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Resumo do livro Introdução à linguística textual trajetória e grandes temas de Ingedore Villaça Koch

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5
18
Licenciatura Letras - Português/Inglês
 
Ana Luyza Alberola Silva
Isabely Martins Oliveira
José Carlos Andrade S Jr
Julia Fontes Bezerra de Oliveira
Vanessa Cristina Petrucci Freire
Resumo do livro “Introdução à linguística 
textual: trajetória e grandes temas” 
de Ingedore Villaça Koch
SANTOS
2019
Ana Luyza Alberola Silva
Isabely Martins Oliveira
José Carlos Andrade S Jr
Julia Fontes Bezerra de Oliveira
Vanessa Cristina Petrucci Freire
Resumo do livro “Introdução à linguística
 textual: trajetória e granes temas” de Ingedore Villaça Koch
Trabalho APS – Atividade Prática Supervisionada,
área Licenciatura Letras Português/Inglês,
 da Universidade Unip, como requisito 
 para matéria Teoria do Texto.
SANTOS
2019
‘‘Um texto não existe como um texto, 
a menos que alguém o processe como tal’’
(Robert de Beaugrande; 1997)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 A LINGUÍSTICA TEXTUAL	5
2.1 trajetória da linguística textual	6
2.1.1 análises interfrásticas	6
2.1.2 as gramáticas do texto	6
2.2 a virada pragmática	8
2.3 a virada cognitiva	9
2.4 a perspectiva sociocognitivo-interacionista	12
3 PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO DO SENTIDO	13
3.1 coesão textual	13
3.1.1 coesão referencial	13
3.1.2 coesão sequencial	14
3.2 coerência	14
3.2.1 situcionalidade	14
3.2.2 informatividade	14
3.2.3 intertextualidade	14
3.2.4 intencionalidade	14
3.2.5 aceitabilidade	14
3.3 questionamentos	15
3.4 fatores de contextualização	15
3.4.1 consistência e relevância	15
3.4.2 focalização	15
3.4.3 conhecimento compartilhado	15
3.5 evolução dos conceitos de coesão e coerência	16
4 INTERTEXTUALIDADE	17
5 CONCLUSÃO	19
6 REFERÊNCIAS	20
1 INTRODUÇÃO
Por meio deste trabalho, tratamos do resumo do livro ‘‘Introdução à Linguística’’, da autora Ingedore Villaça Koch, feito por um dos grupos de estudantes de letras, da universidade Unip. Nesta obra, Ingedore Villaça Koch dedica-se, em primeiro lugar, a traçar a trajetória da Linguística Textual desde sua origem até nossos dias, bem como a assinalar as mudanças de rumo que sofreu durante esse percurso, encaminhando-a para o estágio em que atualmente se encontra. 
O livro mostra o ramo que a Linguística toma como objeto de estudo e seu desenvolvimento. Em um segundo momento, a autora procede a um levantamento dos principais temas que vêm constituindo o centro de interesse dos pesquisadores da área, com a intenção de familiarizar os leitores com os tipos de questionamento que hoje caracterizam a Linguística Textual e que permitem, inclusive, fazer projeções quanto ao seu futuro. Esta obra abriga um debate expositivo, sobre a trajetória da linguística textual e grandes temas. Uma leitura de fácil entendimento e recomendada aos estudantes ingressados recentemente na área de Letras. 
2 A LINGUÍSTICA TEXTUAL 
Linguística textual é o ramo da linguística que toma o texto como objeto de estudo, seu desenvolvimento gira em torno das diferentes concepções de texto.
Entre as várias concepções de texto, podemos ressaltar:
1) texto como frase complexa
2) texto como signo complexo
3) texto como processo que mobiliza operações e processos cognitivos
O que se pode verificar é que, na época do surgimento da linguística textual, a maioria dos estudiosos estava focada na análise transfrástica e a construção da gramática, sendo assim o objeto foco do estudo era a coesão e a coerência, ambas são propriedades do texto. 
Uma das tônicas da época de 1980 foi a ampliação do conceito de coerência, passou-se a dizer que não era apenas uma propriedade do texto, mas sim, um fenômeno muito mais amplo visto que ela de constrói entre o texto e seus usuários.
No Brasil, as pesquisas sobre coesão e coerência textuais tiveram grande desenvolvimento, podendo citar os trabalhos de Fávero (1991), Marcuschi (1983), entre outros. Além disso, outros fatores passaram a ser o objeto de pesquisa como a intertextualidade, focalização, contextualização e outros. 
Nessa mesma década desponta o interesse pelo processamento cognitivo e vai ganhando cada vez mais espaço, principalmente após os estudos de Van Djik e Kintsch (1983).
Dessa forma, a partir da década de 1990, além da ênfase nos estudos de organização global dos textos, assume-se importância nos estudos sociocognitivos que englobam temas como referenciação, tratamento da oralidade/escrita, estudos dos gêneros textuais (a partir da perspectiva bakhtiniana). 
Passa-se a postular que a referência é um problema das operações efetuadas pelos sujeitos conforme se faz o discurso.
O estudo do texto falado ganha mais visibilidade e, como consequência, inúmeros projetos voltados para a descrição da oralidade da língua. Já os gêneros, cabe lembrar que vem sendo revista a obra de Bakhtin (1953). 
Percebe-se, então, que a linguística textual percorreu um longo período até ser o que estudamos hoje.
2.1 trajetória da linguística textual
2.1.1 análises interfrásticas
Na fase inicial (segunda metade da década de 1960 até meados da década de 1970), deve-se preocupação o estudo dos mecanismos interfrásticos (parte do sistema gramatical). Entre o que seria explicado estava a conferência, pronominalização, seleção de artigo (definido e indefinido) e outros assuntos.
No estudo da relação entre enunciados deu-se prioridade às relações referências, especificamente a correferência, que é considerada um dos principais fatores da coesão textual.
Harweg (1968), os pronomes que vão constituir uma sequência de frases no texto. Pronome é toda e qualquer expressão linguística que retoma uma outra expressão linguística correferencial. O texto é resultado de um "múltiplo referenciamento".
O estudo das relações referenciais limita-se aos processos correferenciais (anafóricos e catafóricos). Pouco se mencionavam os fenômenos remissivos não correferenciais, as anáforas associativas e indiretas, e outros que hoje são alguns dos objetos de estudos da linguística textual. Quase não se levava em conta a possibilidade da retomada anafórica de maior ou menor extensão, como acontece no uso de demonstrativos, geralmente neutros (isso, isto, aquilo).
Não é de se surpreender que as pesquisas se concentravam no estudo dos recursos da coesão textual que, para eles, englobava também a coerência (que ainda era vista como mera característica do texto).
2.1.2 as gramáticas do texto
Ainda nessa primeira fase, a partir da ideia do que seria texto, surgiu a preocupação de construir gramáticas textuais. As tarefas básicas seriam:
1) Verificar o que torna texto um texto
2) diferenciar as espécies de texto
3) levantar critérios para a delimitação de textos
Em sentido amplo, qualquer falante da língua é capaz de resumir, parafrasear, de perceber de está incompleto ou não, de dar um título.
O texto é considerado o signo linguístico primário, atribuindo-se aos seus componentes o estatuto dos signos parciais (Hartmann, 1968).
Dentro desse ponto de vista, o texto constitui uma entidade de sistema linguístico, onde as estruturas possíveis em casa língua devem ser determinadas pelas regras estabelecidas pela gramática textual. Exemplos dessas gramáticas são as de Van Djik (1972), Weinrich (1964, 1971, 1976) e Petöfi (1973).
Em suas pesquisas, Harald Weinrich, sugeria a construção de uma macrossintaxe do discurso a partir do tratamento textual das categorias gramaticais, como exemplo os artigos e tempos verbais. Como estruturalista, diz que texto é uma sequência linear de lexemas e morfemas. Em outras palavras, tudo está necessariamente interligado (uma "estrutura determinativa"), para ele toda linguística é uma linguística de texto.
Após longos anos de estudos, precisamente em 1982, vieram a Gramática textual da língua francesa e, em 1993, Gramática textual da língua alemã, onde ele concretiza a ideia de ter gramática textual. Vale ressaltar que seus estudos sobre os tempos verbais, tem importância até hoje.
Já Petöfi parte deuma base textual de uma representação semântica indeterminada. De acordo com ele, esse modelo torna possível:
1) a análise do texto
2) a síntese do texto
3) a comparação de textos
Para ele, a gramática textual deveria indicar apenas um dos componentes da sua teoria do texto.
Van Djik (1972), um dos pioneiros da linguística textual; também dedicou-se nesse momento à construção de gramáticas textuais, com os seguintes argumentos:
1) Existem propriedades gramáticas além das sentenças, como por exemplo, as relações semânticas
2) Uma gramática textual fornece melhor base para o estudo de texto
3) Uma gramática de texto fornece melhor base linguística
4) Certas propriedades linguísticas fazem parte de unidades supra sentenciais, como por exemplo os parágrafos.
Seu modelo de gramática textual tem três características:
1) insere-se no quadro teórico gerativo
2) busca integrar a gramática do enunciado na gramática do texto
3) usa em larga escala o instrumental teórico e metodológico da lógica formal
2.2 a virada pragmática
Não demora para que os linguistas de texto sentissem a necessidade de ser além da abordagem sintático-semântica, visto ser o texto a unidade básica de comunicação e intenção humana. A doação da perspectiva pragmática vai se impondo e conquistando proeminência nas pesquisas sobre o texto: surgem as teorias de base comunicativa, nas quais ora apenas se preocupava integrar sistematicamente fatores contextuais na descrição dos textos (Isemberg, 1976; Dressler, 1979; Petofi, 1972, 1973), ora a pragmática era tomada como ponto de partida e de chegada para tal descrição (Motsch, 1975; Guilich & Raible, 1977; Schanitt, 1978). É feita uma retrospectiva da Linguística Textual, distinguindo entre modelos contextuais e modelos comunicativos. 
A busca de conexões determinadas por regras é como, entre textos e seu contexto como ponto de partida dessa representação. Os textos deixam de ser vistos como produtos acabados, que devem ser analisados sintática ou semanticamente, passando a ser considerados elementos constitutivos de uma atividade complexa, como instrumentos de realização de intenções comunicativas e sociais do falante (Heinemann, 1983). 
Na metade da década de 70, passa a ser desenvolvido um modelo de base que compreendia a língua como uma forma específica de comunicação social, da atividade do ser humano. 
Isenberg (1976) apresenta um método que permite descrever a geração, interpretação e análise textos, desde a estrutura pré-linguística da intenção comunicativa até sua manifestação superficial. A relação existente entre os elementos do texto deve-se à intenção do falante, ao plano textual previamente estabelecido, que se manifesta por meio de instruções ao interlocutor para que realize operações cognitivas destinadas a compreender o texto em sua integridade, isto é, o seu conteúdo e o seu plano global; ou seja, o ouvinte não se limita a "entender" o texto, no sentido de "captar" apenas o seu conteúdo referencial, mas necessita reconstruir os propósitos comunicativos que tinha o falante ao estruturá-lo, descobrir o "para quê" do texto. A medida em que o locutor realiza intencionalmente uma função ilocutória identificável por parte dos parceiros envolvidos na comunicação que o conjunto de enunciados linguísticos vem a constituir um processo textual coerente, de funcionamento socio-comunicativo eficaz e normalizado, conforme as regras constitutivas. 
Nos casos em que o texto é composto por vários conjuntos de enunciados que realizam, potenciais ilocutórios distintos, de tal forma que sua associação hierárquica de origem a um sistema coerente ao conjunto global que se aplica o termo texto (ef. o conceito de macroato de fala de van Dijk, 1980). Motsch (1986) defende a hipótese de que, se os objetivos da ação podem ser atingidos com a ajuda da enunciação de expressões verbais, então é necessário que se possam relacionar as ações e propriedades do texto, que elas possam ser representadas nos enunciados do texto. Para reconstruir, a partir de e (enunciado), a interação int. do falante. O contexto de uso de tais indicadores depende, basicamente, de fatores da situação. Motsch & Pasch (1987) concebem, também, o texto como uma sequência hierarquicamente organizada de atividades realizadas pelos interlocutores. 
A enunciação é sempre movida por uma intenção de atingir determinado objetivo ilocucional. Da parte do enunciatário, é preciso que ele compreenda o objetivo fundamental do enunciador, o que depende da formulação adequada da enunciação, para que se decida a aceitar colaborar na realização de seu objetivo e mostrar a reação desejada. 
Van Dijk no início da década de 80 foi um dos grandes responsáveis pela "virada pragmática". Van Dijk estuda o que denomina "relações funcionais no discurso", as relações entre enunciados a que geralmente se tem denominado pragmáticas ou discurso-argumentativas. O autor passa a postular, ao lado da macroestrutura semântica do texto responsável pela coerência pragmática. Para ele, a compreensão de um texto obedece a regras de interpretação pragmática, de modo que a coerência não se estabelece sem se levar em conta a interação. 
É esse o momento que Charolles (1983) opera uma guinada importante no seu conceito de coerência textual, passando a considerá-la um "princípio de interpretabilidade do discurso".
2.3 a virada cognitiva
Surge na década de 80 uma nova orientação nos estudos do texto, a partir da tomada de consciência acompanhada de processos de ordem cognitiva, de quem age precisa dispor de modelos mentais de operações e tipos de operações. Com a tônica nas operações de ordem cognitiva, o texto passa a ser considerado resultado de processos mentais, têm conhecimentos representados na memória que necessitam ser ativados para que sua atividade seja coroada de sucesso. Assim, eles já trazem para a situação comunicativa determinadas expectativas e ativam dados conhecimentos experiências quando da motivação e do estabelecimento de metas.
Desse ponto de vista, conforme Beaugrande & Dressler (1981) o texto é originado por uma multiplicidade de operações cognitivas interligadas, de modo que caberia à Linguística Textual desenvolver modelos procedurais de descrição textual. 
Heinemann & Viehweger (1991) postulam que, para o processamento textual, concorrem quatro grandes sistemas de conhecimento: o linguístico, o enciclopédico, o interacional e o referente a modelos textuais globais.
O conhecimento linguístico compreende os conhecimentos gramatical e lexical. O conhecimento de um mundo é aquele que se encontra armazenado na memória de cada indivíduo. Desta forma, os modelos constituem conjuntos de conhecimentos socio-culturalmente determinados e vivencialmente adquiridos. São inicialmente, particulares, determinados espaço-temporalmente e, por isso, estocados na memória episódica. 
Assim, segunda Van Dijk, por ocasião do processamento da informação, selecionam-se os modelos com a ajuda dos quais o atual estado de coisas pode ser interpretado. Na falta de informação, explicita em contrário, utiliza-se como preenchedor a informação estereotipada.
É com base em tais modelos que levantam hipóteses, a partir de uma manchete ou título; que se criam expectativas sobre o campo lexical a ser explorado no texto.
O conhecimento socio-internacional é o conhecimento sobre as ações verbais, sobre as formas de interação através da linguagem.
É o conhecimento ilocucional que permite reconhecer os objetivos ou propósitos que um falante pretende agir. Trata-se de conhecimentos sobre tipos de objetivos, que costumam ser verbalizados por meio de enunciações características. 
O conhecimento comunicacional é aquele que diz respeito a normas comunicativas gerais, como as máximas descritas por Grice (1975); à quantidade de informação necessária, numa situação concreta; para que o parceiro seja capaz de reconstruir o objetivo do produtor de texto. 
O conhecimento meta comunicativo permite ao produtor do texto evitar perturbações previsíveis na comunicação ou sanar conflitos efetivamente ocorridospor meio da introdução no texto de sinais de articulação ou apoios textuais. Trata-se do conhecimento sobre vários tipos de ações linguísticas, que permitem ao locutor assegurar a compreensão do texto e conseguir a aceitação dos objetivos com que é produzido, monitorando com elas o fluxo verbal (cf. Motsch & Pasch, 1987).
O conhecimento sobre estruturas ou modelos textuais globais é aquele que permite aos falantes reconhecer textos como exemplares de determinado gênero ou tipo. A aproximação mais produtiva poderia ser feita com noção de gênero, que hoje volta a ocupar posição central nos estudos sobre texto discursivo. 
Um conhecimento de tipo procedural, dos procedimentos ou rotinas por meio dos quais esses sistemas de conhecimentos são ativados quando do processamento textual. Tal conhecimento engloba o saber sobre as práticas peculiares ao meio sociocultural em que vivem os interactantes, bem como o domínio das estratégias de interação. 
O processamento textual é estratégico. As estratégias de processamento textual implicam a mobilização on-line dos diversos sistemas de conhecimentos. Para efeito de exposição, tais estratégias podem ser divididas em cognitivas, sociointernacionais e textualizadoras.
Assim, o processamento estratégico depende não só de características dos usuários da língua, tais como seus objetivos, convicções e conhecimento de mundo. Van Dijk & Kintsch (1983) citam, como principais estratégias proporcionais, as de coerência local, as macroestrategias e as estratégias esquemáticas ou superestruturais.
Todo e qualquer processo de compreensão pressupõe atividades do ouvinte/leitor de modo que se caracteriza com um processo ativo e continuo de construção, no qual as unidades de sentido ativadas, a partir do texto, se conectam a elementos suplementares de conhecimento extraídos de um modelo global também ativado em sua memória. Dependendo desses conhecimentos e do contexto, diferentes interlocutores poderão construir interrupções diferentes do mesmo texto.
Estratégias internacionais são estratégias socioculturalmente determinadas que visam a estabelecer, manter e levar a bom termo uma interação verbal.
As estratégias internacionais visam, pois, a levarem bom termo um "jogo de linguagem". As estratégias textuais, por seu turno, dizem respeito as escolhas textuais que os interlocutores realizam, desempenhando diferentes funções e tendo em vista a produção de determinados sentidos. 
Com a virada cognitiva, a Linguística Textual entra em nova fase, que vai levar uma nova concepção de texto, que possibilitará importantes desenvolvimentos posteriores.
2.4 a perspectiva sociocognitivo-interacionista
As ciências cognitivas clássicas vêm trabalhando com diferença bem nítida e estanque entre os processos cognitivos que acontecem fora dela. O ambiente seria apenas um meio a ser analisado e representado internamente, uma fonte de informações para a mente individual.
Entender a relação entre cognição e cultura seria, portanto, entender que conhecimentos os indivíduos devem ter para agir adequadamente dentro da sua cultura.  A concepção de mente desvinculada do corpo, característica do cognitivismo clássico, começa a cair como um todo quando várias áreas das ciências.
Mente e corpo não são suas entidades estanques. Portanto, tais operações não se dão apenas na cabeça doa indivíduos, mas são resultados da interação de várias ações conjuntas por eles praticadas. Pode-se dizer que a cognição é um fenômeno situado, o que significa que boa parte da cognição ocorre fora da mente, tornando difícil a tarefa de traçar o ponto exato onde a cognição está dentro ou fora das mentes.
De acordo com Clark (1996), a língua é um tipo de ação conjunta, sendo uma ação conjunta aquela que envolvem a coordenação de mais de um indivíduo para a sua realização. Uma ação conjunta diferencia-se de uma ação individual não só pela quantidade de pessoas envolvidas, mas pela qualidade da ação.
O tipo de relação que se estabelece entre cognição e linguagem é estreito, interno, de mútua construtividade. A linguagem é tida como o principal mediador da interação entre as referências do mundo biológico e as referências do mundo sociocultural (cf. Morato, 2001).
Dentro desta concepção, amplia-se, mais uma vez, a noção de contexto. O contexto passa a constituir a própria interação e seus sujeitos: o contexto constrói-se, em grande parte, na própria interação.
3 PRINCÍPIOS DE CONSTRUÇÃO DO SENTIDO
3.1 coesão textual
É comum designar por coesão a forma como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se interligam, por meio de recursos também linguísticos.
Halliday/Hasan (1976), em sua obra Cohesion in English, postulam a existência de cinco formas de coesão, a saber, a referência, a substituição, a elipse, a conjunção e a coesão lexical. A maior parte dos pesquisadores passou a classificar os recursos coesivos em dois grandes grupos: coesão referencial e coesão sequencial. No primeiro grupo foram incluídas a referência, a substituição e a elipse de Halliday, bem como uma parcela da coesão lexical. No segundo grupo estava presente a outra parcela da coesão lexical, bem como a conjunção Hallidiana.
A necessidade de dividir a coesão lexical pelos dois grupos deve-se ao fato de Halliday haver postulado que ela envolve dois mecanismos: a reiteração e a colocação.
3.1.1 coesão referencial
Existem recursos que podem ter uma função coesiva no texto, mas nem sempre atuam coesivamente, como os pronomes de terceira pessoa (retos e oblíquos), os numerais, o artigo definido e alguns advérbios locativos, como lá, aí, ali. Alguns exemplos em que esses elementos operam coesivamente:
1) Vá buscar as crianças na escola. Elas saem às cinco horas.
2) Todos os livros estão na estante. Os meus são os de capa azul.
3) Entrei em casa e corri para o quarto. Lá estava o presente, em cima da cama.
Elementos de ordem lexical também podem possuir funções referenciais, quando responsáveis por reiterar referentes textuais: a repetição do mesmo item lexical, sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos e formas nominais, isso pode ser verificado nos exemplos abaixo:
4) E a música vinha de longe. A música era tranquilizante, doce, cheia de acordes suaves.
5) Dois navios foram atingidos pelo fogo inimigo. Diante dos estragos, a esquadra fez-se o largo
Não demorou para que se percebesse que nem sempre o referente de uma forma coesiva vem expresso no texto. Tratou-se, em primeiro lugar, das anáforas ditas associativas, semânticas ou profundas.
3.1.2 coesão sequencial
A coesão sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto, diversos tipos de relação semântica e/ou pragmático-discursiva, à medida que se faz o texto progredir.
3.2 coerência
Para Beaugrande & Dressler, a coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual entram numa configuração veiculadora de sentidos.
3.2.1 situcionalidade
A situcionalidade pode se referir ao conjunto de fatores que tornam um texto relevante para a situação comunicativa, envolvendo também a mediação entre o mundo real e o mundo textual.
3.2.2 informatividade
A informatividade diz respeito à distribuição da informação no texto e ao grau de previsibilidade com que a informação contida no texto é vinculada. É importante o equilíbrio entre esses dois conceitos dentro de um texto.
3.2.3 intertextualidade
A intertextualidade envolve os diversos tipos de relação que um texto mantém com outros textos.
3.2.4 intencionalidade
A intencionalidade refere-se aos diversos modos nos quais os sujeitos usam textos para realizar suas intenções comunicativas.
3.2.5 aceitabilidade
A aceitabilidade refere-se à atitude dos interlocutores de aceitarem a manifestação linguística do parceiro como um texto coeso e coerente, que tenha para eles alguma relevância.
3.3 questionamentos
Algumas críticas têm sido feitas às postulações de Beaugrande & Dressler (1981), entre as quais ressaltam as seguintes:
1) Dentro de uma perspectiva pragmático-cognitiva, nãofaz sentido a divisão entre fatores “centrados no texto” e “centrados no usuário”, já que todos eles estão centrados simultaneamente no texto e em seus usuários.
2) A coerência não é apenas um critério de textualidade entre os demais, mas constitui o resultado da compatibilidade de todos os demais fatores, aliados a mecanismos e processos de ordem cognitiva, como o conhecimento enciclopédico, o conhecimento compartilhado, o conhecimento procedural, etc.
3.4 fatores de contextualização
Marcuschi (1983) sugere que se incluam, entre os demais fatores, os fatores de contextualização, responsáveis, segundo ele, pela ancoragem do texto em dada situação comunicativa. Esses elementos são, muitas vezes, decisivos para a interpretação.
3.4.1 consistência e relevância
Giora (1983) apresenta como requisitos básicos para que um texto possa ser tido como coerente a consistência e a relevância. A condição de consistência exige que todos os enunciados de um texto possam ser não contraditórios (cf. Charolies, 1978) dentro de um mesmo mundo ou dentro dos diversos mundos representados num texto. O critério de relevância exige que o conjunto de enunciados que compõem o texto sejam interpretáveis como predicando algo sobre um mesmo tema (cf. a noção de relevância, em Sperber & Wilson, 1986).
3.4.2 focalização
Koch & Travaglia (1989) acrescentam o critério de focalização, que se refere à concentração dos usuários, no momento da interação verbal, em apenas uma parte de seu conhecimento, bem como à perspectiva sob a qual são vistos os componentes do mundo textual.
3.4.3 conhecimento compartilhado
Os conhecimentos prévios são de extrema importância no processamento textual, mas devem ser ressaltados os conhecimentos partilhados para que haja o estabelecimento da coerência, são estes que vão determinar, por exemplo, o balanceamento entre o que precisa ser explicado e o que pode ficar implícito no texto.
3.5 evolução dos conceitos de coesão e coerência
É possível verificar que as noções de coesão e coerência foram sofrendo alterações significativas no decorrer do tempo. À medida que se diferenciavam as concepções de texto, esses dois conceitos passaram a se distanciar
O primeiro passo foi constatar que a coesão não é condição necessária nem suficiente da coerência, já que esta não se encontra no texto, mas constrói-se a partir dele numa situação interativa. Verificou-se, a seguir, que a distinção entre coesão e coerência não pode ser estabelecida de maneira radical, pois não são fenômenos independentes um do outro. Além do mais, os dois grandes movimentos responsáveis pela estruturação do texto – o de retrospecção e o de prospecção – realizados em grande parte por meio dos recursos coesivos, são determinantes para a produção de sentidos. Passou-se, também, a postular uma coerência pragmática, relacionada com os atos e macroatos de fala. Muitos autores passaram, então, a reivindicar que a coerência se constrói por meio de processos cognitivos operantes na mente dos usuários, desencadeados pelo seu texto e contexto, portanto a ausência de elementos coesivos não é, necessariamente, um obstáculo para essa construção.
4 INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade é um dos principais temas para a qual a linguística textual dedica-se. Intertextualidade é a influência de um texto, para o outro, tendo como referência; um ponto de partida para elaborar seu intertexto. Na intertextualidade é obrigatório colocar a referência. Em alguns casos, o escritor não tem como objetivo mostrar que seu texto foi feito em cima de outro, isso se torna plágio. A intertextualidade stricto sensu acontece quando, um texto está posto sobre outro, o intertexto é percebido quando é feita referências, mostrando a fonte em que seu texto está sendo escrito. Na intertextualidade implícita, o autor quer que seu interlocutor seja capaz de assimilar a referência de seu texto fonte. Caso isso não ocorra, o sentido é prejudicado. 
Na intertextualidade implícita a descoberta torna-se importante para a construção do sentido. O escritor acredita que a noção détournement, seria capaz de substituir a maior parte dos casos de intertextualidade implícita. O détournement consiste em produzir enunciados que tem marcas linguísticas de uma enunciação proverbial. O objetivo é fazer o leitor lembrar do texto original, para fazer uma argumentação sobre ele ou critica-lo. Mostra em grande parte dos casos de subversão, uma contradição ao texto fonte, por conta da negação de uma parte ou de tudo que o texto apresenta. Através das formas de retextualização, existem vários tipos de Détourmement, podendo mencionar: 
1) Détournement de provérbios, frases feitas, título de filmes ou obras literárias: elas são frequentes no humor, na música popular, em charges policias, etc. 
2) Détournement de textos ou títulos de textos literários: eles são comuns na publicidade e propaganda, também sendo em outros textos literários.
3) Détournement de provérbios: estes são frases feitas, clichês, slogans, passagens bíblicas, etc., nos enunciados concessivos (operação de contrajunção) por meio de adjunções, por exemplo “devagar se vai ao longe, mas leva tempo”. 
Existem casos de intertextualidade implícita sem détournement, não apresentando modificações na forma; apenas recortando-se, para a construção de novos sentidos. Em um texto, podemos ter presente, diversas vozes; a polifonia é esta característica. Alguns consideram a noção de polifonia mais ampla que a intertextualidade, englobando-a como uma das mais importantes manifestações, pois, a polifonia exige apenas que se “representem”; em um texto, ponto de vista de enunciadores diferentes. A polifonia em alguns casos é explicitamente apresentada, isto é, quando em um mesmo enunciado, há mais de um locutor. Por outro lado, temos aqueles que, encenam-se no interior do discurso do locutor, perspectivas representadas por enunciadores diferentes; não precisando de textos efetivamente existentes. Comum na paródia, alusão, em casos de ironia, etc.
5 CONCLUSÃO
Através deste trabalho conclui-se que, a linguística textual é um ramo novo da linguística, e toma o texto como objeto de estudo. Surgiu na Europa, e a professora, Ingedore Villaça Koch examina em detalhes a Linguística Textual, percorrendo, desde sua origem, seus vários caminhos traçados de acordo com as diferentes definições de texto. 
Pode-se distinguir três fases com preocupações teóricas bastante diversas entre si: analise transfrástica, gramática do texto e a teoria textual. A linguística textual faz um uso dos conceitos e da terminologia linguística corrente, e muito do que se faz nesse campo são; tentativas de estender os tipos correntes de análise linguística a unidades maiores do que a sentença. Consequentemente, essa orientação tem muito em comum com a análise do discurso.
A orientação funcionalista chamada linguística sistêmica compartilha algumas ideias importantes com a linguística textual, mas tem uma natureza bastante diferente.
6 REFERÊNCIAS
KOCH, Ingedore Villaça. Introdução à Linguística Textual. 2ª. Ed. São Paulo: janeiro, 2015. 158 páginas. Editora Contexto. Idioma: Português.

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