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1 Aula 01 1A História Introdução ao estudo da História Breve história da História História é um vocábulo de origem grega que significa investigação, pesquisa. Seu surgimento está relacionado ao desenvolvimento das ciências e da filosofia na antiga Grécia, e seu primeiro grande expoente foi o escritor grego Heródoto de Halicarnasso (490 - 425 a. C.), con- siderado o “pai da História”. Outro famoso precursor da história grega foi o ateniense Tucídides (460 - 396 a.C.), autor de “História da Guerra do Peloponeso”. Enquanto Heródoto, em sua obra “História”, demons- trou ser pouco crítico com relação às fontes utilizadas e cometeu certos exageros em suas narrativas a fim de atrair o leitor, Tucídides desenvolveu um método para a inves- tigação histórica, criticou Heródoto e procurou demonstrar aos gregos a importância e a utilidade da História. Posteriormente, para os romanos, a História se revestiu de um caráter patriótico a fim de exal- tar as conquistas e o poder de Roma. Dentre os principais historiadores da Roma antiga, destacaram-se Políbio (205 - 120 a.C.), Tito Lívio (59 a.C. - 17), Tácito (56 - 117) e Suetônio (70 - 122). No início da era cristã, a História esteve muito ligada à teologia e se prestou à evangelização e difusão dos princípios do cristianismo. Durante o período medieval predominou a hagiografia, histórias e narrativas de santos, ou seja, espécie de biografia de personagens canonizadas pela Igreja. Essa função religiosa da história ocidental na Idade Média foi superada pelo movimento renascentista na Idade Moderna. Ou seja, o Renasci- mento Cultural contribuiu para o desenvolvimento de uma historiografia mais crítica que gradativamente foi rompendo com as narrativas épicas, crônicas e hagio- grafias da época medieval e superando a antiga função meramente moral e religiosa. Esse processo de “amadu- recimento” da História, com a utilização mais criteriosa das fontes e um enfoque mais documental, teve um passo decisivo no século XVIII, com o movimento ilumi- nista, por meio do qual a História passou a ser entendida como o “progresso da humanidade”. O racionalismo e a laicização, típicos do Iluminismo, deram aos estudos de História um caráter mais científico, reconhecendo seu papel filosófico e também social. No século XIX finalmente a História adquire o status de uma ciência. Destaque para Leopold Von Ranke (1795 - 1886), da Escola Histórica Alemã, que aperfei- çoou o método histórico-crítico de análise das fontes. Nessa época predominava o Positivismo e Ranke visava à objetividade, supervalorizando o documento e priori- zando os relatos dos feitos de “grandes personagens”. Para o Positivismo (doutrina concebida por Augusto Comte), o historiador deveria buscar a neutralidade científica e seu ofício, portanto seria o de mostrar o passado como realmente aconteceu. Ainda no século XIX, de- vemos destacar a influência do Marxismo na historio- grafia. O pensador alemão Karl Marx (1818 - 1883) desenvolveu o chamado ma- terialismo histórico, teoria marxista se gundo a qual as causas últimas do desenvol- vimento histórico não são de natureza ideal ou espiritual, mas materiais, sociais, eco- nômicas e produtivas. Com base no princípio de que não é a consciência a deter minar a existência, mas a existência a determinar a consciência. Karl Marx La tin st oc k/ Co rb is/ Be tt m am n Heródoto e Tucídides © W ik im ed ia C om m on s/ M us eu A rq ue ol óg ic o N ac io na l, N áp ol es 2 Extensivo Terceirão Historiografia contemporânea e pluralidade Atualmente os estudos de História comportam vá- rias tendências, especializações e compartimentos. Há uma história das mentalidades, uma história da cultura, uma micro-história. Há especialistas em história da mu- lher, em história do corpo, da criança, das lágrimas, etc. Historiadores econômicos. Doutores em processos in- quisitoriais, hiperespecializações. Uma história dividida em muitos lotes. A Clio (musa da História) encontra-se despedaçada. Isto por um lado é bom, mas se deve to- mar cuidado de não fragmentá-la em excesso, pois com isso se arrisca perder a visão de totalidade. A Geografia, a Economia, a Sociologia, a Antropo- logia, a Numis mática (estudo das moedas antigas), a Paleografia (estudo das escritas antigas), a Arqueologia, a Me dicina, os modernos métodos de datação (o carbono 14, por exemplo) mostram cada vez mais que o estudo da História é interdisciplinar. A aproximação da História com outras ciências humanas e sociais deve-se muito a influentes historiadores do século XX, com os franceses Marc Bloch e Lucien Febvre, fundadores da Escola dos Annales. A expressão “Escola dos Annales” inicialmente designou uma revista funda da em 1929, com o intuito de favorecer os contatos interdisciplinares no seio das ciências sociais, até se tornar uma instituição universitária e ainda uma tendência historiográfica, de suas exigências metodológicas, de seu objetivo, de suas relações com as outras ciências do homem. A partir de sua fundação, a Escola dos Annales passou a influenciar marcadamente a produção historiográfica e evoluiu para o que chamamos de segunda fase ou segunda geração (1950) com outro importante historiador francês, Fernand Braudel. Na terceira geração, destaques para Jacques Le Goff e Pierre Nora. Com eles surge a denominação “Nova História”, concepção que considera que toda a atividade humana é história e expande, com isso, os temas pesqui- sados (história da sexualidade, da morte, da juventude, do casamento..., enfim, tudo é história.) Na quarta geração (1989), ampliam-se ainda mais os temas abordados pela historiografia, desenvolvendo e valorizando a história cultural, com destaque para os historiadores Georges Duby e Jacques Revel. Tempo e História Uma das mais importantes ferramentas para o estu- do da História é a cronologia. Ou seja, para um melhor desempenho nos estudos dessa ciência é fundamental que tenhamos uma boa percepção do tempo histórico e a habilidade de localizar cronologicamente os principais fatos da maneira mais correta e precisa possível. Lembre-se de que, didaticamente, a História é dividi- da em quatro períodos: • Idade Antiga • Idade Média • Idade Moderna • Idade Contemporânea Saber situar-se no tempo é de grande importância para o historiador. É preciso não esquecer que o tem po é uma convenção humana e que os diversos povos o contaram de formas diferentes. Os gregos antigos estabeleceram o início do calendário nos primeiros Jogos Olímpicos (776 a.C. na cronologia cristã). Já para os romanos foi o ano da fundação de Roma (753 a.C.). Os muçulmanos partem da Hégira (saída de Mao- mé de Meca para Medina), que ocorreu em 622 da Era Cristã. Na civilização Ocidental, o nascimento de Cristo é to mado como base para o início do calendário, mas isso só ocorreu em 525, graças ao abade Dionísio, o Pequeno. A base do calendário era o elaborado à época de Júlio César, daí calendário Juliano, o qual tinha impre cisões. Para corrigir os erros, no século XVI, o Papa Gregório XIII formou uma equipe de estudiosos para adequar o calendário de acordo com o curso da Terra ao redor do Sol. A correção ocorreu em 1582, daí o atual calendário ser chamado de gregoriano. Alguns conceitos básicos Civilização Na França iluminista, ser civilizado era ser culto, edu- cado, urbano e bom. Existem conceitos diferentes de civi- lização. Para Gor don Childe, as características essenciais da civilização são: as hierarquias sociais intensas, a espe- “Infelizmente, Dionísio quase certamente che gou a datas erradas. O verdadeiro momento do nasci- mento de Cristo é desconhecido e um assunto de imensa controvérsia até hoje, dadas as informa ções vagas e contraditórias disponíveis a respeito do pró- prio início da vida de Cristo. O Evangelho de Ma- teus afirma que ele nasceu na época de Herodes, o Grande, que morreu em 4 a.C. Isto significa que o nascimento deveter ocorrido antes desta data. Ou- tros Evangelhos e fontes históricas sugerem datas entre 6 ou 7 a.C. até 7 a.D., embora a maioria dos historiadores se inclinem por 4 ou 5 a.C. Isto sig- nifica que o ano 1996 ou 1997 foi provavelmente o verdadeiro ano 2000 no calendário anno Domini, se fizermos a aritmética sem o ano zero.” DUNCAN, David Ewing. Calendário: a epopéia da hu manidade para determinar um ano verdadeiro e exato. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999, p. 136. Aula 01 3História 1A cialização, as cidades e as grandes populações; o cres- cimento da matemática e a escrita. Samuel Huntington definiu civilização como uma área cultural e seu sistema de valores em que todos os seres integrantes comparti- lham de um conjunto de características comuns. Já Bagby definiu civilização como um tipo de cultura encontrada em cidades. Para Toynbee, o que caracteriza uma civili- zação é sua ampla produ ção intelectual. Cultura Forma comum e aprendida da vida, que compar- tilham os membros de uma sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes, crenças, motivações e sistema de valores que o grupo conhece. Conceitos marxistas Modos de produção – conceito marxista que de signa uma articulação dada historicamente entre um determi- nado nível de desenvolvimento das forças produtivas e as relações de produção que Ihes correspondem. Ou seja, é o modo como uma sociedade organiza sua produção econômica, as relações de trabalho, as estruturas políticas e que serve de critério para indicar a sucessão histórica dos diferentes modos de produção ao longo do tempo: o Comunismo Primitivo, o Modo de Produção Asiático, o Escravismo, o Feudalismo, o Capitalismo, o Socialismo e o Comunismo. Luta de classes – A história da humanidade, com exceção das comunidades primitivas, tem sido a his tória das lutas de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, senhores e servos, burgueses e proletários. Resumindo: exploradores e explorados, opressores e oprimidos. Ideologia – Para Marx, “ideologia” designa a falsa consciência que os indivíduos manifestam acerca da realidade que os circunda, em razão das distorções provocadas pela posição que ocupam na estrutura de classes sociais. Testes Assimilação 01.01. 01.01. (UDESC) – O conhecimento histórico acadêmico ou científico é construído, prioritariamente, por meio de práticas de investigação e análise. Para a construção do conhecimen- to histórico, as fontes ou vestígios são, portanto, elementos fundamentais. Analise os itens abaixo, e coloque (V) para o que for fonte histórica e (F) para o que não for fonte histórica. ( ) Jornais e Revistas ( ) Fotografias ( ) Documentos oficiais de Estado ( ) Cartas e documentos pessoais Assinale a alternativa correta, de cima para baixo. a) V – V – V – V b) V – F – F – F c) F – V – V – V d) V – V – F – F e) F – V – V – F 01.02. (UCS – RS) – Por muito tempo, os historiadores acredi- taram que deveriam e poderiam reproduzir os fatos “tal como tinham ocorrido”. Dentre as características do conhecimento histórico que assim produziam, é correto afirmar que a) os historiadores, ao privilegiarem a realidade dos fatos, esperavam produzir um conhecimento científico que ana- lisasse os processos e seus significados, abrindo espaço para a subjetividade humana em suas análises. b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos e datas, que pretendia uma verdade absoluta, como forma de expressar a neutralidade do historiador. c) era uma história temática, na medida em que acreditava que tudo o que o homem fazia e, até mesmo o que ele não fazia, poderia ser considerado fato histórico. d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que eram amplamente documentados, como as festas populares e a cultura das pessoas ordinárias. e) o fundamental era compreender o funcionamento eco- nômico da sociedade, que é o determinante de tudo e garante a neutralidade do historiador. “O termo ‘ideologia’ é amplamente utilizado, sobretudo por influência do pensamento de Marx, na filosofia e nas ciências humanas e sociais em ge- ral, signifi cando o processo de racionalização – um autêntico mecanismo de defesa – dos interesses de uma classe ou grupo dominante. Tem por objeto manter coesa a sociedade apresentando o real como homogêneo, a sociedade como indivisa, permitindo com isso evitar os conflitos e exercer a dominação.” JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário bási co de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, p.136. 4 Extensivo Terceirão 01.03. (UECE) – Para escrever a História é necessário reunir fontes ou testemunhos, que são objetos e documentos – restos do passado – que ajudam a compreender um contexto em determinado período. Sobre as fontes documentais, é correto afirmar que a) não variam de modo algum; devem ser documentos escritos e registrados pela autoridade competente da época e do local do qual fazem parte. b) são criadas e elaboradas criteriosamente para fins de escrita por arqueólogos, etnólogos, paleógrafos e pale- ontólogos. c) são várias, como as escritas, as orais, as narrativas e os mitos populares, e diferentes tipos de imagens. d) são os mapas geográficos e históricos, e as linhas tem- porais, cronologias específicas dos calendários geomor- fológicos. 01.04. (UDESC) – Em 1921 o historiador Marc Bloch publicou um texto com o título Reflexões de um historiador sobre as notícias falsas da guerra. Conforme indica o título, neste texto o historiador analisa a presença das falsas notícias em diferentes períodos históricos. Além disso, afirma que as falsas notícias, ao longo do tempo, preencheram a vida da humanidade. O historiador indica que estas só se propagam se encontram, na sociedade, um ambiente favorável, pois por meio delas os homens acabam por expressar seus preconcei- tos, medos, receios e várias formas de emoção. Tomando por base o que diz o historiador Marc Bloch, é correto afirmar que: a) ( ) a existência das notícias falsas deve ser compre- endida como fenômeno histórico e a proliferação delas tem relação com a sociedade dentro da qual estas são disseminadas. b) ( ) a disseminação das notícias falsas é um fenômeno característico apenas da contemporaneidade, e indepen- de da sociedade na qual circulam. c) ( ) a disseminação das notícias falsas é um caso isolado e não tem relação alguma com questões históricas ou sociais. d) ( ) a proliferação de notícias falsas ocorre apenas em instâncias pessoais e privadas, não atingindo jamais questões políticas ou sociais. e) ( ) não existem apontamentos de caráter histórico a res- peito da existência efetiva de notícias falsas em contexto algum. Aperfeiçoamento 01.05. (UFU – MG) – Objeto de estudo da nova histo- riografia, a “(...) história da vida cotidiana e privada é a história de pequenos prazeres, dos detalhes quase invisíveis, dos dramas do banal, do insignificante, das coisas deixadas ‘de lado’.” DEL PRIORI, Mary. História do cotidiano e da vida privada. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. Esse fragmento de texto aborda a inovação do conheci- mento histórico a partir da segunda metade do século XX, conhecida como Nova História. Desde então, novos sujeitos tornaram-se objetos da pesquisa histórica, observando-se o seu protagonismo em diferentes esferas sociais. Com base nessa informação, é INCORRETO afirmar que com- puseram o novo grupo de indivíduos estudados a) as mulheres atenienses na Grécia clássica. b) os imperadores e os generais da Roma antiga. c) as comunidades manicomiais e as étnicas. d) os afrodescendentes no continente americano. 01.06. (UEG – GO) – Salve duque glorioso e sagrado Ó Caxias invicto e gentil! Salve, flor de estadista e soldado! Salve herói militar do Brasil! Refrão do Hino a Caxias.In: BITTENCOURT, Circe (Org.). Dicionário de datas da História do Brasil. São Paulo: Contexto, 2007. p. 194. A exaltação da figura do Duque de Caxias por setores do Exército Brasileiro contrasta com a a) indiferença do governo republicano que não concedeu ao militar nenhuma homenagem no calendário cívico nacional. b) desconstrução de seu papel heroico por uma historio- grafia crítica que valoriza as massas em detrimento dos grandes líderes. c) denúncia formal de crimes de guerra e de genocídios cometidos por Caxias durante a campanha da Guerra do Paraguai. d) valorização de sua figura na cultura popular que transfor- mou seu nome em sinônimo de seriedade e patriotismo. 01.07. (UECE) – História, como área do conhecimento, possui, hoje, especificidades que a definem, dentre as quais encontra-se a característica de a) ater-se apenas a documentos escritos, não aceitando como fonte outros tipos de informação tais como infor- mações originadas na oralidade ou produzidas pela mídia. b) não se ater apenas aos fatos realizados por governantes e poderosos, tomando os eventos cotidianos e as práticas sociais como importantes temas históricos. c) entender o tempo histórico e o tempo cronológico como iguais, uma vez que ambos são caracterizados por ter medidas constantes e exatas de tempo. d) reconhecer apenas grandes eventos documentados oficialmente como um fato histórico. 01.08. (UECE) – Os marcos utilizados pela História que delimitam o início e o fim de períodos históricos reúnem características que determinaram rupturas significativas em relação a uma fase precedente. Estabeleça a correspondência entre os períodos históricos e os acontecimentos que os ca- racterizam, numerando a Coluna II de acordo com a Coluna I. Aula 01 5História 1A Coluna I 1. História Contemporânea 2. História Moderna 3. História Medieval 4. História Antiga 5. Pré-História Coluna II ( ) Invenção da escrita ( ) Descoberta da América ( ) Revolução Industrial ( ) Fim do Império Romano do Ocidente ( ) Revolução urbana A sequência correta, de cima para baixo, é: a) 5, 3, 2, 1, 4. b) 4, 2, 1, 3, 5. c) 2, 4, 3, 1, 5. d) 3, 2, 4, 5, 1. 01.09. (UFU – MG) – Enfim, sabemos que a “história nacional” e a “cultura brasileira” não eram entidades naturais. E todo o esforço dos homens de letras foi o de transformar determinados valores, personagens, sentimentos e acontecimentos em tradições que deve- riam por sua vez ser experimentadas e guardadas como entidade natural. Se essas tradições correspondiam ou não à verdade dos acontecimentos não importa, nem constitui uma questão, na medida em que elas não vi- savam a descrever uma realidade, mas sim conferir-lhe um sentido, bem como produzir a solidariedade social e viabilizar um projeto coletivo, de nação e de República. DANTAS, Carolina Vianna. Cultura história, República e o lugar dos descendentes de africanos na nação. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel e GONTIJO, Rebeca (orgs.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 245 (Adaptado). A transição para a República, no Brasil, também foi marcada por “batalhas de memórias” e pela criação e recriação de mitos políticos entre os grupos políticos que procuravam afirmar seu poder. Esta dimensão simbólica pode ser ainda exemplificada a) pela forte expansão do positivismo que pode ser exem- plificada pelo grande número de igrejas positivistas na cidade do Rio de Janeiro. b) pela reabilitação de personagens importantes do período colonial que eram identificados com a causa republicana, como Tiradentes. c) pelo esvaziamento das forças militares responsáveis pela Proclamação, cada vez mais vistas como retrógradas e incapazes de promover o republicanismo. d) pelo afastamento ideológico em relação aos países do continente americano, os quais, com exceção dos Estados Unidos, eram vistos como repúblicas frágeis e atravessa- das por conflitos internos. 01.10. (UFRGS) – Leia o segmento abaixo. Nossa história colonial não se confunde com a conti- nuidade do nosso território colonial. ALENCASTRO, L.F. O trato dos viventes; formação do Brasil no Atlântico sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 9. Considerando a história brasileira, assinale a alternativa correta. a) A realidade territorial do Brasil foi definida exclusivamente em tratados diplomáticos, estabelecidos durante os con- flitos entre Portugal e Espanha. b) A compreensão da história brasileira exige o entendi- mento das relações sociais e econômicas, mantidas pelos colonos com a África e com a Europa. c) A história da formação do Brasil é independente da relação comercial entre as diversas regiões do território brasileiro. d) A ocupação da zona litorânea e a do interior do Brasil foram simultâneas. e) O território do Brasil colonial é desimportante para o estudo da história brasileira. Aprofundamento 01.11. (UDESC) – É prática comum nos programas escolares a delimitação de datas que marcam o início e, muitas vezes, o fim de processos históricos. No caso da História do Brasil, o ano de 1500 recebe bastante atenção. A respeito do ano de 1500 como início oficial da História do Brasil, analise as proposições. I. A definição de datas como marcos históricos tem impli- cações políticas, uma vez que elege certos eventos como fundamentais. No caso da História do Brasil, a ênfase no ano de 1500 ressalta a importância atribuída à chegada dos europeus para a constituição da história brasileira. II. Ao definir o ano de 1500 como marco inicial para a História do Brasil, corre-se o risco de desconsiderar a importância da história, as características e os costumes dos vários grupos indígenas que já habitavam o território, que seria posteriormente conhecido como Brasil. III. A definição do ano de 1500, como marco para o início oficial da História do Brasil, foi resultado de uma série de demandas populares que reivindicavam a possibilidade de opinar a respeito da oficialização da História Nacional. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d) Somente a afirmativa I é verdadeira. e) Somente a afirmativa II é verdadeira. 01.12. (UERN) – Leia os textos. Tão objetiva é a História para os positivistas que um de seus maiores ensinamentos é a busca incessante de fatos históricos e sua comprovação empírica. Daí a ne- cessidade, como pregavam, de se utilizar na pesquisa e análise o máximo de documentos possíveis. (Disponível em: http://www.klepsidra.net/klepsidra7/annales.html.) 6 Extensivo Terceirão A nova história não estuda épocas. [...] Aqui reside o conceito de “História de Longa Duração”. Segundo Braudel, a história situa-se em três escalões: a super- fície, uma história dos acontecimentos que se insere no tempo curto; a meia encosta, uma história conjun- tural, que segue um ritmo mais lento; e, em profun- didade, uma história de longa duração, que põe em causa os séculos. (Disponível em: http://www.klepsidra.net/klepsidra7/annales.html.) Os textos expõem duas concepções historiográficas: Positivis- ta e da Nova História, ou Escola dos Annales. Ao analisá-los, é possível inferir que a) ambos concordam que a história é um verdadeiro exercício de erudição, acima de qualquer ciência e dos progressos da humanidade. b) para os positivistas, a história é uma ciência secundária, embora consiga obter a totalidade sobre todos os fatos não deixando dúvidas no que se refere à sua veracidade. c) os historiadores tradicionais pensam na história como essencialmente uma narrativa dos acontecimentos, enquanto a Nova História está mais preocupada com a análise das estruturas. d) a busca dos fatos, segundo os representantes dos Annales, é feita pela observaçãominuciosa dos textos e documen- tos oficiais, da mesma maneira que o químico, ou outro cientista, o faz. 01.13. (UDESC) – A História, segundo o historiador Marc Bloch, pode ser definida como a ciência do homem no tempo. Quando estudada em instituições escolares, ela é, comumente, dividida em: Idade Antiga, Idade Medieval, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Sobre este modelo de organização do tempo histórico em períodos ou idades, analise as proposições. I. O modelo acima foi instituído na Grécia durante o século IV a.C. por Aristóteles que, na época, assumia as funções de tutor de Alexandre da Macedônia. II. A adoção deste modelo demonstra o forte vínculo exis- tente entre os programas escolares de história e a tradição europeia, na medida em que as idades são organizadas a partir de processos ocorridos majoritariamente no Continente Europeu. III. O modelo citado foi desenvolvido e institucionalizado em 1837, pelo Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, e refere-se, exclusivamente, aos processos ocorridos a partir do Descobrimento do Brasil, em 1500. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I é verdadeira. b) Somente a afirmativa III é verdadeira. c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. e) Somente a afirmativa II é verdadeira. 01.14. (FEMPAR – PR) – O cristianismo trouxe uma concepção de devir histórico linear, uniforme, que, estendendo-se da Criação até o Juízo Final, foi adaptada em forma secular pelo moderno pensamento histórico [...] A articulação em Anti- guidade – Idade Média – Idade Moderna foi enunciada pelo alemão Cristoph Cellarius (1634–1707); de início, correspondia à interpretação e valorização pelos humanistas de uma história cultural europeia ocidental. Ao final do século XIX [...] afirmou- -se no mundo ocidental uma divisão baseada em grandes marcos ou eventos, que se denomina “periodização clássica”. In te rb its ® A B C D E Uma referência cronológica 4000 476 1453 1789 era cristã 1 Considere o texto, a linha do tempo e seus conhecimentos de História para avaliar as afirmativas. ( ) A Idade Antiga, por ter maior duração, disponibiliza ao historiador maior número de fontes históricas escritas do que a Idade Moderna, que compreende pouco mais de 3 séculos. ( ) Enquanto o ano 1 marca, na periodização clássica, o tempo decorrido depois de Cristo (d.C.), a Civilização Islâmica tem o início de seu calendário no ano 622, quando ocorreu a hégira, a retirada do profeta Maomé de Meca para Medina. ( ) O ano de 476, data da queda do Império Romano do Ocidente, marca um período de instabilidade (com triunfo dos germânicos e conflitos entre eles) e de uma economia de base rural, com antigos escravos e colo- nos transformados em servos da gleba, na estrutura feudal que foi sendo definida. ( ) A tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos ocorreu em 1453, no século XV. A data marca o fim da Idade Média, quando estava em marcha a expansão das cidades e o capitalismo comercial, ao qual se vin- cula o movimento das Grandes Navegações, cujo ob- jetivo inicial era o comércio de especiarias diretamente nas fontes. ( ) No ano de 1789 teve início a Revolução Francesa. A data marca o início da Idade Contemporânea, com a redação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que consagrava o igualitarismo no plano econômico e a defesa da república como forma de governo. 01.15. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir. Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tan- nhäuser. Todos esses momentos se perderão no tem- po, como lágrimas na chuva. Hora de morrer. (Disponível em: <https://pt.wikiquote.org/wiki/Blade_Runner>. Acesso em: 11 jul. 2017.) Aula 01 7História 1A Esta é uma fala do androide Roy que queria eliminar Decard, no filme Blade Runner, o Caçador de Androides (1982), diri- gido por Ridley Scott. No entanto, no combate, Roy o salvou da morte. Essa reflexão apresenta a noção de uma existência construída por múltiplas experiências as quais, que por serem as memórias de Roy, se perderiam para sempre. Com base nos conhecimentos hoje predominantes sobre os fundamentos da história, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) A História privilegia, nos seus estudos, as experiências coletivas dos grandes grupos humanos, excluindo a vida do indivíduo comum. ( ) A historiografia desconsidera a memória oral para re- gistrar as formas culturais de compreensão do mundo. ( ) Nos museus e cemitérios, descansam os personagens históricos cujas ideias não mais afetarão os vivos. ( ) Memória e história são noções diferentes, mas se com- plementam e interagem quando depoimentos orais são registrados em documentos. ( ) Um fato histórico gera uma diversidade de documentos, e as interpretações sobre ele ressignificam o seu teor. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, F, F, V, F d) F, F, F, V, V b) V, F, V, F, V e) F, V, V, F, V c) V, V, F, V, F 01.16. (FPP – PR) – Leia o trecho da entrevista feita por Fernanda da Escóssia, jornalista da BBC Brasil, ao diplomata Alberto Costa e Silva sobre seus estudos sobre a História da África e considere as afirmações a seguir: [...] Era como se o negro surgisse no Brasil, como se fosse carente de história. Nenhum povo é carente de história. E a história da África é uma história extremamente rica e que teve grande importância na história do Brasil, da mesma maneira que a história europeia. De maneira geral, quando se estuda a história do Brasil, o negro aparece como mão de obra cativa, com certas exceções de grandes figuras, mulatos ou negros que pontuam a nossa história. O negro não aparece como o que ele realmente foi, um criador, um povoador do Brasil, um introdutor de técnicas importantes de produção agrícola e de mineração do ouro. [...] [...] Os primeiros fornos de mineração de ferro em Minas Gerais eram africanos. Fizemos uma história de escravidão que foi vio- lentíssima, atroz, das mais violentas das Américas, uma grande ignomínia e motivo de remorso. Começamos agora a ter a noção do que devemos ao escravo como criador e civilizador do Brasil. Quando o ouro é descoberto em Minas Gerais, o gover- nador de Minas escreve uma carta pedindo que mandas- sem negros da Costa da Mina, na África, porque “esses negros têm muita sorte, descobrem ouro com facilidade”. Os negros da Costa da Mina não tinham propriamente sorte: eles sabiam, tinham a tradição milenar de explora- ção de ouro, tanto do ouro de bateia dos rios quanto da escavação de minas e corredores subterrâneos. Boa parte da ourivesaria brasileira tem raízes africanas [...]. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151120_ entrevista_historiador_fe_ab?ocid=socialflow_facebook%3FSThisFB>. I. No trecho apresentado da entrevista é possível destacar a necessidade de um aprofundamento da história africana para uma melhor compreensão da história brasileira. II. Para Alberto Costa e Silva, de um modo geral, a história brasileira não tem considerado os africanos como intro- dutores de técnicas de produção agrícola e de exploração de ouro. III. O diplomata Alberto Costa e Silva não apresenta nenhum exemplo de documento histórico para firmar o ponto de vista que defende na entrevista. IV. Segundo os estudos de Alberto Costa e Silva, é possível vincular as técnicas de extração de ouro em Minas Gerais no período colonial às técnicas usadas na exploração desse mesmo minério na Costa da Mina africana. São CORRETAS apenas as afirmações: a) I, II e IV. b) I. c) II e IV. d) II e III. e) II e IV. 01.17. (PUC – SP) – “As fugidias confissões que os inqui- sidores tentavam arrancar dos acusados proporcionam ao pesquisador atual as informaçõesque ele busca – claro que com um objetivo totalmente diferente. Mas, enquanto lia os processos inquisitoriais, muitas vezes tive a impressão de estar postado atrás dos juízes para espiar seus passos, esperando, exatamente como eles, que os supostos culpados se decidissem a falar das suas crenças.” Carlo Ginzburg. O fio e os rastros. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 283- 284. Adaptado. O texto aponta semelhanças entre a expectativa do in- quisidor, que colhia os depoimentos daqueles que eram julgados pelo Santo Ofício, e a expectativa do pesquisador, que, séculos depois, analisa os processos inquisitoriais. O “objetivo totalmente diferente” de cada um deles pode ser assim caracterizado: a) enquanto o inquisidor desejava salvar a alma do acusado, por meio da expiação de seus pecados, o pesquisador consegue descobrir, no depoimento, a verdade completa e absoluta sobre o período. b) enquanto o inquisidor ampliava os limites da fé cristã, ao perdoar os erros do acusado, o pesquisador consegue identificar a fé superior do membro da Igreja e os pecados cometidos pelos réus. c) enquanto o inquisidor pretendia obter, do acusado, uma confissão ou o reconhecimento de culpa, o pesquisador deseja encontrar, no processo, indícios que o ajudem a compreender aquela experiência histórica. d) enquanto o inquisidor assumia uma atitude de tolerância e respeito perante o acusado, o pesquisador penetra indevidamente na intimidade dessas duas pessoas. 8 Extensivo Terceirão 01.18. (CFTMG) – Nem sempre a memória de Vargas recebeu tratamento tão nobre. Em primeiro lugar, por- que se trata de um personagem bastante ambíguo – se por um lado contribuiu com inegáveis avanços para o desenvolvimento do país, por outro liderou um período autoritário e de repressão política em seu primeiro go- verno (1930-1945). Além disso, no último meio século, o Brasil atravessou grandes mudanças políticas e insti- tucionais. À experiência democrática iniciada em 1946 sucederam-se, a partir de 1964, vinte anos de ditadura militar, até que em 1985 se iniciasse novo processo de construção democrática. Para cada um desses momentos veio à tona um Vargas diferente. (FERREIRA, Maria de Moraes. Vargas para todos os gostos. Revista de História. Rio de Janeiro, Biblioteca Nacional, ano 3, n. 35, p. 14-19, ago. 2008.) A memória de Getúlio Vargas ganha interpretações diversas porque sua ambiguidade permite que, em momentos histó- ricos distintos, seja apropriada de maneiras variadas. Sobre essas duas proposições, é correto afirmar que a) a primeira é verdadeira e a segunda é falsa. b) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. c) as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. d) as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Desafio 01.19. (UFSC) – O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho? César bateu os gauleses. Não levava sequer um cozinheiro? Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada nau- fragou. Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu além dele? Cada página uma vitória. Quem cozinhava o banquete? A cada dez anos um grande homem. Quem pagava os gastos? BRECHT, Bertolt. Perguntas de um trabalhador que lê. In:____. Poemas. Tradução de Paulo Cesar Souza. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 167. Em relação a fontes e escrita da história, é CORRETO afirmar que: 01) por muito tempo as pesquisas históricas privilegiaram as fontes escritas, mas atualmente entende-se que todo tipo de registro dos atos e pensamentos da sociedade pode ser usado como fonte para a escrita da história, como, por exemplo, utensílios domésticos, vestuário, fotografias, monumentos ou mesmo registros orais. 02) a escrita da história depende da análise de fontes e da interpretação de quem a analisa, por isso ela deve ser entendida como uma versão. 04) a forma de dividir a história em quatro grandes épocas – antiga, média, moderna e contemporânea –, apesar de ser um invento europeu, deve ser empregada para o en- tendimento do processo histórico dos diferentes povos do mundo. 08) os conceitos de tombamento e patrimônio imaterial fo- ram instituídos como forma de preservar bens dos mais variados, materiais e imateriais, como fotografias, livros, imóveis, cidades, receitas culinárias, que sejam consi- derados importantes para a memória coletiva. 16) apesar da ampliação da noção de documentos histó- ricos, os documentos oficiais ainda são tomados pelos historiadores como as únicas legítimas fontes para o conhecimento histórico. 32) os estudos históricos da atualidade procuram dar voz a diferentes sujeitos, como mulheres, trabalhadores rurais, crianças etc.; no entanto, as pesquisas sobre o passado ainda têm maior concentração nas ações dos reis, generais, comandantes de revoltas e revoluções, pois são os atos dos grandes governantes e líderes que modificam o rumo dos acontecimentos. Gabarito 01.01. a 01.02. b 01.03. c 01.04. a 01.05. b 01.06. b 01.07. b 01.08. b 01.09. b 01.10. b 01.11. a 01.12. c 01.13. e 01.14. F – V – V – V – F 01.15. d 01.16. a 01.17. c 01.18. c 01.19. 11 (01 + 02 + 08) 9História 1A 1B1A História Primeiras civilizações I – Mesopotâmia Aula 02 Os gregos denominaram a região do vale dos rios Tigre e Eufrates de Mesopotâmia, ou seja, “terra entre rios”. As diversas civilizações que se estabeleceram na Mesopo- tâmia desenvolveram-se numa área que corresponde, aproximadamente, ao atual estado do lraque. O Tigre e o Eufrates nascem nas montanhas da Armênia, desaguan- do separadamente no Golfo Pérsico, formando o canal de Chat al-Arab. O clima era extremamente quente e seco mas as inundações eram frequentes. O solo, se não fosse trabalhado convenientemente, era árido e improdutivo e a única riqueza era a argila. Quase não havia minerais e nem pedras e as árvores eram poucas. Apesar destas difi- culdades climáticas e ambientais, foi nessa região que os primeiros agrupamentos humanos abandonaram a vida nômade (deslocamento em busca de recursos naturais), fixando-se geograficamente em um território delimitado e com características culturais e econômicas próprias, dando origem às primeiras civilizações. O solo pobre tornou-se cultivável graças à capacidade do homem de modificar a natureza. Foi exatamente a necessidade de, por um lado, controlar a força das cheias para evitar a destruição e, por outro, a de irrigar o solo árido que possibilitou a união de diversas tribos que, organizando o trabalho coletivo, deram origem às primeiras civilizações. A Suméria é conside- rada a região mais remotamente habitada da Mesopotâmia (cerca de 3.000 a.C.) e, portanto, os sumerianos, os responsáveis por lançarem as bases da civilização nessa região há mais de cinco mil anos. Foram eles os inventores da roda, os pioneiros da escrita (estilo cuneiforme) e dos primeiros cálculos matemáticos, tão necessários para o desenvolvimento de uma complexa engenharia de construção de canais de irrigação e de barragens para conter a vio- lência das águas durante as cheias. O regime periódico de cheias destes rios possibilitou ao homem o desenvolvimento da agricultura, o processo de sedentarização e a consequente revolução urbana, ocorrida na Baixa Mesopotâ- mia em fins do século IV e começo do III milênio a.C. As principais mudanças provocadas pela revolução urbana foram: • sociedade dividida em camadas sociais e dirigida por uma elite política, militar e religiosa; • imposição de tributos e construção de templos e edifícios públicos gigantescos; • desenvolvimento do comércio e do artesanato; • surgimento da escrita em função das necessidades comerciais. Com o processo de sedentarização do homem e com o surgimento da agricultura e das primeiras cidades, podemos reconhecer nas estruturas de organização das primeiras civilizações do Antigo Oriente (Mesopotâmia e Egito), as características que compõem o que Marx chamou Modo de ProduçãoAsiático: • a propriedade da terra é do Estado. A posse da terra é comunitária; • a base social era formada por comunidades aldeãs, com maioria composta de camponeses; • o grupo social dominante identificava-se com o Estado, pois exigia e arrecadava tributos; • graças aos excedentes acumulados, o Estado podia realizar as grandes obras públicas. Conforme você pode constatar observando o mapa acima, foi na região do chamado “Crescente Fértil” que ocorreu o surgimento das primeiras sociedades organi- zadas. Foi nas margens dos grandes rios que o homem O Crescente Fértil M ar ilu d e So uz a 10 Extensivo Terceirão desenvolveu a agricultura e deu origem às mais antigas civilizações que influenciaram a história ocidental: Egíp- cia, no nordeste da África; Sumeriana, Babilônica e Assíria, dentre outras, na antiga Mesopotâmia; Fenícia, a leste do Mediterrâneo, e Hebraica, na região da Palestina. Economia e sociedade A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do III milênio a.C., baseava-se na agricultura de irrigação. Plantavam-se cereais como a cevada, o trigo, o linho e o gergelim (sésamo, de onde se extraía o azeite para alimentação e iluminação). Cultivava-se ainda uma variedade muito grande de legumes, raízes e árvores frutíferas. A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era também bastante utilizada. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral feitos de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porém a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sob o controle do Estado e dos templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as necessidades, além de proprietário de boa parte de todas as terras: é o que se denomina cidade-templo. Administradas por uma corporação de sacerdotes, as ter- ras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses para o cultivo. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. No II milênio a.C., há indícios da existência de propriedades privadas, pequenas, mas numerosas. No primeiro milê- nio a.C., os templos passaram a ter novamente um papel fundamental na economia. Ao que tudo indica, portan- to, coexistiu a propriedade privada da terra com a maior parcela das propriedades que pertenciam ao Estado. Organização política Em função da posição geográfica e por ter solos rela- tivamente férteis, a antiga Mesopotâmia atraiu diversos povos e foi intensamente disputada pelas tribos semitas nômades e vindas do Deserto da Arábia. Além dos pio- neiros sumerianos, merecem destaque os assírios e os babilônios. Esses povos chegaram a constituir grandes impérios exercendo, durante um determinado período, sua hegemonia e conquistando territórios ocupados por outros povos da região, como acadianos, hititas, cassitas, etc. Ou seja, diversos povos procuraram se estabelecer às margens dos grandes rios e disputaram o controle das terras mais férteis, provocando conflitos militares ao longo do terceiro e segundo milênios antes da era cristã. Na Mesopotâmia predominou a organização política descentralizada com a formação de diversas cidades-estados independentes. A primeira cidade que conseguiu estabelecer controle sobre a totalidade da Suméria foi Kish. Mais tarde, Kish, Ur e Uruk travaram renhida luta pela hegemonia na região. Após um período de domínio dos elamitas (viviam no sudoeste do atual Irã), os sumerianos voltaram a gozar de independência. O governante chamado de Patesi ou Lugal represen- tava as divindades, governando em nome delas. A unificação da Mesopotâmia só foi conseguida por volta de 2340 a.C., no reinado de Sargão, patesi da cidade de Acad. O domínio acadiano chegou ao fim com a invasão dos gútios, que exerceram sua influência por meio século. Expulsos os gútios, por volta de 2100 a.C., Ur-Nammu, de Ur, reunificou a região sob o controle dos sumérios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilação das leis do direito sumeriano. Por volta de 2004 a.C., os elamitas invadiram a Mesopotâmia, dominando-a por um longo período. Os amoritas, vindos do Deserto da Arábia, estabeleceram- -se na Babilônia, que, com o tempo, converteu-se em um importante centro comercial, devido à sua locali- zação privilegiada. A antiga Babilônia está situada a aproximadamente 75 quilômetros da moderna Bagdá. O grande monarca babilônico foi Hamurabi, que gover- nou de 1792 a.C. a 1750 a.C. Além de ter expandido seus domínios, destacou-se como administrador e legislador. Foi o monarca responsável pela organização do primeiro código de leis escrito de que se tem notícia na história da humanidade. O Código de Hamurabi compunha- -se de 282 artigos escritos em caracteres cuneiformes. Nele, havia artigos sobre família, comércio, propriedade, herança, escravidão, Direito Penal (Princípio de Talião: “olho por olho, dente por dente”) que variava de acordo com a categoria social do infrator e da vítima. O Código protegia a propriedade privada e os interesses dos donos de escravos. Entre os sumerianos, os templos desempenhavam um papel vi- tal. Observe na foto as ruínas do zigurate (templo constituído de várias plataformas superpostas, com rampas laterais ascen- dentes) de Uruk. © Sh ut te rs to ck /r as ou la li Aula 02 11História 1A O Império Babilônico foi atacado por vários povos. Os cassitas dominaram a região por quatro séculos, até serem suplantados pelos assírios. A partir do século VIII a.C. ocorreu o grande expansionismo do Império Assírio. Os assírios se destacaram por terem constituído o primeiro grande exército organizado da História, com recrutamento obrigatório e expandido seus domínios territoriais por toda a Mesopotâmia, incluindo, também, a Fenícia e a Palestina, chegando até o delta do Nilo no Egito e atingindo seu apogeu no reinado de Assurbanípal (669 a.C. - 631 a.C.). Os assírios fizeram da guerra sua atividade principal. Eram despóticos e submetiam os vencidos a horríveis tormentos. Fundaram a cidade de Nínive, que se tornou a sede de seu poderoso Império. Minado pela crise interna e pelos levan- tes dos povos conquistados, o Império Assírio desmoronou. O rei da Média Ciaxares e o príncipe caldeu Nabopolassar (que havia ocupado a Babilônia) uniram-se contra os assí- rios. A orgulhosa cidade de Nínive caiu no ano de 612 a.C. Posteriormente, os caldeus, semitas originários da Arábia, impuseram-se na região. O Império Caldeu, com capital na Babilônia, construído por Nabopolassar e con- solidado por Nabucodonosor lI, conquistou praticamente todo o Oriente Próximo. O Rei Nabucodonosor II conquis- tou a Palestina e levou os judeus cativos para a Babilônia [587 a.C.]. Nabucodonosor II construiu os famosos Jardins Suspensos da Babilônia, considerados pelos gregos uma das sete maravilhas do mundo antigo. Também recons- truiu o Zigurate de Etemenanki (mais de 90 metros de altu- ra), que dera origem ao episódio bíblico da Torre de BabeI. Após a sua morte, o império entrou em decadência, sendo conquistado por Ciro, rei dos persas. A partir de 539 a.C., as sociedades da Mesopotâmia converteram-se em populações sob o domínio do Império Persa. Mais tarde, Alexandre da Macedônia conquistou a região. Religiosidade De uma forma geral, os povos mesopotâmicos tinham uma visão nada otimista da vida além-túmulo. Para os su- merianos, a alma não passava de uma sombra errante que vagava nas trevas. Os mesopotâmicos, diferentemente dos egípcios, preocupavam-se pouco com os mortos, pois não acreditavam na vida após a morte. Os deuses e deusas deveriam ajudar os homens a enfrentarem as vicissitudes deste mundo. Cada ser humano tem um deus e uma deusa, dos quais espera proteção. Havia uma grande quantidadede deuses e deusas ligados aos astros, às forças cósmicas e da natureza. Dos deuses locais, sobressaíam-se Marduk, elevado por Hamurabi à categoria de principal divindade da Mesopotâmia. Os povos mesopotâmicos acreditavam em várias lendas e mitos. O herói mais famoso foi Gilgamesh, forte e belo, que “não deixava nenhuma virgem para o seu amado”. Interessante é a lenda do Dilúvio, também referida na epopeia de Gilgamesh, na qual o deus Enlil se desgostou da humanidade e resolveu destruir tudo com uma grande inundação. Acontece que o deus Ea achou a punição muito rigorosa e avisou o seu mortal predileto, Utnapishtim, que construiu um barco e nele colocou a sua família e casais de todas as criaturas vivas. O barco resistiu à tempestade por seis dias e seis noites. No sétimo dia, quando as águas baixaram, Utnapishtim desembarcou e fez saírem seus passageiros. Escrita Os sumerianos escreviam com estiletes sobre tabletes de argila úmida. No início, a escrita suméria era claramente pictórica; mais tarde, os símbolos desenhados passaram a representar sons. Os sumérios – e, mais tarde, os babilô- nicos e assírios, que falavam acadiano – fizeram extenso uso da escrita cuneiforme. Vale lembrar que a escrita desenvolveu-se na Mesopotâmia pela necessidade práti- ca de se manterem assentamentos e registros comerciais. La tin st oc k/ Co rb is/ Ar al do d e Lu ca Artes O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Desta- caram-se ainda os palácios, templos e fortificações. Nas construções, empregavam-se argila, ladrilhos e tijolos. Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamental- Art. 21 – Se alguém abrir um buraco em uma casa (invasão para roubar), deverá ser condenado à morte em frente ao buraco e ser enterrado. Art. 22 – Se al- guém estiver cometendo um roubo e for pego, deve- rá ser condenado à morte. Art. 148 – Se um homem tomar uma esposa e ela for atacada por alguma do- ença; se desejar, então tomar uma segunda esposa, ele não deverá expulsar sua esposa, que foi atacada por uma doença, mas mantê-la na casa que construí- ram e sustentá-Ia pelo resto da vida. Art. 195 – Se um filho bater em seu pai, suas mãos serão cortadas. Art. 200 – Se um homem quebrar os dentes de um seme- lhante, seus dentes deverão ser quebrados. 12 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 02.01. (UNISC – RS) – Em 1988 era promulgada, no país, a nossa atual Constituição, rotulada como carta cidadã. O histórico das constituições no mundo contemporâneo tem marcos como a inglesa de 1688, a francesa do período jacobino e a norte-americana da Guerra da Independência. No Brasil, o histórico das constituições revela as mudanças políticas do Império, da República, do período getulista, do regime militar e das redemocratizações. Essa cultura política contemporânea não encontra paralelo no passado mais an- tigo. Na antiguidade, inexistia essa prática constitucional da relação entre Estado e sociedade, o que havia eram códigos comportamentais, destinados à preservação das cidades ou à relação com os deuses. Nesse sentido, a mais antiga lei escrita da antiguidade que se tem registro é a) a Lei das Doze Tábuas, da Roma antiga. b) o Código de Hamurabi, da Mesopotâmia. c) o Papiro de Harris, da China antiga. d) o Código Canônico, dos pais apostólicos. e) a Lei dos Faraós, do Egito antigo. 02.02. As civilizações antigas localizadas no Oriente Médio basicamente se dividem em três: egípcia, mesopotâmica e hebraica. Sobre essas civilizações e suas características comuns, é correto afirmar que: a) suas relações sociais eram baseadas no princípio da igualdade de todos os cidadãos perante os deuses. b) se desenvolveram na região do crescente-fértil, nas pro- ximidades de rios. c) nelas existia uma teocracia absoluta baseada no comércio marítimo. d) suas religiões primavam por uma vida após a morte, com castigos ou recompensas eternas. e) contavam com códigos de leis brandos e desprovidos de ética religiosa. 02.03. (UECE) – O código de Hamurabi é o mais famoso e orgânico código de leis existente, cujo significado não é o de uma medida legislativa, visto conter dúvidas a respeito da aplicação concreta de suas disposições nos veredictos judiciais. No que diz respeito a esse código, é correto afirmar que a) buscava demonstrar quão bem organizado e bem gover- nado seria o reino sob o comando do monarca. b) precedia os veredictos judiciais, buscando promulgar novas disposições. c) tornava o rei dependente da tradição inaugurada por Ur-Nammu, fundador da terceira dinastia de Ur. d) considerava a possibilidade de uma medida legislativa ser um instrumento de debilidade da realeza. 02.04. (UNESP – SP) – 129. Se a esposa de alguém for surpreendida em fla- grante com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados dentro d’água, mas o mari- do pode perdoar a sua esposa, assim como o rei perdoa a seus escravos. [...] 133. Se um homem for tomado como prisioneiro de guerra, e houver sustento em sua casa, mas mesmo assim sua esposa deixar a casa por outra, esta mulher deverá ser judicialmente condenada e atirada na água. [...] 135. Se um homem for feito prisioneiro de guerra e não houver quem sustente sua esposa, ela deve- rá ir para outra casa e criar seus filhos. Se mais tarde o marido retornar e voltar a casa, então a esposa deverá retornar ao marido, assim como as crianças devem seguir seu pai. [...] 138. Se um homem quiser se separar de sua esposa que lhe deu filhos, ele deve dar a ela a quan- tia do preço que pagou por ela e o dote que ela trouxe da casa de seu pai, e deixá-la partir. (www.direitoshumanos.usp.br) mente decorativas. Em relação à escultura, destaque à estatuária assíria, gigantesca e original: os relevos do pa- lácio de Assurbanípal são obras de artistas excepcionais. Desenvolvimento científico As realizações científicas dos povos mesopotâmicos estiveram ligadas à necessidade de fazer cálculos e previsões das cheias dos rios Tigre e Eufrates, bem como preparar os canais e drenagens. As necessidades do dia a dia levaram a um certo desenvolvimento da Matemá- tica. Em diversos tabletes de argila, foram encontradas anotações com cálculos de juros, equações do 2o. grau, raízes quadradas e cúbicas e o círculo de 360 graus. Os progressos na Medicina foram grandes (catalogação de plantas medicinais, por exemplo). A profissão de médico era bastante considerada. Os elementos de Astronomia elaborados pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia europeia. Baseando-se em observações astronômicas, criaram um aperfeiçoado calendário lunar. Os sacerdotes esforçavam-se em predizer o futuro. Nascia assim a Astrologia, com o zodíaco sendo usado para elaboração dos horóscopos. Aula 02 13História 1A Esses quatro preceitos, selecionados do Código de Hamurabi (cerca de 1780 a.C.), indicam uma sociedade caracterizada a) pelo respeito ao poder real e pela solidariedade entre os povos. b) pela defesa da honra e da família numa perspectiva patriarcal. c) pela isonomia entre os sexos e pela defesa da paz. d) pela liberdade de natureza numa perspectiva iluminista. e) pelo antropocentrismo e pela valorização da fertilidade feminina. Aperfeiçoamento 02.05. (IFRS) – Leia o trecho a seguir. O que diz o primeiro documento escrito da história Símbolos abstratos formam o documento escrito mais antigo de que se tem conhecimento até hoje Na Antiguidade, acreditava-se que a escrita vinha dos deuses. Os gregos pensavam tê-la recebido de Prome- teus. Os egípcios, de Tot, o deus do conhecimento. Para os sumérios, a deusa Inanna a havia roubado de Enki, o deus da sabedoria. Mas à medida que essa visão perdia crédito, passou-se a investigar o que levou civilizações antigas a criar a escrita. Motivos religiosos ou artísticos? Ou teria sido para enviar mensagens a exércitos distantes?O enigma ficou mais complexo em 1929, após o ar- queólogo alemão Julius Jordan desenterrar uma vasta biblioteca de tábuas de argila com figuras abstratas, um tipo de escrita conhecida como “cuneiforme”, com 5 mil anos de idade [...]. As tábuas estavam em Uruk, uma cidade [...] das pri- meiras do mundo - às margens do rio Eufrates, onde hoje fica o Iraque. Ali, desenvolveu-se uma escrita que nenhum especialista moderno conseguia decifrar. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-39842626>. Acesso em: 04 set. 2017. De acordo com o trecho, podemos identificar que o texto está tratando do modelo de escrita antiga desenvolvido a) no Egito do período faraônico. b) na China anterior ao primeiro imperador. c) em uma das primeiras civilizações da Mesopotâmia. d) na Anatólia do período bíblico. e) na Grécia dos tempos homéricos. 02.06. Em 1929, o arqueólogo alemão Julius Jordan desenterrou uma vasta biblioteca de tábuas de argila com um tipo de escrita conhecida como “cuneiforme”, com cinco mil anos de idade, mais antigas que exem- plares semelhantes encontrados na China, no Egito e na América. As tábuas estavam em Uruk, uma cidade mesopotâmica – e uma das primeiras do mundo – às margens do rio Eufrates, onde hoje fica o Iraque. As tábuas não haviam sido usadas para escrever poesia ou enviar mensagens a lugares remotos. Foram empre- gadas para fazer contas – e também para elaborar os primeiros contratos. <https://tinyurl.com/ycuj8mq6> Acesso em: 26.10.2018. Adaptado. O texto faz referência a um período muito conhecido da história da Humanidade, no qual surgiram os primeiros registros escritos. Assinale a alternativa que, corretamente, descreve o contexto em que surgiu a escrita na Mesopotâmia. a) Os mesopotâmicos criaram a escrita como forma de se comunicar com os deuses, entalhando placas de argila que eram cuidadosamente depositadas no interior dos templos religiosos. b) O surgimento da escrita foi vinculado à criação de um sistema de educação segundo o qual todas as crianças de- veriam dominar o conhecimento das letras e dos cálculos. c) As cidades da Mesopotâmia eram separadas por longas distâncias, percorridas a pé por mensageiros que levavam cartas e ofícios trocados entre os governantes. d) A evolução da literatura oral gerou a necessidade de registrar os textos poéticos declamados pelos grandes oradores da Antiguidade clássica. e) O desenvolvimento do comércio levou à criação da escrita, utilizada, inicialmente, para realizar registros contábeis e firmar contratos. 02.07. (PUCPR) – Sobre a produção cultural e científica da Mesopotâmia, é CORRETO afirmar que: a) os mesopotâmios foram exímios na elaboração de sagas que relatavam as experiências de heróis míticos em viagens de exploração marítima e colonização das costas da Arábia e da África. Além disso, desenvolveram amplamente a medicina, pois adquiriram profundos conhecimentos sobre o corpo humano com a prática da mumificação, que fazia parte de sua religião. b) os mesopotâmios desenvolveram a pintura de forma bas- tante rica e harmoniosa. Foram, também, os inventores do arco redondo ou de berço, muito utilizado na construção de pontes e de fortificações militares. Muito engenhosos, inventaram o concreto em substituição à pedra bruta, bastante rara na região da Mesopotâmia. c) os mesopotâmios eram grandes apreciadores de esportes, em especial da tauromaquia, na qual executavam jogos e apresentações acrobáticas com touros, com participação de mulheres. Apreciavam também esportes como o lança- 14 Extensivo Terceirão mento de dardos e pesos à longa distância. Na arquitetura desenvolveram complexos tumulares conhecidos como nuragues, de forma cônica, que revelavam sua ampla capacidade de cálculo. d) os mesopotâmios foram os maiores especialistas da Antigui- dade na construção de monumentos de pedra esculpida. Os entalhadores mesopotâmicos eram reconhecidamente os melhores de seu tempo, tanto que foram requisitados para trabalhar em complexos palacianos na Pérsia e na Índia. Na Literatura, se destacaram nos temas religiosos, reflexo de sua profunda devoção e da grande importância da religião para a população mesopotâmica, comparável ao Egito. e) os mesopotâmios sobressaíram-se nas ciências, na arqui- tetura e na literatura. Observando o céu, especialmente a partir de suas torres ou zigurates, e buscando decifrar a vontade dos deuses, os sacerdotes desenvolveram a astrologia e a astronomia, conseguindo atingir um amplo conhecimento sobre fenômenos celestes, como o mo- vimento de planetas e estrelas e a previsão de eclipses. 02.08. (FCMPA – RS) – Por volta do ano 3500 a.C próximo às margens dos rios Nilo, Eufrates e Tigre constituíram-se as sociedades orientais ou civilizações hidráulicas. Considere as seguintes afirmativas: I. Estado despótico responsável pela organização e con- trole da produção. Imposição de inúmeros tributos que recaíam sobre os camponeses das aldeias; II. Existência de expressiva camada social vinculada às atividades comerciais e artesanais, responsáveis pelas constantes instabilidades políticas na região; III. Por volta de 3200 a.C, Menés conquistou o Alto Império promovendo a unificação do povo Sumérico; IV. Na Babilônia, inovou-se na arquitetura com a aplicação de sistemas de arcos, abóbadas e cúpulas. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I e III são verdadeiras. b) Apenas II e III são verdadeiras. c) Apenas I e IV são verdadeiras. d) Apenas I é verdadeira. e) Apenas III e IV são verdadeiras. 02.09. (FGV – SP) – A notícia a seguir foi publicada em 26/02/2015: O Estado Islâmico destruiu uma coleção de estátuas e esculturas inestimáveis no norte do Iraque que re- montam à antiga era assíria, de acordo com um vídeo publicado na Internet. O vídeo dos militantes islâmicos radicais mostrou ho- mens atacando os artefatos, alguns deles identificados como antiguidades do século 7 a.C., com marretas ou furadeiras, dizendo se tratar de símbolos de idolatria. [...] Os artigos destruídos parecem ser de um museu de antiguidades na cidade de Mosul, no norte iraquiano, tomada pelo Estado Islâmico em junho passado, afir- mou um ex-funcionário do museu à Reuters. Os militantes derrubaram as estátuas de suas colunas, despedaçando-as no chão, e um homem usou uma furadeira elétrica em um touro alado. Fonte: Isabel Coles e Saif Eldin Hamdan. Combatentes do Estado Islâmico destroem antiguidades no norte do Iraque. Reuters Brasil. 26/02/2015. Disponível em: http:// br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRKBN0LU1PO20150226. Acesso em 31/3/2015 Sobre as antigas civilizações que se desenvolveram na região do atual Iraque, é correto afirmar: a) As primeiras sociedades da Mesopotâmia desenvolveram- -se a partir da expansão islâmica, cujos integrantes com- bateram intensamente as crenças politeístas. b) Em torno do século VII a.C., o Império Assírio, conhecido pela utilização de carros de guerra, incluiu em seus do- mínios a Palestina e o norte do Egito. c) As principais atividades econômicas desenvolvidas na Mesopotâmia entre os séculos IX e VII a.C. eram a pecuária e a comercialização de tecidos e pedras preciosas. d) Do ponto de vista político, o Império Assírio estava organizado em Cidades-Estado que implementaram a participação democrática de seus cidadãos. e) O surgimento do monoteísmo judaico na Mesopotâmia deixou marcas culturais profundas que contribuíram para a difusão da religião muçulmana com o Império Assírio. 02.10. (UPF – RS) – Na chamada Antiguidade Oriental, as sociedades, notadamente a egípcia e a mesopotâmica, desenvolveram-se em regiões semiáridas, onde obras hi- dráulicas grandiosas eram necessárias para o cultivo agrícola. Então, nessas sociedades: a) Desenvolveu-se o modo de produção escravista intima- mente ligado ao caráter bélico e expansionista dessas sociedades. b) ) A forma de trabalho predominante era a servidão co- letiva,e o indivíduo explorava a terra como membro da comunidade e servia ao Estado, proprietário dessa terra. c) O principal instrumento de poder das camadas populares era constituído pelo Estado, que assegurava o seu domínio sobre os outros grupos sociais. d) A superação das comunidades coletivas levou ao sur- gimento da propriedade privada e, como resultado, à utilização da mão de obra escrava. e) A ampla utilização do trabalho livre garantia a produção de excedentes, que era necessária para as trocas comer- ciais e para o progresso econômico. Aprofundamento 02.11. (UCS – RS) – Estudos recentes realizados no Iraque, antiga Mesopotâmia, demonstraram que os habitantes da região sabiam utilizar técnicas sofisticadas para transformar areia em basalto, posteriormente utilizado nas construções das populosas cidades que ali floresceram há mais de 4 mil anos. Analise, quanto à sua veracidade (V) ou falsidade (F), as afirmativas abaixo, relacionadas às principais características da civilização mesopotâmica. Aula 02 15História 1A ( ) Mesopotâmia é uma palavra de origem grega que sig- nifica “terra entre rios”, uma referência aos rios Tigre e Eufrates que banham uma boa parte da região loca- lizada no Crescente Fértil. Essa região atraiu, ao longo dos séculos, povos nômades que ali se estabeleceram e passaram a se dedicar à agricultura. ( ) Cada um dos povos nômades dominou a Mesopotâ- mia em distintas épocas. Assim, as sucessivas invasões não favoreceram a formação de um império duradouro e unificado, como no Egito. ( ) Um dos mais poderosos reis mesopotâmicos foi Ha- murábi. Durante seu governo, a cidade de Babilônia tornou-se um dos maiores centros comerciais da an- tiguidade e foi estabelecido o primeiro código de leis escritas da humanidade. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parên- teses de cima para baixo: a) V – V – V b) V – F – V c) F – V – F d) F – F – V e) F – F – F 02.12. (UCS – RS) – O Código de Hamurabi, um bloco de pedras com 2,25 metros de altura, encontra-se hoje no Museu do Louvre, em Paris. Dos muitos artigos de lei nele gravados, cerca de 250 já foram decifrados. Com isso, informações sobre a sociedade mesopotâmica puderam ser reveladas. (FIGUEIRA, D. História. São Paulo, SP: Ática, 2003, p. 26.) Analise, quanto à sua veracidade (V) ou falsidade (F), as afirmativas abaixo sobre a sociedade mesopotâmica e o seu código de leis. ( ) A chamada Lei de Talião (talionis, em latim, significa “tal” ou “igual”) apareceu pela primeira vez no Código de Hamurabi. Ela pregava o princípio do “olho por olho, dente por dente”, ou seja, ao infrator aplicava-se um castigo proporcional ao dano causado. ( ) O Código de Hamurabi trata dos mais variados assun- tos relativos à vida cotidiana. Abrange, entre outros temas, a regulamentação e o exercício das profissões, fixando a remuneração dos trabalhadores e as normas a respeito do casamento, da assistência às viúvas, aos órfãos, aos pobres etc. ( ) Na maioria das sociedades atuais, a Lei de Talião não é mais aplicada. No entanto, há países do Oriente Médio em que ainda se paga olho por olho, literalmente. Na Arábia Saudita, no Iêmen e em alguns dos Emirados Árabes, ladrões têm as mãos cortadas. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parên- teses, de cima para baixo. a) V – F – V b) V – V – V c) F – V – F d) F – F – V e) F – F – F 02.13. (UFSM – RS) – “( )E a situação sempre mais ou menos / Sempre uns com mais e outros com menos / A cidade não para, a cidade só cresce / O de cima sobe e o de baixo desce / (...)” Este trecho da música do pernambucano Chico Science (1966–1997) e grupo Nação Zumbi nos remete à vida em cidades, processo que passou a ser significativo na história, a partir do 4º milênio a.C., na Mesopotâmia. Sobre esse processo, é correto afirmar: a) Com o surgimento e crescimento das cidades, houve um progressivo aumento da especialização do trabalho e da igualdade social, enfraquecendo o poder político. b) A diminuição da produção agrícola assegurou excedentes para a manutenção de especialistas, desenvolvendo a urbanização em cidades–Estado socialmente desiguais. c) Apesar da urbanização e das novas tecnologias de irriga- ção, mantém–se um Estado de caráter exclusivamente político e que não intervém na economia, conservando a ordem social hierarquizada. d) A sedentarização do homem, o desenvolvimento de cidades, a especialização do trabalho e uma sociedade socialmente desigual levaram à constituição de polos de poder como o Templo e o Palácio. e) Mesmo se legitimando através de conquistas militares ou como mediadores entre o mundo terreno e o mundo di- vino, os soberanos separaram a esfera política da religiosa no intuito de conservar uma sociedade. 02.14. (FUVEST – SP) – A partir do III milênio a.C. desen- volveram-se nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo, como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, Estados teocráticos, forte- mente organizados e centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é: a) a revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela imposição dos governos autoritários. b) a necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação. c) a influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao Oriente Próximo através das caravanas de seda. d) a expansão das religiões monoteístas, que fundamen- tavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto do monarca. e) a introdução de instrumentos de ferro e a consequente revolução tecnológica, que transformou a agricultura dos vales e levou à centralização do poder. 02.15. (UFCSPA – RS) – A Mesopotâmia atual situa-se no Oriente Médio entre os rios Tigre e Eufrates, que ficam no atual Iraque, na região conhecida como Crescente Fértil. Seu nome vem do grego (meso=meio e potamos=água) e signi- fica “terra entre rios”. A fertilidade desta região, localizada em meio a montanhas e desertos, deve-se à presença dos rios. 16 Extensivo Terceirão Sobre a civilização mesopotâmia, na Antiguidade Oriental, analisar os itens abaixo: I. A estrutura social baseava-se na existência de uma pe- quena elite, controladora de uma vasta população que estava submetida ao trabalho compulsório, característica de um governo despótico, de fundamento teocrático, que domina todos os grupos sociais. II. O Estado era responsável pelas obras hidráulicas necessárias para a sobrevivência da população, bem como pela cobrança de impostos e pela administração de estoques de alimentos. III. Na religião da mesopotâmia, o governante era repre- sentado e compreendido por seus súditos mais como uma divindade viva do que como um representante dos deuses. IV. Em termos políticos, a Mesopotâmia caracterizou-se por ter, na instituição monárquica, personificada no gover- nante, o seu principal fator de unidade. Está(ão) correto(s): a) Somente o item I b) Somente os itens I e II c) Somente os itens I, III e IV d) Somente os itens II e IV e) Todos os itens 02.16. - (UFSC) – “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte- -americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos ira- quianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na ci- dade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encon- trados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais sig- nificativos do século 20, não eram expostosao públi- co desde a década de 90. Uma equipe de pesquisado- res do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos.” (O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.) Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) em relação às sociedades que se desenvolveram naquela região na An- tiguidade. 01) A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia. 02) Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios. 04) A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo). 08) Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos as pirâ- mides de Gisé. 16) Os povos da Mesopotâmia, além da significativa con- tribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antiguidade, o de Hamurábi. 32) Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram gover- nos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o sistema de- mocrático de governo. 02.17. (FEMPAR – PR) – Considere o texto e julgue as afirmativas. No Oriente Médio, às margens de rios como o Eufra- tes, o Tigre e o Jordão, ou nas proximidades do Mar Mediterrâneo e no Norte da África, às margens do Rio Nilo, formaram-se civilizações que, abandonando o sistema tribal e nômade da Pré-História, tornaram- -se sociedades com Estado, marcadas pelo fim da propriedade coletiva, característica da Pré-História, e pela diferenciação de classes sociais. Essas civiliza- ções, com exceção da Fenícia, adotaram o “modo de produção asiático” [...] PETTA, N. Luiza; OJEDA, Eduardo A. Baez. História. São Paulo: Moderna, p. 8. ( ) A civilização egípcia insere-se no modo de produção asiático. Centralizado no faraó, o poder político tinha forte dimensão religiosa, constituindo típica teocracia em suas primeiras dinastias. ( ) A necessidade de anotações contábeis levou os fení- cios a criar o alfabeto, aperfeiçoando as escritas cunei- forme e hieróglifa. Eles habitavam a região do atual Líbano; desenvolveram manufaturas e intenso comér- cio, o que os afasta do “modo de produção asiático”, de base económica agrícola. ( ) As grandes obras arquitetônicas da civilização egípcia, duradouras pelo uso predominante da pedra, prio- rizam o homem e seu conforto pessoal, nos grandes palácios ajardinados de sacerdotes e chefes militares. ( ) Escravidão e servidão estão presentes no “modo de produção asiático” como trabalho compulsório. En- quanto o escravo, via de regra, era propriedade de seu patrão, não podendo determinar-se; o servo era juridi- camente livre, mas sujeito à prestação de serviços e ao pagamento de tributos. ( ) Na área denominada Crescente Fértil, do Egito à Meso- potâmia, a existência de numerosos rios piscosos, caça, vegetação abundante, frutos nativos, solo naturalmen- te fértil e clima temperado propiciou condições favorá- veis ao surgimento das primeiras civilizações. Aula 02 17História 1A 02.18. (UFSC) - Considerado o mar- co inicial da História. Foi a terceira forma de comunicação elaborada pelo ser humano e provocou gran- de revolução nos seus costumes. Diferentemente da fala e das pin- turas rupestres, a escrita permitiu ao ser humano a comunicação de longo alcance geográfico, a fixação de leis, de regras e penalidades, que viabilizaram a formação de estrutu- ras sociais e políticas estáveis. VAIFAS, Ronaldo. História I (Ensino Médio). 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 30. Sobre a escrita e a comunicação ao longo da História, é correto afirmar que: 01) na região da Mesopotâmia, existia uma escrita chamada de cuneiforme, que serviu, inclusi- ve, para o registro do Código de Hamurabi, conhecido como o pri- meiro código de leis escritas. 02) no Egito antigo, a escrita hieroglí- fica era privilégio da realeza e só podia ser utilizada para fins admi- nistrativos, sendo absolutamente proibida para registros ou prega- ções religiosas. 04) o avanço dos conhecimentos na Europa, a partir do século XV, ganhou grande impulso com a contribuição de Johannes Gu- tenberg, que, ao desenvolver a impressão com tipos móveis, re- novou radicalmente a tipografia e o alcance das produções escritas. 08) os povos ágrafos, como muitas sociedades ameríndias e afri- canas, devem ser considerados menos desenvolvidos do ponto de vista da comunicação por não possuírem escrita. 16) durante o período medieval, o livre acesso à leitura, através das diversas bi- bliotecas espalhadas pelos mosteiros cristãos na Europa, garantiu a consoli- dação do respeito a dogmas e doutrinas da Igreja. 32) sancionada como língua oficial dos surdos no Brasil no início do século XXI, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), ao contrário dos idiomas essencialmente orais e auditivos, tem como característica ser visual e gestual. Desafio 02.19. (UFAL) – Desde suas origens os homens perceberam que além de armas era necessário desenvolver a agricultura. Sobre o tema, considere o mapa histórico. (In: Olavo Leonel Ferreira. Mesopotâmia. São Paulo: Moderna, 1993. p. 9) a) O mapa mostra uma região onde emergiram algumas civilizações do mundo antigo. Na Mesopotâmia e no Egito surgiram Impérios com base econômica na agricultura. Explique a importância do Estado e dos rios no desenvolvimento da agricultura, identificando características em comum dessas duas civilizações. b) Cada vez mais a agricultura se organiza e se especializa para atender às de- mandas urbanas. Apresente três grandes mudanças da agricultura moderna. Gabarito 02.01. b 02.02. b 02.03. a 02.04. b 02.05. c 02.06. e 02.07. e 02.08. c 02.09. b 02.10. b 02.11. a 02.12. b 02.13. d 02.14. b 02.15. b 02.16. 19 (01 + 02 + 16) 02.17. V – V – F – V – F 02.18. 37 (01 + 04 + 32) 02.19. a) Nos reinos do Egito e Mesopotâmia, as terras pertenciam ao Estado e eram cultivadas por famílias de cam- poneses que defendiam de regime de cheias dos rios. b) Poderão ser citados aspectos como: mecanização, defensivos agrícolas, modificação genética, etc. 18 Extensivo Terceirão 1A História Aula 03 Primeiras civilizações II – Antigo Egito Localizado no nordeste da África, o Egito limita-se ao norte com o Mediterrâneo, ao sul com a Núbia, a oeste com a Líbia e a leste com o mar Vermelho. O país é um extenso oásis irrigado pelo rio Nilo, que é ladeado pelos desertos da Arábia e da Líbia. O rio Nilo nasce no lago Vitória e, depois de percorrer 6 500 quilômetros, desemboca no Mediterrâneo. Suas cheias são provocadas pelas chuvas equatoriais e pelo derretimento das neves das montanhas da Etiópia. As cheias do Nilo iniciam-se em julho e vão até novembro. Nesse período, o rio transborda e deposita nas mar- gens o lodo e o limo que possibilitam o aproveitamento agrícola da região. A importância do Nilo para a civiliza- ção egípcia foi tão significativa que o historiador grego Heródoto, que o visitou no século V a.C., afirmou: “O Egito é uma dádiva do Nilo”. “(Graças ao Nilo), não há outros homens, seja em todo o mundo, que obtenham tan- tos frutos da terra com tão pouco esforço; eles não têm de extenuar-se para abrir sulcos no solo com o arado nem para revolvê-lo com a enxada; nem têm qualquer outro trabalho a que os demais homens estão sujeitos para obter uma colhei- ta. O rio enche por si mesmo, alaga os campos e depois volta a baixar. A partir daí, cada ho- mem semeia seu campo e o dei- xa entregue aos porcos que, re- volvendo a terra com o focinho, recobrem as sementes. Os ho- mens esperam despreocupada- mente a colheita, e então fazem com que os porcos pisoteiem as espigas e colhem os grãos.” Heródoto. História. Brasília: UnB, 1988, p. 93. M AP A do A nt ig
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