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SOFISTAS De acordo com Platão, a profissão de sofista foi criada por Protágoras, um dos mais conhecidos sofistas. Estes foram um tipo de professor que existiu na Grécia antiga que ensinavam a aretê, uma palavra grega que significa “excelência” ou “virtude”, sendo assim, os sofistas buscavam a excelência, aplicando isso em diversas áreas como a matemática, música, atleticano e, principalmente, a política. Apesar de não terem uma relação estreita com a filosofia, os sofistas foram de grande importância para a Grécia e influenciaram o modo de vida dos cidadãos da época, ensinando-os a como lidar com a política e os debates. Dessa forma, os sofistas ganharam mais popularidade, pois cada vez mais os cidadãos contratavam seus serviços. Além disso, essas pessoas não seguiam um mestre pensador, portanto muitos eram diferentes entre si, mas algumas características os uniam, e a principal delas é o relativismo. O nome que recebe mais destaque nesse meio é Protágoras, o qual resume o sofismo em uma de suas citações: "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." . Nesta citação, Protágoras diz basicamente que a verdade é relativa, ou seja, não é a mesma para todas as pessoas. O relativismo é justamente essa ideia que prega que a mesma verdade não é valida para todas as pessoas, todas as sociedades, mas que, a verdade é real para quem fala, para quem acredita nela. Por exemplo, uma comida que pode ser saborosa para um, pode não ser para outro, assim como o que é verdade em Atenas, pode não ser em Esparta. E, também, os sofistas acreditavam que a alma é passiva e aberta a influências que recebe de fora, por isso o orador conseguiria convencer os ouvintes com um bom discurso e uma boa argumentação, visto que as pessoas se sentiam facilmente atraídas por um discurso bonito, já que não tinham o hábito de questionar. Outra característica notável é a forma que esses filósofos ensinavam os seus seguidores a transformarem um discurso fraco em um discurso forte, assim como transformar um discurso forte num discurso fraco Entretanto, os sofistas foram muito criticados por um dos principais filósofos da época: Platão. Este falava que os sofistas não tinham compromisso com a verdade, relativizando-a, apenas para vencer debates políticos, o que será explicado melhor a seguir. O filósofo grego Platão era o maior opositor dos sofistas, deixando bem claro ser contrário às ideias dos mesmos. Aos 20 anos, Platão conhece Sócrates e se torna discípulo deste. Assim, Platão foi influenciado a buscar a essência das coisas e dos seres e dos sentidos mais profundos. Entretanto, um acontecimento marcou para sempre a vida dele: a morte do seu mestre. Sócrates foi levado para o tribunal, e lá foi condenado a morte pelos seus acusadores que usavam a mesma retórica dos sofistas para conquistar os ouvintes. Em 387 antes de Cristo, em Atenas, Platão cria a Academia, uma escola de ensino superior onde passou o resto de sua vida. Essa criação é de grande peso para a cultura ocidental pois, até hoje, ela é o modelo das universidades ocidentais. É nessa Academia que ele cria grande parte de sua obra. Seus livros vinham escritos em forma de diálogos, geralmente os personagens principais eram o próprio Platão e seu mestre Sócrates. Umas das suas mais famosas obras são A Apologia de Sócrates, O Banquete e A República. Para entender melhor o pensamento de Platão, é importante conhecer a teoria das Ideias, em que ele tenta explicar a origem do mundo (mundo sensível). Para ele, todas as coisas existentes no mundo sensível seriam cópias imperfeitas do mundo inteligível ou também chamado de mundo das ideias. Segundo ele, as ideias são o que as pessoas precisam buscar se quiserem alcançar a verdade. Dessa forma, Platão cria o mito da caverna. Nesse mito, pessoas nascem presas em uma caverna, aprisionadas, olhando apenas para a parede no fundo dessa caverna. Logo atrás deles, há uma fogueira, e perto dela, pessoas passam com objetos e as sombras são projetadas na parede da caverna, e é apenas aquilo que os prisioneiros vêem. Até que um deles consegue a liberdade. Quando este sai para fora da caverna, ele fica maravilhado com o que vê, e volta para contar aos outros o que presenciou. Entretanto, os prisioneiros ainda acorrentados, ridicularizam o outro, afirmando que ele estava louco. Diferentemente dos sofistas, que afirmavam q a alma é aberta para “o que recebe de fora”, Platão afirmava que a alma era dividida em três partes: a racional, a irascível e a apetitiva. A parte racional é responsável pela crítica e pelo raciocínio. A parte irascível é responsável pela autopreservação. Já a parte apetitiva é responsável pelas necessidades fisiológicas do indivíduo. Portanto, é visível que o conceito de alma é de extrema importância para Platão. Contrariando os sofistas, Platão desenvolve uma “jogo” em que o objetivo é chegar à verdade de uma determinada tese. Esse “jogo” é chamado de dialética e consiste num dialogo entre os interlocutores, onde fazem perguntas e respostas um ao outro. Portanto, o modelo de diálogo de Platão é completamente diferente dos sofistas, que se importavam apenas em persuadir o ouvinte através de um discurso sedutor. Para Platão, o diálogo tem como objetivo buscar a verdade e revelar a essência das coisas. O comunicador respeita os seus ouvintes, tratando-os como seres que dialogam e criticam, contrário do pensamento sofista, onde os ouvintes são pessoas que apenas absorvem aquilo que recebem.
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