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1 Crase (1) 6A Português 21 Aula a + a = à a + as = às Rudimentos É muito comum ouvir de alguém, em dúvida ao escre- ver, a seguinte pergunta: “este a leva crase?”. Mas em que consiste esse fenômeno linguístico? Para respondermos a essa pergunta e para desenvolvermos tal assunto, vamos primeiramente estabelecer algumas noções básicas. 1. Crase não é acento. O acento gráfico (`) denomina-se acento grave, indicador do fenômeno denominado crase. 2. A palavra crase vem do grego (krâsis), significando originalmente: • ação de misturar; • mistura de elementos que se combinam num todo; • fusão de sons. 3. Em Língua Portuguesa, há o entendimento entre os gramáticos de que a crase seria, de modo mais gené- rico, a fusão ou contração de duas vogais idênticas, na escrita e na sonoridade, em uma só. 4. De modo mais específico, podemos dizer que, em gramática normativa, crase seria o fenômeno da contração da preposição A com: 4.1. o artigo A ou o artigo AS; 4.2. o A inicial dos pronomes demonstrativos Aquele(s), Aquela(s) e Aquilo; 4.3. o A inicial dos pronomes relativos A qual e As quais; 4.4. o pronome demonstrativo A ou AS. Vamos estudar detalhadamente cada caso enumera- do anteriormente. Agora, observe que há dois princípios comuns a todos os casos: • PRIMEIRO: O primeiro A é sempre preposição, exigida por um verbo (referir-se A, por exemplo), um substantivo (alusão A, por exemplo), um adjetivo (propenso A, por exemplo) ou um advérbio (relativa- mente A, por exemplo). • SEGUNDO: para haver o acento grave, indicativo de crase, é necessário que haja a presença de dois A’s, colados, fundidos, contraídos. Logo, é por isso que abrimos esta aula com a ilustração em destaque, trazendo a “fórmula” da crase: a + a(s) = à(s) Em praticamente todos os casos, pode-se trabalhar muito mais com a percepção lógica do fenômeno da cra- se (a + a), do que com a memorização. É desnecessário, portanto, o método da “decoreba”. Conforme veremos nesta aula e nas próximas, há alguns conceitos e estraté- gias para percebermos a crase da vogal “a” e a marcarmos com o acento grave, de acordo com a linguagem culta. Nesta aula, detalharemos a seguir 3 casos de crase. 1. Preposição a + artigo definido a ou as A regra: haverá crase quando o termo antecedente exigir a preposição A e termo seguinte admitir o artigo A ou AS. De modo esquemático, temos: • A (preposição) + A (artigo definido singular) = À • A (preposição) + AS (artigo definido plural) = ÀS 2 Extensivo Terceirão Observe os exemplos: (1) Nós iremos à universidade no ano que vem. O verbo rege a O substantivo preposição A admite o artigo A (2) Eles obedecem às leis de seu país. O verbo rege a O substantivo preposição A admite o artigo AS © N ão te m c ra se Disponível em: <http://www.naotemcrase. com/2014/02/combata-cegueira.html>. Anúncio de mobiliário urbano, que apresenta o erro no uso do acento grave, indicativo de crase. O A em questão é somente artigo e, por isso, não há acento. É óbvio que não haverá crase se não houver a presença da preposição ou do artigo. Em outras palavras: um A sozinho não faz crase. Observe os exemplos no quadro esquemático a seguir: (3) Este quarto cheira a mofo. a ø (4) O médico se referiu a fatos isolados. a ø (5) Todos eles visitaram a professora ø a (6) A polícia interditou as ruas laterais. ø a PRE POSI ÇÃO AR TI GO Observe, agora, os seguintes exemplos, ambos cor- retos em relação à norma culta padrão: (7) O técnico apontou a falha no sistema. presença do artigo (8) O técnico apontou falha no sistema. ausência do artigo Qual a diferença de sentido entre os dois exemplos anteriores? Observe: • Em (7), a presença do artigo definido indica, na sentença, uma falha específica, uma falha determi- nada, pois o artigo definido especifica, determina o substantivo com quem se liga. • Em (8), a ausência do artigo indetermina o substan- tivo; portanto, não se sabe qual foi exatamente a “falha no sistema”. • De modo esquemático, temos: • Presença do artigo = determina o substantivo • Ausência do artigo = indetermina o substantivo Com base no mesmo princípio, observe mais alguns exemplos: (9) O técnico se referiu à falha no sistema. preposição A + artigo definido A • Trata-se de uma falha específica no sistema. (10) O técnico se referiu a falha no sistema. apenas preposição A • Trata-se de uma falha indeterminada. Não se sabe que falha ocorreu, mas apenas que houve falha. (11) O técnico se referiu a falhas no sistema. apenas preposição A • Caso quase que idêntico ao exemplo (10); o plural em “falhas” acentua o fato de que há falhas, mas não se sabe precisamente qual falha ocorreu. (12) O técnico se referiu às falhas no sistema. preposição A + artigo definido AS • Caso quase que idêntico ao exemplo (9); o plural em “falhas” acentua o fato de que há falhas específicas. (13) O técnico se referiu à falhas no sistema. INCORRETO! preposição A + artigo definido A O exemplo (13) apresenta um dos maiores erros em matéria de crase. Por quê? Há uma “lei” em matéria de concordância nominal: o artigo deve sempre concordar com o substantivo. Logo, se o substantivo “falhas” está no plural, o artigo deveria ser “as” e não “a”. Refletindo um pouco mais sobre essa “lei”, observe mais alguns exemplos, agora com substantivo masculino: Aula 21 3Português 6A (14) O técnico se referiu ao defeito no sistema. preposição A + artigo definido O • Trata-se de um defeito específico no sistema. (15) O técnico se referiu a defeito no sistema. apenas preposição A • Trata-se de um defeito indeterminado. Não se sabe que defeito ocorreu, mas apenas que “há defeito”. (16) O técnico se referiu a defeitos no sistema. apenas preposição A • Caso quase que idêntico ao exemplo (15); o plural em “defeitos” acentua o fato de que há defeitos, mas não se sabe precisamente qual defeito existiu. (17) O técnico se referiu aos defeitos no sistema. preposição A + artigo definido OS • Caso quase que idêntico ao exemplo (14); o plural em “de- feitos” acentua o fato de que existem defeitos específicos. (18) O técnico se referiu à defeitos no sistema. INCORRETO! preposição A + artigo definido A O exemplo (18) apresenta um grave erro no uso do acento grave, indicativo de crase; aliás, um erro, em essência, muito semelhante ao percebido no exemplo (13): o artigo deve sempre concordar com o substan- tivo. Logo, se o substantivo “defeitos” está no plural e é masculino, o artigo deveria ser “os” e não “a”. Com base nos exemplos anteriores, podemos esta- belecer um método prático para usar o acento grave indicativo de crase, no caso de fusão de preposição A com o artigo A(S). Observe: • Substitua a palavra feminina por outra masculina qualquer, na mesma flexão de número (singular/ plural). • Observe os seguintes resultados: SE NO MASCULINO APARECER... NO FEMININO DEVERÁ APARECER... AO ou AOS À ou ÀS O ou OS A ou AS Apenas A Apenas A • Exemplos: (19) Nós iremos à praia. (20) Nós iremos ao porto. (21) Obedeço às leis. (22) Obedeço aos mandamentos. (23) Ele visitou a mansão. (24) Ele visitou o castelo. (25) Ele admirou as propriedades. (26) Ele admirou os monumentos. (27) Ele se apegou a esperanças. (28) Ele se apegou a delírios. 2. Preposição a + a inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo A regra: haverá crase quando o termo antecedente exigir a preposição A e termo seguinte for o pronome demonstrativo AQUELE, AQUELES, AQUELA, AQUELAS ou AQUILO. De modo esquemático, temos: • A (preposição) + AQUELE = ÀQUELE • A (preposição) + AQUELES = ÀQUELES • A (preposição) + AQUELA = ÀQUELA • A (preposição) + AQUELAS = ÀQUELAS • A (preposição) + AQUILO = ÀQUILO Observe os exemplos, em que usamos corretamente o acento grave, indicativo de crase: (29) Refiro-me àquele país (30) Refiro-me àqueles países. (31) Dirigiu-se àquela mulher.(32) Dirigiu-se àquelas mulheres. (33) Referiu-se àquilo de modo muito suspeito. Observe mais alguns exemplos, em que não usaremos o acento grave, indicativo de crase, por não existir preposição: (34) Conheci aquele país (35) Conheci aqueles países. (36) Amou aquela mulher. (37) Amou aquelas mulheres. (38) Observou aquilo de modo muito suspeito. 3. Preposição a + a inicial dos pronomes relativos “a qual” e “as quais” A regra: haverá crase quando, no período composto, um verbo exigir a preposição A, que deverá ser colocada antes do pronome relativo A QUAL ou AS QUAIS. De modo esquemático, temos: • A (preposição) + A QUAL = À QUAL • A (preposição) + AS QUAIS = ÀS QUAIS 4 Extensivo Terceirão Observe os exemplos: (39) A diretora à qual se referiu era severa, mas justa. • A forma verbal “se referiu” pediu a preposição A, que aparece craseada com o A inicial do pronome “a qual”. (40) As produções às quais aludiram foram ganha- doras do Oscar. • A forma verbal “aludiram” pediu a preposição A, que aparece craseada com o AS inicial do pronome “as quais”. Método prático • Substitua a palavra feminina por outra masculina qualquer, na mesma flexão de número (singular/ plural). • Observe os seguintes resultados: SE NO MASCULINO APARECER... NO FEMININO DEVERÁ APARECER... AO QUAL ou AOS QUAIS À QUAL ou ÀS QUAIS O QUAL ou OS QUAIS A QUAL ou AS QUAIS • Exemplos: (41) A causa à qual se dedicou era, de fato, nobre. (42) O assunto ao qual se dedicou era, de fato, nobre. (43) As leis às quais se subordinavam eram muito rígidas. (44) Os preceitos aos quais se subordinavam eram muito rígidos. (45) A causa a qual admirava era, de fato, nobre. (46) O assunto o qual admirava era, de fato, nobre. (47) As leis as quais seguiam eram muito rígidas. (48) Os preceitos os quais seguiam eram muito rígidos. Observação: Vale lembrar que o pronome relativo NÃO é qual, quais, mas é o qual, os quais, a qual, as quais. Os elementos em destaque (o, os, a, as) não são artigos mas, sim, parte integrante do pronome. Testes Assimilação 21.01. (UNIVIÇOSA – MG) – Assinale a oração em que a crase está incorretamente empregada: a) Sempre haverá quem ceda à tentação do crime. b) A iniciativa privada tem um papel relevante no combate à corrupção. c) Milhões já foram às ruas protestar contra a corrupção. d) A ideia básica da democracia é a de que todos são iguais e livres perante a lei e as regras legais serão aplicadas à todos. 21.02. (IFSUL – MG) – Sobre o emprego da crase, observe as afirmações abaixo: I. O fumo é prejudicial à saúde. II. Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis à população. III. Esteja atento à tudo que acontece por aqui. IV. Suas ideias são compatíveis com às minhas. Assinale a alternativa correta: a) Apenas a I está correta; b) II e III estão corretas; c) III e IV estão incorretas; d) Apenas a IV está incorreta. 21.03. (FADEP – PR) – Considere o seguinte trecho: Assistir _____ pronunciamentos irados de descendentes de portugueses, espanhóis, italia- nos, alemães, japoneses, judeus, até mesmo sí- rios e libaneses, contra os imigrantes deveria ser apenas risível, quando é extremamente preocu- pante. A escalada do discurso da intolerância no Brasil está nos empurrando _____ um beco sem saída. É evidente que devemos estar aten- tos _____ tentativa de infiltração de fundamen- talistas (seja que religião professem) em meio aos refugiados. Mas, de antemão, tentar barrar os imigrantes por serem muçulmanos (como se todos fossem terroristas) ou por serem pobres é atitude de gente burra. Luiz Ruffato em <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/10/ opinion/1494451195_544941.html>. Acesso em 10, ago. 2017 Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas desse texto: a) à – a – à b) a – a – à c) à – à – a d) a – à – a e) à – a – a Aula 21 5Português 6A 21.04. (UNIVESP – SP) – Em conformidade com as regras de regência e de colocação pronominal, a expressão destacada em “a ideia é que a parceria das empresas não fique só nas HQs” pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por: a) se restrinja nas b) restrinja-se nas c) restrinja-se as d) se restrinja as e) se restrinja às Aperfeiçoamento Utilize o texto abaixo para responder à próxima questão: Talvez espante ao leitor __________ franque- za com que lhe exponho e realço a minha me- diocridade; advirto que __________ franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, __________ luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, __________ força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis 21.05. (INSPER – SP) – As lacunas desse excerto de Machado de Assis estão corretamente preenchidas em a) à – a – a – à b) a – a – a – à c) a – à – à – à d) a – a – a – a e) à – a – à – à Texto para a próxima questão: (...) Abandono, sim. Não tenho o menor remorso, e agora é um desenho, que eu já vi duzentas ve- zes, e – zap – um homem falando. Um homem, abraçado __________ (1) guitarra elétrica, fala __________ (2) uma entrevistadora. É um ro- queiro. É meio velho, tem cabelos grisalhos, ru- gas, falta-lhe um dente. É o meu pai. (...) Ele se mexe na cadeira; o microfone, preso __________ (3) desbotada camisa, roça-lhe o peito, produzindo um desagradável e bem audí- vel rascar. Sua angústia é compreensível; aí está, num programa local e de baixíssima audiência – e ainda tem de passar pelo vexame de uma pergun- ta que o embaraça e à qual não sabe responder. E então ele me olha. Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha; aparentemente é isso; mas na realidade é a mim que ele olha, sabe que, em algum lugar, diante de uma tevê, estou a fitar seu rosto atormentado, as lágrimas me correndo pelo rosto; e no meu olhar ele procura a respos- ta __________ (4) pergunta da apresentadora: você gosta de rock? Você gosta de mim? Você me perdoa? – mas aí comete um engano mortal: in- sensivelmente, automaticamente, seus dedos co- meçam a dedilhar as cordas da guitarra, é o ví- cio do velho roqueiro. Seu rosto se ilumina e ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele, mas nesse momento – zap – aciono o controle remoto e ele some. Em seu lugar, uma bela e sorridente jovem que está – à exceção do pequeno relógio que usa no pulso – nua, comple- tamente nua. Adaptado de: SCLIAR, M. Zap. In: MORICONI, Í. (Org.) Os cem melhores contos brasileiros. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 547-548 21.06. (UFRGS) – Assinale a alternativa que preenche corre- tamente as lacunas 1, 2, 3 e 4, nesta ordem: a) à – a – à – a b) à – à – a – a c) a – à – a – à d) a – a – à – a e) à – a – à – à Texto para a próxima questão: A carreira de Stephen William Hawking (1942-2018) já seria fantástica para uma pessoa qualquer. Mas Hawking se agigantou ao contra- riar a previsão dos médicos de que não sobrevive- ria ____ esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa rápida e mortal, caracterizada pela crescente paralisia dos músculos, culminando com a incapacidade de respirar e a morte. Entretanto, de forma jamais vista, a doença se estabilizou e entrou numa marcha lenta sem precedentes. Não que Hawking não tenha pago um alto preço, com a crescente perda de contro- le do corpo. Mas, surpreendendo ____ todos, o cientista conseguiu ter uma carreira e uma vida plenas. [...] O maior feito científico do físico inglês foi demonstrar que os buracos negros não são com- pletamente negros, e sim emitem uma pequena quantidade de radiação. Até então, pensava-se que esses objetos – normalmente fruto da implo- são de uma estrela de alta massa que esgotou seu combustível – fossem literalmente imortais. [...] Contudo, ao combinar efeitos da mecânica quân- tica ____ relatividade geral, Hawking descobriu qu a energiado buraco negro poderia “vazar” len- tamente na forma de radiação. Logo, ao longo de 6 Extensivo Terceirão zilhões de anos, até mesmo esses aparentemente indestrutíveis objetos tenderiam a deixar de exis- tir. [...] Em 2014, o físico foi além, dizendo ter concluído que buracos negros podem nem existir. [...] (...) Fora do âmbito acadêmico, Hawking também soube usar muito bem sua fama, ao alertar para riscos existenciais ____ humanidade ocasionados pelo progresso tecnológico, em especial a inte- ligência artificial. “As formas primitivas de inte- ligência artificial que temos agora se mostraram muito úteis. Mas acho que o desenvolvimento de inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana”, disse o cientista, m 2014. (...) NOGUEIRA, Salvador. Os legados do gênio Stephen Hawking, na ciência e na vida. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/os-legados- do-genio-na-ciencia-e-na-vida/>. Acesso em: 22 mar. 2018. (adaptado) 21.07. (IFRS) – Assinale a alternativa que preenche correta- mente as lacunas: a) a – à – a – à c) à – à – a – a e) à – a – à – a b) à – a – à – à d) a – a – à – a 21.08. (FEMA – SP) – Texto: Fui ____ instituição de ensino. Dirigi-me ____ Diretor, ____ quem perguntei se poderia entregar ____ premiação ____ aluna ganhadora do concurso de redação. A alternativa que completa corretamente a frase acima é: a) a – ao – a – a – à c) a – ao – a – à – à e) à – ao – a – a – à b) à – ao – à – a – à d) à – ao – a – a – a Texto para a próxima questão: DNA EM PROMOÇÃO Sequenciamento sem médico vendido por US$99 nos EUA é proibido Até o ano passado, quando teve seu serviço suspenso pela agência que regula medicamentos nos EUA (FDA), a 23andMe cobrava US$99 por um teste de DNA. ______ empresa não deu pro- vas suficientes de que fornecia resultados confiá- veis, principalmente quando se tratava de doen- ças causadas por mutações em mais de um gene. Comandada por Anne Wojcicki, ex-mulher do cofundador do Google, Sergey Brin, a 23andMe defende tese parecida com ______ de Khan*: a de que os consumidores têm o direito ______ infor- mação sobre seu próprio DNA. Feito por mais de 500 mil pessoas, o exame da companhia analisava o DNA de uma amostra de saliva e informava se elas têm risco de desenvolver doenças como os cânceres de ovário, de mama e de intestino, por exemplo. A FDA alegou que um falso positivo po- deria levar uma consumidora ______ fazer uma mastectomia desnecessária. “Pense no efeito de saber que você tem propensão ______ uma do- ença grave, ou sem cura, e não poder fazer nada para evitá-la”, diz Mayana Zatz. “É como uma bomba relógio cujo prazo para explodir não pode ser previsto nem interrompido.” *Razib Khan é um pesquisador norte-americano que mapeou o código genético de seu filho antes de este vir ao mundo. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com>. Acesso em: 30/08/2014 21.09. (PUCPR) – Com relação ao uso do acento grave, completa corretamente as lacunas a opção: a) A – a – a – a – a c) A – à – à – a – à e) A – a – à – a – a b) À – a – a – à – à d) À – à – à – à – a Texto para a próxima questão: Cena 1 Em uma madrugada chuvosa, um trabalhador residente em São Paulo acorda, ao amanhecer, às cinco horas, toma rapidamente o café da manhã, dirige-se até o carro, acessa a rua, e, como de cos- tume, faz o mesmo trajeto até o trabalho. Mas, em um desses inúmeros dias, ouve pelo rádio que uma das avenidas de sua habitual rota está total- mente congestionada. A partir dessa informação e enquanto dirige, o trabalhador inicia um processo mental analítico para escolher uma rota alternati- va que o faça chegar __________ (1) empresa no horário de sempre. (...) Cena 2 Mais tarde no mesmo dia, um casal residente na mesma cidade obtém financiamento imobili- ário e decide pela compra de um apartamento. São inúmeras opções de imóveis à venda. Para a escolha adequada do local de sua morada em São Paulo, o casal deverá levar em conta, além do va- lor do apartamento, também outros critérios: va- riação do preço dos imóveis por bairro, distância do apartamento até a escola dos filhos pequenos, tempo gasto entre o apartamento e o local de em- prego do casal, preferência por um bairro tran- quilo e existência de linha de ônibus integrada ao metrô nas proximidades do imóvel – entre outros critérios. Aula 21 7Português 6A Essas duas cenas urbanas descrevem situações comuns __________ __________ (2) passam diariamente muitos dos cidadãos residentes em grandes cidades. As protagonistas têm em co- mum a angústia de tomar uma decisão complexa, escolhida dentre várias possibilidades oferecidas pelo espaço geográfico. Além de mostrar que a geografia é vivida no cotidiano, as duas cenas mostram também que, para tomar a decisão que __________ (3) seja mais conveniente, nossas protagonistas deverão realizar, primeiramente, uma análise geoespacial da cidade. Em ambas as cenas, essa análise se desencadeia a partir de um sistema cerebral composto de informações geo- gráficas representadas internamente na forma de mapas mentais que induzirão as três protagonis- tas a tomar suas decisões. Em cada cena podemos visualizar uma pergunta espacial. Na primeira, o trabalhador pergunta: “qual a melhor rota a se- guir, desde este ponto onde estou até o local de meu trabalho, neste horário de segunda-feira?” Na segunda, o questionamento seria: “qual é o lugar da cidade que reúne todos os critérios geo- gráficos adequados à nossa moradia?” (...) A análise geoespacial reúne um conjunto de métodos e técnicas quantitativos dedicados à solução dessas e de outras perguntas similares, em computador, __________ (4) respostas de- pendem da organização espacial de informações geográficas em um determinado tempo. Dada a complexidade dos modelos, muitas técnicas de análise geoespacial foram transformadas em lin- guagem computacional e reunidas, posteriormen- te, em um sistema de informação geográfica. Esse fato geotecnológico contribuiu para a populariza- ção da análise geoespacial realizada em computa- dores, que atualmente é simplificada pelo termo geoprocessamento. Adaptado de: FERREIRA, Marcos César. Iniciação à análise geoespacial : teoria, técnicas e exemplos para geoprocessamento. São Paulo: Editora UNESP, 2014. p. 33-34 21.10. (UFRGS) – Assinale a alternativa que preenche corre- tamente as lacunas 1, 2, 3 e 4 nessa ordem: a) a – as quais – lhe – em que as; b) à – com as quais – lhes – das quais as; c) à – que – os – cuja; d) a – por que – lhe – de que as; e) à – pelas quais – lhes – cujas. Aprofundamento 21.11. (UP – PR) – Considere o seguinte texto: A segunda emenda _____ Constituição dos Es- tados Unidos tem um texto para lá de ambíguo: “Uma milícia bem regulada sendo necessária para a segurança de um Estado livre, o direito do povo de manter e portar armas não deverá ser infringido”. A interpretação dessas palavras tem dividido _____ Suprema Corte americana há séculos. Numa decisão de 2008, ficou estabelecido que a Constituição pro- tege o direito de cada indivíduo ter e carregar armas – e não apenas do governo. O debate entre os defen- sores desse direito e aqueles que prefeririam limitar o acesso _____ armas de fogo, ou mesmo proibi-lo, volta _____ tona _____ cada novo massacre. Hélio Gurovitz. <http://g1.globo.com/mundo/blog/helio- gurovitz/post/qual-causa-de-tantos-massacres.html> Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: a) a – à – as – à – a c) a – a – às – à – à e) à – a – às – à – a b) à – à – às – a – à d) à – a – as – a – a O texto a seguir é referência para a próxima questão: Era uma vez um lobo vegano que não engolia a vovozinha, três porquinhos que se dedicavam _____ especulação imobiliária e uma estilista chamada Gretel que trabalhava de garçonete em Berlim. Não deveria nos surpreender que os con- tos tradicionais se adaptem aos tempos. Eles fo- ram submetidos _____ alterações no processo de transmissão, oral ou escrita,ao longo dos séculos para adaptá-los aos gostos de cada momento. Ve- jamos, por exemplo, Chapeuzinho Vermelho. Em 1697 – quando a história foi colocada no papel –, Charles Perrault acrescentou _____ ela uma mo- ral, com o objetivo de alertar as meninas quanto _____ intenções perversas dos desconhecidos. (...) Marta Rebón. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/ brasil/2018/09/18/eps/1537265048_460929.html> 21.12. (UFPR) – Assinale a alternativa que preenche correta- mente as lacunas do primeiro parágrafo, na ordem em que aparecem no texto: a) a – a – à – às c) à – a – a – às e) à – à – à – as b) à – à – a – as d) a – à – à – as 8 Extensivo Terceirão 21.13. (UEPG – PR) – Foi empregada a crase em “comparadas à fruta” e nem “...hostil à vegetação...”. Assinale o que for correto quanto ao uso da crase: 01) O açaí é consumido à centenas de anos pela população indígena do Brasil. 02) Algumas frutas podem ser encontradas por preços mais baratos devido às grandes produções. 04) As frutas nativas devem chegar à mesa de todos se houver incentivo à pesquisa sobre o seu potencial nu- tritivo. 08) A maçã, que sempre teve a fama de ser saudável, foi comparada às frutas do Cerrado. 21.14. (INSPER – SP) – Na passagem “Obviamente ela trans- cende à propriedade do equipamento”, o emprego do sinal indicador de crase é a) inadequado, pois o termo regido é um substantivo que rejeita a presença de um artigo definido. b) obrigatório, pois contém a junção da preposição “a” com o artigo “a” antecedendo um adjetivo feminino. c) equivocado, pois o termo regente é transitivo direto, dispensando a preposição obrigatória. d) facultativo, pois o verbo “transcender” pode ser regido ou não de preposição, sem que haja alterações semânticas. e) necessário, pois tem a função de sinalizar uma pronúncia alongada que ressalta a fusão da preposição com o artigo. 21.15. (PUCPR) – Leia o texto a seguir: A CRISE E A CRASE Ônibus de turismo já costumavam parar em frente à mansão de Chiquinho Scarpa, em São Paulo, para que os passageiros tirassem fotos. Há um mês, o movimento aumentou. É que o play- boy de 64 anos estendeu uma faixa no jardim, com seu rosto estampado. Diz ele que os motoris- tas que passam por ali aprovam a mensagem, gri- tando: “É isso aí, Chiquinho”. O slogan: “Juntos pelo Brasil! Não a (sic) luta de classes!”. Veja, 20/04/2016, p. 89 O emprego ou a omissão do acento grave indicativo de crase pode mudar o sentido de uma afirmação. A análise adequada do slogan referido no texto, considerando-se o emprego ou não do acento grave, encontra- se em: a) Sem o acento grave, a afirmação fica sem sentido e por isso vem acompanhada do vocábulo sic, para mostrar que não foi feita uma alteração gramatical necessária. b) O vocábulo sic, empregado na reprodução do slogan, indica que houve a manutenção do estilo de elaboração do texto, o que não fere a norma-padrão. c) A opção pela omissão do acento grave revela que o autor do slogan se refere a uma luta geral, sem que haja recorte de envolvidos. d) Caso optasse pelo emprego do acento grave, o autor do slogan geraria ambiguidade no enunciado, pois não seria possível identificar que luta estaria em questão. e) As pessoas que passam pelo local em que se encontra o slogan compreendem a mensagem de duas maneiras, por isso fazem elogios ao autor. 21.16. (FPP – PR) – Leia o texto a seguir: Em Jaureguiberry, região costeira do Uruguai, cerca de dois mil pneus, cinco mil garrafas de vidro e oito mil latas de alumínio serviram de material para a construção da primeira escola pública sus- tentável da América Latina. A instituição aproveita as condições naturais do ambiente, como a gera- ção de energia solar e eólica e captação de água da chuva, além de uma horta orgânica cuidada pelos alunos e só foi possível existir graças a uma ONG local e com financiamento colaborativo. Disponível em: http://www.revistaeducacao.com.br/ escola-publica-sustentavel/. Acesso em: 18/02/2019 A crase na Língua Portuguesa, materializada pelo emprego do acento grave, se compõe pela contração da preposição a mais o artigo definido feminino a e seu emprego obedece a normas específicas. Assim, observe o termo a, sublinhado na última linha do excerto e assinale a alternativa correta para o contexto: a) A grafia está correta porque, pela norma-padrão da Língua Portuguesa, não se usa crase diante do artigo indefinido uma. b) A grafia está incorreta porque, pela norma-padrão da Língua Portuguesa, o termo subsequente uma é uma palavra feminina, portanto exige o emprego da crase. c) Nesse caso, a crase é de uso facultativo de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. d) No contexto, o a funciona somente como artigo definido, assim, a crase é dispensável, conforme a norma. e) Por ser uma contração de preposição e artigo, a crase é obrigatória, conforme o estabelecido pela norma. 21.17. (UEPG – PR) – Analise o trecho: “[...] tornar-se util a pátria e ao país” e assinale abaixo o que for correto: 01) Por ser uma oxítona terminada na letra “l”, a norma padrão não exige a utilização de qualquer acento na palavra “util”. 02) A utilização de termos sinônimos (“pátria” e “país”) indi- ca que é desnecessária a utilização do pronome mascu- lino existente na contração “ao”, que pode ser substituí- do apenas pela preposição “a”: “a país”. 04) Por ser uma palavra paroxítona terminada na letra “l”, o termo “util” deveria ser grafado com acento agudo, segundo a norma-padrão: “útil”. 08) Por representar apenas um pronome feminino singular, o termo “a” pode ser substituído pela contração “em+a” sem prejuízo do entendimento do trecho: “na pátria”. 16) Para representar corretamente a junção da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” a norma padrão exigiria o uso de crase: “à pátria”. Aula 21 9Português 6A 21.18. (IFPE) – Sobre a sintaxe de regência e a ocorrência do fenômeno crase, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: I. Em “correspondentes às limitações e à utilização da propriedade privada”, a crase ocorreu porque o termo em destaque exige, devido à regra de regência nominal, a preposição “a” para ligar-se aos seus complementos, determinados pelo artigo “a”. II. No trecho “correspondente a uma finalidade socioam- biental”, devido ao fato do termo em destaque estar diante de artigo indefinido feminino, o uso do acento grave indicativo de crase é facultativo e pode, portanto, não ocorrer. III. No trecho “a participação limita-se às partes”, a forma verbal destacada liga-se, pela preposição “a”, ao seu complemento, o qual é feminino e possui o artigo definido “a” como determinante, o que provoca a ocor- rência da crase. IV. No trecho “Quanto ao poder público”, se substituís- semos a forma verbal pela expressão “bancada gover- namental”, haveria crase e o uso do acento grave seria obrigatório. V. Em “é feita sem considerar a necessária equalização de interesses”, o acento grave não foi utilizado pela fusão da preposição “a” com o artigo definido “a” ter acontecido após um verbo no infinitivo, o que impede a ocorrência do fenômeno da crase. Estão corretas, apenas, as proposições a) III, IV e V; b) I, II e V; c) I, III e IV; d) I, II e IV; e) II, III e V. Desafio Texto para a próxima questão: TECNOESTRESSE: ENTRE O FASCÍNIO E O SOFRIMENTO Hilda Alevato [...] Tecnologia, como se sabe, envolve não apenas o conhecimento técnico-científico, mas também instrumentos, processos e materiais criados e/ou utilizados nas diferentes atividades humanas. Pode-se dizer que a tecnologia está presente no mundo humano desde a(1) criação da primeira ferramenta. No entanto, a mesma tecnologia desenvolvida para facilitar a vida, di- vertir, tornar menos árduo o trabalho pode levar os indivíduos a ultrapassarem sua resistência fí- sica e mental, provocando problemas. Mesmo sem contar com uma definição úni- ca ou aceita por todos os estudiosos doassunto, tecnoestresse poderia ser considerado, generi- camente, como um conjunto de sintomas (uma espécie de síndrome) associado ao excesso de informação e demandas psíquicas e a uma de- pendência grave das ferramentas tecnológicas. O tecnoestresse não resulta apenas da relação com o computador, mas com qualquer forma de tecnologia, de eletrodomésticos a telefones celu- lares. [...] O tecnoestresse é, portanto, um sofri- mento de difícil identificação pelo sujeito e deli- mitação pela ciência, que pode gerar ou agravar processos de adoecimento diversos (em especial transtornos mentais e comportamentais, proble- mas osteomioarticulares, patologias do sistema cardiovascular etc.), relacionados a qualquer tipo de estímulo tecnológico. De um modo geral, o tecnoestresse dá seus primeiros sinais através da sensação de frustra- ção diante de dificuldades com algum aparato tecnológico: uma falha na conexão com a inter- net, o excesso de veículos no itinerário escolhi- do, a falha no sinal da TV a cabo, a falta de ener- gia que ameaça o funcionamento da geladeira. Pode ser identificado em comportamentos que parecem comuns: é o descontrole emocional associado à(2) impossibilidade de atingir ime- diatamente aquilo a que se propõe (pelos limi- tes tecnológicos e/ou pessoais), é o excesso de aborrecimento diante de barreiras inevitáveis (um sinal de trânsito fechado, por exemplo), é a agressividade voltada para a ferramenta (apertar seguidamente o botão do elevador, jogar o tecla- do do computador ao chão etc.), por exemplo. Nem sempre as pessoas identificam estar vi- vendo um processo que pode contribuir para o adoecimento. Assim, o sofrimento relacionado ao agravamento dos sintomas do tecnoestresse deve-se, em grande parte, à(3) banalização da manifestação frequente de sintomas iniciais. A situação de dependência da tecnologia não é recente. À medida que novos aparatos tecnológicos vão entrando em cena, a tendên- cia é que estes sejam incorporados às(4) rotinas e os homens “desaprendam” a viver sem eles e se aborreçam quando um deles falha. É o caso, por exemplo, da água encanada, dos banheiros ligados a(5) tubulações de esgoto, das instalações elétricas, geladeiras, automóveis e todos os ou- tros elementos que povoam os diferentes am- bientes humanos. No entanto, num ambiente que sofre trans- formações tão profundas e intensas, a dependên- 10 Extensivo Terceirão cia dos aparatos e paraferná- lias ganha centralidade, na medida em que a experiência de vida em meio a inúme- ros bens e serviços contribui para que as rotinas se estabe- leçam cada vez mais a partir da existência e do bom fun- cionamento de tais bens e serviços. Ou seja, as tarefas e responsabilidades assumidas tendem a se organizar consi- derando que os recursos esta- rão disponíveis e funcionarão conforme o esperado, ainda que na maioria das vezes os recursos necessários sequer sejam lembrados. Mesmo que as pessoas não se deem conta de que dependem de uma sé- rie de detalhes e ajustamentos para que suas atividades se desenvolvam, suas expectati- vas se estabelecem sobre este mundo “invisível” de suporte às cada vez mais sobrecarrega- das agendas, pessoais e coleti- vas. [...] No entanto, não apenas a falha dos aparatos tecnológi- cos pode contribuir para es- tressar além do que a pessoa é capaz de suportar. A rapidez das respostas esperadas dos equipamentos, o acesso a múl- tiplas frentes simultaneamen- te, o excesso de possibilidades disponíveis e a sensação de um tempo curto demais para tantas atividades também são potentes estressores da vida contemporânea. [...] ALEVATO, Hilda. Tecnoestresse: entre o fascínio e o sofrimento. In.: B. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.3, set./dez. 2009. p. 61-75. Texto adaptado. 21.19. (UEM – PR) – Assinale o que for correto quanto ao uso do acento indicativo de crase nos vocábulos em negrito presentes no texto: 01) Em “... banheiros ligados a tubulações de esgoto... (ref. 5), seu uso é facultati- vo, pois o vocábulo “tubulações”, embora no feminino, está no plural. 02) Em “... deve-se, em grande parte, à banalização da manifestação frequente...” (ref. 3), seu uso marca a introdução de um objeto indireto. 04) Em “... sejam incorporados às rotinas...” (ref. 4), seu uso decorre da junção da preposição “a”, exigida pelo vocábulo “incorporados”, com o artigo feminino “as”. 08) Em “... é o descontrole emocional associado à impossibilidade de atingir...” (ref. 2), seu uso marca a introdução de um complemento nominal. 16) Em “... a tecnologia está presente no mundo humano desde a criação...” (ref. 1), o seu emprego é facultativo, pois o “a” está antecedido de preposição. Leia a tirinha, a seguir, e responda à próxima questão: Gazeta do Povo. Opinião. Disponível em: <http://www.gazetadopovo. com.br/opiniao/charges/benett/>. Acesso em: 14 ago. 2015 21.20. (UEL – PR) – Em relação aos recursos linguísticos utilizados na tirinha, considere as afirmativas a seguir: I. A locução “vou ficar” caracteriza-se como um gerundismo que enfatiza a resignação contínua da personagem. II. Em “promovida a felicidade”, a ausência de crase cria uma ambiguidade pro- posital devido à presença de dois substantivos femininos na frase. III. Na oração “em que me encontro”, a presença da preposição “em” deve-se à exigência feita pelo verbo, segundo a norma padrão. IV. Na oração “faz tempo”, o verbo está flexionado no Presente, mas indica passado. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Aula 21 11Português 6A Gabarito 21.01. d 21.02. c 21.03. b 21.04. e 21.05. b 21.06. e 21.07. b 21.08. e 21.09. e 21.10. e 21.11. e 21.12. c 21.13. 14 (02+04+08) 21.14. c 21.15. a 21.16. a 21.17. 20 (04+16) 21.18. c 21.19. 14 (02+04+08) 21.20. c I. INCORRETA. A locução não constitui gerundismo. Trata-se de uma perífrase verbal formada por IR + FICAR equivalente a FICA- REI. II. INCORRETA. Não há ambiguidade na passagem, pois o outro substantivo feminino presente no quadrinho é “resignação” e funciona como sujeito da oração em que está inserido. Além disso, o fenômeno da crase não ocorreu porque “felicidade” não está acompanhado do artigo definido “a”, logo o “a” que antece- de “felicidade” é apenas preposição. III. CORRETA. Trata-se da regência do verbo encontrar-se (“em que me encontro”). IV. CORRETA. O verbo fazer, que está no Presente, indica tempo decorrido. 12 Extensivo Terceirão Estudaremos, nesta aula, mais dois casos importan- tes no uso do acento grave, indicativo de crase. 1. Preposição a + pronome demonstrativo a ou as A regra: haverá crase quando o termo antecedente exigir a preposição A e o termo seguinte for o pronome demonstrativo A ou AS. De modo esquemático, temos: • A (preposição) + A (pronome demonstrativo singular) = À • A (preposição) + AS (pronome demonstrativo plural) = ÀS De modo geral, conhecemos melhor os pronomes de- monstrativos como aquele(s), aquela(s) e aquilo. Agora, esses pronomes podem ser substituídos pelos pronomes A e AS sem que se altere o sentido dos enunciados. Isso ocorre, principalmente, antes das palavras “que” (prono- me relativo) ou “de” (preposição). Observe os exemplos: (1) A viagem que eles fizeram é semelhante à que fiz em 2018. • O adjetivo “semelhante” exige a preposição A. • O pronome demonstrativo A apareceu antes do pronome relativo “que”. • Se o pronome demonstrativo fosse “aquela”, teríamos também crase: a + aquela = àquela. • a + a = à. (2) Não aderiu à proposta dos patrões, mas à do sindicato. • Na primeira ocorrência do uso do acento grave, indicativo de crase, ocorreu a contração da preposição A, exigida pela forma verbal “aderiu”, com o artigo A, que antecede o substantivo “proposta”. •Na segunda ocorrência, a forma verbal “aderiu”, mesmo em elipse, exigiu a preposição A. O segundo A vem a ser um pronome demons- trativo, com o mesmo significado de “aquela”. Logo, a + a = à. Vale repetir que, nos dois exemplos anteriores, se substituíssemos o pronome demonstrativo A pelo pronome demonstrativo AQUELA, o sentido seria absolutamente o mesmo e o acento grave, indicador de crase, também estaria presente. Observe: (3) A viagem que eles fizeram é semelhante àquela que fiz em 2018. (4) Não aderiu à proposta dos patrões, mas [=ade- riu] àquela do sindicato. Observe mais três exemplos, extraídos de jornais: (5) Mário de Andrade imaginou que ia fazer à Amazônia uma viagem semelhante à que fizera em 1924 às cidades barrocas de Minas. (Antônio Callado, Folha de S. Paulo, em 20/06/1994) (6) Nélson Rodrigues comparou sua solidão à de Robinson Crusoé e é assim que ele nos aparece hoje, solitário, a dominar de ilha o teatro brasileiro. (Antônio Callado, Folha de S. Paulo, em 04/02/1995) (7) A perseguição à magistratura é similar à que ocorreu depois da Operação Mãos Limpas, na Itália dos anos 90, quando foram apro- vadas medidas como punição aos juízes. (Roberto Veloso, IstoÉ, em 16/03/2018) E na literatura: (8) (...) a minha capacidade de amar, dis- cernir as coisas, é bem superior à dos seres que por mim passam assustados. (Murilo Rubião, conto O pirotécnico Zacarias) 2. Certas locuções Em gramática, locução é ... um conjunto de palavras que equivalem a um só vocábulo, por terem significado conjunto próprio e função gramatical única. HOUAISS. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 1777 Logo, as locuções verbais, como já vimos em aulas anteriores, são dois ou mais verbos indicando uma ação, sendo o primeiro verbo um verbo auxiliar e o segundo, principal. E as locuções nominais? Bem, há vários tipos de locuções nominais (adjetivas, adverbiais, conjuncionais, prepositivas), mas todas apresentam o mesmo “esquele- to”, que pode sofrer um ou outro acréscimo: LOCUÇÃO NOMINAL = PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO Aula 22 Crase (2) Português 6A Aula 22 13Português 6A Mas qual a relação entre crase e locuções nominais? Observe: • Se a preposição inicial, base de toda locução nomi- nal, for a preposição A, teremos então o primeiro A. • Se o substantivo, base de toda locução nominal, for um substantivo feminino, ele poderá admitir o artigo feminino A. Temos, então, o segundo A. • Logo, A + A = À. É exatamente por essa razão que algumas locuções nominais recebem o acento grave, indicador de crase. E quais seriam essas locuções? Na tabela a seguir, listamos as locuções nominais mais utilizadas no cotidiano e, consequentemente, mais cobradas em exames de vestibular. Vale dizer que quem lê e/ou escreve com muita frequência não possui maiores dificuldades com o acento grave nessas locuções, por serem tão frequentes no dia a dia. LOCUÇÕES CONJUNCIONAIS • Equivalem a uma conjunção • “Fórmula” = prep. A + substantivo feminino + que à medida que à proporção que LOCUÇÕES PREPOSITIVAS • Equivalem a uma preposição • “Fórmula” = prep. A + substantivo feminino + de à altura de à exceção de à moda de à base de à falta de à míngua de à beira de à feição de à procura de à cata de à força de à razão de à caça de à frente de à revelia de à custa de à guisa de à roda de à entrada de à imitação de à semelhança de à escolha de à maneira de à superfície de à espera de à margem de à véspera de à espreita de à mercê de à volta de LOCUÇÕES ADVERBIAIS • Equivalem a um advérbio • “Fórmula” = prep. A + substantivo feminino à baila à mesa à tardinha à bala à milanesa à tinta à beça à míngua à toa à beira-mar à morte à unha à deriva à mostra à venda à direita à noite à vista à disposição à paisana à vontade à escuta à parte às avessas à espada à porta às cinco (horas) à esquerda à prestação às claras à exaustão à primeira vista às dezenas à faca à prova d’água às escâncaras à fantasia à prova de fogo às escondidas à flor da pele à queima-roupa às escuras à força à ré às favas à luz à retaguarda às lágrimas à mão à revelia às mil maravilhas à mão armada à risca às ocultas à máquina à saída às pressas à meia-noite à solta às vezes Observe alguns exemplos: (9) O cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão se modificando à medida que são tocados. (Miguel Nicolelis) (10) Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa) (11) Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não lhe aconselharia o cristianismo. (C. S. Lewis) (12) (...) os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão à luz, e sim que a vida os obriga outra vez e muitas vezes a se parirem a si mesmos. (Gabriel García Márquez, em O amor nos tempos do cólera) (13) Ódio é prazer comprido, vida e meia; às pressas se ama, com vagar se odeia. (Lord Byron) (14) O político brasileiro é um sujeito que vive às claras, aproveitando as gemas e sem desprezar as cascas. (Barão de Itararé) 14 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 22.01. (PUCPR) – Leia as sentenças e assinale o que se pede a seguir: I. Em 2014, os brasileiros, confiantes e crédulos, saíram a consumir, como se consumo fosse investimento. E o Estado agora nos convoca à pagar também suas dívidas, que não são nossas. (Veja. São Paulo: Abril, p. 23, 10 jun. 2015. Adaptado) II. Pode-se dizer que as gerações da Idade Média falam às gerações atuais por meio das grandes obras de arqui- tetura que exprimem a devoção e o espírito da época. (WHITNEY, W. A vida da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2010. p.17) III. À linguagem é uma expressão destinada a transmissão do pensamento. IV. O atendimento a gestantes foi suspenso ontem à tarde e a Prefeitura pouco pode fazer a curto prazo para amenizar a situação. V. Transmita a cada um dos pacientes às instruções necessárias à continuidade do tratamento. O sinal indicativo de crase está adequadamente empregado na(s) alternativa(s): a) IV somente; b) I, III e V; c) II, III e IV; d) I e IV; e) II e IV. 22.02. (INSPER – SP) – Texto: BRAVO TATU-BOLA Amijubi, Zuzeco e Fuleco. Qual desses nomes você mais deplora, despreza ou detesta? São os inventados e propostos pela Fifa para designar o tatu-bola, que ela elegeu como mascote da Copa de 2014 no Brasil. A Fifa os pôs em votação pela internet e espera que, até 25 de novembro, um deles seja sacramentado pelo povo brasileiro. Sacramento esse que nenhuma diferença fará __1__ Fifa. Qualquer nome lhe servirá, desde que artificial – fora do dicionário –,__2__ prova de prévio domínio alheio e que ela possa registrar internacionalmente como propriedade industrial. (...) __3__ ninguém espantou até agora que a Fifa terá se tornado proprietária de uma palavra que, artificial ou não, pertence __4__ língua portu- guesa. E nem surpreende que, tão ciosa de seus direitos, ela só tenha se esquecido de consultar o principal interessado: o tatu-bola. Quem pode ga- rantir que ele gostará de ver seu bom nome ligado __5__ uma daquelas execráveis alcunhas? Seria divertido assistir __6__ Sociedade Prote- tora dos Animais, ao Partido Verde e a outras ins- tituições de defesa do ambiente, como represen- tantes autorizados do tatu-bola, acionando __7__ Fifa por injúria, abuso da imagem e exploração indevida. Adaptado: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ opiniao/68298-bravo-tatu-bola.shtml O acento indicador de crase deve ser corretamente utilizado somente nas lacunas a) 1, 3, 4 b) 1, 2, 4, 6 c) 2, 3, 5, 7 d) 4, 5, 6 e) 2 e 4 O texto a seguir é referência para a próxima questão: OS TATUÍS E O ANTROPOCENO Você está em 2043. Cinco anos atrás,a civi- lização entrou em colapso. Metade da humani- dade foi dizimada por epidemias, inundações, vazamentos em reatores nucleares, guerra civil. Os estados nacionais estão falidos. Não há mais elefantes, nem girafas, nem onças, nem centenas de outras espécies. A internet é lenta e deficiente, quase não funciona. Não há mais viagens aéreas. A comida é pouca e sempre a mesma. As usinas elétricas pararam de funcionar. A eletricidade é conseguida em pequena escala, com painéis so- lares. Um dia, uma velhinha é assaltada por um jo- vem que rouba seus painéis solares. E aí começa o seguinte diálogo: “Você faria isso com seus pa- rentes?” “Meus parentes morreram todos. E tiveram uma vida melhor que a minha. Você também teve. Sua eletricidade, seu carro, seu conforto... Vocês viveram bem _____ beça. Chegou _____ hora de pagar a conta. Você começa a pagar hoje. É como se eu fosse um oficial de justiça, sacou?”. (...) Voltei a pensar no livro do David Mitchell ao esbarrar com uma fotografia que tirei na praia de Ipanema, anos atrás. Nela, meu filho de cinco anos segura um solitário tatuí na palma de sua mão. Era a primeira vez que ele via o pequeno crustáceo que eu encontrava aos milhares quando tinha a idade dele e frequentava _____ mesma praia. Naquele dia, passamos mais de uma hora ca- minhando na beira do mar _____ procura de ou- Aula 22 15Português 6A tros tatuís, mas não achamos mais nenhum. Des- de então, nunca mais vimos um tatuí. O tatuí (Emerita brasiliensis), para quem nunca viu um, é (ou era) um bicho característico do lito- ral atlântico sulamericano, mais ou menos desde o Espírito Santo até o estuário do rio da Prata. Tem uns três ou quatro centímetros de comprimento e dizem que é muito saboroso (nunca provei, para mim seria como comer um animal doméstico). É uma espécie muito sensível _____ variações no ambiente e, por isso, tem sido usada como bioin- dicador, ou seja, como ferramenta para monitorar o estado do ecossistema em que vive. Fatores como au- mento da poluição marinha e elevação da tempera- tura da água afetam rapidamente o comportamento, as características físicas e o ciclo de vida dos tatuís. (...) Gustavo Pacheco, diplomata e antropólogo. Disponível em: <https:// epoca.globo.com/gustavo-pacheco/os-tatuis-oantropoceno-23031237> 22.03. (UP – PR) – Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas desse texto: a) à – à – a – a – às b) a – a – à – à – as c) a – à – a – a – às d) a – a – à – a – as e) à – a – a – à – às O texto a seguir é referência para a próxima questão: Butão e Costa Rica disputam atualmente o tí- tulo mundial de felicidade. Nos anos 30, o troféu coube ____ Ilhas Salomão, onde os antropólogos mostraram que havia liberdade com os costumes sexuais e compreensão para com a educação das crianças. Na Idade Média os paraísos medievais eram feitos de comida abundante e segurança, assim como as utopias modernas giraram em tor- no da liberdade e da igualdade. As variações de conteúdo sugerem uma constante: a felicidade é composta do que nos falta, mais exatamente, da relação com o que nos falta. Se entre nós e o que nos falta está o trabalho, temos uma relação com ____ felicidade. Se entre nós e o que nos falta está o amor, eis que a felicidade muda de figura. Se nos falta dinheiro, poder ou fama, ali estará a substância da felicidade. A felicidade depende da teoria da transforma- ção que carregamos conosco. Se entre nós e o que nos falta existe apenas e tão somente uma ima- gem, a transformação dessa imagem será o pro- cesso mesmo _____ que chamaremos felicidade. Se entre nós e o que nos falta existe um oceano (que nos levaria até as Ilhas Salomão), então nossa felicidade tem estrutura de viagem. Se entre nós e a felicidade está a presença incômoda de pessoas indesejáveis e seus costumes perturbadores, en- tão nossa felicidade seguirá _____ gramática da guerra ou da segregação. (...) Como nossa felicidade depende de nossa teo- ria transindividual da transformação em relação ao que nos falta, a tarefa de educar nossas crianças tornou-se um desafio contemporâneo. Queremos tanto fazê-las felizes porque isso realiza nossa feli- cidade. Aqui a armadilha tem sido fatal. Imagina- mos que o encontro de contrariedades reais traz infelicidades, por isso tentamos poupar nossos alunos de experimentarem sua própria falta. Su- pomos, depois, que nossa teoria da transforma- ção será igual _____ deles (afinal, vivemos mais, sabemos como é o mundo), por isso não traba- lhamos para que eles construam responsabilidade ou implicação com a felicidade que lhes concerne inventar. Além disso, sancionamos _____ ilusão da felicidade indiferente, baseada no conforto e na satisfação de si, custeada pelo mito de que se nós nos amamos e ficamos juntos e protegidos tudo vai terminar bem. Infelizmente, usado dessa maneira o amor mata ou imbeciliza. Praticada dessa maneira, produzimos com eles uma felicidade feita de negação de diferenças reais (que, portanto, não serão tratadas), de recusa de falsidade nas experiências de reconhecimento (que, portanto, serão odiadas) e de imperativos de sucesso que correspondem _____ realização, empobrecida, de nossa própria felicidade, não da deles. É assim que estamos prometendo uma felicidade venenosa e ainda queremos fazer das escolas uma extensão des- se projeto mórbido. Precisamos de uma felicidade mais cara – esta está dando errado. Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vivermente 22.04. (UP – PR) – Assinale a alternativa que preenche cor- retamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto: a) as – a – à – a – a – à – à b) às – a – a – a – à – a – à c) às – à – à – à – a – a – a d) as – à – a – à – à – à – à e) as – a – à – a – à – a – a 16 Extensivo Terceirão Aperfeiçoamento 22.05. (PITÁGORAS – MG) – Leia a seguir: No segundo quadrinho da tira, a expressão “por causa da” pode ser substituída, mantendo-se o sentido da frase, por a) proporcional à b) a respeito da c) sobretudo à d) em face da e) devido à Leia o texto para responder à questão: MENINO DE 7 ANOS ESCREVE LIVRO PARA AJUDAR AMIGO DOENTE Um menino norte-americano, de 7 anos, escreveu um livro para arrecadar fundos e ajudar o melhor amigo, que sofre de uma doença rara. Dylan Siegel aceitou o desafio de se tornar um autor após descobrir que a família de Jonah Pournazarian, de 8 anos, não teria condições financeiras de bancar o tratamento do jovem. Com auxílio de familiares e amigos, eles começaram uma campanha na internet para vender a primeira publicação de Dylan e já arrecadaram pouco mais de R$ 88 mil. Jonah é portador de glicogenose, uma doença rara e incurável, que reduz o armazenamento de glico- gênio no organismo. Assim, o jovem sofre com constantes quedas no nível de açúcar no sangue. O tra- tamento da doença custa caro e, por isso, Dylan decidiu escrever “Chocolate Bar” (Barra de Chocolate) e colocá-lo à venda para juntar dinheiro e dá-lo a fundações de pesquisa sobre a doença. Sua esperança é que uma cura seja encontrada para o problema do companheiro. [...] http://extra.globo.com/noticias/mundo/menino-de-7-anos-escreve-livro-paraajudar-amigo-doente-junta-quase-90-mil-10139440.html#ixzz4dhkqpI6p. 25/09/2013 22.06. (UTFPR) – Assinale a alternativa que apresenta a justificativa correta para o uso do acento indicativo da crase no fragmento em negrito no texto: “colocá-lo à venda...” (2º parágrafo) a) Locução adverbial feminina; b) Locução prepositiva; c) Locução conjuntiva; d) Emprego de pronome pessoal; e) Emprego de verbo. 22.07. (UEPG – PR) – Quanto ao uso da crase, assinale o que for correto: 01) A crítica faz referência às propagandas mal feitas. 02) A mídia se sustém devido à propaganda em excesso. 04) Fomos coagidos à compra de produtos desnecessários. 08) Àqueles que acreditam em propaganda devem ser advertidos.16) À vista ou a prazo a propaganda induz o consumidor. Aula 22 17Português 6A 22.08. (UEPG – PR) – Sobre regência nominal e verbal nos trechos abaixo, assinale o que for correto: 1. “...recusando-se a baixar o preço que cobrava pelo arren- damento de suas terras...” 2. “...na Suécia, o percentual de cidadãos que se envolveu em algum tipo de “consumo politizado” nos 12 meses anteriores à pesquisa era de 50%.” 01) Caso a crase fosse retirada no trecho 2, o sentido ficaria comprometido, pois seria possível compreender que a pesquisa ainda estava incompleta, ou seja, na metade. 02) No trecho 1 ocorre um erro devido à regência, pois o sinal indicativo da crase deveria estar presente: “...recu- sando-se à baixar...”. 04) No trecho 2, trata-se de um caso de regência nominal, uma vez que “anteriores” é um adjetivo. 08) Nos trechos 1 e 2, há casos de regência sobre a preposi- ção a, entretanto, diferem entre si uma vez que são ca- sos de regência nominal (trecho 1) e verbal (trecho 2). 22.09. (PUCCAMP – SP) – Texto: Por vezes barateamos o sentido do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. Péricles Alcântara, inédito No trecho acima transcrito, a) a expressão Por vezes pode ser substituída por “As vezes” sem que haja prejuízo da correção gramatical, pois nada justificaria o emprego do acento indicativo da crase. b) os dois-pontos introduzem não um esclarecimento do que foi dito antes, mas uma enumeração; no caso, enu- meração dos passatempos. c) a sequência e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas poderia ter a ordem dos complementos verbais alterada sem prejuízo do sentido original. d) a forma queixamo-nos é gramaticalmente correta, assim como o é a destacada em “Ele me fez uma gentileza, é hora de retribui-lo”. e) o emprego das aspas, nas três ocorrências, é indicativo de palavra e expressões típicas da linguagem coloquial. Texto para a próxima questão: A cultura dominante, hoje mundializada, se estrutura ao redor da vontade de poder, que se traduz por vontade de dominação da natureza(1), do outro, dos povos e dos mercados. Essa é a lógi- ca dos dinossauros que criou a cultura do medo e da guerra. Praticamente em todos os países(2), as festas nacionais e seus heróis(3) são ligados a fei- tos de guerra e de violência. Os meios de comuni- cação(4) levam ao paroxismo, à magnificação(5) de todo tipo de violência, bem simbolizado nos filmes de Schwazenegger, como o “Exterminador do Futuro”. Nessa cultura, o militar, o banqueiro e o especulador valem mais do que o poeta, o fi- lósofo e o santo. E sempre de novo faz suscitar a pergunta que, de forma dramática, Einstein colo- cou a Freud nos idos de 1932: é possível superar ou controlar a violência(6)? Freud, realisticamen- te, responde: “É impossível aos homens controlar totalmente o instinto de morte… Esfaimados, pensamos no moinho que tão lentamente mói(7) que poderíamos morrer de fome antes de receber a farinha”. Sem detalhar a questão, diríamos que, por detrás da violência, funcionam poderosas estru- turas. A primeira delas é o caos sempre presente no processo cosmogênico. Viemos de uma imen- sa explosão, o big bang. E a evolução comporta violência em todas as suas fases. A expansão do universo possui também o significado de ordenar o caos. Possivelmente a própria inteligência nos foi dada para pormos limites à violência e confe- rir-lhe um sentido construtivo. Em segundo lugar, somos herdeiros da cultura patriarcal que instaurou a dominação do homem sobre a mulher e criou as instituições do patriarcado assentadas sobre mecanismos de violência, como o Estado, as classes, o projeto da tecnociência, os pro- cessos de produção como objetivação da natureza e sua sistemática depredação. Em terceiro, essa cultura patriarcal gestou a guerra como forma de resolução dos conflitos. Sobre essa vasta base, se formou a cultura do ca- pital, hoje globalizada; sua lógica é a competição e não a cooperação, por isso, gera guerras econô- micas e políticas e, com isso, desigualdades(8), injustiças(9) e violências. Todas essas forças se ar- ticulam estruturalmente para consolidar a cultura da violência que nos desumaniza. A essa cultura da violência há que se opor à cultura da paz. Hoje ela é imperativa, porque as forças de destruição estão ameaçando, por todas as partes, o pacto social mínimo sem o qual regre- dimos a níveis de barbárie. É imperativa porque o potencial destrutivo já montado pode ameaçar toda a biosfera e impossibilitar a continuidade do projeto humano. Ou limitamos a violência e fa- zemos prevalecer o projeto da paz ou conhecere- mos, no limite, o destino dos dinossauros. O ser humano é o único ser que pode intervir nos processos da natureza e copilotar a marcha da evolução. Ele foi criado criador. Dispõe de recursos de reengenharia da violência mediante processos civilizatórios de contenção e uso de ra- cionalidade. A competitividade continua a valer, 18 Extensivo Terceirão mas no sentido do melhor e não de destruição do outro. Assim todos ganham e não apenas um. Onde buscar as inspirações para cultura da paz? Mais que imperativos voluntarísticos, é o próprio processo antroprogênico a nos fornecer indicações objetivas e seguras. Ao lado de es- truturas de agressividade, temos capacidades de afetividade, compaixão, solidariedade e amoriza- ção. Hoje é urgente que desentranhemos tais for- ças para conferir rumo mais benfazejo à história. Toda protelação é insensata. BOFF, Leonardo. Cultura da paz. Disponível em: <http:// www.leonar doboff.com/site/vista/2001-2002/culturapaz. htm.>. Acesso em: 12 jul. 2016. Adaptado 22.10. (UNICENTRO – PR) – No que diz respeito aos re- cursos linguísticos presentes no texto, está correto o que se afirma em I. O termo preposicionado “da natureza” (ref. 1) exerce a mesma função sintática que “de comunicação” (ref. 4), ambos tendo valor passivo, pois completam o sentido de um nome. II. O vocábulo “países” (ref. 2) é acentuado, porque o -i- do hiato não aparece antecedido de ditongo, forma sílaba sozinho, e não vem seguido de -nh, enquanto a acentuação do ditongo aberto -oi- de “heróis” (ref. 3) e de “mói” (ref. 7) deve-se, respectivamente, ao fato de se tratar de palavra oxítona e de um monossílabo tônico. III. A presença do sinal de crase em “à magnificação” (ref. 5) revela a fusão de duas vogais idênticas, embora per- tencentes a classes gramaticais diferentes, sendo uma decorrente de regência verbal, e outra determinante de um nome feminino. IV. Os verbos em negrito no fragmento “superar ou contro- lar a violência” (ref. 6) classificam-se como transitivos, fazem parte da mesma conjugação e compõem orações subjetivas que se alternam entre si. V. As palavras “desigualdades” (ref. 8) e “injustiças” (ref. 9) são derivadas pelo mesmo processo, não obstante os prefixos que as formam expressarem diferentes ideias. A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a a) I e II b) II e V c) I, III e V d) II, III e IV e) III, IV e V Aprofundamento 22.11. (UEPG – PR) – Na frase “...pertenciam às aves mais poderosas...” temos a ocorrência da crase, para representar a junção da preposição “a” + artigo “as”. Assinale o que for correto quanto ao seu emprego nas frases a seguir: 01) Alguns animais em extinção são alçados à condição de atrativos turísticos, como as onças do Pantanal brasileiro. 02) Como será a sociedade no futuro, à medida que a glo- balização e a tecnologia estão mudando radicalmente a nossa vida? 04) O robusto bico de um pardal permite romper a casca das sementes, enquanto o formato curvo do bico do falcão o ajuda à despachar as presas. 08) À partir de 1918, quando foi aprovada aLei do Tratado das Aves Migratórias nos Estados Unidos, os ornitólogos do mundo inteiro buscaram intensificar os estudos para preservá-las no seu habitat natural. 16) Os observadores de pássaros são muito importantes, pois agem à favor da conservação, coletando e dispo- nibilizando informações sobre as espécies. 22.12. (UEPG – PR) – Assinale o que for correto quanto ao emprego da crase: 01) Não se pode julgar à pessoa pelos costumes diferentes que adota no seu cotidiano. 02) O primeiro-ministro se referiu às medidas adotadas pelo governo francês. 04) O governo francês atual resiste às mudanças no que diz respeito à integração dos imigrantes. 08) O debate se instaurou entre os interessados na integra- ção dos imigrantes, mesmo à revelia dos políticos mais resistentes a essa abertura. 16) Em relação à segregação, há uma campanha nacional para combater esse mal. Texto para a próxima questão: ESTILO ÁULICO À sobremesa, alguém falou ao Presidente que na manhã de hoje o cadáver de um homem havia sido encontrado na Lagoa Rodrigo de Freitas. O Presiden- te exigiu imediatamente que um de seus auxiliares te- legrafasse em seu nome à família enlutada. Como lhe informassem que a vítima ainda não fora identificada, S. Exa, com o seu estimulante bom humor, alegrou os presentes com uma de suas apreciadas blagues. adaptado de Paulo Mendes Campos 22.13. (UEPG – PR) – Assinale as alternativas em que a ocor- rência da crase se deu pelo mesmo motivo de: à sobremesa. 01) O barco voltou à terra dos marinheiros. 02) À tarde, os garotos reuniam-se para a pescaria. 04) À distância de 200 m do local, via-se a encosta com sua franja laranja. 08) À hora de ângelus, os corações se enternecem. 16) O avião estava à espera de ordem para decolar. Aula 22 19Português 6A 22.14. (INSPER – SP) – Releia este excerto: Foi então, meus caros, que eu vi a luz – e a luz veio na forma de um livro. Nas duas ocorrências, o “a” não recebe acento grave, indicador de crase. Isso ocorre porque a) há uma falha gramatical: sempre há crase em locuções adverbiais femininas como “à luz”. b) se trata de um caso de crase facultativa: a junção de preposição com artigo é uma opção estilística. c) nunca se emprega acento indicador de crase no “a” diante de palavras mas- culinas. d) o novo acordo ortográfico em vigor aboliu acentos como trema e acento grave. e) os termos regentes associados ao substantivo “luz” rejeitam a presença de preposição. 22.15. (PUCPR) – Leia a seguir: Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2017/08/confira-a- tira-do-armandinho-desta-terca-feira-9876633.html>. Acesso em: 20/02/2018 Observando a construção da tirinha por meio da linguagem verbal e não verbal, é correto afirmar que a) o estranhamento de Camilo se dá pelo fato de ele perceber que o advérbio e a locução adverbial em questão são mutuamente excludentes, ainda pensando que, na frase que ele ouviu, eram apenas marcadores temporais. b) na verdade, sequer haveria paradoxo no emprego de “às vezes” e “sempre” simultaneamente, já que esses marcadores temporais não se anulam seman- ticamente. Assim, Camilo estaria errado de qualquer forma. c) a menina corrige Camilo ao dizer que não há um paradoxo em suas palavras, já que as expressões que está utilizando não estão sendo empregadas em seus sentidos denotativos, mas na formulação de uma regra gramatical inequívoca. d) o paradoxo de que fala Camilo explica-se pelo fato de a expressão “às \ as vezes”, contrariando o que a menina afirma, nem sempre portar o acento indicativo de crase, como fica claro em “As vezes em que nos vimos foram ótimas”. e) a última pergunta feita na tirinha revela a incompreensão de seu emissor sobre o paradoxo formado entre o emprego do sinal indicativo de crase existir ou não na expressão “às \ as vezes”. Texto para a próxima questão: A COPA DO MUNDO NA RÚSSIA PODE SER A ÚLTIMA TENTATIVA DE UNIÃO NACIONAL (1) Mais do que a principal competição do maior esporte no pla- neta, a Copa do Mundo deve ser considerada um evento político. Futebol é política, e vice-versa. Como instituição, é parte estrutural da formação de diversos povos e sua cultura, contribuindo para a for- matação de seus costumes, de suas marcas, hábitos, vocabu- lário. Quem ignora o papel do futebol, na formação histórica de algumas nações, pouco en- tende da antropologia social e cultural delas – e nisso esta- mos inclusos. As seleções na- cionais são representantes de seus países muito mais impor- tantes e reconhecidas do que o melhor dos embaixadores. E a Copa, o único espaço pelo qual países frágeis na econo- mia e geopolítica mundial po- dem derrotar países muito à frente nesses aspectos. (2) Como Diego Marado- na sempre gosta de lembrar, a seleção argentina, na Copa de 1986, entrou em campo con- tra a Inglaterra, pelas quartas de finais, para jogar pelos mortos na Guerra das Malvi- nas, e não simplesmente para ganhar um jogo. Isso não era restrito apenas aos jogadores: era o sentimento nacional de todos os argentinos. E, quan- do questionado sobre o gol de mão que abriu o placar na partida, El Pibe não teve dúvidas sobre a sensação: “Foi como bater a carteira de um inglês”. (3) Na França, a vitória na Copa de 1998 ajudou a ame- nizar o conflito racial que pai- rava na nação – entre brancos, negros e árabes – e a derrota nas duas Copas seguintes o acirrou novamente. A Copa do Mundo também foi capaz de colocar no mesmo espaço de disputa o que um dos mu- ros mais implacáveis da his- tória separava: em 1974, Ale- manha Ocidental e Alemanha Oriental se enfrentaram pela primeira fase, com vitória da ala soviética (que muitos afir- mam ter sido entregue pela parte capitalista para evitar adversário mais forte na fase seguinte). Momento épico. (4) Copa traz integração. A última vez que a Champs- -Élysées tinha enchido tanto 20 Extensivo Terceirão quanto na final da Copa de 98 foi na Queda da Bastilha. Na Copa de 2014, o esboço que vimos disso não aconteceu nos estádios, elitizados, mas sim nas fan-fests, que, como o próprio nome diz, foram espaços de festa, miscelânea, diversidade. Mas é muito maior do que isso: Copa traz a união comunitária. A gente não trabalha, a gente pinta a rua de casa, a gente compra camisa do Neymar ou do Ronaldinho ou do Ronaldo ou do Romário. Na hora do gol ou da vitória, a gente abraça até quem não conhece. Muitas vezes, uma televisãozinha é o suficiente para que toda a vizinhança se amon- toe e torça pela sua representante internacional naquele momento. O País se volta, inteirinho, para um momento em que 11 homens são capa- zes de mudar, a qualquer instante, todo o seu sis- tema nervoso. E quem sequer reconhece isso tem que revisar seu próprio elitismo e sair da bolha. PROIETE, Gabriel. A Copa do Mundo na Rússia pode ser a última tentativa de união nacional. Disponível em: < https://medium. com/@gabriel_proiete/a-copa-do-mundo-da-r%C3%BAssia- pode-ser-a-%C3%BAltima-tentativa-de-uni%C3%A3o-nacional- 8aa3a939ed53 >. Acesso em: 07 maio 2018 (adaptado) 22.16. (IFPE) – Com relação a aspectos semânticos e sintáti- cos do texto, analise o que se afirma nas assertivas a seguir: I. As expressões “bater a carteira” (2º. parágrafo) e “sair da bolha” (4º. parágrafo) têm o mesmo sentido que “roubar” e “expressar-se”, respectivamente. II. A recorrência da estrutura “a gente pinta”, “a gente compra” e “a gente abraça” (4º. parágrafo) torna o texto cansativo e prejudica sua progressão e continuidade. III. Na oração “Quem ignora o papel do futebol, na forma- ção histórica de algumas nações, [...]” (1º. parágrafo), há um sujeito simples “quem”, mas, semanticamente, seu agente se mantém ignorado, pois é representado por um pronome indefinido. IV. As palavras “televisãozinha” e “inteirinho” (4º parágrafo) estão no diminutivo para indicar, respectivamente, ta- manho e pejoro. V. Em “países frágeis [...] podem derrotar países muitoà frente nesses aspectos” (1º. parágrafo), a expressão recebe o acento grave indicativo de crase porque é uma locução adverbial feminina. Estão corretas, apenas, as afirmações a) I e V b) II e III c) IV e V d) III e V e) II e IV 22.17. (FGV – SP) – Observe a palavra destacada na frase: “A campanha de meus adversários interpõe-se À dos meus parceiros”. Assinale a alternativa que justifica o uso do sinal de crase: a) “Interpor-se” rege preposição “a” e subentende-se um objeto indireto feminino. b) “Interpor-se” rege preposição “a” e “dos meus parceiros” é masculino. c) “Interpor-se” rege preposição “a” e subentende-se um objeto direto feminino. d) “Interpor-se” rege preposição “a” e o objeto direto explícito é masculino. e) “Interpor-se” é verbo intransitivo e “dos meus parceiros” é adjunto masculino. 22.18. (UFMS) – Avalie as duas frases que seguem: I. Ela cheirava à flor de romã. II. Ela cheirava a flor de romã. Considerando o uso da crase, é correto afirmar: 01) As duas frases estão escritas adequadamente, depen- dendo de um contexto. 02) As duas frases são ambíguas em qualquer contexto. 04) A primeira frase significa que alguém exalava o perfu- me da flor de romã. 08) A segunda frase significa que alguém tem o perfume da flor de romã. 16) O “a” da segunda frase deveria conter o acento indica- tivo da crase. Desafio Leia o artigo de opinião a seguir e responda à próxima questão: A LEI BERNARDO E O ASSÉDIO MORAL NA FAMÍLIA O caso do menino Bernardo Uglione Boldrini chocou o Brasil. Ainda sem julgamento, a história do homicídio do menino de apenas 11 anos de ida- de, que tem como principais suspeitos o pai, a ma- drasta e a assistente social amiga da família, trouxe à tona diversos assuntos, em especial, a convivência familiar. As versões dos acusados são diversas e con- traditórias, mas a principal questão reside em torno do tratamento interpessoal dentro da entidade fami- liar. Nesse tocante, surge preocupação com a situ- ação que muitas famílias vivenciam de tratamento cruel ou degradante, que a Lei Bernardo repudia. A Lei Bernardo, antiga Lei da Palmada, eterniza o nome de Bernardo Boldrini. Em vida, o menino chegou a reclamar judicialmente dos maus-tratos sofridos no ambiente familiar, demonstrando que, antes de sua morte física noticiada, Bernardo já estava sofrendo o chamado homicídio da alma, também conhecido como assédio moral. O assé- dio moral é conduta agressiva que gera a degrada- ção da identidade da vítima assediada, enquanto o agressor sente prazer de hostilizar, humilhar, perseguir e tratar de forma cruel o outro. Justa- mente essa conduta que o Art. 18-A do ECA, tra- zido pela Lei Bernardo, disciplina na tentativa de proteger a criança e o adolescente de tais práticas. O assédio moral possui várias denominações pelo mundo, como bullying, mobbing, ijime, ha- Aula 22 21Português 6A rassment, e é caracterizado por condutas violen- tas, sorrateiras, constantes, que algumas vezes são entendidas como inofensivas, mas se propagam insidiosamente. A figura do assédio moral na fa- mília surge exatamente quando o afeto deixa de existir dando espaço à desconsideração da digni- dade do outro no dia a dia. Demonstrando, assim, que, embora haja necessidade de afetividade para que surja uma entidade familiar, com o desapare- cimento do sentimento de afeto surgem situações de violência, inclusive a psíquica. A gravidade é majorada no âmbito da família, eis que ela é principal responsável pelo desenvol- vimento da personalidade de seus membros e do afeto, elemento agregador. A morte da alma do menino Bernardo ainda em vida, resultado de tratamento degradante, di- ário e sorrateiro, que culminou na morte física, faz refletir sobre a importância da família no desen- volvimento da personalidade de seus membros, de modo a valorizar a existência do afeto para que não haja na entidade familiar a figura do assédio moral. O assédio moral na família, ou psicoterror fa- miliar, deve ser amplamente combatido, principal- mente pelo papel exercido pela família de atuar no desenvolvimento da criança e do adolescente, de modo que a integridade psíquica deve ser sempre resguardada, no afeto e no respeito à dignidade da pessoa humana, desde seu nascimento. Adaptado de: SENGIK, K. B. Jornal de Londrina. 14 set. 2014. Ponto de vista. ano 26. n.7.855. p.2 22.19. (UEL – PR) – Acerca do texto, considere as afirmativas a seguir: I. A expressão “à tona” no trecho “trouxe à tona diversos assuntos, em especial, a convivência familiar.” diverge do sentido da expressão “à baila” em: “O assédio moral trouxe à baila a importância da afetividade no convívio familiar.” II. A expressão “à tona” equivale às expressões “à superfície” e “à flor”. Além disso, como expressões femininas, há uma contração da preposição “a” com o artigo “a”, resultando na crase. III. A expressão “Nesse tocante” pode ser substituída por “A respeito disso”, sem prejuízo do sentido original. IV. O trecho “que tem como principais suspeitos o pai, a madrasta e a assistente social amiga da família” pode ser reescrito da seguinte forma: “cujos principais suspeitos são o pai, a madrasta e a assistente amiga da família”. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Texto para a próxima questão: “SELFIE” É A NOVA MANEIRA DE EXPRESSÃO. E AUTOPROMOÇÃO Rafael Sbarai Na última quarta-feira, o respeitabilíssi- mo(1) Dicionário(2) Oxford, o mais extenso da língua inglesa, anunciou que um novo verbete passaria a figurar em suas páginas: selfie, que reúne o substantivo self (eu, a própria pessoa) e o sufixo ie. Eis sua definição: “Fotografia que alguém tira de si mesmo, em geral com smar- tphone ou webcam, e carrega em uma rede so- cial.” Os responsáveis pelo Oxford informaram que o dicionário surgido no século XIX aceitou o novo verbete porque as citações a selfie cres- ceram 17.000% neste ano – mensalmente, um programa coleta mais de 150 milhões de pala- vras em publicações variadas e analisa a recor- rência delas. O ingresso do termo no Oxford, no entanto, não é apenas fruto de uma esta- tística. É o reconhecimento de um fenômeno global. Tornou-se um gesto comum esticar o braço segurando o celular apontado para o ros- to, e depois compartilhar a foto no Instagram, Facebook ou similares. O selfie pode revelar um estado de espírito ou ser um meio de auto- promoção. Anônimos e famosos aderiram. Em excesso(3), selfies podem até fazer mal, alertam psicólogos. O selfie não é invenção do mundo digital, é bom frisar (mas é igualmente importante reco- nhecer que a tecnologia transformou a prática). O primeiro registro reconhecido como tal data de 1839, assinado pelo fotógrafo Robert Corne- lius. Os adolescentes também abraçaram a ideia muito antes do Instagram. Em 1914, Anastasia Nikolaevna, de 13 anos, filha do czar Nicolau II da Rússia, posou em frente(4) a um espelho. Logo após o retrato, disse: “Foi muito difícil, minhas mãos tremiam.” O próximo passo, é claro, foi compartilhar(5) a imagem com os amigos. Sem acesso ao Facebook, usou cartas. O autorretrato é um gênero antigo. Há relatos de que, no século V a.C., Fídias deu a uma escultura do templo de Parthenon, em Atenas, seu rosto. Mas foi só no Renascimento que o gênero ganhou força, ex- pandindo a capacidade de expressão artística. Muni- dos de espelhos de grande qualidade, que então se popularizavam, mestres usaram o autorretrato como caminho para o autoconhecimento: as criações inti- mistas(6) revelaram vários estados de espírito − um contraponto a temas como a narrativa épica e o con- vívio social. Artistas como o alemão Dürer (1471- 1528) e o holandês Rembrandt (1606-1669) foram pródigos na arte, retratando várias vezes o próprio
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