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Análise do líquido cefalorraquidiano A análise do líquido cefalorraquidiano auxilia no diagnóstico de doenças neurológicas em animais. O líquido cefalorraquidiano também é chamado de líquor ou líquido cerebrospinal e apesar de raramente fornecer um diagnóstico definitivo pode ser útil para visualizar aspectos normais e anormais e quando combinado a outros exames auxilia no diagnóstico de enfermidades. Esse exame é recomendado para investigação e diagnóstico de doenças do sistema nervoso central de etiologia desconhecida e quando não há contraindicação quanto a coleta. Produção do líquido cefalorraquidiano: ele é formado pela ultrafiltração e secreção através do plexo coroide dos ventrículos laterais, 3º e 4º ventrículos, pela barreira hematoencefálica. O líquor flui do 4º ventrículo para os espaços subaracnoides e para o canal central da medula espinal, banhando o sistema ventricular e extraventricular. É produzido em uma velocidade de 0,05 ml/min através de um processo ativo (dependente de energia). O líquido cefalorraquidiano deve ser coletado na região atlanto-occipital. O líquor tem como função amortecer e proteger o sistema nervoso central contra traumas, também é um meio de nutrição e de transporte de substâncias. Colheita do líquido cefalorraquidiano: o local de colheita depende da localização neurológica da lesão, na maioria das espécies é realizado no espaço atlanto- occipital (ou cisterna cerebelo medular). Quando existem lesões abaixo da região crânio-cervical o local indicado é o espaço subaracnoidal lombar, entre a 5º e 6º vértebra lombar (L5- L6) ou entre a L6-L7 em cães. Em gatos é realizada no espaço lombossacro. Para a realização da colheita o animal precisa estar anestesiado e é necessária uma ampla tricotomia e antissepsia da região (com solução antisséptica de clorexidina ou iodopovidona), luvas, tubos com EDTA e sem aditivos. Podem ser colhidos cerca de 0,2ml por kg de peso corporal. Agulhas: pode ser usada uma agulha espinhal esterilizada ou agulha hipodérmica descartável. Na maioria dos casos se recomenda agulha de calibre 20 a 22 de 1,5 polegadas. Agulhas mais longas podem ser necessárias em animais maiores e agulhas menores em animais de porte menor. Tubos: são recomendados tubos estéreis simples, alguns aconselham o uso do EDTA, pode se usar tubos simples de vidro ou tubos de tampa branca. O com EDTA pode ser usado quando há suspeita de contagem elevada de leucócitos, concentração proteica ou presença de fibrinogênio. Posição para a colheita: o animal é posicionado em decúbito lateral direito com o focinho encostado na mesa e a cabeça flexionada ventralmente, para abrir o espaço de colheita. Deve-se palpar com o polegar esquerdo o processo espinhoso do axis em sentido caudocranial e de maneira deslizante até atingir o tubérculo dorsal do atlas, no qual o dedo fica apoiado. Com a mão direita deve-se introduzir uma agulha sem mandril cranialmente ao dedo apoiado. A inserção deve ser perpendicular a pele de maneira delicada e progressiva, até atingir o espaço e o líquor fluir. Em bovinos também é realizada na região atlanto- occipital com o animal em decúbito lateral, com tranquilizante e anestesia local. Contraindicações: o exame é contraindicado em caso de suspeita de aumento da pressão intracraniana, os sinais são pupilas midriáticas não responsivas, estado de consciência alterado, alteração de respiração e de ritmo cardíaco. Nesse caso a colheita pode causar tetraplegia, comprometimento da função, coma ou morte. Em caso de herniação de estruturas cerebrais também não é recomendado. O líquido cefalorraquidiano deve ser analisado dentro de 30 min a 1 hora, contudo pode ser refrigerado de 4 a 8 horas, com adição de 20% de soro fetal bovino ou 10% de soro autólogo para a contagem diferencial e análise morfológica das células. Uma parte deve ser refrigerada sem aditivos para a contagem celular total e avaliação das proteínas. É necessário apenas 2 ml para o teste, em gatos se indica a colheita de 1 ml e em filhotes de gato se indica entre 10 a 20 gotas.
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