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ÉTICA, RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL AULA 6 Prof.a Olívia Resende 2 CONVERSA INICIAL Olá você já imaginou como seria a responsabilidade das organizações em um mundo cada vez mais globalizado? Como seriam suas ações em meio a consumidores cada vez mais conscientes da sua responsabilidade com um mundo melhor? Consumidores estes com mais acesso a informação e produtos diferenciados? Como as organizações se mantêm em um cenário assim? Pense e reflita sobre estas perguntas. Nesta aula, vamos tentar responder a estas perguntas e mais especificadamente, iremos aprofundar nas Ferramentas de Gestão que direcionam as empresas na busca de resultados sustentáveis. CONTEXTUALIZANDO A responsabilidade social empresarial é, segundo o Ethos, “uma forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”. A Responsabilidade da Empresa surge em um contexto, onde o Estado, as empresas e a sociedade civil estão envolvidos diante das pressões internacionais que coloca todos num campo de incertezas; com relação aos seus projetos, fazendo com que outras formas de controle dos respectivos destinos sejam objeto de pesquisa e de utilização de novas certificações, metodologias e sistemas de apoio à decisão. Algumas ferramentas gerenciais contribuem para a implementação e fiscalização de práticas de Responsabilidade Social Empresarial. Com a globalização das práticas de RSE, entende-las e aplica-las de maneira adequada é de extrema importância. No que diz respeito ao papel do gestor na construção da responsabilidade social da organização devem ter especial atenção, pois os projetos que não levarem essas questões em consideração estarão fadados ao fracasso. Da mesma forma, o desconhecimento progressivo do processo de governança local 3 e das dinâmicas locais sobre o desenvolvimento de processos de intervenção tecnológica tem trazido inúmeros problemas: para as comunidades, os governos, os organismos internacionais e os órgãos de fomento internacional, no âmbito da gestão dos respectivos projetos, entre eles os projetos de responsabilidade social. Nesta rota buscaremos refletir sobre a Gestão Empresarial e a Responsabilidade Social Empresarial em meio a um cenário de globalização, apresentaremos algumas ferramentas, normas e práticas que devem ser objeto dos programas de responsabilidade social empresarial, as quais poderão ser utilizadas para que a sua empresa seja considerada responsável, dentre eles daremos enfoque ao Investimento Comunitário Estratégico, além disto apresentaremos o marketing 3.0, um novo conceito para o desenvolvimento de estratégias de marketing que está totalmente relacionado às estratégias de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social. Para tanto buscaremos responder as seguintes perguntas: Para responder a esta e outras perguntas, começaremos abordando a relação entre a Globalização e a Responsabilidade Social Empresarial. TEMA 1 DA ROTA: A GLOBALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E O PRINCÍPIO DA INCERTEZA Com a globalização estamos há algumas décadas vivendo um movimento internacional denominado “neoliberalismo”. O neoliberalismo defende que o Estado deixe de ser agente controlador da economia, ou seja, defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na O que a globalização tem a ver com a Responsabilidade Social Empresarial? Existem formas de gerir uma empresa voltada para sua Responsabilidade Social? 4 globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos, dentre outros, passando o estado a exercer um reduzido número de atividades, delegando, através de diferentes mecanismos e leis, parte das suas atividades para outros segmentos da sociedade. Assim, algumas atividades que antes eram exclusivas do Estado passaram a ser confiadas às empresas. Que através da Responsabilidade Social Empresarial, se transformaram em grande parte, em agentes de desenvolvimento local, através das parcerias público-privadas. Neste cenário, as empresas passaram a ter mais responsabilidades. Quando nos remetemos ao “princípio da incerteza”, estamos nos referindo ao grande número de exigências, normas, projetos, controle e monitoramentos que as empresas passam nesse momento e que precisam ser revistos através de análise prospectiva para que seus objetivos sejam atingidos. Podemos então dizer que a Responsabilidade Social Empresarial, surge neste contexto internacional neoliberal, como mudança de perspectiva do sistema econômico e de regime de Estado. No aspecto neoliberal, o Estado cria todas as condições para se dedicar às suas novas funções. Entretanto, deixa de ser um “agente de controle” das atividades econômicas para ser um “agente de fiscalização” dos processos, produtos e serviços que foram terceirizados, privatizados e realizados através de parcerias público-privadas (setor privado) ou termos de parceria (terceiro setor). Em relação às organizações da sociedade civil, o Estado as dota de natureza privada com personalidade jurídica de instituição pública, garantindo que estas possam receber recursos de instituições públicas ou de empresas, com dedução de imposto de renda, para desenvolvimento de projetos. Nesse contexto, empresas, comunidades, mercados nacionais e internacionais, agências de certificação e projetos diversos passam a fazer parte das agendas das empresas responsáveis e dos seus respectivos setores e profissionais. 5 Destarte, o papel dos diferentes atores sociais está assim definido: o Estado passa a ser agente fiscalizador das atividades que atribuiu para empresas e organizações da sociedade civil, através das agências de regulação; a sociedade civil, estruturada em organizações da sociedade civil de interesse público, será o agente público para projetos na área social, sob tutela e controle do Ministério da Justiça; o Ministério Público, seja ele federal ou estadual, passa a ser agente de controle dos bens de interesse difuso e coletivo de todo tipo de relação estabelecida entre o Estado, as empresas; as empresas passam a ser agentes de desenvolvimento local, numa perspectiva de sustentabilidade social, ambiental, cultural, econômica e financeira. Para Ferraz (2007), a responsabilidade social, nada mais é que um dos pressupostos da função social da Empresa: o de atender aos anseios da sociedade onde está inserida, por meio de práticas sociais e éticas, o amparo aos direitos do trabalhador envolvido com a produção, bem como o reconhecimento dos valores desse trabalhador por meio de investimentos intelectuais e culturais, e enfim, a responsabilização, ambiental, social e moral. Assim, como analisamos em outras rotas e aqui reforçado, a responsabilidade social vem assumindo relevância considerável a partir das intervenções realizadas pelas empresas em diversas situações em que o Estado não se faz mais presente. Não basta implantar práticas para solução de desafios empresariais, é necessário que elas possam também ser avaliadas. Da mesma forma, é preciso saber qual tipo de prática a ser adotada vai tornar possível que os resultados sejam atingidos. Segundo Zocolaro (2013), em linhas gerais, as empresas têm desenvolvido práticas na área de: governança, direitos humanos, público interno,6 meio ambiente, cadeia de valor, comunidade e sociedade, governo e mercado consumidor. Gonçalves (2011) entende que as ações de responsabilidade social estão cobrindo as áreas de educação, meio ambiente, capacitação de mão de obra, gênero e diversidade social, sexual e racial, emprego e renda e orientações para o mercado, as empresas passam a ter uma ação muito mais extensiva. Atualmente, as empresas passam a incorporar funções governamentais, quando gradualmente vão assumindo áreas e projetos, que efetivamente não são a sua atividade fim, fazendo com que internamente todo o seu público alvo esteja também envolvido nessas atividades. Para se implantar a responsabilidade social empresarial, foram desenvolvidas várias ferramentas, normas e seus respectivos sistemas de gestão que, ao serem aplicados e sistematizados pelos diferentes públicos-alvo, garantem a certificação a responsabilidade social de todos os procedimentos descritos nos planos a serem desenvolvidos. A responsabilidade social empresarial envolve temas e demandas diversos, que só podem ser suficientemente inseridos em uma organização por meio de várias ferramentas de gerenciamento. Entre as ferramentas de gestão mais utilizadas, temos o balanço social, que é uma ferramenta de comunicação dos resultados das atividades das empresas e de seus projetos nessa perspectiva. O balanço social é um tipo de demonstração de resultados parecido com as demonstrações financeiras publicadas anualmente, no qual as empresas apresentam um conjunto de informações sobre os projetos, os benefícios e as ações sociais dirigidas aos empregados, aos investidores, aos analistas de mercado, aos acionistas e à comunidade. Relatório de Sustentabilidade Empresarial, Balanço Social Corporativo, Relatório Social e Relatório Social-Ambiental são outros nomes utilizados pelas organizações, especialistas e acadêmicos para designar o material informativo sobre a situação da organização em relação a questões sociais e ambientais. (OLIVEIRA, 2008). 7 A função principal do balanço social é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. Leitura Obrigatória Rico, E. M. A responsabilidade social empresarial e o Estado: uma aliança para o desenvolvimento sustentável. Perspec. vol.18 no.4, São Paulo 2004 Saiba mais Assista o vídeo da Fundação Grupo Boticário e da responsabilidade assumida pela empresa. O Brasil é um país maravilhoso, rico em florestas tropicais e em reservas de água doce. O trabalho da Fundação Grupo Boticário é proteger o patrimônio natural do nosso país, que além de ser maravilhoso, possui a maior biodiversidade do planeta. Assista a este vídeo e conheça os projetos da Fundação! https://www.youtube.com/watch?v=DVE19y5znGA TEMA 2 DA ROTA: FERRAMENTAS GERENCIAIS NO PROCESSO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL Atualmente, a responsabilidade das empresas passa a ser o centro das discussões das principais economias do mundo, associado ao conceito de desenvolvimento sustentável, um modelo de progresso econômico e social que permitirá que todos os seres humanos atinjam boas condições de vida, sem comprometer a capacidade do ser humano de se manter continuamente no planeta. Na tentativa de dar resposta a esse anseio mundial, surgem códigos, princípios e normas que regulamentam essas práticas. Alguns exemplos são o Pacto Global da ONU, já visto em nossas aulas, o Sustainability Index do Dow Jones, e as normas SA8000 (focada prioritariamente nas relações de trabalho) e AA1000 (com foco no diálogo com partes interessadas), que desafiam as corporações a atingir um patamar mais alto de desempenho. No Brasil, a Bovespa lançou em 2005 o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), https://www.youtube.com/watch?v=DVE19y5znGA 8 resultado da análise de uma carteira de ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a sustentabilidade. Atualmente, o GRI –Global Reporting Initiative, foi criada com o objetivo de elevar as práticas de relatórios de sustentabilidade de empresas a um nível de qualidade equivalente ao dos relatórios financeiros. Estes códigos, princípios e normas que regulamentam as práticas de Responsabilidade Social Empresarial, contribuem demonstrando para todos qual é a postura da empresa e seus dirigentes e da qualidade do produto ou serviço oferecido. Como vimos, o Estado ajuda apenas na identificação e na formulação de políticas públicas, deixando a responsabilidade para as empresas. Segundo a Global Reporting, um relatório de sustentabilidade é um relatório que divulga o desempenho econômico, ambiental, social e de governança da organização relatora. Cada vez mais, organizações querem tornar suas operações mais sustentáveis e estabelecer um processo de elaboração de relatório de sustentabilidade para medir desempenhos, estabelecer objetivos e monitorar mudanças operacionais. Um relatório de sustentabilidade é a plataforma fundamental para comunicar os impactos de sustentabilidade positivos e negativos bem como para obter informações que podem influenciar na política, estratégia e nas operações da organização de uma forma contínua. Vamos apresentar alguns relatórios. Iniciamos com os Indicadores Ethos, que segundo o Instituto Ethos são ferramentas de gestão que visam apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social empresarial (RSE) em suas estratégias de negócio, de modo que esse venha a ser sustentável e responsável. A ferramenta é composta por um questionário que permite o auto diagnóstico da gestão da empresa e um sistema de preenchimento on-line que possibilita a obtenção de relatórios, por meio dos quais é possível fazer o planejamento e a gestão de metas para o avanço da gestão na temática da RSE/Sustentabilidade. Ainda para o Instituto Ethos, a atual geração dos Indicadores Ethos, que será continuamente aprimorada, apresenta uma nova abordagem para a gestão das empresas e procura integrar os princípios e comportamentos da RSE com 9 os objetivos para a sustentabilidade, baseando-se num conceito de negócios sustentáveis e responsáveis ainda em desenvolvimento. Além de ter maior integração com as diretrizes de relatórios de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI), com a Norma de Responsabilidade Social ABNT NBR ISO 26000, CDP, e outras iniciativas. Os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis têm como foco avaliar o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social têm sido incorporadas nos negócios, auxiliando a definição de estratégias, políticas e processos. Embora traga medidas de desempenho em sustentabilidade e responsabilidade social, esta ferramenta não se propõe a medir o desempenho das empresas nem reconhecer empresas como sustentáveis ou responsáveis. O Global Report Initiative (GRI) é outro instrumento gerencial para avaliação das práticas de responsabilidade social através de relatórios que deverão ser enviados para os organismos credenciados. (Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial, 2007) Já a norma ISO 14063 define comunicação ambiental como sendo o processo de compartilhar informação sobre temas ambientais entre organizações e suas partes interessadas, visando construir confiança, credibilidade e parcerias para conscientizar os envolvidos e para utilizar as informações no processo decisório. A norma está organizada para propor o alinhamento entre os princípios, a política, a estratégia e as atividades de comunicação ambiental (CAMPOS, M. K. S., 2007). As organizações devem construir sua comunicação ambiental com base em princípios: utilizar transparência no processo, ser relevante no conteúdo comunicado, garantir credibilidade das informações, ser responsivo aos stakeholders e adotar clareza nalinguagem. O Projeto SIGMA foi lançado em 1999 com o apoio do Departamento de Indústria e Comércio do Reino Unido. Visando construir a capacidade das empresas de alcançarem seus objetivos de negócio e institucionais tratando, de modo mais eficaz, os dilemas, ameaças e oportunidades nos campos econômico, social e ambiental. As diretrizes do Projeto SIGMA oferecem soluções flexíveis e viáveis que podem ser implementadas em uma ampla gama 10 de setores, tipos de organização e funções. Integração e melhoria de desempenho são palavras chaves no Projeto SIGMA. Ele reúne temas sociais, ambientais e econômicos, ao mesmo tempo em que incentiva as empresas a integrar essas áreas na gestão organizacional. É a síntese de vários modelos e instrumentos no campo da responsabilidade social empresarial. Ele pode ser usado sozinho ou em conjunto com outras iniciativas e permite às organizações definirem seu próprio processo de acordo com suas necessidades, visando sempre à melhoria do desempenho. (Instituto Willis Harman House, Antakarana) O Guide 72 (ISO, 2001) é um documento informativo sobre conceitos, processos e metodologias para sistemas de gestão que deverão ser objeto de uso pelas empresas para implantação dos processos de certificação e de padronização de sistemas de gestão. A norma PAS 99 (BSI, 2006) é a primeira norma mundial que integra os diferentes sistemas de gestão da qualidade (qualidade, meio ambiente, higiene, saúde e segurança do trabalho). Nesse procedimento padrão não foram incluídas as normas de ética e responsabilidade social. O modelo usado na PAS 99 (BSI, 2006) tem como base o Guide 72 (ISO, 2001) com algumas modificações, já tendo sido testado na prática. Todo o processo do sistema integrado de gestão segue o mesmo princípio do sistema PDCA como mecanismo de gestão das diferentes normas de qualidade. Assim, o primeiro passo deve ser a identificação das necessidades do negócio. Se a empresa não vê benefícios com a integração, então não deverá fazê-la – embora seja difícil imaginar uma organização que não veja. Leitura Obrigatória RODRIGUES et al. A prática da Responsabilidade Social Empresarial através do Programa Miniempresa da Junior Achievement em Macapá/AP. Saiba mais Assista os vídeos da norma 26000 e a entrevista sobre Sistema de Gestão Ambiental e fique por dentro. 11 https://www.youtube.com/watch?v=pp_ERQAaEko https://www.youtube.com/watch?v=0wZIm-E5yOM TEMA 3 DA ROTA: INVESTIMENTO COMUNITÁRIO ESTRATÉGICO (ICE) O aumento vertiginoso da pobreza, aliado aos processos de redemocratização de diversos países, intensifica a pressão social exercida pela sociedade junto ao setor privado. O resultado é a ampliação do alcance da visão das empresas sobre sua responsabilidade, que passam a ir além das expectativas de acionistas, funcionários, fornecedores e clientes. As empresas começam então a perceber a necessidade de geração de valor para todos os stakeholders, e a serem questionadas na sua missão e objetivos, em seus processos produtivos e nos impactos que geram no meio ambiente, na sociedade dentre outros. (Aliança Grupo Capoava, 2010) Recentemente, a Corporação Financeira Internacional, objetivando ampliar e melhorar os resultados da cadeia de valor dos investimentos realizados em programas e projetos de responsabilidade social, desenvolveu outro programa, que já está em andamento, denominado Investimento Comunitário Estratégico. Os novos desafios impostos as empresas, exigem que estas se tornem sujeito de transformação social, tanto da comunidade onde está inserida, quanto do país, assim, o Investimento Comunitário Estratégico, quando executado de maneira estratégica, ou seja, alinhado às diretrizes de responsabilidade social e sustentabilidade e às estratégias de negócio da empresa, integrando a perspectiva interna à perspectiva externa do negócio, e gerando valor para a empresa e sociedade, contribui para que estes desafios sejam alcançados. No Brasil ainda pouco se fala do Investimento Comunitário Estratégico (ICE), onde é praticamente desconhecido da maior parte das instituições e empresas. Convém ressaltar que todas as considerações realizadas nesse item foram extraídas do único manual da CFI em língua portuguesa que trata dessa questão no País. https://www.youtube.com/watch?v=pp_ERQAaEko https://www.youtube.com/watch?v=0wZIm-E5yOM 12 Segundo Pimentel (2011), atualmente, a grande maioria dos investidores sociais privados são fundações, associações empresariais e empresas, e não pessoas físicas, fundações familiares ou comunitárias. Isso significa dizer que, de forma geral, estes investimentos são administrados tendo como pano de fundo a lógica empresarial. Assim, parece natural que os investimentos sejam executados por meio do desenvolvimento de programa próprio, ou seja, sejam focados em determinados temas definidos pela empresa em um horizonte mais curto de tempo. Mas em que consiste o ICE? O ICE consiste, por um lado, em contribuições ou ações voluntárias por parte das empresas para ajudar comunidades localizadas em suas áreas de operação a resolver suas prioridades de desenvolvimento; e, por outro, em aproveitar as oportunidades criadas pelo investimento privado de maneira sustentável que respaldem os objetivos do negócio (IFC, 2010). Vale ressaltar que o ICE não deve ser confundido com as obrigações das empresas de mitigarem ou compensarem as comunidades locais pelos impactos ambientais e sociais causados por projetos em desenvolvimento. Essas questões são tratadas de forma isolada pelos “Padrões de Desempenho Socioambiental” da IFC. Entretanto, as duas são componentes interligadas de uma abordagem da gestão dos relacionamentos empresa– comunidade. As empresas estão mudando as suas formas de gestão socioambiental, passando de “doadoras filantrópicas” e de “práticas pontuais” para adotantes de “programas estratégicos de planejamento” centrados em investimento comunitário orientado para plano de negócios. Segundo o Instituto Ethos, o ICE, através da gestão dos riscos e das oportunidades, cria valor compartilhado pela articulação dos objetivos e das competências do negócio, com as prioridades de desenvolvimento das partes interessadas locais. 13 Através do ICE, as empresas apoiam diversos tipos de atividades: capacitação, desenvolvimento de formas de sustento, transferência de conhecimento, acesso a serviços sociais e infraestrutura, frequentemente em contextos onde os níveis de pobreza, risco social e expectativa são altos e onde empresas e comunidades competem pelo uso da terra e dos recursos naturais. A estrutura de um programa de ICE passa pelas seguintes etapas: avaliar o contexto empresarial; avaliar o contexto local; avaliar o processo de envolvimento comunitário; e avaliar a necessidade de capacitação. Depois dessas etapas, é necessário definir os parâmetros, o modelo de implementação e o processo de mensuração e comunicação dos resultados. A noção dos conceitos de desenvolvimento, inovação, mudança e progresso poderá ter diferentes significados em razão dos contextos historicamente produzidos, que definiram elaborações e apropriações cognitivas pelos diferentes grupos e comunidades, no local onde as empresas e instituições desenvolvem as suas atividades. A construção de um modelo cognitivo integra: a história pessoal e comunitária com conceitos e significados; a formação dos conjuntos de relações que definem formas de pensar, agir e se comportar diante das diferentes relações que se estabelecem diariamente com as coisas, os outros, o mundo, os objetos; e, por conseguinte, as implicações das atividades das empresas quando pretendem implantar programas de responsabilidade social e de investimento comunitário estratégico. Concomitantemente, para a identificação da estrutura do modelo cognitivo das comunidades de projeto,os gestores devem levar em consideração: Variáveis culturais; Variáveis ambientais; Variáveis sociais; variáveis políticas; Variáveis econômicas; Variáveis financeiras. As Variáveis culturais, na maior parte dos projetos de empreendimentos civis, a variável cultural não é levada em consideração, já que, praticamente, a legislação que regula a possibilidade de realização de um empreendimento não privilegia essa questão como fator de realização deste; 14 Variáveis ambientais, existe uma grande diferença entre a compreensão do que seja um aspecto (variável promotora do impacto) em relação a um impacto ambiental (fatores resultantes da ativação de um aspecto); Variáveis sociais, a maior parte dos empreendimentos não se integra aos locais onde são instalados, tanto da perspectiva de sua manutenção (uso de mão de obra local) quanto dos grupos sociais que irão utilizá-los; Variáveis políticas, a falta de conhecimento das atividades a serem desenvolvidas pelos empreendimentos pode gerar uma ação reativa em termos de organização local contra estes, como já vem acontecendo em várias partes do planeta; Variáveis econômicas, refere-se a um conjunto de grandezas determinadas pelo funcionamento do sistema econômico, onde estão incluídos, por exemplo, os preços, as quantidades transacionadas no mercado, a riqueza produzida, as taxas de juros, as taxas de câmbio, a legislação trabalhista, as taxas de desemprego, entre outras; Variáveis financeiras, as variáveis financeiras são aquelas relacionadas aos valores e ao orçamento de capital, à avaliação do retorno e do risco financeiro, à análise da estrutura de capital, às possibilidades de financiamentos de longo ou curto prazo e à administração de caixa do empreendimento em desenvolvimento. De uma forma geral, os programas de ICE acabam se tornando um aspecto (agente promotor do impacto) que evitará um impacto (resultado da ação de um aspecto) passivo (custo de recuperação de um impacto) e um dano ambiental (infringência legal produzida por um impacto ambiental). Leitura Obrigatória http://commdev.org/wp- content/uploads/2015/05/P_SCI_Quick_Guide_Portugese.pdf Saiba mais http://commdev.org/wp-content/uploads/2015/05/P_SCI_Quick_Guide_Portugese.pdf http://commdev.org/wp-content/uploads/2015/05/P_SCI_Quick_Guide_Portugese.pdf 15 Leia o artigo do Instituto Iris sobre a diferença entre os conceitos de Responsabilidade Social e Investimento Social. http://institutoiris.org.br/artigo/a-diferenca-entre-os-conceitos-de- responsabilidade-social-e-investimento-social/ TEMA 4 DA ROTA: SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL E SUAS RELAÇÕES COM A GESTÃO DA MUDANÇA E MARKETING Já vimos que a Sustentabilidade Corporativa está sendo discutida em empresas de todos os portes e segmentos. Porém, nem sua implantação nem o acompanhamento dos seus resultados vêm sendo tratados como deveriam. Os efeitos das ações de Sustentabilidade somente serão sentidos ao longo do tempo. Por isso, uma estratégia mal definida e mal implantada pode causar desânimo nos stakeholders, fazendo com que os envolvidos se sintam desestimulados e percam a confiança nos efeitos do processo. Em resumo, um projeto de Sustentabilidade malconduzido pode provocar efeitos contrários aos esperados, desencorajando, assim, a sua adoção. É nesse cenário que a Gestão da Mudança, com enfoque na constante necessidade de adaptação das organizações contemporâneas, torna-se o elemento que, com boa margem de segurança e em relação às práticas de Sustentabilidade, permitirá à empresa sair do estado atual para o estado desejado. Podemos definir a mudança organizacional como um processo que pode acarretar desde o direcionamento estratégico até mudanças culturais na organização. Embora seja um processo natural ao longo da existência de uma organização, para que ele tenha sucesso, cada etapa envolvida deve ser gerenciada e acompanhada. Como a Sustentabilidade é um conceito novo e que envolve mudança de comportamento, neste caso, a mudança deve ocorrer, em um primeiro momento, por meio da conscientização. Somente assim as chances de resultados efetivos e duradouros serão maiores. Conscientizar alguém a respeito de algo, ao contrário do que parece, nem sempre é uma tarefa fácil. A conscientização remete ao engajamento, que, por sua vez, remete ao fortalecimento das ações corporativas sustentáveis. Nesse sentido, trabalhar a http://institutoiris.org.br/artigo/a-diferenca-entre-os-conceitos-de-responsabilidade-social-e-investimento-social/ http://institutoiris.org.br/artigo/a-diferenca-entre-os-conceitos-de-responsabilidade-social-e-investimento-social/ 16 mudança organizacional e coletiva passa a ser um fator decisivo. Contudo, deve- se ter em mente que, quando implantadas, as mudanças geram resistências, e é aí que a Gestão da Mudança assume um papel fundamental, pois é por meio de suas metodologias que as resistências serão minimizadas. Assim como em todas as áreas, a Sustentabilidade deve ser encarada e conduzida como um projeto no qual devem ser consideradas, no mínimo, as seguintes etapas: Planejamento e estudo de cenários; Implantação com base em análises; Acompanhamento e divulgação de resultados. A etapa de planejamento, que é o ponto de partida para a implantação de mudanças, deve levar em conta as questões culturais e comportamentais e os riscos e impactos gerados por uma mudança organizacional. Definir metas e ferramentas de mensuração de resultados pode ser considerada como uma boa tática de engajamento e de comprometimento dos colaboradores envolvidos. Na etapa de implantação, o que prevalece é a transparência na comunicação, ou seja, a forma pela qual os resultados obtidos ao longo do processo são demonstrados e, mais ainda, pela qual os participantes são envolvidos nas mudanças. Já na etapa de acompanhamento e divulgação de resultados, os responsáveis devem mensurar as mudanças ocorridas, definindo os ajustes necessários para melhorias no processo e comunicando esses pontos aos envolvidos. Após tudo o que apresentamos até agora, podemos nos perguntar: como, efetivamente, as empresas devem direcionar as questões de marketing quando o assunto é Sustentabilidade e Responsabilidade Social? O marketing 3.0 surge como uma resposta possível a essa questão, buscando acompanhar as mudanças mais profundas pelas quais o mercado tem passado. O que é o marketing 3.0? O marketing 3.0 vai de encontro aos novos desafios do mundo globalizado partindo da premissa de que o ser humano deve ser considerado em suas três 17 dimensões: corpo, mente e espírito – de acordo com Kotler. Deve levar em conta, portanto, os valores humanos e os anseios individuais e coletivos por tornar o mundo um lugar melhor e mais justo para todos. Assim segundo Kotler (2010), “a missão do marketing 3.0 nas empresas consiste em estabelecer um elo com o cliente, promover a sustentabilidade no planeta e melhorar a vida dos pobres. Se você criar um caso de amor com os seus clientes, eles próprios farão a sua publicidade”. No relacionamento com os stakeholders, as estratégias fundamentadas nesse conceito apresentam um vínculo profundo com a ética, atentando para as questões relacionadas à Sustentabilidade e à Responsabilidade Social – por isso, também é conhecido como Marketing de Valores. Mais substancialmente, porém, o marketing 3.0 busca restabelecer a confiança no exercício e nas estratégias de marketing colocando em prática, diante dos consumidores e da sociedade, conceitos como respeito e compromisso, assumindo essas posturas efetivamente, não como mero jargão mercadológico. O marketing 3.0, em suma, é aquele que deve colocar as questões culturais e socioambientais no centro do modelo de negócios da empresa, demonstrando sua preocupação com as comunidades ao seu redor (consumidores, colaboradores, parceirosde canal e acionistas) e minimizando, assim, as implicações da globalização. Devemos observar, contudo, que ele não pretende transformar o modelo empresarial em um modelo social, mas sim demonstrar que os resultados e a perpetuação do negócio estão correlacionados aos impactos socioambientais que desestabilizam a própria economia. A seguir, apresentamos sete ações de sustentabilidade desenvolvidas a partir dos pressupostos do marketing 3.0 para serem consideradas e inseridas no planejamento empresarial: Identificar os pontos intangíveis e mapear os processos da empresa desde a cadeia produtiva até o relacionamento com os agentes externos; Elaborar um Plano de Sustentabilidade; Estabelecer políticas de contratação de funcionários e fornecedores; Criar projetos de inteligência coletiva que envolvam funcionários, comunidade, clientes, fornecedores, ONGs (organizações não governamentais), governos e universidades; Definir indicadores (econômicos, ambientais, sociais, trabalhistas e de direitos 18 humanos, dentre outros) e métricas; Buscar certificações de órgãos balizadores, o que agrega valor à marca; Comunicar, de forma eficaz, as ações e os seus resultados, tanto interna como externamente. É lícito pensarmos que o ambiente de negócios, cada vez mais afetado por mudanças que exigem uma readaptação das estratégias e mesmo da cultura da empresa, precisará de uma estratégia de marketing que considere essas mudanças e que ofereça ferramentas efetivas para que a empresa opere dentro dessas condições um tanto instáveis. Nesse sentido, a tendência que é a de uma migração definitiva para o marketing 3.0, o que não significa, porém, que essa migração será repentina, visto que uma readaptação de estratégias e de cultura empresarial requer um embasamento em análises e estudos que precisam de tempo hábil para serem realizados de maneira a assegurar seus resultados. Sendo assim, embora a adoção do marketing 3.0 seja algo praticamente certo e mesmo esperado, durante algum tempo as estratégias do marketing 1.0 (foco nos produtos) e 2.0 (foco nos clientes) conviverão com as do 3.0. Em relação as metas do milênio, muitas empresas têm se amparado nessas metas para se posicionar como empresas socialmente responsáveis, diferenciando-se pela preocupação com a sustentabilidade e definindo-se como marca preocupada com a continuidade e a melhoria da qualidade de vida das pessoas (clientes e colaboradores). Dentre elas, podemos citar a P&G e a Danone, empresas que, alinhadas às metas do milênio e às estratégias sustentáveis e socialmente responsáveis do marketing 3.0, desenvolvem produtos e firmam parcerias no intuito de suprir as necessidades de comunidades e populações carentes. Leitura Obrigatória Rezilda Rodrigues Oliveira. Responsabilidade social corporativa: afinal, quem são os interessados? Acesso em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/economiaegestao/article/viewFile/61/54 Saiba mais Assistam os vídeos do canal Meio Ambiente que fala sobre empresas sustentáveis. http://periodicos.pucminas.br/index.php/economiaegestao/article/viewFile/61/54 19 https://www.youtube.com/watch?v=KAPVEJo9nss https://www.youtube.com/watch?v=y8IMfn45LUQ TEMA 5 DA ROTA: AS ORGANIZAÇÕES E A SUSTENTABILIDADE Vimos no decorrer desta disciplina que a empresa é parte viva da sociedade, e como tal, tem responsabilidades para o Desenvolvimento Sustentável e o Local. Assim, entendemos que as dimensões da sustentabilidade empresarial, de maneira geral, pressupõem, que as tecnologias ambientais, além de tornarem possível a administração dos impactos ambientais, não devem se transformar num aspecto passivo, ou dano, ou gerar conflitos ambientais em toda a cadeia produtiva das empresas e instituições. Cada vez mais, observa-se que nem todas as soluções de base tecnológica são as melhores alternativas para questões relativas à sustentabilidade social, econômica e ambiental. Algumas tecnologias propostas como soluções para a manutenção da sustentabilidade, entre elas a sustentabilidade empresarial, acabaram por se constituir em passivos ambientais, onerando sensivelmente empresas e instituições, na sua destinação final, quando cumpriram a sua função operacional, na respectiva etapa do ciclo de vida dos processos produtivos (extração de matérias-primas, produção, distribuição, circulação, troca, consumo e disposição final). As tecnologias ambientais devem estar orientadas para gerar benefícios sociais, resultados econômicos e redução dos impactos ambientais. Esses critérios deverão ser utilizados para que a solução tecnológica adotada através da seleção de uma tecnologia ambiental traga os melhores resultados tanto para o público interno quanto para o público externo das empresas. Para que seja possível, é necessário que, antes de adotar uma solução proposta por uma tecnologia ambiental, sejam verificadas várias questões na relação com a sustentabilidade e seu grau de obsolescência tecnológica. Isso https://www.youtube.com/watch?v=KAPVEJo9nss https://www.youtube.com/watch?v=y8IMfn45LUQ 20 quer dizer que devemos avaliar se a tecnologia a ser adotada não foi suplantada por outra que apresenta melhor desempenho. Muitas empresas atualmente estão revendo formas de aquisição de tecnologias ambientais, entre as quais podemos citar a terceirização de algumas das suas atividades mais complexas e com maior impacto ambiental, com o objetivo de eximir-se da corresponsabilidade pelos danos ambientais das empresas subcontratadas que lhes prestam serviços. Desse modo, algumas ações estão sendo discutidas para resolver essas questões: a) formas de contratação de tecnologias ambientais; b) terceirização de etapas de processos produtivos para empresas de tecnologias ambientais; e c) investimento em pesquisas básicas e recuperação de soluções ambientais a partir de conhecimentos tradicionais. Um dos maiores desafios para empresas e instituições é avaliar qual a melhor forma de promover a gestão dos aspectos, impactos, passivos, danos e conflitos ambientais decorrentes das tecnologias ambientais utilizadas em seus processos produtivos. Normalmente, as empresas compram tecnologias ambientais por pressão ou exigência de órgãos de licenciamento ou em decorrência da natureza de sua atividade, para fins de controle ambiental. Entretanto, na maior parte das vezes, as empresas e instituições não fazem avaliação da relação custo-benefício, entre as soluções existentes, para verificar qual é a tecnologia mais adequada para determinados tipos de projetos. Essa ausência de avaliação das tecnologias ambientais faz com que os processos de suas respectivas aquisições passem necessariamente por avaliações com base em alguns critérios. Certos critérios devem ser adotados na avaliação tecnológica, tais como: a relação custo da tecnologia x benefícios em relação ao seu ciclo de vida; 21 situação em processo de descarte; processo de montagem e desmontagem; utilização de componentes; reciclagem de partes de sua estrutura; amortização; e se configurasse como tecnologia limpa (tecnologia ambiental sem produção de aspectos ambientais). Muitas empresas utilizam diferentes formas de terceirização: umas subcontratam outras empresas para desenvolver atividades potencialmente poluidoras; e outras criam as condições para que seus funcionários estabeleçam firmas a fim de que as referidas atividades sejam executadas pela nova empresa, na condição de subcontratada. As duas possibilidades promovem a redução dos graus de responsabilidade sobre os impactos ambientais. Da mesma forma, nos processos de fusão e incorporação de empresas, equipamentos e tecnologias ambientais entram no processo de avaliação das auditorias do tipo due dilligence. Nessas auditorias, as tecnologias ambientais assam por alguns tipos de acordos, entre as empresascompradoras x empresas vendedoras, em termos de compensações financeiras, por assumir ou não um passivo ambiental. Em alguns casos, a dedução ou compensação acionária, decorrentes dessas relações comerciais, fazem-se presentes em contratos específicos. Até os órgãos ambientais são envolvidos, para que as transações tenham legitimidade legal diante de todos os processos implicados nas transações. Num contexto de terceirização dos processos produtivos, não basta que empresas e instituições realizem esses processos de modo simplificado. Torna-se necessário que se estabeleça um processo de qualificação das empresas terceirizadas para prestação dos serviços, numa perspectiva de atendimento à qualidade desejada pela empresa cedente dos processos, produtos e serviços a serem desenvolvidos. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolveu um Programa de Capacitação de Fornecedores, com oito critérios de excelência de gestão baseados na Fundação Nacional da Qualidade 22 (FNQ): liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; processos; e resultados. O programa é articulado entre empresas e instituições com o Sebrae, e cada um fará o seu investimento no programa. Assim, micro e pequena empresas terão acesso às melhores tecnologias e treinamentos com custo bem reduzido. Afora as questões relativas ao processo de terceirização dos produtos e serviços, os projetos de responsabilidade social têm procurado integrar outras perspectivas às dimensões da sustentabilidade empresarial. Assim, pudemos entender que os aprimoramentos são necessários e devem ser constantes nas organizações. Leitura Obrigatória SEBRAE. Gestão Sustentável na Empresa. Saiba mais Assista o vídeo e reflita. https://www.youtube.com/watch?v=MWUHurprTVA NA PRÁTICA “Em Ha Tien Plain, uma remota região do sudoeste do Vietnã, a população experimentou o influxo de mão-de-obra emigrante nos últimos 15 anos, com pessoas buscando oportunidades econômicas para o cultivo de arroz e camarão e trabalho nas fábricas de cimento locais. Uma dessas fábricas de cimento, a Holcim Vietnam, foi financiada pela IFC. As mudanças no uso da terra como resultado da fábrica resultaram em uma perda significativa e crescente do habitat natural local — uma combinação complexa de pastagens sazonalmente inundadas, pantanais, torres de pedra calcária, encostas de arenito e mangues — apesar da crescente conscientização do valor da biodiversidade da área. À medida que o projeto progrediu, ficou claro que qualquer intervenção eficaz na conservação do habitat necessitaria de uma agenda comum e da colaboração dos principais grupos interessados. Em 2002, tiveram início as discussões a https://www.youtube.com/watch?v=MWUHurprTVA 23 respeito do papel de cada um desses grupos de interessados: o poder de convocação da IFC; a influência local da empresa de cimento Holcim; o conhecimento técnico das ONGs locais e dos acadêmicos; a autoridade mandatória do governo local; e o apoio ativo da população local. Todos esses interessados seriam necessários para assegurar um resultado bem-sucedido. ” Fonte: http://www.ifc.org/wps/wcm/connect/6dfcd90048855597b744f76a6515bb18/IFC_StakeholderEn gagement_Portuguese.pdf?MOD=AJPERES Imagine que você é o gestor da empresa responsável por resolver estes problemas, o que faria neste caso? Comentários Com base no que foi estudado e para a solução do problema, deve-se elaborar um planejamento elaborado a partir de um projeto baseado em um modelo para alcançar o resultado desejado de gestão e conservação de recursos sustentáveis. Após o planejamento, a implementação do modelo/projeto envolvendo todos os stakeholders com monitoramento dos resultados e da evolução. SÍNTESE Nesta rota trabalhamos questões que dizem respeito a Globalização da Responsabilidade Social, fator fundamental para entendermos o atual cenário imposto às empresas. Uma vez abordada a responsabilidade das empresas sobre suas externalidades, estudamos como e quais são as ferramentas gerenciais mais utilizadas no processo de Responsabilidade Social Empresarial. Abordamos também questões sobre o Investimento Comunitário Estratégico (ICE), e por fim estudamos a Sustentabilidade Empresarial e suas Relações com a Gestão da Mudança e Marketing e as organizações e a sustentabilidade. http://www.ifc.org/wps/wcm/connect/6dfcd90048855597b744f76a6515bb18/IFC_StakeholderEngagement_Portuguese.pdf?MOD=AJPERES http://www.ifc.org/wps/wcm/connect/6dfcd90048855597b744f76a6515bb18/IFC_StakeholderEngagement_Portuguese.pdf?MOD=AJPERES 24 REFERÊNCIAS OLIVEIRA, J. A. P., Empresas na Sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. FERRAZ, A. C. S. L., A Responsabilidade Social como Estratégia Empresarial de Desenvolvimento. Universidade de Marília, 2007. Acesso em: http://dominiopublico.mec.gov.br/download/teste/arqs/cp062626.pdf GLOBO, O que são relatórios Global Reporting Initiative (GRI). Acesso em: http://oglobo.globo.com/economia/rio20/o-que-sao-relatorios-global- reporting-initiative-gri-4714286 GRI, Relatórios de Sustentabilidade da GRI: Quanto vale essa jornada? Acesso em: https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/Portuquese- Starting-Points-2-G3.1.pdf INSTITUTO ETHOS, Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis. Acesso em: http://www3.ethos.org.br/conteudo/iniciativas/indicadores/#.VtQvhH0rK1s INSTITUTO ETHOS, Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Acesso em: http://www3.ethos.org.br/wp- content/uploads/2013/07/IndicadoresEthos_2013_PORT.pdf CAMPOS, M. K. S. – Fiesp – Seminário Internacional “Tendências da ISO em normalização ambiental internacional e as ações do Brasil”, A Comunicação Ambiental no Brasil e o potencial de aplicação da norma ISO 14063, Acesso em: http://www.fiesp.com.br/ambiente/pdf/iso/11_marcelo.pdf http://dominiopublico.mec.gov.br/download/teste/arqs/cp062626.pdf http://oglobo.globo.com/economia/rio20/o-que-sao-relatorios-global-reporting-initiative-gri-4714286 http://oglobo.globo.com/economia/rio20/o-que-sao-relatorios-global-reporting-initiative-gri-4714286 https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/Portuquese-Starting-Points-2-G3.1.pdf https://www.globalreporting.org/resourcelibrary/Portuquese-Starting-Points-2-G3.1.pdf http://www3.ethos.org.br/conteudo/iniciativas/indicadores/#.VtQvhH0rK1s http://www3.ethos.org.br/wp-content/uploads/2013/07/IndicadoresEthos_2013_PORT.pdf http://www3.ethos.org.br/wp-content/uploads/2013/07/IndicadoresEthos_2013_PORT.pdf http://www.fiesp.com.br/ambiente/pdf/iso/11_marcelo.pdf 25 ISO, ISO Guide 72:2001Guidelines for the justification and development of management system standards. Acesso em: http://www.iso.org/iso/catalogue_detail?csnumber=34142 Aliança Grupo Capoava: Responsabilidade Social Empresarial: Por que o guarda-chuva ficou pequeno? (2010) IFC, Investimento Estratégico Comunitário. Acesso em: http://commdev.org/wp- content/uploads/2015/05/P_SCI_Quick_Guide_Portugese.pdf INSTITUTO ETHOS, Gestão de impactos sociais nos empreendimentos: riscos e oportunidades. Acesso em: http://www3.ethos.org.br/cedoc/gestao-de-impactos-sociais-nos- empreendimentos-riscos-e-oportunidades/#.VtRKBn0rK1s ZOCOLARO, S. Responsabilidade Social Corporativa. 2013. Acesso em: http://www.businessreviewbrasil.com.br/l%C3%ADderesempresariais/274/Resp onsabilidade-Social-Corporativa INSTITUTO ETHOS, Empresas e Direitos Humanos na Perspectiva do Trabalho Decente.http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/arquivo/0-A- cb3MarcoDeReferenciaCOMPLETO.pdf FUNDAÇÃO GRUPO BOTICÁRIO. Relatório Anual, 2014. 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Preparado para nossa quinta aula? Nesta aula vamos tratar mais profundamente da Sustentabilidade Empresarial, indicando seus impactos, forças e megaforças por meio de um estudo realizado pela consultoria KPMG, focando na questão do conhecimento e da conscientização dos indivíduos para o sucesso de práticas de Responsabilidade Social Empresarial que afetem positivamente a Sustentabilidade Empresarial. Iremos detalhar, também, a diferença entre Responsabilidade Social Empresarial, Sustentabilidade Empresarial e Desenvolvimento Sustentável. CONTEXTUALIZANDO Os indivíduos estão diante de um novo desafio, seja dentro de uma organização ou na sua vida cotidiana particular. A conscientização de que devemos ser parte integrante do processo do Desenvolvimento Sustentável é fator determinante para o futuro das próximas gerações. No cunho profissional, o indivíduo está diante de desafios que envolvem suas atividades. Esse profissional estará, cada vez mais, diante de avaliações decorrentes das exigências e considerações relativas aos resultados sustentáveis de todas as suas decisões e consequentes implicações em relação aos diferentes públicos- alvo da empresa ou instituição em que ele trabalha. A Sustentabilidade Empresarial como fenômeno social deve proporcionar uma compreensão integral do que ocorre (investigação), do que fazer (intervenção) e dos resultados atingidos. Nessa perspectiva, o profissional deve dotar-se de recursos que propiciem a efetividade da Sustentabilidade Empresarial. Diferentes visões, formações e áreas fazem parte de uma organização, cada um contribui com sua área específica, pensando, porém, de forma sistemática. 3 Quando tratamos de sustentabilidade empresarial, a perspectiva não é setorial, mas integrada. Ou seja, é preciso constatar que há um conjunto de ocorrências objetivas e transcendentes (acontecendo na realidade) que independem do profissional de determinada área. Essas variáveis acontecem de forma integrada e precisam ser identificadas, pois corremos o risco de não atingirmos a sustentabilidade das ações desenvolvidas. Assim, seu maior desafio como profissional será desenvolver uma compreensão das implicações sustentáveis sobre as suas ações, não a partir da visão disciplinar sob a qual você foi treinado, mas a partir da forma como os fenômenos ocorrem no dia a dia da sua empresa ou instituição. Para que possamos verificar essa questão, veremos a distinção entre os conceitos de Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade Empresarial e Responsabilidade Social Empresarial, colocando o conhecimento e a visão sistêmica como fatores relevantes para o sucesso dessas práticas. TEMA 1: SUSTENTABILIDADE O que é Sustentabilidade? Como surgiu o conceito de Sustentabilidade? Existe diferença entre Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade? Com a queda do comunismo na última década, o capitalismo emergiu como a ideologia econômica dominante no mundo. Infelizmente, os resultados produzidos em dez anos de capitalismo global não têm sido uniformemente positivos. A saturação dos mercados desenvolvidos, a ampliação do fosso entre ricos e pobres, o crescimento dos níveis de degradação ambiental e a preocupação de que o mundo desenvolvido possa estar perdendo o controle sobre sua própria densidade populacional, vêm se combinando e criando entraves à economia global (HART; MILSTEIN, 2004, p. 65). Os primeiros movimentos em torno do Desenvolvimento Sustentável surgem já nas décadas de 1970 e 1980, frutos da insatisfação com as desigualdades sociais e com a degradação ambiental decorrentes de falhas dos mercados e das externalidades negativas que foram compreendidas depois dos 4 grandes desequilíbrios e crises no cenário mundial. Esses movimentos entendem que os padrões de produção e consumo nas sociedades capitalistas não poderiam ser mantidos, tendo em vista que os recursos do planeta são finitos. Assim, segundo HART (2006), o termo sustentabilidade compreende muitas ideias, questões, conceitos e práticas. Alguns pesquisadores atribuem o surgimento do conceito a partir do grave acidente ocorrido em 1986 na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando a explosão de um dos reatores lançou uma quantidade de radiação equivalente a 500 bombas atômicas de Hiroshima na atmosfera, levando à evacuação de uma área de mais de 140 mil quilômetros quadrados. Esse grave acidente provocou danos em mais de 65 mil pessoas e causou aproximadamente 15 mil óbitos, afetando direta ou indiretamente a 3,5 milhões de habitantes. A Organização das Nações Unidas (ONU), já alertava desde 1972, na Conferência de Estocolmo (a ECO-72), sobre o comportamento predatório em relação ao meio ambiente e ao planeta, lançando, então, o Relatório de Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” em 1987. No relatório, a ONU tece severas críticas à postura dos países desenvolvidos que, em prol do desenvolvimento econômico, desconsideravam fatores essenciais à sobrevivência dos recursos do planeta e à segurança populacional. O relatório frisa que o principal objetivo do desenvolvimento é satisfazer às necessidades e aspirações humanas. Inclui-se nas necessidades a ideia básica de atendimento aos mais pobres, que necessitam receber prioridade. Segundo o relatório Brundtland, para que haja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham as suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor. As necessidades são determinadas social e culturalmente e o desenvolvimento sustentável requer a promoção de valores que mantenham os padrões de consumo dentro do limite das possibilidades ecológicas a que todos podem, de modo razoável, aspirar (CMMAD, 1991). O efeito provocado pelo alerta da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento deu início a movimentos vinculados a causas sociais e ambientais no mundo todo, tornando-se uma preocupação de toda a sociedade e uma responsabilidade para o mundo empresarial. 5 No Brasil, o movimento tornou-se mais intenso a partir da ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, e da Rio +10, realizada em Johanesburgo. Recentemente, também no Rio de Janeiro, realizou-se a Rio +20, reunião a partir da qual foram desenvolvidas metas específicas, saindo das rodas dos ambientalistas, abrangendo toda a sociedade preocupada com o desenvolvimento de ações e estratégias, como o consumosustentável, a redução da poluição atmosférica e a proteção dos oceanos. Para tornar o Desenvolvimento Sustentável um conceito aplicável e palpável, a estratégia foi desagregar seus elementos constitutivos em dimensões. Ignacy Sachs subdividiu o Desenvolvimento Sustentável em cinco dimensões: Sustentabilidade social Trata da consolidação de processos que promovam a equidade na distribuição dos bens e da renda para melhorar os direitos e as condições de subsistência da população e reduzir as distâncias entre os padrões de vida dos indivíduos. Sustentabilidade econômica Possibilita a alocação e a gestão eficiente de recursos produtivos, bem como o fluxo regular de investimentos públicos e privados. Sustentabilidade ecológica Refere-se às ações para aumentar a capacidade de carga do planeta e evitar danos ao meio ambiente. Sustentabilidade espacial Refere-se a uma configuração rural-urbana equilibrada e a uma melhor solução para assentamentos humanos. Sustentabilidade cultural Refere-se ao respeito pela pluralidade de soluções particulares apropriadas às especificidades de cada ecossistema de cada cultura. 6 Porém, como mola propulsora do capitalismo, as organizações deveriam ser inseridas no processo de mudança para que pudéssemos absorver efetivamente os benefícios desse novo processo e o conceito saísse do papel e fosse efetivamente aplicado. Uma organização sustentável é aquela que procura incorporar os conceitos e objetivos relacionados com o Desenvolvimento Sustentável nas suas políticas e práticas de modo consistente. É a que, simultaneamente, procura ser eficiente em termos econômicos, respeitar a capacidade de suporte do meio ambiente e ser instrumento de justiça social, promovendo a inclusão social, a proteção às minorias e grupos vulneráveis, o equilíbrio entre os gêneros dentre outros. Contribuir para o desenvolvimento Sustentável é o objetivo dessa empresa e a responsabilidade social, o meio para tornar sua contribuição efetiva (BARIBIERI e CAJAZEIRA, 2012, p. 68) As organizações comprometidas com o Desenvolvimento Sustentável, apresentam relatórios corporativos que, por enquanto, são voluntários. Atualmente, na Europa Ocidental, 68% das multinacionais fazem esse tipo de relatório e, nos Estados Unidos, mesmo a percentagem sendo menor (41%), há um crescimento vertiginoso. Em todos os casos, as empresas que apresentam esta conta tripla de resultados perceberam, antes de outras, que no futuro imediato o consumidor se tornará cada vez mais responsável e exigirá saber qual é o impacto econômico, ambiental e social que geram os produtos que compra. 7 A Sustentabilidade Empresarial, como não poderia ser diferente, adota medidas de desempenho que levam conta alguns indicadores, objetivos e metas. Os indicadores empresariais de sustentabilidade estão atualmente divididos em categorias (indicadores ambientais, econômicos, sociais e institucionais), mas o assunto é bastante abrangente. No Brasil, dentre as medidas e relatórios mais conhecidos constam os indicadores do Instituto Ethos, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os Indicadores de Sustentabilidade (ORBIS). Além desses indicadores, existe, ainda, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que foi criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2005 e busca oferecer aos investidores uma opção de carteira composta por ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. TEMA 2: IMPACTOS, FORÇAS E MEGAFORÇAS Conforme vimos, a Sustentabilidade Empresarial busca suprir falhas de mercado, sendo que em seus objetivos visa à busca de soluções para atender às demandas sociais, ambientais e econômicas do mercado, tendo como alvo 8 final todos os stakeholders, ou seja, todos aqueles que se relacionam com a empresa. A questão social vem sendo uma preocupação mundial, e, nesse sentido, as empresas são chamadas a resolver problemas globais que o Estado não conseguiu resolver sozinho. Embora a Sustentabilidade Empresarial ainda não seja uma preocupação central na maioria das organizações (principalmente por ser vista como algo que provoca um aumento nos custos de operação e nos preços de venda), o próprio comportamento do consumidor, preocupado com as questões socioambientais, tem sido o gatilho para que o assunto seja prioritário nas agendas de muitas corporações pelo mundo. Mas, o que é a Responsabilidade Social Empresarial? De acordo com a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade, Responsabilidade Social Empresarial é o relacionamento ético e transparente da organização com os stakeholders, visando o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. Porém, o conceito de Responsabilidade Social Empresarial não diz respeito à filantropia que muitas empresas praticavam antes do surgimento dos novos e estratégicos conceitos. A ênfase, hoje, recai sobre a forma como as empresas conduzem seus negócios, tornando-se parceiras e corresponsáveis no desenvolvimento social. A Filantropia não prevê retorno, apenas doação. Já a Responsabilidade Social Empresarial, diz respeito às atitudes tomadas tendo em vista todos os stakeholders (acionistas, colaboradores, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade e governo), promovendo a cidadania e o desenvolvimento social e transformando a forma pela qual os negócios são conduzidos, de forma a preservar os recursos ambientais e a buscar o equilíbrio das diferenças sociais. Desse ponto de vista, podemos então dizer que a Filantropia está muito aquém da Responsabilidade Social Empresarial. 9 Segundo estudo realizado em 2012 por uma consultoria norte-americana, a KPMG, existem dez megaforças que podem causar impactos significativos nos negócios até aproximadamente 2032, aumentando, assim, a complexidade do ambiente de negócios. Conheça, a seguir, cada uma das dez megaforças: 1. A primeira megaforça pode impactar diretamente em todas as demais. As estimativas de perdas anuais devido às mudanças climáticas variam de 1% a 5% ao ano, se os formuladores de políticas não agirem rapidamente. Essas perdas afetam diretamente a empresa, bem como a humanidade. As perdas não são apenas empresariais. Afetam o indivíduo como um todo. 2. No que diz respeito à segunda megaforça, entendida como energia e combustíveis, os mercados de combustíveis fósseis tendem a se tornar mais voláteis e imprevisíveis, devido à maior demanda global por energia; às mudanças no padrão geográfico de consumo; às incertezas de fornecimento e consumo e ao aumento de intervenções regulatórias relacionadas às mudanças climáticas. Esse mercado precisa inovar para que, num futuro próximo, possamos sobreviver sem sua utilização em massa. 3. No que diz respeito à escassez, podemos ter escassez de recursos materiais e de água. A escassez de recursos materiais pode ser entendida a partir do aumento do consumo e da demanda pelos insumos na produção. Como os países em desenvolvimento se industrializam rapidamente, a demanda global por recursos materiais deve aumentar drasticamente. Os negócios devem enfrentar restrições comerciais crescentes e intensa competição global por uma ampla gama de recursos que se tornam menos disponíveis. Porém, a escassez também proporciona possibilidades de inovação, otimizando a utilização desses materiais e sua substituição ou, ainda, sua recuperação a partir de resíduos. 4. Já no que diz respeito a escassez de água, a previsão é de que, em 2030, a demanda global por água fresca excederá as provisões em 40%. As empresas estarão vulneráveis ao racionamento de água, à queda da qualidade da água, àvolatilidade dos preços da água e a riscos de reputação. 5. O crescimento da população é a quinta megaforça e estima-se que a população mundial deva alcançar 8,4 bilhões em 2032, afetando as megaforças da escassez. Dessa forma, deixará os ecossistemas e o 10 fornecimento de recursos naturais (como comida, água, energia e materiais) sob pressão intensa. Se, por um lado, isso é uma ameaça aos negócios, também há oportunidades de crescimento do comércio, de geração de empregos e de criação de inovações para atender às necessidades de agricultura, saneamento, educação, tecnologia, finanças e saúde da população. 6. A sexta megaforça é a riqueza. Estima-se que a classe média global (definida pela OCDE como indivíduos com rendimento disponível entre US$ 10 e US$ 100 per capita ao dia) cresça 172% entre 2010 e 2030. O desafio para as empresas é atender a esse novo mercado de classe média em uma época em que os recursos tendem a ser mais escassos e voláteis. 7. A urbanização é a sétima megaforça. Até 2030 estima-se que todas as regiões em desenvolvimento – incluindo a Ásia e a África – devem ter a maioria de seus habitantes vivendo em áreas urbanas. Praticamente todo o crescimento populacional, nos próximos 30 anos, será nas cidades. Essas cidades exigirão melhorias extensas na infraestrutura, incluindo construção, fornecimento de água e saneamento, eletricidade, gestão de resíduos, transporte, saúde, segurança pública e conectividade de Internet e telefonia. 8. A segurança alimentar é a oitava megaforça. Nas próximas duas décadas, o sistema global de produção de alimentos estará sob crescente pressão das “megaforças”, incluindo o crescimento populacional, escassez de água e desmatamento. Os preços globais de alimentos devem aumentar de 70% a 90% até 2030. Em regiões com escassez de água, os produtores agrícolas provavelmente terão que competir por provisões com outras indústrias que exigem muita água (como utilidades elétricas e mineração) e com consumidores. Será necessária uma intervenção para reverter o crescimento da escassez localizada de alimentos (o número de pessoas cronicamente subnutridas subiu de 842 milhões, no final dos anos 1990, para mais de 1 bilhão, em 2009). 9. A nona megaforça é o declínio do ecossistema. Historicamente, o principal risco para os negócios no declínio dos serviços de biodiversidade e ecossistema tem sido a reputação das corporações. No entanto, como ecossistemas globais mostram crescentes sinais de colapso e estresse, um número maior de companhias está percebendo o quanto suas operações 11 dependem dos serviços críticos que esses ecossistemas fornecem. O declínio dos ecossistemas está tornando os recursos naturais mais escassos, mais caros e menos diversificados, aumentando os custos da água e intensificando o dano causado por espécies invasivas em setores como agricultura, pesca, alimentação, bebidas, medicamentos e turismo. 10. Por fim, a décima megaforça é o desmatamento. Florestas são grandes negócios: produtos de madeira movimentaram US$ 100 bilhões por ano entre 2003 e 2007 e o valor de outros produtos derivados das florestas (em sua maioria alimentos) foi estimado em US$ 18,5 bilhões em 2005. No entanto, a OCDE prevê que as áreas florestais irão diminuir 13%, entre 2005 e 2030, principalmente no sul da Ásia e da África. Pressão por parte dos órgãos regulamentadores e da sociedade pode impor mudanças comportamentais nessas empresas. Oportunidades de negócios devem surgir a partir do desenvolvimento de mecanismos de mercado e incentivos econômicos para reduzir o desmatamento. Conforme apontado pelo estudo, no período entre os anos de 2002 e 2010, os custos ambientais externos de empresas de onze setores subiram cerca de 50% (de US$ 566 bilhões para US$ 846 bilhões). Além disso, se fossem pagar todo o custo ambiental de sua produção, as empresas perderiam, a cada dólar ganho, cerca de US$ 0,41. Transformada em números – e diante da noção da não perenidade dos recursos naturais – a Responsabilidade Social, diferentemente de um modismo qualquer, assume o aspecto de uma forma de investimento que, no final, poderá assegurar o futuro das organizações! Sem ação e planejamento estratégicos, os riscos se multiplicarão e serão perdidas oportunidades. As corporações estão reconhecendo que há valor e oportunidade na responsabilidade que vai além dos resultados do próximo trimestre, e que o que é bom para as pessoas e para o planeta também pode ser bom para os resultados no longo prazo e para a geração de valor aos acionistas, avalia Yvo de Boer no relatório da KPMG. Assim, soluções para as megaforças devem ser aprimoradas e identificadas pelas organizações. TEMA 3: SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL E A GESTÃO DO CONHECIMENTO 12 Pudemos entender que a Sustentabilidade Empresarial é fator importante para o sucesso da organização, bem como os desafios que se apresentam nos dias atuais. Para tanto, colaboradores, comunidade, dentre outros, devem conhecer seu potencial transformador, entrando em cena a Gestão do Conhecimento. Assim, entendemos que a Gestão do Conhecimento afeta positivamente a Sustentabilidade Empresarial podendo obter resultados positivos, tanto no curto quanto no longo prazo. O fato é que, se, por um lado, o grande desafio desse século é promover o desenvolvimento sustentável, tema ainda recente em nosso contexto globalizado, por outro, a própria falta de conhecimento e de dados históricos é um desafio. A gestão do conhecimento é um termo amplamente utilizado pelas empresas para referir-se à tomada de decisões estratégicas, e, em se tratando das práticas sustentáveis, será necessário aplicá-lo cada vez mais. O conhecimento é um elemento importante no processo de transformação das empresas, sob qualquer ótica, principalmente a partir do momento que a competitividade ficou bastante acirrada diante do papel presente e efetivo da globalização no processo produtivo, em que praticamente inexistem diferenças em relação ao preço e à qualidade (RODRIGUEZ, 2002). Para SABBAG (2007) podemos definir Gestão do Conhecimento como um sistema integrado que desenvolve saberes e competências coletivas, utilizáveis pelas organizações e pessoas, visando ampliar o capital intelectual. Um dos maiores desafios nos dias atuais é formar gestores sustentáveis, que tenham em suas práticas de Responsabilidade Social Empresarial a visão sustentável como uma estratégia que esteja alinhada com o lucro, ou seja, que colabore com o lucro. Por meio de um processo orientado à gestão do conhecimento, as empresas poderão capturar, organizar, utilizar e disseminar informações voltadas à transformação social. Dessa forma, terão como analisar e decidir questões que envolvam a necessidade de capacitação de funcionários e de implementação de indicadores, tecnologias e inovações. 13 Neste ponto, podemos destacar que o ponto fundamental pode ser caracterizado como aquele relacionado a mudanças culturais nas empresas – e, neste ponto, os investimentos em capacitação e treinamento são fatores importantes. Podemos destacar a importância das palestras de conscientização social, ambiental e econômico e até mesmo treinamentos específicos acerca da inovação e sustentabilidade – fatores fundamentais, inclusive, para a disseminação do conhecimento e do engajamento corporativo. Existem ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento e na sua maioria, as empresas têm utilizado as chamadas “melhores práticas” como uma das primeiras fases para a implementação de um processo de Gestão do Conhecimento. Podemos destacar que as “Melhores Práticas” são algumas ferramentas que auxiliam na Gestão do Conhecimento. Assim, incialmente, tem-se a definição destas melhores práticas visando contribuir para a organização nos seguintes requisitos: otimização de recursosque poderão ser direcionados para novas práticas, aumentando assim a produtividade; identificação e substituição de práticas organizacionais pouco ou nada eficientes e improdutivas, reduzindo assim o índice de retrabalho; equiparação do conhecimento, propiciando que funcionários de menor nível ou rendimento aprendam com aqueles que já adotaram práticas mais eficientes. A Gestão do Conhecimento visando a contribuição para uma cultura sustentável dentro das organizações vem se tornando uma prática de Governança Corporativa, por meio da qual as empresas extrapolam suas preocupações com a viabilidade econômica e passam a se preocupar com todos os stakeholders a ela ligados ou por ela afetados. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselhos de Administração, diretorias e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 2010). 14 A governança está relacionada com a autogestão de uma empresa e representa três elementos principais: a preocupação com a prestação de contas, a transparência nos resultados e a proteção de acionistas minoritários. Assim sendo, uma empresa sustentável é aquela que gera lucros para seus acionistas e melhora a qualidade de vida de todos os stakeholders. Segundo relatório da Bovespa (2009), do ponto de vista da governança, as empresas podem ser enquadradas em dois níveis: As de nível 1 devem adotar práticas que favoreçam a transparência e o acesso às informações pelos investidores; As de nível 2, além das características contidas no nível 1, devem adotar um conjunto amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários. Assim, podemos dizer que a Gestão do Conhecimento contribui para a Sustentabilidade na medida em que, como medida de mudança cultural, as organizações dotam-se da Governança Corporativa e da melhoria contínua, contribuindo com a Responsabilidade Social Empresarial. Podemos perceber, então, que a governança corporativa é forte aliada da Sustentabilidade. TEMA 4: SUSTENTABILIDADE NAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS A organização Uniethos, em meados de 2012 lançou, na Conferência Internacional Ethos os resultados da pesquisa “Estratégias empresariais para a sustentabilidade no Brasil”, realizada em 2011 com as 100 maiores empresas do país e com o conjunto de organizações associadas ao Instituto Ethos, caracterizado como uma organização da sociedade civil de interesse público que tem como objetivo mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios. Na pesquisa foram analisadas 250 empresas de todos os portes e segmentos na tentativa de mapear o processo de incorporação da Sustentabilidade em suas estratégias de negócios, avaliando a profundidade e abrangência das estratégias adotadas. 15 Dada a importância dessas estratégias na competitividade, nos custos etc. os principais resultados foram: 15% das empresas avaliam os impactos que as ações sustentáveis têm sobre os custos; 20% medem os impactos na competitividade; 69% entendem que a inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico é uma necessidade; 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento com os grupos de interesse de seu setor; 23% desenvolvem projetos sustentáveis de forma contínua, fazendo parcerias, discutindo novos produtos ou detendo-se em processos efetivamente mais engajados. Na tentativa de identificar qual o impacto dessas estratégias em ações que geraram inovação, os resultados foram: 14% das empresas promoveram inovações em sustentabilidade; 36% do total de empresas pesquisadas criaram sistemas integrados de gestão para coordenar as ações de sustentabilidade em todas as áreas; 60% das empresas criaram comitês para alinhar as áreas de negócios com as de sustentabilidade. A pesquisa do Instituto Ethos possibilitou clarear a direção no Brasil da inserção da sustentabilidade no planejamento estratégico das empresas, demonstrando que há um avanço significativo e que o tema tem sido considerado nos negócios corporativos. Percebemos que o Brasil tem avançado, seguindo algumas tendências internacionais. Hoje, há a preocupação em ir ao encontro dos interesses da sociedade e dos consumidores, atendendo-os em suas demandas com uma estratégia de 16 inovação e redução de custos por meio de processos mais eficientes, possibilitando que as empresas se tornem mais competitivas. Assim, percebemos que a adoção de estratégias voltadas para a Sustentabilidade, se implementadas adequadamente, em conjunto com a adoção de inovações que proporcionem redução de custo, tornam as empresas mais competitivas. Porém fica a pergunta: Que tipos de estratégias as empresas estão utilizando? No Guia EXAME 2015, foram apresentadas 68 empresas consideradas modelo de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social Empresarial, com destaque especial para as companhias com as melhores práticas em cada um dos setores analisados. Além disso, a revista EXAME destacou as companhias com as melhores práticas em 10 categorias: 1. Governança de Sustentabilidade; 2. Direitos Humanos; 3. Mudanças Climáticas; 4. Relação com a Comunidade; 5. Relação com Clientes; 6. Gestão de Fornecedores; 7. Gestão de Água; 8. Gestão de Biodiversidade; 9. Gestão de Resíduo; 10. Ética e Transparência. Alguns destaques foram: Agronegócio: Bunge 17 O agronegócio é uma atividade sedenta por água, um recurso cada vez mais escasso. Atenta à questão, a Bunge resolveu investir em duas frentes para reduzir o consumo do insumo. Apostou em programas de educação, como o “Colaborador Sustentável”, que busca conscientizar os funcionários, e no uso de água de reuso em caldeiras e torres de resfriamento em Jaguaré. Resultado: entre 2012 e 2014, o projeto-piloto ajudou a reduzir em 40% o consumo de água no processo produtivo. Uma mudança positiva que já está sendo adotada em outras fábricas da empresa. Farmacêutica: Eurofarma O laboratório Eurofarma pesquisa uma solução para descontaminar plásticos e vidros de remédios classificados como perigosos a fim de viabilizar a reciclagem desses materiais. No ano passado, 91% dos resíduos do processo produtivo foram fornecidos a cimenteiras para alimentar fornos e gerar energia. Na dimensão social, a empresa investe em projetos culturais, esportivos e educacionais. Um dos mais relevantes é o centro técnico de enfermagem que custeia até três anos de formação de jovens carentes. Mas, para que essas estratégias possam possibilitar retorno para a organização e para a sociedade, adotar o pensamento sistêmico em conjunto com a visão estratégica torna-se primordial. O pensamento sistêmico busca inserir na visão estratégica o todo, ou seja, existe ligação entre a ciência (a razão), a arte (a sensação), a filosofia (o sentimento) e a transcendência (a intuição), já que tudo está ligado a tudo. Nesse sentido, o Pensamento Sistêmico é a abordagem fundamental para pensar fora do padrão, pois a formação de uma visão integrada de produção, economia, sociedade, cultura e ambiente natural envolve inúmeras variáveis. 18 Pensar sistemicamente é olhar para todo o processo e não as para partes dele. É medir todos os impactos que uma determinada ação ou decisão empresarial causa, considerando presente, passado e futuro por meio das lições aprendidas e da adoção de melhorias. É levar em conta não somente os interesses empresariais, mas de todos,
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