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Prévia do material em texto

E-BOOK
TEORIA GERAL 
DA EMPRESA
Princípios da atividade econômica
APRESENTAÇÃO
A organização da atividade econômica foi sendo desenvolvida ao longo do progresso das 
sociedades. Se na origem da socidade organizada predominava um modelo econômico liberal e 
desregulamentado, com o passar do tempo foram sendo discutidas outras formas de ajustamento 
do mercado e o papel do Estado como agente interventor e regulador. No Brasil, o conjunto de 
regras criadas pelo Estado e que regula o sistema econômico nacional deve obedecer aos 
princípios, fundamentos e objetivos da ordem econômica estabelecida na Constituição Federal.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre os princípios da atividade econômica, 
as motivações que levaram às suas instituições e vai conhecer os seus principais mecanismos 
legais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as intenções fundamentais do estabelecimento dos princípios da atividade 
econômica.
•
Relacionar os mecanismos legais que regem os princípios da atividade econômica.•
Definir quais são os princípios gerais da atividade econômica e o que estabelecem. •
DESAFIO
A ordem econômica representa a orientação principal do Estado diante do mercado, que visa a 
organização de sua estrutura para a realização da atividade econômica baseada em fundamentos, 
objetivos e princípios. Estes, por sua vez, direcionam e definem os limites para as leis e normas 
a serem criadas.
Um dos fundamentos da ordem econômica, disposta no artigo 170 da Constituição Federal 
brasileira, é a valorização do trabalho humano. Em resumo, o Estado deverá estabelecer as suas 
regras para o mercado, obedecendo esse fundamento. Imagine que você está trabalhando em um 
novo emprego, no qual é professor universitário. 
Na sua primeira aula com a turma sobre o assunto, resolve explicar um pouco sobre a questão da 
valorização do trabalho humano. Porém, um dos estudantes lhe questiona sobre a real 
importância desse fundamento. 
Explique: qual a importância desse fundamento como um balizador e norteador da ordem 
econômica brasileira?
INFOGRÁFICO
A ordem econômica definida pela Constituição brasileira em seu artigo 170 pode ser analisada 
em três partes: fundamentos, objetivos e princípios.
Veja, no Infográfico a seguir, a ordem econômica brasileira por meio de seus fundamentos, 
objetivos e princípios.
CONTEÚDO DO LIVRO
A atividade econômica, formada pelas ações de seus agentes econômicos, é regulamentada e 
fiscalizada pelo Estado. O Estado realiza intervenções no mercado, sendo essas intervenções 
amparadas pela Constituição Federal e conforme os propósitos definidos pela ordem econômica. 
Ao longo do desenvolvimento das sociedades modernas, e com o aumento da complexidade do 
mercado, foi se modificando o papel de atuação do Estado.
Leia o capítulo Princípios da atividade econômica, do livro Teoria geral da empresa, e estude 
sobre as motivações que levaram ao início da intervenção estatal no mercado. Conheça algumas 
leis de carácter econômico e os princípios que regem a ordem econômica brasileira.
Boa leitura.
TEORIA GERAL 
DA EMPRESA
Bruno Maldonado
Princípios da atividade 
econômica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as intenções fundamentais do estabelecimento dos 
princípios da atividade econômica.
  Relacionar os mecanismos legais que regem os princípios da atividade 
econômica.
  Definir quais são os princípios gerais da atividade econômica e o que 
estabelecem.
Introdução
Você sabia que as regras que regulam a atividade econômica são funda-
mentadas por princípios prescritos pela Constituição Federal (CF)? Neste 
capítulo, você vai estudar esses princípios e as motivações que levaram à 
sua instituição. Além disso, vai conhecer os principais mecanismos legais 
que regem os princípios da atividade econômica. 
Os princípios da atividade econômica
A atividade econômica — ou, como é popularmente conhecida, o mercado — é 
formada pelas ações de produção, comercialização e consumo praticadas por 
empresas, governos e cidadãos, denominados agentes econômicos. Tais ações 
transcorrem desde os primórdios da civilização organizada com o objetivo de 
satisfazer às infi nitas necessidades humanas.
Inicialmente, a produção de bens e serviços era exercida para a satisfação 
das necessidades humanas individuais ou de um pequeno grupo de indivíduos. 
Ao contrário dos dias atuais, envolvia um número pequeno de agentes eco-
nômicos. Atualmente, contudo, o mercado envolve um número muito maior 
de agentes e pretende a satisfação de necessidades humanas em nível global.
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 1 04/04/2018 11:18:06
Em seu princípio, a atividade econômica possuía uma forte orientação liberal, 
e os agentes econômicos detinham a liberdade de elaborar sua forma de atuação 
no mercado. Nesse cenário, o Estado limitava-se ao papel de protetor da nação 
e de seus indivíduos contra invasões exteriores. Esse modelo de mercado per-
maneceu ativo durante muito tempo, consagrando-se pelos estudos do filósofo 
e economista britânico Adam Smith. No século XVIII, ele procurou demonstrar 
que somente pela atuação dos indivíduos, movidos pelo livre comércio e pelo 
seu próprio interesse de crescer e se autodesenvolver, é que se poderia gerar a 
riqueza de uma nação. O mercado ideal pensado por Smith era o que apresentava 
um cenário com pouca regulamentação e intervenção do Estado.
Ao longo do tempo, verificou-se que essa baixa regulamentação criava 
sérios problemas para os interesses das sociedades. O mercado desregula-
mentado beneficiava os interesses dos grandes grupos econômicos, e o que 
prevaleceu foi o surgimento de mercados oligopolizados e a desigualdade de 
competição entre os agentes econômicos. Assim, um certo grau de intervenção 
do Estado no mercado se fez necessário com o intuito do atender aos interesses 
da coletividade. 
Um oligopólio é uma estrutura de mercado em que a concorrência é imperfeita. Ele 
é formado por um pequeno número de empresas que dominam o mercado e que 
regem sua própria política com o intuito de prejudicar seus rivais. Isso é feito por meio 
da definição de preços, quantidade ofertada, etc.
Durante a primeira metade do século XX, cresceu o interesse das gran-
des nações pelos trabalhos desenvolvidos pelo economista britânico John 
Maynard Keynes, o que teve o seu ápice na publicação da obra The General 
Theory of Employment, Interest and Money (A Teoria Geral do Emprego, 
do Juro e da Moeda), em 1936. Nessa obra, Keynes claramente afronta o 
modelo liberalista idealizado por Adam Smith. Assim, defende um modelo 
econômico intervencionista e prega que o desenvolvimento do emprego e, em 
consequência, o desenvolvimento socioeconômico ocorreriam muito mais por 
determinações e conjunturas macroeconômicas organizadas e implementadas 
pelos governos do que pela ação individual e microeconômica dos agentes de 
mercado (KEYNES, 2012). 
Princípios da atividade econômica2
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 2 04/04/2018 11:18:06
Conforme Figueiredo (2014), a escola de pensamento keynesiana teve 
grande influência no conjunto de ações governamentais implementadas nos 
Estados Unidos na gestão do presidente Franklin Delano Roosevelt. Assim, 
essa escola: 
Teve como exemplificação maior nos Estados Unidos da América, inicialmente 
com a legislação antitruste e, posteriormente, com o New Deal, concebido, 
planejado e executado por Franklin Delano Roosevelt. O New Deal foi o nome 
dado a um conjunto de ações governamentais implementadas nos Estados 
Unidos entre 1933 e 1937, sob a gestão do Presidente Franklin Delano Roo-
sevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana e 
assistir os prejudicados pela Grande Depressão (FIGUEIREDO, 2014, p. 73).
A corrente keynesiana, em detrimento do modelo liberalista, se expandiu 
pelas principaispotências mundiais a partir do início do século XX, influen-
ciando a constituição de diversos países. Nesse período, o papel do Estado 
foi evoluindo. Agora, ele que deveria prover à nação, em especial aos mais 
necessitados, direitos básicos e bem-estar social. Nesse contexto, deu-se uma 
atenção maior aos trabalhadores, garantindo-lhes direitos trabalhistas, que 
também reformularam as relações entre trabalhadores e empresários. 
A política econômica é o conjunto de ações planejadas pelo Estado para intervir no 
comportamento do mercado a fim de atingir um objetivo. Dessa forma, o Estado deverá 
estabelecer as normas e os instrumentos que conduzirão a sua política econômica.
Em seu limite máximo, o Estado intervencionista era o ator principal das 
deliberações no mercado, baseando sua política na valorização do coletivo sobre 
o individual. Esse era o modelo de Estado denominado socialista, fundado pela 
ideologia empregada pelos alemães Karl Marx em 1883 e Friedrich Engels em 
1895. Esses teóricos proclamavam que a luta de classes (trabalhadores versus 
patrões), no modelo capitalista, seria a progressão das sociedades humanas, 
tendo o Estado como aquele que servia apenas para a proteção da classe 
opressora (patrões). Além disso, sustentavam que o capitalismo produziria 
tensões internas que o levariam à sua autodestruição e à sua substituição por 
um novo sistema, o socialista.
3Princípios da atividade econômica
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 3 04/04/2018 11:18:06
No Brasil, em simultaneidade com as principais economias mundiais, 
prevaleceu o modelo liberalista até a Constituição Federal de 1934 (BRASIL, 
1934), que já atentava para o desenvolvimento econômico desorganizado, 
em consequência da falta de intervenção do Estado. Foi também na CF de 
1934 que se criou a proteção aos direitos do trabalhador, com a criação da 
Justiça do Trabalho, a instituição do salário mínimo, a previsão de férias, 
entre outros direitos. 
Do ano de 1934 até os dias atuais, o Brasil teve outras quatro constituições 
federais, sendo a última e atual datada de 1988. Nesse tempo, o que prevaleceu 
no Brasil foi um modelo de Estado intervencionista, que atua em um sistema 
capitalista, de mercado, mas que busca garantir o bem-estar dos cidadãos e a 
promoção de políticas de caráter assistencialista na sociedade.
Em suma, o grau de intervenção que o Estado exerce sobre o mercado, o 
dirigindo a uma política econômica que ele próprio idealiza, o qualifica como 
um Estado liberalista, socialista ou neoliberalista. 
O neoliberalismo é um movimento que surgiu na primeira metade do século XX 
na Europa e que defendia uma terceira corrente, ou uma adaptação do liberalismo 
clássico às exigências de um Estado regulador e assistencialista. A partir dos anos 
1980, com a consagração dos estudos do economista americano Milton Friedman, 
o termo “neoliberalismo” passou a significar um modelo econômico que defende a 
absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal na economia, 
que somente deverá ocorrer em setores imprescindíveis. 
Mecanismos legais da atividade econômica
A Constituição Federal de 1934 (BRASIL, 1934) iniciou a transição de um 
modelo de Estado liberal para um modelo intervencionista. Assim, estabeleceu 
pela primeira vez uma ordem econômica e o papel de atuação do Estado na 
economia brasileira, dando início ao surgimento das constituições econômicas. 
A partir de então, a economia adquiriu um caráter jurídico, se tornando uma 
parcela da ordem constitucional.
Princípios da atividade econômica4
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O papel do Estado no processo de intervenção na atividade econômica, determinando 
regras a fim de coibir os excessos de alguns agentes econômicos e equilibrar as forças 
do mercado, deu origem a uma nova ramificação do direito. Essa ramificação é o 
denominado direito econômico, que se dedica ao estudo das normas que estabelecem 
as regras de atuação dos agentes econômicos. 
A ordem econômica representa a orientação principal do Estado diante do 
mercado. Ela visa à organização da estrutura do Estado para a realização da 
atividade econômica, baseada em fundamentos, objetivos e princípios que di-
recionam e definem os limites para as leis infraconstitucionais a serem criadas.
O esclarecimento da ordem econômica, por meio de seus fundamentos, 
objetivos e princípios, possibilita aos agentes econômicos o prévio conheci-
mento do sistema econômico no qual estão inseridos. Além disso, indica as 
limitações que o Estado poderá impor aos agentes em suas ações no mercado.
A concepção da ordem econômica de determinado país está fundada na 
sua constituição, sendo este o documento principal que consagra as regras 
para a organização da atividade econômica. Outras leis poderão ser criadas 
com o mesmo intuito de organização da ordem econômica, entretanto todas 
deverão obedecer aos limites previstos nas normas constitucionais, ressaltando 
a importância da Constituição Federal no ordenamento jurídico econômico.
O art. 170 da Constituição Federal brasileira de 1988 evidencia os funda-
mentos da ordem econômica estabelecida para a Nação, bem como os seus 
objetivos e princípios (BRASIL, 1988): 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social [...]. 
Mais adiante, você vai ver quais são os princípios da ordem econômica 
relacionados a esse artigo da CF.
Valorização do trabalho humano
O primeiro fundamento da ordem econômica brasileira é a valorização do 
trabalho humano, que consiste em proporcionar aos cidadãos do País o direito 
5Princípios da atividade econômica
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ao trabalho. Nesse sentido, o trabalho viabiliza a existência do cidadão de 
forma digna, garantindo-lhe uma série de direitos sociais.
Nesse quesito, deu-se ao Estado uma gama de obrigações, entre elas a 
própria criação de possibilidades de emprego, além de diversos direitos sociais. 
Entre esses direitos, você pode considerar: salário mínimo, repouso semanal 
remunerado, fundo de garantia por tempo de serviço, seguro-desemprego, 
jornada de trabalho diária e décimo terceiro salário.
Entretanto, para a garantia de empregabilidade e a valorização do trabalho, 
deve ser considerada a qualificação do trabalhador, conforme destaca Del 
Masso (2013, p. 73):
A questão da valorização do trabalho humano deve se iniciar em momento 
anterior ao da efetiva prestação de serviço, pois não terá como sustentar o 
sistema econômico com um dos principais fatores da produção econômica, 
o trabalhador, desprovido de valor produtivo. Assim, o fundamento a que se 
refere o legislador constitucional deve ser constituído de acordo com o signo 
da capacidade de produzir; o que pode garantir a possibilidade de empregar 
é a qualidade da mão de obra.
Por fim, Figueiredo (2014, p. 95) destaca:
Observe-se que os valores sociais do trabalho são um dos fundamentos da 
República (art. 1º, inciso IV). Uma vez que o trabalho é fator de produção, 
no qual o ser humano atua, o Estado deve intervir para regulá-lo, mantendo-
-se o equilíbrio de mercado, a fim de garantir que todos tenham acesso e 
condições dignas de emprego, mediante prestação de uma série de condutas 
positivas na Ordem Social.
Livre iniciativa
Esse fundamento assegura a todos os indivíduos o direito ao livre empreendedo-
rismo, dando-lhes a possibilidade de escolha sobre no que empreender, bem como 
a liberdade de entrar, permanecer e sair do mercado sem interferência externa.
Entretanto, a livre iniciativa não significa a total liberdade para exploração da 
atividade econômica que o agente desejar. Afinal, outras normas estabelecerão 
limites para o empreendedor, como a justiça social, a concorrência, os direitos 
dos consumidores, etc. Além disso, o Estado, como agente regulador do mer-
cado, disciplinará, em função dadefesa da coletividade, os requisitos mínimos 
necessários que o agente deverá obedecer para o exercício da sua atividade.
Princípios da atividade econômica6
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 6 04/04/2018 11:18:07
Também é facultado ao Estado exercer atividade econômica, desde que 
obedecidos os pré-requisitos estabelecidos na Constituição, conforme destaca 
Figueiredo (2014, p. 96):
Vale destacar, ainda, que o Estado pode avocar para si o exercício de de-
terminadas atividades econômicas quando vitais à segurança nacional ou 
de relevante interesse coletivo (art. 173), podendo, nos casos especificados, 
assumir o monopólio das atividades taxativamente elencadas no texto cons-
titucional (art. 177).
Existência digna
A existência digna da pessoa humana, além de ser um dos objetivos da or-
dem econômica, também está presente nos fundamentos do próprio Estado 
brasileiro, discriminados no art. 1º da Constituição Federal (BRASIL, 1988). 
Como primeiro fundamento da ordem econômica, a existência digna signifi ca 
que o Estado deverá incentivar atividade econômica que não comprometa a 
dignidade de seus indivíduos, além de promover a erradicação da pobreza, 
com o fi m das desigualdades e injustiças sociais.
Figueiredo (2014) ressalta que as políticas de assistencialismo promovidas 
pelo Estado deverão focalizar as classes menos favorecidas da população, ou 
seja, a parcela hipossuficiente. Entretanto, em relação à parcela da população 
economicamente ativa, as políticas do Estado deverão envidar esforços no 
sentido de promoção do emprego, incentivando a geração de rendas individuais, 
o que acarretará uma maior arrecadação de receitas para a Nação.
Justiça social
O objetivo da justiça social consagra-se como um resultado dos demais valores 
que você viu. Além disso, signifi ca que todos os indivíduos da Nação deverão 
possuir direitos e oportunidades iguais para usufruir dos produtos e serviços 
essenciais à satisfação mínima das suas necessidades.
Del Masso (2013, p. 75) destaca: 
A busca da justiça social deve considerar de antemão que o desenvolvimento 
econômico não indica necessariamente o desenvolvimento social. Dessa 
maneira, o Estado deve fomentar o desenvolvimento econômico cujos frutos 
são aproveitados socialmente de forma justa, ou seja, o resultado do sucesso 
econômico deve ser compartilhado pela sociedade de uma forma geral. Daí 
surge a noção de um caráter distributivo da economia.
7Princípios da atividade econômica
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Leis de conteúdo econômico
Diferentemente de outros ramos do direito, as normas de direito econômico 
não estão reunidas em um código econômico, assim como existe, por exem-
plo, o Código Civil para o Direito Comercial, o Código Penal para o Direito 
Criminal, etc. Elas estão distribuídas em leis extravagantes, ou seja, estão 
espalhadas em diversas leis especiais. 
O conjunto de leis do direito econômico norteia-se pela ordem econômica 
prevista na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Alinhadas dessa forma, 
essas leis garantem ao Estado a intervenção necessária para o atingimento 
dos objetivos propostos e o funcionamento natural da atividade econômica.
Entre as leis de conteúdo econômico, você pode considerar como as mais 
relevantes:
  Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 — mercado financeiro: 
dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e credi-
tícias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências.
  Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965 — mercado de capitais: disciplina 
o mercado de capitais e estabelece medidas para o seu desenvolvimento.
  Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 — mercado de valores 
mobiliários: dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a 
Comissão de Valores Mobiliários.
  Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 — Sociedades Anônimas 
(S.A.): dispõe sobre as sociedades por ações.
  Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 — defesa do consumidor: 
dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
  Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 — Código de Propriedade In-
dustrial: regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
  Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 — sigilo nas 
operações financeiras: dispõe sobre o sigilo das operações de insti-
tuições financeiras e dá outras providências.
  Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 — recuperação de empresas 
e falências: regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência 
do empresário e da sociedade empresária.
  Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011 — abuso de poder econômico: 
estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre 
a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica; altera 
a Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 
de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e a Lei nº 7.347, de 24 
Princípios da atividade econômica8
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de julho de 1985; revoga dispositivos da Lei nº 8.884, de 11 de junho de 
1994, e a Lei nº 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras providências.
Princípios da atividade econômica
Os princípios da atividade econômica são enunciados nos nove incisos do art. 170 
da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que orientam a atuação do Estado e dos 
demais agentes econômicos no mercado. Esses princípios estabelecem que a ordem 
econômica deverá ser pautada na soberania nacional, na propriedade privada, na 
função social da propriedade, na livre concorrência, na defesa do consumidor, na 
proteção ao meio ambiente, na redução das desigualdades regionais e sociais, na 
busca do pleno emprego, bem como no favorecimento às empresas de pequeno 
porte, constituídas sob as leis nacionais, com sede e administração no Brasil.
Del Masso (2013) destaca que o legislador classificou as disposições do 
art. 170 em fundamentos, objetivos e princípios, entretanto a natureza jurídica 
de todos eles é principiológica. Dessa forma, é correto afirmar que todos os 
princípios dispostos nos incisos do art. 170 também funcionam como funda-
mentos e objetivos. O autor ainda complementa:
Da mesma maneira, deve-se afirmar que os princípios enumerados no caput 
e nos incisos do art. 170 da Constituição Federal não são os únicos que cons-
tituem a ordem econômica nacional, outros princípios previstos em outras 
partes da Constituição também podem funcionar como informadores da 
atividade econômica. Um exemplo claro é o que encontramos nos arts. 218 
e 219, inseridos no capítulo que cuida de Ciência e Tecnologia, uma vez que 
o desenvolvimento científico e a capacitação tecnológica funcionam como 
princípios da ordem econômica, já que importam diretamente no desenvolvi-
mento socioeconômico da população (DEL MASSO, 2013, p. 76).
O ilustre ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso 
(2002), em seu artigo “A Ordem Econômica Constitucional e os Limites à 
Atuação Estatal no Controle de Preços”, identifica que não há uma homoge-
neidade disposta entre os princípios. Dessa forma, podem ocorrer conflitos e 
os princípios podem ser limitadores entre si. Por exemplo, o papel do princípio 
da livre concorrência é adverso daquele desempenhado pelo princípio da busca 
pelo pleno emprego ou pelo princípio da redução das desigualdades regionais 
e sociais. Além disso, Barroso (2002) também propõe uma segregação entre 
os princípios em dois grupos: princípios de funcionamento e princípios fins 
(Quadro 1). O ministro argumenta que os princípios de funcionamento são 
9Princípios da atividade econômica
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aqueles que servem como parâmetros de convivência básicos que os agentes 
da ordem econômica deverão observar. Já os princípios fins são aqueles que 
materializam os objetivos propostos pela constituinte.
Fonte: Barroso (2002).
Princípios de 
funcionamento
Soberania nacional
Propriedade privada
Função social dapropriedade
Livre concorrência
Defesa do consumidor
Defesa do meio ambiente
Princípios fins Existência digna para todos
Redução das desigualdades regionais e sociais
Busca do pleno emprego
Expansão das empresas de pequeno porte constituídas pelas 
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País
Quadro 1. Classificação proposta por Luís Roberto Barroso (2002).
Soberania nacional
O princípio da soberania nacional demonstra que todas as decisões de cunho 
econômico, tomadas no território da nação, deverão obedecer aos interesses 
do Estado Nacional. Ou seja, os agentes econômicos deverão atuar no mercado 
de acordo com as regras estabelecidas para essa atuação. Figueiredo (2014) 
traduz esse princípio na mais alta autoridade governamental, que representa 
a última instância do poder decisório. Barroso (2002) destaca que a soberania 
é um atributo essencial do Estado, seja do ponto de vista externo, colocando o 
país em igualdade, e não de subordinação, perante outras nações, ou do ponto 
de vista interno, traduzindo a supremacia da Constituição e da lei.
Propriedade privada
A tradução desse princípio se dá no reconhecimento dos direitos inerentes ao 
domínio da coisa, objeto da exploração comercial e organização dos agentes 
Princípios da atividade econômica10
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econômicos. Diante desse princípio, os agentes econômicos possuem a garantia 
de que poderão aplicar seus recursos em determinada atividade econômica e, 
da mesma forma, apropriar-se dos resultados gerados por ela.
Função social da propriedade
Esse princípio entra diretamente em confl ito com o princípio anterior. Moura 
(2012) cita que o Estado garante aos indivíduos o direito à propriedade privada, 
contudo esta deverá provir uma função social, ou seja, deverá ser utilizada para 
geração de riqueza, emprego e tributos e para promover o desenvolvimento 
econômico. Barroso (2002) acrescenta que o conceito de função social abriga 
ideias centrais, como o aproveitamento racional, a utilização adequada dos re-
cursos naturais, a preservação do meio ambiente e o bem-estar da comunidade. 
Livre concorrência
Por esse princípio, qualquer indivíduo deverá estar garantido em lei pela 
igualdade de concorrência no mercado. Além disso, o Estado deve garantir o 
maior número de exploradores de mercado possível. Figueiredo (2014) refere 
que o princípio da concorrência é um dos alicerces da economia liberal, 
ocorrendo em consequência da livre iniciativa. Ele ainda acrescenta que só 
existirá a livre concorrência se o Estado garantir a liberdade de iniciativa aos 
empreendedores.
Del Masso (2013) destaca que a livre concorrência é benéfica ao mercado 
e aos consumidores, pois impulsiona a eficiência do mercado e permite aos 
consumidores a possibilidade de escolher comprar aquilo que melhor lhes 
convém.
Defesa do consumidor
Esse princípio impõe ao Estado a ampla defesa do consumidor, que compre-
ende a base do ciclo econômico. Durante o ciclo econômico, as empresas só 
promoverão a produção ou a circulação de mercadorias e serviços se houver 
na base alguém para consumir. Dessa forma, faz-se necessária a proteção 
daquele que sustenta todo o ciclo econômico no mercado.
Moura (2012) acrescenta que o aumento das relações de consumo induziu a 
necessidade de se criar um regime jurídico que estabelece normas de proteção 
e defesa do indivíduo.
11Princípios da atividade econômica
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 11 04/04/2018 11:18:07
Defesa do meio ambiente
O princípio de defesa do meio ambiente apresenta-se como um importante 
limitador à livre iniciativa, pois nenhum agente poderá explorar atividade 
econômica que degrade os fatores de produção naturais. Diante desse prin-
cípio, o Estado deverá impor legislação que garanta a utilização racional dos 
recursos naturais, minimizando os efeitos da poluição na natureza, como 
qualquer alteração física, química ou biológica que tenda a desiquilibrar o 
ciclo natural da fauna e da fl ora do meio ambiente.
Redução das desigualdades regionais e sociais
Por esse princípio, o Estado deve reconhecer em seu ordenamento jurídico-
-econômico as diferenças regionais presentes em seu território. Como você 
sabe, esse território apresenta regiões privilegiadas e desenvolvidas, mas 
também regiões com baixo desenvolvimento e qualidade de vida.
Figueiredo (2014) destaca que esse princípio trata da integração nacional 
com base em um conceito de federalismo, cooperativo e assimétrico. Além 
disso, acrescenta:
Fundamenta-se no princípio geral de direito do solidarismo que consubstancia 
todo o intervencionismo social, bem como num conceito de justiça distributiva, 
visto sob uma perspectiva macro, no qual o desenvolvimento da Nação deve 
ser por todos compartilhado, adotando-se políticas efetivas de repartição de 
rendas e receitas, com o fito de favorecer as regiões e as classes sociais que 
se encontram em desnível e em posição de hipossuficiência em relação às 
demais (FIGUEIREDO, 2014, p. 101).
Busca do pleno emprego
O princípio do pleno emprego incumbe o Estado da formação de uma legislação 
econômica que privilegie a criação de empregos e não comprometa os empre-
gos já existentes, considerando que o desemprego se caracteriza como uma 
das situações de desigualdade social mais importantes (DEL MASSO, 2013).
A busca pelo pleno emprego levaria a economia ao pleno funcionamento, 
determinando níveis maiores de renda per capta do País, aumento na arre-
cadação de impostos e diminuição em gastos com a seguridade social e a 
previdência (FIGUEIREDO, 2014).
Princípios da atividade econômica12
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Tratamento favorecido às empresas nacionais de 
pequeno porte
Trata-se de uma proteção às empresas de pequeno porte do país. Individual-
mente, essas empresas possuem menor parcela de participação no mercado 
diante de seus rivais com poderio econômico e atuação global. Em conjunto, 
contudo, formam uma grande parcela do capital gerador de renda e de empregos. 
Dessa forma, o Estado deverá envidar esforços para protegê-las de eventuais 
práticas abusivas por parte de grandes empresas.
BARROSO, L. R. A ordem econômica constitucional e os limites à atuação estatal no 
controle de preços. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, n. 14, jun.-ago. 2002. Disponível 
em: <https://direitoepoliticaeconomica.files.wordpress.com/2012/03/a-ordem-econ-
c3b4mica-constitucional-e-os-limites-c3a0-atuac3a7c3a3o-estatal-no-controle-de-
-prec3a7os.pdf>. Acesso em: 27 fev. 2018.
BRASIL. Constituição (1934). Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (de 
16 de julho de 1934). Rio de Janeiro, 1934. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm>. Acesso em: 27 fev. 2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 27 fev. 2018.
DEL MASSO, F. Direito econômico: esquematizado. 2. ed. São Paulo: Método, 2013.
FIGUEIREDO, L. V. Lições de direito econômico. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
KEYNES, J. M. The general theory of employment, interest and money. Lexington: [s.n.], 
2012.
MOURA, C. F. Princípios constitucionais da ordem econômica. WebArtigos, 02 jun. 2012. 
Disponível em: <https://www.webartigos.com/artigos/principios-constitucionais-da-
-ordem-economica/90125/>. Acesso em: 03 mar. 2018.
Leitura recomendada
CERVO, F. A. S. Ordem econômica na constituição federal: análise dos fundamentos, fins 
e princípios. Conteúdo Jurídico, Brasília, DF, 10 fev. 2014. Disponível em: <http://www.
conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.46924&seo=1>. Acesso em: 07 mar. 2018. 
13Princípios da atividade econômica
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DICA DO PROFESSOR
O Estato possui formas de intervenção na ordem econômica que orientam omercado a uma 
política por ele próprio definida. Em seu artigo A ordem econômica constitucional e os limites à 
atuação estatal no controle de preços (2002), Luís Roberto Barroso identifica três modalidades 
de intervenção estatal.
Assista à Dica do Professor a seguir e visualize três modalidades de intervenção estatal na 
ordem econômica.
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EXERCÍCIOS
1) O modelo liberalista clássico de mercado é aquele que apresenta:
A) decisões centralizadas no Estado.
B) agentes econômicos que decidem como atuar no mercado, baixa regulamentação e pouca 
intervenção do Estado.
C) agentes econômicos que decidem como atuar em um mercado fortemente regulamentado.
D) alta regulamentação do mercado.
E) políticas econômicas baseadas no coletivismo.
2) No Brasil, até a Constituição Federal de 1934, o modelo de mercado era o liberalista 
clássico. A partir da CF de 1934, o que se desenvolveu foi um modelo de Estado que 
atua em um sistema capitalista, e que...
A) promove políticas assistencialistas.
B) não propõe uma economia de mercado.
C) centraliza as decisões no Governo.
D) determina aquilo que deverá ser produzido pelo mercado.
E) proclama a luta de classes (trabalhadores x patrões).
3) O que representa a ordem econômica na Constituição Federal?
A) Representa as diretrizes do Estado para políticas sociais.
B) Representa uma orientação para os agentes de mercado identificarem possibilidades de 
atuação. 
C) Representa políticas do governo para erradicação da pobreza.
D) Representa a estrutura do Estado para a realização da atividade econômica, baseada em 
fundamentos, objetivos e princípios, que direcionam e definem os limites para as leis e 
normas a serem criadas.
E) Representa regras que garantem a proteção ao meio ambiente.
4) Um dos fundamentos da ordem econômica é a livre iniciativa, que se traduz em:
A) empreender no que bem entender.
B) empreender sem se preocupar com a concorrência.
C) garantir direitos e oportunidades iguais para todos os indivíduos da Nação.
D) garantir a existência digna da pessoa humana.
E) o Estado promover a liberdade de iniciativa a todos os indivíduos, estabelecendo, 
entretanto, normas que busquem a proteção da coletividade.
5) Qual é o princípio que defende a base do ciclo econômico? 
A) Busca do pleno emprego.
B) Redução das desigualdades regionais e sociais.
C) Defesa do meio ambiente.
D) Defesa do consumidor.
E) Livre concorrência.
NA PRÁTICA
A Lei Complementar 123 de 2006 é um registro claro da forma de intervenção estatal na ordem 
econômica. Por meio dessa lei, instituiu-se o Estatuto da Micro e Pequena Empresa, que 
conferiu benefícios a essas empresas, como a preferência na contratação por órgãos públicos.
Veja neste Na Prática um mecanismo de fomento utilizado pelo Estado para incentivar as micro 
e pequena empresas.
Esse tipo de lei se aplica no caso de empresas de pequeno porte.
Imagine que João tem uma empresa de comércio de produtos de limpeza e que, no caso dele, a 
lei seria útil na simplificação de apuração e recolhimentos de impostos e cumprimento de 
obrigações acessórias, além de lhe garantir a preferência na contratação por órgãos públicos. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Teorias liberais - John Locke e Adam Smith
Assista ao vídeo Teorias liberais e conheça um pouco da história do pensamento econômico 
liberal e dos filósofos John Locke e Adam Smith.
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Estado capitalista e socialista
Assista a esta vídeoaula sobre Estado capitalista e socialista e veja as suas principais diferenças.
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História das sete constituições brasileiras
Assista ao vídeo sobre a história das Constituições Federais do Brasil e veja uma explicação 
sobre as principais mudanças em cada uma delas.
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Livre iniciativa
APRESENTAÇÃO
A livre iniciativa é exercida através da atividade econômica de distribuição, produção e 
circulação de bens ou serviços dentro de um mercado, sendo esta a principal fonte econômica de 
um país. A livre iniciativa e a livre concorrência se complementam, na medida em que 
contemplam o mesmo objetivo, sendo a concorrência um elemento fundamental para o 
democrático desenvolvimento de uma economia.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá descrever em que consiste o princípio da livre 
iniciativa, irá reconhecer a distinção e a relação entre livre iniciativa e livre concorrência, bem 
como irá apontar fatores que podem comprometer a livre iniciativa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever em que consiste o princípio da livre iniciativa.•
Reconhecer a distinção e a relação entre livre iniciativa e livre concorrência.•
Apontar fatores que podem comprometer a livre iniciativa.•
DESAFIO
Dona Maria Elizabeth mora há 20 anos no mesmo local, frequentando o comércio e realizando 
suas compras no bairro onde mora. Adquire roupas, eletrodomésticos e itens de alimentação nos 
pequenos mercados locais.
Já faz algum tempo que Dona Elizabeth tem notado que os preços dos produtos de alimentação 
comercializados pelos pequenos estabelecimentos, especialmente as padarias, têm apresentado 
semelhanças.
Motivada por familiares, Dona Maria Elizabeth realizou uma pesquisa de preços e escolheu 
como produto o pão francês, comercializado em todas as padarias do bairro (10 padarias), e 
constatou que em todos os estabelecimentos o preço do quilo era o mesmo.
Diante da pesquisa, Dona Maria Elizabeth está com sérias dúvidas referentes aos resultados e o 
chamou para ajudá-la em seu questionamento. Ajude à moradora, respondendo a questão 
levantada por ela a respeito da pesquisa realizada:
- Esta prática de preços pode ser considerada como cartel?
INFOGRÁFICO
Você conhece a atual Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2001, a Lei de Defesa da 
Concorrência? Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, o qual dispõe 
sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica.
No Infográfico a seguir, você saberá um pouco mais sobre essa Lei e como aplicá-la.
CONTEÚDO DO LIVRO
Diante de um mercado competitivo, é possível afirmar que a livre iniciativa está relacionada ao 
princípio da livre concorrência, garantindo a sobrevivência do mercado capitalista e a expansão 
e o desenvolvimento das organizações. A livre concorrência impulsiona o crescimento do 
mercado por meio da qualificação de produtos e serviços que visam se destacar, encantar e 
fidelizar clientes.
Leia o capítulo Livre iniciativa, do livro Teoria geral da empresa, e entenda um pouco mais 
sobre este fluxo. 
Boa leitura. 
TEORIA 
GERAL DA 
EMPRESA
Fernanda da Luz Ferrari
 
Livre iniciativa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever no que consiste o princípio da livre iniciativa.
  Reconhecer a distinção e a relação entre livre iniciativa e livre 
concorrência.
  Apontar fatores que podem comprometer a livre iniciativa.
Introdução
A livre iniciativa é exercida por meio da atividade econômica de distribui-
ção, produção e circulação de bens ou serviços dentro de um mercado, 
sendo essa atividade a principal fonte econômica de um país. A livre 
iniciativa e a livre concorrência se complementam, na medida em que 
contemplam o mesmo objetivo, sendo a concorrência um elemento 
fundamental para o desenvolvimento democrático de uma economia.
Neste capítulo, você vai conhecer o princípio da livre iniciativa. Tam-
bém vai estudar a distinção e a relação entre a livre iniciativa e a livre 
concorrência. Além disso, vai ver fatores que podem comprometer a 
livre iniciativa.
O princípio da livre iniciativa
A principal fonte econômica do País vemda atuação das empresas em mer-
cados potenciais, pois elas representam um forte instrumento de fomento da 
atividade econômica. Tal fomento ocorre por meio da criação de postos de 
trabalho, do recolhimento de tributos e da autonomia da cadeia produtiva. Um 
mercado potencial pode ser caracterizado como um local onde existe demanda 
por produtos ou serviços e no qual as empresas se inserem.
Como princípio fundamental do Estado Democrático de Direito, a livre 
iniciativa expressa o direito das empresas de explorar as atividades econômicas. 
Afinal, elas são as organizações responsáveis por todo o ciclo de desenvolvi-
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mento econômico do País. Dessa forma, a sociedade cria e desenvolve orga-
nizações que estão inseridas em um conjunto de regulamentos econômicos, 
políticos e sociais que avaliam sua conduta e sua existência.
A livre iniciativa garante a qualquer cidadão a constituição de empresas. 
Além disso, garante que somente haverá alguma intervenção por parte do Estado 
mediante atividade legislativa, ou seja, quando o interesse de poucos se sobrepõe 
ao da maioria. O Estado não pode atuar diretamente sobre um mercado, pois 
os consumidores e produtores são os responsáveis por determinar as questões 
relacionadas ao consumo e à produção. Ao Estado cabe regular e fiscalizar ações 
que possam prejudicar a livre iniciativa, pois as empresas promovem a susten-
tabilidade do mercado por meio das suas movimentações. Dessa forma, a tutela 
constitucional da livre iniciativa tem como objetivo a proteção do empreendedor.
É por meio da livre iniciativa que o empresário está inserido no cenário 
econômico, não pela via do funcionário que está empregado em uma orga-
nização. As ações do empresário na empresa contribuem para o crescimento 
de uma região e do país por meio da exploração de determinada atividade 
econômica que geralmente está relacionada e direcionada à iniciativa privada. 
De acordo com Coelho (2003), é para gerar lucro que a empresa explora uma 
atividade. Nesse sentido, você deve notar que o lucro pode ser o objetivo 
da produção ou da circulação de bens ou serviços, ou apenas o instrumento 
para alcançar outras finalidades.
Ampliando ou restringindo a produção, a livre iniciativa possibilita ao em-
presário o princípio da liberdade. Assim, ele pode escolher e definir, de acordo 
com a sua conveniência, as combinações dos fatores de produção. Somente em 
situações excepcionais o Estado, de acordo com o art. 173 da Constituição Fe-
deral, assume e explora alguma atividade econômica, cabendo então à iniciativa 
privada realizar as atividades econômicas por meio da exploração de atividades.
Para a exploração dessas atividades, a ordem jurídica desenvolveu os meios 
necessários que garantem a livre competição e a livre iniciativa para as obrigações 
envolvidas, pois a empresa possui como funções principais a produção de bens 
e a prestação de serviços a um mercado. De acordo com Coelho (2003, p. 27.): 
Se não houvesse um regime jurídico específico para a exploração econômica, 
a iniciativa privada permaneceria inerte e toda a sociedade sofreria com a 
estagnação da produção dos bens e serviços indispensáveis à satisfação de 
suas necessidades.
No mundo atual, o empresário já tem a clara percepção do quanto a 
empresa se constitui e opera em um mercado socialmente funcionalizado 
Livre iniciativa2
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que contribui para a realização de vários objetivos do país. Assim, o em-
presário, por meio das atividades organizadas, destinadas à circulação 
de bens e serviços, movimenta um importante mecanismo da sociedade. 
Por meio da Constituição de 1988, da Lei das Sociedades Anônimas e do 
Código Civil de 2002, houve a evolução da função social da empresa sob 
diversos aspectos, sejam eles contratuais, obrigacionais ou relacionados 
ao desenvolvimento organizacional.
Diante de um mercado globalizado, além de terem a função social de 
promover o desenvolvimento, os empresários se deparam com o aumento 
da competitividade. Assim, inúmeros mecanismos de sobrevivência e de 
crescimento devem ser colocados em prática. Como você deve imaginar, 
isso exige dos empreendedores a criação de uma visão estratégica para que 
as pessoas não sejam tão afetadas, tanto no âmbito profissional como na 
vida pessoal.
Na prática, você pode pensar em duas situações. De um lado, há as empre-
sas instaladas em países onde o processo tecnológico apresenta-se em plena 
ascensão. Elas com certeza serão capazes de desenvolver equipamentos e 
sistemas que irão contribuir significativamente para que possam competir no 
mercado com mais qualidade. De outro lado, nos países em que a tecnologia 
não se faz tão presente, torna-se possível perceber a disparidade no que se 
refere ao desenvolvimento empresarial.
A livre iniciativa e a função social, por meio dos empresários, pos-
suem influência direta no desempenho das atividades empresariais. Afinal, 
incentivam o empreendedor a direcionar suas ações para a produção, a 
comercialização de bens ou a prestação de serviços. Tudo com o objetivo 
de movimentar a cadeia produtiva e a situação econômica de um país, bem 
como de promover ações que resultem no bem-estar das pessoas por meio 
de melhores ambientes de trabalho e melhores remunerações.
Observar os princípios fundamentais da ordem econômica favorece o for-
talecimento e a sustentabilidade da organização, seja no seu ambiente interno 
ou externo. Como você pode imaginar, o ideal é que sociedade e empresa 
trabalhem alinhadas e com os mesmos objetivos.
Livre iniciativa e livre concorrência
Diante do modelo econômico utilizado no Brasil, ou seja, do capitalismo, o 
princípio da livre iniciativa oportuniza ampla liberdade de acesso ao mercado 
e ao exercício de alguma atividade econômica. Uma das consequências da 
3Livre iniciativa
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livre iniciativa é a livre concorrência, um dos pilares do sistema capitalista, 
que objetiva assegurar o regime estabelecido pelo mercado. De acordo com 
Bastos (2004, p.145):
A livre concorrência é um esteio do sistema liberal porque é pelo seu jogo 
e funcionamento que os consumidores veem assegurados os seus direitos a 
consumir produtos de qualidade a preços justos. [...] Ademais, a livre con-
corrência é indispensável para o funcionamento do sistema capitalista. Ela 
consiste, essencialmente, na existência de diversos produtores ou prestadores 
de serviços. É através dela que se melhoram as condições de competitividade 
das empresas, forçando-as a um constante aprimoramento de seus métodos 
tecnológicos, dos seus custos, enfim, na procura constante de criação de 
condições mais favoráveis ao consumidor. Traduz-se, portanto, numa das 
vigas mestras do êxito da economia de mercado.
Assim, são fundamentos da economia de mercado tanto a livre iniciativa 
como a livre concorrência. A primeira é uma espécie de instrumento da se-
gunda, ou seja, a livre concorrência só poderá existir se houver a livre iniciativa.
Sobre esses conceitos, corrobora Reale (1992, p. 1292):
Ora, livre iniciativa e livre concorrência são conceitos complementares, mas 
essencialmente distintos. A primeira não é senão a projeção da liberdade 
individual no plano da produção, circulação e distribuição das riquezas, 
assegurando não apenas a livre escolha das profissões e das atividades eco-
nômicas, mas também a autônoma eleição dos processos ou meios julgados 
mais adequados à consecução dos fins visados. Liberdade de fins e de meios 
informa o princípio de livre iniciativa, conferindo-lhe um valor primordial, 
como resulta da interpretação conjugada dos citados artigos 1º e 170. Já o con-
ceito de livre concorrência tem caráter instrumental, significando o “princípio 
econômico” segundo o qual a fixação dos preços das mercadorias e serviços 
não deve resultar de atos cogentes da autoridade administrativa, mas sim do 
livre jogo das forças em disputa declientela na economia de mercado. Houve, 
por conseguinte, inelidível opção de nossos constituintes por dado tipo de 
política econômica, pelo tipo liberal do processo econômico, o qual só admite 
a intervenção do Estado para coibir abusos e preservar a livre concorrência 
de quaisquer interferências, quer do próprio Estado quer do embate de forças 
competitivas privadas que pode levar à formação de monopólios e ao abuso 
do poder econômico visando ao aumento arbitrário dos lucros.
Você pode perceber com clareza que o mercado está baseado na oferta e na 
demanda. Para o equilíbrio da economia, tanto a oferta quanto a demanda são 
fundamentais, pois por meio delas as empresas definem preços e quantidades 
de produtos a serem produzidos. Por meio da livre concorrência, o mercado é 
Livre iniciativa4
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organizado, ou seja, é imprescindível que o empresário tome decisões baseadas 
na estrutura do mercado em que sua empresa está atuando. Dessa forma, a 
livre concorrência é uma consequência da livre iniciativa. Sobre essa relação, 
Silva (1998, p. 795) afirma que:
Os dois dispositivos se complementam no mesmo objetivo. Visam tutelar o 
sistema de mercado e, especialmente, proteger a livre concorrência contra 
a tendência açambarcadora da concentração capitalista. A Constituição re-
conhece a existência do poder econômico. Este não é, pois, condenado pelo 
regime constitucional. Não raro esse poder econômico é exercido de maneira 
antissocial. Cabe, então, ao Estado intervir para coibir o abuso.
Desse modo, a livre concorrência objetiva disputar espaços compatíveis 
com a aspiração do País, de forma lícita, por meio da franca entrada de em-
preendedores, sabendo que disso resultará a constituição de empresas que 
melhor atenderão ao mercado. Conforme afirma Cretella Júnior (1993, p. 263):
No regime de livre concorrência, ou de livre competição, o mercado compe-
titivo, ou concorrencial, caracteriza-se pelo grande número de vendedores, 
agindo de modo autônomo, oferecendo produtos, em mercado bem organizado. 
No mercado competitivo, os produtos oferecidos por uma dada empresa são 
recebidos pelo comprador como se fossem substitutos perfeitos ou equivalentes 
dos produtos da firma concorrente. Na hipótese de preços iguais, ao comprador 
é indiferente, regra geral, a procedência do produto, só influindo a marca, na 
medida em que a propaganda se intensifica. De qualquer modo, no regime da 
livre concorrência, os preços de mercado tendem a baixar, beneficiando-se 
com isso o comprador, ao contrário do que acontece no regime de monopólio, 
que prejudica o comprador e afeta o equilíbrio da Ordem Econômica, a não 
ser quando a intervenção monopolística é assegurada por lei federal, fundada 
em expresso dispositivo constitucional.
Com relação à concorrência, é sabido que aqueles que interferem de forma 
direta em uma venda competem por meio da oferta de produtos ou serviços. 
Em um mercado, é possível classificar a concorrência em:
  concorrentes de marca — esse tipo de concorrência é facilmente identi-
ficado quando, por exemplo, você adquire produtos de limpeza em um 
supermercado e opta por adquirir o sabão Omo ou Ariel;
  concorrentes de produtos — aqui você pode pensar em produtos diferen-
tes e que atendem, de certa forma, ao consumidor, como os refrigerantes, 
os sucos e os energéticos, que suprem a necessidade do consumidor de 
ingerir alguma espécie de líquido;
5Livre iniciativa
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  concorrentes pelo orçamento — aqui não está em jogo apenas a ne-
cessidade, mas a relação entre produtos e custos, ou seja, as questões 
monetárias, como ocorre quando alguém deixa de realizar a troca de 
um carro para adquirir uma casa própria.
Fatores que podem comprometer 
a livre iniciativa
Para garantir a livre iniciativa e a competição entre as organizações, o legislador 
ordinário desenvolveu mecanismos de proteção que proíbem determinadas 
práticas empresariais. Você deve considerar que, mesmo que uma empresa 
ou grupo de empresas não tenha como objetivo prejudicar o mercado nem 
causar danos à livre concorrência, adotar uma conduta anticompetitiva com 
certeza é uma prática que poderá afetar as demais organizações e que, portanto, 
compromete a livre iniciativa.
Você sabe o que é uma conduta anticompetitiva? Pode ser considerada 
uma conduta anticompetitiva qualquer prática capaz de causar danos à livre 
concorrência. Ou seja, tal conduta ocorre quando uma empresa ou grupo 
de empresas desenvolve ações que acarretam efeitos como estes: dominar o 
mercado relevante de bens ou serviços, aumentar arbitrariamente os lucros 
do agente econômico, ou exercer seu poder de mercado de forma abusiva.
Esse abuso econômico é configurado, no art. 36 da Lei nº. 12.529, de 20 de 
novembro de 2011, mediante as condutas listadas a seguir (BRASIL, 2011):
  preços predatórios;
  fixação de preços de revenda;
  restrições territoriais e de base de clientes;
  acordos de exclusividade;
  venda casada;
  abuso de posição dominante;
  recusa de contratar;
  cartel;
  cartel internacional;
  cartel em licitações;
  influência de conduta uniforme.
Livre iniciativa6
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O cartel é uma das práticas que podem comprometer a livre inciativa, 
pois é um acordo entre concorrentes que tem como objetivo fixar preços, 
dividir mercados, restringir a produção ou realizar determinadas condutas 
em licitações públicas. Por tornar bens e serviços inacessíveis aos consumi-
dores, aumentar preços e acabar restringindo a oferta, os cartéis prejudicam 
consumidores e mercados.
Você deve notar que a prática de preços idênticos, de forma isolada, não pode ser 
caracterizada como cartel. Para que haja essa caracterização, é preciso que algumas 
provas sejam evidenciais, como mensagens entre concorrentes, escutas telefônicas 
ou atas de reuniões. O cartel é considerado, de forma universal, a mais grave infração 
à ordem econômica; é um ato ilícito e punível com pena de dois a cinco anos de 
reclusão (BRASIL, 1990).
E o preço predatório, você conhece essa prática? O preço predatório é a 
prática de preços que alguns empresários utilizam. Eles estabelecem valores 
abaixo daqueles praticados pelo mercado. Adotar essa prática é uma forma de 
prejudicar outras empresas e a si mesma, pois a organização estará, em algum 
momento, tendo prejuízos. Porém, não se pode caracterizar como prática de 
preços predatórios uma situação isolada em que a empresa realiza uma queima 
de estoques para liquidar, por exemplo, uma mercadoria na troca de estações.
No outro extremo, há empresas que praticam preços abusivos, ou seja, 
acima da média do mercado. De acordo com o CADE:
O preço ou aumento excessivo por si só não pode ser considerado uma prática 
lesiva à concorrência; ele o será apenas na medida em que for decorrente de 
infração, ou se fortapto a causar efeito anticompetitivo. A interpretação do 
Cade converge com a tese doutrinária que distingue entre duas modalidades 
diferentes de imposição de preços excessivos: (i) os preços meramente ex-
cessivos, ou “exploratórios” (exploitative prices), decorrentes do poder de 
mercado; e (ii) os preços abusivos ditos “excludentes” (exclusionary abuse), 
praticados com o intuito de excluir competidor do mercado (praticado por 
empresas verticalmente integradas) (BRASIL, 2016, documento on-line).
7Livre iniciativa
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Outra prática que pode comprometer a livre concorrência é a venda casada, 
ou seja, a oferta de determinado produto que só poderá ser adquirido se o 
comprador se sujeitar a adquirir outro bem ou serviço que está sendo ofertado. 
Como exemplo, considere a seguinte situação: um cliente de determinado 
banco solicita um empréstimo para financiar sua casa própria. O banco, em 
contrapartida, somente libera o crédito se o cliente adquirir junto com o 
empréstimo um seguro residenciale de vida.
Essa prática é comum e está contemplada na Lei nº. 8.078, de 11 de setembro 
de 1990 (Código de Defesa do Consumidor). Seu objetivo é alavancar mercados 
e eliminar a concorrência. Como o cliente está dependendo do financiamento 
para adquirir seu imóvel, acaba comprando os outros serviços para a obtenção 
do seu crédito.
BASTOS, C. R. Curso de direito econômico. São Paulo: Celso Bastos, 2004.
BRASIL. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Perguntas sobre infrações à ordem 
econômica. 2016. Disponível em: <http://www.cade.gov.br/servicos/perguntas-fre-
quentes/perguntas-sobre-infracoes-a-ordem-economica>. Acesso em: 16 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, 
econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. 1990. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm>. Acesso em: 16 maio 2018.
BRASIL. Lei nº. 12.529, de 20 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra 
a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-Lei 
no3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 
de julho de 1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a 
Lei no 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras providências. 2011. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm>. Acesso 
em: 16 maio 2018.
COELHO, F. U. Curso de direito comercial. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
CRETELLA JÚNIOR, J. Comentários à constituição de 1988. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 1993.
REALE, M. O plano Collor II e a intervenção do Estado na ordem econômica. In: REALE, 
M. Temas de direito positivo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1992.
SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 1998.
TAVARES, A. R. Direito constitucional econômico. São Paulo: Método, 2003.
Livre iniciativa8
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Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor 
e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/L8078.htm>. Acesso em: 16 maio 2018.
COELHO, F. U. Manual de direito comercial. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
CORDEIRO, R. A. Poder econômico e livre concorrência: uma análise da concorrência 
na constituição da República Federativa Do Brasil de 1988. 2007. 206 f. Dissertação 
(Mestrado) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2007.
GLÓRIA, D. F. A. A livre concorrência como garantia do consumidor. São Paulo: Del Rey, 
2003.
9Livre iniciativa
C02_Livre_iniciativa.indd 9 18/05/2018 08:42:28
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
C01_Teoria_Geral_da_Empresa.indd 14 04/04/2018 11:18:08
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Conhecida como o maior centro comercial da América Latina, a famosa rua 25 de Março, em 
São Paulo, atrai consumidores de todo o Brasil, que buscam artigos relacionados a bijuterias, 
tecidos, linhas, botões, calçados, entre outros. 
Nas galerias de um dos principais polos comerciais do país, está presente o princípio da livre 
concorrência, proporcionando aos consumidores e varejistas, preços acessíveis por meio de uma 
acirrada disputa por mercado.
Veja mais sobre o assunto na Dica do Professor a seguir. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Em que situações a livre iniciativa sofrerá alguma intervenção por parte do Estado?
A) A legislação infraconstitucional proíbe a livre iniciativa de empresas que comercializam 
produtos importados de outros países.
B) A intervenção do Estado torna-se necessária quando os interesses de poucos se sobrepõem 
aos da maioria, mas sempre buscando garantir a autonomia e a liberdade. 
C) Todas as vezes que as margens de lucro dos comerciantes estiverem abaixo do valor fixado 
pelo mercado.
D) Diante da constituição de empresas cooperativas.
E) Todas as vezes em que uma empresa obtiver lucro.
2) Em qual alternativa a distinção entre livre iniciativa e livre concorrência está 
contextualizada corretamente?
A) Livre iniciativa e livre concorrência são conceitos complementares que não se relacionam 
entre si.
B) A livre iniciativa possui um caráter econômico, já a livre concorrência possui cunho social.
C) A livre iniciativa visa à organização do mercado, já a livre concorrência oportuniza ao 
estado a comercialização de produtos e a oferta de serviços com o objetivo de promover a 
riqueza interna.
D) São fundamentos da economia de mercado, tanto a livre iniciativa como a livre 
concorrência, sendo a primeira uma espécie de instrumento da segunda, ou seja, a livre 
concorrência só poderá existir onde houver a livre iniciativa.
E) Livre iniciativa é a capacidade de empreender sem a utilização de regime jurídico. 
3) De que forma podemos classificar a concorrência em um mercado?
A) Podemos classificá-la através dos concorrentes de marca, de produtos e pelo orçamento.
B) Concorrentes indiretos se classificam de forma subjetiva.
C) Concorrência por produtos e concorrência por localização.
D) Por meio da rivalidade entre dois produtores ou comerciantes.
E) Apenas o fator geográfico pode ser considerado como fator competitivo.
4) Para que as empresas estejam protegidas, a Constituição Federal assegura o direito 
da propriedade privada (artigo 5o, inciso XXII), porém, alguns abusos econômicos 
são cometidos. 
Em qual alternativa visualizamos algumas condutas consideradas abusivas mediante 
o artigo 36 da Lei 12.529/11?
A) - Preços predatórios.
- Fixação de preços de revenda.
- Restrições territoriais e de base de clientes.
- Acordos de exclusividade.
- Venda casada.
- Abuso de posição dominante.
- Recusa de contratar.
- Cartel.
- Cartel internacional.
- Cartel em licitações.
- Influência de conduta uniforme.
- Fixação de preços de revenda.
- Restrições territoriais e de base de clientes.
- Não realização de acordos de exclusividade.
- Abuso de posição dominante.
- Recusa de contratar.
- Cartel.
B) 
- Cartel internacional.
- Cartel em licitações.
- Influência de conduta uniforme.
C) - Preços predatórios.
- Fixação de preços de revenda.
- Restrições territoriais e de base de clientes.
- Acordos de exclusividade.
- Não realização de venda casada.
- Abuso de posição dominante.
D) - Preços predatórios.
- Fixação de preços de revenda.
- Restrições territoriais e de base de clientes.
- Acordos de exclusividade.
- Não realização de venda casada.
- Abuso de posição dominante.
E) - Preços predatórios.
- Ausência de Cartel.
- Cartel internacional.
- Cartel em licitações.
- Influência de conduta uniforme.
5) Em qual alternativa o cartel está claramente definido?
A) Cartel é qualquer acordo ou prática entre concorrentes, que tenha como objetivo a fixação 
de preços ou a divisão de mercados por meio do estabelecimento de quotas ou da restrição 
da produção.
B) Adorar posturas pré-combinadas em licitação pública não caracteriza a prática do cartel.
C) Os cartéis restringem a oferta, mas, em contrapartida, oferecem vários benefícios 
econômicos compensatórios aos consumidores.
D) Os cartéis não causam prejuízos graves aos consumidores, pois tornam inacessíveis 
somente produtos desnecessários e com altos custos de produção.
E) Somente a mera constatação de preços idênticos é indício suficiente para apontar a 
existência de um cartel.
NA PRÁTICA
Monitorar a concorrência é uma grande oportunidade para definir estratégias competitivas, 
promover mudanças e se aproximar do cliente.
Veja o exemplo a seguir para entender mais sobre essa prática.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, vejaabaixo as sugestões do 
professor:
Aprenda como identificar seus concorrentes.
Saiba mais sobre o perfil daqueles que atuam no mesmo ramo e como identificar falhas na 
estratégia do seu negócio, por meio da página do Sebrae.
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Administração estratégica de mercado.
O livro Administração estratégica de mercado, de David A. Aaker, apresenta estratégias de 
administração de mercado, como um meio norteador para administradores.
No encalço das líderes.
O livro No encalço das líderes, de Steven J. Spear, mostra como as líderes de mercado batem a 
concorrência e como as empresas competentes podem reagir e vencer.
Conceito de empresa: atividade 
empresária e não empresárias
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
Denomina-se empresa aquela que exerce atividade econômica que visa à produção e o incentivo 
à circulação de bens e serviços para o mercado. O objetivo principal é o lucro, e chama-se 
de empresário quem fica à frente do negócio. Quando vários empresários se unem para exercer 
uma atividade de empresa, está formada uma sociedade empresária. Mas, quando profissionais 
se unem para oferecer aos clientes a prestação de serviços de qualidade, está formada uma 
sociedade não empresária, pois, apesar do lucro também ser desejado, ele não é o principal 
fundamento.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o conceito de empresa e de atividades 
empresárias e não empresárias, bem como os tipos de sociedades das atividades empresárias e 
não empresárias.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o conceito de empresa, suas características, seus elementos e seus objetivos.•
Diferenciar atividade empresária de atividade não empresária.•
Relacionar os diferentes tipos de sociedades às atividades empresárias e não empresárias.•
DESAFIO
Os tipos de sociedade existentes são diferentes por causa da maneira como elas exercem a sua 
atividade econômica: quando a sociedade é empresária, é porque a atividade econômica é 
organizada e tem finalidade de empresa, e, quando a sociedade é não empresária, a sua atividade 
é exercida pelos sócios.
Acompanhe a história de Letícia, recém formada em Contabilidade. 
Você é o atendente do SEBRAE responsável por auxiliar indivíduos com dúvidas em relação 
aos tipos de sociedade possíveis e foi procurado por Letícia. Explique quais as opções de 
sociedade que ela, sendo UMA profissional liberal, pode participar. 
INFOGRÁFICO
Uma empresa é uma entidade formada por elementos humanos, materiais e tecnológicos, que 
trabalham com a circulação e a produção de bens e serviços, visando ao alcance de um objetivo 
comum, que é a obtenção de lucro.
Veja, no Infográfico a seguir, a ilustração sobre o conceito de empresa.
CONTEÚDO DO LIVRO
Quando vários empresários se unem em sociedade para comandar uma empresa, 
fica configurada uma sociedade empresária. Quando vários profissionais se unem em 
sociedade para oferecer aos clientes serviços – normalmente referentes à sua formação –, 
é configurada uma sociedade não empresária. Há muitas diferenças entre sociedades 
empresárias e não empresárias, mas, a principal é delas é o fato de, na sociedade empresária, a 
atividade ser exercida pela empresa, e, na não empresária, a atividade ser exercida pelo próprio 
sócio.
No capítulo Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária, da obra Teoria Geral 
da Empresa, você vai aprofundar o conceito de empresa, as atividades empresárias e não 
empresárias, e os tipos de sociedades destas atividades.
Boa leitura!!
TEORIA GERAL DA 
EMPRESA
Jeanine dos Santos Barreto
Conceito de empresa: 
atividade empresária 
e não empresária
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito de empresa (características, elementos e objetivos).
 � Diferenciar atividade empresarial e atividade não empresarial.
 � Relacionar os diferentes tipos de sociedades às atividades empresária 
e não empresária.
Introdução
A empresa é uma atividade econômica que visa à produção e ao incentivo 
à circulação de bens e serviços para o mercado. O empresário fica à frente 
do negócio, e o objetivo principal é o lucro. Quando vários empresários, 
denominados sócios, se unem para exercer uma atividade de empresa, se 
diz que está formada uma sociedade empresária. Apesar disso, quando 
profissionais se unem em sociedade para satisfazer seus clientes mediante 
a prestação de serviços de qualidade, diz-se que está formada uma socie-
dade não empresária, pois, neste caso, normalmente os contratados é que 
exercerão as tarefas, enquanto os sócios serão responsáveis pela gestão.
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de empresa, as atividades 
empresária e não empresária e os tipos de sociedades decorrentes dessas 
atividades.
O conceito de empresa
A empresa pode ser definida como uma atividade econômica que tem o pro-
pósito de fazer a produção e incentivar a circulação de bens e serviços para 
o mercado. Ela tem à frente a figura de um empresário, que tem a empresa 
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
como profissão. Depois da globalização, observa-se que a empresa perdeu as 
características que limitavam suas fronteiras e seu nacionalismo (DINIZ, 2011). 
A empresa é uma das forças mais poderosas da atualidade, unindo pessoas 
que trabalham para um mesmo empresário ou sociedade empresária, mas que 
exercem suas atividades dos mais diversos pontos do mundo.
A globalização foi um processo, ocorrido no final do século XX, que permitiu o re-
lacionamento internacional estimulado pela redução dos custos de transporte e 
comunicação entre os países. Isso facilitou a disseminação do conhecimento, o comércio 
e as transações financeiras, bem como a migração e a movimentação de pessoas.
A globalização afeta vários setores da sociedade, em intensidades diferentes, de-
pendendo do nível de desenvolvimento dos países envolvidos. Um dos principais 
impactos causados pela globalização, na área da comunicação, foi a disseminação da 
internet, que foi possível por meio de acordos firmados entre entidades privadas de 
telecomunicações e governos ao redor do mundo. O advento da internet permitiu a 
troca de informações entre a população de todo o planeta.
Com relação à qualidade de vida das pessoas, a globalização permitiu facilitar o 
acesso a avanços tecnológicos, novos medicamentos, novas metodologias cirúrgicas, 
novos tipos de alimentos, etc. O mercado de trabalho também se modificou com a 
globalização, pois as pessoas podem ter empregos fora do seu país de origem de forma 
facilitada, e os produtos e serviços produzidos podem ser distribuídos para vários países.
Uma empresa é uma unidade econômica, formada por elementos humanos, 
materiais e técnicos, que trabalham para um objetivo comum. Esse objetivo é 
obter lucro por meio da participação no mercado produtor de bens e serviços.
Nesse sentido, os requisitos para que uma empresa exista são a natureza da 
sua atividade, o capital para que ela funcione, o trabalho de pessoas em prol 
de um objetivo comum e, certamente, o risco que todo empresário assume 
quando produz bens ou serviços.
A gestão empresarial é uma ciência social. Ela se dedica ao estudo da organização das 
empresas. Assim, analisa a forma como é feita a gestão de seus recursos, sejam eles 
humanos ou materiais, e seus processos, bem como os resultados obtidos por meio 
das atividades executadas por todos.
Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária2
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
O advogado italiano Alberto Asquini participou da guerra da Líbia após sua formatura, 
em Pádua, em 1912, e depois foi capitão na Segunda Guerra Mundial. Teve uma longa 
vida acadêmica, sendo professor de Direito em diversas universidades, como as de 
Sassari, Messina, Trieste, Pávia, Pádua e Sapienza, de Roma. Foi membroda comissão 
da reforma do Código Comercial e do Código Civil italianos. Além disso, contribuiu 
de forma relevante para a ciência jurídica com as suas teorias.
Para Maria Helena Diniz (2011, p. 13), doutrinadora da área do Direito, o 
conceito de empresa é o seguinte:
[...] é uma instituição jurídica despersonalizada, caracterizada pela atividade 
econômica organizada ou unitariamente estruturada, destinada à produção ou 
circulação de bens ou de serviços para o mercado ou à intermediação deles no 
circuito econômico, colocando em funcionamento o estabelecimento a que se 
vincula, por meio do empresário individual ou societário, entre personalizado, 
que a representa no mundo negocial.
As empresas podem ser classificadas por diversos critérios (SERVIÇO..., 
2017; INSTITUTO..., 2017; BANCO..., 2017), como você pode ver a seguir.
 � Pelo seu setor de atuação, as empresas podem ser:
 ■ empresa de setor primário — são as empresas que trabalham com 
a exploração dos recursos da natureza, que são a agricultura, a mi-
neração, a pecuária, o extrativismo vegetal e a pesca;
 ■ empresa de setor secundário — são as empresas que trabalham 
transformando a matéria-prima, normalmente produzida pelas 
empresas do setor primário, em produtos industrializados como 
roupas, máquinas, eletrônicos, construções, alimentos industria-
lizados, automóveis, etc.;
 ■ empresa de setor terciário — são as empresas que trabalham com 
prestação de serviços, que são produtos não materiais que satisfazem 
às necessidades de pessoas ou outras empresas. Como exemplo, 
você pode considerar o comércio, a educação, a saúde, o turismo, 
os transportes e os serviços de limpeza.
 � Pela sua forma jurídica, as empresas podem ser:
 ■ sociedade simples — é o tipo de empresa não empresária (também 
chamada de sociedade simples) que realiza atividade intelectual ou 
3Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
presta serviços unindo profissionais da mesma área, como advogados, 
médicos, engenheiros, arquitetos, contadores;
 ■ sociedade limitada — é o tipo de empresa formada por um número 
conhecido de sócios, que possuem cotas da empresa. A responsa-
bilidade de cada um é conhecida e limitada ao valor investido na 
empresa, mas, apesar disso, todos eles respondem de forma solidária 
pelo capital social integral;
 ■ sociedade cooperativa — é o tipo de empresa não empresária (so-
ciedade simples) formada por um número ilimitado de pessoas, 
com o objetivo de prestar um serviço à sociedade. O seu controle é 
democrático, e cada cooperado tem direito a voto. Pode ser formada 
por profissionais que desejam melhorar suas condições de trabalho, 
ou mesmo por pessoas em desvantagem no mercado de trabalho, 
como os empregados domésticos, os recicladores de lixo, entre outros;
 ■ microempreendedor individual (MEI) — é o tipo de empresa em 
que a pessoa trabalha sozinha, por conta própria, de forma regula-
rizada. O MEI não pode ser sócio ou titular de outra empresa, e só 
pode ter um empregado contratado, desde que ele receba somente o 
salário mínimo ou o piso da categoria;
 ■ sociedade limitada unipessoal — formato jurídico sancionado 
pela medida provisória 881/2019. Tem semelhanças com a EIRELI, 
mas não tem a obrigatoriedade da integralização do capital social. 
É constituída somente por uma pessoa e mantém a descrição de 
“limitada”;
 ■ EIRELI — é uma sigla que significa Empresa Individual de Res-
ponsabilidade Limitada. Formato que admite um único sócio, que 
necessita incluir no nome empresarial a expressão EIRELI. Também é 
obrigatória a integralização do capital social no momento do registro 
de pelo menos 100 vezes o valor do salário mínimo;
 ■ sociedade anônima de capital aberto — é o tipo de empresa na qual 
o capital social é formado por ações que são negociadas na bolsa de 
valores. Normalmente é uma empresa grande que objetiva grandes 
retornos financeiros com as operações de compra e venda de ações;
 ■ sociedade anônima de capital fechado — é o tipo de empresa que 
não pode ter suas ações negociadas na bolsa de valores, pois é de 
menor porte e possui restrição na aceitação de novos sócios.
 � Pelo seu porte, as empresas podem ser: microempresa, pequena em-
presa, média empresa e grande empresa. Não existe um consenso 
para a definição desses tipos de empresas. O que existem são critérios, 
Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária4
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
estipulados por lei específica ou órgãos ligados ao Governo Federal, que 
auxiliam na definição das empresas pelo seu porte, levando em conta 
seu faturamento anual ou sua quantidade de funcionários. É importante 
você notar que são as microempresas e as pequenas empresas que 
predominam na economia brasileira, cada uma com suas caracterís-
ticas próprias. Elas são muito importantes para o sistema econômico, 
principalmente por gerarem emprego e formarem especialistas para 
atuar, mais tarde, no mercado de trabalho.
A empresa não é considerada um sujeito de direitos. Logo, quem exerce 
os direitos e contrai as obrigações em nome da empresa é o empresário, 
não a própria organização. A empresa é a atividade que o empresário exe-
cuta. Em outras palavras, a empresa não pode ser confundida com quem 
exerce a atividade empresária, que pode ser o empresário individual ou a 
sociedade empresária.
Uma das principais características da empresa é o seu fim econômico, ou 
seja, a empresa visa à obtenção de lucros por meio da atividade exercida pelo 
empresário. Não se pode confundir o empresário, que é o sujeito da empresa, 
com o estabelecimento empresarial, que é o objeto. Uma empresa é uma 
entidade que tem como obrigação principal a de apresentar lucro. Tal lucro 
deve ser suficiente para permitir que a empresa arque com o atendimento de 
suas despesas e com todas as suas necessidades, bem como deve permitir a 
expansão do negócio.
Atividade empresarial e atividade não 
empresarial
Tanto a atividade empresarial quanto a atividade não empresarial têm o lucro 
como um de seus objetivos, portanto não se pode identificar se uma entidade 
é uma empresa ou não apenas a observando sob esse aspecto. É necessário 
analisar a forma de exploração da atividade (SIMÃO FILHO; MEDEIROS 
NETO, 2015).
Há algum tempo, o vocábulo “comerciante” vem caindo em desuso, dando 
espaço para a expressão “atividade empresarial”. Essa expressão, além de 
designar o trabalho com o comércio, ainda se refere à atividade da indústria. 
A atividade empresarial é traduzida em atividades que são coordenadas entre 
si, com uma finalidade em comum. O tipo de atividade prestada é que vai 
definir se a atividade empresária se refere à indústria ou ao comércio. A ati-
5Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
vidade empresarial é uma atividade profissional exercida com o objetivo de 
ser habitual e gerar lucro. Além disso, ela envolve uma atividade econômica, 
que requer recursos tecnológicos, humanos e materiais em prol da circulação 
ou da produção de bens e serviços.
Figura 1. Definição de empresário.
Existem algumas pessoas que não podem exercer atividade empresarial, pois estão 
impedidas pela legislação. São elas:
 � os servidores públicos no exercício da atividade pública;
 � os militares na ativa;
 � os magistrados e os membros do Ministério Público;
 � o leiloeiro;
 � os diplomatas estrangeiros;
 � os estrangeiros não residentes no País;
 � a pessoa física com débitos no INSS;
 � a pessoa física com condenação que vede a atividade empresária.
Conforme o art. 973 do Código Civil brasileiro, a pessoa que estiver impedida pela 
lei de exercer atividade empresária e assim o fizer vai responder pelas obrigações 
que tiver contraído.
Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária6
Identificação interna do documento 9TNKG7T1UT-FXOAOF1
Já a atividade não empresarial é aquela em que os

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