassar toda e qualquer informação sobre 
casos de violência ao Conselho Tutelar (SCHIMIDT, 2013). 
 Abaixo exploraremos mais sobre a punição para quem comete exploração sexual, 
abuso sexual, violência psicológica, tortura e violência física contra a criança e ao 
adolescente. 
 
3.3.1. EXPLORAÇÃO SEXUAL 
 
 A exploração sexual de crianças e adolescentes recentemente foi elevada à categoria 
de “crime hediondo” por força da Lei 12.978/2014. Ela alterou o artigo 218-B, do Código 
Penal, assim como acrescentou o inciso VIII ao artigo 1º, da Lei 8.072/90. 
 Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, Artigo 244 da Lei nº 8.069 de 13 
de Julho de 1990, diz: Em seu Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais 
definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela 
Lei nº 9.975, de 23.6.2000): 
 
 Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores 
utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do 
Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi 
cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei 
nº 13.440, de 2017) 
 § 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo 
local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas 
37 
 
 
 
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) 
 § 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização 
e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) 
 
 Em seu Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) 
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009). 
 
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali 
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo 
da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 § 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso 
de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, 
de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). 
 
3.3.2. ABUSO SEXUAL 
 
 Segundo a Constituição Federal de 1988, Art.227: 4º A lei punirá severamente o 
abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente, Artigo 5º: Nenhuma criança ou adolescente 
será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos 
seus direitos fundamentais. 
 De acordo com a Lei 8.072/90, Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou 
constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato 
libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) 
 
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 
2008) 
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito 
ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
38 
 
 
 
11.829, de 2008) 
 II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança 
a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 
11.829, de 2008) 
 
Em seu Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de 
sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou 
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos 
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela 
Lei nº 11.829, de 2008) 
 
3.3.3.TORTURA 
 
 Segundo a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, tortura é o ato de constranger a criança 
com emprego de violência ou grave ameaça causando-lhe sofrimento físico ou mental. A 
pena varia entre dois e oito anos, aumentada de um sexto até um terço por tratar-se de criança 
ou adolescente. 
 
 
3.3.4. VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA 
 
 Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, da Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 
1990, diz: Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-
os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou 
constrangedor. 
 Em seu Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados 
sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, 
disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família 
ampliada, pelos responsáveis,pelos agentes públicos executores de medidas 
socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou 
protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 
2014) 
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força 
física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art2
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.455-1997?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
39 
 
 
 
 
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação 
à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 
 Dispõe em seu Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, 
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada 
de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem 
castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, 
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções 
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do 
caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 
 I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela 
Lei nº 13.010, de 2014) 
 III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei 
nº 13.010, de 2014) 
 IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído 
pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13010.htm#art1
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4. JUSTIFICATIVA 
 
 A questão social e as políticas públicas de proteção dos direitos da criança e a 
adolescentes, iniciou-se com a criação do ECA e a atuação da Constituição Federal como 
Sistema de Justiça do Brasil. 
 
Em meados do século XIX tem início a formulação de políticas para a infância que passa a 
ser compreendida como uma questão de ordem pública, associada ao abandono e a pobreza. 
Entretanto, é somente no século XX que ocorre o desenvolvimento dessas políticas com a 
criação de legislações que objetivavam regulamentar as intervenções nos problemas sociais 
da infância e adolescência. Nesse contexto, em 1902 é decretada a Lei n. 844, de 10 de 
outubro de 1902, que dá subsídios a discussão para a criação de uma política de assistência 
e proteção aos menores abandonados e delinquentes. (RUSSO, 2012, p. 69). 
 
 A legislação federal signatária da Doutrina de Proteção Integral reconhece a criança 
com seus direitos respeitando seu estágio de desenvolvimento, vendo-a como pessoa, ser 
que necessita de proteção e tem os seus direitos respeitados. 
 Segundo defende Kauchakje (2007), conceitua as políticas públicas como formas de 
aplicação dos artigos constitucionais e das leis que os regulamentam, afirmando também 
que a lei estabelece os objetivos da política, os instrumentos institucionais de sua realização 
e outras condições de implementação. São instrumentos de ação do governo a serem 
desenvolvidas em programas, projetos e serviços que são do interesse da sociedade. As 
políticas podem ser consideradas como desenho/arquitetura planificada dos direitos 
garantidos em lei. 
 A luta pela garantia dos direitos da criança e do adolescente iniciou-se nos anos 80 
e confunde-se com a história da política no Brasil, por seu processo histórico e democrático, 
onde a população foi em busca de seus direitos sociais, civis e políticos. 
 Para Therborn (1993), os direitos da infância foram definidos tardiamente e 
obedeceram a uma lógica inversa à definição dos direitos sociais do homem trabalhador, 
por não depender exclusivamente da regulação na esfera da produção. A evolução dos 
direitos sociais coincidiu com o avanço da sociedade de bem-estar que publicou a educação 
e a saúde, estabelecendo a universalização e obrigatoriedade da atenção educacional e 
sanitária aos jovens, como condições mínimas para o desenvolvimento do indivíduo dentro 
de marcos civilizatórios, além de outras formas de assistência que conferem à família renda 
e trabalho ou formação para o trabalho, no caso dos jovens. 
 Com a aprovação do ECA em 1990 pela Constituição Federal de 1988, a criança e 
adolescente passam a ser vistos como sujeito de direito, garantindo seus direitos à vida, à 
41 
 
 
 
saúde, à liberdade, como qualquer outra pessoa. Foi graças a sociedade civil que foi possível 
sua criação, marcando a população reconhecendo a criança e ao adolescente como iguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
5. OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
A seguir será mostrada os objetivos geral e específico do Trabalho de Conclusão 
de Curso. 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
 
 O referido trabalho tem como objetivo mostrar como o Serviço Social visa garantir 
os direitos da criança e do adolescente e seu papel para que esse direito seja realmente posto 
em prática, mostrando a importância do Serviço Social na garantia e preservação desses 
direitos, além de mostrar a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para 
que esses direitos sejam postos em prática. 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Tem como objetivos específicos com a finalidade de mostrar as leis que defendem 
o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente); 
 Mostrar os órgãos responsáveis pelo cumprimento e pela garantia das leis do ECA 
(Estatuto da Criança e Adolescente), o sistema de garantia dos direitos da criança e 
do adolescente, além de mostrar as leis fundamentais da criançae do adolescente. 
 Mostrar o papel fundamental do Serviço Social para a garantia dos direitos das 
crianças e dos adolescentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
 O presente trabalho tem como estratégia metodológica, para alcançar os objetivos a 
metodologia foi construída através de pesquisa qualitativa com os procedimentos 
metodológicos de natureza exploratória e qualitativa, desenvolvida através de pesquisa 
bibliográfica. 
 De acordo com Richardson (1999), os estudos que empregam uma metodologia 
qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação 
de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos 
sociais. 
 Godoy (1995 p. 58) afirma que a pesquisa qualitativa “Envolve a obtenção de dados 
descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador 
com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos 
sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995 p. 58)”. 
 Vergara (2000, p. 48) entende que a “[...] pesquisa bibliográfica é o estudo 
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais [...], 
isto é, material acessível ao público em geral”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA 
 
A pesquisa utilizada para construção do Projeto de Conclusão de Curso (TCC) foi 
realizada através de levantamento bibliográfico, buscando justificar os objetivos específicos 
do mesmo. 
Os objetivos específicos foram: Tem como objetivos específicos com a finalidade 
de mostrar as leis que defendem o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), existem 
diversas leis para proteção e garantia dos direitos da criança e do adolescente que ainda não 
são cumpridas, mesmo após 30 anos da sua implantação temos como exemplos: O princípio 
da prioridade absoluta e do pleno funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e 
do Adolescente (nas esferas federal, estadual e municipal); Fazer com que a lei seja 
conhecida não apenas para quem trabalha na área ou a conhece e resisti a ataques contra a 
mesma; Atuação do e a destinação de recursos para o Estatuto, os Conselhos dos Direitos 
da Criança e do adolescente; 
 O segundo objetivo específico foi: Mostrar os órgãos responsáveis pelo 
cumprimento e pela garantia das leis do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), o sistema 
de garantia dos direitos da criança e do adolescente, além de mostrar as leis fundamentais 
da criança e do adolescente. 
 Após a regulamentação da Constituição Federal de 1988, surge algumas ordenações 
legais baseadas no direito social, que são: Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 
n. 8.069 de 1990); a Lei Orgânica da Saúde – LOS (Lei Federal n. 8.080/90); a criação do 
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda (Lei Federal n. 
8.242/91); a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei n. 8.742 de 1993); a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação – LDBEN (Lei n. 9.394 de 1996); a Lei Orgânica de 
Segurança Alimentar – LOSAN (Lei n. 11.246 de 2006); além da recente integração dos 
serviços sociais, por meio do Sistema Único de Assistência Social – Suas. 
 O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) surgiu em 
2006, com o propósito de fortalecer, garantir os direitos fundamentais da criança e do 
adolescente e implementar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele estabelece 
uma ampla parceria entre o Poder Público e a Sociedade Civil para executar políticas 
públicas para a criança e adolescente. É formado pelos seguintes órgãos e instituições: os 
Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente; e, no 
Campo da Defesa dos direitos pelo Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, 
Centros de Defesa (CEDECAS), Segurança Pública e Conselhos Tutelares. 
45 
 
 
 
 O terceiro objetivo específico foi: Mostrar o papel fundamental do Serviço Social 
para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. Em prática o Serviço social atua 
de maneira a intervir, na construção e reconstrução da vida do ser social. Através dessa 
investigação pode-se analisar a realidade do indivíduo-família que será atendido e sua real 
necessidade, obter também o levantamento e intervenção do profissional, através de pesquisa 
e um roteiro de perguntas preestabelecidos pelo assistente social, na prática do Serviço social 
atua no âmbito sociojurídico. 
Cabe ao assistente social zelar pelo cumprimento e garantia dos direitos da criança 
e do adolescente, levando em consideração as medidas cabíveis de acordo com a 
investigação da realidade da criança e do adolescente e seguindo o Estatuto que defende 
esses direitos garantidos por Lei. 
 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
O primeiro objetivo específico A teve como a finalidade de mostrar as leis que 
defendem o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), mostrando as Leis garantidas através 
do Estatuto e da Constituição Federal de 1988. 
 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS 
 
O segundo objetivo específico B foi: Mostrar os órgãos responsáveis pelo 
cumprimento e pela garantia das leis do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), o sistema 
de garantia dos direitos da criança e do adolescente, além de mostrar as leis fundamentais 
da criança e do adolescente. 
Através dos dados obtidos através do levantamento bibliográfico leva a conclusão 
de que apesar de existir um Estatuto que garante os direitos da criança e do adolescente, 
ainda assim, após 30 anos de sua implantação, dados de 2020, o mesmo ainda não foi 
totalmente posto em prática, deixando vários direitos da criança e do adolescente apenas no 
papel. 
 
7.3 RESULTADOS 
 
O terceiro objetivo específico C foi: Mostrar o papel fundamental do Serviço Social 
para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. 
46 
 
 
 
 Através do levantamento bibliográfico realizado, a conclusão é que o Serviço Social 
cumpre seu papel na busca da garantia dos direitos da criança e do adolescente, porém as 
leis não dependem somente deles para serem aplicadas, necessitando também que a 
sociedade, ação do governo garantindo o pleno funcionamento dos Conselhos dos Direitos 
da Criança e do Adolescente (nas esferas federal, estadual e municipal), a atuação do Estado 
e a destinação de recursos para o Estatuto, os Conselhos dos Direitos da Criança e do 
adolescente o cumpram cada um o seu devido papel para a garantia desses direitos. 
 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
O referido trabalho teve como objetivo geral mostrar como o Serviço Social visa 
garantir os direitos da criança e do adolescente, foi construído através de um levantamento 
bibliográfico, no decorrer da sua construção ficou claro que o Serviço Social cumpre o que 
a Estatuto propõe, porém para ser colocado em prática todos os direitos da criança e do 
adolescente é necessário que haja uma união entre os responsáveis para a prática dos seus 
direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 CONCLUSÕES 
 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente o (ECA) foi criada para defender e garantir 
os direitos da criança e dos adolescentes, nele justamente com a Constituição Federal de 
1988, existem diversas Leis que defendem os seus direitos e garante que eles sejam 
colocados em prática. Mesmo após anos de sua implantação o Estatuto ainda tem Leis que 
não são cumpridas. 
O Serviço Social tem um papel importante para garantir os direitos da criança e 
do adolescente, cabe ao assistente social zelar pelo cumprimento e garantia dos direitos da 
criança e do adolescente, levando em consideração as medidas cabíveis de acordo com a 
investigação da realidade da criança e do adolescente e seguindo o Estatuto que defende 
esses direitos

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