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Libras 3

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Unidade III
Estrutura da Libras 
Libras
© by Editora Telesapiens
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem 
prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Libras
Elton Castro Rodrigues dos Santos
O AUTOR
Elton Castro Rodrigues dos Santos
Olá a todos! Meu nome é Elton Castro Rodrigues dos Santos, mas 
podem me chamar apenas de Elton Castro. Sou Bacharel em Administração 
(ICE) e Licenciado em Pedagogia (UFMT), Especialista em Educação 
Inclusiva – Libras (IFMT), Mestrado (UFMT) e Doutorado (Unesp) em 
Educação. Atualmente, estou no último semestre da Licenciatura em Letras 
Libras na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Tenho experiência 
docente em há mais de 17 anos na Educação e pude ministrar aulas na 
Educação Básica, Educação Profissionalizante, Educação Superior e Pós-
Graduação. Atuei em diferentes instituições, como Secretaria Municipal 
de Educação (MT); Senai; UFMT; IFMT; Unemat; UAB; ICEC; Faspec. Sou 
apaixonado por estudar e busco sempre compartilhar o conhecimento 
da minha experiência de vida com aqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Configurações das mãos (CM) na Libras ...........................................10
Pronomes e Advérbios na Libras ..........................................................21
Verbos na Libras .......................................................................................... 27
Classificadores na Libras ..........................................................................31
7
UNIDADE
03
Libras
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem gramática 
própria? Nesta unidade vamos iniciar os estudos sobre alguns dos 
aspectos gramaticais da Libras, como verbos, pronomes, advérbios e 
os classificadores. Nossa viagem rumo ao conhecimento sobre a Libras 
vai começar mostrando para você os cinco parâmetros da Libras que 
oferecem subsídio para analisar os sinais dessa língua. Ao longo desta 
unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Libras
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Identificar as diferentes configurações das mãos (CM) na Libras;
2. Diferenciar os pronomes e advérbios na Libras da Língua 
Portuguesa; 
3. Conceituar os verbos na Libras;
4. Demostrar os tipos de classificadores existentes na Libras. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Libras
10
Configurações das mãos (CM) na Libras 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os cincos parâmetros que compõem os sinais na Libras, 
formados por configuração de mãos, ponto de articulação, 
movimento, orientação e expressão corporal e facial. São de 
extrema importância para entendermos a Libras e conseguir 
sinalizar corretamente o que queremos. Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Na língua portuguesa temos as palavras e na língua de sinais, os 
sinais, sendo esse termo “[...] utilizado para designar o mesmo que palavra 
ou item lexical como é nomeado nas línguas oral-auditivas”. Mas você 
sabe como são formados os sinais?
Os sinais, segundo Klimsa e Klimsa (2011, p. 15), são estruturas que 
combinam com os movimentos que a pessoa realiza com as das mãos 
para sinalizar, “[...] com um determinado formato em um determinado lugar, 
que pode ser uma parte do corpo (testa, tórax, rosto etc.) ou um espaço 
em frente ao corpo (espaço neutro). O conjunto destas combinações é 
chamado de parâmetros”.
Na Libras existem parâmetros que possibilitam entendermos cada 
sinal e sua composição na Libras. “Três são seus parâmetros principais 
ou maiores: a Configuração das Mãos (CM), o Movimento (M) e o Ponto 
de Articulação (PA); e outros constituem seus parâmetros menores: 
orientação de mão – (Or ou Om) e as expressões não manuais – faciais ou 
corporais (ENM)” PEREIRA (2010, p. 17).
Inicialmente iremos apresentar a Configuração das Mãos (CM). Para 
Klimsa e Klimsa (2011, p. 15), as CM “[...] são formas das mãos, podendo ser 
datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pelas mãos. Estas 
formas podem ser feitas pela mão direita para os destros, esquerda para 
os canhotos ou por ambas”.
Libras
11
Figura 1: Configuração das mãos (CM)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na tabela são apresentadas 60 configurações de mãos, mas 
dependendo do autor, as tabelas variam de quantidade. De acordo com 
Ferreira (et al, 2011, p. 37), as mãos desenvolvem um papel crucial na língua 
de sinais. Elas “[...] são as articuladoras dos sinais. Assim, a Configuração de 
Libras
12
Mão (CM) se refere às diferentes formas de posicioná-las na composição 
dos sinais”. 
Os mesmos autores explicam ainda que a “[...] execução dos 
sinais pode acontecer com apenas uma mão ou com as duas. Os sinais 
articulados com apenas uma mão são produzidos pela mão dominante, 
que pode ser a direita ou a esquerda, segundo a conveniência de quem 
os realiza” (FERREIRA et al2011, p. 37). 
SAIBA MAIS:
Conheça mais as configurações de mãos clicando aqui. 
Para Klimsa e Klimsa (2011, p. 15), para realização de sinais pode-
se utilizar tanto a mão direita (destro) como a mão esquerda (canhoto). 
Existem diferentes sinais realizados com a mesma configuração de mãos, 
um exemplo é a configuração em “Y”:
Figura 2: Configuração em “Y”
Fonte: Elaborado pelo autor.
Veja outro exemplo de configurações de sinais com a configuração 
de mão igual, em “S”, como APRENDER/SÁBADO/LARANJA/DESODO-
RANTE-SPRAY:
Libras
https://bit.ly/2Zjzebs
13
Figura 3: Configuração em “S”
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observe que, além da configuração de mão em “S”, os sinais também 
contêm os movimentos de abrir e fechar, como se estivesse espremendo 
ou apertando algo. Basta imaginar que está espremendo uma laranja 
com as mãos para sair o sumo ou apertando o desodorante para sair o 
líquido. No caso do desodorante seria aquele de formato arredondado, 
com frasco de plástico.
Os sinais apresentados em configuração de mão em “S”, na tabela, 
correspondem ao número 7, e são realizados em pontos diferentes do 
corpo. Isso nos remete ao segundo parâmetro da Libras: o Ponto de 
Articulação(PA).
Ponto de articulação é o local onde o sinal é realizado no corpo ou 
em um espaço à frente da pessoa que sinaliza. Ferreira (et al, 2011, p. 33) 
esclarece que “para cada sinal existe um Ponto de Articulação (PA), isto é, 
o local onde ele é realizado ou iniciado. A execução dos sinais acontece 
no espaço que se situa diante do emissor, desde a linha da cintura até o 
alto da cabeça”. 
Silva (2015) nos apresenta dois exemplos importantes de ponto 
de articulação/locação: sinais iguais, sentidos diferentes e ponto de 
articulação diferente.
Libras
14
Figura 4: Ponto de articulação/locação
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nos dois sinais muda o ponto onde se realiza o sinal, sendo que em 
“aprender” o ponto de articulação é a testa e o sinal de “sábado” se realiza 
próximo à boca. A mesma autora mostra dois sinais que têm o mesmo 
ponto de articulação, mas são sinalizados diferentemente:
Figura 5: Mesmo ponto de articulação/locação com sinais diferentes
Fonte: Elaborado pelo autor.
Perceba que o local onde o sinal se realiza é o mesmo: o queixo. 
Isso quer dizer que os dois sinais têm o mesmo ponto de articulação. 
Ferreira et al (2011, p. 33) contribuem com a explicação sobre o ponto de 
articulação e acrescentam que para a execução dos sinais pode-se tocar, 
por exemplo, cabeça, face, pescoço, tórax, braços, mas há “[...] sinais, 
Libras
15
porém, em que as mãos podem se tocar (ou não) sem tocar em outras 
partes do corpo. Nesse caso, dizemos que o sinal é executado em espaço 
neutro”.
Figura 6: Sinal em espaço neutro
Fonte: Elaborado pelo autor.
Agora é a sua vez! Tente realizar os sinais de televisão, namorar, 
barco e inclusão. Conseguiu perceber que ao sinalizar as mãos não tocam 
no corpo de quem sinaliza? Por isso, o PA recebe o nome de espaço 
neutro.
Movimento é outro parâmetro que iremos estudar. Compreende o 
deslocamento da mão no espaço para realizar um sinal. “É um parâmetro 
complexo porque, durante a realização do sinal, engloba o deslocamento 
de uma ou ambas as mãos no espaço, abrangendo também dedos, pulso, 
braço e antebraço” (FERREIRA et al, 2011, p. 33), como podemos observar 
nos sinais a seguir:
Libras
16
Figura 7: Movimento
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os exemplos acima são indicados por Ferreira et al (2011) e 
contribuem para observarmos como os sinais foram realizados. Se você 
voltar ao quadro de CM verá que o sinal “educação” é o número “38”, mas 
é realizado no braço, por isso dizemos que esse local é o PA. Quanto ao 
movimento, será direcional.
Já no sinal de amigo o ponto de articulação é o peito, a configuração 
de mão é o número 57 da tabela e o movimento bidirecional no sentido 
horizontal. Com relação ao sinal de sapo, este tem como ponto de 
articulação o braço, com CM 30, movimento multidirecional para cima e 
para baixo, da direita para a esquerda, no sentido que vai do pulso até o 
cotovelo (FERREIRA et al, 2011).
Os movimentos dos sinais na Libras podem ser retilíneo, angular, 
sinuoso, circular, semicircular e helicoidal. Você conhece cada um desses 
movimentos? Vamos ver como é cada um deles. 
Libras
17
Figura 8: Tipos de movimentos
Fonte: ROSA (et al, 2016)
Além dos tipos de movimentos apresentados, pode ser ainda 
unidirecional, em que se realiza o “movimento em uma direção no espaço, 
durante a realização de um sinal. [...] Multidirecional: movimentos que 
exploram várias direções no espaço, durante a realização de um sinal” 
(FERREIRA, 2010, p. 19). Para exemplificar melhor cada movimento, vamos 
observar o quadro a seguir:
Figura 9: Movimentos unidirecional e multidirecional
Libras
18 Libras
19
Fonte: Elaborado pelo autor.
Agora que você já conhece os parâmetros: Configuração das 
Mãos, Ponto de Articulação e Movimentos, Ferreira (2010, p. 21) apresenta 
orientação de mão (Or ou On), ou seja, “trata-se da direção para a qual a 
palma da mão aponta na produção do sinal, para cima, para baixo, para o 
lado, para a frente etc.. Também pode ocorrer a mudança de orientação 
durante a execução de um sinal”. Ex.: sinal de QUERER e NÃO QUERER, 
GOSTAR e NÃO GOSTAR.
Libras
20
O último parâmetro escolhido para ser apresentado em nossa trilha 
rumo ao conhecimento da Libras são as expressões não manuais (faciais 
e corporais) que podem ser executadas por meio de movimentos de face, 
olhos, cabeça ou tronco do sinalizante. 
Essas expressões têm a função de “marcação das construções 
sintáticas: sentenças interrogativas, orações reativas, topicalizações, 
concordância e foco; e diferenciação de itens lexicais: marcam referência 
específica, referência pronominal, partícula negativa, advérbio, grau ou 
aspecto” (FERREIRA, 2010, p. 21).
RESUMINDO:
Os parâmetros estão presentes em cada sinal na Libras, 
e entender cada um deles se faz necessário para que 
possamos caminhar para outras etapas do nosso estudo. Se 
ainda tem dúvidas, leia este material novamente e avance 
com segurança para os pronomes e advérbios na Libras.
Libras
21
Pronomes e Advérbios na Libras 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz diferenciar os 
pronomes e advérbios na Libras em língua portuguesa, 
entender como sinalizá-los. Vamos praticar mais um pouco 
dos sinais?
Nesta etapa iremos iniciar as explicações pelos pronomes, que 
possuem características diferenciadas da língua portuguesa, pois não 
marcam gênero e representam a pessoa que “fala”. Podem ser: pessoal, 
singular, plural, demonstrativo, interrogativo, entre outros.
Agora vamos exemplificar alguns tipos de pronomes, começando 
pelos pessoais na primeira pessoa, que representam a pessoas do 
discurso:
Tabela 1: Pronomes
Fonte: Ferreira (2010).
A seguir veremos como ficaria cada sinal realizado com as 
respectivas configurações de mão para mostrar os pronomes pessoais:
Libras
22
a)EU (Singular) – CM [G b) NÓS (Dual) – CM [P ou V]
c) NÓS 3 (Trial) – CM [W] d) NÓS 4 (Quatrial) – CM [54]
e) NÓS/TODOS (Plural) – CM [D]
Libras
23
O movimento circular é realizado para determinar quem são as 
pessoas, por isso sempre vai se referir ao grupo que se deseja demonstrar. 
Quando se fala em pronomes possessivos, Felipe e Monteiro (2006, p. 
22) explicam que não há um sinal específico. Por isso, para sinalizar dual, 
trial, quatrial e plural/grupo, emprestam as configurações de mãos dos 
pronomes pessoais exemplificados. 
Felipe e Monteiro (2006, p. 22) esclarecem ainda que, ao sinalizar a 
primeira pessoa MEU/MINHA, podem haver duas configurações de mão: 
uma é a mão aberta com os dedos juntos, que bate levemente no peito 
do emissor; a outra é a configuração da mão em “P” batendo no meio da 
mão, como no exemplo abaixo:
Figura 10: Meu/minha
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para segunda e terceira pessoas, segundo Felipe e Monteiro (2006, 
p. 22), o sinal muda um pouco, mas a CM é a mesma, em “P”. Assim, “a mão 
tem esta segunda configuração em P, mas o movimento é em direção à 
pessoa com que se fala (segunda pessoa) ou está sendo mencionada 
(terceira pessoa)”.
Libras
24
Figura 11: Segunda e terceira pessoa
Fonte: Elaborado pelo autor.
Em todas as línguas há convenções a serem seguidas, e na Libras 
não é diferente, pois “quando uma pessoa surda está conversando, ela 
pode omitir a primeira pessoa porque, pelo contexto, as pessoas que 
estão interagindo sabem a qual das duas o contexto está relacionado, por 
isso, quando esta pessoa está sendo utilizada pode ser para dar ênfase à 
frase” (FELIPE; MONTEIRO, 2006, p. 85).
Os pronomes interrogativos apresentam estruturas bem 
diferenciadas na Libras. Estão no início da frase, como QUE e QUEM, e 
adquirem sentidos diferenciados como “[...] ONDE e o pronome QUEM, 
quando está sendo usado com o sentido de “quem-é” ou “de quem é” 
são mais usados no final. Todos os três sinais têm uma expressão facial 
interrogativa feita simultaneamente com eles”. O pronome QUANDO é 
utilizadoem perguntas relacionadas a tempo. Ex.: Ana viajar quando [?] 
(FELIPE; MONTEIRO, 2006, p. 37).
Libras
25
Figura 12: Pronomes interrogativos
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ferreira (2010, p. 24) esclarece que existem pronomes indefinidos, 
como “NINGUÉM, que é utilizado somente quando se refere à pessoa, 
representado pelo sinal de ACABAR; NINGUÉM / NADA (1), e pode ser 
utilizado, além de pessoas, para se referir a coisas, no sentido de ACABAR”. 
Quanto aos advérbios, vamos exemplificar dois tipos mais utilizados 
na Libras: de modo e de tempo. O de tempo marca o momento em que a 
ação aconteceu. 
 • Presente: AGORA/HOJE
 • Passado: ONTEM/ANTEONTEM
 • Futuro: AMANHÃ/FUTURO
Sobre os advérbios de tempo, Brito (1995) explica que, na Libras, 
geralmente, ocupam o início da frase, mas pode acontecer de aparecerem 
também no final. Vai depender da formação da sentença frasal. Isso ocorre 
porque:
[...] não há marca de tempo nas formas verbais, é como se os 
verbos ficassem na frase quase sempre no infinitivo. O tempo 
é marcado sintaticamente através de advérbios de tempo que 
indicam se a ação está ocorrendo no presente: HOJE, AGORA; 
Libras
26
ocorreu no passado: ONTEM, ANTEONTEM; ou irá ocorrer no 
futuro: AMANHÃ. (BRASIL, 1997, p. 58) 
O advérbio de lugar refere-se a pessoas e coisas, como na frase: 
CANETA ONDE? Exemplos de advérbios de lugar: AQUI/ ALI/ AÍ/ ESTE/ 
ESSE/ AQUELE/ LÁ/ ESSA/ ESTA/.
Felipe e Monteiro (2006, p. 135) esclarecem que os advérbios de 
modo podem vir incorporados ao verbo “[...] através de uma mudança 
no seu movimento, um advérbio de modo e/ou um aspecto verbal que 
acrescenta essa informação à ação verbal”. 
RESUMINDO:
Toda vez que você for estudar verbo, pronomes e 
expressões faciais, os advérbios estarão presentes, pois 
eles perpassam os assuntos na gramática da Libras. Por 
exemplo, “os pronomes demonstrativos e os advérbios 
de lugar estão relacionados às pessoas do discurso e 
representam, na perspectiva do emissor, o que está bem 
próximo, perto ou distante. Eles têm a mesma configuração 
de mãos dos pronomes pessoais, mas os pontos de 
articulação e as orientações do olhar são diferentes” 
(FELIPE; MONTEIRO, 2006, p. 89). 
Libras
27
Verbos na Libras
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar os 
verbos em Libras e suas características, bem como o fato 
de os verbos na Libras não terem flexão e ficarem sempre 
no infinitivo. Vamos estudar!
Pereira (2010, p. 29) recorre aos estudos de Quadros e Karnopp 
(2004):
Tabela 2: Verbos em libras
Fonte: Adaptado pelo autor.
Libras
28
Dessa forma, pode-se entender sobre os verbos simples que 
“alguns desses verbos apresentam flexão de aspecto. Todos os verbos 
ancorados no corpo são verbos simples. Há também alguns que são 
feitos no espaço neutro” (PEREIRA, 2010, p. 28).
Figura 13: Verbos simples
Fonte: Elaborado pelo autor.
Alguns verbos simples, nas palavras de Pereira (2010, p. 28), podem 
incorporar pontos espaciais, como no sinal de CASA e no sinal de PAGAR, 
em que “o sinal de casa foi estabelecido em um ponto no espaço (d) e 
o sinal do verbo foi realizado em cima deste mesmo ponto tornando a 
expressão definida e específica”.
Libras
29
Quanto aos verbos de concordância, eles apresentam “[...] 
direcionalidade e orientação. A direcionalidade está associada às relações 
semânticas (source/goal). A orientação da mão voltada para o objeto da 
sentença está associada à sintaxe, marcando caso” (PEREIRA, 2010, p. 28). 
Exemplos: “Eu pergunto para você” e “Você pergunta para mim”.
Sobre os verbos com concordância, Klimsa e Klimsa (2011, p. 37) 
esclarecem que podem ser de três tipos: concordância número-pessoal, 
concordância de gênero e concordância com a localização. No primeiro 
tipo “a orientação marca as pessoas do discurso. O ponto inicial concorda 
com o sujeito e o final com o objeto”. Exemplos:
a) VERBO DAR
Figura 14: Verbo “dar”
Fonte: Elaborado pelo autor.
Já os verbos que possuem concordância de gênero são chamados 
classificadores. Isso porque “[...] estão incorporados, através da 
configuração de mão, a uma concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL 
ou COISA” (KLIMSA, KLIMSA, 2011, p. 37). Exemplos:
Libras
30
Figura 15: Verbos classificadores
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para explicar os verbos de concordância com a localização, Klimsa 
e Klimsa (2011, p. 37) apontam que “[...] começam ou terminam em um 
determinado lugar que se refere ao lugar de uma pessoa, coisa, animal 
ou veículo, que está sendo colocado, carregado etc. Portanto, o ponto de 
articulação marca a localização”. 
Os três tipos de verbos de concordância podem se apresentar 
na sinalização de um só verbo, como o verbo COLOCAR, que possui 
tanto concordância de gênero como de localização, e o verbo DAR, que 
apresenta concordância número-pessoal e de gênero (Klimsa e Klimsa, 
2011, p. 39).
A gramática da Libras ainda está em construção, pois não são 
muitos autores que se aventuram a escrever sobre essa língua. Dentre 
os nomes em destaque está o da Profa. Ronice Müller de Quadros, da 
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, autora de inúmeros livros 
sobre a Libras. Mesmo assim, pudermos estudar neste capítulo os verbos 
em Libras e suas características, como o fato de os verbos não terem 
flexão e ficarem sempre no infinitivo
Libras
31
Classificadores na Libras
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
e demonstrar na prática cada tipo de classificador e com-
preender que na Libras existem inúmeros classificadores 
que contribuem para que a mensagem seja entendida. 
Os classificadores são muito utilizados na Libras, pois “são formas que 
estabelecem um tipo de concordância, que evidenciam uma característica 
física, atribuindo-lhe uma adjetivação, por meio da qual os elementos 
sinalizados são representados” (DIAS JÚNIOR; SOUZA, 2017, p. 13).
 • Os classificadores são estruturas que possibilitam um tipo de 
concordância na Libras, ou seja, são “[...] tipos de morfemas que 
representam objetos, pessoas e animais, descrevendo-os quanto 
à forma, ao tamanho e incorporando-lhes ações” (DIAS JÚNIOR; 
SOUZA, 2017, p. 13).
Os classificadores são muito importantes na Libras, cujas 
configurações de mãos são interligadas “[...] ao movimento de certos 
tipos de verbos e que são obrigatórias, com os adjetivos descritivos 
que, nas línguas de sinais, por estas serem gesto-visuais, representam 
iconicamente qualidades de objetos” (FELIPE; MONTEIRO, 2006, p. 407).
Para expressar algo por meio de classificadores, como “[...] formas 
de objetos, pessoas e animais, bem como os movimentos e as trajetórias 
percorridas por eles”, utilizam-se as configurações de mãos. (DIAS JÚNIOR; 
SOUZA, 2017, p. 13), por exemplo, FINO [CM 45].
Pizzio et al (2009, p. 14) conceituam o classificador como um tipo 
de morfema que se utiliza das configurações de mãos para realizar a 
representação de algo. Eles “[...] podem ser afixados a um morfema lexical 
(sinal) para mencionar a classe a que pertence o referente desse sinal, 
para descrevê-lo quanto à forma e ao tamanho, ou para descrever a 
Libras
32
maneira como esse referente se comporta na ação verbal (semântico)”. A 
seguir alguns exemplos de classificadores apresentados pela autora:
a) . Fino – FIO DENTAL FINO [CM 44] b) Espessura grossa – LIVRO 
[CM 19]
c) Arredondado – CANO [CM 21]
Os classificadores, quando são utilizados para pessoas e animais, 
podem assumir a forma no plural. “Nesse caso, o plural é marcado ao se 
representar duas pessoas ou dois animais simultaneamente, com as duas 
mãos, ou fazendo um movimento repetido em relação ao número” (DIAS 
JÚNIOR; SOUZA, 2017, p. 13): 
Libras
33
a) Uma pessoa andando [CM 14]
b) Duas pessoas andando [CM 49]
Libras
34
c) Várias pessoas andando [Mão aberta ou alguns autores chamam 
de CM 61]
Os classificadores também podem expressar movimento, “[...]para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. 
Eles exercem a função de marcadores de concordância de gênero 
para pessoas, animais ou coisas” (DIAS JÚNIOR; SOUZA, 2017, p. 16). 
Existem alguns tipos de classificadores encontrados na língua de sinais, 
consequentemente na Libras, como: 
1. Classificadores descritivos – Esse tipo de classificador permite 
captar as descrições visuais de acordo com a imagem do objeto 
(inanimados ou não). “Observam-se aspectos tais como: som, 
tamanho, textura, paladar, tato, cheiro, “olhar”, sentimentos ou 
formas visuais, bem como a localização e a ação incorporada ao 
classificador” (PIZZIO et al, 2009, p. 19).
Os classificadores descritivos, nos estudos de Pizzio (et al, 2009, p. 
20), podem assumir três dimensões diferentes: a) Dimensional, que retrata 
as dimensões adequadas do que está sendo visualizado; b) Bidimensional, 
que se “[...] dá o dobro das dimensões determinadas, adequando-as ao 
que está sendo visualizado; c) Tridimensional, que dá as três dimensões 
do que está sendo visualizado dando a sensação de penetração do relevo 
visual”.
Libras
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a) SENTIMENTO – Olhar de raiva b) MOVIMENTO- Sapo pulando
No conjunto dos classificadores descritivos existe o tipo “[...] locativo, que 
envolve uma ação que determina o objeto em relação ao outro objeto, 
animado ou inanimado” (PIZZIO et al, 2009, p. 21). 
Para Felipe e Monteiro (2006, p. 406), “na Libras, os classificadores 
são formas que, substituindo o nome que as precedem, podem ser presas 
à raiz verbal para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação 
do verbo”.
2. Classificadores especificadores – Têm a função de descrever 
“[...] visualmente a forma, o tamanho, a textura, o paladar, o cheiro, 
os sentimentos, o ‘olhar’, os ‘sons’ do material, do corpo da pessoa 
e dos animais” (PIZZIO et al2009, p. 24). Como exemplo temos “a 
explosão de uma bomba”.
3. Classificadores de plural – Utiliza a configuração de mão para 
representar um objeto várias vezes. Ex.: ÁRVORE X FLORESTA.
4. Classificadores instrumentais – De acordo com Pizzio (et al, 
2009, p. 30), esse classificador é definido pela “[...] incorporação 
do instrumento descrevendo a ação gerada por ele”. Ex.: ESCOVAR 
DENTES, PINTAR A PAREDE COM ROLO; ESCOVAR CABELO.
5. Classificadores de corpo – Esse classificador, como explica Dias 
Júnior e Souza (2017, p. 28), busca descrever “[...] como uma ação 
acontece por meio da expressão corporal de seres animados. 
Observe que todo o corpo do sinalizador é usado para representar 
Libras
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pessoa ou animal”. Ex.: UM CÃO BRAVO. Esse classificador utiliza-
se de expressões faciais e corporais para descrever a ação que se 
quer retratar.
6. Classificador parte do corpo – Nesse classificador se utilizam as 
mãos para demostrar a parte do corpo que se quer representar. 
“A parte do corpo é uma localização. Pode especificar tamanho 
e forma de parte do corpo (dentes na boca, listras de um tigre) 
e classificadores dos membros (mãos e antebraço; pernas e pé)” 
(DIAS JÚNIOR; SOUZA, 2017, p. 16). Ex.: DESCREVER UMA ZEBRA.
RESUMINDO:
Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido pronomes 
e advérbios na Libras, que são bem diferentes do que 
utilizamos na língua portuguesa. Também conseguiu 
perceber diferenças entre os verbos e suas funções na 
Libras e já consegue perceber cada tipo de classificador 
em uma sinalização em Libras. Ao final da viagem 
destinada à introdução da Libras, na última parte deste 
trajeto, diferenciamos pronomes e advérbios na Libras 
em contraposição ao que usamos na língua portuguesa, 
entendemos como sinalizá-los e o que compõe cada 
verbo nas frases em Libras, demonstrando cada tipo de 
classificador na prática.
Libras
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, W. G. Introdução à Língua Brasileira de Sinais. 1. ed. Ilhéus: 
Editus, 2013. v. 1. 149p. Disponível em: http://www.santoandre.sp.gov.br/
pesquisa/ebooks/398613.pdf. Acesso em: 02 jun. 2020. 
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 abril de 2002. Estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 01 jul. 2020.
GIROTO, C. R. M.; MARTINS, S. E. S. de O.; BERBERIAN, A. P. (org.). 
Surdez e Educação Inclusiva. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: 
Oficina Universitária, 2012.
NUNES, S. da S.; SAIA, A. L.; SILVA, L. J.; MIMESSI, S. D. Surdez e 
educação: escolas inclusivas e/ou bilíngues? Revista Quadrimestral da 
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 19, 
Número 3, Setembro/Dezembro de 2015: 537-545. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/pee/v19n3/2175-3539-pee-19-03-00537. Acesso em: 
12 jul. 2020.
QUADROS, R. M. de; SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar português 
para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.
STAINBACK S.; STAINBACK W. Inclusão: Um guia para educadores. 
Porto Alegre: Artmed, 1999.
Libras
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