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LÍNGUA PORTUGUESA C

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1
Charges e Memes
6C
Português
21
Aula 
Charges
As charges costumam tratar dos assuntos de desta-
que nos noticiários, pois seus temas por excelência são 
os acontecimentos do dia. Por isso, são normalmente 
colocadas nas seções ligadas às notícias e às opiniões em 
um jornal. 
Por meio de um humor mais explícito e caricato que o 
da tira, a charge satiriza questões políticas e sociais. Nesse 
caso, o humor serve como reflexão e crítica social dos 
acontecimentos da atualidade, tanto, que, muitas vezes, 
a charge não é apenas um deboche vazio. Numa leitura 
mais atenta e profunda, é possível perceber que há, impli-
citamente, crítica e até posicionamento nas charges.
Assim, o entendimento de uma charge exige conhe-
cimento dos fatos que serviram de referência para a sua 
elaboração. Para isso, é preciso estar atento àquilo que se 
destaca nos noticiários. Caso contrário, ficará muito difícil 
compreender a charge. Para entendermos melhor essa 
relação, vejamos uma notícia sobre a intervenção federal 
na segurança do Rio de Janeiro, decretada em 2018. Após 
a notícia, vejamos algumas charges feitas a partir desse 
tema.
Temer assina decreto de intervenção federal na 
segurança do Rio de Janeiro
Com a intervenção, as Forças Armadas assumem 
a responsabilidade do comando das Polícias 
Civil e Militar no estado do Rio. ‘Governo dará 
respostas duras e firmes’, afirmou Temer.
O presidente Michel Temer assinou nesta sex-
ta-feira (16), no Palácio do Planalto, o decreto de 
intervenção federal na segurança pública no esta-
do do Rio de Janeiro.
O decreto chegou à Câmara dos Deputados na 
tarde desta sexta e foi protocolado por um funcioná-
rio da Casa Civil na Primeira Secretaria da Câmara.
A medida prevê que o general do Exército 
Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do 
Leste, será o interventor no estado. Ele assume até
o dia 31 de dezembro de 2018 a responsabilidade 
do comando da Secretaria de Segurança, Polícias 
Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema 
carcerário no estado do Rio.
A intervenção já está em vigor, mas o decre-
to precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional 
para continuar valendo.
Em discurso na solenidade, Temer comparou 
o crime organizado que atua no Rio de Janeiro a 
uma metástase e que, por isso, o governo federal 
tomou a decisão de intervir no estado.
“O crime organizado quase tomou conta do es-
tado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se 
espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nos-
so povo. Por isso acabamos de decretar neste mo-
mento a intervenção federal da área da segurança 
pública do Rio de Janeiro”, completou Temer.
O presidente afirmou que o momento pede 
uma medida “extrema”. Ele ressaltou que o go-
verno dará as respostas “firmes” para derrotar o 
crime organizado.
“Tomo esta medida extrema porque as circuns-
tâncias assim exigem. O governo dará respostas 
duras, firmes e adotará todas as providências ne-
cessárias para enfrentar e derrotar o crime organi-
zado e as quadrilhas”, disse Temer.
Ele também afirmou que a intervenção federal 
tem o objetivo de “restabelecer a ordem”. O pre-
sidente informou que enviará ainda nesta sexta ao 
Congresso o ato e que a intervenção tem “vigência 
imediata”.
“Não podemos aceitar passivamente a morte de 
inocentes, e é intolerável que estejamos enterrando 
pais e mães de família, trabalhadores, policiais, jo-
vens e crianças, e vendo bairros inteiros sitiados, es-
colas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas em 
trincheiras”, disse Temer. Por isso, chega, basta. Nós 
não vamos aceitar que matem nosso presente nem 
continuem a assassinar o nosso futuro”, concluiu.
[...]
Extraído de <https://g1.globo.com/politica/noticia/temer-assina-de-
creto-de-intervencao-federal-na-seguranca-do-rio-de-janeiro.ghtml>. 
Acesso em: 24/04/18
2 Extensivo Terceirão
Memes são ideias que se propagam rapidamente 
pela internet. Embora nem sempre sejam baseados em 
imagens, geralmente são compostos por montagens 
que podem envolver vários tipos de linguagens, como 
fotografias, desenhos, vídeos e textos escritos. Em geral, 
o humor dos memes consiste em retirar uma imagem de 
seu contexto original e associá-la a frases que reinterpre-
tam o sentido dessa imagem.
Extraído de < https://br.pinterest.com/pin/299137600233306348/?lp=tr
ue>. Acesso em: 24/04/18
Após a notícia, veja duas charges, de Duke e de Jarbas, 
respectivamente. As duas são baseadas nessa intervenção 
federal no Rio de Janeiro. Note como as duas satirizam 
esse fato. Mais que satirizar, note como, implicitamente, há 
também um posicionamento a respeito dessa intervenção.
Extraído de < http://www.chargeonline.com.br/doano.htm>. 
Acesso em: 24/04/18
Certamente, a charge de Jarbas, por conter apenas 
elementos visuais (repare que nem há palavras nela), ficaria 
mais difícil de ser compreendida por alguém que não tem 
conhecimento do decreto assinado por Michel Temer.
Extraído de < http://www.chargeonline.com.br/doano.htm>. 
Acesso em: 24/04/18
Um caso recente: os memes
Extraído de <https://www.facebook.com/ajudaropovodehumanasa 
fazermicanga/photos/a.442892015859911.1073741828.442886512527128
/1363893327093104/?type=3&theater>. Acesso em: 24/04/18
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Aula 21
3Português 6C
Além do humor, os memes também podem conter 
reflexões e posicionamentos a respeito de diversos 
assuntos. 
Propostas de redação com 
tiras, charges e memes
Vários tipos de propostas de redação são possíveis. 
Algumas podem pedir apenas a compreensão e a inter-
pretação desses tipos de textos; outras podem ter tiras, 
charges e memes como referência para a escrita de um 
texto de opinião. Assim, a melhor orientação continua 
sendo a observação atenta ao que se pede na proposta 
e fazer a redação de acordo com as instruções dos 
comandos das questões. De qualquer maneira, alguns 
procedimentos são necessários para uma boa redação 
com base nos textos não verbais.
1. Referenciação
O início da redação deve trazer para o leitor uma 
apresentação geral do texto-base, seja tira, charge 
ou meme. É importante o início da redação esclarecer 
quem é o autor e a fonte de publicação.
2. Descrição
Para que a redação fique autônoma, faça uma breve 
descrição da tira / charge / meme, para que o leitor saiba 
qual é o conteúdo do texto não verbal. 
3. Interpretação
Após situar o leitor sobre como é esse texto não 
verbal, é preciso expor uma interpretação coerente 
da tira / charge / meme. Enquanto na descrição você 
trouxe para o leitor o que estava explícito no texto, 
cabe, agora, explicar significados que estão implícitos 
nessas imagens.
Proposta de redação para 
análise
Vamos usar como exemplo uma charge de Thomate, 
publicada no site “Chargeonline” em 21/06/2012. A 
partir dela, foram escritas três redações. Em ordem 
progressiva, uma considerada insuficiente, uma média e 
uma boa redação. A terceira redação, considerada “boa” 
é a que melhor explica para o leitor o que está explícito 
na charge, bem como expõe uma interpretação coeren-
te sobre ela.
Exemplo de redação 01
A charge de Thomate, retirada do site “Charge 
Online”, no dia 21/06/2012, expressa as discus-
sões decorrentes do Congresso Nacional, quando 
deputados se reúnem para uma comissão de in-
quéritos. Segundo o autor, um homem está criti-
cando os partidos no meio da reunião, represen-
tando o que a população realmente pensa sobre 
a CPI. Algo para trazer mudanças, ouvir e tomar 
atitudes para melhoria, atendendo as reclamações 
do povo, que na verdade não estão acontecendo, 
devido a tanta corrupção e desvio de verbas.
Exemplo de redação 02
Na charge retirada do site “Charge online” 
(21/06/2012), o autor Thomate faz sua crítica 
aos políticos. Dessa maneira, pode-se interpre-
tar que, como as desconfianças sobre ospolíticos 
vem aumentando cada dia mais, não é nada difícil 
encontrar por aí os políticos com “perda de me-
mória momentânea”. Políticos que, quando é de 
seu interesse, defendem ou não outros políticos, 
esquecendo seus valores, dos eleitores e que aca-
bam pensando só no próprio bem ou no bem do 
partido. Por exemplo, na CPI, políticos não fazem 
questão de esclarecer os fatos, e sim em julgar e 
defender colegas. Aí surge a pergunta: o que eles 
ganham com isso? Dinheiro, muito dinheiro.
Exemplo de redação 03
Em charge publicada em 21/06/2012 no site 
“Charge Online”, Thomate retrata dois deputados 
em uma CPI, na qual ouvem um depoimento. 
Nesse momento, um deles começa a fazer acusa-
ções, mas, ao ser avisado de que ele e o depoente 
fazem parte do mesmo partido, muda rapidamen-
te de discurso e passa a defender o colega.
Com essa situação, a charge mostra como os 
políticos corruptos trabalham, mudando de pos-
tura e de opinião de acordo com o próprio be-
nefício. Para Thomate, a ideologia desse tipo de 
político não é o bem-estar social, mas, a exemplo 
do deputado da charge, a defesa dos interesses 
pessoais e de seu grupo político. 
Th
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4 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
Instrução: Texto para a próxima questão:
21.01. (COLÉGIO PEDRO II – RJ) – O texto é uma história em quadrinhos da Turma do Penadinho. No fragmento acima, lê-se 
o diálogo entre Dona Morte e Penadinho em homenagem ao Museu Nacional. Essa homenagem é feita pela relação entre 
os seguintes elementos verbais e não verbais: 
a) história viva / Dona Morte. 
c) alma do museu / itens do acervo. 
b) nosso cemitério / fantasma. 
d) 200 anos de história / sepulturas. 
21.02. (IFCE) – Observe a tirinha a seguir. 
Disponível em: <http://belasartes.com.br/5-tirinhas-do-armarinho-sobre-o-
maravilhoso-universo-da-leitura>. Acesso em 10 de maio de 2019.
Aula 21
5Português 6C
O livro é escolhido como presente por representar um(a) 
a) objeto de desejos. 
c) objeto de entretenimento. 
e) forma de aproximar as pessoas. 
b) fonte de conhecimentos. 
d) meio de melhorar literalmente a visão das pessoas. 
Instrução: Texto para as questões 21.03. e 21.04: 
Disponível em: <http://tirasarmandinho.tumblr.com>. Acesso em 05 set. 2018.
21.03. (COLÉGIO MILITAR – RJ) – Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, onomatopeia é o nome que se dá 
para a formação de uma palavra a partir da reprodução aproximada de um som natural a ela associado. No último quadrinho 
do texto, percebemos que Armandinho está comendo por uma representação gráfica que indica isso. Em qual dos quadrinhos 
abaixo não ocorre esse mesmo tipo de representação, isto é, não ocorre uma onomatopeia? 
a) b) c) 
QUINO, Toda Mafalda. 
SP: Martins Fontes, 
1993. p. 13.
BILL WATERSON, 
Adaptado de <http://
tiras-do-calvin.
tumblr.com/>. Acesso 
em: 21 set. 2018.
(O Estado de S. Paulo, 27/10/1996.)
Bill Waterson, Adaptado de <http://tiras-do-
calvin.tumblr.com/>. Acesso em: 21 set. 2018.
d) e) 
QUINO, Toda 
Mafalda. SP: Martins 
Fontes, 1993. p. 146.
Mauricio de Sousa. Tira 5151. Adaptado 
de <http://turmadamonica.uol..com.
br/>. Acesso em: 21 set. 2018.
21.04. (COLÉGIO MILITAR – RJ) – Na tira do Armandinho, a palavra “não” é usada em dois momentos distintos. Marque a 
alternativa que melhor analisa a relação entre as duas ocorrências. 
a) O segundo “não” contradiz o primeiro “não”, e eles indicam intenções distintas. 
b) O segundo “não” confirma o primeiro “não”, e eles indicam intenções semelhantes. 
c) O primeiro “não” reafirma o segundo “não”, pois ambos apresentam sentidos idênticos. 
d) O segundo “não” desfaz o primeiro “não”, pois este foi usado com o intuito da manipulação. 
e) O primeiro “não” desfaz o segundo “não”, pois este foi usado com o intuito da manipulação. 
6 Extensivo Terceirão
Aperfeiçoamento
21.05. (UFSC) – Com base no texto a seguir e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que
Disponível em: https://www.wilsonvieira.net.br/2015/02/charges-do-dia-so-sei-que-nada-sei.html. 
Acesso em: 31 ago. 2019.
01) na frase “só sei que de tudo eu sei...”, é possível substituir a expressão “de tudo” por “sobretudo” sem prejuízo ao sentido 
do texto.
02) a pena, o computador e o celular, retratados por meio da linguagem visual, contribuem para marcar cronologicamente 
o contraste entre ferramentas de escrita.
04) é um exemplar do gênero anúncio publicitário que visa promover o uso de novas tecnologias que superaram o manus-
crito.
08) a frase “só sei que nada sei...” pode ser substituída por “não sei nada” sem prejuízo ao sentido do texto.
16) o texto explora a noção de conhecimento em dois momentos históricos distintos.
Instrução: Texto para a próxima questão.
LATUFF, C. Disponível em: <https://infonet.com.br/
noticias/educacao/movimentos-sociais-midia-e-a-aura-
do-impulso-da-mudanca>. Acesso em: 28 set. 2018.
21.06. (IFPE) – O texto acima encerra uma crítica que envolve o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), conhecido 
por MST no período de publicação do texto. Com base nos elementos verbo-visuais que compõem a charge, é CORRETO 
concluirmos que 
a) esse movimento precisa entrar em conflito com diversas instituições, a fim de defender seus interesses. 
b) esse movimento faz uso de força bruta para assegurar seu direito ao cultivo de terras consideradas improdutivas. 
c) esse movimento pode contar com o apoio dos veículos de comunicação em massa, ao produzirem notícias imparciais a 
seu respeito. 
d) esse movimento tem sua luta defendida pelo estado, pois a polícia militar cuida da integridade física desses trabalhadores. 
e) esse movimento tem seus deveres e direitos regulados pela imparcialidade da esfera judiciária. 
Aula 21
7Português 6C
Instrução: Texto para a próxima questão.
Triste, louca ou má 
Triste louca ou má
Será qualificada
Ela quem recusar
Seguir receita tal 
A receita cultural
Do marido, da família
Cuida, cuida da rotina 
Só mesmo rejeita
Bem conhecida receita
Quem não sem dores 
Aceita que tudo deve mudar 
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar 
Um homem não te define
Sua casa não te define 
Sua carne não te define
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só 
Ela desatinou 
Desatou nós
Vai viver só 
Eu não me vejo na palavra
Fêmea: Alvo de caça
Conformada vítima 
Prefiro queimar o mapa 
Traçar de novo a estrada
Ver cores nas cinzas
E a vida reinventar 
E um homem não me define
Minha casa não me define
Minha carne não me define
Eu sou meu próprio lar 
Ela desatinou
Desatou nós
Vai viver só
Vai viver só https://www.vagalume.com.br/francisco-el-hombre/triste-louca-ou-ma.html. Acesso em: 22/08/2018. 
21.07. (COLÉGIO TÉCNICO DE CAMPINAS – SP) – Sobre a tirinha de Laerte a seguir e a letra da música “Triste, louca ou má”, 
é possível afirmar que: 
Disponível em <http://oplanetabomoba.blogspot.com/2015/10/o-
fundamentalismo-e-tentativa-de-moldar-html>. Acesso em: 28 jul. 2018. 
a) ambos os textos possuem uma relação temática ao problematizarem a ideia de normatização de certos comportamentos 
sociais. 
b) ambos os textos possuem uma relação temática ao afirmarem a necessidade de superação do conceito tradicional de família. 
c) os textos se relacionam de modo contrastivo ao problematizarem a noção de família na sociedade moderna. 
d) os textos se relacionam de modo contrastivo, pois a tirinha de Laerte está centrada na afirmação do estereótipo da família 
contemporânea, enquanto a música “Triste, louca ou má” concentra-se na superação do papel atribuído à mulher na 
sociedade moderna. 
e) os textos se relacionam de modo contrastivo, pois a tirinha de Laerte está centrada na superação do estereótipo da famí-
lia contemporânea, enquanto a música “Triste, louca ou má” concentra-se na afirmação do papel atribuído à mulher na 
sociedade moderna. 
8 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a próxima questão:
Watterson, Bill. O livro dos domingos de preguiça de Calvin e Haroldo:uma coletâne de tiras dominicais 
de Bill Watterson [trad. Alexandre Boide]. São Paulo: Conrand Editora do Brasil, 2015, p. 28.
21.08. (COLÉGIO TÉCNICO DE CAMPINAS – SP) – Uma possível interpretação da tirinha está representada corretamente em 
qual das alternativas abaixo? 
a) As crianças da atualidade não gostam de fazer atividades ao ar livre e preferem ficar dentro de ambientes fechados. 
b) Pais e filhos não têm interesses em comum, portanto, não conseguem se divertir juntos. 
c) É importante se preparar para eventualidades e levar mais comida do que julga necessário. 
d) É sempre bom levar livros durante as viagens, pois pode haver imprevistos e eles são sempre úteis. 
e) Pais e filhos possuem perspectivas diferentes dos acontecimentos por terem experiências de vida diferentes. 
Aula 21
9Português 6C
Instrução: Texto para a próxima questão:
Dan Pirato. Disponível em: <https://tinyurl.com/y4uuwpx8>. Acesso em: 07.02.2019. Original colorido.
21.09. (CENTRO PAULA SOUZA – SP) – Gênero textual define-se como composições socialmente estáveis que tem o obje-
tivo de passar determinadas informações. Cada gênero textual tem peculiaridades que variam de acordo com seus objetivos 
(informar, criticar, convencer, relatar...), com seu público alvo (adultos, crianças, escritores, professores...), com seu canal de 
veiculação (mídia impressa, revistas on-line...) e assim por diante. Para atingir seus objetivos, os gêneros textuais podem utilizar 
tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
Sobre o cartum apresentado, assinale a alternativa que identifique, corretamente, as características desse gênero, seu objetivo 
e a linguagem predominantes.
CARACTERÍSTICAS OBJETIVO LINGUAGEM
a) Desenho humorístico ou caricatural, espécie de anedota gráfica que satiriza comporta-mentos humanos. Criticar Não verbal
b)
Desenho humorístico, com ou sem legenda ou balão, que tem por tema algum acon-
tecimento atual, que comporta crítica e focaliza, por meio de caricatura, uma ou mais 
personagens envolvidas.
Informar Verbal
c) Segmento de história em quadrinhos, apresentado em jornais ou revistas numa só faixa horizontal. Ironizar Verbal e não verbal
d) Desenhos em sequência, inicialmente sobre cartão e depois em papel ou afim, em preto ou em cores, para fins caricaturais ou humorísticos de amplo espectro de percepção e aceitação. Entreter Verbal
e)
Narração de particularidade curiosa ou jocosa que acontece à margem dos eventos mais 
importantes, e por isso pouco divulgada, de uma determinada personagem ou passagem 
histórica.
Comover Não verbal
Instrução: Texto para a próxima questão:
AS CRÔNICAS DE NÁRNIA
Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre 
o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro 
que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, escrito em 1949 
por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vie-
ram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”. 
Em um universo completamente mágico e original, C.S. Lewis conduz 
a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. 
“As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histórias que abrangem diver-
sas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, 
guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa. 
O autor buscou uma forma de elaborar a história da Bíblia em um contexto original e inspirado no livro 
sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensinamentos sinta interesse 
10 Extensivo Terceirão
em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mitologias grega e nórdica e aos contos 
de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia viven-
cia muitos períodos, nos quais questões muito diferentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum 
em todos os livros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem 
grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles. 
A oposição entre Aslam e Tash começa a ganhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camu-
flada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que As-
lam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, 
na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguindo a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes 
boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um. 
No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plummer, A 
Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Cas-
tores, Caspian X, Ripchip, Trumpkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, 
Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam 
características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma 
criança, mas que também pode ser apreciada por pessoas de qualquer faixa etária. 
[...] 
LIMA, Victor. Disponível em:<https://nomeumundo.com/2016/08/17/as-cronicas-de-narnia/>. Acesso em: 09 maio 2019 (adaptado). 
21.10. (IFPE) – As assertivas a seguir se referem ao texto e à charge. Analise-as. 
Disponível em: <https://dople3r.com/memes/engraçado/cansei-estou-
indo-parda-narnia/446219>. Acesso em: 12 maio 2019..
I. A charge remete explicitamente ao objeto temático do texto – “As Crônicas de Nárnia”. Assim, considerando-se o título do 
livro “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa” (1º. parágrafo do texto), verifica-se que, na charge, a referência à obra de Lewis 
é feita também por elementos não verbais. 
II. Entre os dois períodos da charge há uma relação semântica de causa e consequência. Situação semelhante ocorre em 
“Cada um possui uma personalidade bastante distinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais 
e clássicos [...].” (5º. parágrafo do texto). 
III. Em “Estou indo para Nárnia!” (charge), a preposição “para” indica que a personagem irá permanentemente para lá, ao 
passo que “Estou indo a Nárnia!” expressa a ideia de que a ida não é definitiva, ou seja, pressupõe-se a intenção de que 
haja uma volta. 
IV. Em “Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis.” (2º. parágrafo do texto), 
verifica-se um desrespeito à regência verbal. Segundo a norma culta, deveria ser “Lewis conduz à terra de Nárnia [...]”. 
V. Com base nas informações contidas no texto, é possível se inferir que, na charge, a personagem sente-se insatisfeita com 
a realidade do mundo em que está inserida. Por essa razão, está fugindo para Nárnia, um lugar mágico e original. 
Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas 
a) II e IV. b) I e V. c) II, III e IV. d) III, IV e V. e) I, III e V. 
Aula 21
11Português 6C
Aprofundamento
21.11. (IFPE) – Leia o texto para responder à questão.
José Carlos Almeida Cruz ganhou notoriedade em 
Osasco, na Grande São Paulo, depois de aparecer na 
TV fazendo uma “selfie” para registrar o acidente en-
volvendo policiais durante a passagem da tocha olím-
pica pela cidade, na quinta-feira (21).
Zé Carlos ganhou memes na internet, críticas por 
não ter ajudado os acidentados e o apelido de “Tiozinho 
da selfie”. “Na hora eu só pensei na foto, em poder guar-
dar uma lembrança. Era um momento único”, disse.
A atitude do homem de 47 anos em sacar o celular 
e posar para a própria foto com o acidente ao fundo foi 
filmada e chamou a atenção quando apareceu na TV 
e na internet. Mesmo sem intenção, ele ficou famoso 
nas redes sociais.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/07/
so-pensei-na-foto-diz-autor-de-selfie-em-acidente-no-tour-
da-tocha-olimpica.html> Acesso em:01 out. 2018.
O gênero notícia tem a função primordial de informar sobre fatos ocorridos. O texto é uma notícia cujos fatos narrados 
a) questionam as críticas feitas na internet sobre a selfie de José Carlos. 
b) criticam satiricamente o comportamento de José Carlos. 
c) denunciam a falta de cuidado com a tocha olímpica. 
d) enfatizam a fama que José Carlos ganhou com sua atitude. 
e) promovem reflexão sobre atitudes egoístas em detrimento de atitudes solidárias. 
21.12. (IFPE) – Veja as imagens a seguir:
Autorretrato com colar de espinhos e beija-
flor. Disponível em: <https://cultura.estadao.
com.br/fotos/artes,autorretrato-com-cola-
de-espinhos-e-beija-flor-1940,762385>. 
Acesso em: 02 out. 2018..
Disponível em: <https://www.elo7.com.br/quadro-
selfie-frida/dp/99DEC6>. Acesso em: 02 out. 2018..
Ao observarmos as IMAGENS 1 e 2, percebemos uma relação dialógica entre elas, pois 
a) as duas enfocam o ato de se autorretratar, porém, por meio de diferentes recursos tecnológicos. 
b) a IMAGEM 2 retoma a 1 no intuito de satirizar a ação de se retratar em uma tela. 
c) a IMAGEM 2 estabelece com a 1 uma relação de paráfrase através de uma representação irônica. 
d) as duas estabelecem uma relação de intertextualidade explícita, já que a IMAGEM 1 é a fonte explícita da 2. 
e) a IMAGEM 2 é uma paródia, uma vez que se apropria da 1 para se opor a ela. 
12 Extensivo Terceirão
Examine a tira do cartunista Quino para responder à questão a seguir.
(Que presente inapresentável, 2010. Adaptado)
21.13. (ALBERT EINSTEIN – SP) – Na tira, 
a) os fantasmas que aguardam no futuro mostram-se mais aterrorizantes do que aqueles vindos do passado. 
b) a confusão entre passado e futuro leva o restante da família a compartilhar a patologia do avô. 
c) os fantasmas escondidos no presente levam o avô a desconsiderar os perigos dos fantasmas vindos do passado. 
d) o restante da família também passa a ser aterrorizada pelos fantasmas vindos do passado. 
e) a tentativa do restante da família de convencer o avô a olhar para o futuro não surte efeito algum. 
21.14. (IFAL) – Leia o texto para responder a questão a seguir: 
Analise a charge ao lado. Dela só não se pode inferir 
que 
a) as carteiras enfileiradas e voltadas para a frente 
insinuam um modelo escolar tradicional, que di-
ficulta a troca de informações entre os estudantes. 
b) a preocupação dos alunos que estão sentados, 
estudando, é a aprovação no vestibular e a com-
petitividade do mercado de trabalho. 
c) ela é, considerando a fala da professora, uma 
crítica ao ensino que prioriza apenas a possibi-
lidade de ascensão dos indivíduos na hierarquia 
de prestígio social. 
d) aquela aula, para a garotinha da janela, não re-
produz o calor das ricas sensações da natureza. 
e) os tapa-olhos usados pelos garotos sugerem o 
automatismo do ensino-aprendizagem naquele 
momento. Disponível em: <http://www.filosofiahoje.com/2012/06-critica-escola.html.
Aula 21
13Português 6C
Instrução: Texto para a próxima questão.
Economia comportamental leva o Nobel
Norte-americano Richard H. Thaler diz que ‘para fazer uma boa análise em 
economia deve-se ter em mente que as pessoas são humanas’
Richard H. Thaler re-
cebeu o Prêmio Nobel de 
Economia pelas suas contri-
buições no campo da eco-
nomia comportamental. O 
professor Thaler, nascido em 
1945, em East Orange, New 
Jersey (EUA), trabalha na 
Faculdade de Administração 
da Universidade Booth de 
Chicago. Segundo o comitê 
do Nobel, ao anunciar o prê-
mio em Estocolmo, Thaler é 
pioneiro na aplicação da psi-
cologia ao comportamento 
em economia e em explicar 
como as pessoas tomam de-
cisões econômicas, às vezes, 
rejeitando a racionalidade. 
Sua pesquisa, disse o comitê, levou o campo comportamental em economia, de um papel secundário, 
para a corrente principal da pesquisa acadêmica e mostrou que o fator tinha importantes implicações para 
a política econômica. 
Thaler disse, nesta segunda-feira, 9, que a premissa básica de suas teorias é a seguinte: “Para fazer uma 
boa análise em economia deve-se ter em mente que as pessoas são humanas”. Quando lhe perguntaram 
como gastaria o dinheiro (cerca de US$ 1,1 milhão) do prêmio, respondeu: “Esta é uma pergunta bem diver-
tida”. E acrescentou: “Tentarei gastá-lo da forma mais irracional possível” 
O prêmio de Economia foi criado em 1968 em memória de Alfred Nobel e é concedido pela Academia 
Real de Ciências da Suécia. 
As linhas principais de estudos econômicos em grande parte do século 20 basearam-se na hipótese 
simplificada de que as pessoas se comportavam racionalmente. Os economistas entendiam que isso não era 
literalmente real, mas argumentaram que estava bem próximo disso. 
O professor Thaler desempenhou um papel central ao se distanciar desse pressuposto. Ele não só defen-
deu que os seres humanos são irracionais, o que é algo óbvio, mas também de pouca ajuda. Em vez disso, 
ele mostrou que as pessoas saem da racionalidade de maneiras coerentes, portanto seu comportamento ainda 
pode ser antecipado. 
O comitê do Nobel descreveu como a teoria de Thaler sobre “contabilidade mental” explica de que forma 
as pessoas simplificam as decisões financeiras, concentrando-se no impacto limitado de cada decisão e não 
no seu efeito mais geral. Ele também mostrou como a aversão a uma perda pode explicar por que as pessoas 
valorizam muito mais o mesmo item quando são proprietárias do que quando não o são, fenômeno chamado 
“efeito de doação”. 
As teorias de Thaler explicam, ainda, porque as resoluções de ano-novo podem ser difíceis de se manter e 
analisam a tensão entre o planejamento de longo prazo e a ação no curto prazo. Sucumbir à tentação de curto 
prazo é uma razão importante pela qual muitas pessoas fracassam em seus planos de poupar para quando 
forem idosas, ou fazer escolhas de estilo de vida mais saudáveis, de acordo com a pesquisa de Thaler. Ele 
também demonstrou o quanto mudanças aparentemente pequenas na forma como os sistemas funcionam, 
ou como um “empurrãozinho” (“nudging”) – termo que ele inventou – pode ajudar as pessoas a exercer 
melhor o autocontrole quando, por exemplo, estão economizando para a aposentadoria. 
O professor Thaler teve uma rápida participação no filme A Grande Aposta, ao lado da atriz e cantora Selena 
Gomez, no qual ele usou a economia comportamental para ajudar a explicar as causas da crise financeira. Quando 
perguntaram a ele sobre sua “curta carreira em Hollywood”, brincou se dizendo desapontado pelo fato de suas 
façanhas como ator não terem sido mencionadas no resumo de suas realizações quando o prêmio foi anunciado. 
PECCHIA, Tiago. Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/157992260915721-
hora-do-cafe-outubro-de-2017#foto-1580826414593302>. Acesso em: 10 out. 2017.
14 Extensivo Terceirão
Por que o trabalho de Thaler foi importante? Seu trabalho forçou os economistas a lidarem com as limita-
ções da análise tradicional com base no pressuposto de que as pessoas são atores racionais. Ele também tem 
sido excepcionalmente bem-sucedido ao influenciar diretamente políticas públicas. Uma das contribuições 
mais importantes é a sua influência sobre a mudança dos planos de aposentadoria nos quais os funcionários 
se inscrevem automaticamente e nas apólices que oferecem aos funcionários a opção de aumentar as contri-
buições ao longo do tempo. Ambos refletem a visão de Thaler de que a inércia pode ser usada para moldar 
resultados benéficos sem impor limites à escolha humana.
APPELBAUM, Binyamin. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,nobel-de-economia-2017-vai-para-
um-dos-fundadores-da-economia-comportamental,7000203479>. Acesso em: 11 out. 2017. Adaptado. 
21.15. (IFPE) – Com base em seu conhecimento sobre o gênero charge e na leitura do texto “Economia comportamental 
leva o Nobel” e da charge apresentada acima, é CORRETO afirmar que 
a) na charge de Tiago Pecchia, o contexto não é evidente. Sem a leitura prévia do texto, o seu sentido se perde por completo.b) o uso de caricatura é uma característica formal da charge. A caricatura de Thaler sentado na poltrona, por exemplo, é um 
dos elementos imagéticos mobilizados na charge. 
c) o gênero charge revela que há uma relação muito estreita entre o sentido do texto e a situação em que foi produzido. 
d) o humor da charge de Pecchia é desencadeado pelo comentário no 1º balão, que explicita a interpretação da personagem 
sobre a matéria lida. 
e) a fala da personagem no 2º. balão não é coerente com a forma como [ela] foi retratada: chegando com inúmeros pacotes 
e sacolas de compras. 
21.16. (IFSUL – RS) – A tirinha humorística a seguir representa uma interação entre uma menina, Mafalda, e sua mãe. Nela, 
está presente a maneira como a criança e o adulto tratam questões como crescer, amadurecer, envelhecer.
Leia atentamente a figura, para responder à questão.
QUINO, Toda Mafalda, 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010, p. 160.
Enquanto a mãe de Mafalda faz as unhas, a menina lhe faz perguntas sobre a velhice. 
Considerando a resposta que Mafalda recebe, só NÃO se pode concluir, no diálogo entre mãe e filha, que 
a) ter vaidade é, para Mafalda, uma das formas de preservar a juventude. 
b) manter o espírito jovem é uma estratégia para retardar o envelhecimento. 
c) há uma relação de sentido entre envelhecer e o espírito precisar de maquiagem. 
d) cuidar da aparência física, embelezar-se, é a estratégia principal para não envelhecer. 
Instrução: A questão 21.17. refere-se ao texto abaixo.
Felicidade nas telas
Uma amiga inventou um jeito de curtir sua fos-
sa. Depois de um dia de trabalho, de volta em casa, 
ela se enfia na cama, abre seu laptop e entra no Fa-
cebook. Ela não procura amigos e conhecidos para 
aliviar o clima solitário e deprê do fim do dia. Essa 
talvez tenha sido a intenção nas primeiras vezes, 
mas, hoje, experiência feita, ela entra no Facebook, 
à noite, como disse, para curtir sua fossa. De que 
forma? Visitando as páginas de amigos e conheci-
dos, ela descobre que todos estão muito bem: na-
morando (finalmente), prestes a se casar, renovando 
o apartamento que sempre desejaram remodelar, 
comprando a casa de praia que tanto queriam, con-
seguindo a bolsa para passar dois anos no exterior, 
sendo promovidos no emprego ou encontrando 
um novo “job” fantasticamente interessante. E to-
dos vivem essas bem-aventuranças circundados de 
amigos maravilhosos, afetuosos, alegres, festeiros e 
sempre presentes, como nas fotografias postadas.
Minha amiga, em suma, sente-se excluída da fe-
licidade geral da nação facebookiana: só ela não foi 
promovida, não encontrou um namorado fabuloso, 
não mudou de casa, não ganhou nesta rodada da 
loto. É mesmo um bom jeito de aprofundar e curtir 
a fossa: a sensação de um privilégio negativo, pelo 
Aula 21
15Português 6C
qual nós seríamos os únicos a sofrer, enquanto o 
resto do mundo se diverte. Numa dessas noites de 
fossa e curtição, minha amiga, ao voltar para sua 
própria página no Facebook, deu-se conta de que a 
página não era diferente das outras. Ou seja, quem a 
visitasse acharia que minha amiga estava numa épo-
ca de grandes realizações e contentamentos. Ela co-
mentou: “As fotos das minhas férias, por exemplo, 
esbanjam alegria; elas não passaram por nenhum 
photoshop, acontece que são três ou quatro fotos 
“felizes” entre as mais de 500 que eu tirei”.
Logo nestes dias, acabei de ler Porque somos in-
felizes, organizado por Paolo Crepet. São seis textos 
de psiquiatras e psicanalistas (e um de um geneti-
cista), tentando nos explicar “por que somos infe-
lizes” e, em muitos casos, por que não deveríamos 
nos queixar disso. Por exemplo, a infelicidade é uma 
das motivações essenciais; sem ela nos empurrando, 
provavelmente, ficaríamos parados no tempo, no es-
paço e na vida. Ou ainda, a infelicidade é indissociá-
vel da razão e da memória, pois a razão nos repete 
que a significação de nossa existência só pode ser 
ilusória e a memória não para de fazer comparações 
desvantajosas entre o que alcançamos e o que de-
sejávamos inicialmente. Não faltam no livro triviali-
dades moralistas sobre o caráter insaciável de nosso 
desejo. Não faltam também evocações saudosistas 
do sossego de algum passado rural. Em matéria de 
infelicidade, é sempre fácil (e um pouco tolo) culpar 
a sociedade de consumo e sua propaganda, que vi-
veriam às custas de nossa insatisfação.
Anotei na margem: mas quem disse que a infeli-
cidade é a mesma coisa que a insatisfação? E se a in-
felicidade fosse, ao contrário, o efeito de uma sacie-
dade muito grande, capaz de estancar nosso desejo? 
Que tal se a infelicidade não tivesse nada a ver com 
a ansiedade das buscas frustradas, mas fosse uma 
espécie de preguiça do desejo, mais parecida com o 
tédio de viver do que com a falta de gratificação? Em 
suma, você é infeliz por que ainda não conseguiu 
tudo o que você queria, ou por que parou de querer, 
e isso torna a vida muito chata? Seja como for, lendo 
o livro e me lembrando da fossa de minha amiga no 
Facebook, ocorreu-me que talvez uma das fontes da 
infelicidade seja a necessidade de parecermos feli-
zes. Por que precisaríamos mostrar ao mundo uma 
cara (ou uma careta) de felicidade?
A felicidade dá status, como a riqueza. Por isso, 
os sinais aparentes de felicidade podem ser mais rele-
vantes do que a íntima sensação de bem-estar; além 
disso, somos cronicamente dependentes do olhar 
dos outros. Consequência: para ter certeza de que 
sou feliz, preciso constatar que os outros enxergam 
minha felicidade. Nada grave, mas isso leva a algo 
mais chato: a prova de minha felicidade é a inveja dos 
outros. O resultado dessa necessidade de parecermos 
felizes é que a felicidade é este paradoxo: uma grande 
impostura da qual receamos não fazer parte e que, 
por isso mesmo, não conseguimos denunciar.
CALIGARIS, C. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/
fq2309201026.htm>. Acesso em: 03 out. 2016. (Adaptado). 
21.17. (CEFET – MG) – Entre as charges a seguir, aquela 
que manifesta uma concepção de felicidade semelhante à 
adotada pelo autor de Felicidade nas telas é: 
a) 
b) 
c) 
d) 
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.
com>. Acesso em 16 out. 2016.
Disponível em: <http://www.duckchargista.
com.br>. Acesso em 16 out. 2016.
Disponível em: <http://www.humorpolitico.
com.br>. Acesso em 16 out. 2016.
Disponível em: <http://www.brasilpost.com.br/
mandrade>. Acesso em 16 out. 2016.
16 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a próxima questão:
QUINO, Mafalda. Disponível em: <http://www.cultzone.com.br/
cultzone_exibe.php?id=1797>. Acesso em: 23 set. 2015.
21.18. (IFPE) – Na tirinha de Quino, a personagem Mafalda afirma, no último quadrinho, ter sido persuadida por Susanita 
(sua interlocutora), esta teria sido, inclusive, a razão para Mafalda apelar para a violência. A propósito, qual foi a estratégia 
argumentativa de que se valeu a personagem Susanita para convencer Mafalda? 
a) Exemplificação, pois Susanita cita um fato ocorrido com Mafalda que materializa a tese que defende. 
b) Utilização de dados concretos, visto que a personagem faz uso de elementos como: estatísticas, valores financeiros e 
pesquisas de opinião. 
c) Argumentação por causa-consequência, pois estabelece uma relação entre a sua tese e as consequências que uma opção 
diferente poderia gerar. 
d) Argumentação por testemunho de autoridade, uma vez que Susanita é uma pessoa reconhecida como profunda conhe-
cedora do assunto debatido. 
e) Indução, pois Susanita elabora sua estratégia argumentativa de acordo com os anseios que a personagem Mafalda possui. 
Desafio
21.19. (FUVEST – SP) – Examine a seguinte matéria jornalística: 
Sem-teto usa topo de pontos de ônibus em SP como cama 
Às 9h desta segunda (17), ninguém dormia no ponto de 
ônibus da rua Augusta com a Caio Prado. Ninguém a não ser 
João Paulo Silva, 42, que chegava à oitava hora de sono em 
cima da parada de coletivos. 
“Eu sempre durmo em cima desses pontos novos. É gostoso. 
O teto tem um vidro euma tela embaixo, então não dá medo de 
que quebre. É só colocar um cobertor embaixo, pra ficar menos 
duro, e ninguém te incomoda”, disse Silva depois de acordar e 
descer da estrutura. No dia, entretanto, ele estava sem a cober-
ta, “por causa do calor de matar”. 
Por não ter trabalho em local fixo (“Cato lata, ajudo numa 
empresa de carreto. Faço o que dá”), ele varia o local de pouso. “Às vezes é aqui no centro, já dormi em Pi-
nheiros e até em Santana. Mas é sempre nos pontos, porque eu não vou dormir na rua”. 
Disponível em: <http:www1.folha.uol.com.br>. 19/03/2014. Adaptado. 
Aula 21
17Português 6C
a) Qual é o efeito de sentido produzido pela associação 
dos elementos visuais e verbais presentes na imagem 
acima? Explique. 
b) O vocábulo “pra”, presente nas declarações atribuídas a João 
Paulo Silva, é próprio da língua falada corrente e informal. 
Cite mais dois exemplos de elementos linguísticos com essa 
mesma característica, também presentes nessas declarações. 
21.20. (UFG – GO) – Leia os textos para responder a questão.
Texto 1
Discurso do presidente do Uruguai, José 
Pepe Mujica, na Assembleia da ONU/2013
Sou do sul e venho do sul a esta Assem-
bleia, carrego inequivocamente os milhões de 
compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos, 
nas selvas, nos pampas, nas depressões da Amé-
rica Latina, pátria de todos que está se formando.
Carrego as culturas originais esmagadas com 
os restos de colonialismo nas Malvinas, com blo-
queios inúteis a este jacaré sob o sol do Caribe 
que se chama Cuba. Carrego as consequências da 
vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que 
não despertar desconfiança. Desconfiança que nos 
envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dí-
vida social com a necessidade de defender a Ama-
zônia, os mares, nossos grandes rios na América. 
Carrego o dever de lutar por pátria para todos.
Nossa civilização montou um desafio mentiro-
so e, assim como vamos, não é possível satisfazer 
esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. 
Isso se massifica como uma cultura de nossa época, 
sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado.
Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no 
fundo, constitui uma conta regressiva contra a 
natureza, contra a humanidade no futuro. Civili-
zação contra a simplicidade, contra a sobriedade, 
contra todos os ciclos naturais.
O pior: civilização contra a liberdade que su-
põe ter tempo para viver as relações humanas, 
as únicas que transcendem: o amor, a amizade, 
aventura, solidariedade, família.
Civilização contra tempo livre que não é pago, 
que não se pode comprar, e que nos permite con-
templar e esquadrinhar o cenário da natureza. Ar-
rasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implanta-
mos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o 
sedentarismo com esteiras, a insônia com compri-
midos, a solidão com eletrônicos, porque somos 
felizes longe da convivência humana.
Ouvimos da biologia que defende a vida pela 
vida, como causa superior, e a suplantamos com 
o consumismo funcional à acumulação.
A política, eterna mãe do acontecer humano, 
ficou limitada à economia e ao mercado. De salto 
em salto, a política não pode mais que se perpe-
tuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, 
aturdida, lutando pelo governo. Debochada mar-
cha de historieta humana, comprando e venden-
do tudo, e inovando para poder negociar de algu-
ma forma o que é inegociável. Há marketing para 
tudo, para os cemitérios, os serviços fúnebres, 
as maternidades, para pais, para mães, passando 
pelas secretárias, pelos automóveis e pelas férias. 
Tudo, tudo é negócio.
Todavia, as campanhas de marketing caem 
deliberadamente sobre as crianças, e sua psico-
logia para influir sobre os adultos e ter, assim, 
um território assegurado no futuro. Sobram pro-
vas de que essas tecnologias são bastantes abo-
mináveis e que, por vezes, conduzem a frustra-
ções e mais.
O homenzinho médio de nossas grandes cida-
des perambula entre os bancos e o tédio rotineiro 
dos escritórios, às vezes temperados com ar con-
dicionado. Sempre sonha com as férias e com a 
liberdade, sempre sonha com pagar as contas, até 
que, um dia, o coração para, e adeus. Haverá ou-
tro soldado abocanhado pelas presas do mercado, 
assegurando a acumulação. A crise é a impotên-
cia, a impotência da política, incapaz de entender 
que a humanidade não escapa nem escapará do 
sentimento de nação. Sentimento que está quase 
incrustado em nosso código genético.
Hoje é tempo de começar a talhar para prepa-
rar um mundo sem fronteiras. A economia glo-
balizada não tem mais condução que não seja o 
interesse privado, de muitos poucos, e cada Esta-
do Nacional mira sua estabilidade continuísta, e 
hoje a grande tarefa para nossos povos, em minha 
humilde visão, é o todo.
Talvez nosso mundo necessite menos de orga-
nismos mundiais, desses que organizam fóruns e 
conferências, que servem muito às cadeias hote-
leiras e às companhias aéreas e, no melhor dos ca-
sos, não reúnem ninguém e nem se transformam 
em decisões.
18 Extensivo Terceirão
Continuarão as guerras e, portanto, os fanatis-
mos, até que, talvez, a mesma natureza faça um 
chamado à ordem e torne inviáveis nossas civiliza-
ções. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem 
piedade, e vemos ao homem como uma criatura 
única, a única que há acima da terra capaz de ir 
contra sua própria espécie. Volto a repetir, por-
que alguns chamam a crise ecológica do planeta 
de consequência do triunfo avassalador da ambi-
ção humana. Esse é nosso triunfo e também nossa 
derrota, porque temos impotência política de nos 
enquadrarmos em uma nova época. E temos con-
tribuído para sua construção sem nos dar conta.
A cobiça, tão negativa e tão motor da histó-
ria, essa que impulsionou o progresso material, 
técnico e científico, que fez o que é nossa época 
e nosso tempo, um fenomenal avanço em muitas 
frentes, paradoxalmente, essa mesma ferramenta, 
a cobiça, que nos impulsionou a domesticar a ci-
ência e transformá-la em tecnologia, nos precipita 
a um abismo nebuloso. A uma história que não 
conhecemos, a uma época sem história, e estamos 
ficando sem olhos nem inteligência coletiva para 
seguir colonizando e para continuar nos transfor-
mando.
Porque se há uma característica deste bichi-
nho humano é a de que é um conquistador an-
tropológico.
Parece que as coisas tomam autonomia e es-
sas coisas subjugam os homens. De um lado a 
outro, sobram ativos para vislumbrar tudo isso e 
para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para 
nós coletivizar decisões globais por esse todo. A 
cobiça individual triunfou grandemente sobre a 
cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é 
“tudo”, essa palavra simples, menos opinável e 
mais evidente? Em nosso Ocidente, particular-
mente, porque daqui viemos, embora tenhamos 
vindo do sul, as repúblicas, que nasceram para 
afirmar que os homens são iguais, que ninguém 
é mais que ninguém, que os governos deveriam 
representar o bem comum, a justiça e a igualdade. 
Muitas vezes, as repúblicas se deformam e caem 
no esquecimento da gente que anda pelas ruas, 
do povo comum.
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, 
mas, ao contrário, para serem um grito na história, 
para fazer funcionais as vidas dos próprios povos 
e, portanto, as repúblicas que devem às maiorias e 
devem lutar pela promoção das maiorias.
Seja o que for, por reminiscências feudais que 
estão em nossa cultura, por classismo dominador, 
talvez pela cultura consumista que rodeia a todos, 
as repúblicas frequentemente, em suas direções, 
adotam um viver diário que exclui, que se distan-
cia do homem da rua.
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minu-
to no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações 
militares nesta Terra. Dois milhões de dólares por 
minuto em inteligência militar!! Em investigação 
médica de todas as enfermidades que avançaram 
enormemente, cuja cura dá às pessoas uns anos a 
mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta 
parte da investigação militar.
Amigos, creio que é muito difícil inventar uma 
força piorque nacionalismo chauvinista das gran-
des potências. A força é que liberta os fracos. O 
nacionalismo, tão pai dos processos de descolo-
nização, formidável para os fracos, se transforma 
em uma ferramenta opressora nas mãos dos fortes 
e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso 
por toda a parte.
Até que o homem não saia dessa pré-história 
e arquive a guerra como recurso quando a políti-
ca fracassa, essa é a larga marcha e o desafio que 
temos daqui adiante. E o dizemos com conheci-
mento de causa. Conhecemos a solidão da guerra. 
No entanto, esses sonhos, esses desafios que estão 
no horizonte, implicam lutar por uma agenda de 
acordos mundiais que comecem a governar nos-
sa história e superar, passo a passo, as ameaças à 
vida. A espécie como tal deveria ter um governo 
para a humanidade que superasse o individualis-
mo e primasse por recriar cabeças políticas que 
acudam ao caminho da ciência, e não apenas aos 
interesses imediatos que nos governam e nos afo-
gam.
Paralelamente, devemos entender que os indi-
gentes do mundo não são da África ou da Améri-
ca Latina, mas da humanidade toda, e esta deve, 
como tal, globalizada, empenhar-se em seu desen-
volvimento, para que possam viver com decência 
de maneira autônoma. Os recursos necessários 
existem, estão neste depredador esbanjamento de 
nossa civilização.
Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um 
corpo de bombeiros, uma homenagem a uma 
lâmpada elétrica que está acesa há cem anos. Cem 
anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de 
dólares nos tiraram dos bolsos fazendo delibera-
damente porcarias para que as pessoas comprem, 
comprem, comprem e comprem.
Mas esta globalização de olhar para todo o 
planeta e para toda a vida significa uma mudan-
ça cultural brutal. É o que nos requer a história. 
Nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é 
respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-
-la e entender que a espécie é nosso “nós”.
Transcrição e tradução do discurso feitas por 
Kiko Nogueira.
Disponível em: <http://www.diariodocentrodomundo.
com.br/>. Acesso em: 26 set. 2013. (Adaptado).
Aula 21
19Português 6C
Texto 2
Os olhos de Sebastião Salgado já viram de tudo neste mundo (e isto talvez não seja exagero). Por oito 
anos, o fotógrafo mineiro de 69 anos viajou por mais de 30 regiões extremas do globo, coletando imagens de 
dezenas de tribos,animais em extinção e paisagens raras.
SALGADO, Sebastião. Disponível em: <www.estadao.com.br>. Acesso em: 2 out. 2013. Disponível em: 
<ww1.folha.uol.com.br/ilustrada>. Acesso em: 2 out. 2013. (Adaptado).
Texto 3
Disponível em: <http://poavive.files.wordpress.com>. Acesso em: 2 out. 2013.
A relação do homem com o tempo e o espaço está presente nos textos 1, 2 e 3. Nesse sentido, responda:
a) Como a noção de tempo livre é apresentada em cada um desses textos? 
20 Extensivo Terceirão
b) A palavra “selva” pode ser relacionada aos três textos apresentados, adquirindo diferentes sentidos em cada um deles. Qual 
sentido essa palavra adquire em cada texto? 
Produção de textos
Proposta 01
(UFPR) – Considere o texto a seguir, em que Neil Degrasse Tyson aborda a relação entre equilíbrio social e desenvolvimento 
científico e tecnológico:
FONTE: Quizás el próximo Einstein se está muriendo de hambre en Etiopia – EL PAÍS
Aula 21
21Português 6C
Escreva um texto em que você explicite e desenvolva a linha de raciocínio do autor. 
Seu texto deve citar, de forma contextualizada, pelo menos um dos cientistas apresentados no quadro. 
Proposta 02
(UFPR) – Observe esta sequência de quadrinhos do cartunista argentino Quino:
Em um texto de 10 a 12 linhas, apresente as críticas que o autor faz à sociedade atual. Procure integrá-las em uma análise 
unificada, evitando a descrição quadro a quadro. 
22 Extensivo Terceirão
Proposta 03
(UNIOESTE – PR) – Redija um COMENTÁRIO INTERPRETATIVO CRÍTICO, para ser publicado no Blog Investigação Filosófica, sobre 
a tirinha a seguir. Lembre-se de que você deverá apresentá-la e interpretá-la criticamente.
(Retirado de: <http://www.facebook.com/tirasarmandinho/>. Acesso em: 15 set. 2017).. 
Aula 21
23Português 6C
Gabarito
21.01. c
21.02. b
21.03. c
21.04. a
21.05. 18 (02 + 16)
21.06. a
21.07. a
21.08. e
21.09. a
21.10. e
21.11. e
21.12. a
21.13. a
21.14. b
21.15. c
21.16. d
21.17. d
21.18. c
21.19. 
a) Estamos diante de uma contradição e, por conseguinte, de 
uma ironia. Diante desta imagem, nossos olhos sentem um es-
tranhamento imediato fruto do contraste produzido pela pala-
vra escrita em letras garrafais e tomando boa parte do anúncio: 
CONFORTO. Em cima, com custo, percebemos a existência de 
um homem deitado. Abaixo do homem um anúncio imenso. O 
efeito de sentido é produzido pelo contraste gerador da ironia 
presente entre a palavra CONFORTO e um homem dormindo ao 
relento, em um lugar que não foi feito para isso. A posição toda 
torta do homem enquanto dorme colide com a segurança e a 
beleza escritas também no anúncio, outro contraste que levará 
à ironia.
 Refletido pelo vidro, no canto à esquerda, há um outro homem, 
que também parece maltrapilho, e que parece estar se pentean-
do e utilizando o vidro do ponto de ônibus para sua toalete, o 
que também remete à beleza expressa na mensagem escrita do 
anúncio. Uma ironia produzida pela própria realidade.
b) (...) ninguém te incomoda (...) O pronome te usado com o senti-
do de você ou do oblíquo o faz parte do coloquial brasileiro.
 (...) por causa do calor de matar (...) expressão hiperbólica usada 
informalmente. 
21.20. a) No texto 1, o uso do tempo livre é condicionado às novas tec-
nologias, longe do convívio humano ou com a natureza, ou 
seja, não há tempo livre. Ao contrário, na fotografia de Sebastião 
Salgado, o ser humano encontra-se em estado de comunhão 
com a natureza e em franco convívio com a sociedade em que 
está inserido. Na charge que constitui o texto 3, o tempo livre 
associa-se ao lazer. 
b) No texto 1, o termo “selva” adquire valor semântico literal de flo-
resta, mata, ou figurado: ambiente onde existem animais que 
travam lutas e disputas. Já no texto 2, significa ambiente natu-
ral representado pelas imagens da mata. No texto 3, persiste o 
sentido figurado, pois a imagem em que a desapropriação ha-
bitacional se mostra insensível ao drama humano de quem não 
tem condições dignas de moradia sugere a disputa entre classes 
antagônicas em que o mais forte quase sempre ganha.
24 Extensivo Terceirão
Coerência e progressão 
textual
Você conseguiria entender o que quer dizer o texto a 
seguir? Leia-o com atenção:
O homem não vive de maneira isolada; uma ilha 
é uma porção de terra cercada de água por todos 
os lados. Estudiosos afirmam que, recentemente, 
não se acredita mais que a Teoria da Evolução seja 
a melhor explicação para o fenômeno da crescente 
urbanização do país. Afinal, de acordo com 
Zygmunt Bauman, o fim desta confiança engendra, 
por outro lado, um ambiente em que ‘ninguém 
assume o controle’, em que os assuntos do estado 
e seus sujeitos estão em queda livre, e prever com 
alguma certeza que caminho seguir, sem falar em 
controlar o curso dos acontecimentos, transcende 
a capacidade humana individual e coletiva. Só nos 
resta trabalhar duro nos inúmeros entraves internos, 
em especial, a devastada infraestrutura (estradas de 
rodagem, ferrovias, portos, armazenagem, etc.), a 
terrível burocracia dos negócios e a insustentável 
escalada dos impostos – que, no fundo, encarecem 
nossa produção e exportação.
Conseguiu entender alguma coisa? Parece difícil 
extrair algo de um texto assim. Mas, pensando melhor, 
será que é certo chamarmos isso de texto? 
Embora - do ponto de vista visual - pareça um texto, 
o que acabamos de ler não passa de um amontoado de 
frases isoladas, já que não há qualquer relação de sen-
tido entre elas. Claro que esse trecho é um caso artificial 
e exagerado, mas exemplifica um grave problema de 
redação: a progressão textual incoerente. 
Por isso, na elaboração de um texto, é muitoim-
portante a manutenção de uma sequência coerente de 
ideias, frases e parágrafos, pois um dos principais itens 
avaliados na prova de redação é justamente a capaci-
dade de o candidato estabelecer relações de sentido 
entre as frases do texto. Essa relação de sentido é o que 
chamamos de coerência textual.
Continuação de texto
Embora a progressão textual coerente seja uma ca-
racterística de qualquer redação bem escrita, há um tipo 
de proposta de redação baseada principalmente nessa 
qualidade: a continuação de texto. Questões assim pos-
suem como texto-base o início de um texto. A redação 
desse tipo de proposta consiste em dar continuidade ao 
trecho. Veja alguns exemplos.
Exemplo 1
(UEPG – PR) O texto abaixo apresenta um cenário. 
Após a leitura atenta desse fragmento, elabore 
a continuidade do texto, realizando o desejo do 
narrador, presente na última oração.
Há um pôr do sol de primavera e uma velha 
casa abandonada. Está em ruínas. (...) Pássaros 
saltitam e gorjeiam nas amuradas que a cercam. 
Raízes vorazes de grandes árvores infiltram-se en-
tre as pedras do alicerce e abalam suas estruturas. 
Agoniza a velha casa. As janelas são bocas escan-
caradas.
A casa velha em ruínas clama por vozes e mo-
vimento.
Adaptado de: Geraldo M. de Carvalho, http://nadydan.blogspot.com/, 
acesso em agosto de 2011.
Exemplo 2
(UFPR / adaptado) Escreva um parágrafo, de 4 a 
6 linhas, que apresente uma conclusão coerente 
para o texto abaixo. Ao redigir o parágrafo, dê 
continuidade à frase que o inicia. 
Segundo dados da Anistia Internacional, a cada 
ano três países, em média, têm abolido a pena de 
morte. E o ritmo parece estar aumentando. Só em 
2004 foram cinco os países a tirar a pena capital de 
seus códigos penais. Entre eles, estão dois europeus: 
Grécia e Turquia – fato emblemático, que reforça 
as campanhas internacionais contra a punição. 
Essa tendência, na verdade, vem se confirmando 
desde o final da década de 1980. Nos últimos 
15 anos, nada menos que 40 nações deixaram 
oficialmente de condenar pessoas à execução. 
Eram 116 em 1990, e hoje são 76. Ou seja, um 
terço do total de países adeptos da pena de morte 
desistiu de aplicá-la nesse período de menos de 
duas décadas, conforme os dados da Anistia. 
Português
6CAula 22
Progressão textual
Aula 22
25Português 6C
A China – com mais de 3 mil execuções em 
2004 – é uma exceção no contexto político inter-
nacional. As punições chinesas, somadas às penas 
de morte levadas a cabo no Irã, no Vietnã e nos Es-
tados Unidos, representam 97% do total mundial. 
(Terra no. 158, jun. 2005.) 
Se o Brasil viesse a adotar a pena de morte,
Apesar de serem gêneros textuais diferentes, as 
duas propostas de redação consistem em pedir a con-
tinuidade de seus respectivos trechos. Naturalmente, 
a continuidade precisa se dar de forma coerente aos 
textos-base. O maior desafio desse tipo de questão é 
saber dar progressão, trazer novo conteúdo, mas sem 
perder a coerência com o trecho inicial. Por isso, é pre-
ciso estar atento a uma série de detalhes, para que eles 
sejam mantidos na sua redação.
1. Gênero textual
Um dos primeiros fatores que é preciso observar no 
texto-base é o gênero textual. Afinal, continuar o trecho 
de forma coerente consiste em manter as características 
do gênero em questão. Assim, por exemplo, se se tratar de 
um texto de opinião, é fundamental que sua redação se 
mantenha argumentativa. Da mesma forma, se o trecho 
inicial for uma narrativa, a continuação precisa permanecer 
dessa forma. Resumindo, mantenha sua redação dentro 
das características do gênero textual do texto-base.
2. Coerência semântica
Identifique o tema do texto-base. Naturalmente, 
a redação não pode desenvolver um tema diferente. 
Além disso, perceba o tratamento dado ao tema, pois, 
se o trecho original já expressa um posicionamento, é 
óbvio que você terá que continuá-lo de acordo com o 
posicionamento já indicado. Afinal, sua redação não 
pode contradizer o texto-base.
Da mesma forma, cuide para que o conteúdo que 
você irá acrescentar na sua redação seja relevante e coe-
rente com o que já foi colocado no trecho em questão.
3. Pessoa gramatical
Outro detalhe importante é a manutenção da pessoa 
gramatical do texto-base. Assim, identifique se o trecho 
está em 1a. ou 3a. pessoa e faça sua redação da mesma 
maneira. 
4. Registro linguístico
Atente-se para a linguagem empregada no texto 
original. Veja se trata de linguagem mais formal, com vo-
cabulário técnico. Ou se se trata de uma linguagem mais 
coloquial, que busca se dirigir diretamente ao leitor. 
Exemplo de proposta de 
redação
Como exemplo de proposta de continuação de texto, 
utilizemos uma questão do vestibular UFPR 2007-08. 
Os respectivos exemplos de redação feitos para essa 
proposta foram extraídos do livro “A tessitura da Escrita”, 
organizado por Iara Bemquerer Costa e Maria José Foltran. 
(UFPR) O texto abaixo apresenta os parágrafos 
iniciais de um editorial publicado na Folha de 
S. Paulo em 18 de outubro de 2007. Escreva um 
parágrafo de 4 a 6 linhas que dê continuidade aos 
parágrafos iniciais, sem necessidade de concluir o 
texto. Uma continuação adequada deve:
• fazer a retomada de elementos já apresentados;
• introduzir informações novas, que garantam a 
progressão no tratamento do tema;
• apresentar uma articulação clara com os pará-
grafos iniciais.
Agora é oficial. O ministro da Saúde, José Go-
mes Temporão, convocou rede nacional de rádio e 
TV para anunciar que o Brasil vive uma epidemia 
de dengue. De janeiro a setembro, registraram-se 
481.316 casos da moléstia, contra 321.368 em igual 
período do ano passado. É um aumento de 50%.
O que mais preocupa é a questão da dengue 
hemorrágica (DH). Por razões não de todo conhe-
cidas, certos indivíduos infectados por algum dos 
quatro sorotipos do vírus DEN desenvolvem a for-
ma hemorrágica da doença, que pode ser fatal. Até 
setembro, 1.076 pacientes haviam evoluído para 
esse quadro, dos quais 121 (11%) morreram. É uma 
taxa muito elevada. Para a Organização Mundial de 
Saúde, com condutas médicas adequadas é possível 
manter a mortalidade de DH abaixo de 1%.
Exemplo de redação 1
Os médicos de postos de saúde e hospitais 
estão sendo treinados para que sempre que o 
paciente comentar sintoma, fazer o teste da fita, 
assim se descobre a doença e se é tratada com ra-
pides e eficacia [sic].
Exemplo de redação 2
Com esse quadro tão alarmante, devemos in-
vestir cada vez mais com [sic] programas de cons-
cientização e prevenção da doença. Para poder 
diagnosticar com antecedência e iniciar o trata-
mento, tentando minimizar os casos mais graves.
26 Extensivo Terceirão
Exemplo de redação 3
Além de tomar medidas de combate ao mosquito vetor para diminuir os índices da doença, é essencial 
as pessoas procurarem profissionais adequados no caso de surgirem sintomas parecidos com um resfriado, 
como febre, dor de cabeça, mal-estar e manchas avermelhadas pelo corpo. Com diagnóstico precoce, a 
doença terá menor chance de evoluir para a dengue hemorrágica. Assim, com prevenção e atitudes ade-
quadas, o índice de mortalidade por esse tipo de enfermidade irá diminuir.
Testes
Assimilação
22.01. (UNICAMP – SP) – Leia o texto 
a seguir.
– Pela milionésima vez, por 
favor, “se amostrar” não existe. 
Não pega bem usar uma ex-
pressão incorreta como essa.
– Ora veja, incorreto para 
mim é o que não faz sentido, 
“se amostrar” faz sentido para 
boa parte do país.
– Por que você não usa um 
sinônimo mais simples da pa-
lavra? Que tal ”exibido”? Todo 
mundo conhece.
– Não dá, porque quem se 
exibe é exibido, quem se amos-
tra é amostrado. Por exemplo: 
quando os vendedores de sho-
pping olham com desprezo 
para os meninos dos rolezinhos 
e moram no mesmo bairro de-
les, são exibidos. Eles acham 
que a roupa de vendedor faz 
deles seres superiores. Por ou-
tro lado, as meninas e os meni-
nos dos rolezinhos vão para os 
shoppings para se amostrar uns 
para outros, e são, portanto, 
amostrados. Percebeua sutileza 
da diferença?
– Entendo, mas está errado.
– Como é que está errado se 
você entende? Você não aceita 
a inventividade linguística do 
povo. “Amostrar” é verbo tor-
to no manual das conjugações 
e “amostrado” é particípio de 
amostra grátis! Captou?
(Adaptado de Cidinha da Silva, 
Absurdada. Disponível em http://
notarodape. blogspot. com/search/label/
Cotidiano. Acessado em 22/05/2019.)
Considerando que a comparação entre modos de falar pode ser fonte de precon-
ceito, o exemplo citado por uma das personagens da crônica 
a) reforça o preconceito em relação às turmas de jovens de um mesmo bairro, 
com base nos significados de “amostrado” e “exibido”. 
b) explicita o preconceito, valendo-se de “amostrado” e “exibido” para distinguir 
dois grupos de jovens do mesmo bairro. 
c) dissimula o preconceito e reconhece que “se amostrar” é, de fato, um verbo que 
não está de acordo com as normas gramaticais. 
d) refuta o preconceito e confirma o desconhecimento da regra de formação do 
particípio passado do verbo “se amostrar”. 
22.02. (UNICAMP – SP) – Leia os textos a seguir:
Texto I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modificando 
de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade 
vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando 
os telespectadores podem assistir a vários ou a todos os episódios 
de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma 
Netflix não quer mais estar associada “maratona” de séries. A maior 
razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm segui-
do para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Netflix parece estar evitando o termo 
‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/ internet/133690-voce-
notou-net flix-pareceevitando-termo-maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.)
Texto II
(Disponível em: <http://www.willtirando.com.br/anesia-417/. Acesso em: 01/06/2019.)
Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a partir de perspectivas distin-
tas, é possível afirmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque 
a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como esforço físico exaustivo, 
derivado de “maratona”. 
b) deprecia a definição de “maratona” como ação contínua de superação de difi-
culdades e melhoria da saúde. 
Aula 22
27Português 6C
c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e 
a permanência em casa provocam na saúde. 
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a 
um estilo de vida sedentário, antagônico a maratona. 
Para responder às questões 22.03. e 22.04., leia o trecho do 
livro Casagrande e senzala, de Gilberto Freyre.
Mas a casa-grande patriarcal não foi apenas 
fortaleza, capela, escola, oficina, santa casa, ha-
rém, convento de moças, hospedaria. Desempe-
nhou outra função importante na economia bra-
sileira: foi também banco. Dentro das suas grossas 
paredes, debaixo dos tijolos ou mosaicos, no 
chão, enterrava-se dinheiro, guardavam-se joias, 
ouro, valores. Às vezes guardavam-se joias nas ca-
pelas, enfeitando os santos. Daí Nossas Senhoras 
sobrecarregadas à baiana de teteias, balangandãs, 
corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de 
ouro. Os ladrões, naqueles tempos piedosos, ra-
ramente ousavam entrar nas capelas e roubar os 
santos. É verdade que um roubou o esplendor e 
outras joias de São Benedito; mas sob o pretex-
to, ponderável para a época, de que “negro não 
devia ter luxo”. Com efeito, chegou a proibir-se, 
nos tempos coloniais, o uso de “ornatos de algum 
luxo” pelos negros.
Por segurança e precaução contra os corsá-
rios, contra os excessos demagógicos, contra as 
tendências comunistas dos indígenas e dos afri-
canos, os grandes proprietários, nos seus zelos 
exagerados de privativismo, enterraram dentro 
de casa as joias e o ouro do mesmo modo que 
os mortos queridos. Os dois fortes motivos das 
casas-grandes acabarem sempre mal-assombradas 
com cadeiras de balanço se balançando sozinhas 
sobre tijolos soltos que de manhã ninguém en-
contra; com barulho de pratos e copos batendo 
de noite nos aparadores; com almas de senhores 
de engenho aparecendo aos parentes ou mesmo 
estranhos pedindo padres-nossos, ave-marias, 
gemendo lamentações, indicando lugares com 
botijas de dinheiro. Às vezes dinheiro dos ou-
tros, de que os senhores ilicitamente se haviam 
apoderado. Dinheiro que compadres, viúvas e 
até escravos lhes tinham entregue para guardar. 
Sucedeu muita dessa gente ficar sem os seus va-
lores e acabar na miséria devido à esperteza ou à 
morte súbita do depositário. Houve senhores sem 
escrúpulos que, aceitando valores para guardar, 
fingiram-se depois de estranhos e desentendidos: 
“Você está maluco? Deu-me lá alguma cousa para 
guardar?”
Muito dinheiro enterrado sumiu-se misterio-
samente. Joaquim Nabuco, criado por sua madri-
nha na casa-grande de Maçangana, morreu sem 
saber que destino tomara a ourama para ele reu-
nida pela boa senhora; e provavelmente enterrada 
em algum desvão de parede. […] Em várias casas-
-grandes da Bahia, de Olinda, de Pernambuco se 
têm encontrado, em demolições ou escavações, 
botijas de dinheiro. Na que foi dos Pires d’Ávila 
ou Pires de Carvalho, na Bahia, achou-se, num re-
canto de parede, “verdadeira fortuna em moedas 
de ouro”. Noutras casas-grandes só se têm desen-
cavado do chão ossos de escravos, justiçados pe-
los senhores e mandados enterrar no quintal, ou 
dentro de casa, à revelia das autoridades. Conta-
-se que o visconde de Suaçuna, na sua casa-gran-
de de Pombal, mandou enterrar no jardim mais 
de um negro supliciado por ordem de sua justiça 
patriarcal. Não é de admirar. Eram senhores, os 
das casas-grandes, que mandavam matar os pró-
prios filhos. Um desses patriarcas, Pedro Vieira, já 
avô, por descobrir que o filho mantinha relações 
com a mucama de sua predileção, mandou matá-
-lo pelo irmão mais velho.
(In: Silviano Santiago (coord.). Intérpretes do Brasil, 2000.)
22.03. (UNIFESP) – “Noutras casas-grandes só se têm 
desencavado do chão ossos de escravos, justiçados 
pelos senhores e mandados enterrar no quintal, ou 
dentro de casa, à revelia das autoridades.” (3º. parágrafo)
Conclui-se da leitura desse trecho que, em relação às autorida-
des, os senhores de engenho assumiam um comportamento
a) transgressor. 
b) vingativo. 
c) submisso. 
d) isento. 
e) respeitoso. 
22.04. (UNIFESP) – “Os ladrões, naqueles tempos piedo-
sos, raramente ousavam entrar nas capelas e roubar os 
santos. É verdade que um roubou o esplendor e outras 
joias de São Benedito; mas sob o pretexto, ponderá-
vel para a época, de que ‘negro não devia ter luxo’.” 
(1º. parágrafo)
Em relação à frase anterior, a frase sublinhada constitui uma
a) condição. 
b) ratificação. 
c) conclusão. 
d) redundância. 
e) ressalva. 
28 Extensivo Terceirão
Aperfeiçoamento
Textos para a próxima questão:
Texto I
Texto II
O que levou Marta, seis vezes a melhor do 
mundo, a enfrentar a Austrália de chuteiras pre-
tas? Adianto, não foi o futebol “raiz”. Marta não 
fechou patrocínio com nenhuma das gigantes do 
mercado esportivo. Não recebeu nenhuma pro-
posta à altura do seu futebol. Isso diz muito sobre 
o machismo no esporte. A partir disso, a atleta 
decidiu calçar a luta pela diversidade.
(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/06/chuteira-
sem-logo-e-com-simbolo-de-igualdade-de-genero-foi-mais-
um-golaco-de-marta/. Acessado em 18/06/2019.)
22.05. (UNICAMP – SP) – Considerando o tweet e o texto 
acima, é correto afirmar que a atleta 
a) enfrentou o time adversário com chuteiras pretas, mesmo 
que não tenha sido influenciada pelo futebol “raiz”. 
b) usou chuteiras sem logotipo e luta pela igualdade de 
gênero no esporte, mesmo sendo considerada seis vezes 
a melhor do mundo. 
c) não recebeu patrocínio de nenhuma grande empresa, em-
bora a chuteira preta sem logotipo simbolize o futebol “raiz”. 
d) optou por lutar contra o machismo no esporte, embora as 
propostasde patrocínio não tenham considerado seu valor. 
Examine a tira de André Dahmer para responder às questões 
22.06 e 22.07.
(Malvados, 2008)
22.06. (UNESP – SP) – Na tira, a morte é caracterizada como 
a) frívola. 
d) incorruptível. 
b) compassiva. 
e) materialista. 
c) solitária. 
22.07. (UNESP – SP) – Constituem exemplos de linguagem 
formal e de linguagem coloquial, respectivamente, as se-
guintes falas: 
a) “Ah, estou morrendo de pena...” e “Ainda vou trabalhar a 
noite inteira no Iraque, meu rapaz.” 
b) “Me adianta essa, vai...” e “É cedo para mim.” 
c) “O importante é trabalhar com o que a gente gosta.” e 
“Posso lhe dar um emprego bem melhor...” 
d) “É cedo para mim.” e “Posso lhe dar um emprego bem 
melhor...” 
e) “Posso lhe dar um emprego bem melhor...” e “Me adianta 
essa, vai...” 
Textos para a próxima questão:
TEXTO I
OS REAIS MISTÉRIOS DE 
LEONARDO DA VINCI
Para além das conspirações, um 
gênio realmente incomum
Da Vinci viveu na mesma época que Cristó-
vão Colombo, Maquiavel, Michelângelo, Marti-
nho Lutero e Nostradamus. Enquanto ele pintava 
Mona Lisa, Pedro Álvares Cabral navegava pelo 
Atlântico em direção ao Brasil. Mas o que em sua 
vida ou suas telas deu margem a teorias conspira-
tórias? Leonardo era tão diferente e misterioso as-
sim? Sua obra ou sua vida permitiram que tantos 
anos depois tanta coisa fosse inventada sobre ele?
A resposta é sim. Da Vinci dava sopa para o azar. 
E, apesar de ele ser, de certa forma, típico de seu 
tempo, tinha lá suas manias. Primeiro, criou sua 
própria linguagem em código. Quando não escrevia 
ao contrário, da direita para a esquerda – fazendo 
que sua caligrafia só fosse compreendida quando 
vista no espelho –, usava um tipo de taquigrafia es-
tranhíssima, na qual usava parte de palavras ou sím-
bolos e não letras para exprimir ideias. Prato cheio 
para quem enxerga conspirações em todo lugar.
“Seus interesses ultrapassavam o campo artís-
tico”, afirma Christopher Witcombe, professor do 
departamento de História da Arte da Universida-
de de Virgínia, nos Estados Unidos. Ele especulou 
pela anatomia, biologia, física e engenharia. Leo-
nardo amava sua arte e acreditava que “o amor a 
qualquer coisa é produto do conhecimento, sendo 
o amor mais ardente quanto mais seguro é o co-
nhecimento”, conforme escreveu. Era um profun-
do estudioso das técnicas que, segundo sua visão, 
seriam complementares à sua arte. Ele dissecou 
corpos humanos e de animais para compreender a 
posição de ossos e como funcionavam músculos e 
Aula 22
29Português 6C
tecidos. Desenvolveu e utilizou lentes para projetar 
imagens e melhor reproduzir seus modelos, desen-
volvendo técnicas aplicáveis às suas obras, como os 
planos de perspectiva, ponto de fuga etc. Estudou 
a química das substâncias para desenvolver suas 
próprias tintas, especulou sobre a matemática e a 
filosofia. Da Vinci foi um cientista-artista tão fasci-
nado pelos mistérios do Universo e pelos enigmas 
do corpo humano quanto pelas possibilidades de 
aplicar esses conhecimentos em suas obras.
(Disponível em: <<https://www.google.com/os-reais-misterios-
de-leonardo-davinci>>. Acesso em: 27 jul. 2018.)
TEXTO II
O Tempo e o Amor
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo 
gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo 
a colunas de mármore, quanto mais a corações de 
cera! São as afeições como as vidas, que não há mais 
certo sinal de haverem de durar pouco, que terem 
durado muito. São como as linhas que partem do 
centro para a circunferência, que, quanto mais con-
tinuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos 
sabiamente pintaram o amor menino, porque não 
há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De to-
dos os instrumentos com que o armou a natureza o 
desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já 
não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, 
abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-
-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão 
natural de toda esta diferença, é porque o tempo 
tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, 
enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para 
não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, 
quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não 
amar, e o ter amado muito, de amar menos.
(VIEIRA, Pe. António. Sermão do Mandato, parte III, In: 
Sermões. Porto: Lello & IrmaÞo, 1959. p. 94.)
Texto para a questão 22.08.
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo 
exército que a pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas
*sesta: repouso após o almoço.
22.08. (FUVEST – SP) – O ditado popular que se relaciona 
melhor com o poema é: 
a) entendedor, meia palavra basta. 
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. 
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido. 
d) Um dia é da caça, o outro é do caçador. 
e) Uma andorinha só não faz verão. 
22.09. (COTUCA – SP) – De acordo com o texto “A era dos 
memes na crise política atual”, assinale a alternativa correta. 
A era dos memes na crise política atual
Luciano Freitas Filho
Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de 
irreverência do brasileiro frente à crise em que o 
país encontra-se imerso. A nossa capacidade de 
fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise 
político-econômica atual nos instiga a refletir se 
estamos “jogando a toalha” ou se este é apenas 
um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A 
criatividade de produzir piadas, memes e áudios 
engraçados expõe um certo tipo de estratégia do 
brasileiro para lidar com situações de conflito. 
“Tira a Dilma. Tira o Aécio. Tira o Cunha. Tira 
o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, 
morena você é tão sensual”. 
Eis uma das milhares de piadas que circulam 
nas redes sociais e que, de forma irreverente, esti-
mulam o debate. Não há aquele que não se divirta 
com essa piada ou outra congênere, que não gar-
galhe diante dos diversos textos engraçados que 
circulam por meio de postagens ou mensagens de 
celular, independentemente do grau de escolari-
dade de quem compartilha. 
A “memecrítica” vem como um dispositivo 
cultural de grande potencialidade político-discur-
siva nos processos de interlocução entre pesso-
as. Essa é uma categoria de crítica social que tem 
causado desconforto nos políticos e membros dos 
poderes judiciários e executivos, estimulando, 
inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e 
controle do uso da internet por parte dos inter-
nautas. Aliás, ressaltemos que o Brasil é um dos 
campeões em produção e veiculação de memes 
em meio às mídias virtuais. 
Adaptado de: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/07/
era-dos-memes-na-crise-politica-atual/. Acesso em: 14/08/2018. 
a) A “memecrítica” é um dispositivo cultural de grande po-
tencialidade político-discursiva, pois consegue abranger 
os mais diversos setores da sociedade. 
b) A “memecrítica” não é efetiva como crítica social, pois o 
seu conteúdo circula em ambientes muito restritos. 
c) Por causa de sua restrita potencialidade político-discursiva 
nos processos de interlocução entre pessoas, a “memecrí-
tica” tem causado desconforto nos políticos e membros 
dos poderes judiciários e executivos. 
d) A “memecrítica” é apresentada de modo positivo, espe-
cialmente porque sua grande potencialidade levou os 
poderes brasileiros a mapear os usos da internet. 
e) O trecho “independentemente do grau de escolaridade 
de quem compartilha” é preconceituoso por afirmar que 
há uma parcela da sociedade que não seria capaz de 
entender os “memes”. 
30 Extensivo Terceirão
22.10. (CEFET – MG) – Leia o texto a seguir:
Contos de fadas não constituem sempre his-
tórias agradáveis polvilhadas com açúcar, como a 
casa de pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as 
tramas são recheadas de malvadezas que sobrevi-
vem às dezenas de adaptações. Podem passar des-
percebidas, mas estão lá. Ou é inofensiva a história 
de uma menina e sua avó que são devoradas vivas 
por um lobo? Ou é inocente o conto da menina 
que é sequestrada e obrigada a passar a juventude 
trancada no

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