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HISTOLOGIA - CONCEITOS BÁSICOS

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Prévia do material em texto

HISTOLOGIA 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
PREPARADO HISTOLÓGICO 
O que é um preparado histológico? 
Preparado histológico é uma lâmina retangular de 
vidro sobre a qual foram colocadas fatias 
extremamente finas de tecidos e órgãos. Para 
proteção, os cortes são cobertos por uma delgada 
lâmina de vidro colada à lâmina, denominada lamínula. 
A espessura das fatias de tecidos ou de órgãos é 
geralmente 5 a 10 µm de espessura, isto é, de 5 a 10 
milionésimos de metro. 
Medidas usadas: 1 µm (1 micrômetro) = 1 milésimo de 
mm = 1 milionésimo de metro. 
Preparados histológicos permanentes são feitos para 
durarem muitos anos. Para a obtenção de um 
preparado permanente, fragmentos de tecidos e de 
órgãos ou células costumam passar por um processo 
denominado fixação. Este processo é feito por meios 
químicos (p. ex. com formaldeído) ou físicos (p. ex. por 
congelação). 
Os fragmentos de tecidos e órgãos são submetidos a 
vários procedimentos após os quais os podem ser 
cortados em um aparelho chamado micrótomo para 
obtenção das fatias que podem ser observadas em um 
microscópio de luz. Estas fatias são 
denominadas cortes histológicos. 
As células, assim como os cortes de tecidos e de órgãos 
são quase sempre incolores e precisam ser corados 
para que possam ser observados em um microscópio 
de luz. Finalmente, os cortes são cobertos por uma 
lamínula de vidro para sua proteção. 
As lâminas de vidro também são utilizadas para 
observação de células isoladas, bactérias, protozoários 
e outros objetos microscópicos. 
 
Fígado. Coloração: hematoxilina e eosina (HE). Aumento 
médio. 
 
PREPARADO HISTOLÓGICO VISTO AO MICROSCÓPIO 
A imagem é de um corte de um fígado observado ao 
microscópio em um aumento pequeno. 
Observe a grande área cor de rosa com pequenas 
manchas azuis, porém mais detalhes não podem ser 
percebidos neste aumento. Em cortes de outros órgãos 
observados nesse mesmo aumento, seria possível 
observar várias de suas estruturas características, p. ex. 
camadas que constituem o órgão, vasos sanguíneos e 
nervos calibrosos. 
Na imagem há muitos pequenos espaços claros. A 
maioria deles é o lúmen de vaso sanguíneo, isto é a 
cavidade central desta estrutura. 
 
Fígado. Hematoxilina e eosina (HE). Vista panorâmica.
 
UM AUMENTO MAIOR 
Continuando a observar imagens do mesmo corte de fígado, agora em um aumento um pouco maior, pode-se ver uma 
rede cor de rosa e muitos círculos azuis pequenos. São células com citoplasma cor de rosa e núcleo azulado. 
Há também muitos espaços vazios, brancos, de formatos muito diferentes. São lúmens de vasos capilares sanguíneos, 
isto é, espaços vasculares de capilares sanguíneos. 
 
Fígado. Hematoxilina e eosina (HE). Aumento médio. 
NÚCLEO E CITOPLASMA 
As células predominantes no fígado são células do tecido epitelial chamadas hepatócitos. 
Esta imagem é um aumento grande de um corte de fígado. Observam-se vários círculos azuis ou roxos. São os núcleos 
dos hepatócitos. 
Os núcleos estão no interior do citoplasma das células. A coloração aplicada ao corte histológico que está sendo 
observado se denomina Hematoxilina e eosina. Após esta coloração os núcleos aparecem em cor azul-arroxeada e o 
citoplasma corado em rosa. Esta é a coloração mais utilizada para observar cortes histológicos. Na secção final deste 
módulo haverá mais informações sobre coloração de cortes. 
 
Fígado. Coloração: HE. Aumento grande. 
Note que os hepatócitos se organizam em forma de colunas ou cordões. Em cortes estes cordões aparecem como 
células enfileiradas, mas na verdade são placas tridimensionais de hepatócitos. Mais adiante veremos que os cortes 
muito delgados de estruturas tridimensionais necessitam ser adequadamente interpretados para se conhecer a 
verdadeira estruturação das células nos tecidos e órgãos. 
Entre as placas de hepatócitos há espaços por onde passa sangue. 
A barra situada na porção inferior direita da figura mede 20 μm. 
NÚCLEOS DE OUTROS TIPOS CELULARES 
Ao examinar um preparado histológico é importante prestar atenção nos inúmeros detalhes da imagem. 
Notou que além dos núcleos esféricos dos hepatócitos há núcleos de outros tipos celulares? 
Estão geralmente corados mais intensamente que os núcleos dos hepatócitos e a forma deles nem sempre é circular. 
 
FÍgado. Coloração: HE. Aumento grande. 
NUCLÉOLOS E CROMATINA 
Os nucléolos são visíveis sob a forma de objetos 
circulares intensamente corados em azul (após 
coloração por hematoxilina e eosina) no interior dos 
núcleos. Cada núcleo pode ter vários nucléolos. No 
entanto, nem todos são vistos nos cortes por que 
alguns estão presentes nas porções dos núcleos que 
ficaram fora dos cortes. 
Os nucléolos são relativamente grandes comparados 
com grânulos de heterocromatina. 
Efeito da imagem após passar o mouse ou clicar – veja 
nucléolos marcados em verde na figura. 
Além dos nucléolos, os núcleos contêm pequenos 
grânulos de formas e tamanhos muito variáveis que 
são parte da cromatina condensada. Os cromossomos 
desta parte de cromatina estão muito espiralizados e 
formam a heterocromatina. 
O restante do núcleo se cora em azul claro, de maneira 
homogênea e sem grânulos. Esta porção é formada de 
cromatina descondensada, cujos cromossomos estão 
em grande parte desespiralizados, constituindo 
a eucromatina. 
Núcleos que contêm grande quantidade de 
heterocromatina são muito corados e são 
chamados núcleos de cromatina densa. Vários dos 
núcleos de não-hepatócitos presentes na imagem têm 
cromatina densa. São núcleos geralmente alongados 
situados nas paredes dos espaços sanguíneos. 
Núcleos em que predomina eucromatina têm 
coloração mais clara e são chamados núcleos de 
cromatina frouxa. Os núcleos dos hepatócitos são 
geralmente de cromatina frouxa. 
 
Fígado. Coloração: HE. Aumento grande. 
 
LIMITES CELULARES 
Em esquemas e desenhos de tecidos e órgãos sempre vemos as células com seus limites bem definidos. No entanto, 
infelizmente estes limites nem sempre são vistos facilmente nos preparados histológicos. 
Uma contagem rápida de núcleos revela que há cerca de 100 células neste campo microscópico. 
Efeito da imagem – na imagem ao lado aparecem destacados os limites prováveis de alguns hepatócitos. 
 
Fígado. Coloração: HE. Aumento grande. 
Em alguns tecidos é bem mais fácil identificar os limites celulares. 
A imagem é do epitélio que reveste a cavidade interna (lúmen) do intestino delgado, no qual se observam limites de 
muitas células. 
Observe bem o corte e perceba que há várias outras células com limites visíveis. 
 
Intestino delgado. Coloração: HE. Aumento grande. 
CÉLULAS BINUCLEADAS 
Muitos tipos de células têm mais de um núcleo. As células dos músculos esqueléticos, por exemplo, podem ter 
centenas de núcleos. 
Os hepatócitos frequentemente têm dois, ou às vezes três ou quatro núcleos. 
Preste atenção na imagem e procure três células binucleadas, isto é, com dois núcleos cada uma. Já vimos que os 
limites destas células nem sempre são muito visíveis, porém os núcleos de células bi- ou multinucleadas ficam mais 
próximos entre si. 
 
Fígado. HE. Aumento grande 
INTERPRETANDO ESTRUTURAS PRESENTES EM CORTES HISTOLÓGICOS 
O estudo de cortes histológicos é sempre um desafio. Os cortes são fatias muito delgadas de um fragmento de tecido 
ou órgão. Estamos observando em (quase) duas dimensões fragmentos que originalmente têm três dimensões. 
Precisam ser analisados levando em consideração que: 
1- cada corte é apenas uma amostra pequena de um objeto muitas vezes maior. 
2- o corte não revela o que estava no interior do fragmento à frente e atrás daquele corte. 
3- o corte nem sempre revela a maneira e o ângulo em que um objeto foi seccionado. 
Por estas razões, deve-se sempre examinar com muita atenção os cortes ao microscópio para tentar interpretar 
corretamente as estruturas e saber a real organização destas estruturas. 
MANEIRAS DE SECCIONAR UM ESPÉCIEQuando observamos cortes de objetos muito conhecidos é geralmente fácil entender de que maneira o objeto foi 
cortado e deduzir qual é a forma original do objeto. 
O mamão que está na parte superior da figura, obviamente foi seccionado longitudinalmente, isto é, ao longo de seu 
maior eixo. 
Por outro lado, o mamão na parte inferior foi cortado transversalmente, isto é, em um plano perpendicular ao seu 
maior eixo. 
 
Se tivéssemos uma série de vários cortes longitudinais e transversais de um mamão, mesmo uma pessoa que não 
conheça esta fruta seria capaz de deduzir com boa aproximação como um mamão é estruturado. 
O mesmo se pode fazer com cortes de tecidos e órgãos, para conhecer sua estrutura tridimensional. 
 
INTERPRETAÇÃO DE CORTES 
A imagem n.1 mostra a maneira “tradicional” de cortar um tomate – em cortes transversais ao cabo do tomate. 
Outras maneiras de corte também fornecem imagens facilmente identificáveis? Quem conhece bem um tomate 
poderá imaginar como as outras fatias foram cortadas. 
 
A imagem de n. 2 é de uma fatia seccionada longitudinalmente. 
A imagem de n. 3 é de um corte oblíquo feito na superfície do tomate. 
Com as células, tecidos e órgãos ocorre o mesmo. Muitos órgãos tiveram que ser submetidos a inúmeros cortes e em 
várias posições, para se deduzir a sua organização. 
Para facilitar o entendimento de cortes histológicos, nos próximos quadros iremos analisar de que maneira algumas 
estruturas tri-dimensionais são vistas quando seccionadas e observadas em um microscópio de luz. 
RACIOCINANDO EM 3 DIMENSÕES 
Que estrutura tridimensional ou forma geométrica é vista como um círculo após ter sido fatiada? 
Olhando somente para a imagem vista no microscópio não podemos facilmente conhecer a forma original antes do 
corte. 
Observando somente cortes, podemos confundir um cilindro com uma esfera, se o cilindro for seccionado 
transversalmente e se a esfera for seccionada no centro, pois as imagens de cortes de ambos são muito semelhantes. 
Você sabe que quando seccionamos uma esfera, obtemos fatias circulares ou elípticas, dependendo de como foi feito 
o corte. 
A figura mostra que um cilindro seccionado transversalmente oferece uma fatia circular. No entanto, se for seccionado 
obliquamente, origina uma fatia elíptica. 
 
Um cilindro oco ou um tubo, quando cortados transversalmente são vistos como anéis. 
Quando são feitos os cortes histológicos, na maioria dos casos as estruturas são seccionadas ao acaso. É infinito o 
número possível de incidências de cortes e, consequentemente, as fatias e imagens que se poderiam obter de um 
objeto. 
Um tubo oco de trajeto irregular pode ser cortado de muitas maneiras. Veja na imagem ao lado algumas destas 
maneiras e tente imaginar outras. 
 
Cada glândula sudorípara da pele têm a forma de um pequeno tubo oco cuja parede é constituída por células. 
Na porção mais profunda da glândula, chamada porção secretora, o túbulo é enovelado. 
Quando esta porção é seccionada para obter um corte histológico observa-se o tubo cortado várias vezes. Como a 
secção é feita de maneira aleatória, os cortes do tubo apresentam formatos diferentes, como mostrado na figura da 
página anterior. 
 
 
CÉLULAS SEM NÚCLEO E NÚCLEOS SEM NUCLÉOLOS 
A imagem ao lado é de um corte de cerebelo, um órgão do sistema nervoso situado no crânio junto ao cérebro. Além 
de pequenos neurônios podem ser observados três grandes neurônios de um tipo chamado célula de Purkinje. 
Em cortes de cerebelo, assim como em cortes da maioria dos outros órgãos, observam-se frequentemente células sem 
núcleos, ou com núcleos “apagados”. Em alguns núcleos se observa bem o nucléolo, porém outros núcleos parecem 
não ter nucléolo. 
Qual a razão de observarmos células do mesmo tipo com aspectos tão variados? 
 
Cerebelo. Coloração: HE. Aumento grande. 
CÉLULAS SECCIONADAS EM DIFERENTES NÍVEIS. 
Veja esta sequência de desenhos de células conforme poderiam ser observadas em um microscópio. Representam 
secções feitos em diferentes níveis das células. Algumas secções mostram somente citoplasma, outras mostram núcleo 
com nucléolo e outras secções núcleos sem nucléolo. 
No último desenho à direita, somente uma calota do núcleo está presente no corte e este tipo de núcleo é visto ao 
microscópio como um núcleo “apagado” ou fora de foco. 
Isto tudo ocorre por que as células são cortadas ao acaso em diferentes locais de sua espessura. Os vários níveis de 
secções resultam em diferentes imagens. 
 
 
FORMAS MAIS COMUNS DAS CÉLULAS 
Os diversos tipos de células do organismo têm formas bastante variadas e as suas formas quase sempre estão 
estreitamente associadas com as funções que exercem. 
1- CÉLULAS PLANAS OU PAVIMENTOSAS. São achatadas como ladrilhos. Seu contorno pode ser oval ou 
alongado e seu núcleo geralmente é elíptico. Tudo isto dá a este tipo de forma o aspecto de um ovo frito em 
que a gema seria o núcleo. Muitas destas células têm prolongamentos. 
 
2- CÉLULAS ESFÉRICAS. Só existem em meio líquido, como é o caso das células do sangue ou da linfa. Outras 
células do organismo, como por exemplo os macrófagos que são células livres e migratórias especializadas em 
fagocitose, podem ser mais ou menos esféricas, dependendo da sua posição e do contato com células ou 
estruturas vizinhas. 
 
3- CÉLULAS CÚBICAS OU CUBOIDES. Poucas células são realmente cúbicas como mostrado na Fig. 3a. Na verdade 
elas são aproximadamente cúbicas e são chamadas cuboides. Geralmente têm várias pequenas faces como 
mostrado na Fig. 3b, em vez das seis faces de um cubo verdadeiro. São as faces de contato com células 
vizinhas. 
 
4- CÉLULAS PRISMÁTICAS OU COLUNARES. Têm forma de paralelepípedos (Fig. 4a) e, como no caso das células 
cúbicas, têm várias pequenas faces (Fig. 4b). 
 
5- CÉLULAS POLIÉDRICAS. As células que existem em grande quantidade no fígado (os hepatócitos), vistas nas 
primeiras páginas deste módulo, têm formas que variam entre aproximadamente esféricas e 
aproximadamente cúbicas. Este tipo de célula tem inúmeras pequenas faces resultantes do contato entre 
células vizinhas. Este tipo de formato é muito comum no organismo. 
 
6- CÉLULAS FUSIFORMES. São células em forma de um fuso, isto é, alongadas e com as extremidades delgadas. 
Um exemplo é o das células musculares lisas. 
 
7- CÉLULAS CILÍNDRICAS. Têm forma de cilindros com extremidades achatadas, mas não afiladas como as células 
fusiformes. As células musculares cardíacas e as esqueléticas são exemplos deste tipo de forma. 
 
DIMENSÕES EM MICROSCOPIA DE LUZ 
O objetivo das duas páginas deste tópico é oferecer uma compreensão sobre as dimensões das estruturas observadas 
em um microscópio de luz. 
Para um exame microscópico de um tecido ou órgão animal geralmente recolhemos pequenos fragmentos 
representativos do tecido ou órgão. Em um laboratório estes fragmentos serão submetidos a uma série de 
procedimentos ao fim dos quais será produzido um corte de alguns milímetros quadrados de área. Veja na figura que, 
na maioria dos casos, estamos observando uma fração muito pequena de um órgão. 
Quando se observam imagens diretamente ao microscópio ou imagens impressas ou imagens na tela de um monitor, 
é difícil para alguém não experiente avaliar em que aumento estão sendo visualizadas as estruturas do preparado. 
A unidade de medida usada para as dimensões de objetos vistos em microscopia de luz é o micrômetro. Sua 
abreviatura é µm. 1.000 µm cabem em 1 mm e 1.000 mm cabem em 1 m. Um micrômetro corresponde, portanto, a 
um milésimo de um milímetro e a um milionésimo de um metro. 
 
AVALIAR O TAMANHO DE OBJETOS 
A magnificação de imagens obtidas de microscópio geralmente é expressa por meio de: 
– sua magnificação final, indicando numericamente quantas vezes a imagem está aumentada em relação ao objeto 
real no corte 
– uma pequena barra desenhada na imagem, cujo comprimento indica uma medida para ser usada como referênciapara o tamanho de objetos da imagem. Veja exemplo na imagem. 
 
Fígado. Coloração: H&E. Aumento grande. 
No MOL é adotada uma maneira simplificada para indicar os aumentos de imagens (pequeno, médio, grande) que é 
suficiente para as suas finalidades didáticas. 
Uma maneira prática e simples para avaliar o tamanho de estruturas das imagens é a seguinte: um glóbulo vermelho 
ou um linfócito pequeno têm um diâmetro aproximado de 7 micrômetros. Da mesma forma, os diâmetros dos núcleos 
de um grande número de células medem de 7 a 10 micrômetros. Por comparação com o tamanho de uma hemácia, 
de um linfócito pequeno ou de um núcleo pode-se avaliar as medidas de outras estruturas presentes na imagem. 
 
COLORAÇÕES PARA MICROSCOPIA DE LUZ 
Tipos de corantes 
A maioria dos cortes histológicos é submetida a uma coloração para permitir seu estudo ao microscópio de luz. 
Para esta finalidade foram desenvolvidos ao longo do tempo inúmeras soluções de corantes e de misturas corantes. 
As misturas mais utilizadas são as que melhor distinguem os diversos componentes das células e da matriz extracelular 
(MEC) assim como corantes que demonstram tipos celulares específicos. 
Uma das técnicas mais utilizadas é a que reúne dois corantes chamados hematoxilina e eosina e a coloração é 
denominada abreviadamente HE ou H&E. Os cortes são habitualmente corados inicialmente com hematoxilina e em 
seguida com eosina. 
Corantes básicos 
As moléculas de muitos corantes são sais. As moléculas de corantes nos quais o seu cátion é dotado de cor tem caráter 
básico, como por exemplo o azul de toluidina e o azul de metileno. Por isso são também denominados corantes 
básicos. 
A hematoxilina, embora não seja um sal, se comporta na prática como um corante básico. A solução de hematoxilina 
cora em azul-arroxeado vários componentes das células e da matriz extracelular. 
De modo geral, as estruturas das células e da matriz dos cortes que contêm grupos ácidos têm afinidade pelos cátions 
coloridos dos corantes básicos. Por essa razão estas estruturas são denominados estruturas basófilas, devido a sua 
afinidade e coloração por corantes básicos. 
Exemplos de estruturas basófilas: 
– os núcleos têm grupamentos ácidos nos seus ácidos nucleicos e por isso são basófilos e se coram em roxo pela 
hematoxilina e por corantes básicos. 
– o ergastoplasma (correspondente no microscópio eletrônico ao retículo endoplasmático granuloso) contém muito 
ácido ribonucleico. 
– a matriz extracelular da cartilagem possui muitas moléculas com grupamentos ácidos (principalmente sulfatos). 
Corantes ácidos 
Outro importante grupo é o dos corantes de caráter ácido – os chamados corantes ácidos. Nestes a porção aniônica 
da molécula é colorida. Exemplos: eosina, orange G. Componentes dos cortes que se coram por corantes ácidos são 
chamados de estruturas acidófilas ou eosinófilas. 
Exemplos de estruturas acidófilas: 
– o citoplasma fundamental (citosol) e as mitocôndrias. Por esta razão, o citoplasma da maioria das células se cora 
em rosa-vermelho pela eosina após coloração por HE. 
– as fibras colágenas do tecido conjuntivo. Por esta razão a matriz extracelular, que na maioria dos tecidos possui 
muita proteína colágeno, se cora em rosa pela eosina. 
Avisos: 
Esta classificação de corantes ácidos e básicos não se aplica a todos corantes e misturas corantes. 
Além disto, a coloração por HE é genérica e não distingue os diversos componentes das células conhecidos como 
organelas, a não ser o núcleo, nucléolo e eventualmente o ergastoplasma. As diversas organelas necessitam ser 
tratadas por colorações ou técnicas especiais para serem observadas ao microscópio de luz. 
HEMATOXILINA E EOSINA 
A imagem é de um corte histológico de uma região da parede do intestino em corte corado por hematoxilina e eosina 
(HE). 
A porção direita da imagem é ocupada por um feixe de células musculares lisas. Estas células são fusiformes e paralelas 
entre si. Nesta figura os eixos longos das células musculares estão na maioria em posição vertical ou oblíqua. 
A porção esquerda da imagem é ocupada por tecido conjuntivo constituído por grande quantidade de fibras 
colágenas, que são acelulares e que fazem parte da matriz extracelular. As células deste tecido estão dispostas de 
maneira muito variada. 
Os núcleos de ambos tecidos têm grupamentos ácidos nos seus ácidos nucleicos e por isso são 
denominadas estruturas basófilas que se coram em roxo pela hematoxilina. 
Repare que a maioria dos núcleos das células do tecido conjuntivo se cora muito mais que as do tecido muscular sendo 
mais escuros. São chamados núcleos de cromatina densa. Os núcleos que se coram menos, como os das células 
musculares, são chamados núcleos de cromatina frouxa. 
Após colocar o mouse ou clicar sobre a imagem os núcleos de ambos tecidos ficarão corados em azul escuro. 
O citoplasma das células musculares lisas e da maioria dos outros tipos celulares se cora em cor de rosa ou alaranjado, 
por ter sido corado preferentemente pela eosina. Estruturas que se coram pela eosina e por outros corantes ácidos 
são chamadas de acidófilas ou eosinófilas. 
A maior parte da região corada em rosa no lado direito é citoplasma das células musculares. 
A porção esquerda da imagem, formada por tecido conjuntivo, também se cora bastante por eosina e é, portanto, 
eosinófila ou acidófila. Este tecido tem uma grande quantidade de fibras colágenas, que são as estruturas alongadas 
e tortuosas coradas pela eosina. As fibras colágenas são constituídas pela proteína colágeno e por outras proteínas. 
 
Intestino delgado. Coloração: HE. Aumento médio. 
Vários tipos de células, especialmente células que sintetizam muitas proteínas, possuem muitos ribossomos livres no 
seu citoplasma ou um retículo endoplasmático granuloso (REG) muito desenvolvido. Em células que possuem grandes 
conjuntos de cisternas do REG, seus aglomerados podem ser vistos ao microscópio de luz e recebem o nome 
de ergastoplasma. 
As regiões citoplasmáticas onde há acúmulos de ribossomos ou ergastoplasma se coram por hematoxilina e quando 
estas células são observadas por microscopia de luz elas apresentam cor azulada. Já foi mencionado que a afinidade 
de estruturas ácidas por corantes básicos é denominada basofilia. Portanto, estas regiões do citoplasma são basófilas. 
Um exemplo muito demonstrativo de basofilia citoplasmática pode ser visto nas células exócrinas do pâncreas. Estas 
células secretam suco pancreático, que é constituído de grande quantidade de proteínas. A forma geral destas células 
é piramidal ou piriforme (em forma de pera). Elas se reúnem em pequenos conjuntos esféricos chamados ácinos (mais 
detalhes no Módulo – Epitélios glandulares). 
A região destas células que contêm muito ergastoplasma fica na base da pirâmide. Como estas células contêm muitas 
proteínas ao lado de ácidos nucleicos, estas regiões mostram uma mistura de coloração por hematoxilina e por eosina, 
portanto uma cor arroxeada. 
Ao deslocar o mouse ou clicar sobre a figura, duas células exócrinas de um ácino aparecem demarcadas por linhas 
escuras. A porção basófila do seu citoplasma aparecerá demarcada em azul claro. Os núcleos aparecerão coloridos em 
um tom mais escuro de azul. 
A região da célula que ocupa todo o ápice da pirâmide está preenchida por grãos de secreção – que contêm suco 
pancreático. Este é constituído quase só de proteínas, que se coram preferentemente por corantes ácidos como a 
eosina – a região é, portanto, acidófila. 
O ápice da pirâmide aparecerá em cor de rosa após colocar o mouse ou clicar sobre a imagem. 
Aproveite para observar que estas células secretoras possuem nucléolos muito volumosos, ressaltados em alguns dos 
núcleos. 
 
Pâncreas. Coloração: HE. Aumento médio. 
MAIS SUTILEZAS DA COLORAÇÃO POR H&E 
Coloração da matriz extracelular 
O material que fica entre as células -chamado matriz extracelular- também é corado pelas colorações histológicashabituais. 
A composição química da matriz extracelular varia nos diversos tecidos e regiões do organismo. Se a matriz for 
constituída principalmente por proteínas, provavelmente será corada pela eosina e terá característica de acidofilia. 
Isto foi observado na página 1-24, onde as fibras colágenas estavam coradas por eosina. 
A imagem da página atual é de um corte de cartilagem hialina. As células cartilaginosas são também 
chamadas condrócitos. São vistos em azul escuro após movimentar o mouse ou clicar. Entre os condrócitos ou entre 
grupos de condrócitos existe matriz extracelular. 
Repare que em vez de ser acidófila (cor de rosa, corada pela eosina) como no caso da matriz rica em colágeno, a matriz 
da cartilagem se cora em azul-roxo pela hematoxilina e é, portanto, basófila. Isto acontece porque a matriz deste tipo 
de cartilagem contém muitas moléculas com grupamentos ácidos (principalmente sulfatos).#stes tem afinidade pela 
hematoxilina. 
Ela aparece em ressaltada em azul turquesa após movimentar o mouse, envolvendo os condrócitos. 
Em torno deste pequeno fragmento de cartilagem (próximo à borda esquerda e direita da figura) há matriz extracelular 
rica em colágeno o qual, como o colágeno de outros locais do organismo, se cora em vermelho ou rosa pela eosina e 
é acidófilo. 
PREPARAÇÃO DE TECIDOS DUROS – OSSO E DENTE 
A preparação de cortes histológicos de tecidos duros é um desafio que é resolvido por metodologias específicas. 
Osso e dente são tecidos rígidos devido à presença de sais minerais em sua composição. É o que se 
denomina mineralização. Como os sais depositados são principalmente moléculas de fosfato de cálcio, sob forma de 
cristais de um mineral denominado hidroxiapatita, esta deposição de sais é também denominada calcificação. 
Micrótomos comuns não têm capacidade de seccionar tecidos mineralizados, pois são muito duros. Há, porém 
micrótomos especiais que podem fazê-lo. 
Na prática, no entanto, a maioria dos laboratórios de Histologia não possuem um equipamento deste tipo. 
Nas páginas seguintes são descritos os principais métodos para obtenção de cortes delgados para observação de 
tecidos calcificados em microscópio de luz. 
DESCALCIFICAÇÃO 
Para possibilitar a obtenção de cortes delgados de osso e dente os tecidos podem ser submetidos a 
uma descalcificação. 
A descalcificação pode ser feita por várias maneiras, sendo a mais comum mergulhar dentes ou fragmentos de osso 
por períodos de tempo adequados em soluções que retiram os sais de cálcio. 
Soluções ácidas solubilizam os cristais de cálcio os quais abandonam os dentes ou fragmentos de osso e entram na 
solução. No entanto, soluções ácidas podem, em tempo prolongado, prejudicar a estrutura dos tecidos e fornecer 
imagens distorcidas por artefatos de técnica. 
Outra maneira é colocar os tecidos em soluções de certas substâncias, como o ácido etilenodiamino tetra-acético 
(EDTA), que têm ação quelante. Os quelantes são moléculas que têm grande afinidade por certos ions, entre os quais 
cálcio, chumbo e se ligam a eles. 
Íons presentes nos tecidos são deslocados gradativamente para a solução do quelante que fixa os íons e diminui a sua 
concentração na solução, induzindo a gradativa solubilidade dos íons dos tecidos. 
A ação de quelantes é mais delicada que a ação de ácidos e fornece imagens mais próximas da situação dos tecidos in 
vivo. 
Após a descalcificação a consistência dos tecidos diminui e eles podem ser submetidas a procedimentos rotineiros de 
preparação histológica, incluídos em parafina e seccionados em micrótomos. Os cortes podem ser corados pelas 
misturas corantes rotineiras em Histologia. 
A imagem é de um corte histológico de um fragmento de osso descalcificado. Como se pode observar, a descalcificação 
permite preservar muito bem a estrutura histológica do tecido. Detalhes das células e a matriz extracelular orgânica 
podem ser bem observados. 
 
Osso descalcificado e corado por HE. 
PREPARADOS POR DESGASTE 
Uma outra maneira de obter cortes muito delgados para observação em microscopia de luz é a preparação por 
desgaste. 
Fragmentos de ossos ou dentes são comprimidos contra um esmeril rotatório para lentamente desgastar o fragmento 
até obter fatias bastante delgadas que possam ser observadas ao microscópio de luz. 
Estas fatias podem ser observadas diretamente em microscópios comuns ou em microscópios de luz polarizada, sem 
uso de colorações, pois são tão delgadas que se tornam translúcidas. 
São chamadas de preparações por desgaste. 
No preparo dos tecidos mineralizados por desgaste tanto as células como matéria orgânica deixam de ser observados, 
mas o arcabouço formado pelo componente mineral é preservado e pode ser estudado ao microscópio. 
 
Preparação por desgaste.

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