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Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
Material do Aluno 
 
 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
TOMO V 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
2 
CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP 
 
 
 
 
 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
TOMO V 
 
Christiane Mazur Doi 
Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências - 
Tecnologia Nuclear, Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com 
Aperfeiçoamento em Tópicos de Estatística. Professora titular da 
Universidade Paulista. 
 
Maria José Teixeira 
Mestra em Ciências Contábeis e Bacharela em Ciências Contábeis. 
Professora adjunta e Coordenadora Geral Técnica do curso de Ciências 
Contábeis da Universidade Paulista. 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
3 
Questões 1 e 2 
Questão 1.1 
Pelas características qualitativas da informação contábil-financeira útil, são identificados os tipos de 
informação que muito provavelmente são reputados como os mais úteis para investidores, credores 
por empréstimos e outros credores, existentes e em potencial, para tomada de decisões acerca da 
entidade que reporta com base na informação de seus relatórios contábil-financeiros (informação 
contábil-financeira). 
As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros 
eventos, por meio do seu grupamento em classes amplas de acordo com as características 
econômicas. 
Essas classes são denominadas elementos das transações contábeis. Os elementos diretamente 
relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no Balanço Patrimonial são os ativos, 
os passivos e o patrimônio líquido. 
COMITÉ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro: CPC 00 (R1). Brasília, 2011 (com adaptações). 
 
Tendo como referência o exposto, suponha que uma indústria de alta tecnologia tenha 
descontinuado a produção de um componente eletrônico que era vendido a outras indústrias 
para a fabricação de microcomputadores e que a máquina instalada nessa linha de produção 
tenho sido concebida especialmente para fabricar esse componente. Considere, ainda, que 
dada a impossibilidade do uso desse componente em outras linhas de produção ou de sua 
venda no mercado de usados, o contador tenha baixado a máquina do ativo da empresa, 
cujo valor contábil na data da baixa era de R$1.300.000,00. 
Com base na situação apresentada, faça o que se pede nos itens a seguir. 
a) Justifique a decisão do contador de baixar a máquina do ativo da empresa, 
fundamentando-se na definição de ativo segundo as normas contábeis adotadas no 
Brasil. 
b) Supondo que o contador não tivesse baixado a máquina do ativo, descreva a 
consequência para a utilidade e a qualidade das informações contábeis reportadas pela 
empresa. Embase sua resposta nas Características Qualitativas Fundamentais. 
 
Questão 2.2 
As Características Qualitativas Fundamentais, previstas na Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, são a relevância e a 
representação fidedigna. 
No que diz respeito a essas características, avalie as afirmativas a seguir. 
I. A informação contábil-financeira é relevante quando capaz de fazer diferença, com valor 
preditivo e/ou confirmatório, nas decisões. 
 
1Questão Discursiva 5 – Enade 2015. 
2Questão 15 – Enade 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
4 
II. A informação pode ser capaz de fazer diferença em uma decisão ainda que alguns 
usuários decidam não a levar em consideração. 
III. Para ser representação fidedigna, a realidade retratada deve ser completa e neutra, e 
estar livre de erro. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II, III. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Aspectos gerais da Estrutura Conceitual 
 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu, em 2011, o Pronunciamento 
Conceitual Básico (R1), que trata da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro, também denominado de CPC 00. 
De acordo com o prefácio desse pronunciamento, o International Accounting 
Standards Board (IASB), organização internacional que publica e atualiza as normas 
internacionais de contabilidade, está em pleno processo de atualização de sua Estrutura 
Conceitual, cujo projeto está sendo conduzido em fases, como reproduzido abaixo. 
 
À medida que um capítulo é finalizado, itens da Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que foi emitido em 
1989, vão sendo substituídos. Quando o projeto da Estrutura Conceitual for 
finalizado, o IASB terá um único documento, completo e abrangente, 
denominado Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil-Financeiro (The Conceptual Framework for Financial Reporting). 
 
A Estrutura Conceitual está dividida em quatro capítulos, conforme segue. 
• Capítulo 1 – Objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral. 
• Capítulo 2 – A entidade que reporta a informação (dado a ser acrescentado 
futuramente). 
• Capítulo 3 – Características qualitativas da informação contábil-financeira útil. 
• Capítulo 4 – Estrutura Conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações 
contábeis (1989): texto remanescente. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
5 
O objetivo das demonstrações contábeis, segundo as determinações do 
Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – (CPC 00), é fornecer informações que sejam úteis 
na tomada de decisões econômicas e nas avaliações por parte dos usuários em geral, não 
tendo o propósito de atender à finalidade ou à necessidade específica de determinados 
grupos de usuários. Essas regulamentações satisfazem, portanto, as necessidades comuns 
da maioria dos seus usuários. 
Segundo o Pronunciamento (CPC 00), os usuários utilizam as demonstrações 
contábeis para tomadas de decisões econômicas, tais como: 
 
a. decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; 
b. avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha 
sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de 
conta; 
c. avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes 
outros benefícios; 
d. avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros 
emprestados à entidade; 
e. determinar políticas tributárias; 
f. determinar a distribuição de lucros e dividendos; 
g. elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou 
h. regulamentar as atividades das entidades. 
 
Cabe ressaltar que a Estrutura Conceitual apresentada nesse pronunciamento 
estabelece conceitos que fundamentam a elaboração e a apresentação de demonstrações 
contábeis destinadas a usuários externos e não define normas ou procedimentos para 
qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. Nada nessa 
Estrutura Conceitual substitui qualquer Pronunciamento Técnico, Interpretação ou 
Orientação. Se algum conflito for observado, sempre as exigências do Pronunciamento 
Técnico, da Interpretação ou da Orientação específicos devem prevalecer sobre a Estrutura 
Conceitual. 
 
1.2. Elementos das demonstrações contábeis 
 
O capítulo 4, Estrutura Conceitual para a Elaboração e a Apresentação das 
Demonstrações Contábeis do Pronunciamento Conceitual Básico (R1) – (CPC 00), determina 
que 
 
as demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das 
transações e outros eventos, por meio do grupamento dos mesmos em 
classes amplas de acordo com as suas características econômicas. Essas 
classes amplas são denominadas de elementos das demonstrações contábeis.Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
6 
Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial 
e financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio 
líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do 
desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas. 
 
Os elementos das demonstrações contábeis são definidos do modo a seguir. 
• Ativo: é um recurso controlado pela entidade, como resultado de eventos passados, e 
do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. O benefício 
econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou 
indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. 
• Passivo: é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja 
liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar 
benefícios econômicos. 
• Patrimônio Líquido: é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos 
todos os seus passivos. É representado pelo capital social (recursos aportados pelos 
sócios), pelas reservas de retenções de lucros e pelas reservas que representam ajustes 
para manutenção do capital. 
• Receitas: são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a 
forma de entrada de recursos ou de aumento de ativos ou diminuição de passivos, que 
resultam em aumentos do patrimônio líquido. 
• Despesas: são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a 
forma de saída de recursos ou de redução de ativos ou acréscimos de passivos, que 
resultam em decréscimo do patrimônio líquido. 
 
1.3. Características qualitativas da informação contábil-financeira útil 
 
 Conforme Pronunciamento Conceitual Básico (R1) do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC 00), as características qualitativas da informação contábil-financeira útil 
identificam os tipos e as informações importantes nas decisões de investidores, de credores 
por empréstimos e de outros credores existentes ou em potencial. 
 Para que a informação contábil-financeira seja útil, ela precisa ser relevante e 
representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A utilidade da informação 
contábil-financeira será melhorada se ela for comparável, verificável, tempestiva e 
compreensível. As características qualitativas dividem-se, portanto, em fundamentais e de 
melhoria. 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
7 
1.3.1. Características qualitativas fundamentais 
 
 As características qualitativas fundamentais são a relevância e a representação 
fidedigna, descritas abaixo. 
• Relevância: de acordo com o item QC6 do CPC 00, a informação contábil-financeira é 
relevante quando é capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos 
usuários, ainda se eles decidirem não a levar em consideração ou se já tiverem tomado 
ciência de sua existência por outras fontes. O item QC7 complementa que a informação 
contábil-financeira é capaz de fazer diferença nas decisões se tiver valor preditivo, valor 
confirmatório ou ambos. A informação contábil tem valor preditivo se puder ajudar os 
usuários a aumentarem a probabilidade de predizer futuros resultados e tem valor 
confirmatório se retroalimentarem ou servirem de feedback para a confirmação ou a 
alteração das avaliações prévias. 
• Representação fidedigna: a realidade é representada fidedignamente, segundo o 
item QC12 do CPC 00, quando apresenta três atributos: é completa, neutra e livre de 
erros. 
o Completa: o retrato da realidade econômica é completo quando inclui toda a 
informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno que está 
sendo retratado, incluindo todas as descrições e as explicações necessárias. 
o Neutra: um retrato neutro da realidade econômica, de acordo com o item QC14 
do CPC 00, é desprovido de viés na seleção ou na apresentação da informação 
contábil-financeira. A realidade econômica não pode ser manipulada de modo que 
seja recebida pelos usuários de modo favorável ou desfavorável. 
o Livre de erros: a realidade econômica é livre de erros quando não há omissões 
ou erros no fenômeno retratado e quando o processo utilizado para produzir a 
informação reportada foi selecionado e aplicado também livre de erros. 
 
1.3.2. Características qualitativas de melhoria 
 
 As características qualitativas de melhoria são a comparabilidade, a verificabilidade, a 
tempestividade e a compreensibilidade, conforme explicações a seguir. 
• Comparabilidade: permite que os usuários identifiquem e compreendam similaridades 
e diferenças entre os itens. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
8 
• Verificabilidade: significa que diferentes observadores chegam a um mesmo consenso 
sobre determinada informação reportada, embora não cheguem necessariamente a um 
completo acordo. Segundo o Pronunciamento Conceitual Básico (R1), a verificação pode 
ser direta ou indireta. A verificação direta está relacionada à constatação fidedigna do 
montante ou está relacionada a outra representação por meio de uma observação direta, 
como, por exemplo, por meio da contagem de caixa. A verificação indireta implica checar 
os dados de entrada do modelo ou da fórmula e recalcular os resultados obtidos pela 
aplicação do mesmo método. O exemplo dado por Santos et al (2015) é a verificação do 
valor contábil dos estoques pela verificação dos dados de entrada (quantidades e custos) 
e pelo recálculo do saldo final dos estoques, utilizando a mesma premissa adotada no 
fluxo do custo (por exemplo, usando o método PEPS). 
• Tempestividade: nos termos do item QC29 do CPC 00, tempestividade significa ter 
informação disponível para tomadores de decisão a tempo de ser possível influenciá-los 
em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem menos utilidade. 
Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o 
encerramento do período contábil em decorrência de alguns usuários que, por exemplo, 
necessitarem identificar e avaliar tendências. 
• Compreensibilidade: segundo o item QC31 do CPC 00, classificar, caracterizar e 
apresentar a informação com clareza e concisão tornam-na compreensível. Certos 
fenômenos são inerentemente complexos, mas a exclusão de informações sobre tais 
fenômenos dos relatórios contábil-financeiros, apesar de tornar a informação mais 
facilmente compreendida, implicaria relatórios incompletos e potencialmente distorcidos. 
Desse modo, o item QC32 do Pronunciamento Conceitual Básico (R1) explica que os 
relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento 
razoável de negócios e de atividades econômicas. 
 
2. Padrão de resposta do INEP e análise das afirmativas 
 
Questão 1. 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Estrutura conceitual para elaboração e 
divulgação de relatório contábil-financeiro. Disponível em 
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em 17 
nov. 2016. 
• SANTOS, J. L. dos, et al. Manual de práticas contábeis: aspectos societários e 
tributários. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
10 
Questão 3 
Questão 3.3 
As áreas do conhecimento embasam-se em pressupostos e métodos científicos de diversas 
escolas de pensamento. Especificamente na área da contabilidade, as escolas de 
pensamento norte-americana e italiana são as principais correntes em que se fundamenta a 
contabilidade brasileira. Acerca dessas escolas, assinale a opção correta. 
A. A italiana enfatiza a abordagem informacional, enquanto a escola norte-americana 
conferegrande importância à sistematização do plano de contas. 
B. A norte-americana adota a visão estabelecida pelo neopatrimonialismo, enquanto a 
escola italiana assume como principal foco a geração das informações contábeis para 
seus diversos usuários. 
C. A italiana prioriza as necessidades dos usuários das informações contábeis, enquanto a 
escola norte-americana demonstra excessiva preocupação em caracterizar a 
contabilidade como ciência. 
D. A norte-americana considera prioritário o conhecimento da teoria das contas, enquanto a 
escola italiana enfatiza a área de auditoria para garantir maior confiabilidade às 
informações geradas. 
E. A norte-americana considera a contabilidade uma fornecedora de informações 
econômicas relevantes para os diversos usuários, enquanto a escola italiana defende que 
a contabilidade deve estudar apenas os eventos que afetam o patrimônio das entidades. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. A evolução do pensamento contábil 
 
A história da contabilidade indica que a preocupação do homem em controlar suas 
propriedades e suas riquezas foi um dos principais fatores para o avanço da teoria e da 
aplicação da ciência contábil. 
Para Iudícibus (2015), a preocupação com as propriedades e a riqueza é uma 
constante no homem da antiguidade (como hoje também o é), e ele teve de aperfeiçoar 
seus instrumentos de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades se 
desenvolveram em dimensão e em complexidade. 
 
3Questão 10 – Enade 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
11 
A evolução da contabilidade foi marcada pelo surgimento de várias escolas de 
pensamento contábil, e a obra de Luca Pacioli, publicada em 1494, representou a expressão 
do início da era moderna da Contabilidade. 
O livro de Pacioli, intitulado Summa de arithmetica, geometria, proportioni et 
proportionalitá e publicado em Veneza em 1494, apenas dois anos após a chegada de 
Colombo à América, era fundamentalmente um tratado de matemática, mas incluía uma 
seção sobre o sistema de escrituração por partidas dobradas, denominado Particularis de 
Computis et Scripturis. Essa seção foi o primeiro material publicado que descrevia o sistema 
de partidas dobradas e apresentava o raciocínio sobre o qual se baseavam os lançamentos 
contábeis (HENDRIKSEN, 2012). 
O surgimento do método das partidas dobradas e a sua divulgação por meio da obra 
de Luca Pacioli foram impulsos vigorosos para a expansão da escola italiana por toda a 
Europa e para o seu domínio no cenário contábil até o início do século XX. Em 1920, com a 
ascensão mundial dos Estados Unidos, surge a escola norte-americana. 
O Brasil, por não ter uma escola de pensamento contábil genuinamente nacional, 
sofreu a influência das duas escolas. No período de 1915 a 1964, a contabilidade brasileira 
foi influenciada pela escola italiana. A partir de 1964, com a chegada das empresas de 
auditoria anglo-americanas, a contabilidade brasileira passou a ser a influenciada pela escola 
norte-americana. 
Vale notar que o Decreto N° 2.627, primeira Lei das Sociedades por Ações, publicado 
em 1940, foi redigido segundo os princípios da escola italiana, e a Lei N° 6.404, a nova Lei 
das Sociedades por Ações, publicada em 1976, foi totalmente inspirada na escola norte-
americana. 
 
1.2. Escola italiana 
 
A escola italiana foi a primeira escola do pensamento de contabilidade que exerceu 
influência no cenário contábil mundial. Acontecimentos marcantes de naturezas diversas, 
nas esferas política, social e econômica, envolveram a Itália durante o século XV e XVI. 
Várias cidades italianas, como Veneza, Florença, Gênova e Pisa, destacavam-se pelo 
desenvolvimento do comércio na Europa e tornaram-se pontos de origem e pontos de 
chegada para grandes rotas comerciais do oriente. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
12 
Nesse cenário, Luca Pacioli, convivendo e aprendendo com os mercadores da época, 
escreveu e publicou a obra Summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalitá, 
na qual expôs o método das partidas dobradas. 
Iudícibus (2015) menciona que é fácil entender o motivo pelo qual a Contabilidade 
teve seu progresso, como disciplina, em cidades italianas como Veneza, Gênova, Florença e 
Pisa. Essas e outras cidades europeias estavam em plenas atividades mercantis, econômicas 
e culturais a partir do século XIII até o início do século XVII. 
Várias correntes de pensamento contábil foram desenvolvidas na escola italiana. 
Sá (2010) comenta que as diversas correntes doutrinárias receberiam como 
denominação o que imaginavam ser a matéria e o objetivo predominante de estudos da 
contabilidade, conforme descrito a seguir. 
 
• Os contistas imaginavam que a contabilidade deveria dedicar-se ao 
estudo das contas. 
• Os personalistas defendiam o estudo dos aspectos de direitos e das 
obrigações que envolviam os donos da riqueza e tudo o que com esta se 
relacionasse. 
• Os controlistas admitiam que o objetivo era estudar a matéria sob o 
ângulo do controle da riqueza e o que de forma correlata com este se 
relacionasse. 
• Os aziendalistas admitiam que a instituição, a empresa, são os objetos de 
nosso estudo e que a contabilidade nada mais faz que inserir-se em um 
complexo de matérias que se aplicam ao campo celular social. 
• Os reditualistas observaram a predominância do lucro como objetivo, 
• Os patrimonialistas reconheceram que o objeto de estudos da 
contabilidade é o patrimônio, enquanto riqueza gerida para cumprir o fim 
aziendal. 
• Os neopatrimonialistas admitem que o objeto de estudos é o patrimônio 
das células sociais, mas estudado sob a ótica de funções sistemáticas, e 
estas em relação à eficácia (SÁ, 2010). 
 
Cada uma dessas escolas e correntes teve sua influência intelectual. Algumas delas 
ainda exercem influências em diversas partes do mundo. 
 No Brasil, o pensamento determinante é o patrimonialismo. 
O patrimonialismo foi criado por Vincenzo Masi, em 1923, e é tido como a principal 
corrente do pensamento da escola italiana. Considera o patrimônio como objeto de estudo 
da contabilidade e divide-se em estática patrimonial, dinâmica patrimonial e relevação 
patrimonial. O patrimonialismo estuda os critérios, os métodos e os instrumentos 
necessários para a mensuração e o levantamento das demonstrações contábeis. Com base 
nas lições de Masi, o Sá (2010) organizou o neopatrimonialismo como escola, com as 
finalidades de ampliação e reforço do pensamento masiano, admitindo que, no patrimônio, 
tudo se transforma, tudo se relaciona, tudo se organiza em sistemas, tudo busca a eficácia e 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
13 
nada pode estar alheio aos continentes da riqueza das células sociais. Com isso, esse 
pensador estabeleceu um processo lógico de construção de uma teoria geral que pudesse 
alimentar todas as demais. 
A partir de 1920, a escola italiana começa a entrar em declínio. Segundo Iudícibus 
(2015), os defeitos da escola europeia estão substanciados: 
 
1) na relativa falta de pesquisa indutiva sobre a qual efetuar generalizações 
mais eficazes; 
2) em se preocupar demasiadamente com a demonstração de que a 
Contabilidade é ciência, quando o mais importante é conhecer bem as 
necessidades informativas dos vários usuários da informação contábil e 
construir um sistema contábil de informação adequado; 
3) na excessiva ênfase na teoria das contas, isto é, no uso exagerado das 
partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade, 
necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial; 
4) na falta de aplicação de muitas das teorias expostas; 
5) na queda de nível de algumas das principais faculdades, principalmente 
italianas, superpovoadas de alunos, com professores mal remunerados, 
dando expansão mais à imaginação do que à pesquisa séria de campo e 
de grupo. 
 
Com a decadência da escola italiana, surgea escola norte-americana, que se 
destacou pela proposta de novas ideias para a aplicação da contabilidade. Enquanto a escola 
italiana estudava, de modo geral, apenas a teoria contábil, a escola norte-americana focou-
se na prática contábil. 
 
1.3. Escola norte-americana 
 
A escola norte-americana começa a ganhar projeção a partir do início do século XX. A 
economia mundial foi estruturalmente modificada em função da consolidação do modelo 
capitalista. 
Segundo Iudícibus (2015), o surgimento das gigantescas corporations, o 
aprimoramento do mercado de capitais e o ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos 
experimentaram representaram terreno fértil para o avanço das teorias e das práticas 
contábeis norte-americanas no início do século XX. Além disso, os Estados Unidos herdaram 
da Inglaterra a tradição no campo de auditoria. 
O mercado mundial precisava de novas informações e a contabilidade, para adequar-
se aos novos padrões, teve de desenvolver um modo de operação mais aprimorado e 
completo para atender a um número cada vez maior de usuários da informação contábil, 
preocupados na garantia da segurança de seus investimentos. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
14 
A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, foi outro fator que contribuiu para o 
desenvolvimento da contabilidade nos Estados Unidos. 
Segundo Hendriksen (2012), a crise do mercado de ações de New York em 1929 
gerou “ondas de choque” que continuaram a ser sentidas por seis décadas. Antes dessa 
crise, os investimentos na Bolsa de Valores de New York estavam em pleno crescimento, 
com a quadruplicação do volume médio negociado de 1922 a 1929. A partir de outubro de 
1929, e em curto espaço de tempo, a expansão terminou e iniciou-se a grande depressão. 
A quebra da bolsa causou forte abalo na contabilidade e nas demonstrações contábeis 
e deixou explícito que as empresas adotavam diferentes métodos contábeis e que não havia 
regras definidas e padronizadas. Assim, contadores, auditores e a própria bolsa de valores 
foram alvo de severas críticas por parte dos investidores. 
Isso obrigou o governo norte-americano a tomar medidas reparadoras, que 
culminaram na criação da SEC (Securities and Exchange Commission), comissão que 
dispunha de poderes para fiscalizar as empresas abertas, para determinar procedimentos 
contábeis e para estabelecer a forma de as demonstrações financeiras serem feitas (as 
quais, obrigatoriamente, deveriam a ela ser entregues). A SEC também ficou incumbida de 
emitir procedimentos práticos de contabilidade e de auditoria. 
Adiciona-se, ainda, como fator decisivo no desenvolvimento da contabilidade nos 
Estados Unidos, o surgimento de associações profissionais responsáveis pela promoção de 
estudos, pesquisas e procedimentos de normas de contabilidade. 
Iudícibus (2015) comenta que a evolução da Contabilidade nos Estados Unidos apoia-
se em sólido embasamento, como os apresentados a seguir. 
 
1) O grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais. 
2) O investidor médio deseja estar permanentemente bem informado, 
colocando pressões não percebidas no curtíssimo prazo, mas frutíferas no 
médio e longo prazos, sobre os elaboradores de demonstrativos 
financeiros, no sentido de que evidenciem tendências; 
3) O governo, as universidades e os institutos de contadores empregam 
grandes quantias para pesquisas sobre princípios contábeis. 
4) O Instituto dos Contadores Públicos Americanos tem sido órgão atuante 
em matéria de pesquisa contábil, desde muitas décadas. 
5) Mais recentemente, a criação do Financial Accounting Standards Board 
(FASB), em 1.973, mesmo ano da criação do IASC, hoje IASB, e, há 
muitos anos, da SEC (a CVM deles), tem propiciado grandes avanços nas 
pesquisas sobre procedimentos contábeis. 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
15 
2. Análise das alternativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• HENDRIKSEN, E. S; BREDA, M. F. V. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2012. 
• IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
• SÁ, A. L. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
16 
Questão 4 
Questão 4.4 
Em janeiro de 2015, uma empresa solicitou empréstimo a determinada instituição financeira 
para pagamento em dez meses. Foi registrado na contabilidade o valor recebido em conta 
do Ativo e o valor total do empréstimo em conta do Passivo. Os encargos financeiros 
incidentes sobre o empréstimo foram debitados em uma conta redutora do Passivo, 
denominada “Encargos Financeiros a Transcorrer”, tendo sido essa conta posteriormente 
apropriada para despesas financeiras, no resultado, à medida do tempo transcorrido. 
Nessa situação, esse registro contábil dos encargos financeiros tem por base o princípio da 
A. entidade. 
B. prudência 
C. continuidade 
D. competência 
E. atualização monetária. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Conceitos de Princípios de Contabilidade 
 
Os Princípios de Contabilidade são normas gerais de observância obrigatória, cujo 
objetivo é orientar os profissionais de contabilidade no exercício de sua profissão. 
Representam a base teórica e doutrinária que sustenta e fundamenta a contabilidade. 
Com a finalidade de unificar os princípios de contabilidade, o Conselho Federal de 
Contabilidade publicou a Resolução CFC N° 750/93, atualizada pela Resolução CFC 
N° 1.282/10, que dispõe sobre os Princípios de Contabilidade. 
Segundo a Resolução CFC N° 750/93, com redação dada pela Resolução CFC 
N° 1.282/10, 
 
os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias 
relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante 
nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à 
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o 
patrimônio das entidades. 
 
 
 
 
4Questão 11 – Enade 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
17 
1.2. Revogação da Resolução CFC N° 750/93 
 
Os Princípios de Contabilidade aprovados pela Resolução N° 750/93 tiveram 
significativa importância para a melhoria da estrutura teórica e doutrinária da contabilidade 
no Brasil. Entretanto, em virtude das mudanças socioeconômicas ocorridas ao longo do 
tempo no cenário nacional e do processo de convergência das normas brasileiras às normas 
internacionais de contabilidade, essa resolução deixava, cada vez mais, de atender à 
unicidade de conceitos indispensáveis ao adequado às necessidades dos usuários da 
contabilidade em geral. 
 Assim, o Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Norma Brasileira de 
Contabilidade – NBC TSP Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público –, emitida em 23/09/2016 com 
efeitos aplicados a partir de 01/01/2017, revogou a Resolução CFC N° 750/93 e, 
consequentemente, a Resolução CFC N° 1.282/10. 
O fato de a Resolução CFC N° 750/93 ter sido revogada não significa que os 
princípios de contabilidade deixaram de existir. Em 2008, para a melhor adequação dos 
princípios de contabilidade aos padrões internacionais, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis emitiu o Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pelo Conselho Federal 
de Contabilidade por meio da Resolução CFC N° 1.121/08 que aprovou a NBC TG Estrutura 
Conceitual. Esse pronunciamento introduziu reflexões para a revogação da Resolução N° 
750/93. Decidiu-se, no entanto, pela não revogação da resolução, que seria realizada 
futuramente, quando houvesse a revisão de seu conteúdo para adaptação à norma brasileira 
de contabilidade. 
Em 2011,o Comitê de Pronunciamentos Contábeis preparou uma revisão desse 
pronunciamento, o que deu origem ao Pronunciamento Conceitual Básico (R1), também 
conhecido como CPC 00. Em função dessa revisão, o Conselho Federal de Contabilidade 
revogou a Resolução CFC N° 1.121/08 sendo substituída pela Resolução CFC N° 1.374/11. 
Com a aprovação desses instrumentos, passaram a existir duas orientações sobre as 
características da informação contábil, uma vez que a Resolução CFC N° 750/93 continuava 
em vigor, conforme explicitado. 
Costa, citado por Girotto, conclui que a 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
18 
recente revogação da Resolução Nº 750/1993 não implica na extinção dos 
princípios contábeis no Brasil. Na verdade, após a aprovação da Resolução 
1.374/2011, o Brasil passou a contar com uma Estrutura Conceitual (EC/11). 
Enquanto a Resolução Nº 750/1993 era estruturada em ‘princípios’, a EC/11 é 
estruturada em capítulos, como, por exemplo, o do objetivo ou o das 
características qualitativas. De maneira geral, podemos ver que todos os 
princípios mencionados na Resolução Nº 750/1993 também estão na EC, com 
exceção do da prudência. O ‘de/para’ da Resolução Nº 750/1993 é 
apresentado a seguir, com os respectivos parágrafos da Estrutura Conceitual 
entre parênteses: continuidade (4.1), oportunidade (QC12 e QC19), registro 
do valor original e outras bases de mensuração (4.54 a 4.56), competência 
(OB17 a OB20). Em relação ao princípio da entidade, a EC faz menção à 
“entidade que reporta a informação”. É importante destacar que uma versão 
revisada da EC deverá ser emitida em breve pelo International Accounting 
Standards Board (Iasb). A versão revisada dedicará um capítulo ao conceito 
de ‘entidade’ e deve reintroduzir o conceito de ‘prudência’, que não significa 
antecipar as ‘más notícias’ e postergar as ‘boas notícias’, mas, sim, exigir 
cautela em julgamentos sob condições de incerteza. Concluindo, existem 
formas diferenciadas de estruturar os conceitos fundamentais que temos em 
Contabilidade, mas tenham certeza de que sempre estarão vivos e 
continuarão sendo a estrela-guia para o desenvolvimento dos 
pronunciamentos e das decisões a serem tomadas pelos profissionais (COSTA 
apud GIROTTO, S/D). 
 
1.3. Princípios de Contabilidade 
 
Para a adequada análise da questão, formalizada antes de a Resolução Nº 750/1993 
ter sido revogada, faz-se necessário recorrer a ela. De acordo com tal Resolução, são 
Princípios de Contabilidade: o Princípio da Entidade, o Princípio da Continuidade, o Princípio 
da Oportunidade, o Princípio do Registro pelo Valor Original, o Princípio da Competência e o 
Princípio da Prudência. 
O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade, afirma 
a autonomia patrimonial e prevê a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular 
do patrimônio de outras pessoas. Dispõe que o patrimônio da empresa não se confunde com 
o patrimônio dos seus sócios ou proprietários, assim como não se misturam as transações 
de uma empresa com as de outra, ainda que sejam do mesmo grupo empresarial. É 
oportuno destacar que o Capítulo 2, intitulado “A Entidade que Reporta a Informação”, ainda 
não foi acrescentado à Resolução CFC N° 1.374/2011. Nessa resolução, constam apenas o 
título e a indicação de que esse capítulo será acrescentado futuramente. Uma revisão está 
prevista pelo International Accounting Standards Board (IASB), que dedicará o Capítulo 2 ao 
conceito da Entidade. 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará em operação no 
futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
19 
em conta que a atividade da empresa ocorrerá por tempo indeterminado. Quando existirem 
claras evidências de descontinuidade, a entidade deve avaliar seu patrimônio a valores de 
liquidação, como menciona o item 4.1 da Resolução CFC N° 1.374/2011, reproduzido a 
seguir. 
As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como 
premissa que a entidade está em atividade (going concern assumption) e irá 
manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do 
pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a 
necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir 
materialmente a escala de suas operações. Por outro lado, se essa intenção 
ou necessidade existir, as demonstrações contábeis podem ter que ser 
elaboradas em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada 
deve ser divulgada. 
 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais para a produção de informações fidedignas e tempestivas. As 
transações devem ser registradas no momento em que ocorrem e na sua totalidade, sem 
qualquer falta ou qualquer excesso. A representação fidedigna e a tempestividade estão 
previstas, respectivamente, nos itens QC12 e QC19 da Resolução CFC N° 1.374/2011. 
 
QC 12. Os relatórios contábil-financeiros representam um fenômeno 
econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação contábil-
financeira não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem 
também que representar com fidedignidade o fenômeno que se propõe 
representar. Para ser representação perfeitamente fidedigna, a realidade 
retratada precisa ter três atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre 
de erro. É claro, a perfeição é rara, se de fato alcançável. O objetivo é 
maximizar referidos atributos na extensão que seja possível. 
 
QC 19. Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e 
compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade 
da informação que é relevante e que é representada com fidedignidade. As 
características qualitativas de melhoria podem também auxiliar a determinar 
qual de duas alternativas que sejam consideradas equivalentes em termos de 
relevância e fidedignidade de representação deve ser usada para retratar um 
fenômeno. 
 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devem ser, inicialmente, registrados pelos valores originais das transações, ou 
seja, pelo custo histórico, expresso em moeda nacional. A Resolução CFC N° 1.374/2011 
determina, nos itens 4.54 e 4.55, o que segue. 
 
4.54. Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes 
monetários por meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis 
devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na 
demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção da base 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
20 
específica de mensuração. 
 
4.55. Um número variado de bases de mensuração é empregado em 
diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. 
Essas bases incluem o que segue: 
(a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em 
caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues 
para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos 
montantes dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas 
circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em 
caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações. 
(b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou 
equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou 
ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são 
reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não 
descontados, que se espera seriam necessários para liquidar a obrigação na 
data do balanço. 
(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são 
mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam 
ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos sãomantidos 
pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou 
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos para 
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações. 
(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, 
descontado, dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera 
seja gerado pelo item no curso normal das operações. Os passivos são 
mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de saídas 
líquidas de caixa que se espera serão necessários para liquidar o passivo no 
curso normal das operações. 
 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e de outros 
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou do pagamento. Esse princípio pressupõe, também, a simultaneidade da 
confrontação de receitas e de despesas correlatas. Portanto, as despesas e as receitas 
devem ser registradas de acordo com o fato gerador e incluídas na apuração do resultado 
da empresa no período em que ocorrerem, simultaneamente quando existir correlação 
delas, independentemente do pagamento ou do recebimento. A aplicação desse princípio 
visa a evitar que as despesas e as receitas de um período provoquem alterações no 
resultado de outros exercícios, conforme item OB17 da Resolução CFC N° 1.374/201. 
 
OB17. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de 
transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e 
reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que 
ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em 
caixa derivados ocorram em períodos distintos. Isso é importante em função 
de a informação sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade 
que reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos 
e reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
21 
da performance passada e futura da entidade do que a informação 
puramente baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse 
mesmo período. 
 
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do 
ativo e do maior valor para os componentes do passivo, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem 
o patrimônio líquido. Esse princípio impõe, quando da existência de opções igualmente 
aceitáveis, a escolha daquela que resulte na obtenção do menor patrimônio líquido, ou seja, 
em condições de incerteza, deve-se exigir cautela nos julgamentos e na apuração dos 
valores. 
Para as receitas, deve-se considerar a receita de menor valor. Para as despesas, 
deve-se considerar a despesa de maior valor. Ou seja, na existência de passivos sujeitos à 
atualização monetária, havendo formas alternativas de cálculos para a obtenção dos novos 
valores atualizados, deve-se sempre optar por aquela forma que resulte em maior valor para 
o passivo, e, consequentemente, que registre uma despesa maior. Cabe lembrar que o 
Princípio da Prudência ainda não consta da Resolução CFC Nº 1.374/2011. Esse princípio 
será acrescentado futuramente. A revisão prevista pelo International Accounting Standards 
Board (IASB) deverá reintroduzir o conceito da Prudência. 
 
2. Análise das alternativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC N° 750, de 29 de dezembro 
de 1993. Brasília. Disponível em <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx? 
Codigo=1993/000750&arquivo=RES_750.DOC>. Acesso em 15 dez. 2016. 
• _____________.Resolução CFC N° 1.282, de 28 de maio de 2010. Brasília. Disponível 
em <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282& 
arquivo=Res_1282.doc>. Acesso em 15 dez. 2016. 
• ____________.Resolução CFC N° 1.374, de 08 de dezembro de 2011. Brasília. Disponível 
em <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/ 
001374&arquivo=Res_1374.doc>. Acesso em 29 jun. 2017. 
• ___________.NBCTSP – Estrutura Conceitual, de 23 de setembro de 2016. Brasília. 
Disponível em <http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/ 
NBCTSPEC&arquivo=NBCTSPEC.doc>. Acesso em 29 jun. 2017. 
• GIROTTO, M. Revogação da Resolução N° 750/1993: contexto e considerações. 
Disponível em <http://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-resolucao-no-7501993-contexto-
e-consideracoes/>. Acesso em 29 jun. 2017. 
• IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
23 
Questão 5 
Questão 5.5 
No Brasil, as normas internacionais de contabilidade tiveram como marco regulatório as 
publicações da Lei N° 11.638/2007 e da Lei N° 11.941/2009, que determinaram a adoção 
inicial aos padrões internacionais de contabilidade nas empresas brasileiras. 
Nesse sentido, a legislação societária determina que, no Balanço Patrimonial, os ativos e os 
passivos decorrentes de operações de longo prazo devem ser ajustados a valor presente, e, 
os demais, ajustados, quando houver 
A. efeito relevante. 
B. provisões de perdas. 
C. reversão de reservas. 
D. ajuste de avaliação patrimonial. 
E. teste de recuperabilidade de ativos. 
 
1. Introdução teórica 
 
 Até o advento da Lei N° 11.638/07, não existia, na legislação societária, cuja base é a 
Lei N° 6.404/76, a obrigatoriedade de registro, a valor presente, dos direitos e das 
obrigações da entidade. 
 A Lei N° 11.638/2007 introduziu, como critério de avaliação de ativos e passivos, a 
obrigatoriedade de ajustar os ativos e os passivos decorrentes de operações de longo prazo 
a valor presente. 
 O Art. 183 da Lei N° 6.404/76, que trata dos critérios de avaliação do ativo, inciso 
VIII, determina que 
os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão 
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. (Incluído pela Lei N° 11.638, de 2007 e vide Lei N° 12.973, de 
2014) . 
 
Já, o Art. 184 da mesma lei, que trata dos critérios de avaliação do passivo, em seu 
inciso III, determina que 
 
as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando 
 
5Questão 12 – Enade 2015. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art4
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
24 
houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei Nº 11.941, de 2009 e vide 
Lei Nº 12.973, de 2014). 
 
 Conclui-se, portanto, que todos os itens classificados no ativo realizável a longo prazo 
e no passivo não circulante devem ser ajustados a valor presente e os demais ativos e 
passivos de curto prazo somente devem ser ajustados a valor presente caso esse ajuste 
tenha efeito relevante nas demonstrações contábeis. 
 O termo relevante é definido pelo CPC 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro – como a capacidade de a informação fazer 
diferença em uma decisão tomada pelos usuários da contabilidade. A informação contábil-
financeira só será capaz de fazer diferença nas decisões se estiver revestida de valor 
preditivo, de valor confirmatório ou de ambos. 
 A informação contábil tem valor preditivo se puder ajudar os usuários a aumentar a 
probabilidade de predizer futuros resultados e tem valor confirmatório se retroalimentar, 
servir de feedback para confirmar ou alterar as avaliações prévias. 
 Os requisitos básicosa serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor 
Presente (AVP) são estabelecidos pelo CPC 12 – Ajuste a Valor Presente. 
 De acordo com esse Pronunciamento Técnico, o Ajuste a Valor Presente tem como 
objetivo demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro. Para determinar o valor 
presente de um fluxo de caixa, são exigidas três informações: o valor do fluxo futuro 
(considerando todos os termos e as condições contratados), a data do referido fluxo 
financeiro e a taxa de desconto aplicável à transação. 
 O conceito de valor presente está associado ao valor do dinheiro no tempo. 
 Para Martins et al (2013), a aplicação do ajuste a valor presente corrige o aspecto de 
tratar transações a prazo e à vista da mesma forma. O objetivo é determinar as parcelas de 
ativo e de passivo que não correspondem ao preço efetivo da transação, mas ao ajuste por 
conta do valor do dinheiro no tempo. 
 O item 9 do Pronunciamento Técnico CPC 12 determina que 
 
ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos 
devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu 
reconhecimento inicial, por ser este o valor de custo original dentro da 
filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável, o custo de 
ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta 
de receita, despesa ou outra conforme a situação. 
 
 Com a aplicação do Ajuste a Valor Presente (AVP), ao se expurgarem os juros 
embutidos nos valores das operações a prazo, esperam-se eliminar as distorções nas 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm#art5
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
25 
demonstrações contábeis provocadas pela falta do reconhecimento das despesas e receitas 
financeiras incluídas nas operações apurando resultados distorcidos. 
 Esse posicionamento é confirmado pelo item 2 do Pronunciamento Técnico CPC 12: 
 
a utilização de informações com base no valor presente concorre para o 
incremento do valor preditivo da Contabilidade; permite a correção de 
julgamentos acerca de eventos passados já registrados; e traz melhoria na 
forma pela qual eventos presentes são reconhecidos. Se ditas informações 
são registradas de modo oportuno, à luz do que prescreve a Estrutura 
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, 
Pronunciamento Conceitual Básico deste CPC, em seus itens 26 e 28, obtêm-
se demonstrações contábeis com maior grau de relevância - característica 
qualitativa imprescindível. 
 
2. Análise das alternativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
26 
3. Indicação bibliográfica 
 
• BRASIL. Lei N° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por 
ações. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. 
Acesso em 17 fev. 2017. 
• COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico (R1), 
CPC 00. Disponível em <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/ 
147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em 17 fev. 2017. 
• ________________________. Pronunciamento técnico CPC 12 – Ajuste a valor presente. 
Disponível em <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/219_CPC_12.pdf>. 
Acesso em 17 fev. 2016. 
• ________________________. Pronunciamento técnico CPC 25 – Provisões, Passivos 
Contingentes e Ativos Contingentes. Disponível em 
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev%2006.pdf>. 
Acesso em 17 fev. 2016. 
• MARTINS, E. et al. Manual de Contabilidade Societária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
• SANTOS, J. L. et al. Manual de práticas contábeis: aspectos societários e tributários. 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 
Questão 6 
 
Questão 6.6 
O gráfico a seguir ilustra a situação de alavancagem financeira e de endividamento de uma 
empresa, de 2010 a 2014, estando nele representados o Grau de Alavancagem Financeira 
(GAF) e o Grau de Endividamento (GE). O quociente de GAF e GE é a razão do capital de 
terceiros sobre o patrimônio líquido. 
 
 
Com base nesse gráfico, avalie as afirmativas a seguir. 
I. De 2012 a 2014, o aumento do endividamento produziu alavancagem do patrimônio 
líquido. 
II. De 2011 a 2012, o retorno do capital próprio foi menor que o retorno dos ativos. 
III. De 2012 a 2014, nota-se aceleração do GAF em relação ao GE, efeito que pode ser 
resultado de captações de recursos de terceiros com juros cada vez menores. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. III, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas 
E. I, II e III. 
 
 
 
6Questão 29 – Enade 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
28 
2. Introdução teórica 
 
2.1. Grau de alavancagem financeira (GAF) 
 
A alavancagem financeira é a utilização de recursos de terceiros, a encargos 
financeiros fixos, produzindo efeitos sobre o retorno do patrimônio líquido. 
Matarazzo (2010) explica que a expressão alavancagem financeira significa o que a 
empresa consegue alavancar, ou seja, aumentar o lucro líquido por meio da estrutura de 
financiamentos. 
 Uma empresa financia seus ativos com recursos próprios (capital próprio) ou com 
recursos de terceiros (capital de terceiros). Assaf Neto (2017) conceitua alavancagem 
financeira como o resultado da participação de recursos de terceiros na estrutura do capital 
da empresa. 
 Quanto maior o grau de endividamento da empresa, maior o grau de alavancagem 
financeira (GAF) e, consequentemente, maior o risco financeiro, pois, para obter maiores 
lucros, a empresa terá de correr maiores riscos. 
 O efeito do grau de alavancagem financeira pode ser positivo, negativo ou nulo. Isso 
depende da comparação entre o retorno sobre o patrimônio líquido, utilizando parte de 
capital de terceiros, e rentabilidade obtida caso os ativos fossem financiados exclusivamente 
por capital próprio. Logo, temos o que segue. 
• GAF > 1: alavancagem financeira positiva (favorável). 
• GAF < 1: alavancagem financeira negativa (desfavorável). 
• GAF = 1: alavancagem financeira nula. 
Em princípio, pode-se admitir que a utilização de capitais de terceiros só é vantajosa 
quando o seu custo for menor do que o retorno produzido pelos ativos adquiridos por esses 
passivos, pois só assim haverá geração de benefícios para os acionistas. Nesse caso, a taxa 
de retorno sobre o patrimônio líquido será maior do que a taxa de retorno sobre o ativo. Se 
o custo do capital de terceiros for maior do que o retorno produzido pelos ativos, a taxa de 
retorno sobre o patrimônio líquido será menor do que a taxa de retorno sobre o ativo. 
 Esses indicadores são obtidos utilizando-se as fórmulas a seguir, já descritas na seção 
anterior. 
 
Lucro Líquido
RsPL
Patrimônio Líquido Médio
= 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
29 
 
Lucro Operacional(*)
RsA
Ativo Total Médio
= 
 
Despesas Financeiras
Custo de Capital de Terceiros
Passivo Oneroso
= 
 
RsPL
GAF
RsA
= 
 
A aplicação dessas expressões será mais bem compreendida pelos exemplos a seguir. 
 
*Observação. Caso a empresa tenha incidência de imposto de renda, o lucro a ser considerado no cálculo do 
Retorno sobre o Ativo será o lucro depois do IR e antes dos juros que retrata, exatamente, o lucro gerado 
pelos ativos independente da forma de como foram financiados. 
 
Exemplo 1. Utilização de 100% de capital próprio. 
Considere uma empresa com investimento de R$100.000,00, dos quais R$40.000,00 foram 
aplicados em ativo circulante e R$60.000,00 foram aplicados em ativo não circulante, 
financiados totalmente por CapitalPróprio. A empresa gerou lucro operacional (antes dos 
juros e do imposto de renda) de R$15.000,00. Admita, nesse exemplo, que não há 
incidência de imposto de renda. 
Veja os dados do quadro 1. 
Quadro 1. Balanço patrimonial. 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Ativo Circulante 40.000,00 Financiamentos - 
 
Ativo Não Circulante 60.000,00 Patrimônio Líquido 100.000,00 
 
Total 100.000,00 Total 100.000,00 
 
Como não existem despesas financeiras, por não existir passivo oneroso, e 
considerando a inexistência de imposto de renda, o lucro antes dos juros e do imposto de 
renda (lucro operacional) será igual ao lucro líquido. 
 
= =
= =
= =
15.000,00
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 15%
100.000,00
15.000,00
Retorno sobre o Ativo 15%
100.000,00
15%
GAF 1,0
15%
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
30 
 
A interpretação é que não existe capital de terceiros contribuindo para geração de 
retorno adicional sobre o patrimônio líquido. 
 
Exemplo 2. Utilização de 50% de capital próprio e 50% de capital de terceiros 
Utilizando os mesmos dados do exemplo 1, considere, agora, que os acionistas decidem 
investir, apenas, R$ 50.000,00 e financiar a outra parte dos ativos por meio de um 
financiamento tomado à taxa de 10% a.a. Suponha que continue não havendo incidência do 
imposto de renda. 
Veja os dados do quadro 2. 
 
 
Quadro 2. Balanço patrimonial. 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Ativo Circulante 40.000,00 Financiamentos 50.000,00 
Ativo Não Circulante 60.000,00 Patrimônio Líquido 50.000,00 
Total 100.000,00 Total 100.000,00 
 
Nesse caso, o resultado da empresa é o apresentado no quadro 3. 
 
Quadro 3. Demonstração do resultado do exercício. 
Lucro antes dos juros e do imposto de renda (lucro operacional) 15.000,00 
Despesas Financeiras (10% x $ 50.000,00) (5.000,00) 
Lucro após despesas financeiras 10.000,00 
 
Ao se considerar essa situação, os indicadores são os calculados a seguir. 
 
= =
= =
= =
= =
10.000,00
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 20%
50.000,00
15.000,00
Retorno sobre o Ativo 15%
100.000,00
20%
GAF 1,333
15%
5.000,00
Custo do Capital de Terceiros 10%
50.000,00
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
31 
O retorno sobre o ativo, obtido pela aplicação do lucro antes dos juros e do imposto 
de renda, ou seja, pelo lucro operacional, indica o retorno que os ativos conseguem gerar 
independentemente da forma como foram financiados. O índice traduz, portanto, o retorno 
efetivamente gerado pelas operações da empresa. 
Nota-se que o retorno sobre o patrimônio líquido subiu de 15% para 20%. Muito 
embora o lucro líquido tenha diminuído para R$10.000,00, o capital próprio investido pelos 
acionistas diminuiu 50%, passando para R$50.000,00. Esse é exatamente o conceito do 
grau de alavancagem financeira: os recursos de terceiros, tomados a um custo fixo de 10%, 
foram aplicados em ativos que geraram retorno de 15%. A diferença de 5% vai para os 
acionistas e altera, dessa forma, o retorno sobre o patrimônio líquido. Em consequência, há 
produção de grau de alavancagem financeira (GAF) positivo de 1,333. Isso significa que o 
retorno sobre o patrimônio líquido foi alavancado em 33,33% (de 15% para 20%), ou seja, 
com o uso de capitais de terceiros, o retorno dos acionistas foi multiplicado por 1,333. 
Conclui-se que, quando há grau de alavancagem financeira, o crescimento do 
endividamento aumenta o retorno sobre o patrimônio líquido. 
A interpretação é a seguinte: o capital de terceiros está contribuindo para gerar um 
retorno adicional de 33,33% sobre o patrimônio líquido. Para cada R$1,00 de recursos de 
terceiros, os acionistas ganham R$1,33. 
 
2.2. Efeitos do imposto de renda no cálculo do grau de alavancagem financeira 
 
 Para o cálculo do retorno sobre o ativo (RsA), utiliza-se o lucro operacional antes dos 
juros e do imposto de renda, o que, obviamente, torna-o diferente do lucro líquido usado 
para o cálculo do retorno sobre o patrimônio líquido (RsPL). Ao se considerar a existência de 
despesas financeiras (juros) sobre o capital de terceiros, sob o aspecto tributário, as 
despesas financeiras são dedutíveis para efeitos da apuração do imposto de renda. 
 Quando a empresa financia seus ativos exclusivamente por capital próprio, não 
existem despesas financeiras dedutíveis e, dessa forma, o lucro contábil aumenta e, em 
consequência, maior é o imposto de renda ao pagar. Ao contrário, se empresa trabalhar com 
capital de terceiros, gerando despesas financeiras dedutíveis, o lucro tributável será menor 
e, em consequência, menor será o imposto de renda a pagar. Conclui-se, portanto, que as 
despesas financeiras produzem uma economia de imposto de renda equivalente à alíquota 
do imposto de renda sobre as despesas financeiras, não alterando o grau de alavancagem 
financeira. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
32 
 No exemplo apresentado, admitindo-se uma alíquota de imposto de renda de 34%, a 
economia do imposto de renda sobre as despesas financeiras (juros) é de R$1.700,00 
(resultado de 34%x5.000,00). 
 Considerando-se os mesmos dados do exemplo anterior, a influência do imposto de 
renda pode ser numericamente ilustrada no quadro 4. 
 
 
Quadro 4. Demonstração do resultado do exercício. 
 100% dos 
ativos 
financiados 
por capital 
próprio 
50% dos 
ativos 
financiados 
por capital 
de terceiros 
Lucro antes dos juros e do imposto de Renda (lucro operacional) 
15.000,00 
 
15.000,00 
Imposto de renda (34%) (5.100,00) (5.100,00) 
Lucro após imposto de renda e antes dos juros 9.900,00 9.900,00 
Despesas financeiras (juros) (5.000,00) 
(+) Economia do imposto de renda sobre os juros 1.700,00 
Lucro Líquido do Exercício 9.900,00 6.600,00 
 
 Verifica-se que o lucro gerado pelos ativos, antes dos juros, mas já diminuído o 
imposto de renda, é de R$9.900,00, exatamente igual nas duas opções, ou seja, 
independentemente da forma de como esses ativos foram financiados. 
 Dessa forma, os indicadores são os que seguem. 
 
= =
= =
= =
−
= =
6.600,00
Retorno sobre o Patrimônio Líquido .100% 13,20%
50.000,00
9.900,00
Retorno sobre o Ativo .100% 9,9%
100.000,00
13,20%
GAF 1,333
9,9%
5.000,00 1.700,00
Custo do Capital de Terceiros .100% 6,6%
50.000,00
 
 
 Portanto, a incidência do imposto de renda não altera o grau de alavancagem 
financeira, mas não pode ser ignorada na avaliação de resultados da empresa. 
 Apesar de o retorno sobre o ativo ter diminuído de 15% para 9,9%, o custo efetivo 
do capital de terceiros também diminui, de 10% para 6,6%. Assim, o retorno sobre o ativo 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
33 
continua sendo superior ao custo da dívida, gerando um retorno para os acionistas de 
33,33%. 
 
3. Análise das afirmativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
34 
3. Indicações bibliográficas 
 
• ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
• ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de administração financeira. 3. ed. São 
Paulo, Atlas, 2017. 
• IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
• MÁLAGA, F. Análise de demonstrativos financeiros e da performance empresarial. 2. ed. 
São Paulo: Saint Paul, 2012. 
• MARQUES J. A. V. et al. Análise financeira das empresas. 2. ed. Rio de Janeiro: Freitas 
Bastos, 2015. 
• MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. Abordagem gerencial. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
• PERES JUNIOR, J. H; BEGALI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações contábeis. 
4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
35 
 
Questão 7 
Questão 7.7 
O planejamentoda perícia é a etapa do trabalho pericial que antecede as diligências, pesquisas, 
cálculos e respostas aos quesitos. Nessa etapa, o perito do juízo estabelece a metodologia dos 
procedimentos periciais a serem aplicados, elaborando-a a partir do conhecimento do objeto da 
perícia. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TP 01. Perícia contábil. Brasília, 2015. 
 
Entre os objetivos do planejamento da perícia, inclui-se 
I. conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a adoção de procedimentos 
que conduzam à revelação da verdade; 
II. definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a serem aplicados, 
em consonância com o objeto da perícia; 
III. identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que não passem 
despercebidos ou não recebam a atenção necessária. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e II, apenas. 
D. II e III, apenas 
E. I, II, III 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Conceitos e objeto da perícia contábil 
 
Entende-se por perícia o trabalho de notória especialização feita com o objetivo de 
obter prova ou opinião para orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato ou 
para desfazer um conflito de interesses de pessoas (MAGALHÃES, 2017). 
A perícia contábil é um instrumento que consiste em produzir provas técnicas sobre 
determinadas questões contábeis duvidosas ou controvertidas com o objetivo de esclarecer, 
por meio de laudo pericial, a veracidade sobre os fatos contestados, fornecendo ao juiz 
informações técnicas que o ajudem a sustentar sua decisão no julgamento e a solucionar o 
litígio. 
 
7Questão 24 – Enade 2015. 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
36 
A perícia judicial pode ser solicitada para efeito de prova ou opinião que exija 
conhecimento dessa área profissional, com o objetivo de auxiliar o juiz de direito no 
julgamento de uma lide, conforme prevê o Art. 156 do Código de Processo Civil: “quando a 
prova do fato depender de conhecimento técnico e científico, o juiz será assistido por 
perito...”. 
A perícia contábil está contida em um dos gêneros de prova pericial. Trata-se de uma 
das provas técnicas à disposição das pessoas naturais e jurídicas, com o objetivo de reunir 
provas sobre determinados fatos ou sobre questões patrimoniais controvertidas (ORNELAS, 
2011). 
O Conselho Federal de Contabilidade, com o objetivo de dar suporte às questões 
relacionadas à perícia contábil, editou a Norma Brasileira de Contabilidade - NBC TP 01, em 
27/02/2015. Essa norma, em seu item 2, conceitua perícia contábil conforme segue. 
 
2. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos 
destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a 
subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo 
pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as 
normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for 
pertinente. 
 
Os juízes nem sempre são conhecedores de todos os assuntos técnicos nos diferentes 
ramos do saber. Para subsidiar o juiz com informações, cálculos numéricos e 
esclarecimentos sobre os pontos controvertidos, essa autoridade, à sua livre escolha, pode 
nomear um perito, de sua total confiança, que apresente capacidade técnica e reconhecidos 
conhecimentos sobre a matéria da perícia, que o habilitem a executar a prova pericial. É no 
momento da nomeação que o juiz designa o prazo para que o perito entregue o laudo 
pericial, e é, portanto, nesse momento, que se inicia o envolvimento desse profissional com 
o processo. 
O objeto da perícia contábil é o patrimônio das entidades físicas ou jurídicas. É na 
contabilidade que o perito contábil encontra os meios disponíveis para buscar 
esclarecimentos e provas sobre a matéria examinada. 
A perícia contábil tem por objeto central os fatos contábeis relacionados à causa 
(aspecto patrimonial), os quais devem ser verificados. Por isso, são submetidos à apreciação 
técnica do perito certos limites essenciais, ou “características essenciais”, 
independentemente dos procedimentos a serem adotados (MARCELO, 2013). 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
37 
1.2. Planejamento do trabalho pericial 
 
O planejamento do trabalho judicial inicia-se com a leitura atenta dos autos do 
processo, ocasião em que o perito deve, também, identificar a época dos fatos alegados e 
relatados pelas partes. É fundamental que o perito junte todos os documentos que servirão 
de suporte para elaboração do laudo pericial. Em decorrência da própria leitura dos autos, o 
perito deve recorrer à pesquisa bibliográfica, incluindo a leitura de livros, artigos técnicos, 
leis e normas contábeis, a fim de consolidar o conhecimento necessário para a completa 
finalização do trabalho judicial. 
Costa (2017) esclarece que, à medida que o perito desenvolve a leitura dos autos, ele 
deve transcrever os elementos mais importantes nos papéis de trabalho, de forma a 
evidenciar as etapas da perícia e o tempo necessário para cada atividade. 
O Item 30 da Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TP 01 – define planejamento 
da forma abaixo. 
 
30. O planejamento da perícia é a etapa do trabalho pericial que antecede 
as diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o perito 
do juiz estabelece a metodologia dos procedimentos periciais a serem 
aplicados, elaborando-o a partir do conhecimento do objeto da pesquisa. 
 
 A referida norma também trata, no item 31, dos objetivos do planejamento da 
perícia. 
 
31. Os objetivos do planejamento da perícia são: 
(a) Conhecer o objeto e a finalidade da perícia, a fim de permitir a adoção de 
procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o 
juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide. 
(b) Definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos a 
serem aplicados, em consonância com o objeto da perícia. 
(c) Estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo 
estabelecido. 
(d) Identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no 
andamento da perícia. 
(e) Identificar fatos importantes para a solução da demanda, de forma que 
não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária. 
(f) Identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia. 
(g) Estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da 
equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares. 
(h) Facilitar a execução e a revisão dos trabalhos. 
 
 
 
 
 Material Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
38 
2. Análise das afirmativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC. Norma Brasileira de Contabilidade - 
NBC TP 01, de 27 de fevereiro de 2015. Disponível em 
<http://www1.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2015/NBCTP01>. Acesso 
em 11 mai. 2017. 
• Código de Processo Civil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 04 jun. 2017. 
• COSTA, J. C. D. Perícia contábil: aplicação prática. São Paulo, Atlas, 2017. 
• MARCELO, C. Objeto e finalidade da perícia contábil (2013). Disponível em 
<http://blogdoprofessorclaudiomarcelo.blogspot.com.br/2013/07/objeto-e-finalidade-da-
pericia-contabil.html>. Acesso em 13 mai. 2017. 
• MAGALHÃES, A. de D. F. Perícia Contábil. São Paulo: Atlas, 2017. 
• ORNELAS, M. M. G. Perícia Contábil. 5. ed. São Paulo, Atlas, 2011. 
• ZANNA, R. D. Prática de perícia contábil. 4. ed. São Paulo, IOB. Folhamatic, 2013. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://blogdoprofessorclaudiomarcelo.blogspot.com.br/2013/07/objeto-e-finalidade-da-pericia-contabil.html
http://blogdoprofessorclaudiomarcelo.blogspot.com.br/2013/07/objeto-e-finalidade-da-pericia-contabil.htmlMaterial Específico – Ciências Contábeis – Tomo V – CQA/UNIP 
39 
ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 
Normas Internacionais de Contabilidade. Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
Questão 2 
Normas Internacionais de Contabilidade. Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
Questão 3 Normas Internacionais de Contabilidade. Teoria da Contabilidade. 
Questão 4 Normas Internacionais de Contabilidade. Princípios de Contabilidade. 
Questão 5 Normas Internacionais de Contabilidade. Ajuste a Valor Presente. 
Questão 6 Administração Financeira. Grau de Alavancagem Financeira (GAF). 
Questão 7 Perícia. Avaliação. Arbitragem. Planejamento da Perícia Contábil.

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