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1 4B GeografiaAula 13 Atividades extrativistas O aumento do efetivo populacional aliado ao desenvolvimento de novas tecnologias, à globalização da economia e ao consumismo exagerado exigem cada vez mais a utilização de recursos naturais. Os resultados alcançados pelos programas de reciclagem ainda são tímidos e esbarram em aspectos economicamente discutíveis, como a energia despendida para a limpeza, compactação e reindustrialização, que pode ser maior do que com a utilização de matérias-primas extraídas da natureza. Outro aspecto negativo do processo de reciclagem é que a separação dos resíduos realizada pela população não é totalmente eficiente e exige um processo de separação mais criterioso nas usinas de reciclagem, demandando mais custos. Porém esses aspectos devem ser entendidos como a necessidade de buscar soluções mais efetivas de re- ciclagem em âmbito mundial e não como um processo que deva ser deixado de lado. O consumismo cada vez mais intenso determina quantidades cada vez maiores de descarte de manufaturados que são substituídos por outros mais modernos, que muitas vezes têm as mes- mas finalidades do outro, mas foram adquiridos pelos consumidores estimulados pela propaganda. A atividade extrativista está ligada ao setor primário da economia, que se caracteriza por ser um setor bas- tante vulnerável, seja por conta de variações climáticas (a exemplo das commodities, como soja e café) ou por crises econômicas, caracterizando grande variação do preço do produto no mercado internacional. Além disso, são produtos que apresentam baixo valor agregado, daí a necessidade de sua comercialização em grandes quantidades. O extrativismo pode ser dividido em animal, vegetal ou mineral. Extrativismo Animal No caso brasileiro, o extrativismo animal está atrelado à atividade pesqueira. Essa pode ser dividida em artesanal, praticada por populações tradicionais (de maior presença nas regiões Norte e Nordeste do país) e a comercial, visando comercialização em larga escala e com uso de embarcações de grande porte. Esta modalidade de estrativismo (comercial) gera uma grande discussão em torno dos impactos gerados, como a biopirataria e a extinção de espécies. O Porto de Itajaí (SC) é o maior porto pesqueiro do Brasil. Extrativismo Vegetal O extrativismo vegetal é uma atividade presente no Brasil antes mesmo do início da colonização, destacando- -se a extração de pau-brasil para a produção de tintas. A extração de madeira é muito observada a partir do desen- volvimento do setor moveleiro, associado aos processos de ocupação do território nacional, sendo bastante intenso em regiões próximas ao litoral, causando grande impacto ambiental sobre o domínio mares de morro. Na região Norte do país, merece destaque a extração de látex para a produção de borracha para atender a de- manda do setor automobilístico (além do açaí, guaraná e castanha-do-pará). Na região Nordeste, destaque para babaçu e car- naúba; no Centro-Oeste, extração de madeira para a produção de carvão vegetal. © Sh ut te rs to ck /S ou al ex an dr er oc ha 2 Extensivo Terceirão Carnaúba, árvore símbolo do Ceará, apresenta usos diversos na indústria (produção de medicamentos, cosméticos, etc.). Extrativismo Mineral (ou geológico) Atividade extremamente importante para a compo- sição do PIB do Brasil, correspondendo a 20% das ex- portações, é facilitada por conta da estrutura geológica bastante diversa (64% de bacias sedimentares e 36% de crátons e escudos cristalinos) e extensão territorial. É comum dividirmos a extração mineral em: mine- rais metálicos (ferro, manganês, bauxita) e minerais não metálicos (carvão mineral, petróleo e gás natural). Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: IBGE. Recursos minerais. Disponível em: <http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/recur- sos_minerais.pdf>. Acesso em: 21 jul. 2016. Adaptação. Brasil – Recursos Minerais Minerais Metálicos Os principais minérios metálicos explorados no Brasil são o manganês, o ferro, o níquel, a bauxita e a cassiterita. Esses minérios são encontrados em escudos cristalinos pré-cambrianos (proterozoicos) e as princi- pais províncias mínero-metálicas brasileiras são: Serra dos Carajás (PA), Quadrilátero Ferrífero (MG), Maciço de Urucum (MS), Vale do Trombetas (PA) e Ariquemes (RO). A Serra dos Carajás, na porção leste do estado do Pará, destaca-se pela extração de vários minérios, como o níquel, o manganês, o minério de ferro, além da bauxita. Os minérios extraídos são totalmente exportados pelos portos de Itaqui e Ponta da Madeira, situados na ilha de São Luís, no estado do Maranhão, com possibilidade de escoamento pelo rio Tocantins, que atualmente dispõe de eclusas para ultrapassar a barragem de UH Tucuruí. O Quadrilátero Ferrífero, que abrange a Serra do Espinhaço (MG), com os municípios de Itabira, Sabará, Monlevade e Congonhas, entre outros, é o principal fornecedor de minério de ferro, níquel e manganês para as siderúrgicas brasileiras, além de exportá-los. As ativi- dades de mineração são lideradas pela Companhia Vale do Rio Doce, que além de extrair os minérios, promove beneficiamento e a exportação. O beneficiamento cor- responde a aglutinação do minério (pelotização) para facilitar o uso pelas siderúrgicas. A exportação é feita por ferrovia e minerioduto até os portos de Vitória (ES), Tubarão (ES) e Sepetiba (RJ). O Maciço de Urucum (MS), localizado entre os municípios de Corumbá e Ladário, apresenta ferro e manganês com elevado teor metálico e se destina à exportação, através do rio Paraguai, prin- cipalmente para a Argentina. Ta lit a Ka th y Bo ra Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94. Adaptação. Quadrilátero ferrífero – Minas Gerais © W ik im ed ia C om m on s/ O tá vi o N og ue ira Aula 13 3Geografia 4B No ano de 2015 ocorreu o rompimento da bar- ragem de Fundão, em Mariana (MG), ocasionando um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil. O saldo desse evento foi trágico, devas- tando municípios, ocasionando mortes e gerando grande impacto sobre a fauna e flora da região, além da contaminação da água e do solo. Em 2019, a situação se repete em Brumadinho (MG). Imagem do desastre em Mariana (MG), área de intensa mineração O Vale do Rio Trombetas, que é afluente da margem esquerda do rio Amazonas, apresenta elevadas reservas de bauxita no município de Oriximiná, no estado do Pará. A bauxita, atra- vés do processo de eletrólise, transforma-se em alumina e posteriormente em alumínio, que é um dos metais mais utilizados pelo ser humano. Também ocorrem jazidas de bauxita na Serra dos Carajás e no município de Poços de Caldas (MG). No município de Ariquemes (RO) se loca- liza uma das maiores jazidas de cassiterita do planeta, que dá origem ao estanho. Nióbio: minério empregado na confecção de aço, por conta de suas características (maleabili- dade e resistência). Utilizado na produção de tur- binas de aviões e armamentos. O Brasil é o maior produtor do mundo, concentrando também 98% do recurso, destacando-se as jazidas no Amazonas (São Gabriel da Cachoeira), em Minas Gerais (Ara- xá) e em Goiás (Niquelândia). O mineral também é alvo de polêmicas em relação ao preço pratica- do pelo Brasil no mercado internacional e muito citado em discursos políticos como “solução” para parte dos problemas econômicos do país. Nióbio, mineral cobiçado pela indústria aeronáutica Minerais Não Metálicos Entre os minérios não metálicos extraídos no Brasil se destacam o sal marinho, o petróleo, o folhelho pirobetuminoso, o talco, o carvão e o amianto. Sal marinho O sal marinho, que é o mais utilizado no Brasil, é extraído através de processos de evaporação da água do mar, que ocasiona sua cristalização. Porém, a extração somente é possível em regiões planas, com baixo índice de precipitação, grande amplitude de marés, climas quentes e ventos que facilitama evaporação. Em vários estados brasi- leiros existem salineiras, como no Rio Grande do Norte, no Ceará, na Paraíba, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina (município de Barra do Sul), entre outros. O Rio Grande do Norte é o maior produtor. A maior extração ocorre no município de Assu, e o porto de Areia Branca é o maior terminal salineiro. O sal-gema corresponde ao sal extraído de jazidas situadas nos continentes. Sua ocorrência pode ser em áreas subterrâneas que correspon- dem a depósitos naturais de fundos de lagos e mares que secaram. Em áreas vulcânicas, as fon- tes termais que fluem à superfície formam lagos com teores elevados de sais, que se cristalizam com a evaporação das águas, como no altipla- no Boliviano, numa região denominada de Salar de Uyuni, de onde se extraem sais com elevada concentração de lítio. No Brasil, verificam-se al- gumas jazidas no estado de Sergipe. Salares do Uyni - Bolívia Petróleo O petróleo é a principal fonte de energia para as atividades econômicas, como indústria, trans- porte e geração de eletricidade. Os dois principais tipos de petróleo são o leve, que é de alta quali- dade e utilizado para a petroquímica e para a pro- dução de gasolina e querosene para a aviação, e o pesado, denominado de Brent, de qualidade inferior, que é utilizado para a produção de com- bustíveis automotivos, óleos e gás para a geração de energia elétrica, asfalto e impermeabilizantes. No Brasil, apesar de ocorrer a extração de pe- tróleo fino em algumas áreas, o petróleo mais extraído é o Brent e, segundo a Petrobras, desde 2006 foi alcançada a autossuficiência brasileira de extração. Porém, o Brasil ainda não atingiu a autossuficiência no refino e também na extra- ção do petróleo leve. © Fl ic kr /R og ér io A lv es /T V Se na do © W ik im ed ia C om m on s/ Ar te m To pc hi y © Sh ut te rs to ck /S ar a W in te r 4 Extensivo Terceirão As operações de extração de petróleo no Brasil ocorrem em áreas terrestres, como o vale do rio Urucu (AM) e o Recôncavo Baiano (BA), e também em áreas marítimas, como na Plataforma Continen- tal, de onde é extraída a maior parte do petróleo brasileiro. No subsolo do Fundo Oceânico, numa camada denominada de pré-sal, foram identifica- dos grandes lençóis petrolíferos, situados a mais de 7 000 metros de profundidade e distantes cerca de 400 km dos litorais de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do petróleo leve, também pode ser extraído em grandes quantidades o gás natural. O Campo de Libra, situado na camada do pré- -sal, é a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, e foi o primeiro a ser realizado para conceder áreas para exploração de petróleo e gás natural sob o regime de partilha de produção. Pelas regras da partilha, venceria o leilão o con- sórcio que destinasse a maior parcela do óleo à União. A Petrobras será a operadora única e sócia de todos os campos, com no mínimo 30% de par- ticipação. Folhelho pirobetuminoso O folhelho pirobetuminoso, comumente conhecido como xisto, é extraído no município de São Ma- teus do Sul (PR). Dessa rocha, extrai-se um óleo que produz gasolina, diesel e querosene. As reservas brasileiras de folhelho são imensas, dispostas numa formação geológica denominada de Formação Irati, que se estende de São Paulo até ao Rio Grande do Sul. Talco O talco é um mineral muito utilizado na indústria do papel, alimentícia, cerâmica e química. As reser- vas brasileiras são consideráveis e se situam em vários estados, como Minas Gerais, Bahia e Paraná. Carvão mineral O carvão mineral é um dos princi- pais recursos minerais extraídos pelo ser humano. Segundo o economista Daniel Yerguin, que é a maior autori- dade mundial em energia, o carvão é a espinha dorsal da economia mun- dial porque grande parte da energia elétrica do mundo é gerada por in- termédio de termelétricas movidas a carvão, além de ser fundamental para a produção de aço e, até hoje, não se conhece nada que possa substituí-lo. No Brasil, as jazidas se localizam nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O carvão brasileiro não atende à demanda nacional, devido à qualidade inferior e pequenas reservas, determinando a importação de carvão de outros países. As maiores reservas brasileiras se situam no estado do Rio Grande do Sul, onde se destacam jazidas de carvão do tipo hulha nos municípios de Candiota, Charqueadas e Hulha Branca, de onde é extraído para a produção de coque, para as siderúrgicas, e energia elétrica, por meio das termelétricas. M ar ilu d e So uz a Fonte: Diário do Pré-Sal. Diponível em: <https://diariodopresal.wordpress.com/o-que-e-o-pre-sal/petrobras_ mapa-da-regiao-do-presal/>. Acesso em: 08 jan.2020. Adaptação. Bacias que compõe o pré sal brasileiro Brasil – Localização da camada pré-sal 50 m Turfa Ambiente úmido, vegetação abundante 10 m Linhito 5 m Carvão betuminoso 5 m Antracito Atmosfera Etapas de formação do carvão (Modif. de: Press et. al. 2006) D iv o Pa di lh a. 2 02 0. D ig ita l Aula 13 5Geografia 4B Amianto Também conhecido como asbesto, é uma fibra mineral encontrada em 2/3 da crosta terrestre, que apresenta as seguintes propriedades: resistência a altas temperaturas, boa qualidade isolante, flexibili- dade, durabilidade, incombustibilidade, resistência ao ataque de ácidos, entre outras. Apresenta-se em mais de 30 variedades, das quais a crisotila é considerada a melhor. No Brasil, ocorre em jazidas na mina de Cana Brava, no estado de Goiás, localizada no município de Minaçu. O amianto é utilizado para a produção de caixas-d’água, telhados, massas para vedação, isolantes térmicos e pastilhas de freio. Atualmente o amianto é proibido em mais de 50 países por ser comprovadamente cancerígeno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 100 mil pessoas morrem por ano devido a doenças causadas pelo asbesto. O problema se dá na inalação do amianto. As fibras do pó estimulam mutações celulares dentro do organismo que originam tumores que podem causar câncer de pulmão, especialmente o mesotelioma, e pode aparecer até 30 anos mais tarde, porque as partículas do amianto, quando inaladas, nunca mais se libertam do organismo. Testes Assimilação 13.01. (PUCPR) – Sobre recursos minerais do Brasil, verifique no mapa a correspondência entre as áreas numeradas que indicam grandes jazidas e as expressões à direita dos parên- teses e assinale a sequência correta: ( ) Carvão mineral ( ) Petróleo ( ) Ferro e manganês ( ) Bauxita ( ) Ouro a) 7, 4, 6, 3, 2. b) 3, 7, 4, 5, 1. c) 1, 7, 4, 5, 3. d) 5, 6, 2, 4, 3. e) 2, 7, 5, 4, 6. 13.02. (ACAFE – SC) – Faça a correspondência entre a matéria-prima de origem mineral e o produto industrial respectivo: 1. ferro 2. bauxita 3. cassiterita 4. petróleo 5. calcário ( ) combustível ( ) estanho ( ) aço ( ) cimento ( ) alumínio A ordem correta, de cima para baixo, é: a) 4, 3, 5, 2, 1 b) 4, 3, 1, 5, 2 c) 3, 2, 5, 1, 4 d) 4, 3, 2, 1, 5 e) 4, 5, 1, 2, 3 13.03. Sobre o “extrativismo vegetal” no Brasil, é correto afirmar que: a) só é realizado em reservas extrativistas. b) não representa ameça ao equilibrio ambiental. c) é uma atividade moderna que oferece aos seus trabalha- dores remuneração adequada. d) é realizada em grande parte com desrespeito as normas ambientais. e) não agride as águas continentais. 6 Extensivo Terceirão 13.04. (ESPCEX – SP) – O Brasil possui destaque mundial na exportação de minérios. Os minérios de ferro, manganês e a bauxita, importantes matérias-primas para as indús- trias siderúrgicas e metalúrgicas, estão entre as principais commodities do País. A seguir estão numeradas no mapa algumas das mais importantes áreas de extração mineral no Brasil. Assinale a alternativa que expressa a correta relação entre o minério e a sua localização no território brasileiro. a) A área 1 refere-se à extração de ferro no Quadrilátero Ferrífero. b) Na área2 situa-se uma das maiores reservas de manganês do mundo, no Maciço de Urucum. c) Na área 3 destacam-se as imensas reservas de bauxita. d) Na área 4 situam-se as maiores jazidas de ferro do mundo, na Serra de Carajás. e) A área 5 refere-se ao Vale do Aço, no Planalto das Guianas, principal área produtora de manganês no País. Aperfeiçoamento 13.05. (ESPM – SP) – A exploração do subsolo exige conheci- mentos da estrutura da terra e da organização geoeconômica do território. (Adaptado de Ciência do Espaço, 1998) Desta forma, os recursos cartografados no mapa anterior estão relacionados à exploração de: a) Ouro e prata em terrenos do Cenozoico. b) Petróleo e carvão em bacias sedimentares. c) Urânio e Manganês em terrenos quaternários. d) Ferro e manganês em escudos cristalinos. e) Bauxita e cassiterita em bacias sedimentares. 13.06. (FUVEST – SP) – Observe as charges. Disponível em: <http://historiaemprojetos.blogspot.com e http://dalcioma- chado.blogspot.com>. Acessados em: julho/2011. As charges, respectivamente, dos cartunistas Henfil (1982) e Dalcio (2011) estão separadas por quase trinta anos de história, mas unidas na crítica: a) ao preço, no mercado internacional, da madeira extraída das florestas brasileiras. b) à presença de capital estrangeiro na exploração de ma- deiras de florestas no país. c) à exportação ilegal, via países vizinhos, de madeira extra- ída das florestas brasileiras. d) ao desmatamento extensivo e indiscriminado das flores- tas brasileiras. e) ao uso recorrente de queimadas na eliminação de florestas no país. Aula 13 7Geografia 4B 13.07. (FGV – SP) – Considere o mapa apresentado. A partir dos dados apresentados, assinale a alternativa correta. a) A maior quantidade de minerais concentra-se em áreas sedimentares, situadas em região de clima tropical de estações con- trastadas e, em menor grau, na Amazônia. b) As áreas de escudos são responsáveis por grandes reservas de minerais, sendo as localizadas no Brasil-Central e no Atlântico as mais abundantes. c) Na Bacia do Paraná, encontram-se as maiores reservas de manganês no Brasil, associadas também a reservas de ouro e prata. d) No Maciço de Urucum, no Mato Grosso, as reservas de ferro e manganês situam-se em áreas sedimentares. e) O clima semiárido encontrado no Nordeste é o responsável pela ausência de grandes reservas de minerais metálicos. 13.08. (UFTM – MG) – Uma das maiores transnacionais brasileiras e uma das maiores mineradoras do mundo, o grupo empresarial da Vale é composto por, pelo menos, 27 empresas coligadas, controladas ou joint ventures, distribuídas em mais de 30 países, como Brasil, Angola, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Indonésia, Moçambique, Nova Ca- ledônia e Peru, onde desenvolve atividades de prospecção e pesquisa mineral, mineração, operações industriais e logística. (Caros Amigos, nº. 158. Adaptado.) A partir da observação do mapa, da leitura do texto e de seus conhecimentos geográficos, pode-se afirmar que: a) a Vale atua em todos os continentes, com exceção da Antártida. b) a Vale é uma empresa de capital exclusivamente brasileiro. c) por sua origem brasileira, a Vale evita atuações que superexplorem a mão de obra. d) o continente com o maior número de empreendimentos da empresa é a Oceania. e) a base principal das operações da Vale é o enriquecimento de urânio, em parceria com o Irã. 8 Extensivo Terceirão 13.09. Sobre o “extrativismo animal” realizado no Brasil, é correto assinalar que: a) o abate de baleias, visando à obtenção de óleo, ocorre nos litorais da Bahia (Abrolhos) e de Santa Catarina (Laguna). b) a caça de jacarés, visando à obtenção do couro e da carne, representa a base econômica de muitos municípios ribeirinhos da Amazônia. c) a captura de pássaros para ornamentação é permitida na mata atlântica, desde que ocorra fora dos períodos de reprodução das espécies. d) a pesca, notadamente a oceânica, é de grande importância econômica, registrando o litoral sul os maiores portos pesqueiros. e) o consumo das chamadas carnes exóticas, aumentou a caça de avestruzes, onças e flamingos. 13.10. (UNESP – SP) – Leia o texto e analise os mapas. As terras-raras formam um grupo de 17 elementos químicos, com propriedades muito semelhantes entre si, em termos de maleabilidade e resistência, que permitem aplicações diversas. Indispensáveis à indústria de alta tecnologia, elas estão no centro de uma disputa global. As maiores reservas em potencial estão situadas no Brasil. A extração e principalmente o refino das terras-raras são, porém, altamente poluentes; por esta razão, cientistas estudam novos meios de exploração e novas aplicações que poluam menos. (Martha San Juan França. Terras que valem ouro. Unesp Ciência, abril de 2012. Adaptado.) (IBGE. Atlas Geográfico Escolar, 2009. Adaptado.) De acordo com a leitura do texto e a observação dos mapas, é correto afirmar que as duas maiores concentrações de reservas de terras-raras estão localizadas nas regiões de integração e desenvolvimento do: a) Oeste e Araguaia-Tocantins. d) São Francisco e Transnordestino. b) Sudoeste e Sul. e) Sudeste e Transnordestino. c) Arco Norte e Madeira-Amazonas. Aprofundamento 13.11. (MACK – SP) – Observe a tabela. Minério Usos mais comuns Principais áreas de ocorrência no mundo Principais áreas de ocorrência no Brasil I Ligas para alguns tipos de aço e alumí-nio; pilhas comuns e alcalinas. China, África do Sul, Gabão, Austrália, Cazaquistão, Ucrânia, índia. Serra dos Carajás, PA; Maciço de Uru- cum, MS; Quadrilátero Ferrífero, MG. II Ligas para bronze e para o revestimento de latarias de automóveis; solda para equipamentos elétricos e eletrônicos. China, Malásia, Peru, Indonésia, Bolívia e Rússia. Vale do Rio madeira entre AM e RO. III Fios e cabos elétricos; motores elétricos. Chile, EUA, Peru, China, Austrália, Indo-nésia e Rússia. Serra dos Carajás, PA; Jaguari, BA; Alto Horizonte e Niquelândia, GO. Fonte: (Geografia – SME – 1ª. série - Ensino Médio– 2015- adaptado) Assinale a alternativa que contenha, apenas, os recursos minerais que preencham corretamente a tabela. a) I – Nióbio II – Manganês III – Bauxita d) I – Nióbio II – Tântalo III – Manganês b) I – Manganês II – Estanho III – Cobre e) I – Níquel II – Nióbio III – Manganês c) I – Tântalo II – Manganês III – Níquel Aula 13 9Geografia 4B 13.12. (UNICENTRO – PR) – A propó- sito dos recursos minerais brasileiros, é correto afirmar: a) O sal-gema e o xisto betuminoso, usados na indústria química, são os minerais mais abundantes no país. b) O carvão mineral encontrado na região Nordeste é puro, do tipo antracito, e tem sua produção des- tinada à exportação. c) Os combustíveis fósseis, fonte de energia amplamente utilizada no planeta, são encontrados nas bacias sedimentares. d) O urânio utilizado nas usinas nu- cleares brasileiras é extraído em Cascavel, município do Paraná, pois lá estão localizadas as maiores reservas do país. e) O alumínio extraído da cassiterita é encontrado na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Amazonas, e sua explo- ração é controlada por empresas transnacionais, sendo a atividade econômica que mais agride o meio ambiente. 13.13. (PUC – SC) – O Brasil é um país privilegiado em recursos minerais. Além de possuir uma grande quantida- de de minério, apresenta uma grande variedade desses recursos, porém não são bem aproveitados, devido à falta de conhecimento e recursos financei- ros para a exploração. Acerca desse assunto, analise as afirmativas abaixo: I. Na região do Quadrilátero Ferrífero pode ser encontrada uma das maiores reservas de ferro do Brasil, extraído pela CRVD (Companhia Vale do Rio Doce). Parte dessa produção é escoada pela estrada de ferro Vitória-Minas, sendo levada até os Portos de Tubarão e Vitória, no Espírito Santo, um importante corredor de exportação, cujo prin- cipal produto é o ferro. II. A Serra dos Carajás, localizada no estado do Pará, possui uma grande extração de ferro, alémde jazidas de ouro, cobre e alumínio. A CRVD (Companhia Vale do Rio Doce) foi responsável pela Estrada de Ferro Carajás, importante para o escoa- mento dessa produção. III. O Pará é um importante produtor de bauxita no Brasil, destacando-se o vale do rio Trombetas, responsável por 70% da produção brasileira. IV. O Brasil começa a se destacar no cenário mundial, com uma grande reserva de petróleo, devido à descoberta do pré-sal, situado na bacia de Santos, Campos e Espírito Santo. V. Os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são os maiores produtores de carvão mineral no Brasil, porém esse minério apresenta baixa qualidade, devido às condições geográficas responsáveis pela sua formação. É correto o que se afirma apenas em: a) I, II e III. d) I, III e IV. b) I, IV e V. e) I, II, III, IV e V. c) II, III e IV. 13.14. (UFMT) – A partir de 2012, acredita-se que, nos próximos cinco anos, o estado do Pará poderá se tornar o maior exportador de minérios do País, ultra- passando Minas Gerais. As exportações de minérios do Pará representaram cerca de 44% do saldo comercial obtido pelo Brasil em 2011. O mapa mostra o destino de um dos minérios exportados pelo estado do Pará. OS PRINCIPAIS COMPRADORES DO MINÉRIO PARAENSE (Folha de S.Paulo, 06.05.2012.) A respeito das exportações do Pará, é correto afirmar que a) a demanda da hematita de baixa qualidade e menor preço explica as exporta- ções para os maiores países siderúrgicos mundiais. b) superaram as do estado de Minas Gerais, principalmente com o aumento das exportações de bauxita para os países asiáticos. c) o Canadá é o maior importador do manganês da Serra dos Carajás. d) o aumento da exploração de ouro no Vale do Trombetas, em Oriximiná, explica o destaque do Pará. e) a exportação do minério de ferro, da Serra dos Carajás, tem a China como principal destino. 13.15. (UEM – PR) – Sobre minerais, minérios e extração mineral no Brasil e em outros países, assinale o que for correto. 01) Nos garimpos instalados em vários rios brasileiros, utiliza-se o urânio na água para agrupar as partículas de ouro. 02) A bauxita é utilizada na fabricação do aço, e sua maior reserva de exploração se encontra no Maciço do Urucum, em Minas Gerais. 04) Os minerais se formam naturalmente na crosta terrestre, de onde são extra- ídos. Para que sejam utilizados como matéria-prima de produtos diversos, eles passam por um processo denominado “beneficiamento”. 08) Todo minério é um mineral, mas nem todo mineral é um minério. 16) Os minerais encontram-se desigualmente distribuídos na crosta terrestre, portanto existe uma interdependência dos países no que diz respeito à produção mineral. 10 Extensivo Terceirão Instrução: Leia o texto para responder à questão de número 13.16. Presenciamos um imperativo das exportações, pre- sente no discurso e nas políticas do Estado e na lógi- ca das empresas, que tem promovido uma verdadeira “commoditização” da economia e do território. A ló- gica das commodities não se caracteriza apenas por uma invenção econômico-financeira, entendida como um produto primário ou semielaborado, padronizado mundialmente, cujo preço é cotado nos mercados in- ternacionais, em bolsas de mercadorias. Trata-se tam- bém de uma expressão política e geográfica, que resulta na exacerbação de especializações regionais produtivas. (Samuel Frederico. Revista Geografia, 2012. Adaptado.) 13.16. (UNESP – SP) – Por “commoditização do território” entende-se: a) a diminuição das especializações regionais baseadas na produção de bens de capital e recursos minerais. b) a diminuição das especializações regionais baseadas na produção de bens de alta tecnologia e produtos agrícolas. c) a ampliação e o aprofundamento das especializações regionais baseadas na produção de bens de capital e bens de consumo duráveis. d) a ampliação e o aprofundamento das especializações regionais baseadas na produção de bens agrícolas e recursos minerais. e) a ampliação e o aprofundamento das especializações re- gionais baseadas na produção de bens de alta tecnologia e recursos minerais. 13.17. (UERJ) – O assassinato do líder seringueiro Chi- co Mendes, em 1988, deu expressão internacional à pequena cidade de Xapuri, no Acre, e voltou o olhar do mundo para milhares de cidadãos que fazem da extração do látex seu sustento e do Vale Amazônico sua morada. O que poucos sabem é que esse foi apenas mais um capítulo da saga da borracha. Durante a Segunda Guerra Mundial, um exército de retirantes foi mobili- zado com pulso firme, propaganda forte e promessas delirantes para deslocar-se rumo à Amazônia e cumprir uma agenda do Estado Novo. Ao fim do conflito, em 1945, os migrantes que sobreviveram às durezas da selva foram esquecidos no Eldorado. Passadas décadas, os soldados da borracha hoje lutam para receber pensão equivalente à dos ex-pracinhas. Adaptado de revistaepoca.globo.com, 18/04/2011. A extração de recursos naturais da floresta Amazônica, como o látex, ainda hoje se insere em um contexto de problemas sociais, relacionados principalmente ao seguinte fator: a) escassez de mão de obra qualificada; b) precariedade das condições de trabalho; c) insuficiência dos sistemas de transporte; d) insalubridade da infraestrutura habitacional. 13.18. (UEL – PR) – A localização das diferentes formações geológicas permite inferir a existência de determinados recursos minerais, cuja exploração depende da viabilidade econômica das jazidas. Examine a figura. Figura 1 – Geologia do Brasil Sobre esse tema, é correto afirmar: a) As jazidas de granito ocorrem na área D, distante dos grandes centros urbanos; por isso o consumo desse material é incipiente. b) As jazidas de ferro ocorrem na área B e estão quase esgo- tadas por estarem muito próximas dos grandes centros industriais. c) As reservas de petróleo da área C ainda estão por serem exploradas em função da longa distância dos centros consumidores. d) As jazidas de carvão ocorrem na área H e são insuficientes em quantidade e qualidade para atender a demanda do país. e) As jazidas de calcário ocorrem na área F e são pouco exploradas por estarem distantes das principais áreas agrícolas do país. Desafio 13.19. (UNESP – SP) – O extrativismo vegetal é um res- quício de um ciclo econômico experimentado no Brasil e desenvolvido já há bastante tempo na Amazônia, quer seja em moldes mais modernos ou tradicionais. Nessa prática, estão envolvidos vários atores ao longo da cadeia produti- va. Indique a alternativa que apresenta os principais atores envolvidos nesse processo. a) Patrões, coletores, intermediários e atacadistas. b) Patrões, roceiros, comerciantes e consumidores. c) Patrões, roceiros, intermediários e atacadistas. d) Patrões, coletores, intermediários e consumidores. e) Patrões, garimpeiros, intermediários e atacadistas. Aula 13 11Geografia 4B 13.20. (UEL – PR) – Analise a charge e o texto a seguir. Disponível em: <www.inesc.org.br> Acesso em: 19 jun. 2005. “A pressão de grupos políticos e empresariais de Rondônia que defendem a liberação do garimpo a todo o custo, principalmente pelo próprio governo do Estado que se propõe a comprar os diamantes via Companhia Rondoniense de Mineração – CMR, tem funcionado como incentivador aos garimpeiros no processo de invasão em busca de diamantes”. SANTOS, R. A. “Índios e diamantes em Rondônia”. Disponível em: <www.socioambiental/noticias.com.br>. Acesso em: 11 Jun. 2005. Com base na charge, no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. A charge e o texto mostram a preocupação do Governo brasileiro em desenvolver uma Política Indigenista que vise garantir os direitos territoriais dos povos indígenas. II. O texto e a charge remetem à importância da Política Indigenista brasileira nos últimos cinco anos e aos ganhos sociais decorrentes da garantia dos direitos a essa população. III. A partir da charge e do texto, é possível verificar que os povos indígenas estãoalijados do apoio oficial necessário à luta pela manutenção de suas terras e de seus recursos naturais. IV. A charge e o texto indicam que, em diversas instâncias, ecoam ações e discursos contrários às reais necessidades dos povos indígenas. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II b) II e III c) III e IV d) I, II e IV e) I, III e IV Gabarito 13.01. a 13.02. b 13.03. d 13.04. b 13.05. d 13.06. d 13.07. b 13.08. a 13.09. d 13.10. e 13.11. b 13.12. c 13.13. e 13.14. e 13.15. 28 (04 + 08 + 16) 13.16. d 13.17. b 13.18. d 13.19. a 13.20. c 12 Extensivo Terceirão Geografia 4B Atividades agropecuárias e questão fundiária brasileira Aula 14 A agricultura é uma das atividades econômicas essenciais da humanidade desde as épocas mais remo- tas, quando o cultivo de vegetais passou a substituir a simples coleta, sendo influenciada por fatores naturais como clima, o solo e o relevo, apesar do grande desen- volvimento da tecnologia. O clima é um grande fator limitante, havendo pro- dutos típicos dos climas quentes e úmidos como o cacau, a juta, a seringueira, a cana-de-açúcar, ao lado de outros que preferem os climas quentes e secos como o algodão, o milhete, o painço e ainda outros típicos de climas tem- perados, como o trigo, a beterraba, a batata, etc. Alguns países asiáticos banhados pelo oceano Índico como o Paquistão, a Índia e outros, têm sua atividade agrícola subordinada ao vento das Monções com os seus períodos de chuvas e estiagem. A fertilidade dos solos determina a possibilidade de determinados cultivos: a cana-de-açúcar desenvol- veu-se na Zona da Mata em área de solo de massapé; o café tem melhor adaptação nos solos vulcânicos deno- minados de terra-roxa presentes no Planalto Meridional (Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná). O relevo tem também grande importância. O café se desenvolve nos interflúvios e encostas de planaltos ou o arroz, que se adapta melhor em planícies úmidas. Classificações das atividades agrícolas A atividade agrícola pode ser classificada sob vários aspectos, como rendimento, finalidade, técnica e siste- ma. Rendimento De acordo com o rendimento, a agricultura pode ser classificada em intensiva e extensiva. Agricultura Intensiva É aquela em que se verifica grande rendimento por hectare. Geralmente é realizada em áreas de grande densidade demográfica e, consequentemente, pouco espaço para atividade agrícola. Também pode ocorrer onde o relevo ou o solo não permita maiores extensões para o aproveitamento agrícola. É o que acontece em Portugal com o cultivo da vinha, onde as encostas foram transformadas em patamares (socalcos) e em outras regiões denominadas de terraceamento. Nos países populosos do Extremo Oriente e Sudeste Asiático é co- nhecida como agricultura de jardinagem, aproveitando todo o espaço disponível para a agricultura. Cultivo de arroz na província de Guiling na China, no sistema de jardinagem. Agricultura Extensiva É realizada em extensas áreas, com a utilização de maquinário, técnicas e fertilizantes. É, geralmente, uma atividade empresarial. Finalidade De acordo com a finalidade pode ser: agricultura de subsistência e agricultura comercial. © Sh ut te rs to ck /D r. Gi la d Fi sk us © Sh ut te rs to ck /N at al i G la do Aula 14 13Geografia 4B Subsistência É a agricultura voltada para a alimentação do agricultor e de seus familiares e a venda ou troca dos excedentes. No Brasil, esta agricul- tura é responsável por grande parte da produção de alimentos, como feijão, arroz, hortaliças, batatas, mandioca, etc. Comercial É voltada para o comércio ou indústria e caracterizada por ser geralmente monocultora (um só cultivo) desenvolvida em grandes áreas e ser basicamente uma ativi- dade empresarial. É uma atividade que procura aumentar cada vez mais a produtividade que consiste em maior produção por área. Técnicas Toda a utilização do solo para agricultura determina o desgaste pelo consumo dos sais minerais pelas plantas cultivadas e também pela erosão (degradação) causada pela exposição do solo aos agentes externos de relevo (ventos, chuvas, agentes biológicos, etc.). Nos países de climas quentes e úmidos (tropicais ou equatoriais) a degradação é mais intensa devido à ação dos aguaceiros que dissolvem e transportam para os rios os ele- mentos nutrientes do solo. É comum relacionar ou até mesmo entender como sinônimo as expressões técnicas agrícolas e mecanização agrícola. Porém, as técnicas agrícolas correspondem ao conjunto de siste- mas, métodos e práticas agrícolas, enquanto que a mecanização é uma das técnicas empregadas. As técnicas envolvem associação de culturas, utilização de adubos e fertilizantes, defensivos agrícolas, cultivo em curva de nível, plantio direto, utilização de máquinas e equi- pamentos e sistemas de irrigação, etc. Associação de Culturas Pode ser simultânea ou sucessiva. A associação simultânea de culturas é in- tercalada entre uma cultura permanente, como café e colocando outras culturas intercaladas temporárias, como milho, feijão, amendoim, etc. A associação suces- siva de culturas, também denominada de rotação de culturas é quando o solo é utilizado de maneira permanente com a alternância de culturas temporárias. Muitas vezes são intercaladas culturas de leguminosas para o enriquecimento ou reposição de elementos hidrogenados. No Centro-Sul do Brasil é comum este sistema com a associação de soja – trigo – milho. Modernamente, a associação sucessiva de culturas é realizada por plantio direto que corresponde a uma técni- ca de semeadura imediata e diretamente após a colheita sobre o solo coberto de palha da cultura anterior, para evitar a perda de umidade e processo erosivo do solo, além da palha se tornar um adubo orgânico natural. Associação Milho – Feijão é comum no centro sul do Brasil. Emprego de Fertilizantes e Calcário Os fertilizantes são utilizados para revigorar o solo e aumentar a sua produtividade, e o calcário é utilizado para reduzir a acidez dos solos. Curvas de Nível Em áreas inclinadas, a aração deve ser feita em curva de nível, ou seja, o sul- co do arado deve ser perpendicular à inclinação do terreno para evitar que cada sulco se torne canal de escoamento de água de chuva. É comum também se construir pequenos montículos – murundu – intercalados com os sulcos, para evitar a erosão das enxurradas. É muito utilizado no Centro-Sul do Brasil, não só nas culturas como também nas pastagens. Em áreas muito inclina- das como encostas de montanhas este sistema é muito utilizado com a construção de terraços, que dan- do a ideia de gigantescos degraus. Nas áreas planas é desenvolvida a atividade agrícola, e as encostas são protegidas por muros de arrimo constituída de pedras e geralmente recobertas com vegetação para evitar a erosão. As curvas de nível diminuem o potencial de erosão da água. D iv o Pa di lh a. 2 02 0. D ig ita l ©Shutterstock/Chachamp 14 Extensivo Terceirão Agrotóxicos Agrotóxicos são substâncias químicas ou biológicas utilizadas para pre- venção ou extermínio de pragas em áreas de produção agrícola, a exemplo de fungos ou insetos, garantindo uma produção maior. O Brasil é líder mun- dial no consumo agrotóxicos, sendo o glifosato o mais utilizado no país e no mundo. Em 2019, chegou a superar a marca de 2000 produtos disponíveis para comercialização, sendo que 63 deles foram liberados só nesse ano pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), agência reguladora res- ponsável por realizar a análise toxicológica de cada uma dessas substâncias. Dentre esses, segundo Diário Oficial da União, 21 foram classificados como “extremamente tóxicos”, além de algumas essas substâncias serem proibidas em outros lugares do mundo, como nos EUA e Europa. Esse fato gera grande debate na comunidade internacional, já que o Brasil é membro signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica(ONU, 92), que visa à discussão em torno de traçar estratégias para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Porém, na utilização desses produtos, os efeitos negativos são muito grandes, como: • contaminação de lençóis fre- áticos e rios, pela lavagem do equipamento e pela infiltração no solo do agrotóxico; • contaminação de alimentos, como hortaliças, cereais, carne e leite; • envenenamento de agricultores que aplicam o agrotóxico; • contaminação de peixes e aves. Emprego de Máquinas A atividade agrícola comercial se utiliza de máquinas e defensivos agrícolas para garantir alta pro- dutividade. Porém, paralelo à alta produtividade, o desgaste do solo pode ser muito alto. Principalmente com o emprego de máquinas pesadas, arando a velocidades mais altas uma vez, que além da compactação do solo, se verifica a perda de umidade e dos grãos mais finos que são levados pela movi- mentação do maquinário. Um dos problemas associados à utilização dessa técnica agrícola é a compac- tação do solo, em que o solo tem seus macroporos fechados, pelos quais não passam mais a água e o ar. Cria-se uma espécie de barreira que impede o desenvolvimento das raízes e a penetração da chuva. A terra fica indefesa: quando chove forte, enxurrada leva todo o solo superficial. Começam aí a erosão e o assoreamento dos rios próximos ao terreno. Sistemas Agrícolas ou Agrossistemas Roça Tropical Sob esta denominação se reúne uma série de formas de exploração da terra dominante nos países de Muitas vezes, o termo “agrotóxico” pode ser substituído por: de- fensivos agrícolas, pesticidas, produto fitossanitário, etc. Registro de agrotóxicos no Brasil Registros de 01/01 a 17/09 Registro do ano 2009 85 71 89 118 75 86 96 145 240 309 325 137 104 146 168 110 148 139 277 405 450 2010 2011 2013 2015 2017 2012 2014 2016 2018 2019 0 100 300200 400 500 Fonte: Ministério da Agricultura Aula 14 15Geografia 4B clima equatorial e tropical, e que se baseiam na cultura da terra por métodos antiquados em áreas de floresta virgem ou de floresta secundária, com a roçada do mato anualmente e sua queimada (coivara) para a limpeza do terreno para o plantio de cultivos. A coivara de matas ou de restos de roças é uma forma de liberar rapida- mente os nutrientes contidos na vegetação. Também é uma forma de “limpeza” rápida dos terrenos. Porém, as queimadas são prejudiciais porque empobrecem o solo, facilitam o escoamento das águas das chuvas aumen- tando a erosão, poluem a atmosfera colaborando com a formação de inversões térmicas, comprometem o efeito estufa e, se localizadas junto a rodovias, podem ocasio- nar acidentes por diminuir a visibilidade dos motoristas. Através do Projeto Caruso desenvolvido por pesqui- sadores canadenses e brasileiros indicam que a coivara estimula a mobilidade precoce do mercúrio do subsolo para a superfície, ocorre rapidamente após o desmata- mento e sugere que a mobilidade do Hg poderia estar relacionada com a entrada maciça de cátions resultantes da queima de biomassa. A roça tropical também pode ser chamada de roça tropical itinerante ou sistema primitivo de rotação de terras, uma vez que o agricultor de tempos em tempos muda de local pelo empobrecimento do solo. É um sistema baseado nas práticas agrícolas de po- pulações indígenas da América Latina e assimilado pelo colonizador europeu. Geralmente é de subsistência, onde o agricultor cultiva milho, feijão, mandioca, ba- nana e outros produtos tropicais. A sedentarização das populações e a adoção deste sistema para agricultura comercial é um dos fatores que causaram o desmata- mento de florestas tropicais equatoriais. Preparo da terra em Roça Tropical Agricultura Irrigada A irrigação dos cultivos é uma preocupação tão antiga quanto a própria agricultura. Pode ser irrigação natural ou artificial. Irrigação Natural É aquela realizada pelas chuvas, por derretimento de neve ou geleiras e por rios. A agricultura de inundação consiste na semeadura da cultura que é feita no fim do período de estiagem nas várzeas. As cheias inundam a planta e, quando se apro- xima a colheita, o rio já está baixo pela nova estiagem, permitindo a colheita. A agricultura de vazante consiste no plantio nas várzeas de rios recentemente alagadas e ricas em sedi- mentos ali deixados pelas águas. Os egípcios há milênios utilizam este sistema no delta do rio Nilo. No Brasil é pra- ticada no vale do São Francisco (daí ser conhecido como “Nilo Brasileiro”), rio Amazonas (cultivo de juta) e outros. Irrigação Artificial É aquela em que o agricultor constrói sistemas de irrigação, aproveitando as águas de rios através de cons- trução de diques e canalização como ocorre no sistema de jardinagem no Sudeste Asiático e Extremo Oriente, principalmente para o cultivo de arroz, utilizando muita mão de obra, geralmente familiar. Também outros sis- temas mais custosos e sofisticados, aproveitamento das águas do lençol freático e chuvas artificiais. Nos Estados Unidos e em Israel se utilizam com muita intensidade os sistemas artificiais de irrigação. No Brasil, também se utilizam estes sistemas no Centro-Sul e no Nordeste. Pomar de mangas com irrigação por aspersão. Vale do São Fran- cisco – Petrolina (PE). Plantation O nome “plantation” vem das grandes plantações de chá na Índia feita pelos ingleses. Atualmente significa um sistema monocultor de produtos tropicais e subtropicais, destinados à exportação, dominado direta ou indireta- mente por multinacionais realizado em grandes áreas com mão de obra barata e superexplorada. É o caso da banana, da cana-de-açúcar, do cacau, do café e da soja, entre outros, na América Latina. A economia dos países da América Central é totalmente dominada por multina- cionais que têm imensas áreas cultivadas com café, cacau e banana para exportação no sistema de “plantation”. © Pu lsa r I m ag en s/ D el fim M ar tin s © Sh ut te rs to ck /K ris to f B el le ns 16 Extensivo Terceirão Na América Andina, os cultivos de subsistência nos altiplanos an- dinos cumprem um papel essencial na organização da agricultura de “plantation”. O café, o cacau e o al- godão ocupam as melhores terras e recebem os maiores investimentos; a população das cidades, porém, alimenta-se do milho e da batata produzidos nos altiplanos. Por ser um sistema monocultor é vulnerável a crises externas, além de ocupar os mais férteis de países subdesenvol- vidos que necessitariam das mesmas para a produção de alimentos. Agricultura Moderna A agricultura na atualidade passa por uma série de modificações em função dos avanços tecnológicos e da própria globalização da economia e de sua finalidade. São cultivos de alimentos, plantas têxteis e oleagi- nosas destinada à produção de óleos comestíveis, lubrificantes e combus- tíveis. Algumas oleaginosas como o pinhão-manso começam a ser cultivadas no Brasil, com a finalidade de produzir biocombustível. A evo- lução dos meios técnico-científico- -informacionais estabeleceu novas relações entre as atividades agrícolas e industriais, assim como influenciou nas relações entre as áreas rurais e as áreas urbanas. Cada vez mais utilizando menos mão de obra, exi- gindo mais capital e cada vez mais se atrelando à indústria, formando uma cadeia agroindustrial com intensa relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesta cadeia, os grupos financei- ros e os bancos de maneira indireta passam a exercer sua influência em toda a cadeia. Caracteriza-se pela especialização das várias regiões em determinados produtos, pela faci- lidade de transporte dos produtos das áreas produtoras para as áreas consumidoras, pela cultura feita me- canicamente e em larga escala. Ao contrário do que ocorria no passado e ainda ocorre na maioria das regi- ões subdesenvolvidas em que ela se voltava para o autoabastecimento. O uso de maquinários é característicoda agricultura moderna. Transgênicos É a denominação mais atual para as técnicas da engenharia genética para “remontar” um novo ser através da junção de dois seres diferentes, com capacidade de reprodução. Apesar de muitos transgênicos já estarem sendo utilizados de maneira intensa há muitos anos (como batatas, soja, fumo, entre outros), é um tema polêmico. Da sua utilização, podemos destacar: Aspectos positivos: maior produtividade em termos de mão de obra podendo aumentar a produção agrícola; redução dos custos de plantio; retorno econômico mais rápido do que o sistema agroecológico e produtos mais resistentes à deterioração após a colheita. Aspectos negativos: dúvidas não esclarecidas suficientemente sobre as consequências em longo prazo para os seres humanos e para o meio am- biente; possibilidade de surgimento de “superpragas”; novas alergias; modi- ficações na biodiversidade e subordinação da agricultura às multinacionais detentoras das sementes geneticamente modificadas. A globalização, com a padronização das cadeias produtivas em geral e a adoção de políticas econômicas relativamente padronizadas junto a ações de bancos centrais muito parecidas, permite evidenciar a crescente financei- rização da economia mundial. Os EUA são o país que mais produzem transgênicos no mundo, seguido de Brasil, Argentina, Canadá, Índia e China. No contexto brasileiro, os produ- tos transgênicos produzidos são a soja, o milho, o feijão e o algodão. Regiões do mundo de destaque na produção de transgênicos Fonte: ISAAA. 2011. Ân ge la D . B ab ar a © Sh ut te rs to ck /V in ic iu s B ac ar in Aula 14 17Geografia 4B Agricultura familiar É responsável por boa parte da produção de alimen- tos no Brasil. Essa prática carece de assistência técnica por parte do governo e pelo intermediário (atravessador) que compra do produtor a preços baixos e revende aos atacadistas, obtendo lucros altíssimos, desestimulando a atividade agrícola. Segundo dados de Censo Agropecuário de 2006, existem no Brasil cerca de 4 350 000 estabelecimentos de agricultura familiar, ocupando apenas 24% da área destinada ao cultivo em nosso país. Agricultura Camponesa Tabela 2 Tabela 1 Créd ito Créd ito Terr asTerr as Prod ução Glob al Prod ução Glob alPr odu ção de C omi da Prod ução de C omi daMão de o bra ocup ada Mão de o bra ocup ada 80 14% 24% 40% 70% 74% 60 40 20 70 50 30 10 0 86% 76% 60% 30% 26% 00 80 60 40 20 0 Agronegócio Sistema Integrado São sistemas em que as indústrias estabelecem par- cerias com pequenos proprietários rurais, que cultivam vegetais ou criam animais para fornecer matérias-primas às mesmas. Podem também denominados complexos agroindustriais. Agricultura Orgânica Em oposição à Revolução Verde, que utiliza intensa- mente pesticidas e fertilizantes industriais (químicos), a agricultura orgânica, também denominada de agricul- tura de baixo insumo, apenas utiliza adubos orgânicos, compostagem e controle biológico das pragas, além de apenas sementes selecionadas naturalmente sem quaisquer modificações genéticas. A agricultura orgâni- ca utiliza mão de obra numerosa, uma vez que o cuidado chega a ser individual com a planta, o que determina maiores custos, apesar de empregar menores índices de tecnologia. Como a produção de orgânicos é em menor escala, os produtos são mais caros do que os similares produzidos em larga escala. Nos cinturões verdes de várias regiões metropolitanas brasileiras, verifica-se o cultivo de hortifrutigranjeiros orgânicos. Agroecologia: estudo e prática da agricultu- ra a partir de uma perspectiva ecológica. Além disso, também tem sido caracterizada também como movimento social e político, se integran- do com conhecimentos de populações tradicio- nais, como comunidades indígenas, campone- sas, etc. Agrofloresta em Petrópolis - RS Questão Fundiária Brasileira Problemas fundiários Os problemas da estrutura fundiária brasileira se originaram na época do Brasil Colônia e foram se agra- vando até hoje, uma vez que a posse de terra, mesmo não utilizada, sempre foi entendida como sinônimo de riqueza, prestígio e poder. Com a independência do Brasil e, com a abolição do tráfico negreiro, foi instituída a Lei 601, ou Lei de Terras de 1850, com a finalidade de legalizar grandes extensões de terras por meio da “posse”. As terras devolutas (terrenos públicos ou do Estado) passaram a ser proibidas de ocupação, a não ser pela compra em dinheiro, o que dificultou o acesso a esse recurso a ex-escravos, imigrantes ou trabalhadores livres e pobres. Porém, se o ocupante pudesse compro- var a efetiva ocupação dessas terras por muito tempo, poderia receber a titulação de proprietário. Essa possibi- lidade permitiu que, por meio de documentos forjados, muitos fazendeiros aumentassem suas terras. Outro aspecto importante dessas distorções reside no fato de que o trabalho braçal – principalmente agrícola – nunca foi devidamente respeitado pela sociedade brasileira. É um dos ranços do escravagismo, já que o trabalho era tido como coisa de escravo, pois “pessoas de bem” não trabalhavam, principalmente com as mãos na terra. © Sh ut te rs to ck /L ui sa az ar a 18 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 14.01. São proprietários rurais que possuem terras com tamanho inferior ao módulo rural... a) atacadistas; b) minifundiários; c) boias frias; d) empresários do agribusiness; e) latifundiários. Até hoje a estrutura fundiária brasileira é caracteriza- da pelo predomínio de grandes propriedades voltadas para o agronegócio, que recebe de órgãos do governo maiores recursos para o financiamento da safra, apesar de a maior parte dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro serem produzidos pelos pequenos produtores rurais. Nos últimos anos tem ocorrido a redução das dimensões médias das propriedades rurais brasileiras. Apenas o estado de São Paulo apresentou um aumento de 4,4% nessas dimensões, de acordo com o Censo Agropecuário 1995/2006 do IBGE. Sem-terra É o nome que se dá ao trabalhador rural que não possui terra para trabalhar. Várias são as origens dos sem-terra: • desempregados braçais das cidades; • ilhéus de rios que tiveram suas áreas inundadas por hidrelétricas; • pequenos agricultores expulsos de suas terras pela ação de grileiros e jagunços; • pequenos agricultores expulsos de suas terras pelas mineradoras; • filhos de pequenos produtores rurais que saem por superpopulação na casa paterna; • pequenos proprietários rurais que foram tentar a vida na cidade e não se adaptaram; • pequenos proprietários que foram pressionados por latifundiários ou empresas a vender suas terras por preços irrisórios. Reforma agrária Corresponde à reformulação de toda a estrutura fundiária brasileira. Reforma agrária não significa “tirar terras de ricos e doar a pobres”, mas sim definir e impor a função social da terra, sendo que sua dinâmica com- porta aspectos legais, técnico-produtivos e, sobretudo, políticos. Em 30 de novembro de 1964, foi sancionado o Estatuto da Terra, criado para estabelecer base legal para a posterior reforma agrária e, entre outras finalidades, delimitar uma unidade legal de medida das propriedades, considerando-se a independência entre o tamanho e a situação geográfica. Essa unidade legal passou a se denominar de módulo rural. Módulo Fiscal “Área explorável que, em determinada posição do país, direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas adultas, corres- pondendo a 1000 jornadas anuais, absorva-lhes toda a força de trabalho em face do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e, conforme o tipo de explo- ração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhes a subsistência e o progresso social e econômico.” O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA – divulga regularmente a tabela com o módulo fiscal de todosos municípios brasileiros dimen- sionado em hectares. Segundo o Estatuto da Terra, as propriedades rurais são enquadradas em quatro tipos: latifúndio por dimensão, latifúndio por exploração, minifúndio e empresa rural. O latifúndio por dimensão é toda propriedade com mais de 600 vezes o módulo fiscal médio fixado para a respectiva região, independentemente de sua utilização. O latifúndio por exploração é toda propriedade com superfície entre uma e seiscentas vezes o módulo fiscal médio fixado para a região que não é explorada convenientemente e apresenta problemas de ordem social e econômica. O minifúndio é toda propriedade com superfície inferior a um módulo fiscal médio fixado para a região, sendo, portanto, antieconômica. A empresa rural é toda propriedade rural com super- fície entre um e seiscentos módulos fiscais médios fixados para a região, sendo explorada de maneira racional, com bons resultados econômicos e sem tensões sociais. Aula 14 19Geografia 4B 14.02. Sobre a questão fundiária brasileira, de acordo com o Estatuto da Terra, um LATIFÚNDIO: a) é toda propriedade improdutiva. b) é o mesmo que minifúndio. c) é a propriedade rural que de acordo com a localização e o nível tecnológico satisfaça as necessidades de uma família. d) é toda propriedade com produção voltada exclusivamen- te à exportação. e) é toda propriedade com área igual ou superior a 600 vezes o módulo rural regional. 14.03. (CECIERJ – RJ) – Analise o texto a seguir. A QUESTÃO AGRÁRIA Quando falamos da questão agrária no Brasil, es- tamos nos referindo à ocupação, posse e distribuição das terras, tanto em seus aspectos históricos quanto em seus aspectos geográficos. Nesse sentido, a dis- tribuição das terras esteve diretamente ligada à colo- nização do nosso país, que foi responsável por um processo de ocupação que privilegiou apenas as elites econômicas da época, excluindo principalmente os indígenas, os negros e os pobres. Disponível em: <http://escolakids.uol.com.br/questao-agraria-nobrasil.htm>. Acesso em: 20 out. 2016. Quanto à estrutura fundiária, a questão agrária no Brasil se amplia devido à persistência histórica do seguinte fator e sua consequência: a) Biopirataria, que reduz a diversidade biológica da área rural. b) Latifúndio, que agrava a concentração da propriedade da terra. c) Ecoturismo, que ativa o afluxo de população pobre para o campo. d) Monocultura, que reproduz o cultivo dos mesmos gêneros agrícolas 14.04. (UFU – MG) – A Lei n°. 601, de 18 de setembro de 1850, ficou conhecida como a “Lei de Terras” no Brasil Imperial. Sobre as consequências desta lei para o Brasil, é correto afirmar que: a) Esta lei tornou possível a compra e a regulamentação de terras, inclusive por pequenos proprietários, alterando as formas de acesso à propriedade fundiária no país. b) A “Lei de Terras” deu aos grandes proprietários a possibili- dade de aumentar suas posses e de regularizá-las junto ao governo, mediante o pagamento de um imposto adicional. c) A “Lei de Terras” iniciou a reforma agrária no Brasil, pos- sibilitando a divisão dos latifúndios improdutivos entre os sem-terra, o que inaugurou uma nova era de política agrária no país. d) Esta lei tornou possível a doação das terras devolutas a pe- quenos e a grandes proprietários, brasileiros e estrangei- ros, para a formação de novas colônias agrícolas no país. Aperfeiçoamento 14.05. (MACK – SP) – A respeito das técnicas de cultivos e de sistemas agrícolas praticados no mundo, marque (V) para verdadeiro e (F) para falso. ( ) A agricultura itinerante representa um dos primeiros sistemas praticados pelo homem. Nela, as técnicas es- tão ligadas à derrubada de mata nativa com o objetivo de liberação do solo para o cultivo, à queima para lim- peza do terreno e é desprovida de investimentos finan- ceiros. Um exemplo desse tipo de prática é a coivara. ( ) A agricultura de jardinagem surgiu nas regiões centrais da Austrália e é um reflexo da adaptação dos povos às condições naturais. Com a intensa sazonalidade das monções, caracteriza-se por um tipo de cultivo onde a divisão do terreno em seções viabiliza o cultivo da rizicultura de inundação. Essa prática milenar coloca o país como maior produtor de grãos do mundo. ( ) A agricultura comercial é uma modalidade onde a pro- dução se faz em larga escala e é voltada para os mer- cados externo e interno. Pode ser dividida em intensiva ou extensiva. A primeira é praticada em pequenas pro- priedades com uso reduzido de fertilizantes, defensi- vos químicos e baixos investimentos de capitais e pes- quisa científica. Já a segunda visa ao mercado externo e tem como base a mão de obra qualificada e uso de alta tecnologia. ( ) A hidroponia e a agricultura orgânica são consideradas as produções do futuro. A primeira é uma técnica que dispensa a necessidade de solo. Os vegetais são culti- vados em tubos onde recebem uma solução rica em nutrientes e, assim, se desenvolvem. A segunda con- siste no uso de elementos naturais para realização da produção, pois não são utilizados defensivos químicos ou agrotóxicos. Valorizam a rotação de culturas e o uso consciente dos recursos hídricos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F-V-V-F d) V-V-V-V b) F-V-F-V e) V-F-V-V c) V-F-F-V 14.06. (ACAFE – SC) – Assinale com V as afirmações verda- deiras e com F as falsas. ( ) Uma das fontes da concentração de terras no Brasil nas mãos de poucos está na Lei de Terras de 1850. ( ) A expansão do agronegócio no meio rural brasileiro tem aumentado a produção e provocado o êxodo rural. ( ) O agrobusiness tem levado o conflito para o campo bra- sileiro, principalmente com o Movimento dos Sem Terras. ( ) A questão agrária brasileira está praticamente resolvida com a distribuição de terras através da Reforma Agrária. ( ) Um dos graves problemas do meio rural é o uso inten- sivo de produtos químicos e de sementes genetica- mente modificadas. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) F - V - F - V - F c) F - F - V - F - V b) V - F - V - F - V d) V - V - V - F - V 20 Extensivo Terceirão 14.07. (UFPR) – Leia o texto abaixo: De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a agroecologia pode duplicar a produção ali- mentar em 10 anos. Afirma ainda que o modelo agríco- la dominante, baseado em monoculturas, na utilização massiva de agrotóxicos, fertilizantes e outros insumos, demonstrou não ser a melhor opção no atual contexto. Já há o reconhecimento dos efeitos positivos da agroe- cologia sobre a produção alimentar no que se refere à redução da pobreza e à mitigação dos efeitos nas mudan- ças climáticas, entre outros aspectos. Contudo, o Estado tem papel fundamental no fortalecimento dessa prática ancestral: “As empresas privadas não investirão tempo e dinheiro em práticas que não podem proteger com patentes e que não pressuponham uma abertura dos mercados para novos produtos químicos ou sementes melhoradas”, afirma Schutter, relator especial da ONU. Adaptado de: <http://www.mst.org.br/Agroecologia-pode-dobrar-producao- -de-alimentos-em-10-anos>. Acesso em 20 mar. 2011. Com base no texto, é correto afirmar: a) A agroecologia, por estar atrelada a práticas monocultoras, será a saída para o colapso da falta de alimentos no mundo. b) As práticas agroecológicas possuem técnicas que interrom- pem as mudanças climáticas que estão em curso no planeta. c) As empresas privadas se contrapõem às práticas agroe- cológicas por causa do comprovado impacto ambiental pernicioso à biosfera que estas geram. d) O modelo agrícola dominante fracassou porque os em- presários pouco investiram em pesquisas e tecnologias voltadas à agricultura monocultora. e) A ONU referenda modelos de agricultura sustentáveis porque são mais adequados aos ecossistemas e ao de- senvolvimento social local. 14.08. (UEM – PR) – A respeito da produção agropecuária, assinale o que for correto. 01) Agrobusinessou agronegócio refere-se ao conjunto de atividades comerciais e industriais vinculadas à produ- ção agropecuária. 02) Commodities designam produtos de origem agrope- cuária, processados pela indústria e comercializados dentro do país onde foram produzidos. 04) Estrutura fundiária se refere ao modo de utilização do solo e à intercalação de cultivos em uma determinada propriedade agropecuária. 08) Agricultura familiar é a produção agropecuária que aten- de apenas às necessidades de consumo do produtor e de sua família, sem empregar trabalhadores contratados. 16) Agricultura de jardinagem designa o cultivo residencial de produtos orgânicos. 14.09. (FACIMED – RO) – Sobre o processo de mecanização do campo brasileiro, assinale a afirmativa INCORRETA. a) Um aspecto importante da modernização agrícola foi a abertura da fronteira agrícola da região Norte, na década de 1940, cujo objetivo foi o de acelerar o processo de Reforma Agrária e abrir mercado consumidor para as tecnologias da modernização agrícola. b) Apesar das dificuldades no acesso ao crédito agrícola, a agricultura familiar é o segmento da agropecuária brasileira responsável por cerca de 70% da produção de alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. c) Posseiros são agricultores que se apropriam de terras devolutas, formando pequenas e médias propriedades nas quais cultivam produtos alimentares com uso da mão de obra da família e, muitas vezes, sem adquirir as tecnologias agrícolas modernas. d) Especialmente em áreas de fronteira agrícola (abertas ao consumo das novas tecnologias agrícolas), há a figura do grileiro: personagem que busca se apossar de propriedade alheia por meio da utilização de falsas escrituras de terra, ou mesmo recorrendo à violência. 14.10. (URCA – CE) – Sobre sistemas agrários, leia as afirma- tivas abaixo e indique a alternativa correta: I. Agrossistema é um tipo (ou modelo) de produção ou agropecuária em que se observa que cultivos ou cria- ções são praticados, quais as técnicas e como se dá a relação da agricultura com o espaço e qual é o destino da produção. II. A Agricultura de Jardinagem consiste na inovação do uso de telhados urbanos para o plantio ou cultivo de hortaliças e flores. A proposta visa tornar a cidade mais “verde” além de favorecer o microclima. III. Do ponto de vista ambiental a Revolução Verde, assim identificada, proporcionou uma agricultura sem contami- nação de alimentos nem das águas por ela utilizadas. Isso possibilitou uma preservação maior da biodiversidade na área onde é praticada. IV. Dentre os sistemas agrários tradicionais podemos citar o Pastoreio Nômade ou Transumante, muito comum nas regiões áridas ou semiáridas. Consiste na criação de ani- mais (cabras, ovelhas ou vacas) constantemente levados de um lugar a outro em busca de água e de pastos que não estejam secos. a) I, III e IV estão corretas. b) II, III e IV estão corretas. c) I e IV estão corretas. d) II e IV estão corretas. e) II e III estão corretas. Aula 14 21Geografia 4B Aprofundamento 14.11. (UNICENTRO – PR) – A agricultura brasileira, ao introduzir os modos de produção capitalista, combinou o trabalho assalariado com relações camponesas de produção, através do trabalho familiar. Nesse contexto, transformou a organização do espaço geográfico e modificou os padrões de comportamento da sociedade. Analisando-se as informações e associando-as aos conhecimentos sobre a questão agrícola no Brasil, é correto afirmar: a) A posse da terra se democratizou, e o padrão de vida da população rural melhorou significativamente. b) Novos cultivos foram introduzidos, objetivando a autos- suficiência do país em relação à matéria-prima utilizada na indústria. c) Os hábitos alimentares dos brasileiros se modificaram com o cultivo de novos produtos, e a questão nutricional melhorou, expressivamente, em todas as regiões. d) O processo de desenvolvimento capitalista no campo passou a ser marcado pela industrialização, limitado, porém, à região Centro-Sul. e) A marca principal da industrialização da agricultura é a territorialização do capital, sobretudo dos monopólios. 14.12. (PUC – SC) – “A reforma agrária é o conjunto de medidas para promover a melhor distribuição da terra mediante modificações no regime de posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social, desen- volvimento rural sustentável e aumento de produção (Estatuto da Terra - Lei nº. 4504/64)”. Fonte: Site do INCRA. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/reformaagraria>. No que se refere ao tema reforma agrária, o texto acima cons- trói uma definição bastante precisa. Pertinente ao campo de interesses da Geografia, em várias de suas áreas, a temática se tornou fonte recorrente de discussões nas últimas déca- das. Considerando a definição acima e seus conhecimentos prévios, assinale a alternativa incorreta. a) Dentre os vários temas relevantes para se compreender a estrutura econômica da produção agropecuária brasi- leira temos a questão da posse da terra e a concentração fundiária. b) A reforma agrária está diretamente relacionada com jus- tiça social, mas também com as temáticas da segurança alimentar e da agricultura familiar. c) Reforma Agrária é um tema de debate recorrente na história do Brasil, sendo bandeira política de boa parte das legendas partidárias de direita. Justiça social é um dos pilares ideológicos do espectro político de direita. d) Um dos fundamentos históricos da concentração fundi- ária pode ser demarcado no período colonial brasileiro, uma vez que o sistema utilizado para dividir e ocupar o território se baseava não somente em grandes proprieda- des, mas também na monocultura de exportação. e) Por concentração fundiária – um dos aspectos relaciona- dos com a reforma agrária – podemos entender a con- centração da propriedade de extensas faixas territoriais nas mãos de um ou poucos proprietários. 14.13. (UFPR) – Os índices mínimos de uso da terra utilizados atualmente pelo INCRA para que ela cum- pra sua função social foram elaborados em 1980, com base nos indicadores de produtividade das lavouras e dos rebanhos por hectare, levando-se em conta o nível técnico da agropecuária, segundo os dados do censo agropecuário de 1975 do IBGE. Hoje eles estão com- pletamente defasados, pois, por exemplo, no estado de São Paulo, basta produzir 1 900 kg/hectare de milho para que a propriedade seja considerada produtiva. Entretanto, a produtividade média do milho nesse es- tado na safra de 2005/6 foi de 4 150 kg/ha. E por que até agora esses índices não foram atualizados? Porque assim imóveis com baixas produtividades escapam da desapropriação e da reforma agrária. Adaptado de: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. “Me engana que eu gosto”: A não atualização dos índices de produtividade da terra no governo Lula. Rádio Agência Notícias do Planalto, 26 mar. 2007. A respeito desse tema, considere as seguintes afirmativas: 1. A expansão das áreas para agropecuária, elevando os indicadores de produtividade, mostra que os índices de uso da terra não precisam ser atualizados, pois ainda estão de acordo com as necessidades do campo. 2. O debate sobre a atualização dos índices de produtivida- demostra que, na dinâmica da reforma agrária, convergem aspectos legais, técnico-produtivos e, sobretudo políticos. 3. A mudança dos indicadores da função social da terra ajuda a reforma agrária, pois mostra que esta deve ser implementada onde não foram alcançados altos índices de produtividade. 4. A resistência à atualização dos índices de produtividade revela a manutenção do latifúndio, que teve sua origem na forma de repartição da terra realizada pelos portugueses após a conquista e se prolonga até os nossos dias, como uma estrutura produtiva que condena o campo à subutilização. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 22 Extensivo Terceirão 14.14. (PUCPR) – Segundo o Estatuto da Terra, “módulo rural” é um imóvel que “direta e pessoalmente é explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorve toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômicos”. O módulo rural é fixado de acordo com a região e o tipo de exploração. Segundo o conceito anterior, o Estatuto dividiu os imóveis em quatro categorias: minifúndio, latifúndio por dimensão, latifúndio por exploração e empresa rural. Entende-se por latifúndio de exploração: a) aquele correspondente aos imóveis de até 600 módulos rurais, onde a terra é mantida inexplorada, com fins es- peculativos, ou, então, é explorada de forma deficiente e inadequada. b) propriedades agrárias exploradas economicamente com área superior a 600 módulos rurais. c) propriedades agrárias com área superior a 600 vezes o módulo rural da região. d) toda a propriedade inferior ao módulo rural da região. e) imóveis explorados de forma econômica e racional, com uma área que no máximo chega a 600 módulos rurais. 14.15. (UFPR) – A produção agrícola e pecuária está su- bordinada a leis biológicas que atuam como obstáculos para o desenvolvimento de processos produtivos contí- nuos, como os que existem na indústria, pois é preciso respeitar o ciclo de vida das plantas e animais e o regime de chuvas, entre outros fatores naturais. Para minimizar es- sas restrições, as empresas agropecuárias vêm adotando, desde a Revolução Verde, tecnologias que artificializam o processo de desenvolvimento dos organismos vivos, as quais levam a um crescimento acelerado da produção e da produtividade, mas também ocasionam diversos pro- blemas ambientais e de saúde pública. Sobre esse tema, é INCORRETO afirmar: a) A forte expansão da agricultura no Centro-Oeste e Norte do Brasil tem sido possível pelo desenvolvimento de tec- nologias agrícolas específicas para o clima dos trópicos, as quais seguem a lógica produtivista da Revolução Verde. b) As monoculturas representam uma simplificação extre- mada dos ecossistemas agrícolas, o que amplia a vulne- rabilidade da agricultura às pragas. c) O aprimoramento genético e a alimentação à base de ração reduziram as idades mínimas de abate dos ani- mais, mas a qualidade nutricional das carnes tem sido questionada. d) Os altos investimentos em tecnologia agropecuária pre- cisam ser repassados para os preços dos alimentos, o que tem agravado o problema da fome no Brasil. e) A tecnologia permitiu o cultivo intensivo de grãos no cer- rado, diminuindo drasticamente a elevada biodiversidade própria desse domínio de vegetação. 14.16. (PUC – SC) – A agricultura brasileira é um dos setores econômicos que envolvem consideravelmente o desenvolvi- mento do país. A respeito desse tema, analise as alternativas e assinale a correta: a) O Brasil é um dos maiores exportadores de tabaco, laranja, cana-de-açúcar e café. Atualmente o país destaca-se como o maior exportador de soja no mundo, ultrapas- sando os Estados Unidos. b) Ótimas condições de solo e clima são as razões que tornam o Brasil autossuficiente. O trigo é um dos exemplos; além de suprir a demanda do mercado interno, esse produto está no ranking das exportações brasileiras, destacando o Brasil como maior produtor e exportador mundial. c) A estrutura fundiária brasileira sempre ganhou destaque. Desde o final do Séc. XVIII e começo do Séc. XIX, as terras eram bem distribuídas, possuíam um ótimo aprovei- tamento agrícola. Na época, o Brasil sobressaía-se até mesmo dos Estados Unidos e Canadá. d) Em 1964 foi criado no Brasil o Estatuto da Terra, que regu- lamentava a produção de transgênicos no país, visto que produtos assim modificados possuíam maior resistência a qualquer tipo de praga; logo, desempenharia um avanço no mercado agrícola. e) Nos minifúndios brasileiros existe um subaproveitamento da terra, ou seja, ela é parcialmente aproveitada. Algumas vezes nem chega a ser explorada, transformando-se em objeto de especulação. 14.17. (UNESPAR – PR) – A agricultura familiar ganha cada vez mais importância no mundo. O ano de 2014 foi consi- derado pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF), fruto da iniciativa de movimentos sociais do campo com apoio de vários go- vernos, inclusive do Brasil. Considerando a agricultura familiar no Brasil, é correto afirmar que: a) A agricultura familiar é responsável pela maior parte da alimentação básica do dia a dia do brasileiro, mas como a produção brasileira de gêneros alimentícios não é sufi- ciente, é necessário importar a maior parte dos produtos alimentícios consumidos no Brasil; b) A agricultura de base familiar tem se destacado princi- palmente pela exportação da maior parte dos produtos agropecuários das lavouras brasileiras; c) A maior parte das terras cultivadas no Brasil é ocupada pelas lavouras da agricultura familiar, devida sua impor- tância na produção dos alimentos básicos; d) A agricultura familiar é uma forma de produção onde são os agricultores familiares que dirigem o processo produtivo, dando ênfase na diversificação e utilizando o trabalho familiar, eventualmente complementado pelo trabalho assalariado; e) Com a modernização da agricultura, os agricultores fa- miliares não têm problemas com o cultivo do solo, com a produção de alimentos e com sua comercialização, competindo igualmente no mercado com os grandes produtores de grãos. Aula 14 23Geografia 4B 14.18. (UFJF – MG) – Agricultura Camponesa Tabela 2 Tabela 1 Créd ito Créd ito Terr asTerr as Prod ução Glob al Prod ução Glob alPr odu ção de C omi da Prod ução de C omi daMão de o bra ocup ada Mão de o bra ocup ada 80 14% 24% 40% 70% 74% 60 40 20 70 50 30 10 0 86% 76% 60% 30% 26% 00 80 60 40 20 0 Agronegócio Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/consea/eventos/mesas-de-controversias/terra-eterrito- rio-2014/bernardo-mancano.pdf>. Acesso em: 30 out. 2015. A partir do gráfico e das características da estrutura agrária brasileira, reconhece- -se que: a) a agricultura camponesa ocupa 24% das terras porque é formada por grandes propriedades rurais. b) a agricultura camponesa ocupa 74% da mão de obra porque utiliza um grau de mecanização inferior ao agronegócio. c) a agricultura camponesa prioriza a produção de commodities, por isso obtém o total de 14% do crédito agrícola brasileiro. d) o agronegócio obtém 86% do crédito porque suas terras têm baixa fertilidade e ocupam as encostas. e) o agronegócio participa com 60% da produção global porque produz para o mercado interno brasileiro. Desafio 14.19. (UNIOESTE – PR) – “O estudo da agricultura brasileira deve ser feito no bojo da compreensão dos processos de desenvolvimento do modo capitalista de produção do território brasileiro. [...]. Esse processo deve ser entendido também no interior da economia capitalista atualmente internacionalizada, que produz e se reproduz em diferentes lugares do mundo, criando processos e relações de interdependência entre Estados, nações e sobretudo empresas”. (OLIVEIRA, A. U. de. Agricultura brasileira: transformações recentes. In__: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2003, p. 467-534). Considere a informação acima e assinale a alternativa incorreta. a) A evolução da agricultura capitalista ocorreu após a Revolução Industrial e o crescimento da população urbana e da população total global, o que demandou maior quantidade de produtos agrícolas. O aumento da produtividade, sem ne- cessariamente ampliar a área de cultivo, foi possível devido à Revolução Agrícola. b) A Revolução Verde configurou- -se como um pacote tecnológico com novas técnicas de cultivo, equipamentos para mecanização, fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes selecionadas. Foi con- cebida pelos Estados Unidos
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