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1
17
Aula 
5B
Português
Voz passiva – Adjuntos 
adverbiais
Voz passiva 
Neste tipo de oração, o sujeito sofre a ação expressa 
pelo verbo. Portanto, ele é o paciente.
Certas pessoas são pioradas pelo tempo.
a) A locução “são pioradas” concorda com a expressão 
plural “Certas pessoas” – que é o sujeito; 
b) semanticamente, “Certas pessoas” é o paciente da 
ação verbal, daí a voz passiva. 
Por que “pelo tempo” não pode ser sujeito?
1º. ) A forma verbal está no plural, portanto não 
concorda com o termo “pelo tempo”;
2º. ) “pelo tempo” é marcado por preposição, por 
isso não pode funcionar como sujeito.
CERTAS 
PESSOAS
SÃO 
PIORADAS PELO TEMPO
Sintaxe sujeito locução passiva
agente da 
passiva
Semântica paciente ação agente
Agente da passiva
A função sintática de agente da passiva, como o 
nome diz, só pode aparecer – se for o caso – em uma 
situação tal em que o sujeito sofra a ação, ou seja, na voz 
passiva da oração, é claro.
Isso quer dizer que é impossível aparecer a função 
sintática de agente da passiva em uma frase na qual o 
sujeito pratique a ação.
Marcas do agente da passiva
1a. ) Tem relação de coesão com o verbo (“pelo tempo” 
→ “são pioradas”)’;
2a. ) apresenta preposição obrigatória;
3a. ) sempre vai indicar, semanticamente, aquele que 
pratica a ação verbal sobre o sujeito da voz passiva.
 I. A vida é marcada por surpresas.
 II. Infelizmente, nem todas as questões são resolvidas 
pelo diálogo.
III. Crianças são mais influenciadas pela publicidade.
sujeito / paciente agente da passiva / agente
sujeito / paciente
agente da passiva / agente
sujeito / paciente agente da passiva / agente
Esquematizando, temos
VOZ ATIVA → SUJ. AGENTE + VERBO DE AÇÃO 
+ OBJ. PACIENTE
VOZ PASSIVA → SUJ. PACIENTE + LOC. VERBAL 
DE SENTIDO PASSIVO + AGENTE DA PASSIVA
Transformação de voz
A mudança da voz ativa para a passiva (ou vice-versa) 
apresenta as seguintes operações:
1. O sujeito da voz ativa se torna o agente da passiva.
2. O objeto direto da voz ativa se torna sujeito da voz passiva.
3. A voz passiva analítica apresenta uma forma verbal a mais do que a frase na voz ativa.
• A voz passiva com mais de uma forma verbal é a voz passiva analítica.
Esquematicamente:
Ela havia jogado fora todos aqueles sonhos. VOZ ATIVA
Todos aqueles sonhos haviam sido jogados fora por ela. VOZ PASSIVA
objeto pacientesujeito agente
agente da passivasujeito paciente
Fique atento!
OBJETO INDIRETO AGENTE DA PASSIVA
 • relacionado a um verbo • relacionado a um verbo
 • marcado por preposição • marcado por preposição
 • indicando o paciente ou o destinatário de uma ação verbal • indicando o agente de uma ação verbal
Adjunto adverbial
Recordemos as funções sintáticas relacionadas a verbo vistas até aqui e seus respectivos papéis semânticos: 
• Sujeito – agente ou paciente, dependendo do contexto;
• Objeto direto – paciente, sem preposição obrigatória;
• Objeto indireto – paciente ou destinatário, sempre com preposição obrigatória;
• Agente da passiva – agente, sempre com preposição obrigatória.
Leia, a seguir, o texto sobre uma bela vitória de um jovem estudante no Piauí.
Filho de pedreiro e de catadora se forma em Direito e homenageia pais no Piauí
Filho de pedreiro e de catadora de castanhas, o 
estudante de direito Ismael do Nascimento Silva, 
25, emocionou quem estava presente na colação 
de grau dele ocorrida em Teresina (PI), na noi-
te da última sexta-feira (11). O jovem subiu no 
tablado da área de entrega do diploma carre-
gando um banner destacando a origem humilde 
da família. “O filho do pedreiro com a catadora 
de castanhas também venceu”, dizia a faixa com 
a hashtag #MeusPaisMeusHeróis.
A história de superação de Silva ganhou as re-
des sociais no fim de semana com a divulgação 
das fotos da formatura pela empresa que regis-
trou as imagens. A fotografia dele com a faixa está 
com centenas de compartilhamentos e mensa-
gens parabenizando-o pela conquista.
Em entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (14), Silva disse estar assustado com a repercussão da ho-
menagem que fez aos pais porque queria mostrar “que profissão deles também é digna e que todos podem 
conseguir superar as dificuldades”.
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2 Extensivo Terceirão
“Meus pais me deram oportunidade para que eu conseguisse me formar em direito. Apesar de não terem 
condições, me deram assistência financeira para me manter no curso. Os dois entraram na colação de grau 
comigo porque são meus maiores exemplos de humildade, honestidade, dedicação e amor”, afirmou o novo 
advogado.
A mãe dele cursou até o 3º. ano do ensino fundamental e o pai até o 1º. ano do ensino médio. Silva é o 
primeiro da família a concluir um curso superior. “Eles estão muito orgulhosos e eu também porque passei 
no exame da OAB quando estava no 9º. período.” No dia 11 de agosto, ele recebeu a carteira da ordem para 
poder exercer a profissão já depois da formatura.
“Minha vida não foi fácil. Aos 10 anos comecei a trabalhar para ajudar a minha mãe, pois meus pais são 
separados. Vendi ‘sacolé’, espetinho de carne, milho cozido. As dificuldades financeiras me incentivaram a 
estudar. Estou na metade do meu projeto de vida ainda, com essa formatura, mas ainda quero passar 
num concurso público para ter estabilidade e organizar a vida financeira da minha família”, contou Silva.
Ele cursou direito em uma faculdade particular em Teresina como bolsista do Prouni (Programa Uni-
versidade para Todos), do Ministério da Educação. Para pagar o transporte, os livros e demais materiais 
durante o curso, o estudante conseguiu uma vaga como instrutor de Badminton num clube próximo à 
faculdade.
http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/09/14/filho-de-pedreiro-e-catadora-se-forma-em-direito-e-homenageia-pais-no-pi.htm
Se você se propuser a estabelecer as relações de coesão neste texto, observará que todas as expressões destacadas 
aqui têm ligação com um núcleo verbal.
Atenção! Há outras palavras e expressões ligadas a verbo e que não estão sublinhadas. Por quê? 
Por uma questão semântica. 
Novamente atento, você poderá perceber que todos os termos aqui relacionados a verbo NÃO desempenham 
papel nem de agente nem de paciente da ação verbal. Funções sintáticas de agente e de paciente já foram vistas por 
você e foram listadas anteriormente.
Neste caso, agora, temos palavras e expressões que, ligadas ao verbo, não representam nem o agente nem o 
paciente da ação, mas indicam ideias, circunstâncias sob as quais a ação verbal se dá.
A esse tipo de expressão, que sempre enriquece o sentido da ação verbal, atribui-se a função sintática de adjunto 
adverbial.
Procure se lembrar das características da classe de palavras conhecida como advérbio:
Estudo bastante
Não estudo bastante
advérbio, pois modifica o sentido da ação verbal
advérbio advérbio
Nem sempre essa modificação se dá por causa de uma palavra apenas, mas por uma expressão, que passa a ter 
valor adverbial.
Às vezes, leio com muita atenção.
locução adverbial locução adverbial
Se você se lembrou de como o advérbio funcionava, não terá dificuldades em entender o adjunto adverbial¸ que 
nada mais é do que o nome que damos à função sintática exercida por um advérbio ou uma expressão adverbial na 
frase.
Quer dizer que todo advérbio funciona como adjunto adverbial? Sim, porque, ligado ao verbo, ele não assume 
nem o papel de agente nem o de paciente.
3Português 5B
Aula 17
EM 2015, A INTOLERÂNCIA MOSTROU CLARAMENTE SUA CARA NO BRASIL
Semântica tempo agente ação modo paciente lugar
Sintaxe adj.adverbial sujeito VTD adj.adverbial OD adj.adverbial
O adjunto adverbial, enfim, 
a) é termo ligado ao verbo;
b) pode aparecer com ou sem preposição;
c) indica circunstância da ação verbal.
Tipos de adjunto adverbial
Entre os casos principais, destacam-se os de
a) Tempo
 Indica o momento, o período em que ocorreu a ação verbal. Pode ser representado por locuções ou advérbios 
como hoje,ontem, amanhã, já, ainda, agora.
 (1) AGORA, eles estão mais felizes ainda.
 (2) Francisco nasceu EM 2010.
b) Lugar
 Indica o local onde a ação ocorreu, ou ainda o local para onde se vai, por onde se passa ou donde se vem. Pode ser 
representado por locuções ou por advérbios como aqui, lá, ali.
 (3) EM CURITIBA, a violência aumenta a cada dia.
 (4) “As aves que AQUI gorjeiam não gorjeiam como LÁ.” (Gonçalves Dias)
c) Modo
 Indica a maneira como a ação ocorreu. É um conceito essencialmente abstrato. Vocábulos como bem e mal costu-
mam funcionar como adjuntos adverbiais de modo. Também é comum o uso de advérbios com o sufixo –mente, 
além de locuções com sentido equivalente.
 (5) Fumantes geralmente se alimentam MAL.
 (6) DISPLICENTEMENTE, o craque se encaminhou para a bola.
d) Meio ou instrumento
 Não há, na prática, distinção entre essas duas noções. Elas expressam um conceito mais concreto do que a circuns-
tância de modo. Indicam o equipamento, o aparelho, a máquina, o instrumento propriamente dito com que se 
realiza a ação.
 (7) Vá DE METRÔ até o estádio.
 (8) Você fez tudo isso A LÁPIS?
e) Intensidade
 Indica quão intenso é um processo. Essa circunstância é expressa basicamente por advérbios como muito, pouco 
e bastante.
 (9) Alguns sabem POUCO e falam MUITO.
f) Causa
 Expressa a razão, o motivo, a justificativa para algum fato. Esse tipo de adjunto adverbial se apresenta normalmente 
com locuções introduzidas pelas preposições de ou por, ou expressões como devido a.
(10) POR DESPEITO, critica a todos.
(11) DE MEDO, saiu rapidamente da sala.
4 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
17.01. (UNIFESP) – “Em sua teoria da relatividade geral, 
ele mostrou que a presença de massa (ou de energia) 
também influencia a passagem do tempo, embora esse 
efeito seja irrelevante em nosso dia a dia.” 
Ao se converter o trecho destacado para a voz passiva, o 
verbo “influencia” assume a seguinte forma: 
a) é influenciada. 
b) foi influenciada. 
c) era influenciada. 
d) seria influenciada. 
e) será influenciada. 
17.02. (FATEC – SP) – Observe o trecho: “e assim recebi o 
livro na mão(...)”
Ao passar a oração sublinhada nesse trecho para a voz passiva 
analítica, teremos: 
a) O livro era recebido por mim. 
b) O livro é recebido por mim. 
c) O livro será recebido por mim. 
d) O livro foi recebido por mim. 
e) O livro seria recebido por mim. 
17.03. Tendo como referência os termos em destaque, 
relacione a 2ª. coluna de acordo com a primeira:
a – A palestra do professor foi aplaudida com entusiasmo.
b – Visitará o litoral nordestino no próximo ano.
c – Com a chuva intensa, não fomos à exposição do 
museu.
d – Fiquei muito emocionada com sua ajuda.
( ) adjunto adverbial de intensidade
( ) adjunto adverbial de modo
( ) adjunto adverbial de causa
( ) adjunto adverbial de tempo
Instrução: Leia o trecho do livro Bem-vindo ao deserto do 
real!, de Slavoj Žižek, para responder à questão 17.04. 
Numa antiga anedota que circulava na hoje 
falecida República Democrática Alemã, um ope-
rário alemão consegue um emprego na Sibéria; 
sabendo que toda correspondência será lida pe-
los censores, ele combina com os amigos: “Vamos 
combinar um código: se uma carta estiver escrita 
em tinta azul, o que ela diz é verdade; se esti-
ver escrita em tinta vermelha, tudo é mentira.” 
Um mês depois, os amigos recebem uma carta 
escrita em tinta azul: “Tudo aqui é maravilhoso: 
as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os 
apartamentos são grandes e bem aquecidos, os 
cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas 
garotas, sempre prontas para um programa – o 
único senão é que não se consegue encontrar tinta 
vermelha.” Neste caso, a estrutura é mais refinada 
do que indicam as aparências: apesar de não ter 
como usar o código combinado para indicar que 
tudo o que está dito é mentira, mesmo assim ele 
consegue passar a mensagem. Como? Pela intro-
dução da referência ao código, como um de seus ele-
mentos, na própria mensagem codificada.
(Bem-vindo ao deserto do real!, 2003.)
17.04. (UNESP – SP) – “Um mês depois, os amigos recebem 
uma carta escrita em tinta azul [...].”
Assinale a alternativa que expressa, na voz passiva, o conte-
údo dessa oração. 
a) Um mês depois, uma carta escrita em tinta azul seria 
recebida pelos amigos. 
b) Os amigos deveriam ter recebido, um mês depois, uma 
carta escrita em tinta azul. 
c) Um mês depois, uma carta escrita em tinta azul foi rece-
bida pelos amigos. 
d) Um mês depois, uma carta escrita em tinta azul é recebida 
pelos amigos. 
e) Os amigos receberiam, um mês depois, uma carta escrita 
em tinta azul. 
Aperfeiçoamento
17.05. Relacione os adjuntos adverbiais às suas respectivas 
classificações:
I. Afirmação
II. Assunto
III. Causa
IV. Dúvida
V. Fim, finalidade
a) ( ) Conversaremos sobre a reunião.
b) ( ) Talvez seja melhor alterarmos a programação de 
estudos.
c) ( ) Ela vive para o marido.
d) ( ) Com certeza, nós iremos à formatura.
e) ( ) O lago secou com o calor.
17.06. (UNIFESP) – Ao se transpor a frase “Às vezes guarda-
vam-se joias nas capelas, enfeitando os santos.” para a voz 
passiva analítica, o termo sublinhado assume a seguinte 
forma: 
a) seriam guardadas. 
b) fossem guardadas. 
c) foram guardadas. 
d) eram guardadas. 
e) são guardadas. 
Aula 17
5Português 5B
17.07. Assinale a alternativa que indica a frase que contém 
um adjunto adverbial de causa:
a) Jamais duvide de seus amigos.
b) Mande o produto pelo correio.
c) Devido ao mau tempo, não saiu do escritório.
d) Nos últimos anos, vivia amargo e indisposto.
e) No tribunal, a principal testemunha emudeceu.
17.08. (UEFS – BA) – 
“A microbiologia e a meteorologia explicam hoje o que, 
há alguns séculos, era considerado causa suficiente para 
queimar mulheres na fogueira.” 
Na voz passiva, o trecho transcrito assume a seguinte re-
dação: 
a) O que, há alguns séculos, era considerado causa suficiente 
para queimar mulheres na fogueira é explicado hoje pela 
microbiologia e pela meteorologia. 
b) A microbiologia e a meteorologia explicariam hoje o que, 
há alguns séculos, era considerado causa suficiente para 
queimar mulheres na fogueira. 
c) O que, há alguns séculos, era considerado causa suficiente 
para queimar mulheres na fogueira seria explicado hoje 
pela microbiologia e pela meteorologia. 
d) A microbiologia e a meteorologia explicaram hoje o que, 
há alguns séculos, era considerado causa suficiente para 
queimar mulheres na fogueira. 
e) O que, há alguns séculos, era considerado causa suficiente 
para queimar mulheres na fogueira foi explicado hoje pela 
microbiologia e pela meteorologia. 
17.09. Indique as circunstâncias expressas pelos adjuntos 
adverbiais em destaque, valendo-se do código a seguir:
C – causa 
D – dúvida 
I – intensidade 
L – lugar 
M – modo 
T – tempo 
a) É triste demais saber que, neste ambiente, muitos 
ainda morrem de inanição.
b) A diretora é muito dinâmica: age às pressas e sem 
medo.
c) A cigarra, símbolo da ociosidade, morre de fome e 
frio no inverno. 
d) Com extrema dificuldade, o boxeador conseguiu pôr 
no chão o seu adversário.
e) Com o fim das aulas, os alunos provavelmente 
voltarão para suas cidades de origem.
f ) De acordo com a direção, talvez o professor falte no 
período da noite.
g) Agora o empresário tenta, inescrupulosamente, con-
vencer os acionistas de que lutou muito pelo bem-estar 
dos funcionários.
h) À noite, vislumbrou no alto da montanha um sujeito 
extremamente alto.
17.10. (ESPCEX – SP) – No fragmento: A designação gó-
tico, na literatura, associa-se ao universo cadente..., a 
expressão na literatura está separada por vírgulas porque 
se trata de um(a) 
a) adjunto adverbial deslocado. 
b) aposto do termo gótico. 
c) vocativo no meio da oração. 
d) adjunto adverbial de assunto. 
e) complemento pleonástico. 
Aprofundamento
17.11. Considere o enunciado a seguir, que está na voz 
passiva:
O evento foi divulgado pelo jornal.
a) Indique as duasfunções sintáticas que pode ter o termo 
jornal.
b) Passe a oração para a voz ativa, de modo que o jornal:
 b1. funcione como sujeito. 
 b2. continue exercendo uma das duas funções que exerce 
na frase dada.
6 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a questão 17.12. 
Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.
Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. 
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988.
17.12. Indique a alternativa incorreta:
a) Perdi e volto apresentam o mesmo sujeito.
b) Somente no verso 1 há objeto direto.
c) Nos versos 2 e 4 há adjuntos adverbiais de lugar.
d) A rua e nenhum auto têm a função de sujeito.
e) Pálido é adjunto adverbial de modo.
17.13. Das expressões sublinhadas abaixo, com as ideias 
de tempo ou lugar, a única que tem a função sintática do 
adjunto adverbial é:
a) “Cruzaram os subúrbios escuros e sujos”.
b) “Passou a noite de inverno debaixo da ponte.
c) “Queria agora caminhar com os ladrões pela noite”.
d) “Sentiria no coração as pancadas dos pés das mulheres 
da noite”.
17.14. (FUMARC – MG) – A vírgula foi utilizada, nos trechos 
destacados, com a mesma função: indicar a inversão do 
adjunto adverbial, EXCETO em:
a) Na prática, devem-se podar conteúdos, sem dó nem 
piedade.
b) Na segunda metade do século XIX, dom Pedro II 
transformou a primeira escola pública secundária do Brasil 
em um modelo inspirado no colégio Louis Le Grand [...].
c) Nessa nova escola, os currículos e ementas precisam 
ser ajustados aos alunos, pois o contrário é uma quimera 
nociva.
d) No entanto, sem encolher a quantidade de matérias, não 
há tempo para mergulhar em profundidade [...].
Instrução: Leia este poema, de Carlos Drummond de An-
drade, e responda às questões 17.15. e 17.16.
Classe Mista
“Meninas, meninas,
do lado de lá.
Meninos, meninos,
do lado de cá.”
Porque sempre dois lados,
corredor no meio,
professora em frente,
e o sonho de um tremor de terra
que só acontece em Messina,
jamais, jamais em Minas,
para, entre escombros, me ver
junto de Conceição até o fim do curso?
Messina: cidade italiana.
17.15. 
a) A partir do 5º. verso do poema, é o eu lírico quem fala. 
Nos quatro versos iniciais, as aspas indicam que quem 
fala é outra pessoa. Quem provavelmente é essa pessoa? 
Por quê?
b) O eu lírico sonha com um terremoto em Minas. Por quê? 
Qual é o verdadeiro desejo dele?
17.16. O adjunto adverbial tem um papel de destaque na 
construção desse poema.
a) Que tipo de adjunto adverbial aparece mais vezes no 
texto? 
b) Que relação há entre o desejo do eu lírico de ficar junto 
de Conceição e o predomínio desse tipo de adjunto 
adverbial no texto?
17.17. (FGV – SP) – 
Estamos comemorando a entrega de mais de 
mil imóveis. São mais de 1000 sonhos realizados. 
Mais de oito imóveis são entregues todo dia. Quer 
ser o próximo? Então vem para a X Consórcios. 
Entre você também para o consórcio que o Brasil 
inteiro confia. (SIC)
(Texto de anúncio publicitário, editado.)
Reescreva a frase “Estamos comemorando a entrega de mais 
de mil imóveis” na voz passiva, com agente expresso. 
Aula 17
7Português 5B
17.18. (FGV – SP) –
Com a migração dos investimentos surgem novos 
desafios, em que o tempo de retorno do capital investido 
tem que ser o menor possível.
A passagem – retorno do capital investido – pode ser redigi-
da de duas outras maneiras, na voz passiva, dando sequência 
à construção – retorno do capital que... Apresente as duas 
redações possíveis. 
Desafio
17.19. (FUVEST – SP) – 
Décadas atrás, vozes bem afinadas cantavam 
no rádio esta singela quadrinha de propaganda:
As rosas desabrocham
Com a luz do sol,
E a beleza das mulheres
Com o creme Rugol.
Os versos nunca fizeram inveja a Camões, mas 
eram bonitinhos. E sabe-se lá quantas senhoras 
não foram atrás do creme Rugol para se sentirem 
novinhas em folha, rosas resplandecentes.
(Quintino Miranda)
a) Reescreva o primeiro parágrafo do texto, substituindo 
“Décadas atrás” por “Ainda hoje” e transpondo a forma 
verbal para a voz passiva. Faça as adaptações necessárias.
b) Que expressões da quadrinha justificam o emprego 
de NOVINHAS EM FOLHA e de RESPLANDECENTES, no 
comentário feito pelo autor do texto? 
17.20. (FGV – SP) – Leia o seguinte texto.
A existência de todo grupo social pressupõe a 
obtenção de um equilíbrio relativo entre as suas 
necessidades e os recursos do meio físico, reque-
rendo, da parte do grupo, soluções mais ou menos 
adequadas e completas, das quais depende a efi-
cácia e a própria natureza daquele equilíbrio. As 
soluções, por sua vez, dependem da quantidade e 
qualidade das necessidades a serem satisfeitas. São 
estas, portanto, o verdadeiro ponto de partida, to-
das as vezes que o sociólogo aborda o problema 
das relações do grupo com o meio físico.
Com efeito, as necessidades têm um duplo ca-
ráter natural e social, pois se a sua manifestação 
primária são impulsos orgânicos, a satisfação des-
tes se dá por meio de iniciativas humanas que vão-
-se complicando cada vez mais, e dependem do 
grupo para se configurar. Daí as próprias necessi-
dades se complicarem e perderem em parte o cará-
ter estritamente natural, para se tornarem produtos 
da sociedade. De tal modo a podermos dizer que 
as sociedades se caracterizam, antes de mais nada, 
pela natureza das necessidades de seus grupos, e os 
recursos de que dispõem para satisfazê-las.
O equilíbrio social depende em grande parte 
da correlação entre as necessidades e sua satis-
fação. E sob este ponto de vista, as situações de 
crise aparecem como dificuldade, ou impossibili-
dade de correlacioná-las.
Antonio Candido, “Os parceiros do Rio Bonito”.
a) Segundo o texto, as necessidades dos grupos sociais têm 
um “duplo caráter”. O que distingue um caráter do outro?
b) Atenda ao que se pede:
b1) O referente dos pronomes sublinhados em “satisfazê-
-las” e “correlacioná-las” é o mesmo? Explique.
b2) Reescreva a frase “todas as vezes que o sociólogo 
aborda o problema das relações do grupo com o meio 
físico”, pondo o verbo na voz passiva. 
8 Extensivo Terceirão
Gabarito
17.01. a
17.02. d
17.03. d – a – c – b 
17.04. d
17.05. a) (II) b) (IV) c) (V) d) (I) e) (III)
17.06. d
17.07. c
17.08. a
17.09. a) É triste demais saber que, neste ambiente, muitos ainda mor-
rem de inanição.
 I – L – C 
b) A diretora é muito dinâmica: age às pressas e sem medo.
 I – M – M 
c) A cigarra, símbolo da ociosidade, morre de fome e frio no inver-
no.
 C – T
d) Com extrema dificuldade, o boxeador conseguiu pôr no chão o 
seu adversário. 
 M – L 
e) Com o fim das aulas, os alunos provavelmente voltarão para 
suas cidades de origem.
 C – D
f ) De acordo com a direção, talvez o professor falte no período da 
noite.
 D – T 
g) Agora o empresário tenta, inescrupulosamente, convencer os 
acionistas de que lutou muito pelo bem-estar dos funcionários.
 T – M – I 
h) À noite, vislumbrou no alto da montanha um sujeito extrema-
mente alto.
 T – L – I 
17.10. a
17.11. a) agente da passiva ou adjunto adverbial.
b) b1. O jornal divulgou o evento. b2. Divulgaram o evento pelo 
jornal (o agente da passiva é indeterminado e por isso o sujeito 
da ativa será indeterminado).
17.12. e
17.13. c
17.14. d
17.15. a) A professora, que é quem dispõe separadamente alunos e alu-
nas.
b) Ele deseja que não exista mas essa separação, para que ele fique 
sempre perto de Conceição.
17.16. a) De lugar.
c) Indicam o lugar em que ele desejaria estar, perto de Conceição.
17.17. A entrega de mais de mil imóveis está sendo comemorada por nós. 
17.18. I. na voz passiva analítica: retorno do capital que foi investido e
II. na voz passiva sintética: retorno do capital que se investiu. 
17.19. a) Ainda hoje, esta singela quadrinha de propaganda é cantada no 
rádio por vozes bem afinadas.
b) “Novinhas em folha” justifica-se pela remissão a “desabrocham”; 
“resplandecentes”, pela remissão a “a luz do sol”. 
17.20. a) Em síntese, o duplo caráter que caracteriza as necessidades dosgrupos sociais tem origem na dualidade entre o que é natural 
(satisfação dos “impulsos orgânicos”) e os recursos disponíveis 
pelo grupo para a sua concretização (“dependem do grupo para 
se configurar”).
b) b1) Na primeira ocorrência, o referente do pronome “las” é “ne-
cessidades” e na segunda, “as necessidades e sua satisfação”.
 b2) Todas as vezes que o problema das relações do grupo com o 
meio físico é abordado pelo sociólogo. 
Aula 17
9Português 5B
10 Extensivo Terceirão
Nas próximas duas aulas, estudaremos as quatro funções sintáticas decorrentes de palavras ou expressões relacio-
nadas a núcleos nominais. São elas:
a) Aposto
b) Adjunto adnominal
c) Predicativo
d) Complemento nominal
Nesta aula, trataremos de aspectos gerais dos três primeiros casos.
Aposto
Confira as funções sintáticas na frase a seguir
Lima Barreto, autor de “Triste fim de Policarpo Quaresma”, sofreu muito em vida.
sujeito aposto VI AA AA
A expressão sublinhada assume a função de aposto do nome “Lima Barreto” 
por dois motivos essenciais – um formal e outro semântico:
1o. ) é uma expressão relacionada ao nome (“Lima Barreto”);
2o. ) semanticamente, é uma expressão equivalente ou explicativa ao nome a que se 
refere, podendo inclusive substituí-lo.
I - aposto explicativo: 
Prometeu, irmão de Epimeteu, roubou o fogo divino.
II - aposto enumerativo:
O que assusta nele são os defeitos: vaidade, egoísmo e maledicência .
III - aposto resumidor:
Campo Grande, Cuiabá e Goiânia, todas são capitais no centro-oeste do país.
IV - aposto especificativo ou especificador – aparece simplesmente justapos-
to ao nome a que se refere, sem separação por sinal de pontuação.
mar Egeu
professor Braz
o poeta Vinícius de Moraes
Adjunto adnominal 
Observe o seguinte enunciado:
Nos olhos do menino, o sorriso de seus pais denunciava todo aquele imenso amor.
A forma verbal, você sabe, sempre é um elemento nuclear, ponto de partida de nossa análise.
Ac
er
vo
 Ic
on
og
ra
ph
ia
Português
5B
Termos do nome I – Aposto / Adjunto 
adnominal / Predicativo
Aula 18
T
Aula 18
11Português 5B
Num segundo momento, destacam-se os substantivos – que, aqui, foram sublinhados. (“menino” não entrou nessa 
lista, apesar de ser um substantivo, porque está funcionando como periférico de um nome nuclear).
Portanto, na frase anterior teríamos os seguintes elementos nucleares:
 • denunciava • olhos
 • sorriso
 • amor
Nas aulas sobre classes de palavras, vimos que os nomes forçam palavras que os acompanham a se flexionarem 
como eles. Veja quais são, por exemplo, as palavras periféricas do nome olhos.
Observam-se, ali, os termos “os” e a locução “do menino”, que, apesar de não ter flexão neste contexto, liga-se 
claramente ao nome. Portanto, todas essas palavras ou expressões são periféricas de “olhos”.
Tudo tranquilo até aqui? 
Você consegue identificar, então, quais seriam os elementos periféricos dos nomes “sorriso” e “amor”?
O adjunto adnominal é uma função sintática que inunda as frases, e a explicação para isso é muito simples: trata-se 
de classificação dada a todo termo que gravita em torno do substantivo nuclear de uma função sintática, com ele 
concordando e a ele sendo ligado diretamente, sem intervenção verbal. 
Como as frases são marcadas por muitos nomes, eles comumente não aparecem isolados, mas “rodeados” por 
vários periféricos que assumirão o papel de adjuntos adnominais.
Artigo, numeral, pronome e adjetivo são as categorias que funcionam como os periféricos do nome e, portanto, cons-
tantemente assumem a função de adjunto adnominal. As locuções adjetivas também podem desempenhar esse papel.
1. A riquíssima cultura nordestina
2. A riquíssima cultura do Nordeste
núcleo
Artigo
aa
Adjetivo
aa
Adjetivo
aa
núcleo
Artigo
aa
Adjetivo
aa
Locução adjetiva
aa
Note que todos os termos que aparecem sobre a seta são periféricos do nome cultura, embora pertençam a classes 
gramaticais diferentes ou a formas diferentes de construção, como no caso da locução.
(!) Muitos adjuntos adnominais aparecem preposicionados (não confunda com os termos preposicionados ligados 
ao verbo, como objeto indireto, agente da passiva ou eventuais adjuntos adverbiais). 
Neste primeiro momento, é muito fácil reconhecer o adjunto adnominal preposicionado. Veja no enunciado a seguir
As pupilas do senhor reitor
Memórias de um sargento de milícias
A hora da estrela
Leitor atento que você é, certamente notou que todas as expressões preposicionadas se relacionam a substantivos 
concretos, certo? É isso: um adjunto adnominal pode ser também uma expressão preposicionada se estiver ligado a 
um substantivo concreto.
Predicativo
Lembra-se de uma construção como esta, que não costumava apresentar problemas de classificação?
Neste ano, você está confiante.
sujeito predicativo do sujeito
Alguém mais curioso poderia estar se perguntando por que “confiante”, que é um adjetivo e funciona como um 
periférico do núcleo “você”, funciona como predicativo, e não como adjunto adnominal.
Quem está em dúvida neste item é um bom observador, mas vamos à resolução deste aparente problema.
12 Extensivo Terceirão
O termo “confiante” poderia – e vai, em outros casos – funcionar como adjunto adnominal, mas nesta frase tem-se 
um dado novo.
Veja que a relação entre o predicativo e o sujeito segue o mesmo princípio da concordância que existe na relação 
adjunto-sujeito, certo? 
Note, porém, que entre o adjunto e o seu nome NÃO OCORRE a interferência verbal, enquanto que entre o predi-
cativo e o seu nome acontece a mediação do verbo.
Muitos aprendemos que o predicativo exigia um verbo de ligação que conectava o predicativo ao sujeito. Não 
precisa ser, necessariamente, um verbo de ligação. Basta haver um verbo interferindo na relação. Ou, mesmo, que ele 
esteja subentendido!
Compare as frases a seguir e entenda por que elas são diferentes sintática e semanticamente:
I – Os veteranos maldosos assustaram os calouros na recepção.
II – Os veteranos, maldosos, assustaram os calouros na recepção.
adjunto adnominal
predicativo do sujeito
(!) Não se deixe enganar: “maldosos” no segundo exemplo não pode ser um aposto, pois não se trata de termo 
equivalente ao nome anterior, mas de um qualificador passageiro, circunstancial.
Uma mesma categoria periférica que serve de adjunto adnominal pode funcionar como predicativo, basta haver 
a interferência verbal.
Os seus sonhos não são meus.
pronome pronome
adjunto adnominal predicativo do sujeito
Lembre-se de que na frase acima o artigo os também é um adjunto adnominal sob o ponto de vista sintático.
Aspectos semânticos – adjunto adnominal X predicativo
Se a diferença sintática entre adjunto adnominal e predicativo é evidente – presença ou não de um verbo interme-
diando a relação entre o substantivo e a qualidade – a distinção semântica entre as duas funções já é algo mais sutil. 
Para percebê-la, atente aos dois enunciados abaixo:
I – Pessoas incompetentes ficam em seu mundinho particular. 
II – Pessoas ficam incompetentes em seu mundinho particular.
adjunto adnominalsujeito
predicativo do sujeitosujeito
Em ambos os enunciados, o adjetivo “incompetentes” refere-se ao substantivo “pessoas”, relação marcada pela 
concordância entre os termos. 
No primeiro caso, como o adjetivo está ligado ao nome sem intermediação do verbo, sua classificação sintática é 
a de ADJUNTO ADNOMINAL. 
Já no segundo, em que a qualidade se liga ao nome sob intermediação do verbo na relação, a função sintática assu-
mida pelo adjetivo é a de PREDICATIVO DO SUJEITO. Isso tudo corresponde à sintaxe que envolve a relação substantivo 
/ adjetivo.
Em termos semânticos, note que em (I) a qualidade “incompetentes” é tomada como própria, típica do nome a 
que se refere. Em termos mais simples, as pessoas já são considerados incompetentes ao ficarem em seu mundinho. 
Essa é uma característica tomada como “velha”, marca semântica do adjunto adnominal.
Aula 18
13Português 5B
Em (II), porém, parte-se da ideia de que aspessoas não sejam naturalmente incompetentes, e a qualidade se liga 
ao nome de modo a indicar que ela é circunstancial ou atribuída. Em termos mais diretos, ela se agrega ao substan-
tivo, que não detinha tal qualidade. Essa característica, portanto, é tomada como “nova”, sendo marca semântica do 
predicativo.
Só para reforçar, compare as frases abaixo e confirme o valor semântico de cada um dos adjetivos em foco.
Alunos agitados nem sempre atrapalham uma aula. 
Naquela aula, os alunos estão agitados.
adjunto adnominalsujeito
predicativo do sujeitosujeito
Não se tratou, nesta aula, do predicativo do objeto. Esse subtipo do predicativo abrirá nosso próximo encontro.
Testes
Assimilação
18.01. Nas orações a seguir, identifique os adjuntos adno-
minais relacionados aos nomes em destaque.
a) A aluna primeiranista incentivou grandes movimentos 
anticorrupção em inúmeras regiões estadunidenses.
b) Os sombrios sepulcros húmidos do local normalmente 
eram assombrados por vários cuidadosos espíritos 
trocistas.
c) Alguns hóspedes do hotel se aborreciam com os exage-
rados adornos do saguão.
d) As três enormes árvores exóticas enfeitavam a lúgubre 
paisagem da cidadezinha.
18.02. Leia as duas orações a seguir
I. A professora voltou grávida da excursão.
II. A professora grávida voltou da excursão.
a) Explique a diferença de sentido entre elas.
b) Identifique a função sintática dos termos que causam 
tal diferença.
18.03. Leia as orações a seguir e considere os termos em 
destaque.
I. Os alunos participaram enfurecidos da reunião 
com o diretor.
II. Professores peritos foram dispensados pelas 
escolas do município.
III. O insolente candidato repudiou seus colegas.
IV. O candidato insolente repudiou seus colegas.
V. O candidato repudiou, insolente, seus colegas.
VI. O candidato, insolente, repudiou seus colegas.
a) Aponte a função sintática dos termos em destaque em I, 
V e VI. Explique o que exprimem semanticamente.
b) Aponte a função sintática dos termos em destaque em 
II, III e IV. Explique o que representam semanticamente.
14 Extensivo Terceirão
18.04. Leia as orações a seguir.
A professora esperava na sala de aula. 
A professora estava calma.
Indique qual dos itens a seguir não transmite a mesma ideia 
expressa pelo conjunto das duas orações acima.
a) A professora, calma, esperava na sala de aula.
b) A calma professora esperava na sala de aula.
c) Calma, a professora esperava na sala de aula.
d) A professora esperava, calma, na sala de aula.
Aperfeiçoamento
Instrução: Leia o texto abaixo e responda à questão 18.05.
Salve, lindo pendão1 da esperança,
Salve, símbolo augusto2 da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.
(trecho do Hino à Bandeira – letra de Olavo Bilac música de Francisco Braga)
1 Pendão – bandeira, flâmula 
2 Augusto – nobre 
18.05. (EEAR – SP) – O trecho “Tua nobre presença”, no 
contexto em que se insere, do ponto de vista sintático, se 
classifica como 
a) predicativo do sujeito. 
b) sujeito simples. 
c) objeto indireto. 
d) aposto. 
Instrução: Texto para a questão 18.06.
Transferência de Neymar ao PSG é 
golpe de ‘soft power’ do Catar a países 
do Golfo, dizem especialistas
A transferência do 1fenômeno brasileiro Ney-
mar ao Paris Saint-Germain (PSG) representa uma 
estratégia de marketing e um golpe de ‘soft power’ 
do Catar contra os países do Golfo que cortaram 
relações diplomáticas com o emirado. Esta é a 
análise de especialistas ouvidos pela agência de 
notícias France Presse e do 2comentarista da Glo-
bo News, Marcelo Lins. 
Neymar se tornou o jogador mais caro da his-
tória do futebol, com o pagamento da cláusula 
de rescisão no valor de € 222 milhões (R$ 812 
milhões). 
Segundo Mathieu Guidere, 3especialista em 
geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP, 
o anúncio da transferência do jogador ao PSG, 
4que é de um fundo de investimentos do Catar, 
“foi testado entre catarianos como uma espécie de 
estratégia de comunicação que ofuscaria o debate 
em torno de outras considerações, como o terro-
rismo”. 
Marcelo Lins, comentarista da GloboNews, 
5afirmou que a transferência beneficia a imagem 
do Catar. “Um pequeno país riquíssimo em pe-
tróleo, do Golfo, que bota tanto dinheiro para dar 
alegria a uma torcida, ou a milhões de torcedo-
res espalhados pelo mundo... você tem uma volta 
disso na imagem do Catar, que é muito grande”, 
6disse à GloboNews. “É uma grande jogada de 
marketing do Catar como um todo”, acrescentou. 
O Catar enfrenta a sua pior crise política em 
décadas, com a Arábia Saudita e outros países do 
Golfo tendo cortado relações diplomáticas com o 
emirado por acusações de apoio a grupos terroris-
tas. O Catar nega as acusações e diz que o objeti-
vo é prejudicar o emirado rico em gás. 
Com a transferência de Neymar, Doha pode 
estar de olho em investir em ‘soft power’. O con-
ceito de 7‘soft power’ (8‘poder suave’, em tradu-
ção livre) foi elaborado para definir a influência 
de países nas relações internacionais por meio de 
investimentos em ações positivas. 
“Esse é um golpe de ‘soft power’. 9O Catar pre-
cisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas 
as acusações, é o país mais resiliente no Oriente 
Médio”, 10disse à AFP Andreas Krieg, 11analista de 
risco político no King’s College de Londres. “Ter 
o melhor jogador do mundo mostra ao resto do 
mundo que se o Catar é determinado, eles ainda 
têm os maiores recursos para tirar e, se necessá-
rio, usar o dinheiro que têm para promover a sua 
agenda”, acrescentou. 
O custo da transferência de Neymar “envia um 
sinal muito forte para o mundo esportivo e um 
sinal muito forte de desafio contra os Emirados 
Árabes Unidos e a Arábia Saudita”, disse Krieg. 
“Eles queriam esse jogador e usaram o dinheiro 
para comprá-lo a qualquer preço”. [...] 
https://g1.globo.com/mundo/noticia/transferenciade-neymar-ao-psg-e-
golpe-de-soft-power-docatar-a-paises-do-golfo-dizem-especialistas.ghtml 
18.06. (UECE) – Sobre o uso de expressões apositivas no 
texto, é INCORRETO afirmar que 
a) o aposto “especialista em geopolítica do mundo árabe 
consultado pela AFP” (referência 3), para se referir a Ma-
thieu Guidere, é empregado com o mesmo sentido do 
utilizado para descrever Andreas Krieg como “analista de 
risco político no King’s College de Londres” (referência 11), 
qual seja: o de autorizar a legitimidade de um discurso. 
b) o enunciado “que é de um fundo de investimentos do 
Catar” (referência 4) tem, no texto, o mesmo valor sintático 
e semântico de um aposto explicativo: o de relacionar-se 
a um termo antecedente, explicando-o. 
Aula 18
15Português 5B
c) o aposto “comentarista da GloboNews” (referência 2) 
tem sentido semelhante aos apostos, “especialista em 
geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP” (refe-
rência 3) e “analista de risco político no King’s College de 
Londres” (referência 11), a saber: autorizar a legitimidade 
de um discurso. 
d) ainda que não venha entre vírgulas, mas entre parênteses, 
a expressão “‘poder suave’, em tradução livre” (referência 
8), pode funcionar perfeitamente como um aposto, na 
medida em que serve para explicar/traduzir o termo que 
lhe antecede, “soft power” (referência 7). 
Instrução: Texto para a questão 18.07.
A Christo S. N. Crucificado estando o 
poeta na última hora de sua vida
Meu Deus que estais pendente em um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme e inteiro.
Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
Mui grande é vosso amor e meu delito,
Porém pode ter fim todo pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
Que por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
MATOS, Gregório. In: AMADO, James (Org.) Obras Completas de 
Gregório de Matos. Salvador: Ed. Janaína, 1968. V. I, p. 47. 
18.07. (UEFS – BA) – Sobre aspectos de morfossintaxe 
presentes no texto, écorreto afirmar:
I. A forma verbal de segunda pessoa “estais”, no 
verso 1, é compatível com o uso do pronome 
“vosso” nos versos 9, 11 e 14.
II. “viver” (v. 2), “morrer” (v. 3), anoitecer 
(v. 6) e “ver” (v. 7) estão usados no texto como 
intransitivos.
III. “hei de” (v. 3) é uma expressão verbal que enfatiza 
promessa, obrigação ou desejo no futuro.
IV. Na sentença “Mui grande é vosso amor e 
meu delito” (v. 9), aplica-se uma norma de 
concordância verbal aceitável.
V. As expressões “Meu Deus” (v. 1), “meu Jesus” 
(v. 7) e “manso Cordeiro” (v. 8) são apostos.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão 
corretas é a 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) IV e V. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
18.08. (INSPER – SP) – Em “Não lhe passou pela cabeça que 
pudesse ser ele o centro das atenções”, os pronomes pessoais 
destacados exercem, respectivamente, a função sintática de 
a) objeto indireto, sujeito. 
b) complemento nominal, objeto direto. 
c) adjunto adnominal, sujeito. 
d) objeto indireto, predicativo do objeto. 
e) adjunto adnominal, predicativo do sujeito. 
Instrução: Texto para as questões 18.09 e 18.10.
Bruxas não existem
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, 
mulheres malvadas que passavam o tempo todo 
maquinando coisas perversas. Os meus amigos 
também acreditavam nisso. A prova para nós era 
uma mulher muito velha, uma solteirona, que 
morava numa casinha caindo aos pedaços, no fim 
de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas 
nós só a chamávamos de “bruxa”. 
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos 
pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha 
uma enorme verruga no queixo. E estava sem-
pre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na 
casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizésse-
mos isso, nós a encontraríamos preparando vene-
nos num grande caldeirão. 
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Vol-
ta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali 
roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía 
à rua para fazer compras no pequeno armazém 
ali perto, corríamos atrás dela gritando “bruxa, 
bruxa!”. 
Um dia encontramos, no meio da rua, um 
bode morto. A quem pertencera esse animal, nós 
não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer 
com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fá-
cil. Ao contrário do que sempre acontecia, naque-
la manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara 
aberta a janela da frente. Sob comando do João 
Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, 
que era grande e pesava bastante, e com mui-
to esforço nós o levamos até a janela. Tentamos 
empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram 
presos na cortina. 
– Vamos logo – gritava o João Pedro –, antes que 
a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exa-
to em que, finalmente, conseguíamos introduzir o 
16 Extensivo Terceirão
bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a 
bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, 
saímos correndo. Eu, gordinho, era o último. 
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num 
buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na 
perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemen-
do, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, 
caminhando com dificuldade, mas com o cabo de 
vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a 
turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a 
mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria. 
Em um momento, ela estava junto a mim, 
transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, 
e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a 
mim e começou a examiná-la com uma habilida-
de surpreendente. 
– Está quebrada – disse por fim. – Mas pode-
mos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. 
Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospi-
tal. Confie em mim. 
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços 
e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou 
uma tala, imobilizando-me a perna. A dor dimi-
nuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. 
“Chame uma ambulância”, disse a mulher à mi-
nha mãe. Sorriu. 
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, 
o médico engessou minha perna e em poucas se-
manas eu estava recuperado. Desde então, deixei 
de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo 
de uma senhora que morava em minha rua, uma 
senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
Moacyr Scliar. Disponível em: http://novaescola.org.br/fundamental-1/
bruxas-nao-existem-689866.shtml. Acesso em: 11/07/2016. 
18.09. (UPE – PE) – Considerando alguns dos aspectos for-
mais do texto “Bruxas não existem”, analise as proposições a 
seguir. Assinale a correta.
a) No enunciado: “os cabelos pareciam palha” (2º. parágrafo), 
a inversão do sujeito exigiria a concordância com o pre-
dicativo: “Parecia palha, os cabelos.”. 
b) Para o trecho: “A quem pertencera esse animal, nós não 
sabíamos” (4º. parágrafo), a regência verbal também es-
taria correta na seguinte construção: “De quem fora esse 
animal, nós não sabíamos”. 
c) Para o trecho: “No momento exato em que conseguíamos 
introduzir o bode” (5º. parágrafo), a regência verbal tam-
bém estaria correta em: “No momento exato pelo qual 
conseguíamos introduzir o bode”. 
d) No trecho: “Não se preocupe, sei fazer isso.” (8º. parágrafo), 
a presença da vírgula anula o sentido de explicação que 
existe entre as duas orações. 
e) A concordância verbal está em conformidade com a 
norma-padrão vigente, no seguinte enunciado: “Eu não 
acredito que hajam bruxas, mas há quem acredite que 
elas existem.” 
18.10. (UPE – PE) – Sobre o emprego de recursos que 
promovem certos efeitos de sentido no texto, analise as 
proposições a seguir. 
I. A atribuição do adjetivo “solteirona” à personagem 
(1º. parágrafo) pretende apenas acrescentar uma 
informação (o estado civil) acerca da referida 
mulher.
II. No trecho: “Era muito feia, ela (...)” (2º. parágrafo), 
a inversão do sujeito desloca o foco de atenção 
para o predicativo, enfatizando essa característica 
da personagem. 
III. No trecho: “(...) a porta se abriu e ali estava ela, 
a bruxa, empunhando um cabo de vassoura.” 
(5º. parágrafo), a presença e a posição do termo 
‘a bruxa‘ acrescentam suspense a esse trecho. 
IV. Com a construção do período curto: “E então 
aconteceu.” (6º. parágrafo), o narrador acentua o 
nível de tensão, com a finalidade de introduzir 
o clímax da narrativa. 
Estão CORRETAS, apenas 
a) I e II. 
b) I, III e IV. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II, III e IV. 
Aprofundamento
Instrução: Texto para a questão 18.11. 
Fotografar a si mesmo vira febre, 
não importa o lugar
O correto seria “o” selfie ou “a”selfie? O termo não 
foi dicionarizado em português, mas o uso popular 
consagrou a inflexão feminina: a selfie. Em 2013, o 
dicionário Oxford considerou o termo, literalmente 
“tirar fotos de si próprio”, como “a palavra do ano”. 
Mas foi em 2014 que as selfies tomaram o mundo e 
viraram verdadeira febre entre anônimos e celebri-
dades. Com certo exagero, inclusive.
Tirar fotos de si mesmo com o smartphone tor-
nou-se uma mania que não respeita desastres na-
turais, despenhadeiros ou funerais. Vale tudo pela 
pose nas redes sociais, sempre na busca sôfrega 
pelo melhor ângulo, pois, reza a lenda, ninguém 
jamais sai feio na selfie. Postar fotos em shows 
agora é mais importante do que assisti-los. Idem 
para a pose ao lado de uma porção de comida no 
restaurante da moda.
Surgiu até um instrumento para que caiba 
todo mundo na foto e ao mesmo tempo a paisa-
Aula 18
17Português 5B
gem do local ao fundo: o bastão de selfie ou “pau 
de selfie”, à venda nos melhores camelôs por 50 
reais. O paradoxo é quando alguém pede a ou-
trem: “Pode fazer uma selfie minha?” Só compará-
vel ao “me inclua fora desta”.
Adaptado de: http://www.cartacapital.com.br. Acesso em 03/03/2015. 
18.11. (UEPG – PR) – Na expressão “tirar fotos de si próprio”, 
há um complemento verbal – objeto direto, composto por 
um substantivo e um adjunto adnominal. Identifique onde 
se encontra o mesmo tipo de construção e assinale o que 
for correto. 
01) ...busca sôfregapelo melhor ângulo... 
02) ...tomaram o mundo... 
04) ...consagrou a inflexão feminina... 
08) ...Postar fotos em shows... 
16) ...Tirar fotos de si mesmo... 
Instrução: Texto para a questão 18.12. 
Um leitor de La Repubblica perguntou o que po-
demos fazer para escapar da situação alarmante em 
que nos encontramos depois da crise do crédito e 
como evitar suas consequências possivelmente 1ca-
tastróficas.
Essas são 2perguntas que nos 3fazemos todos os 
dias; afinal, não foi só o sistema bancário e a bolsa 
de valores que sofreram duros e sucessivos golpes 
– nossa confiança nas estratégias de vida, nos mo-
dos de agir, nos padrões de sucesso e no ideal de 
4felicidade que, dia após dia, nos últimos anos, nos 
disseram que valia a pena seguir também 5foi abala-
da e 6perdeu parte considerável de 7sua autoridade 
e poder de atração. Nossos ídolos, 8versões líquido-
-modernas do bezerro de ouro bíblico, 9derreteram 
ao mesmo tempo que a 10confiança na economia!
Pensando em 11retrospecto, os anos anteriores à 
crise do crédito parecem ter sido tempos tranqui-
los e alegres do tipo “aproveite agora, pague de-
pois”; uma época em que nós agíamos com a cer-
teza 12de que haveria riqueza suficiente e até maior 
no dia seguinte, anulando qualquer preocupação 
com o crescimento das dívidas de hoje, desde que 
fizéssemos 13o que se exigia para aderir aos “caras 
mais inteligentes da turma” e seguir seu exemplo. 
Naqueles dias que ficaram para trás, o exercício de 
subir montanhas cada vez mais altas e ter acesso a 
paisagens cada vez mais arrebatadoras, eclipsar as 
grandiosas montanhas de ontem com o perfil das 
colinas de hoje e aplainar as colinas de ontem na 
gentil ondulação das planícies de hoje parecia durar 
para sempre.
Uma possível reação à crise econômica atual é o 
que Mark Furlong denominou de “militarização do 
eu”. É o que vão fazer, sem dúvida, os produtores 
e comerciantes interessados em capitalizar a catás-
trofe transformando-a em lucro acionário, 14como 
de hábito. A indústria farmacêutica já está em plena 
atividade, tentando invadir, conquistar e colonizar 
a nova “terra virgem” da depressão pós-crise a fim 
de vender sua “nova geração” de smart drugs, come-
çando por semear, cultivar e fazer crescer as novas 
ilusões que tendem a propulsionar a demanda. Já 
estamos ouvindo falar de drogas fantásticas que pro-
metem “melhorar tudo”, memória, humor, potência 
sexual e a energia de quem as ingere com regula-
ridade, proporcionando assim total controle sobre 
a construção do próprio ego e sua preponderância 
sobre o ego de outros.
15Contudo há outra possibilidade. Existe a 
opção de tentar chegar às raízes do problema atual e 
(16como sugeriu Furlong) “fazer o contrário do que 
estamos acostumados: inverter o padrão e organi-
zar nosso pensamento não mais a partir daquele em 
que o ‘indivíduo’ está no centro, mas segundo uma 
ordem alternativa centrada em práticas éticas e esté-
ticas que privilegiem a relação e o contexto”.
17Trata-se, sem dúvida, de uma possibilidade re-
mota (18inverossímil ou pretensiosa, diriam alguns), 
que exige um período prolongado, tortuoso e muitas 
vezes doloroso de autocrítica e reajuste. Nascemos e 
crescemos numa sociedade completamente “indivi-
dualizada”, na qual a autonomia, a autossuficiência 
e o egocentrismo do 19indivíduo eram 20axiomas 
que não exigiam provas (nem as admitiam), e que 
dava pouco espaço, se é que dava, à discussão. Só 
que mudar nossa visão de mundo e assumir uma 
compreensão adequada do lugar e do papel que te-
mos na sociedade não é fácil nem se faz de um dia 
para o outro. No entanto, essa mudança parece ser 
21imperativa, na verdade, 22inevitável.
BAUMAN, Zygmunt. Como escapar da crise? In: 44 Cartas do Mundo Líquido 
Moderno. Tradução Vera Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 161-165. 
Tradução de: 44 Letters from the Liquid Modern World. Adaptado.
18.12. (UEFS – BA) – O aspecto linguístico do texto e seus 
efeitos de sentido estão devidamente analisados em 
a) A forma verbal “fazemos” (ref. 3) destaca uma ação reflexiva 
praticada pelo interlocutor do texto, que assume posturas 
diferentes do próprio autor. 
b) A expressão “versões líquido-modernas do bezerro de 
ouro bíblico” (ref. 8) é um aposto metafórico, evidencian-
do uma relação por similaridade da importância dada a 
um ícone bíblico, no passado, e aos “ídolos”, no presente. 
c) A oração “de que haveria riqueza suficiente” (ref. 12) é um 
complemento verbal que traduz uma ideologia que se 
concretizou somente no presente, modificando os modos 
de agir e as estratégias para viver. 
d) O termo “se”, em “o que se exigia” (ref. 13) possui o mesmo 
valor morfossintático do “se”, presente em “Trata-se” (ref. 
17), visto que, nas duas estruturas, ele permite a inde-
terminação do agente verbal, consolidando o discurso 
imparcial e distanciado do locutor. 
e) O prefixo, nos vocábulos “inverossímil” (ref. 18), “indivíduo” 
(ref. 19), “imperativa” (ref. 21) e “inevitável” (ref. 22), apre-
senta a mesma função, que é a de derivar vocábulos que 
denotam ideia de privação ou negação. 
18 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a questão 18.13. 
FAVELÁRIO NACIONAL
Carlos Drummond de Andrade
Quem sou eu para te cantar, favela,
Que cantas em mim e para ninguém
a noite inteira de sexta-feira
e a noite inteira de sábado
E nos desconheces, como igualmente não te
conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro:
Baixou em mim na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
...
Aqui só vive gente, bicho nenhum
tem essa coragem.
...
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
Medo só de te sentir, encravada
Favela, erisipela, mal-do-monte
Na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e traçar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas, favela, ciao,
que este nosso papo
está ficando tão desagradável.
vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
...
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio de Janeiro: Record, 1984) 
5
10
15
20
25
30
35
18.13. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta 
uma análise INACEITÁVEL sintática ou semanticamente. 
a) O vocábulo melhor (v.10) introduz uma espécie de retifi-
cação do que foi anteriormente abordado. 
b) Os dois pontos no verso 7 (sete) foram utilizados para 
introduzir a enumeração das características do mau cheiro. 
c) Em “e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade” 
(v.23), o termo em destaque complementa o nome que 
exerce função sintática de predicativo do sujeito. 
d) O pronome demonstrativo este (v. 37) foi utilizado para 
marcar uma posição no tempo presente em que se es-
tabelece o diálogo. 
18.14. (EFOMM – RJ) – Nas passagens que se seguem as 
expressões sublinhadas cumprem a função de predicativo. 
Assinale a EXCEÇÃO. 
a) Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em 
seu poder (...) 
b) Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de 
novo me tomava toda (...) 
c) O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo 
e diabólico. 
d) (...) quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo hu-
milde e silenciosa a sua recusa (...) 
e) Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e 
calma para a filha (...) 
18.15. (EPCAR – MG) – Analise as assertivas que dizem respeito 
ao trecho a seguir.
“Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada 
pela primeira vez em 1985, num livreto do teórico 
da comunicação americano Neil Postman: Amusing 
ourselves to death (Nos divertindo até morrer), 
relembrado por seu filho Andrew em artigo recente 
no The guardian.”
I. O primeiro período é constituído de uma oração absoluta 
sem sujeito.
II. Está de acordo com a Norma Gramatical Brasileiraa se-
guinte reescrita ⇒ Não se trata de uma tese nova: esta 
tese foi levantada pela primeira vez em 1985.
III. O termo Neil Postman classifica-se como agente da passi-
va, uma vez que é o elemento que realiza a ação expressa 
na locução verbal indicativa de voz passiva.
IV. O termo do teórico da comunicação americano associa-se 
a um substantivo, especificando-lhe o sentido, sendo, 
portanto, um adjunto adnominal.
V. O substantivo livreto encontra-se flexionado no grau 
diminutivo sintético para representar uma relação de 
tamanho.
Está correto o que se afirma apenas em 
a) I e III. 
c) II e III. 
b) II e IV. 
d) IV e V.
Aula 18
19Português 5B
Instrução: Leia o poema a seguir e responda à questão 
18.16.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
– em que espelho ficou perdida
a minha face?
MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles. 
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958. 
18.16. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta 
uma análise correta. 
a) Os termos “calmo”, “triste” e “magro” (v. 2) acrescentam 
circunstâncias de modo ao verbo “ter” (do primeiro verso), 
exercendo, pois, a função de adjuntos adverbiais de modo. 
b) A oração “que nem se mostra” (v. 8) está sintaticamente 
ligada ao substantivo coração, caracterizando-o; por-
tanto, essa oração exerce a função sintática de adjunto 
adnominal. 
c) O verbo “dar” (v. 9) significa notar, perceber e classifica-se 
como verbo transitivo direto, embora esteja ligado a seu 
complemento por meio de preposição. 
d) O pronome pessoal “se” (v. 8) é recíproco e funciona como 
complemento do verbo mostrar; já o pronome “que” (v. 11) 
é relativo e funciona como indicador de lugar. 
Instrução: Texto para a questão 18.17. 
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(BANDEIRA, Manuel. O Bicho. In: MANUEL BANDEIRA. POESIA 
E PROSA. Rio de Janeiro, Aguillar, 1958 vol. I, p.356) 
1
5
10
18.17. (UNESP – SP) – Observando o poema de Manuel 
Bandeira, podemos encontrar uma única expressão que 
indica o sentimento do poeta.
a) Qual é essa expressão, que sentimento ela indica e como 
deve ser gramaticalmente classificada.
b) Esse sentimento está enfatizado através de um processo 
estilístico que engloba os predicativos do sujeito. Dê um 
nome para esse processo.
18.18. Leia esta oração:
Vilmar e Rodrigo, meus amigos, fizeram as provas 
ontem.
a) Dependendo do contexto, o termo em destaque pode 
adquirir duas funções sintáticas distintas. Aponte-as.
b) Eliminando a segunda vírgula, indique as alterações que 
ocorrerão nas funções sintáticas dos termos da oração.
Desafio
Instrução: Texto para a questão 18.19. 
– Vovô, eu quero ver um cometa!
Ele me levava até a janela. E me fazia voltar 
os olhos para o alto, onde o sol reinava sobre a 
Saracena.
– Não há nenhum visível no momento. Mas 
você há de ver um deles, o mais conhecido, que, 
muito tempo atrás, passou no céu da Itália. Muito 
tempo atrás... atrás de onde? Atrás de minha me-
mória daquele tempo.
20 Extensivo Terceirão
E vovô Leone continuava:
– Um dia, você há de estar mocinha, e eu já estarei morando junto 
das estrelas. E você há de ver a volta do grande cometa, lá pelo ano 
de 2010...
Eu me agarrava à cauda daquele tempo que meu avô astrônomo 
me mostrava com os olhos do futuro e saía de sua casa. Na rua, com 
a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como estrelas errantes. 
Só baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo, o cam-
ponês.
(lIke Brunhilde Laurito, A menina que fez a América. São Paulo: FTD, 1999, p. 16.)
18.19. (UNICAMP – SP) – Releia o seguinte recorte: “Eu me agarrava à cauda 
daquele tempo que meu avô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro e 
saía de sua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como 
estrelas errantes. Só baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo, 
o camponês”.
a) Explique as relações que as expressões ‘cauda daquele tempo’, ‘olhos do futuro’ 
e ‘cabeça nas nuvens’ estabelecem entre si.
b) No mesmo trecho, explique a relação do aposto com o movimento dos olhos 
do personagem. 
Instrução: Texto para a questão 
18.20. 
Na verdade, o mestre fita-
va-nos. Como era mais severo 
para o filho, 1buscava-o mui-
tas vezes com os olhos, para 
trazê-lo mais aperreado. Mas 
nós também éramos finos, 
metemos o nariz no livro, e 
continuamos a ler. Afinal, can-
sou e tomou as folhas do dia, 
três ou quatro, que ele lia de-
vagar, 2mastigando as ideias 
e as paixões. Não esqueçam 
que estávamos então no fim 
da Regência, e que era grande 
a 3agitação pública. Policarpo 
tinha, decerto, algum partido, 
mas nunca pude averiguar esse 
ponto. O pior que ele podia 
ter, para nós, era a palmatória. 
E essa lá estava, pendurada no 
portal da janela, à direita, 4com 
os seus cinco olhos do diabo.
Era só levantar a mão, des-
pendurá-la e brandi-la, com a 
força do costume, que não era 
pouca. E daí, pode ser que, al-
guma vez, as paixões políticas 
dominassem nele a ponto de 
poupar-nos uma ou outra cor-
reção. (...)
Estendi-lhe a mão direi-
ta, depois a esquerda, e fui 
recebendo 5os bolos uns por 
cima dos outros, até comple-
tar doze, 6que me deixaram as 
palmas vermelhas e inchadas. 
Acabou, pregou-nos outro 
sermão. Chamou-nos 7sem-
-vergonhas, desaforados, e 
jurou que, se repetíssemos o 
negócio, apanharíamos 8tal 
castigo que nos havíamos de 
lembrar para todo o sempre.
Machado de Assis. Contos de escola. São 
Paulo: Cosac & Naify, 2002, p. 13 e 24. 
Aula 18
21Português 5B
Gabarito
18.01. a) A aluna primeiranista incentivou grandes movimentos anti-
corrupção em inúmeras regiões estadunidenses.
b) Os sombrios sepulcros húmidos do local normalmente eram 
assombrados por vários cuidadosos espíritos trocistas.
c) Alguns hóspedes do hotel se aborreciam com os exagerados 
adornos do saguão.
d) As três enormes árvores exóticas enfeitavam a lúgubre paisa-
gem da cidadezinha.
18.02. a) Em I, entende-se que a professora foi para a excursão e lá ficou 
grávida; em II, que a professora já estava grávida quando foi para 
a excursão.
b) Em I, grávida é predicativo do sujeito; em II, adjunto adnominal.
18.03. a) Predicativo do sujeito; exprimem uma característica circunstan-
cial dos nomes a que se referem.
b) Adjunto adnominal; representam uma característica constante 
dos nomes a que se referem.
18.04. b
18.05. b
18.06. c
18.07. d
18.08. c
18.09. b
18.10. e
18.11. 20 (04 + 16) 
18.12. b
18.13. b
18.14. a
18.15. d
18.16. b
18.17. a) A expressão é “meu Deus”, que expressa dor e indignação, e 
classifica-se como interjeição.
b) Ocorre um processo de gradação. 
18.18. a) Vocativo – chamamento da pessoa com quem se fala; aposto – 
indicando que Vilmar e Rodrigo são amigos do enunciador.
b) O termo Vilmar e Rodrigo deixará de ser sujeito e passará a voca-
tivo; meus amigos deixará de ser vocativo ou aposto e passará a 
ser sujeito.
18.19. a) As três expressões são metafóricas. Há entre elas uma relação 
que leva o leitor ao campo semântico da imaginação. 
b) O aposto “o camponês” estabelece uma relação antitética com 
a expressão “meus olhos brilhavam como estrelas errantes”. O 
avô Vincenzo, caracterizado como camponês, representa a terra, 
o chão firme, o que traz a personagem à realidade. Somente a 
presença do camponês retira os olhos da personagem do céu, 
do mundo dos sonhos. 
18.20. V – V – V – V – F – V
18.20. (UnB – DF) – Considerando o texto acima, extraído de 
Contos de Escola, e os diversos temas por ele suscitados, julgue 
os itens a seguir, assinalando V para os verdadeirose F para os 
falsos.
( ) Nos segmentos “mastigando as ideias e as paixões” 
(ref. 2) e “com os seus cinco olhos do diabo” (ref. 4), foi 
empregada a linguagem figurada, o que se coaduna 
com o caráter literário do texto.
( ) A oração “buscava-o muitas vezes com os olhos” 
(ref. 1) mantém relação com duas orações: uma que 
inicia o período e acrescenta ao trecho a noção adver-
bial de causa, e outra que fecha o período e tem noção 
de finalidade.
( ) Na oração “que me deixaram as palmas vermelhas e 
inchadas” (ref. 6), caso fosse inserida a preposição “com” 
para introduzir o termo “as palmas”, não haveria prejuí-
zo para a correção gramatical do período, mas haveria 
alteração da função sintática desse termo, bem como 
do pronome “me”.
( ) Os vocábulos “vermelhas” (ref. 6) e “inchadas” (ref. 6), 
assim como “sem-vergonhas” (ref. 7) e “desaforados” 
(ref. 7), exercem a função de predicativo, respectiva-
mente, da expressão “as palmas” (ref. 6) e da forma pro-
nominal “nos” em “Chamou-nos” (ref. 7).
( ) A expressão “tal castigo” (ref. 8) refere-se aos “os bolos 
uns por cima dos outros, até completar doze” (ref. 5).
( ) Depreende-se do texto que, na relação entre mestre e 
alunos, à estratégia empregada pelo mestre, no con-
trole da situação, seguiu-se, tacitamente, uma estraté-
gia defensiva dos alunos. 
Recorde as marcas do predicati-
vo do sujeito:
1. função sintática própria de 
termo ligado ao sujeito;
2. separado do sujeito por meio de 
verbo ou sinal da pontuação:
 • Estamos cansados a esta altura
predicativo do sujeito (“nós” – oculto)
 Lembre-se de que do ponto de vista semântico o predicativo indica uma 
qualidade passageira, circunstancial:
 • Você parece esperançoso neste momento. 
predicativo do sujeito
Se um substantivo funciona como sujeito e apresenta predicativo – 
qualidade circunstancial, atribuída – é natural imaginar que um substantivo 
sendo objeto também possa apresentar um predicativo. Este é o primeiro 
ponto a ser estudado nesta aula.
Predicativo do objeto
Observe a frase a seguir:
Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes.
Numa análise mais imediata dos termos ligados ao verbo, teremos:
a) Em momentos difíceis = adjunto adverbial de tempo
b) a vida = sujeito
c) os amigos distantes = objeto direto
Para os termos ligados a nomes, podemos fazer ainda a seguinte classificação:
a) difíceis = adjunto adnominal de “momentos”, núcleo do adjunto adverbial
b) os / distantes = adjunto adnominal de “amigos”, núcleo do objeto direto
Uma dificuldade adicional, entretanto, aparece nesta frase: como classificar o adjetivo “próximos”? Sendo um 
adjetivo, ele está ligado a um nome – no caso, “os amigos distantes”. 
O leitor mais apressado poderia classificar “próximos” como adjunto adnominal, pois ele se encontra “colado” com 
o objeto. Ocorre, no entanto, que se trata de uma qualidade adquirida, atribuída. Como proceder à análise desse 
adjetivo, então? 
Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes.
qualidade nova qualidade velha
Na análise sintático-semântica da frase até aqui, vimos que “distantes” era uma marca daqueles amigos – portanto, 
corresponde a um adjunto adnominal do objeto.
Já o termo “próximos” se refere a uma qualidade que passou a fazer parte do nome “amigos” por causa das con-
tingências da vida, certo?
Como podemos entender a frase nesse sentido? É a interferência verbal da forma “faz” a responsável por agregar 
o qualificador “próximos” ao nome que anteriormente não dispunha dessa marca. Sendo assim, este adjetivo em 
questão funciona como um predicativo do objeto.
Probleminha:
Você deve ter percebido que seria bem possível confundirmos o predicativo do objeto como sendo um adjunto 
adnominal, não? 
22 Extensivo Terceirão
Português
5B
Termos do nome II – Predicativo do 
objeto / Complemento nominal
Aula 19
Isso poderia ocorrer porque realmente há aqui um complicador: se o predicativo do sujeito sempre aparece se-
parado do seu nome por meio de forma verbal ou pontuação, isso não acontece com o predicativo do objeto, que 
comumente aparece colado ao objeto, tal qual um adjunto adnominal.
Calma!
Sintaticamente, dizemos que o adjunto faz parte do sintagma (conjunto de palavras) representado pelo objeto, 
sendo que o predicativo não pertence a esse sintagma. Seria algo como dizer que o predicativo está “fora” do objeto, 
enquanto o adjunto está “dentro”.
Há uma maneira prática de se observar o comportamento do adjetivo com relação ao objeto. 
Tomando a frase analisada, tentemos aplicar a prova:
Em momentos difíceis, a vida faz próximos os amigos distantes.
 
adjunto adverbial sujeito
VTD
predicativo 
do objeto
objeto direto 
Substituindo o objeto direto da frase por um pronome oblíquo correspondente, teríamos:
Em momentos difíceis, a vida OS faz próximos .
OU
Em momentos difíceis, a vida fá-LOS próximos .
Em que
O, LOS = o núcleo do objeto (amigos), englobando também seu adjunto adnominal (distantes). Isso se comprova 
pelo fato de que os dois termos são substituídos pelo pronome correspondente. 
Por sua vez, o adjetivo “próximos”, por ser predicativo e não estar ‘colado’ ao objeto, permanece visível na frase.
A essa manobra chamamos “prova do pronome”. O predicativo resiste a ser transformado em uma forma pronomi-
nal, sendo que o adjetivo estará incluído no pronome da nova frase. Testando mais uma vez:
Investiguei um caso assustador. 
Investiguei- o 
(“assustador” é um adjunto adnominal)
Considero aquele caso realmente assustador .
Considero-o realmente assustador
(Aparecendo novamente na frase transformada, o adjetivo “assustador” é um predicativo do objeto.)
Frases de julgamento e opinião
Os predicativos do objeto costumam aparecer em frases que contenham verbos que expressem opinião como, por 
exemplo, “considerar”, “achar”, “pensar” e outros semelhantes.
Orações construídas com esse tipo de verbo na voz ativa costumam atribuir ao objeto uma qualidade não pressu-
posta por ele (qualidade “nova”), que funciona sintaticamente como o predicativo do objeto.
Você torna complicada uma situação simples.
O técnico julgou inapto o jogador contratado.
predicativo do objeto objeto direto
predicativo do objeto objeto direto
Forma do predicativo do objeto
Assim como o predicativo do sujeito, o predicativo do objeto pode vir expresso tanto por um adjetivo (caso dos 
exemplos anteriores) quanto por um substantivo ou qualquer outra palavra que esteja substantivada. Confira:
Acho você uma bela mulher
objeto direto predicativo do objeto
od
od
Aula 19
23Português 5B
Nesse exemplo, o predicativo é expresso por um 
termo cujo núcleo é o substantivo “mulher”.
Também ocorrem situações em que o predicativo 
do objeto aparece na forma de uma locução adjetiva, 
introduzido por preposição.
Todos o chamavam de pobre coitado.
objeto direto predicativo do objeto
Complemento nominal
Um primeiro passo para se apreenderem as caracterís-
ticas de um termo que assume a função sintática de com-
plemento nominal é guardar a seguinte informação: todo 
complemento nominal apresenta preposição obrigatória.
Por isso mesmo é que muitos leitores menos atentos 
pensam no objeto indireto quando, na verdade, estão 
diante de um complemento.
Veja o problema:
Muitos têm necessidade de elogios.
sujeito VTD objeto direto ?
Se na análise sintática do termo você pensou “objeto 
indireto”, é porque ainda está muito preso a macetes e 
decorebas.
Lembre-se: o estudo de sintaxe exige que se enten-
dam as relações de combinação entre as palavras. 
Assim, seria impossível que o termo destacado 
anteriormente funcionasse como objeto indireto, classi-
ficação que seria tomada por muitos estudantes.
É certo que o objeto indireto aparece com preposição 
obrigatória, sim, porém, ele nunca entra em coesão com 
um nome – como é o caso acima. Objeto indireto sempre 
se relaciona a um verbo; essa, sim, condição primeira para 
que um termo possa funcionar como objeto indireto.Na frase de abertura, o termo destacado está ligado 
a “necessidade”, que é um nome, o que elimina a possi-
bilidade de uma classificação como objeto.
Este é um exemplo claro de um termo que parece 
objeto indireto, mas funciona, na verdade, como com-
plemento nominal.
Complemento nominal X 
adjunto adnominal
É bastante comum que haja dificuldade na identificação 
das duas funções sintáticas mencionadas anteriormente. 
Apesar de ter ficado claro que um termo preposicio-
nado ligado a um nome nunca pode ser objeto indireto 
ou adjunto adverbial, isso não significa que todo termo 
com preposição que se ligue a um nome seja um com-
plemento nominal. 
Calma!
Você já deve estar lamentando mais uma complica-
ção, mas, novamente, a percepção exata das relações e 
uma dose de leitura competente resolvem o problema.
Na aula passada, você viu que os adjuntos adnomi-
nais “gravitam” em torno de um núcleo nominal. Assim, 
observe a classificação na frase a seguir.
A famosa BANDA irlandesa VISITOU o país tropical .
Adj. 
Adn.
Adj. 
Adn.
Núcleo VTDAdj. 
Adn.
Núcleo
Adj. 
Adn.
Adj. 
Adn.
sujeito objeto direto
Aqui, naturalmente o termo “irlandesa” poderia ter 
sido escrito sob outra forma, usando-se uma estrutura 
conhecida como locução adjetiva.
A famosa banda irlandesa (= da Irlanda)
Isso não altera em nada a classificação da nova expres-
são em relação ao seu equivalente. Assim, “da Irlanda”, 
que é um termo ligado ao núcleo nominal “banda” e equi-
vale a “irlandesa”, funciona como adjunto adnominal.
Atenção!
1) O adjunto adnominal se liga também a um 
nome concreto;
2) O complemento nominal se relaciona a um 
substantivo abstrato.
Por isso, explica-se por que “de elogios” é comple-
mento nominal do abstrato “necessidade” na frase que 
abre este tópico da aula.
Ainda que pareça tudo resolvido até aqui, só falta 
mais um item... o fundamental.
Antes que você possa comemorar que finalmente 
entendeu a diferença entre adjunto adnominal e 
complemento nominal, há outro senão, que se resolve, 
também, com atenção e capacidade de leitura.
Que os substantivos concretos “peçam” um adjunto 
que lhes especifique o sentido, isso é pacífico. Que os 
substantivos abstratos exijam sempre um complemento 
nominal... bem, nem sempre é assim.
Calma!
Por que é comum confundirmos o objeto indireto e 
o complemento nominal?
Porque eles são idênticos quanto à forma (têm 
preposição) e quanto à semântica (sempre indicam o 
24 Extensivo Terceirão
paciente da ação), diferenciando-se nas relações que estabelecem na frase. Assim, poderíamos dizer que a única dife-
rença que existe entre termos assim classificados é a de relação: objetos indiretos ligam-se a verbos; complementos 
nominais se ligam a nomes. Quanto ao sentido, ambos indicam aqueles que “sofrem” uma ação.
Citando novamente o exemplo da frase de abertura, o substantivo “necessidade” é um abstrato, cuja noção recai 
sobre “de elogios”; em outras palavras, “de elogios” é o alvo, o paciente da “necessidade”. Como “necessidade” é um 
nome, o termo preposicionado que o segue é um complemento nominal.
Veja, com muita atenção, porém, o exemplo abaixo:
A divulgação do MEC deixou muitos jovens felizes.
núcleo do 
sujeito
adjunto 
adnominal 
objeto direto predicativo 
do objeto
O termo destacado aqui, apesar de parecer um complemento nominal, pois é preposicionado e está ligado a um 
nome abstrato, funciona como adjunto adnominal. 
No contexto, “MEC” não é um termo paciente, ele não foi divulgado, 
mas divulgou, ou seja, “MEC” é o agente da ação expressa pelo nome 
abstrato “divulgação”.
Assim, compare:
A divulgação dos resultados deixou muitos jovens felizes.
núcleo do sujeito / complemento nominal objeto direto predicativo do objeto
Neste caso, “os resultados” foram o alvo da ação expressa pelo nome 
“divulgação”; eles – os resultados – foram divulgados, sendo o paciente, 
daí funcionarem como complemento nominal.
Enfim, podemos comparar as marcas do adjunto adnominal e do 
complemento nominal no quadro que segue: 
 ADJUNTO ADNOMINAL PREPOSICIONADO COMPLEMENTO NOMINAL
 • ligado a nome concreto –
 • ligado a nome abstrato • ligado a nome abstrato, adjetivo ou advérbio
 • indica o agente da ação expressa pelo nome abstrato • indica o paciente da ação expressa pelo nome abstrato
 • A explicação DO PROFESSOR foi clara. (Professor explicou) • A explicação DO EXERCÍCIO foi clara.(Exercício foi explicado)
D.
A 
Pr
es
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CB
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on
iq
ue
 R
en
ne
Testes
Assimilação
19.01. Considere esta oração:
As provocações dos alunos ao professor consternaram 
o diretor que presidia a reunião.
Indique a função sintática dos termos a seguir:
a) as provocações dos alunos ao professor:
b) dos alunos: 
c) ao professor:
Aula 19
25Português 5B
19.02. Classifique o termo destacado como complemento 
nominal, objeto indireto, adjunto adnominal ou agente 
da passiva.
a) Todos os pacientes necessitavam DE ATENÇÃO.
b) Os monstros DO OCEANO eram perigosos.
c) Ela crê EM EXPIAÇÃO.
d) A crença EM EXPIAÇÃO promove novos sentimentos.
e) Ela sempre discordava DE SEUS PARES.
f ) O presidente era amado PELO POVO.
g) O gabinete DO PRESIDENTE ficava em Brasília.
h) Os antigos aliados foram tomados PELA GANÂNCIA.
i) Os pais sempre conservam o orgulho PELOS FILHOS.
j) Os filhos DOS SEUS FILHOS colherão os frutos de tanto 
esforço.
19.03. (UEM – PR) – 
O Brasil jovem está “curtindo” o vestibular.
Os termos destacados no período acima são, respectivamente:
a) adjunto adverbial e objeto direto
b) predicativo do sujeito e objeto direto
c) adjunto adnominal e complemento nominal
d) adjunto adnominal e objeto direto 
e) adjunto adverbial e predicativo do sujeito
19.04. (UFMS) – Faça uma análise sintática da oração 
adiante e, a seguir, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
“ A ordem, meus amigos, é a base do governo.”
01) A ordem é sujeito simples; é a base do governo é pre-
dicado nominal. 
02) A expressão meus amigos é aposto. 
04) A, meus, a, do governo são adjuntos adnominais. 
08) é – verbo transitivo direto. 
16) a base do governo é predicativo do objeto. 
Aperfeiçoamento
19.05. (ESPCEX – SP) – Em “A população manifesta muito 
mais prazer no massacre contra o preso”, o termo destacado 
tem a função de: 
a) Adjunto Adnominal 
b) Agente da Passiva 
c) Objeto Direto 
d) Objeto Indireto 
e) Complemento Nominal 
Instrução: Texto para a questão 19.06. 
1O consumidor não 
é o cidadão. Nem o con-
sumidor de bens mate-
riais, 2ilusões tornadas 
realidades como sím-
bolos: a casa própria, o 
automóvel, os objetos, 
as coisas que dão status. 
Nem o consumidor de 
bens imateriais ou cultu-
rais, regalias de um con-
sumo elitizado, como o 
turismo e as viagens, os 
clubes e as diversões pagas; ou de bens conquista-
dos para participar ainda mais do consumo, como 
a educação profissional, 3pseudoeducação que não 
conduz ao entendimento do mundo. 4O eleitor 
também não é forçosamente o cidadão, pois 5o 
eleitor pode existir sem que o indivíduo realize in-
teiramente suas potencialidades como participan-
te ativo e dinâmico de uma comunidade. O papel 
desse eleitor não cidadão se esgota no momento 
do voto [...].
O cidadão é multidimensional. Cada dimen-
são se articula com as demais na procura de um 
sentido para a vida. Isso é o que dele faz o indi-
víduo em busca do futuro, a partir de uma con-
cepção de mundo, aquela individualidade verda-
deira. [...] O consumidor (e mesmo 6o eleitor não 
cidadão) alimenta-se de parcialidades, contenta-
-se com respostas setoriais, alcança satisfações li-
mitadas, não tem direito ao debate sobre os obje-
tivos de suas ações públicas ou privadas. 
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo, Nobel, 1996. p. 41-42.
19.06. (UEFS – BA) – Sobre aspectos de morfossintaxe 
presentes no texto, é correto afirmar: 
a) Em “O consumidor não é o cidadão.” (ref. 1) e “o eleitor 
não cidadão” (ref. 6) as palavras em negrito são da classe 
dos advérbios. 
b) Em “ilusões tornadas realidades

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