Buscar

LÍNGUA PORTUGUESA A

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
2A
Ortografia Oficial (3)
Português
05
Aula 
 Acentuação gráfica
Também estamos, aqui, num caso de ortografia oficial, ou seja, a correta escrita das palavras na língua portuguesa 
contemporânea. Vamos conhecer quais os princípios que prescrevem o acento em algumas palavras e o proíbem em 
outras. Mas, antes de mais nada, surge a pergunta:
Por que acentuamos algumas palavras e outras não? 
Algumas línguas não possuem acento algum em palavras, como o inglês. Já em outras, o uso do acento é bem 
recorrente, como no francês. 
Na língua portuguesa, acentuamos algumas palavras, basicamente, por 3 motivos, que enumeramos a seguir:
1. Para distinção de significados, desfazendo eventuais ambiguidades
Em algumas palavras da língua portuguesa, se mudarmos a posição da sílaba tônica, poderemos ter uma mudança 
de significado. E os acentos seriam os marcadores de tal mudança, buscando desfazer prováveis ambiguidades. Assim, 
a acentuação contribui para a clareza do texto. Eis alguns exemplos:
(1) Ele sabia que sua avó era uma mulher sábia.
(2) Ele não bebe mais como antes, pois agora tem um bebê para cuidar.
(3) Tiveram de reformar o forro da casa noturna, pois o som do forró a noite inteira incomodava os vizinhos.
(4) Seus pais vieram de outro país.
2. Marcação da correta pronúncia
Também podemos usar a acentuação gráfica para indicarmos, com o acento, a sílaba tônica de uma palavra e, 
assim, estabelecermos a correta pronúncia. Exemplos: jacaré, tórax, âmbito, próximo, antítese, entre outras.
3. Tradição na língua
Como a língua portuguesa apresenta sinais em algumas palavras desde o seu surgimento, em fins do século 12, 
tal uso foi se mantendo, ao longo dos séculos, ao longo das reformas ortográficas. Por mais que, vez ou outra, surjam 
especialistas propondo a extinção dos acentos, nossa língua portuguesa se mantém firme no uso de sinais diacríticos 
(o nome mais “elegante” para acentos) em algumas palavras, conforme as regras que conheceremos a seguir.
Acentos por tonicidade
As principais regras de acentuação gráfica se estabelecem em virtude da tonicidade dos vocábulos, que podem se 
classificar em: monossílabos tônicos, oxítonos, paroxítonos ou proparoxítonos. Vamos relembrar:
2 Extensivo Terceirão
MONOSSÍLABOS TÔNICOS OXÍTONOS PAROXÍTONOS PROPAROXÍTONOS
A palavra possui 1 só sílaba A palavra possui duas ou mais sílabas
Única sílaba: sílaba tônica A tônica: última A tônica: penúltima A tônica: antepenúltima
COM ACENTO
chá, dá, já, lá, má, pá, vá
crê, dê, fé, lê, mês, três, vê
cós, dó, nó, nós, pó, só, sós
guaraná, Pará, virás, xará, 
amém, café, dendê, picolé, 
avô, complô, faraó, pivô 
âmbar, biquíni, córtex, difícil, 
elétron, fórum, hífen, órgão, 
nível, tríceps, vírus
âmago, benemérito, cândido, 
daltônico, excêntrico, fático, 
homérico, idílico, júbilo
SEM ACENTO
bem, bis, gim, li, mau, mim, 
nem, nu, quis, ti, tris, vi, vim, 
zum 
anis, assim, azul, babaçu, 
beiral, capim, jabuti, jardim, 
juiz, imperatriz, urubu
arara, banda, corpo, dados, 
elefante, fama, guirlanda, 
homem, indiscreto, jaula
não existem!
Observando a tabela anterior, percebemos que algumas 
palavras possuem acento, mas outras não. Por quê? Vamos 
conhecer, então, as regras que determinam o acento em 
algumas palavras, levando em consideração a tonicidade.
1. Regra dos monossílabos tônicos
Acentuamos os monossílabos tônicos terminados 
em A(S), E(S) e O(S). Exemplos:
 • A(S): ás, cá, chá, dá, dás, dá-lo, dá-los, fá, gás, há, hás, 
já, lá, má, más, pá, pás, tá, vá, vás, xá, zás
 • E(S): dê, dês, é, és, fé, lê, lês, mês, pé, pés, ré, rés, rês, 
tê-la, tê-las, vê, vês
 • O(S): cós, dó, nó, nós, pó, pós, pôs, pô-lo, pô-los, só, 
sós, vó, vós, vô
 • ENS: absténs, advéns, aténs, armazéns, conténs, 
convéns, desavéns, haréns, intervéns, nenéns, 
obténs, parabéns, poréns, reféns, sobrevéns, 
vaivéns, vinténs 
 • O(S): alô, após, avô, avó, avós, bangalô, bisavó, bre-
chó, capô, cipó, curió, camelô, complô, compôs, 
dominó, esquimós, forró, judô, Maceió, igapó, 
paletó, pivô, platô, propô-lo, robô, Tapajós, 
tataravó, trenó, tricô
3. Regra dos paroxítonos
Os vocábulos paroxítonos são os mais abundantes 
na língua portuguesa e, consequentemente, os mais 
utilizados. Logo, acentuamos apenas os de ocorrência 
mais rara. Assim, acentuamos os vocábulos paroxítonos 
terminados em L, N, R, X, PS, I(S), US, UM, UNS, OM, ON, 
ONS, SÍLABA COM TIL e DITONGO ORAL. Exemplos:
 • I(S): biquíni, biquínis, cáqui, cútis, íris, júri, júris, 
lápis, oásis, pênis, táxi, táxis, tênis 
 • L: afável, ágil, amável, biodegradável, comestível, 
contábil, deplorável, difícil, dócil, estável, fácil, 
físsil, fóssil, frágil, fútil, hábil, incrível, intolerá-
vel, lamentável, míssil, nível, palpável, réptil, 
túnel, útil, venerável, viável
 • N: abdômen, ânion, cátion, cólon, Éden, elétron, 
fitoplâncton, gérmen, hífen, hímen, líquen, 
nêutron, Órion, plâncton, pólen, próton, sêmen
 • OM: iândom, rádom
 • ONS: ânions, cátions, elétrons, nêutrons, plânctons, 
prótons
 • PS: bíceps, fórceps, tríceps, Quéops
 • R: âmbar, açúcar, cadáver, câncer, cárter, caráter, 
César, destróier, díspar, dólar, esfíncter, éter, fê-
mur, gângster, ímpar, líder, mártir, nácar, néctar, 
pôquer, pulôver, repórter, revólver, suéter, zíper
 • US: ânus, bônus, húmus, lótus, tônus, Vênus, vírus 
 • UM/UNS: álbum, álbuns, fórum, fóruns, médium, 
médiuns
2. Regra dos oxítonos
Acentuamos os vocábulos oxítonos terminados em 
A(S), E(S), EM, ENS e O(S). Exemplos:
 • A(S): alvará, atrás, babá, cajá, comprá-lo, crachás, 
dará, erguerás, farás, gagá, Goiás, irá, Jeová, 
maná, olá, Pará, Paraná, piá, reterás, quiçá, 
satanás, sofás, subirá, tamanduás, verás, xará
 • E(S): através, bebê, brevê, burguês, cabaré, cachê, 
chalé, chinês, clichê, dendê, dinamarquês, 
dossiê, erguê-lo, filé, freguês, gaulês, guichê, 
inglês, jacaré, laquê, movê-lo, nenê, oboé, purê, 
relê, revés, turnê, você
 • EM: além, alguém, além, amém, aquém, armazém, 
Belém, contém, convém, harém, intervém, 
Jerusalém, neném, ninguém, porém, refém, 
retém, sobrevém, também, vaivém, vintém
Observações
Para palavras com hífen (como dá-lo, tê-la, pô-lo, 
entre outras), o que vem após o hífen é uma outra pa-
lavra. No caso, as formas lo, la, los, las NÃO recebem 
acento porque são monossílabos átonos (fracos). 
Aula 05
3Português 2A
 • X: córtex, fênix, látex, ônix, sílex, tórax, xérox
 • SÍLABA COM TIL: bênção, ímã, órfã, órfãos, órgão, 
órgãos
 • DITONGO ORAL: Amazônia, benefício, blasfêmia, 
clamídia, colônia, comédia, espécie, espécies, fáceis, 
fêmea, gêmeo, gênio, história, homicídio, irrisório, 
léguas, mágoa, média, mídia, míngua, perfídia, 
pônei, pôneis, prioritário, rádio, régua, série, séries, 
tragédia, tênue, tênues, trégua
4. Proparoxítonos
Acentuamos todos os vocábulos proparoxítonos. 
Exemplos:
 • aeronáutica, acadêmico, âmago, bélico, catastró-
fico, diâmetro, ênfase, esférico, fatídico, frigorífico, 
gástrico, genérico, hábito, ilógico, jurídico, lâmina, 
maléfico, marítimo, matemática, metástase, mú-
sica, narcótico, óbito, pântano, péssimo, quântico, 
ridículo, quentíssimo, retrógrado, ridículo, sábado, 
triângulo, trópico, último, válido
Casos especiais de acentuação
Há 5 casos especiais de acentuação, que passaremos 
a conhecê-los agora.
1. Vogais repetidas; em especial, E – 
E / O – O 
No caso de hiato com vogais repetidas, não haverá 
acento. São poucos os vocábulos que apresentam tal 
construção. Exemplos:
 • saara, xiita, sucuuba (planta)
Agora, de acordo com o Novo Acordo Ortográfico, de 
2008, fica abolido o acento circunflexo em todas as pala-
vras com a sequência E – E, E – EM, O – O e O – OS. Logo, 
os seguintes vocábulos passam a ser escritos assim: 
 • aperfeiçoo, creem, deem, descreem, enjoo, enjoos, 
leem, magoo, releem, sobrevoo, sobrevoos, veem 
(do verbo “ver”), voo, voos
2. Hiatos terminados em I ou U (tônicos) 
Para que sejam acentuados, o I ou o U devem:
a) ser as segundas vogais do hiato. Exemplos: baú,caí-
mos, miúdo, reúne, ruína, saída, saúde, saúva, viúva.
b) estar sozinhos na sílaba ou acompanhados da consoan-
te S. Exemplos: faísca, juíza, juízes, reúso.
c) não ser seguidos de NH. Exemplo: rainha, moinho, 
tainha.
3. Ditongos abertos em monossíla-
bos tônicos e oxítonas
Neste caso, recebem acento os ditongos abertos 
ÉI(S), ÉU(S), ÓI(S). Exemplos: 
 • ÉI(S): aluguéis, anéis, bacharéis, bordéis, carrosséis, 
coronéis, cruéis, decibéis, fiéis, hotéis, infiéis, 
menestréis, motéis, painéis, papéis, pastéis, 
pincéis, quartéis, réis, tonéis
 • ÓI(S): anzóis, caracóis, condói, constrói, corrói, 
destrói, dói, espanhóis, faróis, girassóis, herói, 
heróis, lençóis, mói, Niterói, reconstrói, remói, 
rói, rouxinóis, sóis
 • ÉU(S): céu, céus, chapéu, chapéus, ilhéu, ilhéus, 
escarcéu, réu, réus, véu, véus
4. Ditongos abertos EI e OI em paro-
xítonos
De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, de 2008, 
fica abolido o acento nos ditongos abertos EI e OI em pa-
roxítonos. Logo, os vocábulos passam a ser escritos assim:
 • EI: apneia, assembleia, ateia, azaleia, boleia, 
Cananeia, cefaleia, colmeia, diarreia, dispneia, 
epopeia, europeia, geleia, gonorreia, ideia, 
lampreia, mesogleia, moreia, odisseia, plateia, 
traqueia, ureia, verborreia
 • OI: alcaloide, asteroide, boia, cenozoico, corticoide, 
cossenoide, debiloide, dicroico, esfenoide, es-
permatozoide, estoico, geoide, heroico, jiboia, 
joia, mesozoico, paranoia, paranoico, senoide, 
tifoide, tramoia
5. Acentos diferenciais
Dois casos a serem observados, ao se observar o 
Novo Acordo Ortográfico, de 2008:
a) Acentos mantidos
Foram mantidos os seguintes acentos:
 • Verbos ter, vir e derivados, no plural: têm, 
mantêm, entretêm, detêm, obtêm, retêm, vêm, 
intervêm, convêm;
 • O verbo pôr, no infinitivo, diferenciando-se da 
preposição por;
 • A forma verbal pôde (pretérito perfeito do indi-
cativo), diferenciando-se da forma verbal pode 
(presente do indicativo);
Observação
A regra também se aplica às formas verbais conju-
gadas com os pronomes -lo, -la, -los, -las. Exemplos: 
atraí-lo, destituí-los, possuí-la, concluí-las.
4 Extensivo Terceirão
b) Acentos abolidos
Foram abolidos os seguintes acentos das seguintes 
palavras:
 • A forma verbal para (verbo parar): grafia idêntica 
à preposição para;
 • O substantivo polo (extremidade): grafia idêntica 
ao substantivo polo (frango);
 • A forma verbal pelo (do verbo pelar), o substanti-
vo e forma verbal pela(s) e o substantivo pelo(s) 
que tinham acento para diferenciar de seus 
homônimos.
 • O substantivo pera (fruta): grafia idêntica à pre-
posição pera (já em desuso).
 Casos complementares de 
ortografia
Vamos ver mais alguns casos de Ortografia Oficial, já 
não tão cobrados em testes objetivos de vestibular, mas 
necessários à escrita no dia a dia.
Uso de maiúsculas e minúsculas
De modo didático, os casos ficam dispostos assim:
1. Uso de inicial maiúscula
Emprega-se a letra inicial maiúscula nos seguintes 
casos:
a) Início de frases e de citações diretas. Exemplos:
(5) Sempre é necessário trabalhar com paixão. 
Tudo possui mais significado assim.
(6) Já dizia Vicent Van Gogh: “O homem é só um 
hóspede na terra; sua vida, uma viagem limita-
da pelas tormentas”.
b) Nomes próprios e apelidos. Exemplos: Adão, Buda, 
Clarice Lispector, Deus, Ernest Hemingway, Ferreira 
Gullar, Guga, Immanuel Kant, Jesus Cristo, Kaká, 
Lygia Fagundes Telles, Maomé, Nina Simone, Pelé, 
Quincas Borba, Riobaldo, Saci Pererê, Tom Jobim, 
Ursula Andrews, Vadico, Walt Disney, Xerazade, Yuri 
Gagarin, Zeus
c) Nomes de lugares. Exemplos: América do Sul, Brasil, 
Canadá, Diamantina, Estados Unidos, Farol de Santa 
Marta, Guarapari, Irlanda, Júpiter, Kuwait, Lua (pla-
neta), Macondo, Nárnia, Salamanca, Ponta Grossa, 
Quatro Barras, Romênia, Suécia, Terra (planeta), 
Umuarama, Veneza, Witmarsun, Xanxerê, Zâmbia
d) Nomes de instituições. Exemplos: 
 (7) Com o dinheiro das palestras, ele pôde ajudar as 
seguintes instituições: Hospital Erasto Gaertner, 
Associação Reviver Down e Lar Batista Esperança.
e) Nomes de épocas históricas, fatos históricos e 
movimentos (estéticos, filosóficos, literários, entre 
outros). Exemplos: 
(8) O Renascimento é posterior à Idade Média.
(9) Há dezenas de filmes muito bons sobre a Se-
gunda Guerra Mundial.
(10) José de Alencar e Gonçalves Dias foram os 
autores mais representativos do Romantismo 
brasileiro.
(11) O Protestantismo provocou grandes mudanças 
na Europa, no século 16.
f) Nomes de festas, ocasiões especiais e afins. Exemplos: 
Natal, Páscoa, Ação de Graças, entre outras.
g) Nomes de publicações periódicas e de documen-
tos oficiais. Exemplos: 
(12) A reportagem foi publicada no Estado de S. 
Paulo e na Crusoé.
(13) As regras que estudamos nas últimas aulas 
foram delimitadas pelo Decreto nº. 6.583, de 
29 de setembro de 2008.
2. Uso de inicial minúscula
Emprega-se a letra inicial minúscula nos seguintes 
casos:
a) Em vocábulos pertencentes a todas as classes 
gramaticais nos usos correntes. Exemplo:
(14) Nesta frase, apenas a primeira palavra foi escri-
ta com inicial maiúscula, por se tratar de início 
de período. 
b) Dias da semana, meses e estações do ano. Exem-
plos: segunda, terça-feira, quarta, sexta, sábado, 
domingo, janeiro, fevereiro, março, abril, maio, 
junho, julho, agosto, setembro, primavera, verão, 
outono, inverno.
c) Pontos cardeais e nomes de acidentes geográficos. 
Exemplos:
 (15) Há lindas paisagens a serem exploradas no 
Brasil, de norte a sul, de leste a oeste, como: 
o rio Amazonas, o pico Marumbi, a baía de 
Guaraqueçaba, o sertão de Pernambuco.
3. Uso facultativo de maiúsculas e 
minúsculas
Emprega-se a letra inicial minúscula nos seguintes 
casos:
a) Títulos de publicações, como livros, textos, discos, 
nomes de peças musicais, entre outros. Neste caso, 
é muito comum que haja mais de uma palavra no 
título. Logo, surgem duas possibilidades de grafia:
Aula 05
5Português 2A
a1) Colocar todas as iniciais em maiúsculo, com ex-
ceção dos monossílabos átonos e preposições 
tônicas; ou 
a2) Grafar apenas a primeira em maiúsculo e as 
outras iniciais em minúsculo (exceção para 
nomes próprios).
Exemplos:
(16) Thomas Mann publicou em 1924 um livro 
genial, intitulado A montanha mágica. / Tho-
mas Mann publicou em 1924 um livro genial, 
intitulado A Montanha Mágica.
(17) O Realismo tem início no Brasil, em 1881, com 
a publicação de Memórias póstumas de Brás 
Cubas, de Machado de Assis. / O Realismo tem 
início no Brasil, em 1881, com a publicação 
de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 
Machado de Assis.
(18) A dupla Tom Jobim e Vinícius de Moraes com-
pôs preciosidades como Garota de Ipanema, 
A felicidade e Chega de saudade. / A dupla 
Tom Jobim e Vinícius de Moraes compôs 
preciosidades como Garota de Ipanema, A 
Felicidade e Chega de Saudade.
b) Formas de tratamento, usadas para autoridades ou 
nomes sagrados. Exemplos:
(19) Desconheço as provas apresentadas pela 
defesa, Meritíssimo. / Desconheço as provas 
apresentadas pela defesa, meritíssimo.
(20) Euricão era muito apegado a Santo Antônio. / 
Euricão era muito apegado a santo Antônio.
c) Áreas que designam domínios do saber, como: Li-
teratura / literatura, Pintura / pintura, Língua Portu-
guesa / língua portuguesa, História da Arte / história 
da arte, Direito Penal / direito penal, Medicina Legal 
/ medicina legal.
d) Nomes comuns que acompanham o nome próprio 
de logradouros públicos, como: Praça do Expedicio-
nário / praça do Expedicionário, Rua Arthur Bettes / 
rua Arthur Bettes, Avenida Vavá Rodrigues / avenida 
Vavá Rodrigues, Travessa Beto Ribeiro / travessa Beto 
Ribeiro.
Uso do hífen
Este pequeno traço horizontal, aplicado na altura 
média das letras (-) e confundido constantemente com 
o travessão (–) ou o underline (_), é usado para unir 
certas palavras, de acordo com regras nem um pouco 
claras ou totalmente abrangentes. Traduzindo: seu uso 
é complexo.
O último Acordo Ortográfico procurou simplificare 
tornar mais prático o uso do hífen. Na prática, houve, 
sim, alguns avanços, mas o assunto ainda é bastante 
controverso, em virtude das exceções consagradas pelo 
uso e de várias particularidades. 
Em matéria de vestibular, algumas questões objetivas 
ainda cobram alguns casos do uso correto do hífen. Na es-
crita, também devemos fazer o uso correto. Agora, tal uso 
correto deve vir muito mais de uma constante consulta ao 
VOLP e aos dicionários do que uma mera, inútil e quase 
impossível memorização de todas as regras.
Nesta aula, iremos abordar apenas os casos gerais. 
Agora, sempre que um teste apresentar um caso espe-
cífico, haverá explicações específicas também. Vamos, 
então, aos casos mais representativos.
1. Usamos hífen
a) Quando as palavras compostas se referem a uma 
determinada nacionalidade. Exemplos:
anglo-canadense ítalo-espanhol
ibero-americano austro-húngaro
franco-brasileiro luso-árabe
greco-romano sino-coreano
nipo-russo euro-asiática
teuto-catarinense afro-americano
b) Quando há palavras repetidas. Exemplos: blá-blá-
-blá, corre-corre, dói-dói, mata-mata, mexe-mexe, 
pisca-pisca, quebra-quebra, tico-tico, vira-vira, zum-
-zum-zum.
c) Quando as palavras formam um adjetivo gentílico 
(qualificador de lugar) e são derivadas de topôni-
mos compostos. Exemplos:
belo-horizontino rio-grandense-do-sul
norte-americano sul-africano
ponta-grossense sul-americano
porto-alegrense sul-coreano
Observação
A palavra afrodescendente se escreve SEM hífen, 
pois “afro” é, sim, uma redução de “África”, mas “des-
cendente” não é uma palavra referente a um lugar.
6 Extensivo Terceirão
d) Quando a segunda palavra é iniciada por apóstro-
fo (‘). Exemplos:
barriga-d’água marca-d’água
caixa-d’água mestre-d’armas
estrela-d’alva pau-d’arco
galinha-d’angola tromba-d’água
e) Quando as palavras compõem um nome de espé-
cies animais ou vegetais. Exemplos:
amor-perfeito erva-doce
batata-doce erva-mate
beija-flor fruta-pão
bem-te-vi lobo-marinho
capim-limão macaco-prego
cobra-coral onça-pintada
couve-flor palmeira-real
estrela-do-mar porco-espinho
f ) Quando o segundo elemento começa com a letra 
H. Exemplos:
anti-hemorrágico micro-habitat
anti-herói neo-helênico
circum-hospitalar pré-história
extra-hospitalar pré-hominídeo
geo-hidrográfico sub-humano
inter-hemisférico sub-hepático
g) Quando há coincidência de vogais, ou seja, a pri-
meira palavra termina com a mesma vogal que inicia 
a próxima palavra. Exemplos:
anti-imperialista micro-ônibus
anti-inflamatório micro-organismo
contra-atacar semi-idolatria
infra-assinado semi-interno
infra-axilar semi-integral
micro-ondas sobre-elevação
h) Quando há coincidência de consoantes, ou seja, a 
primeira palavra termina com a mesma consoante 
que inicia a próxima palavra. Exemplos:
além-mar pan-negritude
além-mundo sub-base
hiper-realismo sub-braquial
hiper-reflexivo super-realismo
inter-racial super-reativo
circum-mediterrâneo super-resfriado
2. Não usamos hífen
a) Quando não há coincidência de vogais, ou seja, 
a primeira palavra termina com uma vogal que é 
diferente da vogal que inicia a próxima palavra. 
Exemplos:
aeroespacial autoestrada 
agroindústria autoimune
anteontem biênio
antiaéreo contraofensiva
antiético infraestrutura
autoescola plurianual
b) Quando o prefixo ou o pseudoprefixo termina em 
vogal e a segunda palavra começa com R ou S. 
Neste caso, duplica-se o R ou o S. Exemplos:
antirracional entressafra 
antissemita infrassom
antissocial minissaia 
arquirrival psicossocial 
autorretrato semirreta 
autossuficiente suprarrenal
biorritmo ultrarromantismo
cosseno ultrassonografia
Aula 05
7Português 2A
Testes
Assimilação
05.01. (IFSUL – RS) – Quanto à acentuação gráfica das 
palavras sublinhadas, é incorreto afirmar que 
a) amanhã recebe acento gráfico pelo mesmo motivo de ímã. 
b) história recebe acento gráfico pelo mesmo motivo de 
glória. 
c) saída recebe acento gráfico pelo mesmo motivo de ba-
laústre. 
d) patético recebe acento gráfico pelo mesmo motivo de 
trágico. 
05.02. (IFAL – AL) – Marque, dentre as alternativas abaixo, 
aquela em que os vocábulos são acentuados graficamente 
por serem oxítonos:
a) caí, aí, ímã, ipê, abricó;
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis;
c) vovô, capilé, Paraná, lápis, régua;
d) amém, amável, filó, porém, além;
e) paletó, avô, pajé, café, jiló.
05.03. (FD – MG) – Com o “Novo Acordo Ortográfico da Língua 
Portuguesa, de 29/09/2008”, algumas mudanças ocorreram 
no registro de determinadas palavras. Em “Com a inacreditável 
capacidade humana de ter ideias, [...]” a palavra “ideias” é um 
exemplo de tal mudança, registrada sem acento após o Acordo. 
Assinale, a seguir, o grupo de palavras em que todos os termos 
foram modificados após o Novo Acordo Ortográfico e estão 
grafados corretamente de acordo com as novas regras:
a) para – pára – pela;
b) feiura – arguem – enjoo;
c) heroico – heroi – paranoico;
d) joias – consequência – anéis.
05.04. (PUCPR) – Veja a placa a seguir:
Disponível em: <http://nossaonda.blogspot.com.br/2010/11/
nossa-contribuicao_2410.html>. Acesso em: 14/09/2018. 
Ao lermos uma palavra desconhecida, a acentuação gráfica 
pode nos ajudar a identificar a sílaba. A ausência do sinal tam-
bém revela informações sobre suas características sonoras. 
Sobre essas relações, considere a placa anterior. De cima para 
baixo, os topônimos presentes nela são oxítono, paroxítono, 
paroxítono e paroxítono. Há algum nome escrito incorre-
tamente em relação à presença ou à ausência do acento? 
a) Sim: Massanguaçu e Mococa;
b) Não;
c) Sim: Cocanha;
d) Sim: Massanguaçu e Cocanha;
e) Sim: Mococa e Tabatinga.
Aperfeiçoamento
05.05. (FPP – PR) – Texto:
Hoje, o tema inovação está mais em voga do 
que nunca e vem sendo discutido por ser um 
importante diferencial estratégico das empresas. 
As organizações devem se preparar para reno-
var continuamente seus produtos, serviços, pro-
cessos, competências e organogramas, de modo 
que suas decisões garantam sua sustentabilidade. 
Existem muitas maneiras de inovar, e as empresas 
estão sedentas por encontrar alguma que seja a 
ideal ao seu negócio. Os investimentos em ino-
vação são muito altos, e o que se percebe é que 
apenas um grupo de pessoas ou áreas específicas 
são envolvidas nestes processos. Será que só os 
cientistas, designers e engenheiros são capazes de 
inovar? ... a ideia é que todos podem participar, 
especialmente os voluntários. O programa de vo-
luntariado empresarial pode estar alinhado à es-
tratégia de inovação da empresa, desde que esteja 
visando uma relação de valor compartilhado com 
a sociedade. (ROSSI, Roberta).
Disponível em: http://www.institutofilantropia.org.br/component/k2/
item/5670-a-import%C3%A2ncia-do-volunt%C3%A1rio-no-proces-
so-de-inova%C3%A7%C3%A3o-dasempresas
Assinale a questão em que a acentuação gráfica das palavras 
do texto obedece a uma regra comum:
a) Competências; negócio; áreas; voluntários; estratégia;
b) Estratégico; voluntários; áreas; está; estratégia;
c) Será; está; só; estão; é;
d) Específicas; áreas; estratégico; negócio; voluntários;
e) É; está; áreas; será; só.
8 Extensivo Terceirão
05.06. (UP – PR) – Considere o texto abaixo: 05.09. (IFF – RS) – Assinale a alternativa em que todas as 
palavras obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:
a) já – três – possíveis;
b) Sábado – importância – água;
c) além – dê – único;
d) três – têm – água;
e) gástricos – sintomática – plásticos.
05.10. (UNICENTRO – PR) – Assinale a alternativa em que a 
acentuação gráfica das palavras está corretamente justificada:
a) As palavras líquida, existência, rígidas, própria, soci-
ólogo são acentuadas pela mesma regra de acentuação, 
isto é, são proparoxítonas.
b) Alguém e tornará são oxítonas e acentuadas pelo mesmo 
motivo por que são acentuadas as palavras ninguém e dá.
c) As palavras família, distância e indivíduo são acentua-
das por serem paroxítonas terminadas em vogal.
d) Genuína e saúde são acentuadas pelo mesmo motivo 
por quesão acentuadas as palavras saí e baú, isto é, o i e 
o u são a sílaba tônica das palavras e formam hiato com 
a vogal anterior.
e) Crônica, água, crítica, práticas e sólido são proparoxí-
tonas e, como tais, devem ser acentuadas.
Aprofundamento
05.11. (FAMEB – MG) – Em relação ao emprego de hífen ou 
de acentuação gráfica, assinale a alternativa em que todas as 
palavras estão grafadas conforme as regras do Novo Acordo 
Ortográfico:
a) Antirreligioso, extraescolar, infrassom, coautor, antiaéreo;
b) Vôo, dêem, heróico, assembléia, feiúra, andróide, baiúca;
c) Préhistória, sobrehumano, infraxilar, autobservação, enjôo;
d) Interresistente, superrevista, autoaprendizagem, agroin-
dustrial.
05.12. (PUCPR) – Veja a placa a seguir, encontrada na en-
trada de um conjunto habitacional:
Nele, a palavra residêncial foi grafada incorretamente. Esse 
equívoco de acentuação gráfica, que também ocorre em 
outros vocábulos diariamente, como melância, econômia 
e sútil, pode ser explicado porque
a) a sílaba tônica da palavra não é a marcada pelo acento, 
motivo pelo qual a vogal E não pode ser acentuada. 
b) se trata de uma palavra paroxítona terminada em al, grupo 
que nunca recebe acento gráfico. 
Pequenos peixes e plancton podem confundir 
microplasticos com alimentos. Esses plasticos indi-
geriveis então seguem o seu caminho ate a cadeia 
alimentar, chegando aos alimentos consumidos 
por humanos. Pesquisadores disseram esperar que 
seu estudo sirva de alerta para os fabricantes de 
lentes de contato e incentive os usuarios a descarta-
-las adequadamente com outros residuos solidos.
Quantas palavras nesse texto deveriam ter sido acentuadas 
e não foram?
a) 10
d) 5
b) 9
e) 3
c) 7
05.07. (UP – PR) – Considere o seguinte texto:
Com o fim do combustivel da Cassini, a NASA 
optou por sacrificar a nave. Ela “se jogou” na at-
mosfera de Saturno na ultima sexta-feira, 15 de 
setembro. Com isso, Cassini teve o destino gran-
dioso que merece, cruzando os ceus do nosso 
Senhor dos Aneis como um meteoro. Seus 12 
instrumentos cientificos se desintegraram e se 
tornaram parte do planeta que tanto estudou. Da-
dos do ultimo voo ajudarão a investigar a compo-
sição e a estrutura do planeta gasoso. A ideia de 
mandar uma sonda para Saturno veio depois de 
dois anos do lançamento da Voyager, em 1982. 
No fim de 2006, Cassini registrou imagens que 
provam a existencia de furacões nos polos de Sa-
turno, alem de um jato de vapor hexagonal nos 
extremos do planeta. Outra surpresa veio quando 
os especialistas perceberam que os furacões tem 
“olhos”, assim como os da Terra.
Assinale a alternativa que apresenta o número de palavras 
desse texto que estão erroneamente sem acento:
a) 5
b) 7
c) 9
d) 10
e) 12
05.08. (UEPG – PR) – O substantivo “século” e o adjetivo 
“exóticas” são acentuados graficamente porque são palavras 
proparoxítonas. Identifique a(s) alternativa(s) em que todas as 
palavras estão grafadas corretamente de acordo com o atual 
Acordo Ortográfico e assinale o que for correto:
01) automático, tecnológico, catástrofe;
02) centésimo, falencia, público;
04) hipótese, idéia, próprio;
08) após, aereo, imóvel;
16) nível, íris, atrás.
Aula 05
9Português 2A
c) se trata de uma palavra proparoxítona, grupo que nunca 
é acentuado graficamente na língua portuguesa. 
d) o timbre da vogal E não é fechado, mas aberto, motivo 
pelo qual o acento gráfico a ser usado é o agudo. 
e) é uma palavra oxítona terminada em L, portanto, o acento 
deveria aparecer na última sílaba. 
05.13. (UNICAMP – SP) – Texto:
Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e 
o resto. As proparoxítonas são o ápice da cadeia 
alimentar do léxico. 
As palavras mais pernósticas são sempre pro-
paroxítonas. Para pronunciá-las, há que ter ânimo, 
falar com ímpeto – e, despóticas, ainda exigem 
acento na sílaba tônica! Sob qualquer ângulo, a 
proparoxítona tem mais crédito. É inequívoca a di-
ferença entre o arruaceiro e o vândalo. Uma coisa é 
estar na ponta – outra, no vértice. Ser artesão não é 
nada, perto de ser artífice. 
Legal ser eleito Papa, mas bom mesmo é ser 
Pontífice. 
Adaptado de Eduardo Affonso, “Há dois tipos de palavras: as proparoxítonas e 
o resto”. Disponível em www.facebook.com/eduardo22affonso
Segundo o texto, as proparoxítonas são palavras que 
a) garantem sua pronúncia graças à exigência de uma 
sílaba tônica. 
b) conferem nobreza ao léxico da língua graças à facilidade 
de sua pronúncia. 
c) revelam mais prestígio em função de seu pouco uso e de 
sua dupla acentuação. 
d) exibem sempre sua prepotência, além de imporem a 
obrigatoriedade da acentuação.
05.14. (UFPR) – As duas estrofes a seguir iniciam o poema 
Y-Juca-Pyrama de Gonçalves Dias, publicado em 1851: 
EM BUSCA DE NOVAS ARMAS CONTRA O 
AEDES AEGYPT
O infectologista Rivaldo Venâncio da Cunha 
já foi diagnosticado com dengue duas vezes. Ne-
nhuma surpresa. O coordenador de Vigilância em 
Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Medicina 
da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul 
vive no Brasil, país castigado pela doença nas úl-
timas três décadas e por outras também transmi-
tidas pelo Aedes aegypt. Essas epidemias, explica 
o pesquisador nesta entrevista, devem continuar 
décadas adiante: “Ainda utilizamos o modelo de 
controle do mosquito que foi exitoso há 110 anos 
com Oswaldo Cruz”. Nem as águas de março que 
acabaram de fechar o verão são promessa de uma 
trégua. “Temos observado que, em algumas loca-
lidades do Brasil, o padrão de ocorrência da den-
gue tem se mantido estável mesmo fora do verão. 
Isso aponta o óbvio: a população e as autoridades 
sanitárias têm de atuar durante todo o ano, e não 
somente no verão. Infelizmente, isso não ocorre 
em um padrão homogêneo”, ensina Cunha, que 
comemora, no entanto, abordagens promissoras 
para o controle do mosquito e vê uma melhora da 
vigilância nas últimas décadas.
Ciência Hoje: O Brasil sofreu recentemente 
com grandes surtos de dengue, zika e febre ama-
rela. Devemos esperar novos surtos em breve? O 
que dizem os dados epidemiológicos?
Rivaldo Venâncio da Cunha: As doenças 
transmitidas pelo Aedes continuarão ocorrendo 
Nesse trecho, o poeta apresenta a tribo dos timbiras. Consta-
tamos, sem dificuldades, que a ortografia da época era, em 
muitos aspectos, diferente da que usamos atualmente. Tendo 
isso em vista, considere as seguintes afirmativas: 
 1. As palavras paroxítonas terminadas em ditongo não eram 
acentuadas naquela época, diferentemente de hoje. 
 2. As formas verbais se alternam entre presente e futuro do 
presente do indicativo, com a mesma terminação. 
 3. A 3ª pessoa do plural dos verbos do presente do indica-
tivo se diferencia graficamente da forma atual. 
 4. Os monossílabos tônicos perderam o acento na ortografia 
contemporânea. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
05.15. (UECE) – Texto:
No meio das tabas de amenos verdores 
Cercadas de troncos – cobertos de flores, 
Alteião-se os tectos d’altiva nação; 
São muitos seus filhos, nos animos fortes, 
Temiveis na guerra, que em densas cohortes 
Assombrão das matas a imensa extensão 
São rudes, severos, sedentos de gloria, 
Já prelios incitão, já cantão victoria, 
Já meigos attendem a voz do cantor: 
São todos tymbiras, guerreiros valentes! 
Seu nome la vôa na bocca das gentes, 
Condão de prodigios, de gloria e terror! 
Últimos Cantos, Gonçalves Dias 
10 Extensivo Terceirão
nos próximos 20 ou 30 anos. Por que continu-
arão ocorrendo? Porque utilizamos o modelo de 
controle do mosquito que foi exitoso há 110 anos 
com Oswaldo Cruz e, depois, com Clementino 
Fraga e outros. Se não houver uma nova aborda-
gem para controle do vetor, continuaremos tendo 
epidemias, porque, infelizmente, as questões es-
truturais da sociedadepermanecem praticamente 
inalteradas. Essa bárbara segregação social que o 
Brasil tem, esse apartheid social, que é fruto de 
séculos, criou condições para haver comunidades 
extremamente vulneráveis, onde a coleta do lixo, 
quando existe, é feita de forma inadequada, e nas 
quais o fornecimento de água é irregular. São lu-
gares onde o Estado inexiste. Há comunidades em 
que policiais não podem entrar a qualquer hora, 
imagine um agente de controle de vetores. Essa 
complexidade urbana não aparenta que será mo-
dificada nos próximos anos.
CUNHA, Rivaldo Venâncio da. Em Busca de Novas Armas Contra o Aedes 
Aegypt. Ciência Hoje, São Paulo, n.353, abr. 2019. Entrevista concedida a 
Valquíria Daher. Disponível em: http://cienciahoje.org.br/artigo/em-busca-
-de-novasarmas- contra-o-aedes-aegypt/. Acesso em: 27 de abril de 2019
Quanto à utilização de letras maiúsculas no texto, atente para 
as seguintes assertivas:
I. A expressão “Vigilância em Saúde e Laboratórios de 
Referência da Fundação Oswaldo Cruz” é utilizada com 
letras maiúsculas para realçar o nome da instituição em 
questão.
II. A palavra “Medicina” é grafada, no texto, com letra mai-
úscula, porque o autor considera esse termo como uma 
área do saber, diferenciando-a das demais áreas.
III. O termo “Estado” aparece, no texto, com letra maiúscula, 
porque significa uma entidade de direito público adminis-
trativo que congrega várias instâncias do poder público.
Está correto o que se afirma em
a) I e II apenas;
b) I e III apenas;
c) II e III apenas;
d) I, II e III.
05.16. (INSPER – SP) – A respeito da acentuação gráfica nas 
palavras, assinale a alternativa em que a ausência do acento 
não acarretaria falha gramatical:
a) através
b) domésticos
c) negócio
d) atrás
e) discutível
05.17. (UEM – PR) – Assinale o que for correto:
01) Nos vocábulos “século”, “estatística”, “fenômeno”, “próxi-
mo”, a acentuação gráfica acontece porque todos os 
vocábulos são proparoxítonos e, em língua portuguesa, 
toda palavra proparoxítona é acentuada.
02) Em “vários”, “próprio”, “negócio”, os três vocábulos recebem 
acento gráfico justificado pelo fato de serem palavras pa-
roxítonas acentuadas terminadas em ditongos crescentes.
04) Nos vocábulos “reúne”, “construíam”, “saúde”, a acentua-
ção gráfica ocorre nas vogais tônicas u, i e u, respectiva-
mente, em virtude de formarem hiato, pois aparecem 
sozinhas em uma sílaba.
08) O vocábulo “ideia” não recebe acento gráfico porque 
apresenta a ocorrência de um ditongo aberto em pa-
lavra paroxítona.
16) Os vocábulos “difícil” e “indispensável” têm a acentuação 
justificada pelo fato de que ambos são terminados em 
uma sílaba constituída por consoante-vogal-consoante.
05.18. (USF – SP) – Texto:
NEANDERTAIS JÁ USAVAM PENICILINA
Foi essa a descoberta de cientistas da Univer-
sidade da Austrália que analisaram as ossadas de 
dois neandertais que viveram há 48 mil anos na 
caverna de El Sidron (atual Espanha). Os den-
tes de um deles apresentavam sinais de cáries e 
tártaro – dentro do qual havia material genético 
pertencente a fungos do gênero Penicillium. É o 
mesmo fungo que o biólogo escocês Alexandre 
Fleming usou, em 1928, para criar o primei-
ro . Segundo os pesquisadores, o ne-
andertal provavelmente estava tentando se curar 
da dor de dente e se comendo plan-
tas que continham penicilina. 
Superinteressante, maio/2017, p. 27
Selecione a alternativa que completa corretamente as lacu-
nas, na ordem em que aparecem, de acordo com as normas 
do português corrente:
a) anti biótico – auto medicou;
b) antibiótico – automedicou;
c) antibiótico – auto-medicou;
d) anti-biótico – automedicou; 
e) anti-biótico – auto-medicou.
Desafio
05.19. (PUCPR) – Leia e analise o texto a seguir:
Muito se tem polemizado sobre a pronúncia 
da palavra cateter. Ca-té-ter ou ca-te-tér? E, no 
caso da forma paroxítona, como seria o plural? 
Catéteres ou cateteres? A palavra cateter já exis-
tia em grego, com acento na última sílaba – ka-
thetér – e com o significado de algo que se intro-
duz. O fato de o acento tônico recair na última 
sílaba, em grego, tem servido de argumento aos 
que defendem a forma oxítona em português. 
Do grego a palavra passou para o latim, com re-
Aula 05
11Português 2A
cuo da sílaba tônica. “No que toca aos vocábu-
los de procedência grega, discutem muitas vezes 
os mais doutos. Nasce a divergência, em muitos 
casos, de ser tomada como padrão ora a acentu-
ação grega, ora a latina”, diz o filólogo Machado 
Filho. Catéter é um exemplo típico dessa dificul-
dade. Havendo disputa entre os doutos, manda 
o bom senso acolher a interpretação que mais se 
aproxima do uso e da tradição. O que é preciso 
é abandonar o farisaísmo de pronunciar uma pa-
lavra de um modo e escrever de outro, simples-
mente por respeito ao que está no dicionário, 
esse bicho-papão de todos nós.
Disponível em: <http://www.jmrezende.com.br/cateter.htm>. Acesso em: 
08/02/2017
05.20. (UCPEL – RS) – A acentuação gráfica é de extrema 
importância na escrita. Não acentuar corretamente as 
palavras, pode corromper o sentido desejado. Segundo as 
regras de acentuação gráficas da língua portuguesa, analise 
as assertivas e marque a correta:
a) Na frase “O ISB seguiu com o monitoramento diário de 
notícias de ocorrências de incêndios no Brasil no ano de 
2017”, todas as palavras acentuadas estão relacionadas à 
regra das paroxítonas.
b) Na frase “O Gráfico abaixo, além de expor os números de 
notícias sobre incêndios estruturais em estabelecimentos 
comerciais e depósitos”, a primeira palavra acentuada 
é uma proparoxítona e a segunda é uma monossílaba 
tônica, enquanto que as demais são, respectivamente, 
oxítona, proparoxítona, paroxítona e paroxítona.
c) Na frase “O ISB seguiu com o monitoramento diário de 
notícias de ocorrências de incêndios no Brasil no ano de 
2017”, a única palavra que possui dupla possibilidade de 
acentuação é a palavra “diário”, podendo ser classificada 
como paroxítona ou proparoxítona.
d) Na frase “O Gráfico abaixo, além de expor os números de 
notícias sobre incêndios estruturais em estabelecimentos 
comerciais e depósitos”, a primeira palavra acentuada é 
proparoxítona e a segunda é oxítona, enquanto que as 
demais são, respectivamente, proparoxítona, paroxítona, 
paroxítona e oxítona.
e) Na frase “... aqueles que poderiam ter sido contornados 
com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, 
hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, entre outros”, 
a primeira palavra acentuada é uma proparoxítona oca-
sional e a segunda é uma oxítona, sendo que as demais 
são paroxítonas ocasionais.
05.01. a
05.02. e
05.03. b
A palavra feiura perdeu o acento, pois 
a nova regra prescreve que não haverá 
acento agudo em palavras proparoxí-
tonas cujas vogais tônicas I ou U são 
precedidas de ditongo decrescente. No 
caso, “ei” é um ditongo decrescente.
A forma verbal arguem perdeu o acen-
to, pois deve ser pronunciada como pa-
roxítona terminada em EM e, como tal, 
não recebe acento.
Os outros casos deste exercícios estão 
contemplados na teoria desta aula.
05.04. a
05.05. a
05.06. b
São acentuadas as seguintes palavras: 
plâncton, microplásticos, plásticos, in-
digeríveis, até, usuários, descartá-las, 
resíduos, sólidos.
05.07. c
São acentuadas as seguintes palavras: 
combustível, última, céus, anéis, científi-
cos, último, existência, além, têm
05.08. 17 (01 + 16)
05.09. e
05.10. d
05.11. a
05.12. a
05.13. d
05.14. b
05.15. b
05.16. c
05.17. 15 (01 + 02 + 04 + 08)
05.18. b
ANTI – Emprega-se hífen apenas quan-
do o segundo elemento se inicia por H 
ou por I (no caso, a mesma vogal com 
que termina o prefixo ANTI). Logo, a pa-
lavra antibiótico NÃO recebe hífen.
AUTO – Emprega-se hífen apenas quan-
do o segundo elemento se inicia por H 
ou por O (no caso, a mesma vogal com 
que termina o prefixo AUTO). Logo, a pa-
lavra automedicou NÃO recebe hífen.
05.19. b
05.20. a
Gabarito
No último período do texto, o autor deixa claro o seu ponto 
de vista sobre a discussão levantada.De acordo com esse 
trecho, o falante que escreve
a) cateter deve ler a palavra como paroxítona;
b) cateter deve ler a palavra como oxítona;
c) catéter deve ler a palavra como proparoxítona;
d) catéter deve ler a palavra como oxítona;
e) cateter deve ler a palavra como proparoxítona.
12
Aula 06
Extensivo Terceirão
Português
2A
Compreensão e Interpretação 
de Texto
 Eis as capas de algumas 
fontes de textos usados em 
questões de vestibular. É 
fundamental que qualquer 
cidadão leia diariamente 
sobre o mundo em que 
vive.
 Introdução
É cada vez mais comum encontrar questões de vestibu-
lar cobrando compreensão/interpretação de um ou mais 
textos transcritos. Isto é: para acertar a questão, você deverá 
ler, compreender e interpretar o texto dado. E observe que 
não estamos falando apenas de questões de Língua Portu-
guesa: outras matérias também fazem o mesmo.
Logo, é fundamental desenvolver sua capacidade 
de compreensão e interpretação de textos. Na aula 02, 
conhecemos a tipologia textual, bem como os gêneros 
textuais. Nesta aula, vamos desenvolver suas habilida-
des de compreensão e interpretação.
Entretanto, antes de começar, é importante ter em 
mente que o estudo da teoria de compreensão/interpre-
tação de texto envolve uma série de assuntos afins, que 
veremos ao longo de todas as aulas, tanto do Português 
A, como das outras frentes, pois os elementos linguísticos, 
o conhecimento de mundo, a leitura de textos literários, 
bem como tantos outras competências, desenvolvem sua 
capacidade de compreensão e interpretação.
Nesta aula, apresentaremos os elementos básicos e 
indispensáveis a uma proficiente compreensão e inter-
pretação dos textos. Ao trabalho!
 O autor
Se há um texto, é porque alguém o escreveu. 
Evidentemente óbvio, mas fundamental termos isso 
em mente, pois tal autoria nos levanta uma série de 
elementos, que constantemente são abordados nas 
questões. Observe:
 • O autor, no texto, se mostra mais parcial ou imparcial?
 • O texto se mostra mais pessoal ou impessoal?
 • O autor emite juízos de valor no texto? Quais são as 
marcas perceptíveis de tal emissão de juízo de valor?
 • A voz do autor se confunde com outras vozes no 
texto? Muitas vezes, um autor cita outros autores 
e, consequentemente, você tem de saber dis-
tinguir entre o que o autor disse e o que outros 
disseram no texto.
©
Re
pr
od
uç
ão
13Português 2A
Aula 06
 O contexto
DALÍ, Salvador. Personagem a uma janela. 1925. 1 óleo sobre 
tela: color.; 103 × 75 cm, Museu Nacional Centro de Arte Reina 
Sofia, Madri
 Assim como a paisagem não se restringe apenas ao que 
se retrata na tela, um texto não se restringe apenas a si 
mesmo: seu contexto é fundamental.
De modo geral, um autor não escreve um texto den-
tro de uma bolha de isolamento, sem receber qualquer 
tipo de influência ou, então, sem levar em consideração 
o mundo concreto, os leitores, a humanidade em geral. 
Os textos são escritos dentro de um contexto, o qual 
deve ser necessariamente levado em consideração, se 
quisermos compreendê-lo e interpretá-lo adequada-
mente. Logo, contexto é uma espécie de fusão entre 
tempo – quando o texto foi publicado – e lugar – onde 
o texto foi publicado.
O mundo ao momento de 
publicação
O “quando” de um texto é fundamental: saber o 
contexto de publicação é praticamente um ponto de 
partida. Exemplo: em Conto de escola, de Machado de 
Assis, Pilar, personagem-narrador, foi flagrado passando 
cola a um outro aluno, o Raimundo. O professor Policar-
po, em resposta, dirigiu-lhe palavras de repreensão e lhe 
deu 12 bolos (pancadas de palmatória) nas mãos, que 
ficaram vermelhas e inchadas. O conto foi publicado no 
final do século 19, quando era permitido aos professores 
aplicar castigos corporais aos alunos. A palmatória era 
um instrumento didático, assim como o giz, o quadro 
e o livro. Agora, se tal fato ocorresse nos dias atuais, 
teríamos a clara caracterização de um crime cometido 
pelo professor.
O momento de publicação de um texto nos faz com-
preender e interpretar mais adequadamente o texto em 
si. Até bem pouco tempo atrás, os textos eram sempre 
extraídos de meios físicos, de papel, como jornais, 
revistas e livros. Nos últimos anos, percebe-se muito a 
referência “www...”, com acesso no dia xx/xx/xx... O que 
mudou? Bem, é fundamental que se observem três 
detalhes nas letrinhas pequenas das referências:
1. A data de publicação original do texto: quando 
o texto foi publicado originalmente, num outro 
meio.
2. A data de publicação no site: quando o site 
publicou o texto.
3. A data de acesso ao texto: quando a banca 
acessou o texto e, assim, o transcreveu na prova.
Mas por que deveríamos fazer tal distinção? Para 
melhor compreensão/interpretação do texto; simples e 
direto assim. 
Exemplo: a questão traz um texto de Rubem Braga, 
intitulado Imigração, publicado originalmente em 1952. 
O texto é transcrito num site, em 2015, e estamos no ano 
de 2019. Então, aparece uma seguinte afirmação:
“Rubem Braga é favorável ao acolhimento de 
imigrantes venezuelanos em nosso território”.
A afirmação é completamente INCORRETA. Por quê? 
Ora, como o autor pode se posicionar sobre um fato 
recente, dos últimos anos, quando o seu texto é de 1952 e 
ele próprio, Rubem Braga, já está morto desde 1990? Um 
erro grotesco de sincronia, que comumente é explorado 
em questões de compreensão/interpretação de texto.
Os locais de publicação
O “onde” de um texto também é fundamental para 
sua devida compreensão/interpretação. É muito natural 
lermos um texto de natureza mais humorística num livro 
de crônicas, numa seção mais “à vontade” num jornal, 
revista ou blog. Agora, não será natural – nem correto – 
termos um texto de tal natureza publicado numa revista 
de divulgação científica, por exemplo. O local onde um 
texto é publicado dita não só o seu conteúdo, como tam-
bém a sua forma, pois um editorial, por exemplo, exige 
que se use uma linguagem mais formal, bem como uma 
estrutura mais convencional. Logo, saber onde o texto 
foi publicado pressupõe uma série de elementos funda-
mentais à compreensão/interpretação, como: linguagem, 
imagens, argumentação, exemplos, entre outros.
14 Extensivo Terceirão
 O leitor
Trata-se do receptor do texto, quem fará a leitura/
compreensão/interpretação do que se leu. Todo leitor, 
ao ler, exerce um papel bastante dinâmico de “trocas” 
com o texto, pois contínua, consciente e inconsciente-
mente, inter-relaciona tudo o que lê com tudo o que 
possui como conhecimento prévio de mundo, como 
repertório cultural. É por isso que toda leitura é um 
exercício constante de concordância, discordância, 
ampliação, empatia, aversão, gosto, ódio, ..., uma vez 
que sempre o que se lê é submetido ao seu universo de 
conhecimentos prévios.
Logo, quanto maior o repertório cultural que o 
indivíduo possua, maiores as chances de se obterem 
leituras mais enriquecedoras, pois este pode compreen-
der alguns implícitos e nuances do texto, bem como os 
explícitos e as mensagens principais veiculadas.
Machado de Assis (1839-1908) é considerado por 
muitos como nosso maior escritor de todos os tempos. 
Usou como poucos o recurso da intertextualidade, que 
consiste na citação de vários outros textos, sem necessa-
riamente explicá-los. Ao mesmo tempo que tal recurso 
é uma riqueza na obra de Machado, é um obstáculo ao 
leitor menos culto, que não conhece as citações feitas 
nas obras. Agora, um leitor com melhor repertório cul-
tural só tem a saborear e a compreender melhor nosso 
grande escritor. 
Portanto, um desafio a você, neste ano, é desen-
volver com afinco o seu repertório cultural, para que 
compreenda melhor os textos dados.
 O texto em si
Textu, us – 1. tecido, pano; 2. contextura, en-
cadeamento.
Dicionário Latim – Português. Porto (Portugal): Porto Editora, 2.ª 
edição, 2001, página 665
Recorrendo à nossa língua-mãe, o Latim, perce-
bemos a preciosa origem da palavra texto: um tecido. 
Sim, podemos enxergar um texto como um tecido depalavras, que deve possuir uniformidade, harmonia e 
beleza. Para compreendermos, enfim, um texto lido, é 
necessário que conheçamos a sua tessitura: as partes 
que o compõem, as ideias explícitas (e as implícitas 
também), sua devida contextualização e uma série de 
outros elementos que vêm à tona numa leitura mais 
atenta, conforme vimos anteriormente.
Muitos estudiosos já afirmaram que existem apenas 
três regras para que um sujeito aprenda a ler e interpretar 
textos: ler, ler e ler. Bem, lógico que a leitura e as releituras 
são fundamentais; entretanto, observar alguns aspectos 
essenciais relacionados à estrutura de um tecido de 
palavras também refina nossa habilidade de leitura, 
compreensão e interpretação. É o que faremos aqui.
Ler apenas uma vez um texto e querer compreendê-
-lo na íntegra é algo, a rigor, impossível. Muitos são os 
riscos ao se assumir tal postura, como a incompreensão 
das ideias essenciais e a distorção das ideias centrais 
e, é lógico, das secundárias também. Logo, não confie 
jamais em apenas uma primeira leitura de um texto, por 
mais simples que este lhe pareça. Das releituras é que 
surge uma compreensão mais plena daquilo que se lê.
Para que um texto seja plenamente assimilado, é neces-
sário que seu leitor seja capaz de compreender e interpre-
tar aquilo que lê. Vamos conhecer essas capacidades.
Compreender
Normalmente, uma primeira leitura de um texto é 
uma leitura de compreensão, em que procuramos iden-
tificar o tema do texto, isto é, sua mensagem central – o 
que o texto diz?
Tal leitura é em geral suficiente para identificar as 
temáticas, distinguindo a central das secundárias. É 
também suficiente para captarmos apenas o que está 
explícito, dito de modo literal ou então sugerido de 
maneira bastante evidente.
Enfim, uma primeira leitura é uma leitura de contex-
tualização, que permite ao leitor responder a algumas 
perguntas sobre o texto lido: o quê? Quando? Onde? 
Quem? De modo esquemático, temos:
 • O quê? – Qual é o tema do texto; do que o texto trata;
 • Quando? – Se há referências temporais; quando o tex-
to foi escrito; a referências a que momento histórico;
 • Onde? – Se há referências espaciais; de qual ambien-
te trata;
 • Quem? – quem são os personagens em foco.
Interpretar
Normalmente, a interpretação representa um 
momento posterior ao da compreensão. Em outras 
palavras, só se interpreta um fato – ou um texto – depois 
de minimamente compreendê-lo. Uma segunda leitura 
atenta de um texto nos permite uma interpretação 
mais minuciosa e sensata, capaz de oferecer respostas 
a perguntas como:
 • Qual o posicionamento assumido em relação ao 
tema? – No caso de um texto mais argumentativo;
 • Que argumentos sustentam o posicionamento as-
sumido? – No caso de um texto mais argumentativo;
 • Qual a sequência do enredo? – No caso de um texto 
predominantemente narrativo;
15Português 2A
Aula 06
 • Como se descrevem pessoas, objetos, fatos e 
cenas? – No caso de um texto predominantemente 
descritivo (de modo mais sucinto, ou de modo mais 
minucioso, etc.);
 • De que tipo de linguagem o autor lança mão na 
elaboração de seu texto? – Uma linguagem mais 
elaborada, mais concisa, mais rebuscada, etc.
Enfim, interpretar é assimilar de fato um texto de ma-
neira mais ostensiva, o que exige maior atenção e desperta 
a seguinte desconfiança em você, leitor destas linhas: “ah, 
se eu fizer todas essas perguntinhas a cada texto que leio, 
lerei muito pouco e de modo muito lento.” Será?
Bem, uma leitura atenta de fato exige mais tempo de 
um leitor. Entretanto, os benefícios proporcionados são 
bastante atrativos, pois conseguir compreender e inter-
pretar plenamente aquilo que se lê nos faz indivíduos mais 
críticos, minuciosos e melhor preparados. Além disso, ao se 
praticar esta leitura mais atenta que propomos, ganha-se 
maior “velocidade” nessa leitura; isto é: você aperfeiçoa o 
método e naturalmente se torna um leitor melhor. 
Testes
Assimilação
Instrução: Para responder as duas próximas questões, leia 
o seguinte diálogo entre os personagens Simei e Colonna, 
no romance Número zero, de Umberto Eco: 
desmoronou, um caminhão caiu e o motorista 
morreu. O texto, depois de relatar rigorosa-
mente o fato, dirá: Ouvimos o senhor Rossi, 
42 anos, que tem uma banca de jornal na es-
quina. Fazer o quê, foi uma fatalidade, disse 
ele, sinto pena desse coitado, mas destino é 
destino. Logo depois um senhor Bianchi, 34 
anos, pedreiro que estava trabalhando numa 
obra ao lado, dirá: É culpa da prefeitura, que 
esse viaduto estava com problemas eu já sabia 
há muito tempo. Com quem o leitor se iden-
tificará? Com quem culpa alguém ou alguma 
coisa, com quem aponta responsabilidade. 
Está claro? O problema é no quê e como pôr 
aspas. 
ECO, Umberto. Número zero. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 55-6
– Colonna, exemplifique para os nossos 
amigos como é que se pode seguir, ou dar 
mostras de seguir, um princípio fundamental 
do jornalismo democrático: fatos separados 
de opiniões. Opiniões no Amanhã [nome do 
jornal] haverá inúmeras, e evidenciadas como 
tais, mas como é que se demonstra que em ou-
tros artigos são citados apenas fatos? 
– Muito simples – disse eu. – Observem os 
grandes jornais de língua inglesa. Quando fa-
lam, sei lá, de um incêndio ou de um acidente 
de carro, evidentemente não podem dizer o 
que acham daquilo. Então inserem no artigo, 
entre aspas, as declarações de uma testemu-
nha, um homem comum, um representante da 
opinião pública. Pondo-se aspas, essas afirma-
ções se tornam fatos, ou seja, é um fato que 
aquele sujeito tenha expressado tal opinião. 
Mas seria possível supor que o jornalista ti-
vesse dado a palavra somente a quem pensasse 
como ele. Portanto, haverá duas declarações 
discordantes entre si, para mostrar que é fato 
que há opiniões diferentes sobre um caso, e o 
jornal expõe esse fato irretorquível. A esperte-
za está em pôr antes entre aspas uma opinião 
banal e depois outra opinião, mais racional, 
que se assemelhe muito à opinião do jorna-
lista. Assim o leitor tem a impressão de estar 
sendo informado de dois fatos, mas é induzido 
a aceitar uma única opinião como a mais con-
vincente. Vamos ver um exemplo. Um viaduto 
06.01. (UFPR) – Segundo o texto, são estratégias utilizadas 
pelos jornais ao fazer citações: 
 1. Escolher criteriosamente as citações das testemunhas 
para contemplar pontos de vista divergentes sobre um 
mesmo fato. 
 2. Salientar os pontos de vista que mais interessam ao 
jornalista. 
 3. Redigir as notícias de tal forma que as opiniões sejam 
apresentadas como fatos. 
 4. Citar em primeiro lugar as palavras da testemunha que 
faz uma análise mais racional dos acontecimentos. 
Estão de acordo com o texto as estratégias: 
a) 1 e 2 apenas;
b) 1 e 4 apenas; 
c) 1, 2 e 3 apenas;
d) 1, 3 e 4 apenas;
e) 2, 3 e 4 apenas. 
16 Extensivo Terceirão
06.02. (UFPR) – Assinale a alternativa correta sobre afirma-
ções encontradas no texto:
a) Ao mencionar “um princípio fundamental do jornalismo 
democrático: fatos separados de opiniões”, Simei destaca 
que os jornais seguem rigorosamente esse princípio. 
b) Ao dizer que “o leitor tem a impressão de estar sendo in-
formado de dois fatos, mas é induzido a aceitar uma única 
opinião”, Colonna explicita uma forma de manipulação da 
opinião do leitor. 
c) Nas linhas 2-3, Simei faz uma retificação (“...seguir, ou dar 
mostras de seguir...”) para deixar claro que o jornalista 
deve não só separar fatos de opiniões como indicar isso 
explicitamente nos artigos. 
d) Ao afirmar que “é fato que há opiniões diferentes sobre 
um caso, e o jornal expõe esse fato irretorquível”, Colonna 
destaca a imparcialidade do jornal ao incluir nos artigos 
opiniões divergentes. 
e) Ao afirmar, no final do texto, que “o problema é no quê 
e como pôr aspas”, Colonna enfatiza a importância da 
fidelidade na citação das palavras das testemunhas de 
cada fato noticiado.
Instrução: O texto a seguir é referência para a próxima 
questão:
de umanotícia, vale dizer, o número de vezes 
em que é “clicada” pelo eventual leitor está for-
temente vinculado a esses “sentimentos” e que os 
dois extremos – negativo e positivo – são os mais 
“clicados”. As manchetes negativas, todavia, são 
aquelas que atraem maior interesse dos leitores. 
Embora realizado com base em manchetes pu-
blicadas em sites internacionais – não brasileiros 
–, os resultados do trabalho dos pesquisadores do 
DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predo-
minância do “jornalismo do vale de lágrimas” na 
grande mídia brasileira. 
Para além da partidarização seletiva das notí-
cias, parece haver também uma importante estra-
tégia de sobrevivência empresarial influindo na 
escolha da pauta negativa. Os principais telejor-
nais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, 
estão se transformando em incansáveis noticiários 
diários de crises, crimes, catástrofes, acidentes e 
doenças de todos os tipos. Carrega-se, sem dó 
nem piedade, nas notícias que geram sentimen-
tos negativos. Mais do que isso: os âncoras dos 
telejornais, além das notícias negativas, se encar-
regam de editorializar, fazer comentários, invaria-
velmente críticos e pessimistas, reforçando, para 
além da notícia, exatamente seus aspectos e con-
sequências funestos. 
Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansa-
do de tanta notícia ruim e sentindo-se impotente 
para influir no curso dos eventos, pode ser que 
o leitor/telespectador afinal desista de se expor a 
esse tipo de jornalismo que o empurra cotidiana-
mente rumo a um inexorável “vale de lágrimas” 
mediavalesco. 
Adaptado de: <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-ebates/
outras-razoes-para-a-pauta-negativa/>. Acesso em: 19 mai. 2015
OUTRAS RAZÕES PARA A 
PAUTA NEGATIVA 
Venício A. Lima 
O sempre interessante Boletim UFMG, que 
traz, a cada semana, notícias do dia a dia da Uni-
versidade Federal de Minas Gerais, informa, na 
edição de 4 de maio, o trabalho desenvolvido por 
grupo de pesquisa do Departamento de Ciência 
da Computação (DCC) em torno da “análise de 
sentimento”, que relaciona o sucesso das notícias 
com sua polaridade, negativa ou positiva. 
Utilizando programas de computador desen-
volvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, 
coletadas e analisadas 69.907 manchetes veicu-
ladas em quatro sites noticiosos internacionais 
ao longo de oito meses de 2014: The New York 
Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notícias 
foram agrupadas em cinco grandes categorias: 
negócios e dinheiro, saúde, ciência e tecnologia, 
esportes e mundo. As conclusões da pesquisa são 
preciosas. 
Cerca de 70% das notícias diárias estão rela-
cionadas a fatos que geram “sentimentos negati-
vos” – tais como catástrofes, acidentes, doenças, 
crimes e crises. Os textos das manchetes foram 
relacionados aos sentimentos que elas despertam, 
numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 
5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso 
06.03. (UFPR) – Assinale a alternativa que exprime a tese 
do texto:
a) Segundo o autor, há na imprensa internacional mais no-
tícias negativas, porque ocorrem muito mais catástrofes 
e desgraças do que fatos positivos. 
b) O tom negativo, principalmente das notícias nacionais, 
deve-se à editorialização promovida pelos âncoras de 
telejornais. 
c) O telejornalismo pautado em notícias funestas e trágicas 
está caminhando para o esgotamento e afastamento do 
telespectador. 
d) A mídia privilegia notícias ligadas a sentimentos negativos 
porque estas atraem mais o público. 
e) Pesquisas analisam o comportamento de leitores de mídia 
estrangeira, mas não há evidência de que seus resultados 
possam ser aplicados ao cenário nacional.
17Português 2A
Aula 06
06.04. (UFPR) – Leia a tira a seguir:
Bill Watterson. Disponível em: <http://ficcaoenaoficcao.wordpress.com/2012/03/25>. Acesso em: 26 ago. 2012
Sobre a argumentação de Calvin, considere as seguintes afirmativas: 
 1. Ao se dirigir à professora, Calvin faz uma simulação do discurso jurídico, tanto 
no vocabulário quanto na organização dos argumentos. 
 2. A argumentação de Calvin está fundada na premissa de que a ignorância é 
uma condição necessária para a felicidade. 
 3. Calvin questiona a eficiência da professora quando diz que sua aula é uma 
tentativa deliberada de privá-lo da felicidade. 
 4. Ao gritar “Ditadura!” no último quadrinho, Calvin protesta contra o desrespeito 
à Constituição, que lhe garante o direito inalienável à felicidade. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Aperfeiçoamento
Instrução: O texto a seguir é referência para as duas próximas questões: 
Butão e Costa Rica disputam atualmente o título mundial de felicida-
de. Nos anos 30, o troféu coube às Ilhas Salomão, onde os antropólogos 
mostraram que havia liberdade com os costumes sexuais e compreensão 
para com a educação das crianças. Na Idade Média os paraísos medievais 
eram feitos de comida abundante e segurança, assim como as utopias 
modernas giraram em torno da liberdade e da igualdade. As variações de 
conteúdo sugerem uma constante: a felicidade é composta do que nos 
falta, mais exatamente, da relação com o que nos falta. Se entre nós e o 
que nos falta está o trabalho, temos uma relação com a felicidade. Se en-
tre nós e o que nos falta está o amor, eis que a felicidade muda de figura. 
Se nos falta dinheiro, poder ou fama, ali estará a substância da felicidade.
A felicidade depende da teoria da transformação que carregamos co-
nosco. Se entre nós e o que nos falta existe apenas e tão somente uma 
imagem, a transformação dessa imagem será o processo mesmo a que 
chamaremos felicidade. Se entre nós e o que nos falta existe um oceano 
(que nos levaria até as Ilhas Salomão), então nossa felicidade tem estru-
tura de viagem. Se entre nós e a felicidade está a presença incômoda de 
pessoas indesejáveis e seus costumes perturbadores, então nossa felici-
dade seguirá a gramática da guerra ou da segregação.
O terceiro critério de produção da felicidade diz respeito ao outro. 
Por exemplo, nos faltam asas, mas em geral não nos lamentamos disso. 
Afinal, ninguém tem asas. Nossa felicidade depende de como supomos 
a felicidade de nosso vizinho. Se ele aparecesse com asas biônicas, ime-
diatamente nos tornaríamos seres infelizes, afetados por essa privação. 
Civilizações obcecadas com 
felicidade, como a nossa, são 
também culturas de inveja e 
da competição.
Como nossa felicidade de-
pende de nossa teoria transindi-
vidual da transformação em re-
lação ao que nos falta, a tarefa de 
educar nossas crianças tornou-
-se um desafio contemporâneo. 
Queremos tanto fazê-las felizes 
porque isso realiza nossa felici-
dade. Aqui a armadilha tem sido 
fatal. Imaginamos que o encon-
tro de contrariedades reais traz 
infelicidades, por isso tentamos 
poupar nossos alunos de expe-
rimentarem sua própria falta. 
Supomos, depois, que nossa te-
oria da transformação será igual 
à deles (afinal, vivemos mais, 
sabemos como é o mundo), por 
isso não trabalhamos para que 
eles construam responsabilida-
de ou implicação com a felicida-
de que lhes concerne inventar. 
Além disso, sancionamos a ilu-
são da felicidade indiferente, ba-
seada no conforto e na satisfação 
de si, custeada pelo mito de que 
se nós nos amamos e ficamos 
juntos e protegidos tudo vai ter-
minar bem. Infelizmente, usado 
dessa maneira o amor mata ou 
imbeciliza.
Praticada dessa maneira, 
produzimos com eles uma fe-
licidade feita de negação de di-
ferenças reais (que, portanto, 
não serão tratadas), de recusa 
de falsidade nas experiências de 
reconhecimento (que, portanto, 
serão odiadas) e de imperativos 
de sucesso que correspondem 
à realização, empobrecida, de 
nossa própria felicidade, não 
da deles. É assim que estamos 
prometendo uma felicidade ve-
nenosa e ainda queremosfazer 
das escolas uma extensão desse 
projeto mórbido. Precisamos de 
uma felicidade mais cara – esta 
está dando errado.
Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista, 
professor titular do Instituto de Psicologia da 
Universidade de São Paulo (USP). 
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/
vivermente
18 Extensivo Terceirão
06.05. (UP – PR) – Para o autor, precisamos de outra noção 
de felicidade porque o modelo atual
a) acaba promovendo a eliminação das diferenças reais.
b) não nos permite supor a felicidade de nossos vizinhos.
c) impõe às crianças o modelo de felicidade dos adultos.
d) tem provocado o encontro de contrariedades reais.
e) não proporciona aos indivíduos conforto e satisfação de si.
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque 
quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta 
como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? 
Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não 
pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que 
lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou 
porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou 
é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os 
ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal! 
Antônio Vieira, Sermão de Santo Antônio aos peixes, em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000033.pdf>
06.08. (UFPR) – O excerto acima é o início do Sermão de Santo Antônio aos peixes escrito por Antônio Vieira, que se imor-
talizou pela coerência lógica de seus textos, além de suas qualidades literárias. O texto trabalha fundamentalmente com duas 
metáforas: o sal e a terra, que representam, respectivamente, os pregadores (aqueles que deveriam propagar a palavra de Cristo) e 
os ouvintes (aqueles que deveriam ser convertidos). O tema central do texto é a reflexão sobre as possíveis causas da ineficiência 
dos pregadores. Para tanto, o autor levanta algumas hipóteses. Tendo isso em vista, considere as seguintes afirmativas: 
06.06. (UP – PR) – Assinale a alternativa que propõe um 
título adequado para esse texto:
a) A felicidade ao alcance de todos
b) A felicidade de cada um
c) O preço da felicidade
d) Para ser feliz, dê asas à imaginação
e) A falta de felicidade das pessoas
06.07. (UFPR) – Leia o infográfico a seguir:
Fontes: International Federation of the Phonographic Industry. Associação Brasileira dos Produtores de Discos. Ipsos Insight . Filme B e Screent Digest.
Sobre os dados apresentados, considere as seguintes afirmativas:
 1. O Brasil se equipara ao resto do mundo no uso da pirataria em relação aos filmes e no combate à pirataria em relação às músicas.
 2. Os dados acima alertam para a distinção entre informalidade e ilegalidade.
 3. Somente os dados sobre música no Brasil corroboram a afirmação que se encontra à esquerda do gráfico.
 4. Dos dois produtos avaliados, os filmes são os preferidos pelo download ilegal, pois os ingressos dos cinemas estão muito caros.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
Instrução: O texto a seguir é referência para a próxima questão:
19Português 2A
Aula 06
 1. Os pregadores não pregam o que deveriam pregar. 
 2. Os ouvintes se recusam a aceitar o que os pregadores 
pregam. 
 3. Os pregadores não agem de acordo com os valores que 
pregam. 
 4. Os ouvintes agem como os pregadores em vez de agir 
de acordo com o que eles pregam. 
 5. Os pregadores promovem a si mesmos na pregação ao 
invés de promover as palavras de Cristo. 
Constituem hipóteses levantadas pelo autor do texto:
a) 1 e 3 apenas;
c) 1, 2 e 4 apenas;
e) 1, 2, 3, 4 e 5.
b) 3 e 5 apenas; 
d) 2, 4 e 5 apenas;
Instrução: O texto a seguir é referência para as duas próxi-
mas questões:
seriedade. Não lhes falava apenas da alegre aven-
tura que é a vida, mas também dos infortúnios, 
das tristezas e de suas nem sempre merecidas ca-
lamidades”. C. S. Lewis dizia que fazer as crianças 
acreditar que vivem em um mundo sem violência, 
morte ou covardia só daria asas ao escapismo, no 
sentido negativo da palavra. 
Depois de passar dois anos mergulhado em re-
latos compilados durante dois séculos, Ítalo Cal-
vino selecionou e editou os 200 melhores contos 
da tradição popular italiana. Após essa investiga-
ção literária, sentenciou: “Le fiabe sono vere [os 
contos de fadas são verdadeiros]”. O autor de O 
barão nas árvores tinha confirmado sua intuição 
de que os contos, em sua “infinita variedade e in-
finita repetição”, não só encapsulam os mitos du-
radouros de uma cultura, como também “contêm 
uma explicação geral do mundo, onde cabe todo 
o mal e todo o bem, e onde sempre se encontra o 
caminho para romper os mais terríveis feitiços”. 
Com sua extrema concisão, os contos de fadas 
nos falam do medo, da pobreza, da desigualda-
de, da inveja, da crueldade, da avareza... Por isso 
são verdadeiros. Os animais falantes e as fadas 
madrinhas não procuram confortar as crianças, 
e sim dotá-las de ferramentas para viver, em vez 
de incutir rígidos patrões de conduta, e estimu-
lar seu raciocínio moral. Se eliminarmos as partes 
escuras e incômodas, os contos de fadas deixarão 
de ser essas surpreendentes árvores sonoras que 
crescem na memória humana, como definiu o po-
eta Robert Bly. 
Marta Rebón. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/18/
eps/1537265048_460929.html
Era uma vez um lobo vegano que não engolia 
a vovozinha, três porquinhos que se dedicavam 
à especulação imobiliária e uma estilista chama-
da Gretel que trabalhava de garçonete em Berlim. 
Não deveria nos surpreender que os contos tradi-
cionais se adaptem aos tempos. Eles foram sub-
metidos a alterações no processo de transmissão, 
oral ou escrita, ao longo dos séculos para adaptá-
-los aos gostos de cada momento. Vejamos, por 
exemplo, Chapeuzinho Vermelho. Em 1697 – 
quando a história foi colocada no papel –, Char-
les Perrault acrescentou a ela uma moral, com o 
objetivo de alertar as meninas quanto às intenções 
perversas dos desconhecidos. 
Pouco mais de um século depois, os irmãos 
Grimm abrandaram o enredo do conto e o coro-
aram com um final feliz. Se a Chapeuzinho Ver-
melho do século XVII era devorada pelo lobo, não 
seria de surpreender que a atual repreendesse a 
fera por sua atitude sexista quando a abordasse 
no bosque. A força do conto, no entanto, está no 
fato de que ele fala por meio de uma linguagem 
simbólica e nos convida a explorar a escuridão do 
mundo, a cartografia dos medos, tanto ancestrais 
como íntimos. Por isso ele desafia todos nós, in-
cluindo os adultos. [...] 
A poetisa Wislawa Szymborska falou sobre um 
amigo escritor que propôs a algumas editoras uma 
peça infantil protagonizada por uma bruxa. As edi-
toras rejeitaram a ideia. Motivo? É proibido assus-
tar as crianças. A ganhadora do prêmio Nobel, ad-
miradora de Andersen – cuja coragem se destacava 
por ter criado finais tristes –, ressalta a importân-
cia de se assustar, porque as crianças sentem uma 
necessidade natural de viver grandes emoções: “A 
figura que aparece [em seus contos] com mais fre-
quência é a morte, um personagem implacável que 
penetra no âmago da felicidade e arranca o melhor, 
o mais amado. Andersen tratava as crianças com 
06.09. (UFPR) – Com relação aos contos tradicionais, a autora
a) defende a ideia de que eles precisam ser reelaborados,para se adequarem aos valores de cada época. 
b) concorda que deve ser proibido assustar as crianças por 
meio dos contos, para que isso não as afaste da leitura. 
c) vê com bons olhos as versões dos irmãos Grimm, que 
abrandaram o enredo e passaram a apresentar finais 
felizes. 
d) considera a infinita repetição como um aspecto nega-
tivo dos contos, mas que é compensado pela infinita 
variedade. 
e) é favorável a que tenham finais tristes e abordem situações 
de desigualdade, crueldade e infortúnios. 
06.10. (UFPR) – De acordo com o texto, o autor de O barão 
nas árvores é: 
a) Andersen
b) Ítalo Calvino
c) Wislawa Szymborska
d) C. S. Lewis
e) Robert Bly
20 Extensivo Terceirão
Aprofundamento
Instrução: Texto para as duas próximas questões:
ORGULHO E PRECONCEITO 
(excerto de entrevista com a escritora Alice Ruiz) 
Talvez a coisa que mais me dá orgulho é ter 
participado da evolução da condição da mulher na 
sociedade brasileira. A gente já melhorou muito. 
Mas acho que todos nós somos vítimas da cultura 
do machismo. Antes, ficava brava com as mulheres 
machistas. Hoje tenho pena. O pessoal fala sobre 
cultura do estupro. Não. Antes da cultura do es-
tupro tem a cultura do machismo, que acontece 
para homens e mulheres. A Estrela, minha filha, 
fez um levantamento — vou contar rapidamente 
essa história. Tem uma vítima do machismo na mi-
nha família. Meu tio Gregório, que eu não conheci 
porque ele se matou com 20 anos de idade. A nos-
sa família era pobre, tinha pouco dinheiro, e meu 
tio foi o único a estudar porque era o homem da 
casa. As meninas não estudaram, minha mãe e mi-
nhas duas tias não estudaram. Ele estudou porque 
ia trabalhar e sustentar as mulheres. Minha mãe e 
minha irmã não precisavam estudar, porque iam 
casar e um homem iria sustentá-las. Era esse o ra-
ciocínio. Meu avô morreu, e ele que era o caçula, 
com 20 anos, de repente teve a responsabilidade 
de sustentar a si mesmo e três mulheres. Só que era 
um momento de crise econômica e ele ficou meses 
procurando trabalho, não conseguiu e se matou 
em desespero por não conseguir cumprir o papel 
do homem da família. 
Adaptado de: <www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=1603>. Acesso em: 21/03/2019
06.11. (UEPG – PR) – Após a leitura atenta do texto, assinale 
o que for correto:
01) No exemplo familiar que embasa seu argumento, a es-
critora narra a história de um homem que foi vítima da 
cultura machista impregnada na sociedade. 
02) Para Alice Ruiz o acontecimento trágico que envolveu 
seu tio serve como exemplo para destacar seu ponto 
de vista, segundo o qual, apesar de contínuas lutas, a 
condição da mulher na sociedade brasileira não melho-
rou ao longo dos anos. 
04) Ao falar sobre a condição feminina contemporânea, a 
poeta Alice Ruiz afirma que mudou seu modo de en-
carar o comportamento de mulheres que reproduzem 
atitudes machistas. 
08) O exemplo de Gregório é lembrado pela escritora por-
que ela tinha uma relação carinhosa com o tio, com 
quem conviveu durante a infância. 
16) Para a autora Alice Ruiz a cultura do machismo se so-
brepõe inclusive à cultura do estupro. 
POR QUE A CULTURA DO SUL FICOU DE 
FORA DO RETRATO DO BRASIL NAS OLIM-
PÍADAS?
Depois de uma abertura que falou das etnias 
que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de 
encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Ja-
neiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara 
de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, 
Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de bra-
silidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Glo-
bo” dias antes da cerimônia. 
Carnavalesca da escola de samba carioca São 
Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para 
mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, 
“marca da nossa identidade cultural”. Teve menção 
a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulhe-
res rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do per-
nambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval. 
Entre as ausências, as expressões culturais do 
Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em 
redes sociais: se a ideia era representar o país todo, 
por que ficamos de fora? 
Para a antropóloga Selma Baptista, professora-
-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria 
ser outra: por que as expressões culturais do Sul 
participariam do recorte da carnavalesca carioca se 
elas não estão presentes nem em nossas próprias 
festas? “Essa questão da representação de iden-
tidades regionais se dá a partir da construção da 
identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe 
perguntar até que ponto nossas representações da 
cultura popular têm expressividade entre nós mes-
mos para que alcancem uma representatividade 
nacional”, questiona. 
Patrícia Martins, antropóloga e docente do 
Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, 
lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo 
de “brasilidade” representada na cerimônia de en-
cerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-
06.12. (UEPG – PR) – Sobre as afirmações externadas pela 
escritora Alice Ruiz no texto, assinale o que for correto:
01) A autora acredita que a evolução da condição da mu-
lher na sociedade brasileira não extinguiu os compor-
tamentos machistas. 
02) A autora acredita que o machismo é um comporta-
mento que pode partir de homens ou de mulheres. 
04) A autora acredita que o machismo é um comportamen-
to que pode vitimar tanto homens quanto mulheres. 
08) A autora acredita na existência de uma cultura machis-
ta na sociedade brasileira. 
16) A autora acredita que antigamente existia uma cultura 
machista em nosso país, que foi substituída pela cultu-
ra do estupro.
Instrução: O texto a seguir é referência para as três próximas 
questões:
21Português 2A
Aula 06
-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que 
passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o 
recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jo-
gos Olímpicos tem ligações com uma identidade 
brasileira que vem sendo construída desde o Es-
tado Novo (1937-1945), que incorporou o samba 
carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os 
batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiça-
ra. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabe-
mos que existe isso em nossa região”. 
Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador 
e professor do curso de Pós-Graduação em História 
da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo 
de questionamento sobre representações regionais 
é uma “briga simbólica” já bem conhecida – princi-
palmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela 
representatividade, por quem representa mais a na-
ção”, diz. “Como é um país com regiões que se for-
maram antes da nação, as regionalidades querem 
estar presentes em tudo o que acontece no país. 
Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é 
para se mostrar para o exterior, a briga é compre-
ensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul 
de estar presente nesse tipo de representação, dada 
a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um 
fator surpreendente. “É uma novidade, que merece 
estudos daqui para a frente”, diz. 
Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016
06.13. (UFPR) – O texto tematiza a ausência de manifestações 
culturais da região Sul na festa de encerramento dos Jogos 
Olímpicos do Rio de Janeiro. As duas antropólogas entrevis-
tadas compartilham uma mesma opinião sobre a questão 
levantada. Assinale a alternativa que apresenta essa opinião:
a) Houve um boicote dos organizadores para deixar o Sul 
de fora, dada a sua cultura mais europeia. 
b) O Sul não apresenta manifestações típicas dignas de 
apresentação numa festa de impacto internacional. 
c) O restante do país não identifica a região Sul como de-
tentora do sentimento de brasilidade. 
d) Embora o Sul tenha manifestações culturais importantes, 
elas não são representativas nem na própria região. 
e) O Sul tem muita coisa a mostrar, mas os estrangeiros só 
têm olhos para o carnaval. 
06.14. (UFPR) – O último entrevistado, Tau Golin, faz alusão a 
uma “briga simbólica”, que poderia ser

Outros materiais