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1 6B História 21 Aula Segunda Guerra e suas consequências Derrocada alemã Ao pulverizar suas forças – os alemães combatiam no norte da África, na península Balcânica, na Escandinávia, na Europa Ocidental (após o desembarque Aliado na Normandia, em 06 de junho de 1944, o dia D) e na Itália (após o desembarque na Sicília em 1943) – talvez por excesso de confiança, Hitler levou o seu país ao desastre. No front russo, os exércitos alemães se distribuíam numa frente de milhares de quilômetros, tendo que enfrentar o Exército Vermelho, grupos de guerrilheiros e as adversidades climáticas. Após as derrotas sofridas em Stalingrado e em Kursk, a situação dos alemães tornou-se insustentável. Em todas as frentes, o Exército Vermelho, graças à superioridade bélica e numérica, desencadeou uma contraofensiva fulminante, libertando amplo território e debilitando de forma irremediável a máquina de guerra do Terceiro Reich. Após o desembarque Aliado na Sicília, que resultou na queda de Mussolini, os Aliados abriram uma nova frente, invadindo a Itália. De 28 de novembro a 1o. de dezembro de 1943, realizou-se, em Teerã, a primeira conferência aliada, com a presença de Roosevelt, Churchill e Stalin. Dentre as decisões tomadas, destacaram-se as seguintes: abertura de uma nova frente na Europa (operação Overlord); garantias para a manutenção das fronteiras soviéticas; ajuda para a Iugoslávia; e, após a derrota da Alemanha, a URSS declararia guerra ao Japão. Na noite de 5 para 6 de junho de 1944, uma frota gigantesca, com cerca de três milhões de homens, sob o comando do General Dwight Eisenhower, desembarcou na Normandia, dando início à libertação da França. Atacada em diversas frentes e sofrendo gigantescos bombardeios aéreos, ficava claro que a Alemanha seria derrotada. Como os Aliados exigiam a rendição incondi- cional, um grupo de militares alemães resolveu eliminar Hitler. A Operação Walquíria, ocorrida em 20 de julho de 1944, fracassou. Hitler sobreviveu e desencadeou uma violenta repressão. Os alemães passaram a lançar suas bombas V1 e V2 sobre o território britânico e desencadearam uma contraofensiva nas Ardennes. Contudo, já era tarde, pois a derrota alemã era irreversível. Em janeiro de 1945, os soviéticos ocuparam a Polônia. A Alemanha foi invadida. Em 30 de abril, Hitler suicidou-se. Em 2 de maio, a bandeira vermelha soviética tremulou no Reischstag em Berlim: era o fim do III Reich. Em 08 de maio, o governo alemão rendeu-se. © W ik im ed ia C om m on s/ Ar qu iv o Fe de ra l A le m ão /G . B ey er Dresden bombardeada pelos Aliados Conferências Em fevereiro de 1945, Roosevelt (Estados Unidos), Churchill (Inglaterra) e Stalin (URSS) reuniram-se na Conferência de Yalta, na Crimeia, e tomaram as se- guintes decisões: fixaram-se pontos relativos à ONU e à convocação de uma conferência em São Francisco para oficialmente criar esse órgão; reafirmou-se o desmem- bramento da Alemanha, submetida ao Conselho de Controle Aliado; permitiu-se à URSS conservar territórios da Polônia Oriental; aceitou-se o pró-soviético como único governo polonês legal. 2 Extensivo Terceirão Em julho de 1945, em Potsdam, subúrbio de Berlim, foi realizada uma nova conferência, da qual participaram Stalin, Harry Truman (Roosevelt havia falecido em abril) e Clement Attlee (Churchill foi der- rotado nas eleições parlamentares). Neste encontro, foram tomadas as seguintes decisões: os expoentes do regime nazista seriam julgados por um tribunal que se reuniria em Nuremberg; a indústria de guerra alemã seria suprimida; a Alemanha deveria pagar 20 bilhões de dólares aos vencedores e o país seria divi- dido em quatro zonas de ocupação, as quais seriam dominadas por soviéticos, ingleses, norte-americanos e franceses. Bi bl io te ca d o Co ng re ss o do s E st ad os U ni do s Os três grandes na Conferência de Yalta. Da esquerda para a direita: Churchill, Roosevelt e Stalin. Derrocada do Japão No front do Pacífico e da Ásia, o Japão estava pratica- mente isolado. A superioridade econômica e bélica dos estadunidenses era flagrante. Paulatinamente, os norte-americanos foram expul- sando os japoneses dos territórios que estes haviam conquistado. A guerra submarina, desenvolvida pelos Estados Unidos, levava ao estrangulamento do Japão. Durante a guerra no Pacífico, os submarinos dos Estados Unidos afundaram 55% de todos os navios japoneses e impuseram um bloqueio ao envio de matérias-primas para as diversas regiões do Império Japonês. Na medida em que os estadunidenses avançavam, a resistência japonesa tornou-se ainda mais obstinada, com o uso de pilotos em missões suicidas – os kamika- zes – que procuravam provocar danos às embarcações dos Estados Unidos. Concomitantemente, os norte-americanos realiza- vam gigantescos bombardeios aéreos sobre o território japonês. Entre fevereiro e março de 1945, ocorreu a batalha de Iwo Jima. Mais de 20 000 japoneses e quase 6 000 soldados norte-americanos morreram nesta ilha de apenas 13 quilômetros de comprimento, mas que tinha grande importância estratégica, pois ficava a apenas 1 060 quilômetros de Tóquio. A ilha de Okinawa era o último alvo dos Aliados antes da invasão do Japão. Os norte-americanos venceram, porém as baixas foram enormes, pois morreram 12 500 soldados estadunidenses e 137 000 combatentes japo- neses. Mesmo com a Itália e a Alemanha derrotadas, os japoneses, apesar dos reveses, continuavam lutando. Em agosto de 1945, o presidente Harry Truman ordenou o bombardeio atômico de Hiroshima (6 de agosto) e de Nagasaki (9 de agosto). Em 2 de setembro, a capitulação japonesa foi formalizada a bordo do en- couraçado Missouri. “Na década de 30, a Alemanha nazista obtinha grandes progressos nos estudos de Física Nuclear. Físicos, como Albert Einstein e Leo Szilard, que ha- viam se refugiado nos Estados Unidos, alertaram o presidente Roosevelt sobre o perigo de os alemães viabilizarem o uso da energia nuclear para fins bé- licos. Roosevelt compreendeu a gravidade da ques- tão e resolveu investir num projeto que recebeu o nome, em código, de Projeto Manhattan. Nas instalações de Los Alamos, passaram a tra- balhar cientistas brilhantes, como Robert Oppe- nheimer, Leo Szilard e o italiano Enrico Fermi, que fugira do fascismo. No dia 16 de julho de 1945, foi realizado, com sucesso, no estado do Novo México, o primeiro teste nuclear do mundo. No dia 6 de agosto de 1945, às 8 h 15 min, um bombardeiro B-29 (batizado Enola Gay) lançou uma bomba atômica à base de urânio que explo- diu a 580 metros de altitude sobre Hiroshima. Oi- tenta mil pessoas morreram. No dia 9 de agosto de 1945, às 11 h 2 min, foi a vez de Nagasaki. Era uma bomba de plutônio, com mais capacidade explosiva: 20 quilotons de TNT, contra 15 de Hiroshima. Ambas tinham apelidos: a de Hiroshima, ‘Little Boy’; e a de Nagasaki, ‘Fat Man’. A decisão do presidente Truman quanto ao lan- çamento das bombas atômicas sobre o Japão é de- fendida e criticada. Eis os principais argumentos a favor de Truman e contra ele: • Era a única maneira de acabar a guerra em pouco tempo. • Se os Estados Unidos tivessem de invadir o território japonês, morreriam um milhão de norte-americanos e três milhões de japoneses. • O território japonês seria devastado. • de um lado, surgem os Estados Unidos que, em 1947, visando a estender sua área de influência, estabeleceram o Plano Marshall. A URSS e seus aliados não aceitaram a chamada “ajuda” norte- -americana. De outro lado, a URSS, que estendeu sua influência por uma ampla região. Nos anos seguintes, a Guerra Fria se acentuou, gerando uma série de conflitos, principalmente no Tercei- ro Mundo. • A União Soviética sofrera perdas mais pesadas do que qualquer outro país. Coubera-lhe a maior parte da luta e das mortes. • Revelou-se que o terror nazista fora muito pior do que se imaginava. Judeus, ciganos, homosse- xuais, comunistas e religiosos foramvítimas de um orquestrado genocídio. • Os japoneses praticaram atrocidades nas regiões conquistadas, especialmente na China. “A guerra, portanto, confirmou o papel dos Estados Unidos como, de longe, a mais for- te das potências. Só eles haviam travado uma guerra em grande escala na Europa e Pacífico. A mobilização da economia durante a guerra re- sultava em um surto espetacular da produção industrial. O país nunca estivera tão próspero nem em estado de espírito tão confiante, mas relutava em arcar com as fardas da responsabi- lidade que são os concomitantes necessários do grande poder. Levou tempo para que os Estados Aula 21 3História 6B Th e U. S. N at io na l A rc hi ve s a nd R ec or ds A dm in ist ra tio n Miséria na Europa do pós-guerra • Os soviéticos ocupariam o norte do Japão. • Era preciso dar uma demonstração de força aos soviéticos, que dominavam a Europa Oriental. • A demonstração de força deveria ser feita numa ilha deserta ou em grande altitude. • Os norte-americanos quiseram testar suas bombas em cidades pouco devastadas e popu- losas para conhecerem seus efeitos. • Usaram duas, pois uma era à base de urânio, e a outra, de plutônio. Se a intenção era ame- drontar o Japão, uma bastava. • Foram gastos bilhões no Projeto Manhattan; era preciso testar suas realizações. • O racismo teria contribuído para o lançamen- to das bombas sobre o Japão, pois dificilmente os norte-americanos teriam lançado bombas atômicas sobre a Alemanha, se tivessem ficado prontas antes da capitulação nazista.” MOCELLIN, Renato. O vestibular em revista. Gazeta do Povo, Curitiba, encarte do Positivo, no. 10. © Sh ut te rs to ck /E ve re tt H ist or ic al Hiroshima Em vidas humanas, o saldo da Segunda Guerra foi de 45 milhões de mortos, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. A URSS teve 25 milhões de mortos; a Polônia, 6 milhões; a Alemanha, 5,5 milhões; o Japão, 1,5 milhão. Vale destacar também as perseguições enceta- das pelos nazistas aos judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, comunistas, enfim a todos os que se opunham à política do III Reich. Em síntese, podemos afirmar que as consequências mais profundas foram as seguintes: • o regime nazista foi totalmente abatido; • declínio acentuado da Europa; • criação da ONU (Organização das Nações Unidas – Conferência de São Francisco); • descolonização em marcha na Ásia e na África (apogeu na década de 60); • grande progresso das chamadas “ciências da des- truição”; 4 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 21.01. (UFPE) – Em torno de fatos relacionados com a Segunda Grande Guerra Mundial, estabeleça a correspondência: 1. Blitzkrieg 2. Kamikaze 3. A Grande Aliança 4. As nações do Eixo 5. Nagasaki ( ) Guerra relâmpago. ( ) Cidade arrasada pela bomba atômica. ( ) Piloto suicida utilizado pela aviação japonesa. ( ) Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos. ( ) Japão, Itália e Alemanha. a) 2 – 3 – 5 – 4 e 1 c) 1 – 5 – 2 – 4 e 3 e) 4 – 5 – 2 – 3 e 1 b) 1 – 2 – 5 – 4 e 3 d) 1 – 5 – 2 – 3 e 4 21.02. (PUC – RJ) – A Segunda Guerra Mundial, que se estendeu de 1939 a 1945, se diferenciou de todas as guerras ocorridas em tempos passados, configurando um novo tipo de conflito: uma guerra total. Corroboram tal afirmativa o fato de aquele conflito ter I. envolvido um número nunca visto de países e conti- nentes. II. promovido uma mobilização total de recursos humanos e materiais. III. aumentado o apelo ao trabalho feminino nos países aliados. IV. acelerado o crescimento tecnológico que vinha se de- senvolvendo desde o final da Primeira Guerra Mundial. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Somente as afirmativas I , II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 21.03. (UFU – MG) – As pretensões expansionistas japonesas na Ásia, a construção da Grande Ásia Oriental, colidiam com os interesses norte-americanos para a região. Os imperialistas seguiam as estratégias siberiana e colonial. A primeira en- carregou o Exército de expandir o domínio Japonês para a China do Norte, Mongólia e Sibéria, rivalizando com a União Soviética. A estratégia colonial, delegada à Marinha, visava a conquista de colônias inglesas, francesas e holandesas na Ásia. O obstáculo para esse projeto era a força dos Estados Unidos no Pacífico (Alaska, Ilhas Aleutas, Filipinas e Havaí). O projeto imperialista japonês a) buscava contemporizar seus interesses com as forças chinesas, vistas como um importante apoio na luta contra o imperialismo norte-americano. b) ganhou força com o bombardeamento de Pearl Harbor e a entrada dos EUA na guerra, forçando o recuo dos movimentos anti-imperialistas nipônicos. c) manteve, com o fim da Segunda Guerra, suas anexações territoriais, o que lhe permitiu continuar como uma grande potência. d) previa a mobilização de recursos das áreas ocupadas para realimentar o complexo industrial-militar que se fortalecia internamente. 21.04. (PUC – SP) – Leia atentamente: “No caso de Hiroshima, trata-se da catástrofe mais concentrada que já se abateu sobre os homens. Numa passagem de seu diário, o dr. Hachiya [que testemu- nhou o fato] pensa em Pompeia. Mas nem mesmo esta oferece termo de comparação. Sobre Hiroshima se abateu uma catástrofe que foi pla- nejada e executada com a maior precisão por seres humanos. A ‘natureza’ está fora do jogo.” Canetti, Elias. A Consciência das Palavras. SP: companhia das Letras, 1990. O texto refere-se à explosão atômica: a) com a qual os EUA conseguiram a capitulação dos ja- poneses, último núcleo de resistência do Eixo, ao fim do conflito mundial ocorrido entre 1939 - 45. b) que funcionou como demonstração do poder militar americano, para intimidar a China que havia aderido ao bloco comunista no fim da Segunda Guerra. c) cujo objetivo foi colocar fim ao conflito dos EUA com o Vietnã, onde os guerrilheiros locais impunham derrotas sistemáticas aos soldados americanos. d) que resultou de acidente aéreo envolvendo caças americanos e soviéticos, quando realizavam operações conjuntas com arsenal nuclear no oceano Pacífico. e) resultante do bombardeio promovido pelos EUA, durante o Segundo Conflito Mundial, a Pearl Harbor, base militar japonesa onde era desenvolvida a bomba de hidrogênio. Unidos compreendessem que Bretton Woods (Conferências que definiram o sistema de gerenciamento internacional) e as Nações Unidas não eram suficientes para atender às suas necessidades de segurança enquanto, a contragosto, aceitavam o papel que a Grã-Bretanha não podia representar e ficavam cada vez mais frustrados com os soviéticos.” KITCHEN, Martin. Um mundo em chamas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,1993, p. 281 Aula 21 5História 6B Aperfeiçoamento 21.05. (UFPE) – No período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, registraram-se numerosas tentativas de apagar seus vestígios. Perto de Cingapura, onde sete prisioneiros de guerra americanos haviam sido executados onze dias antes da rendição do Japão, assim que um dos oficiais responsáveis pelas execuções fora in- formado da rendição, ele e os outros algozes dirigiram-se imediatamente ao aeroporto, desenterraram os cadáveres das vítimas, levaram-nos para o campo, queimaram-nos numa grande fogueira e lançaram as cinzas no mar. (GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 883.) Fenômenos como esse foram comuns no imediato Pós-Guerra. Uma consequência política desses eventos na Europa foi a a) obrigação de esquecer os crimes cometidos pelos Estados envolvidos. b) responsabilização única da Alemanha por ter violado as leis da guerra. c) instituição de tribunais para julgamento de crimes contra a humanidade. d) relativização dos crimes cometidos no Ocidente e Oriente, durante a guerra. e) homologaçãode anistia para todos os que lutaram nos fronts, durante a guerra. 21.06. (UFPE) – As grandes guerras mundiais provocaram dificuldades nas relações internacionais, gerando ressenti- mentos e disputas diplomáticas. Os Estados Unidos procu- raram fazer valer sua influência no mundo e confirmar suas conquistas políticas. Na Conferência de Potsdam, as diver- gências eram evidentes entre os aliados. Nessa perspectiva, as relações entre as nações a) permaneceram tensas, destacando-se o enfraquecimento do poder da Inglaterra e as perdas europeias provenientes da Segunda Guerra Mundial. b) tiveram um momento de paz, com acordos que fortale- ceram a economia mundial e a democracia nos países do Ocidente. c) ajudaram a debilitar o poder político da União Soviética, liderada por Stálin e o Partido Comunista, com um socia- lismo totalitário. d) facilitaram o soerguimento imediato da Alemanha com o auxílio de empréstimos norte-americanos e a vitória da democracia parlamentar. e) modificaram-se, trazendo o fim dos governos totalitários com suas ideias imperialistas e sua violência política contra seus opositores. 21.07. (UNICAMP – SP) – Era o dia 6 de agosto de 1945. O avião B-29, Enola Gay, comandado pelo coronel Paul Tibbets, sobrevoou Hiroshima a 9.448 metros de altitu- de e, quando os ponteiros do relógio indicaram 8h16, bombardeou-a com uma bomba de fissão nuclear de urânio, com 3 m de comprimento e 71,1 centímetros de diâmetro e 4,4 toneladas de peso. A bomba foi de- tonada a 576 metros do solo. Um colossal cogumelo de fumaça envolveu a região. Corpos carbonizados jaziam por toda parte. Atônitos, sobreviventes vagavam pelos escombros à procura de comida, água e abrigo. Seus corpos estavam dilacerados, queimados, mutilados. Cerca de 40 minutos após a explosão, caiu uma chuva radioativa. Muitos se banharam e beberam dessa água. Seus destinos foram selados. (Adaptado de Sidnei J. Munhoz, “O pior dos fins”. Revista de História da Biblioteca Nacional, maio 2015. Disponível em http://www.revistadehistoria. com.br/secao/capa/o-pior-dos-fins. Acessado em 23/08/2016.) A explosão da bomba mencionada no texto a) ocorre a partir da desintegração espontânea do núcleo de urânio enriquecido em núcleos mais leves, liberando uma enorme quantidade de energia. Esse bombardeio significou o início da corrida armamentista entre EUA e União Soviética. b) ocorre devido à desintegração do núcleo de urânio em núcleos mais leves, a partir do bombardeamento com nêutrons, liberando uma enorme quantidade de energia. Esse ataque é considerado um símbolo do final da Segunda Guerra Mundial. c) ocorre a partir da combinação de núcleos de urânio enri- quecido com nêutrons, formando núcleos mais pesados e liberando uma enorme quantidade de energia. Esse bombardeio foi uma resposta aos ataques do Japão a Pearl Harbor. d) ocorre devido à desintegração do núcleo de urânio em nú- cleos mais leves, a partir do bombardeamento com nêutrons, liberando uma enorme quantidade de energia. Esse ataque causou perplexidade por ser desferido contra um país que havia permanecido neutro na Segunda Guerra Mundial. 21.08. (PUC – SP) – Às 6 da manhã, do dia 7 de dezembro de 1941, aviões japoneses bombardearam a base norte-ameri- cana de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva iniciava o avanço japonês que, oito meses depois, controlava parte significativa do oceano Pacífico. Sobre os conflitos no Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial, pode-se dizer que a) demonstram a instabilidade política do Pacífico e do sudes- te asiático, antes dominados principalmente pela França e pela Inglaterra, e alvo, durante a Guerra, de Interesses norte-americanos e japoneses. b) ilustram o combate de japoneses e norte-americanos contra chineses e soviéticos, que tentavam estabelecer na região a hegemonia de Estados guiados pela ideologia socialista. c) desembocam na explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, responsáveis pela vitória final dos países Aliados sobre os países do Eixo e pela rendição incondicional de Alemanha e Japão. d) iniciam uma sequência de combates aéreos e navais, dos quais participaram ativamente todos os países envolvidos na Guerra, especialmente Alemanha e Itália, empenhadas em defender as posições japonesas. e) abrem espaço para a proliferação do islamismo, que acabou por conquistar, por meio de revoluções populares, o con- trole de Estados como o Paquistão, a Índia ou as Filipinas. 6 Extensivo Terceirão 21.09. Inicialmente parecia um relâmpago, num céu sem nuvens. Mas a onda de calor que surgiu segundos depois começou a derreter tudo o que era sólido, telha- dos, paredes, casas inteiras. Todos os seres humanos que se encontravam nas proximidades da área em que a bomba detonou foram incinerados e deles só restou a silhueta nos calçamentos das ruas, como se fosse o negativo de uma fotografia. Relato de alguns sobreviventes. Antonio Pedro. In Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Atual, 1994 O relato relaciona-se a um dos fatos mais marcantes da Segunda Guerra Mundial. Com base nos textos e no conhe- cimento histórico, é correto o que se afirma em: a) Os efeitos destruidores da tecnologia bélica durante a guerra incentivaram os países do Eixo a criar uma infra- estrutura científica usada no término rápido do conflito. b) O desenvolvimento da ciência atômica, durante a corrida armamentista entre as potências imperialistas, impulsio- nou os Estados Unidos a só entrarem na guerra em 1945. c) A invenção da bomba atômica favoreceu a produção de uma tecnologia inovadora responsável pelo final da guerra mundial e pelo recuo nazista na Europa Oriental. d) A importância da bomba atômica associa-se ao término abrupto da guerra com o Japão e à grande influência que veio a ter na geopolítica do pós-guerra. e) O uso da ciência bélica por parte dos Aliados no término da guerra neutralizou a pretensão da União Soviética em expandir a ideologia socialista na Europa. 21.10. (FMJ – SP) – Leia os textos. I. “Truman, Stalin e Churchill (substituído depois por Clement Attle) foram os principais líderes do encontro que, em julho de 1945, tratou da desmi- litarização da Alemanha e ratificou a decisão an- terior de dividi-la em quatro zonas de ocupação militar (britânica, francesa, norte-americana e so- viética). Nesse encontro, diferentemente dos ante- riores, predominaram as diferenças e hostilidades entre Estados Unidos e União Soviética.” II. Terminado o conflito, (...) Estados Unidos, URSS, Reino Unido e França firmaram o acordo pelo qual se instituía um tribunal militar internacional para julgar os maiores criminosos de guerra. O pro- cesso teve início a 20 de novembro de 1945. Os acusados eram 22 e estavam incluídos, à exceção de Hitler que se suicidara, todos os máximos diri- gentes políticos e militares da Alemanha. (Norberto Bobbio, Dicionário de política. Brasília: UnB, 1986. p. 302. Adaptado) Os textos aludem, respectivamente, a) à Conferência de Paris e ao Tribunal de Frankfurt. b) ao Tratado de Versalhes e ao Tribunal de Rosenberg. c) à Conferência de Munique e ao Tribunal Internacional de Haia. d) ao Pacto de Varsóvia e aos Julgamentos de Auschwitz. e) à Conferência de Potsdam e ao Tribunal de Nuremberg. Aprofundamento 21.11. (UFSM – RS) – “A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais. Os telegramas de Moscou repetem Homero. Mas Homero é velho. Os telegramas cantam/um mundo novo que nós, na escuridão, ignorávamos.” Os versos perten- cem à “Carta a Stalingrado”, Carlos Drummond de Andrade, e tratam de uma batalha decisiva para os aliados, durante a Segunda Guerra Mundial, assim como apontam a construção de um “mundo novo”. Através desses versos, inferem-se as tensões e esperançasda época, ou seja, I. a consolidação do socialismo. II. o esgotamento da literatura. III. a vitória sobre o nazifascismo. Está(ão) correta(s) a) apenas I c) apenas III e) apenas II e III b) apenas II d) apenas I e III 21.12. A Segunda GrandeGuerra (1939-1945), por suas dimensões, perdas humanas e materiais e por seus impactos, provocou uma série de modificações no cenário das relações internacionais. Considerando essas modificações, avalie as afirmações abaixo. I. Houve a configuração da bipolaridade de interesses e disputas entre blocos de países liderados pelos governos dos EUA e da URSS. II. Assistiu-se ao incremento das lutas de descolonização em regiões asiáticas e africanas. III. Concretizou-se a hegemonia britânica sobre a exploração de reservas petrolíferas no Oriente Médio. IV. Proibiu-se o uso de armas nucleares, devido ao impacto causado pelo lançamento das bombas atômicas sobre o Japão. V. Encerraram-se, em função do Holocausto, as persegui- ções e conflitos políticos por motivos étnicos, religiosos ou raciais. Assinale: a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. b) se apenas as afirmativas II e IV estiverem corretas. c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. d) se apenas as afirmativas III e V estiverem corretas. e) se apenas as afirmativas IV e V estiverem corretas. 21.13. (MACK – SP) – Para os norte-americanos, a decisão de usar as armas nucleares foi descrita em termos puramente humanitários e militares. Nas palavras do então secretário da Guerra, Henry L. Stimson, os artefatos foram usados “a fim de terminar com a guerra no menor prazo possível e evitar as enormes perdas de vidas humanas que, de outra forma, teríamos de enfrentar”. Aula 21 7História 6B Provavelmente, se os Estados Unidos tivessem sido derro- tados na guerra, o general Leslei Groves, responsável pelo projeto que criou a nova arma, o coronel-aviador Paul Tib- betts, comandante do avião Enola Gay que lançou a bomba e os físicos chefiados por Oppenheimer, certamente seriam julgados por crimes contra a humanidade. Sobre o evento citado no texto, é incorreto afirmar que: a) no início de agosto, a vitória americana no Pacífico já estava clara. Era apenas uma questão de tempo, até a rendição do Japão; o governo dos EUA justificou-se, alegando que essa era a forma mais rápida de encerrar, de uma vez por todas a guerra. b) a primeira bomba atômica explodiu na cidade japonesa de Hiroxima. Três dias depois, outra cidade japonesa, Nagasaki, conheceu o poder da bomba atômica. c) coube ao vice-presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, comandante de todas as forças armadas dos EUA, a responsabilidade de tomar a decisão de lançar as bombas atômicas sobre o Japão. d) a bomba atômica, lançada sobre a cidade de Hiroshima em 1945, foi um dos fatores que desencadeou, nos anos seguintes à Guerra Fria, um verdadeiro festival de explosões americanas e russas, que poluíram certas regiões da terra. e) para muitos analistas militares, historiadores, o uso das bombas foi um crime de guerra dos EUA, destinado a impressionar a URSS e a marcar sua força política, tendo em vista a nova ordem internacional do pós-guerra. 21.14. (UFMS) – A respeito da Segunda Guerra Mundial, é correto afirmar: 01) Seu caráter de guerra efetivamente mundial, pratica- mente sem precedentes, manifesta-se no fato de que, apesar da neutralidade de alguns países europeus e latino-americanos, todos os continentes estiveram envolvidos no conflito a partir de quatro fronts: Eu- ropa ocidental, Europa oriental, Norte da África e Pa- cífico. 02) Após declarar guerra ao Eixo em 1942, a partir de 1944 o Brasil envolveu-se diretamente do conflito, envian- do a Força Expedicionária Brasileira para combater as forças nazistas na Europa. 04) O ataque à base naval de Pearl Harbor e a Batalha de Stalingrado tornaram-se acontecimentos decisivos para o desfecho da Segunda Guerra Mundial, pois permitiram o aumento do poderio estratégico militar alemão e o consequente aniquilamento da resistência das forças aliadas no Leste Europeu. 08) Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças em con- flito dividiram-se em dois blocos, constituídos confor- me as afinidades ideológicas e as pretensões expan- sionistas: de um lado os países do Eixo, que incluía França, Inglaterra, EUA e URSS; de outro lado, as forças aliadas, que reuniam Alemanha, Itália e Japão. 16) Um desdobramento político do pós-Segunda Guerra Mundial foi a constituição de uma nova ordem inter- nacional, caracterizada pela polarização entre o mun- do capitalista, liderado pelos EUA, e o mundo socia- lista, comandado pela URSS, o que contribuiu para a intensificação de conflitos regionais. 21.15. (UEPB) – “O jornalista italiano Luigi Romerso presenciou um teste nuclear em uma ilha do Mar Bál- tico, em 1944. Em Hitler Secret Weapon afirma que os testes nucleares nazistas estavam mais avançados do que o de cientistas americanos e ingleses”. “... Hitler esteve muito próximo de adquirir a primeira arma nuclear do mundo, e só não pôde utilizá-la por falta de urânio enriquecido”. Revista História em Curso – A Guerra da Coreia. Ano I. nº. 02. pago 07/08. Muitos países defendiam (e defendem) a utilização da energia nuclear para fins pacíficos ou não, pois se considera que os que a detêm fatalmente vencem conflitos. Assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) O Projeto Manhattan, suposto programa dos EUA para desenvolver a bomba atômica, não existiu. O exército americano, com colaboração de agências de propa- ganda, o criou para desviar a atenção de Hitler do es- forço que se fazia para a construção de material bélico. ( ) Em 1939, cientistas europeus imigraram para os EUA e alertaram o governo americano da real possibilida- de de Hitler usar armas nucleares. Um deles, Albert Einstein, escreveu ao presidente Roosevelt pedindo que verbas fossem investidas na pesquisa do urânio enriquecido. ( ) No início da Segunda Guerra cientistas alemães con- cluíram que podiam enriquecer urânio e convertê-lo para fins militares. Hitler investiu vultosas somas nes- sa fonte de energia. Mas a urgência em desenvolver armas dificultou o avanço do programa nuclear ale- mão. ( ) A Alemanha nazista dominou o conhecimento da bomba atômica e fez provas com estes artefatos. O teste de Thuringia (no Mar Báltico em 1945) destruiu uma área de 500 metros quadrados e usou prisionei- ros de um campo de concentração como cobaias. Assinale a alternativa correta: a) F – V – F – V. b) V – V – V – V. c) F – F – V – V. d) V – F – V – V. e) F – V – V – V. 21.16. (IFPE) – Analise as proposições abaixo sobre a Se- gunda Guerra Mundial. I. Os países que compunham o Eixo, contra o qual foi declarada a guerra, foram Alemanha, Itália e Japão. II. O início desta guerra se deu com o lançamento, pelos Estados Unidos, das bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. III. Um dos fatos determinantes para a entrada dos Esta- dos Unidos no conflito foram os ataques à base militar estadunidense de Pearl Harbor. 8 Extensivo Terceirão IV. A mulheres participaram de diversas formas da Segunda Guerra Mundial, como, por exemplo, enfermeiras nos fronts ou fabricando armas e munições. V. Antes alinhado com os Estados Unidos, o Brasil, governa- do por Getúlio Vargas, sofreu pressão italiana e entrou no conflito para lutar ao lado dos países do Eixo. Estão corretas, apenas: a) I, III e IV. c) II e III. e) III e IV. b) I, III e V. d) III, IV e V. 21.17. (UFSC) – “Cartas de Iwo Jima” é o segundo longa-metragem dirigido por Eastwood a respeito do momento chave da campanha do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial, depois de “A Conquista da Honra”, que apresentou a batalha sob uma perspectiva norte-americana. Em fevereiro de 1945, Iwo Jima, uma pequena ilha vulcânica perdida 1 200 km ao sul de Tóquio, foi cenário de combates violentos que deixa- ram 6 821 mortos nas fileiras americanas e 21 900 no exército imperial japonês. “Cartas de Iwo Jima” é bem recebido nos cinemas japoneses. Disponível em: <http://tools.folha.com.br. Acesso em: 06 jul.2007. Sobre a Segunda Guerra Mundial e o período Pós-Guerra, é corretoafirmar que 01) ao contrário das guerras anteriores, a Segunda Guerra travou-se quase exclusivamente na esfera militar, com pequenas baixas entre civis mas com enormes baixas entre os exércitos envolvidos. 02) a expressão “Guerra Fria” surgiu logo após o término da Segunda Guerra, evidenciando a grande rivalidade en- tre França e Inglaterra, que disputavam a hegemonia na Europa. 04) a ascensão dos movimentos nazifascistas, prometendo desenvolvimento econômico e segurança social, foi possível devido à adesão popular. 08) a disputa já existente entre japoneses e norte-ameri- canos pelo domínio do oceano Pacífico se intensificou quando os nipônicos bombardearam a base norte- -americana de Pearl Harbor. 16) o final do conflito foi marcado pela existência de dois campos de batalha: um no oceano Pacífico e outro no Índico. 32) a construção do Muro de Berlim foi uma decisão toma- da pelos Aliados, evitando a fuga em massa de alemães ocidentais para o lado comunista. 64) as bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaki pelos norte-americanos marcaram o início da Segunda Guer- ra Mundial. 21.18. (UFMG) – “A guerra estava no fim e Hiroshima permanecia intacta. A população acreditava que a cidade não seria bombardeada. Mas infelizmente no dia 6 de agosto, às 8 horas e 15 minutos, um enorme cogumelo de fogo tomou conta da cidade destruindo a vida de milhões de pessoas inocentes... A cidade aca- bara e, com ela, toda a referência de uma vida normal.” Disponível em: <http://www.nisseychallenger.com/hiroshima.html>. A partir dessa leitura e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, a) INDIQUE e ANALISE duas razões para a escolha do Japão como alvo das bombas atômicas. b) ANALISE os desdobramentos do lançamento das bombas atômicas sobre o Japão no contexto da Guerra Fria. Desafio 21.19. (UFPR) – Destaque os principais episódios que marcaram as tensões internacionais logo após a Segunda Guerra Mundial. Aula 21 9História 6B Gabarito 21.01. d 21.02. e 21.03. d 21.04. a 21.05. c 21.06. a 21.07. b 21.08. a 21.09. d 21.10. e 21.11. d 21.12. c 21.13. c 21.14. 19 (01 + 02 + 16) 21.15. e 21.16. a 21.17. 12 (04 + 08) 21.18. a) Dentre as razões para a escolha do Japão como alvo das bombas atômicas dos Estados Unidos, ao final da Segunda Guerra Mun- dial, pode-se destacar a intenção dos Estados Unidos de revidar o ataque japonês a Pearl Harbour e o interesse norte-americano em abreviar o fim do conflito, devido a feroz resistência dos ja- poneses. b) Para muitos historiadores, o marco inicial da Guerra Fria foi o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, na Europa. Nessa perspectiva, a destruição das duas cidades nada teve a ver com o Japão, já militarmente derrotado, e sim com a divisão geopolítica do mundo. Ao utilizar a bomba atômica nos ataques às cidades japonesas, os Estados Unidos afirmaram seu poderio bélico frente a outras nações e inauguraram uma corrida armamentista, pois a União Soviética também passou a produzir arsenal nuclear para fazer frente aos Estados Unidos. 21.19. Podem ser citados: o Plano Marshall (1947), o COMECOM (1949), a criação da OTAN (1949) e do Pacto de Varsóvia (1955), a Guerra da Coreia (1950-1953) e a intervenção, tanto norte-americana como soviética nos movimentos anticolonialistas na África e na Ásia, enu- meram os conflitos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial e evidenciaram o início da Guerra Fria. 21.20. 10 (02 + 08) 21.20. (UFSC) – Ao final da Segunda Guerra, muitas foram as negociações entre os vencedores e, nesse contexto, a Europa foi dividida em duas áreas: a parte oriental ficou sob a influência da então Soviética, enquanto a parte ocidental, sob a influência norte-americana. Em relação à Segunda Guerra e ao período que a sucedeu, é correto afirmar que: 01) a “doutrina Trumann” foi colocada em prática visando à expansão da influência soviética. 02) os judeus não foram os únicos alvos de perseguição do nazismo: ciganos e socialistas, entre outros, tam- bém sofreram as atrocidades do regime. 04) a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi formada por um bloco de países que defendiam a ideologia comunista. Em contraposição a este blo- co, os EUA lideraram a criação do Pacto de Varsóvia, cujo objetivo era ampliar os interesses capitalistas na Europa. 08) visando a ajudar na recuperação dos países euro- peus, em grande medida devastados pela guerra, e para evitar a expansão do comunismo, foi elaborado o Plano Marshall, por meio do qual o governo norte- -americano destinou bilhões de dólares para os países da Europa. 16) China e Inglaterra foram países que saíram fortaleci- dos desse conflito, estabelecendo, a partir de então, os dois polos que redefiniram a política mundial. 32) a entrada oficial dos EUA no conflito se deu em 1939, ocasião em que o “eixo” recebeu apoio na forma de armamentos ultramodernos. 10 Extensivo Terceirão História 6A Guerra Fria Aula 22 6B História Introdução Após o término da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética romperam a antiga aliança. O rompimento teve o aspecto ideológico como causa principal, pois ambas as potências tinham uma visão completa- mente distinta das coisas. Podemos citar como exemplo o significado da palavra democracia, que para Truman era uma coisa e para Stalin era outra completamente distinta. O ano de 1947 marcou a ruptura definitiva dos antigos aliados. O governo norte-americano suspendeu a desmo- bilização militar e iniciou uma grande corrida armamentista. Em março, o presidente norte-americano, Harry Truman, comprometeu-se perante o Congresso a conter o avanço do socialismo. Neste mesmo ano, o Secretário de Estado norte-americano, George Marshall, fez um discurso na Universidade de Harvard, onde falou da disposição dos Estados Unidos em ajudar a reconstrução da Europa (Plano Marshall). Europa e a Guerra Fria M ar ilu d e So uz a Aula 22 11História 6B Em 1949, os Estados Unidos e seus aliados ligaram-se por vinte anos pelo Pacto do Atlântico, que deu origem à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Diante da movimentação norte-americana, os soviéticos criaram o Pacto de Varsóvia. A ONU (Organização das Nações Unidas), criada em 1945, assistia impotente aos movimentos dos dois gigantes. A tomada do poder pelos comunistas na Tchecoslo- váquia, em 1948, a adoção da democracia popular, sob influência soviética, na Alemanha Oriental, a Revolução Chinesa e as guerras da Coreia e do Vietnam são exem- plos vivos da intensificação da Guerra Fria. Essa famosa guerra acabou se generalizando pelo mundo. Com o intuito de frear, em todo o globo, o avanço comunista, os Estados Unidos formaram diversas alianças militares: a ANZUS (Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos) e a OTASE (Organização do Tratado do Sudeste Asiático). © W ik im ed ia C om m on s/ Ch ai rb oy Bomba nuclear “Mark 7”. 1ª. bomba tática nuclear adotada pe- las forças armadas dos EUA, a partir de 1952. Museu Nacional da Força Aérea dos EUA, Dayton. 1948 – Os soviéticos bloquearam Berlim Ocidental. Os norte-americanos abasteceram a cidade, usando a Força Aérea; na Tchecoslováquia, os comunis- tas tomaram o poder. 1949 – Explosão da primeira bomba atômica soviética; os comunistas dominaram a China. 1952 – Explosão da bomba H (de hidrogênio) norte- -americana. 1953 – Explosão da bomba H soviética. 1957 – Os soviéticos colocaram o primeiro satélite artificial (o Sputnik) no espaço. A corrida espacial esteve relacionada com a corrida armamentista, pois os foguetes deram origem aos mísseis. 1961 – A bordo da nave Vostok I, o soviético Yuri Alek- seievitch Gagarin realizou um voo de 108 minutos ao redor da terra. Os norte-americanos reagiram e passaram a investir pesado na corrida espacial, tanto que pousaram na Lua. Neil Armstrong, tri- pulante da nave Apolo 11, foi o primeiro homem a realizareste feito (em 1969). 1961 – Foi construído o Muro de Berlim para evitar a fuga de mão de obra qualificada de Berlim Oriental para Berlim Ocidental. 1962 – Agrava-se a crise cubana. Por decisão da Con- ferência de Punta del Este, o país foi expulso da OEA. Diante da possível instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha de Fidel, ocorreu a pronta reação norte-americana. O presidente Kennedy ordenou o bloqueio naval de Cuba. O mundo esteve à beira de uma guerra nuclear. Kennedy e Kruschev fizeram um acordo: os mísseis não foram instalados e o bloqueio foi levantado. 1965 – Intervenção norte-americana no Vietnam. 1968 – Os soviéticos esmagaram a chamada “primavera de Praga” na Tchecoslováquia. 1972 – Estados Unidos e URSS assinaram o Salt 1 (Strategic Arms Limitation Talks) – sobre a limitação dos armamentos estratégicos. 1975 – 1985 – A crise econômica destruiu o equilíbrio da détente reaquecendo a “Guerra Fria”. 1979 – Os soviéticos invadiram o Afeganistão. 1980 – Vários países ocidentais boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou. – O orçamento militar norte-americano aumenta no Governo de Ronald Reagan. 1983 – Introdução norte-americana em Granada e apoio aos “Contras” que combatiam o Governo Sandinista, de esquerda, na Nicarágua. Tanques em frente ao Palácio Duque de Caxias (antigo Minis- tério do Exército). RJ, 1964. Houve apoio norte-americano aos golpistas que depuseram João Goulart. © Ag ên ci a Br as il/ Ar qu iv o N ac io na l 12 Extensivo Terceirão Guerra da Coreia A Coreia ficou por mais de 40 anos sob o domínio japonês. Durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas soviéticas penetraram na Coreia do Norte, enquanto os Estados Unidos ocuparam a parte Sul. Em 1945, um acordo assinado entre os Aliados esta- beleceu o Paralelo 38 N como limite ao avanço soviético. Na parte Norte, os comunistas, com o apoio da URSS, efetuaram profundas transformações econômicas e sociais. Após uma eleição, o líder do Partido Operário Coreano, Kim II Sung, tornou-se o Primeiro-Ministro. Já na parte do Sul, sob influência dos países capitalistas, o Governo estava nas mãos de Syngman Rhee. O Paralelo 38 servia de fronteira entre as duas Coreias, porém tanto um lado quanto o outro ambicionavam estender seu domínio sobre todo o país. Em junho de 1950, o Exército Popular da Coreia do Norte (EPCN) iniciou uma gigantesca ofensiva. Diante da superioridade do EPCN, as tropas sul-coreanas recuaram em debandada. Se não tivesse havido a intervenção dos Estados Unidos e da ONU, os comunistas da Coreia do Nor- te teriam dominado todo o país com relativa facilidade. Logo após a grande escalada dos comunistas na Coreia do Sul, o presidente Truman, dos Estados Unidos, com o aval do Conselho de Segurança da ONU, deu todo o apoio aos sul-coreanos. Em 7 de julho de 1950, foi criado um comando unifi- cado na Coreia, reunindo tropas norte-americanas e da ONU. Esse comando passou a ser chefiado pelo general norte-americano Douglas MacArthur. Com a entrada das forças norte-americanas e da ONU, a situação mudou radicalmente, culminando numa contraofensiva fulminante que possibilitou a conquista de Seul (agosto). Após a conquista de Seul, em outubro, as tropas do comando unificado atravessaram o Paralelo 38, invadin- do a Coreia do Norte, em 20 de outubro. Pyongyang, capital da Coreia do Norte, foi ocupada. A situação tornou-se crítica, com a entrada da China Comunista em favor dos norte-coreanos. Com a entrada dos chineses na Guerra, as tropas da ONU, até então vitoriosas, sofreram uma série de derro- tas e recuaram em todas as frentes. Em dezembro de 1950, os norte-coreanos e seus aliados chineses começaram a segunda invasão da Coreia do Sul. Em janeiro de 1951, as forças comunistas reocuparam Seul. Em março, as tropas da ONU conseguiram deter o ímpeto dos comunistas, reocupando Seul e outras cidades, como Inchon e Hwachon. Em 11 de abril de 1951, o presidente Truman, numa decisão polêmica, destituiu o general MacArthur do comando das tropas da ONU e para o seu lugar foi designado o general Matthew B. Ridgway. As causas da demissão foram várias. MacArthur protestou energicamente quando lhe negaram a permissão de atacar centros comerciais e industriais da China, bem como a de perseguir aviões no espaço aéreo chinês. MacArthur não aceitava a ideia de dialogar com os comunistas: entendia que toda a Coreia deveria ser conquistada pela força. Se porventura a URSS quisesse intervir, os Estados Unidos deveriam aceitar o desafio e dar uma definitiva lição nos “conquistadores comunistas”. Guerra da Coreia © W ik im ed ia C om m on s/ U. S. A rm y M ili ta ry H ist or y In st itu te Em 1952, a situação estava indefinida com avanços e recuos de ambos os lados. Finalmente, foi firmado um armistício, que entrou em vigor em 27 de julho de 1953. Até hoje não foi assi- nado um tratado de paz. A situação permaneceu como antes, ou seja, tanto os comunistas da Coreia do Norte como os norte-america- nos não conseguiram a unificação da Coreia, ficando os primeiros sob a égide comunista e a Coreia do Sul sob o domínio capitalista. Guerra do Vietnam Podemos dividir a Guerra do Vietnam em dois gran- des períodos. O primeiro estende-se de 1945 a 1954, quando os guerrilheiros do Vietminh derrotaram os colonialistas franceses em Dien Bien Phu. Os acordos de Genebra culminaram com a divisão do Vietnam na altura do paralelo 17, em Norte e Sul. Essa divisão deveria durar dois anos, já que o Acordo de Genebra estipulava que, em 1956, deveriam ser realizadas eleições gerais. Aula 22 13História 6B O Vietnam do Norte tornou-se uma República Socia- lista, enquanto o do Sul, uma monarquia, até que, em 1955, Ngô Dinh Dien derrubou o Imperador Bao-Dai e adotou uma política francamente pró-norte-americana. O segundo período, de 1954 a 1973, é o de intervenção norte-americana, que começou concretamente em 1965. O Vietnam As autoridades norte-americanas temiam que todo o Vietnam e posteriormente outros países do sudeste da Ásia passassem para a órbita comunista, segundo Eisenhower, e sua célebre teoria dos dominós. Daí a justificativa para a maciça presença militar na região. Em 1960, no Vietnam do Sul, foi criada a Frente Nacional de Libertação. Os comunistas eram chamados de vietcongues. No governo Kennedy, os norte-americanos apoiaram com armas e conselheiros militares o Vietnam do Sul. A intervenção direta ocorreu no governo L. Jonhson. Em 1963, a política autoritária e pró-católica de Ngô Dinh Dien levou ao martírio muitos monges budistas, que se suicidaram pelo fogo. Neste clima de agitação, Ngô Dinh Dien acabou sendo assassinado (novembro). Seguiu-se um período de golpes que levaram ao poder o general Duong Van Minh. Em março de 1965, desembarcaram os fuzileiros navais norte-americanos no Vietnam. Os norte-ame- ricanos iniciaram então violentos bombardeios acima do Paralelo 17. Nos bombardeios, os norte-americanos usavam bombas de napalm, de fósforo e de armas quí- micas. Apesar disso, os norte-vietnamitas resistiam com um destemor incrível. M ar ilu d e So uz a Diante da intensificação dos bombardeios, um grupo de intelectuais (Bertrand Russell, Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir e outros) criou em 1967 um tribunal que condenou os Estados Unidos por crimes de guerra. Mesmo dentro dos Estados Unidos, a pressão popular era grande. Exigia-se do país a saída da Guerra. Em 1967, Nguyên Van Thieu foi eleito presidente do Vietnam do Sul. A situação do país era grave, dependen- do inteiramente da ajuda norte-americana. Em 1968, o exército de Van Thieu era de 700 000 homens. Existiam ainda mais de 500 000 soldados norte-americanos acantonados no país. Para os Estados Unidos, a situação era grave, pois, mesmo usando toda capacidade militar e tecnológica, não conseguiam vencer os aguerridos guerrilheiros vietcongues. Nos Estados Unidos, as pressões contra a guerraaumentavam enormemente. O presidente eleito em 1968, Richard Nixon, prometeu que sairia do Vietnam, “mas com honra”. Crianças atingidas por napalm no Vietnam do Sul Gl ow Im ag es /N ic k Ut /A P Ph ot o Até 1973, os norte-americanos continuaram rea- lizando terríveis bombardeios atingindo a população civil. A Ofensiva do Tet (1968), o Massacre de My Lay (1968) e a Operação Linebacker (1972) foram episódios célebres. Finalmente, pelos acordos de Paris de 1973, firmados por Henry Kissinger e Le Duc Tho, iniciou-se a retirada das tropas norte-americanas. Em 1975, depois da decisiva vitória de Xuan Loc, os norte-vietnamitas ocuparam Saigon, que passou a se chamar Cidade Ho Chi Minh, em homenagem ao lengendário líder comunista falecido em 1969. 14 Extensivo Terceirão Em julho de 1976, foi reunificado o país, sob o nome de República Popular do Vietnam do Norte, tendo em Le Duc Tho sua mais importante figura. Guerra do Afeganistão O Afeganistão aproximou-se da URSS com o Golpe Militar de 1973. Essa aproximação aumentou com o Golpe Comunista de 1978. No início de 1979, começou a rebelião muçulmana dos mujahedins. Dentro desse contexto, ocorreu a inter- venção soviética. A resistência à ocupação soviética teve o apoio dos Estados Unidos e dos países árabes, além do Paquistão e do Irã. A retirada das tropas soviéticas ocorreu em 1989. Em 1992, os rebeldes muçulmanos chegaram ao poder, após terem feito um acordo com as forças gover- namentais. Os diversos grupos que lutaram contra os soviéticos se dividiram, e a milícia islâmica Taliban passou a con- trolar a maior parte do país, impondo um regime duro e intolerante. Osama Bin Laden usou o Afeganistão para treinar militantes da Al Qaeda (A Base), tendo o apoio do mulá Omar, chefe do conselho de sábios islâmicos. Com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, atribuídos a Al Qaeda, os norte-americanos exigiram a entrega de Bin Laden e a destruição das bases de sua organização. Diante da negativa do Governo Taliban em colaborar com os Estados Unidos, tropas norte-americanas e do Reino Unido, com o apoio de oposicionistas afegãos, derrubaram o regime fundamentalista e impuseram um novo Governo, que só se sustenta graças ao apoio de forças de ocupação. Soldados afegãos assistem a explosões de bombas estaduni- denses nas montanhas de Tora Bora, no Afeganistão, em de- zembro de 2001. Gl ow Im ag es /N ew sc om /E rik d e Ca st ro /R eu te rs Testes Assimilação 22.01. (FUVEST – SP) – A construção do Muro de Berlim, em 1961, fez J. F. Kennedy, o então presidente dos Estados Unidos, confidenciar a seus colaboradores; “Não é uma boa solução, mas um muro é tremendamente melhor do que uma guerra”. Sobre esse acontecimento, é correto afirmar que: a) resultou de um plano conjunto da URSS e dos EUA. b) foi uma iniciativa autônoma da Alemanha Oriental. c) nasceu de um acordo entre as duas Repúblicas Alemãs. d) foi produto da Guerra Fria entre as duas superpotências. e) deu início à divisão entre os mundos capitalista e socia- lista. 22.02. (ESCS – DF) – “Para tomar uma única casa, luta- mos quinze dias, lançando mão de morteiros, grana- das, metralhadores e baionetas. Já no terceiro dia, 54 cadáveres de soldados alemães estavam espalhados pelos porões, pelos patamares e pelas escadas. [...] A luta não cessa nunca.” (História do Século XX. São Paulo. Abril, 1975. p. 2047. v-67.) O relato do tenente alemão do texto acima evidencia a vio- lência na Segunda Guerra Mundial, sobretudo a campanha alemã na URSS e, em particular, a batalha de Stalingrado. O fim do conflito mundial, em 1945, determinou o despertar de uma nova ordem mundial, que se caracteriza pelo seguinte fato histórico: a) Emergência politica de nações ligadas ao Regime Facista como Portugal e a Espanha. b) Consolidação da França como a grande potência mundial. c) Afirmação da Inglaterra como a grande potência econô- mica mundial. d) Rivalidade entre os EUA e a URSS, iniciando o período da Guerra Fria. e) Enfraquecimento da posição política dos EUA no plano continental e mundial. 22.03. (PUCPel – RS) – Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos organizaram o Plano Marshall para a Europa, objetivando: a) recuperar economicamente os países devastados pela guerra; b) construir uma série de bases militares para impedir um ataque soviético; c) reunificar o Estado alemão; d) dividir a Alemanha em duas partes: Oriental e Ocidental; e) incrementar o comércio entre os países ricos e pobres. Aula 22 15História 6B 22.04. (UFRGS) – Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo. Em junho de 1947, o general George Marshall afirmou que “a Europa traumatizada e economicamente destroçada de- veria reunir-se para reconstrução com o financiamento dos contribuintes norte-americanos”. A concretização dessas ideias ficou conhecida como Plano Marshall, o qual: 1. consolidava a política americana de contenção do co- munismo. 2. mantinha o apoio irrestrito da União Soviética aos Estados Unidos. 3. possibilitava a recuperação econômica da Europa Ocidental, criando um mercado para os produtos dos Estados Unidos. Quais propostas estão corretas? a) apenas 1 b) apenas 2 c) apenas 3 d) apenas 1 e 3 e) apenas 2 e 3 Aperfeiçoamento PLANO MARSHALL Total distribuído pelo Congresso: $ 13.150.000.000 Islândia Suécia Irlanda Noruega Bélgica – Luxemburgo Grécia Alemanha Oc. França Grã-Bretanha Itália Holanda Áustria Dinamarca Turquia Iugoslávia Portugal Trieste 22.05. (MACK – SP) – O gráfico anterior refere-se: a) à distribuição de recursos financeiros e militares norte- -americanos aos países europeus, objetivando efetivar a Iniciativa de Defesa Estratégica. b) ao fluxo de comércio internacional entre os Estados europeus com economia globalizada. c) ao interesse dos EUA em fortalecer a ordem capitalista nos países aliados e punir os derrotados na Segunda Guerra Mundial. d) à ajuda financeira efetuada pelos EUA aos países da Europa, que possibilitou uma recuperação econômica dos mesmos, impedindo a expansão do socialismo no continente. e) à nova ordem monetária criada pelo tratado de Maastrich (1992), que definiu os investimentos necessários para a criação da moeda da União Europeia. 22.06. (UFMG) – Os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial foram tensos entre as grandes potências mundiais. Considerando-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de Varsóvia, criados nesse período, é correto afirmar que: a) a OTAN visava a apaziguar os conflitos relacionados à divisão da cidade de Berlim, bem como a proteger os países sob sua influência econômica das ameaças de invasão externa e de conflitos militares. b) ambos desenvolveram políticas que incentivaram a chamada corrida armamentista, que, durante o período da Guerra Fria, colocou o planeta sob a ameaça de uma guerra nuclear. c) ambos foram estabelecidos, simultaneamente, para de- fender os interesses dos países que disputavam, após a Segunda Guerra, uma reordenação dos espaços europeu e americano. d) os países signatários do Pacto de Varsóvia se aliaram e, para defender seus interesses financeiros, formaram um bloco econômico, a fim de competir com a Alemanha, a Inglaterra e os Estados Unidos. 22.07. (UFRGS) – O primeiro conflito armado da Guerra Fria, que colocou em campos opostos os Estados Unidos e a União Soviética, ocorreu com: a) o lançamento de bombas atômicas pelos Estados Unidos sobre o Japão e a retirada soviética daquele país. b) a divisão da Coreia pela linha imaginária do paralelo 38 e as tentativas de norte-coreanos para a unificação da península. c) a construção do muro de Berlim para impedir a reunifi- cação da República Federal da Alemanha e da República Democrática Alemã. d) a instalação de mísseis soviéticos em Cuba e a determi- nação americana da bloquear a ilha. e) a revolução cultural realizada na China, que pôs fim ao tratadode aliança sino-soviético. 22.08. (FGV – SP) – Entre junho de 1950 e julho de 1953, transcorreu a chamada Guerra da Coreia, sobre a qual é correto afirmar: a) O conflito foi provocado pelos interesses expansionistas do governo sul-coreano, que procurava estabelecer sua hegemonia político-militar na região. b) O conflito foi provocado pela negativa japonesa em aceitar a desmilitarização imposta após a Segunda Guerra Mundial. c) A ameaça de uma revolução socialista levou o governo da Coreia do Sul a solicitar ajuda norte-americana, o que provocou a reação do governo da Coreia do Norte. d) Tratou-se de uma guerra civil que resultou na divisão da Coreia em dois Estados independentes. e) O conflito teve início com a tentativa de unificação da Coreia sob iniciativa do regime comunista da Coreia do Norte, com apoio da China. 16 Extensivo Terceirão 22.09. (UMESP – SP) – Há trinta anos, terminava a Guerra do Vietnã, um dos mais importantes conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Leia atentamente as alternativas a seguir. I. O uso de tecnologia sofisticada para alterar o ambiente natural, o desrespeito à vida de civis, o auxílio a um go- verno corrupto colaboraram para o desgaste e derrota moral norte-americana. II. Cerca de 58 mil mortos e 300 mil feridos, o drama de veteranos que não conseguiam superar os traumas de guerra foi o saldo deixado pela luta aos EUA. III. A opinião pública internacional e interna, ativistas, inte- lectuais, pacifistas e liberais questionavam não apenas a guerra, mas o “american way of life”. IV. Em 1976, o Vietnã foi unificado sob o domínio comunista, dando início à reconstrução do país, passando Saigon a se denominar Ho Chi Minh. Responda: a) se todas as alternativas forem corretas. b) se todas as alternativas forem erradas. c) se apenas I, II e III forem corretas. d) se apenas IV for correta. e) se apenas I e III forem corretas. 22.10. Entre 1961 e 1973, um total de 57.939 norte- -americanos morreram no conflito da Indochina, a mais longa e custosa guerra externa na história dos Estados Unidos. A Força Aérea dos EUA jogou sobre o Vietnã uma tonelagem de bombas, mais de três vezes superior ao que foi jogado na Alemanha durante a Segunda Guerra. (KEYLOR, William R. The twentieth-century world; an international history. New York: Oxford University Press, 1996. p. 375). Considerando-se a Guerra do Vietnã, é correto afirmar que: a) o conflito foi motivado pela intenção do governo norte- -americano de impedir a expansão do comunismo no Sudeste asiático. b) os norte-americanos deram apoio decidido às ações de seu governo no Vietnã e manifestaram insatisfação quando suas tropas foram retiradas de lá. c) os vietnamitas que enfrentavam o exército dos EUA lutavam em condições difíceis, pois não dispunham de apoio externo. d) a saída das tropas norte-americanas e a subsequente derro- ta das forças locais pró-Ocidente levou à divisão do Vietnã. e) a invasão do Vietnã pelos Estados Unidos levou os sovié- ticos a construírem um muro em Berlim devido o temor de que uma invasão em Berlim Oriental acontecesse. Aprofundamento 22.11. (UNIOESTE – PR) – “A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora numa guerra muito peculiar”. HOBSBAWM, E. Era dos extremos. São Paulo: Cia das Letras, 1995. Sobre a Guerra Fria, objeto da citação anterior, é incorreto afirmar: a) A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de Varsóvia foram criados, entre outros fatores, por causa do crescimento das tensões entre os blocos de países liderados pelos norte-americanos e soviéticos. b) A República da Coreia do Sul e a República Democrática da Coreia do Norte, ideologicamente opostas, envolveram-se numa guerra fratricida, cujo armistício acabou unificando os dois países. c) A queda do Muro de Berlim, em 1989, símbolo maior da Guerra Fria, acompanhou o processo conhecido como fim do “Socialismo real” e possibilitou a reunificação da República Democrática Alemã e da República Federal da Alemanha. d) Com relação à Guerra do Vietnam, conflito armado ocor- rido durante a Guerra Fria, o maior temor dos Estados Unidos era o chamado “efeito dominó”, isto é, que outros países vizinhos tentassem seguir o exemplo da insubor- dinação vietnamita. e) Durante a Guerra Fria, diversas produções cinematográfi- cas contribuíram para difundir o anticomunismo e a ideia de um confronto entre dois blocos de poder. 22.12. (UEL-PR) – Observe a imagem. Esta foto de Huynh Ut, chamada de The Terror of War (O Terror da Guerra), ganhou o Prêmio Pulitzer em 1973 e tornou--se uma das célebres imagens do século XX, ao mostrar a menina Kim Phuc fugindo durante um ataque americano na Guerra do Vietnã. Com base na fotografia e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. A Guerra do Vietnã foi a primeira a ter cobertura televisiva em tempo real, transmitida diretamente das frentes de batalha. II. A imprensa contribuiu para a revolta da opinião pública americana, ao divulgar imagens da guerra e oferecer espaço aos movimentos pacifistas. III. The Terror of War documenta a dor e o desespero dos sul-vietnamitas após o uso, pelos americanos, de armas químicas como o napalm. IV. A superioridade tecnológica norte-americana e o apoio dos camponeses, enriquecidos sob o domínio colonial francês, foram decisivos para a vitória dos EUA na Guerra. Aula 22 17História 6B Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e IV b) II e III c) II e IV d) I, II e III e) I, III e IV 22.13. (UEPG – PR) - De acordo com o sociólogo Raymond Aron, ao final da Segunda Guerra Mundial, era improvável a ocorrência de um novo conflito de grande porte em razão do arsenal militar que países como Estados Unidos e União Soviética possuíam. Caso ocorresse, tal conflito colocaria o mundo em risco. Em razão disso, o cenário político inter- nacional foi marcado por disputas localizadas em diversos continentes e por uma disputa político-diplomática intensa entre norte-americanos e soviéticos, a chamada Guerra Fria. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi uma organização criada e capitaneada pela União Sovi- ética para formalizar a existência e alinhamento de um bloco de países socialistas durante a Guerra Fria. 02) A derrubada do Muro de Berlim, ocorrida em 1989, sim- bolizou o processo de distensão política que levou ao fim da Guerra Fria. 04) A Guerra da Coreia e a Guerra do Vietnã são expressões claras de conflitos localizados, típicos da Guerra Fria. Como consequência, ambas as Guerras terminaram com a divisão entre os países em áreas controladas por soviéticos e norte-americanos. 08) O Macarthismo foi um movimento que se originou nos Estados Unidos no imediato pós-guerra e que se carac- terizou pela formação de um bloco de artistas, políticos e intelectuais norte-americanos que apoiavam a União Soviética e o comunismo. 16) Cortina de Ferro foi o nome da operação militar norte- -americana voltada para o isolamento de Cuba e para o controle dos países sul-americanos com objetivo de impedir o avanço do comunismo nessa região do con- tinente. 22.14. (UEM – PR) – Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mundo vivia o período da Guerra Fria e se bipolarizava entre Estados Unidos e União Soviética. Nesse contexto, no ano de 1950 iniciou-se a Guerra da Coreia. Sobre esta guerra e a situação atual das Coreias do Norte e do Sul, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Com o fim da Segunda Guerra Mundial, após a derrota do Eixo, a Coreia, até então ocupada pelo Japão, foi di- vidida entre norte-americanos e soviéticos: a República da Coreia, ao sul, ficou sob influência dos Estados Uni- dos, e a República Popular Democrática da Coreia, ao norte, sob influência da União Soviética. 02) Incentivados pela vitória dos comunistas de Mao Tsé- -tung naChina, em 1949, e alegando a violação de suas fronteiras, os coreanos do norte invadiram o sul, em 1950, dando início à guerra. 04) No ano de 1953 foi assinado o Armistício de Pan Mun- jon, colocando fim à guerra e confirmando a divisão da Coreia entre norte, comunista, e sul, capitalista. 08) Com o término da Guerra Fria, o governo da Coreia do Norte praticou uma política que oscilou entre aproxi- mações e distanciamentos em relação ao mundo ca- pitalista, incluindo os Estados Unidos e a Coreia do Sul. 16) A Coreia do Sul, após a Guerra, manteve sua condição de país com fortes tradições agrícolas, o que lhe confe- riu uma situação econômica semelhante à vivida pela Coreia do Norte. 22.15. (UEM – PR) – Após o final da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados sobre os países do eixo, iniciou-se um período da história caracterizado, entre outros aspectos, pela polarização ideológica e pela Guerra Fria. A respeito das transformações geopolíticas desse período da história, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Uma das principais características desse período foi a disputa pela supremacia da economia mundial entre os Estados Unidos, o Japão e a emergente China. 02) Na década de cinquenta, o Vietnã, após se tornar inde- pendente da França, foi dividido em Vietnã do Norte, comunista, e Vietnã do Sul, capitalista. 04) Na Ásia, a Coreia foi dividida em duas. A Coreia do Nor- te, sob a influência da União Soviética, e a Coreia do Sul, que ficou sob a influência norte-americana. 08) Na Europa, após a Guerra, a Alemanha foi dividida em dois estados independentes e antagônicos. 16) A polarização ideológica conduziu ao surgimento de dois blocos de poder: o capitalista, liderado pelos EUA, e o comunista, liderado pela União das Repúblicas So- cialistas Soviéticas. 22.16. (UEPG – PR) – A política internacional após a Segun- da Guerra Mundial apresentou como uma de suas conse quências a bipolarização política mundial entre os Estados Unidos e a União Soviética. A Guerra Fria foi a manifestação mais nítida dessa bipolarização. A respeito deste contexto histórico, assinale o que for correto. 01) A Guerra Fria foi uma expressão da disputa político- -ideológica travada em todo o mundo por norte-ame- ricanos e soviéticos. 02) Durante a fase da Guerra Fria, a América do Sul foi fortemente influenciada pela União Soviética. Nesse período, os Estados Unidos praticamente não tiveram interferência na vida política sul-americana. 04) Denomina-se macartismo a perseguição desencadea- da nos Estados Unidos contra militantes de esquerda e simpatizantes do comunismo. Nesse contexto, vários artistas, intelectuais e políticos foram acusados de trai- dores e, até mesmo, processados. 08) O Plano Marshall foi um instrumento econômico e fi- nanceiro adotado pelos Estados Unidos para evitar o avanço da União Soviética, por exemplo, sobre países da Europa Ocidental. 18 Extensivo Terceirão 22.17. (UEM – PR) – Sobre o período da chamada Guerra Fria, que se inicia após o final da Segunda Guerra Mundial e persiste até o início da década de noventa do século passado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas exerciam uma influência direta sobre dois blocos de países dis- tintos e politicamente antagônicos. 02) Os golpes de Estado ocorridos na Argentina (1955) e no Brasil (1964) inserem-se no contexto da Guerra Fria e do crescimento do anticomunismo nos EUA e nos pa- íses citados. 04) Durante a Guerra Fria, a América Latina alinhou-se aos Estados Unidos da América, e neste contexto foi criada a Organização dos Estados Americanos, para coordenar a ação dos governos no continente. 08) Ao contrário dos demais países da América Latina, o Brasil, nos primeiros anos da Guerra Fria, permaneceu sob a influência da União Soviética. Em razão disso, o Partido Comunista Brasileiro dominou os trabalhos da Assembleia Constituinte de 1945. 16) Em razão do avanço dos comunistas, liderados por Luís Carlos Prestes, Getúlio Vargas, em 1950, deu um golpe de estado e assumiu o governo do Brasil, instituindo o chamado Estado Novo. 22.18. (UFSC) – Ao final da Segunda Guerra, muitas foram as negociações entre os vencedores e, nesse contexto, a Europa foi dividida em duas áreas: a parte oriental ficou sob a influência da então União Soviética, enquanto a parte ocidental, sob a influência norte-americana. Em relação à Segunda Guerra e ao período que a sucedeu, é correto afirmar que: 01) a “doutrina Trumann” foi colocada em prática visando à expansão da influência soviética. 02) os judeus não foram os únicos alvos de perseguição do nazismo: ciganos e socialistas, entre outros, também sofreram as atrocidades do regime. 04) a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi formada por um bloco de países que defendiam a ideo- logia comunista. Em contraposição a este bloco, os EUA lideraram a criação do Pacto de Varsóvia, cujo objetivo era ampliar os interesses capitalistas na Europa. 08) visando a ajudar na recuperação dos países europeus, em grande medida devastados pela guerra, e para evi- tar a expansão do comunismo, foi elaborado o Plano Marshall, por meio do qual o governo norte-americano destinou bilhões de dólares para os países da Europa. 16) China e Inglaterra foram países que saíram fortalecidos desse conflito, estabelecendo, a partir de então, os dois polos que redefiniram a política mundial. 32) a entrada oficial dos EUA no conflito se deu em 1939, ocasião em que o “eixo” recebeu apoio na forma de ar- mamentos ultramodernos. Desafio 22.19. (UFSC) – Em novembro de 2019, comemorou-se de várias formas os 30 anos da queda do muro de Berlim. Em relação a este tema é correto afirmar que: 01) tratava-se de uma divisão simbólica entre dois blocos ideológicos, o socialismo e o capitalismo, separados por uma profunda e irreconciliável divisão no campo das ideias, comparada, por isso, a um muro. 02) o muro de Berlim foi levantado na capital alemã por determinação de Adolf Hitler, como demonstração de força do nazismo, para separar os judeus dos alemães. 04) foi construído por determinação das forças que com- punham a OTAN, especialmente a Alemanha Oriental, tendo sido um resultado da guerra fria. 08) a queda do muro de Berlim foi uma necessidade que se impôs à nova configuração econômica da Europa, isto é, à constituição de um bloco de países que adotou o euro como moeda comum. 16) a sua construção foi motivada para conter a emigração de alemães orientais, em grande número, para o lado capitalista, especialmente de trabalhadores com alta qualificação profissional. 32) considerando que as potências aliadas na Segunda Guerra Mundial decidiram dividir a Alemanha em qua- tro zonas de influência (norte-americana, soviética, ingle- sa e francesa), a queda do muro foi uma consequência inevitável. 64) o muro de Berlim dividiu a capital da Alemanha em área comunista e área capitalista, cabendo aos cida- dãos decidirem em qual dos lados se estabelecer. Gabarito 22.01. d 22.02. d 22.03. a 22.04. d 22.05. d 22.06. b 22.07. b 22.08. e 22.09. a 22.10. a 22.11. b 22.12. b 22.13. 02 22.14. 15 (01 + 02 + 04 + 08) 22.15. 30 (02 + 04 + 08 + 16) 22.16. 13 (01 + 04 + 08) 22.17. 07 (01 + 02 + 04) 22.18. 10 (02 + 08) 22.19. 24 (08 + 16) 19História 6B História 6B Independência das colônias da Ásia e da África Aula 23 Introdução Vimos, em capítulos anteriores, que, até o final da Segunda Guerra Mundial, os continentes africano e asiático estavam partilhados pelas potências colonialistas euro- peias, notadamente por França e Inglaterra. Depois de 1945, iniciou-se um movimento de grande significado histórico, que foi a descolonização. O mapa político da Ásia e da África sofreu mudanças substanciais. Entrou em cena uma multiplicidade de novas nações que, apesar de independentes politica- mente, continuaram dependentes economicamente do antigocolonizador ou das grandes potências, no caso, os Estados Unidos e a União Soviética. Fatores da descolonização Podemos citar como fatores determinantes da des- colonização da África e da Ásia: O enfraquecimento da Europa As potências colonialistas europeias estavam bas- tante enfraquecidas logo após o término da Segunda Grande Guerra, uma vez que, durante este conflito, hou- ve uma certa autonomia nas colônias. Essa autonomia, no entanto, foi cortada após o término da Guerra. Os nacionalistas, com o apoio popular, acabaram levando vantagem sobre as potências europeias, já que estas não detinham a mesma força de outrora. O Nacionalismo (“pan-africanismo” e “negritude”) Foram os europeus que deram aos povos os funda- mentos ideológicos que fermentaram o processo de descolonização. Os colonizadores conheceram o nacio- nalismo pelo ensino dispensado nos territórios coloniais ou metrópoles onde a elite nativa ia estudar. O apoio norte-americano e soviético Tanto os Estados Unidos como a União Soviética procuraram ajudar os países colonizados a obter suas independências, evidentemente para captar os referidos países às suas órbitas de influências. Índia Os ingleses ocupavam a Índia desde o século XVIII. Essa dominação foi entremeada por revoltas, tendo a Guerra dos Cipaios (1857) sido a mais grave. A dominação inglesa tornou-se dia a dia mais opres- siva, ocasionando um clima de insatisfação e revolta. Dentro desse contexto, devemos destacar a figura de Mahatma Gandhi, que adotou uma estratégia inu- sitada para resistir à opressão inglesa: a desobediência, o não pagamento de imposto, o boicote a tudo o que era inglês e a não colaboração. Gandhi tornou-se o apóstolo da não violência, justamente num cenário efervescente, onde a repressão inglesa caracterizou- -se sobretudo pela violência. Em 1947, “a luta contra o jugo inglês ganhou enorme amplitude em numerosos principados. A autoridade inglesa não conseguiu domi- nar a situação”. © W ik im ed ia C om m on s/ Fo tó gr af o de sc on he ci do Gandhi 20 Extensivo Terceirão Diante disso, o governo trabalhista inglês resolveu conceder a independência à Índia. Finalmente, em 15 de agosto de 1947, a Índia tornou-se independente. Devido a uma série de de- sentendimentos, de caráter político e religioso, a Índia acabou se desmembrando. A Liga Muçulmana, liderada por Muhammad Ali Jinnah, criou o Paquistão, reunindo os muçulmanos em territórios a oeste e a leste do subconti- nente indiano. A República da Índia (multiétnica e com vá- rias religiões) passou a ser di- rigida por Yawaharlal Nehru. O Ceilão também se tornou independente e passou a se chamar Sri Lanka. Com a independência, os conflitos regionais se intensificaram. Muçulmanos que viviam na Índia deslocaram-se para os territórios que formaram o Paquistão, e os hindus foram para o território da Índia. Eclodiu, então, uma guerra civil com massacres recíprocos. As tensões fronteiriças entre os dois países, hoje potências nucleares, permanecem até hoje na região de Caxemira, cuja população é majoritariamente muçulmana, mas faz par- te da Índia. A parte oriental do Paquistão, com o apoio da Índia, tornou-se independente, vindo a formar a República de Bangladesh. Nehru foi um defensor do “não alinhamento”, ou seja, não subordinar-se nem a Moscou; nem a Washington. Os países do chamado Terceiro Mundo realizaram uma conferência em Bandung (Indonésia), onde condenaram o racismo, o colonialismo e a corrida armamentista. Sudeste Asiático A Indonésia, colônia holandesa, foi o primeiro país do Sudeste Asiático a se tornar independente. Em 17 de agosto de 1945, após a vitória sobre os japoneses, foi proclamada a independência, sendo o líder nacionalista, Sukarno, eleito Presidente da República. A Holanda não se conformou e procurou restabelecer a antiga ordem, mas acabou sendo derrotada. As Filipinas e a Malásia também se tornaram independentes. No Vietnam, os colonialistas franceses enfrentaram as tropas de Vietminh (frente patriótica que lutava pela independência do Vietnam). Graças à genialidade do líder comunista Ho Chi Minh e do comandante Vô Nguyen Giap, os franceses sofreram derrotas humilhantes, que culmi- naram com a célebre batalha de Dien Bien Phu (1954). Pela Conferência de Genebra, houve a divisão do Vietnam: do Norte (comunista) e do Sul (capitalista). Mais tarde, a guerra voltou a assolar a região. M ar ilu d e So uz a © W ik im ed ia C om m on s/ N at io na al A rc hi ef Ho Chi Minh Mundo indiano – independência Aula 23 21História 6B Mundo Árabe Em 1936, a Inglaterra concedeu a independência ao Egito; em 1939, renunciou ao mandato sobre o Iraque. Entre- tanto, o Sudão tornou-se independente em 1956. A França suspendeu o seu mandato sobre o Líbano e a Síria em 1945. A Líbia conquistou a sua independência em 1951, e Marrocos e Tunísia, em 1956. A Argélia, rica colônia francesa da África do Norte, foi palco de uma violenta guerra, em que os patriotas argelinos lutaram contra o colonizador francês. Os franceses reprimiram violentamente os argelinos que, pelas guerrilhas e pelo terrorismo da Frente de Libertação Nacional, mantinham acesa a chama da independência. Finalmente, em 1962, em Evian, franceses e argelinos chegaram a um acordo. No referendo de julho de 1962, o povo optou pela independência. A Argélia, depois de uma árdua luta que deixou um saldo de 250 mil mortos, tornou-se uma nação soberana. África África – estados independentes M ar ilu d e So uz a 22 Extensivo Terceirão Na África, a luta contra o domínio colonial passou a existir de forma mais objetiva na década de 50. A insur- reição dos Mau-Mau, entre 1952 e 1955, no Quênia, é o maior exemplo. Os ingleses procuraram levar avante a descoloniza- ção pela via pacífica. Gana (1957), Nigéria (1960), Quênia (1963). Em síntese, entre 1961 e 1966, toda a África Oriental inglesa estava emancipada. Já os franceses, depois do fracasso na Argélia, procuravam desenvolver a mesma política inglesa em relação à descolonização. No Congo Belga, devido às rivalidades tribais e às riquezas minerais de Catanga, as lutas foram violentas. O líder anti-imperialista Patrice Lumumba foi assassinado. Na Rodésia e África do Sul, a elite branca resolveu proclamar a independência por conta própria. Finalmente nas colônias portuguesas, a indepen- dência só veio após a queda do salazarismo em Portugal (Revolução dos Cravos – 1974). Em Angola, depois de uma violenta guerra civil, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), marxista, sob a liderança de Agostinho Neto, tomou o poder. Moçambique, com Samora Machel, Guiné Bissau, com Amílcar Cabral, as ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Princípe também adotaram a via socialista ao se torna- rem independentes. Infelizmente, a descolonização ainda não possibili- tou a resolução dos problemas básicos das populações empobrecidas dos países recém-independentes. A dominação imperialista abriu enormes cicatrizes, as quais necessitam de muito tempo para cicatrizar. A dependência econômica ainda é muito grande, o anal- fabetismo, a falta de tecnologia e o endividamento ex- terno fecham o círculo vicioso do subdesenvolvimento. Em relação à África, o fim da Guerra Fria não represen- tou o término dos infindáveis conflitos tribais atiçados pelos europeus desde o início da corrida imperialista. Em Angola, por exemplo, a UNITA e o MPLA, depois de uma longa guerra civil que custou milhares de vidas foi no início do século XXI assinado um acordo de paz. As constantes lutas tribais levaram a ONU a interferir na Somália. Os resultados não foram os esperados, o país conti- nua mergulhado em uma Guerra Civil. Guerras tribais em Burundi, Ruanda, Sudão e Etió- pia, bem como o fundamentalismo religioso no Egito, Argélia e Tunísia dão-nos um quadro sombrio sobre o futuro da África. Na África do Sul, o fim do apartheid e a democratização do país sob a liderança
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