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1 Brasil – I – Climas Aula 25 7A Geografia Grande parte do território brasileiro está situada predominantemente num ambiente intertropical. Em decorrência desse fato, os climas brasileiros são pre- dominantemente quentes e úmidos, com as seguintes características: • temperaturas médias superiores a 18ºC; • amplitude térmica anual inferior a 6ºC; • diferenças de estações caracterizadas pelo regime pluviométrico; • circulação atmosférica controlada pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT); • baixas pressões equatoriais (doldrums) ; • ventos alísios; • altas pressões subtropicais. Também a maritimidade, a continentalidade e a altitude influenciam nos climas brasileiros. Massas atmosféricas Cinco são as massas que atuam com maior intensi- dade sobre o território brasileiro: massa equatorial con- tinental (mEc), massa equatorial atlântica (mEa), massa tropical continental (mTc), massa tropical atlântica (mTa) e massa polar atlântica (mPa). A massa equatorial continental (mEc), quente e úmida, tem seu centro de origem na Amazônia e exerce grande influência na Amazônia Ocidental, ocasionando `Os climas brasileiros, apesar de serem predominantemente quentes, apresentam áreas sujeitas à neve. Na foto, neve em São Joaquim (SC). chuvas de convecção durante todo o ano. Durante o verão, essa massa se expande, podendo cobrir grande parte do território brasileiro, ocasionando aguaceiros (chuvas fortes e passageiras). A umidade da mEc que avança, principalmente no verão, em direção ao Centro-Sul brasileiro caracteriza o “corredor de umidade da Amazônia” ou os “rios voadores”. Estudos apontam que o desmatamento na Amazônia está reduzindo a umidade transportada pelos “rios voadores”, o que comprometerá o quadro hídrico do Centro-Sul do Brasil. A massa equatorial atlântica (mEa), quente e úmida, é originária dos Açores (anticiclone). Domina a Amazônia Oriental e parte do litoral do Nordeste, atuan- do com intensidade no verão do hemisfério Sul. A massa tropical continental (mTc), quente e seca, tem seu centro de origem na Depressão do Chaco. Atua principalmente no Centro-Oeste, determinando estia- gem durante o inverno. A massa tropical atlântica (mTa), quente e úmida, é originária do anticiclone de Santa Helena, nas proxi- midades do Trópico de Capricórnio, no oceano Atlântico. Atua no litoral da região Sul, Sudeste e parte meridional da Nordeste. Normalmente, por movimentar-se no sen- tido descendente (subsidência), não ocasiona chuvas. Porém, durante o verão essa massa é responsável pela elevada precipitação registrada no litoral oriental (que abrange parte do litoral das regiões Sudeste e Nordeste). A massa polar atlântica (mPa), também denomina- da de massa polar antártica, é fria e úmida, tendo seu centro de origem no sul da Argentina (Patagônia). Atua com maior intensidade durante o outono e o inverno. Atinge com maior frequência a região Sul, porém pode estender-se pelo litoral até a porção meridional do litoral nordestino. Em casos excepcionais, desloca-se em direção à Amazônia Ocidental. A massa polar atlântica (mPa), principalmente durante o inverno, é responsável pelas chuvas frontais nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, propicia a formação de geadas e, ocasionalmente, a precipitação de neve no sul do Brasil. Fo to ar en a/ N el so n An to in e 2 Extensivo Terceirão Friagem Penetração da mPa na Amazônia Ocidental durante o inverno meri- dional. É caracterizada pela queda acentuada de temperatura de 25°C para até 14°C em poucas horas, podendo durar até 3 dias. Classificação climática ` As massas atmosféricas que atuam no território brasileiro. Brasil – Massas de ar Ta lit a Ka th y Bo ra Classificação de Strahler São 5 os principais tipos climáticos nessa classificação, baseados principalmente na dinâmica das massas atmosfé- ricas. Climas controlados pelas massas equatoriais e tropicais: • Clima equatorial úmido da convergência dos alísios – abrange toda a região Norte e parte da região Centro-Oeste. • Clima litorâneo úmido – abrange toda a fachada oriental, compreendendo o litoral do Sudeste e do Nordeste. • Clima tropical alternadamente úmido e seco – compreen- de o centro-sul da região Centro-Oeste e a porção ocidental das regiões Sudeste e Nordeste. • Clima tropical semiárido – compreende o Polígono das Secas. ` A classificação de Strahler baseia-se na dinâmica das massas atmosféricas. Classificação Arthur Strahler Aula 25 3Geografia 7A Climas controlados pelas massas tropicais e polares: Clima subtropical úmido – compreende toda a região Sul, porção meri- dional da região Centro-Oeste e porção da região Sudeste. Classificação de Sueli A. Furlan e José B. Conti É uma das mais utilizadas classificações para os climas do Brasil e muito objetiva. Leva em consideração aspectos gerais, como altitude, latitude e precipitação. Classificação Furlan/Conti • Clima equatorial úmido e equatorial semiúmido – com- preende a maior parte da região Norte e a porção setentrional da região Centro-Oeste. 400 375 39 350 325 27 300 275 25 250 225 23 200 175 21 150 125 19 100 75 17 50 25 15 0 São Gabriel da Cachoeira (AM) 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M J J A S O N D ºCmm • Clima tropical – também deno- minado de clima tropical semiú- mido, abrange grande parte da região Centro-Oeste e porções das regiões Nordeste, Sudeste e Norte. 400 375 39 350 325 27 300 275 25 250 225 23 200 175 21 150 125 19 100 75 17 50 25 15 0 Cuiabá (MT) 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M J J A S O N D ºCmm • Clima semiárido – compreende o Polígono das Secas. 400 375 39 350 325 27 300 275 25 250 225 23 200 175 21 150 125 19 100 75 17 50 25 15 0 Cabaceiras (PB) 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M J J A S O N D ºCmm • Clima tropical de altitude – abrange porções das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e parte do Norte. 400 375 39 350 325 27 300 275 25 250 225 23 200 175 21 150 125 19 100 75 17 50 25 15 0 São Lourenço (MG) 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M J J A S O N D ºCmm • Clima subtropical – abrange toda a região Sul e porções das regiões Sudeste e Centro-Oeste. 400 375 39 350 325 27 300 275 25 250 225 23 200 175 21 150 125 19 100 75 17 50 25 15 0 São Gabriel (RS) ºCmm 30 28 26 24 22 20 18 16 14 J F M A M J J A S O N D 4 Extensivo Terceirão Classificação de Köppen-Geiger Tem por base a variação de temperatura anual e o regime pluviométrico. Classificação Köppen-Geiger Tropical chuvoso – A Na realidade, abrange tanto os climas equatoriais como os tropicais. Os predominantemente equatoriais são Af e Am, enquanto os predominantemente tropicais são Aw, Aw’ e As. • Af – sem estação seca definida – abrange a Amazô- nia Ocidental. • Am – chuvas de monções • (pequena estiagem no inverno) – compreende a maior parte da Amazônia. • Aw – chuvas de verão – abrange grande parte do Brasil Central, ou seja, a maior parte da região Cen- tro-Oeste e porções das regiões Nordeste e Sudeste. Também compreende a porção setentrional da região Norte (Roraima e norte do Amazonas e Pará). • Aw’ – chuvas de verão e outono – compreende o litoral da região Norte e parte do litoral da região Nordeste. • As – chuvas de outono e inverno – compreende o litoral da região Nordeste, desde o Rio Grande do Norte até Sergipe. Seco – B • BSh – com chuvas de inverno (esparsas) e quente o ano todo – é o clima do Polígono das Secas. Mesotérmico úmido – C Compreende, no Brasil, os climas tropicais de altitude e os subtropicais. • Cfa – sem estação seca com verão quente – com- preende as áreas mais baixas da região Sul e peque- nas porções da região Sudeste. • Cwa – com verão chuvoso e quente – compreende porções das regiões Sudeste e Centro-Oeste. • Cfb – sem estação seca com verão brando – abran- ge as áreas planálticas mais altas da regiãoSul e Serra da Mantiqueira, na região Sudeste. • Cwb – com verão chuvoso e brando – compreende porções de elevadas altitudes da região Sudeste. • Csa – com chuva de outono-inverno e verão quen- te – compreende o Planalto da Borborema. Lembrete... El Niño e La Niña Os fenômenos El Niño e La Niña são perturbações ou anomalias climáticas naturais, embora tudo indique já sofrerem com as mudanças climáticas. Manifestam-se a partir da faixa tropical do oceano Pacífico. O El Niño corresponde ao aquecimento anormal e o La Niña, ao resfriamento anormal. Ocorrem com uma alter- nância de 3 a 5 anos e perturbam as condições climáticas globais. No Brasil, o El Niño provoca chuvas no Centro-Sul e secas na Amazônia e Nordeste. Já La Niña causa invernos rigorosos e secos no Centro-Sul e chuvas na Amazônia e Nordeste. Aula 25 5Geografia 7A Testes Assimilação 25.01. (FAG – PR) – Sobre os fatores que proporcionam a ocorrência de climas quentes e úmidos no Brasil, marque a alternativa INCORRETA: a) O Brasil possui 92% do território brasileiro na zona inter- tropical do planeta. b) O Brasil apresenta grandes extensões de terras no sentido norte-sul. c) O litoral brasileiro sofre forte influência das massas de ar oceânicas. d) Em apenas 8% do território brasileiro, ao sul do Trópico de Capricórnio, ocorre o clima subtropical, que apresenta maior variação térmica. e) As massas de ar equatoriais e tropicais no Brasil têm sua ação acentuada no inverno, pelo avanço das massas polares. 25.02. (PUCCAMP – SP) – A maior parte do território brasilei- ro está localizada entre o Trópico de Capricórnio e o Equador. Isto torna o Brasil um dos países do mundo com excelentes condições para a geração de energia solar, mesmo com uma variação climática significativa entre suas regiões. Considere os climogramas e o mapa para responder à questão. (FERREIRA, Graça Maria Lemos. Moderno atlas geográfico. São Paulo: Moderna, 2008, p. 6) Os climogramas I e II são, respectivamente, característicos das áreas indicadas no mapa pelos números a) 2 e 4. d) 3 e 2. b) 1 e 3. e) 5 e 3. c) 4 e 5. 25.03. (UNIFEB – SP) – Solos rachados, perdas na agricultura, mortes de animais e, sobretudo, a falta de água para consu- mo humano, são situações já esperadas pelo sertanejo do Nordeste, durante os períodos mais secos do ano. Mas não durante anos seguidos. A atual estiagem já dura seis anos consecutivos e é a seca mais prolongada da história recente na região. Os reflexos já afetam não só a população rural, mas também o cotidiano dos centros urbanos. Fonte: GE ATUALIDADES 1o SEMESTRE 2017 ed.25. São Paulo: Março, 2017. EAN 789-3614-106953. (adaptado) Assinale a alternativa correta acerca do sertão nordestino brasileiro: a) O território do sertão nordestino está em zona de clima subtropical, com baixos níveis de umidade e altas tem- peraturas na maior parte do ano. b) O regime de chuvas é regular, o que favorece a ocorrência de longos períodos de estiagem e a quase inexistência de rios intermitentes. c) A maior parte da precipitação concentra-se em março, abril e junho, e a média para todo o ano é superior a 3500 mm e em algumas áreas fica perto de 3700 mm anuais. d) Além dos fatores geográficos, fatores políticos são apon- tados como entraves para o enfrentamento das secas, conhecidos também como indústria da seca. e) No sertão nordestino, persiste uma massa quente e úmida que estaciona por longos períodos. 25.04. (ACAFE – SC) – Observe atentamente a figura que representa os tipos de clima que existem no Brasil, segundo Arthur Strähler. Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas e assinale a alternativa com a sequência correta. Arthur Strähler Fonte: MOREIRA, João C.; SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. Ed. reform. São Paulo: Scipione, 2004 (adaptada) 6 Extensivo Terceirão ( ) A figura assinala os tipos climá- ticos controlados por massas de ar equatoriais, tropicais e polares. ( ) O número 1 indica um tipo cli- mático denominado de Equato- rial úmido da convergência dos alísios. ( ) O clima tropical tendendo a seco pela irregularidade de ação das massas de ar compreende a área assinalada pelo número 3. ( ) Na área apontada pelo número 5 as chuvas são frontais, resul- tantes da ação das massas de ar tropicais e equatoriais. ( ) O clima subtropical, também chamado de litorâneo úmido, está indicado pelo número 4 e é resultado da ação das massas tropicais continentais. a) F – V – F – F – V b) F – F – V – F – F c) V – F – V – F – V d) V – V – V – F – F Aperfeiçoamento 25.05. (UEPG – PR) – Sobre os fatores climáticos que influenciam o Brasil, assinale o que for correto. 01) Cidades em latitudes próximas à linha do Equador, que atravessa a região Norte do Brasil, têm mé- dias de temperatura mais eleva- das e amplitude térmica menores em geral que cidades do Sul do país. 02) A cidade de Santos, em São Paulo, possui menor amplitude térmi- ca que Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. 04) Uma das principais correntes marí- timas quentes, que atua nas áreas litorâneas brasileiras, é a corrente do Brasil. 08) Os municípios brasileiros localiza- dos no Sul do país não possuem influência de massas de ar tropi- cais. 16) As cidades brasileiras que apre- sentam médias térmicas menos elevadas no país possuem loca- lização em latitudes abaixo do Trópico de Capricórnio e altitudes acima da média brasileira. 25.06. (IFBA) – Onda de frio derruba temperaturas no Sul e avança pelo Sudeste, Centro-Oeste e parte da região Norte Uma forte massa de ar [...] vinda da Argentina chegou ao Sul do país nes- ta segunda-feira (17/07/2017) e deve causar uma onda de frio nos pró- ximos dias também nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte da região Norte. O Rio Grande do Sul registrou queda de neve granular em quatro cidades, assim como uma cidade da serra catarinense. Segundo o Institu- to Nacional de Meteorologia (Inmet), os estados do Sul podem ter tempe- raturas negativas. Em São Joaquim (SC), onde os termômetros marcaram 1 °C nesta segunda-feira, há previsão de temperaturas entre -5 °C e 4 °C. Turistas lotam a cidade à espera da neve. Em Urupema (SC), os termôme- tros podem marcar -3 °C. Ainda conforme as previsões, esse ar frio vai se deslocar pelo país durante os próximos dias, derrubando as temperaturas na região Sudeste e atingindo também os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso do Sul e grande parte de Mato Grosso. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/onda-de-frio-deve-atingir-sul-sudeste-centro--oeste-e- -parte-da-regiao-norte.ghtml. Acesso em: 27 jul. 2017. Sobre o deslocamento dessa massa de ar sobre o Brasil, é correto afirmar que: a) Sua origem, ao entrar no Brasil, está associada à Baixa (depressão) do Chaco (parte da Argentina e do Paraguai). b) Sua origem, ao entrar no Brasil, está relacionada às porções do oceano Atlântico, próximo à Patagônia (sul da Argentina). c) Tem sua origem sobre os oceanos Atlântico e Pacífico, na convergência dos alísios (ZCIT) e, ao se deslocar sobre o Brasil, provoca baixas temperaturas na Região Sul. d) O seu deslocamento provoca chuvas convectivas na Amazônia e em boa parte do país, principalmente, durante o solstício do hemisfério Sul. e) Possui seu centro de formação próximo ao Trópico de Capricórnio. 25.07. (UFRGS) – Considere os climatogramas abaixo. Fonte: MENDONÇA, F. & DANNI-OLIVEIRA, I.M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil.São Paulo: Oficina de Textos. 2007. Assinale a alternativa correta sobre os climatogramas. a) O clima equatorial pode ser representado pelo climatograma 1, em que se verificam elevados totais pluviométricos. b) A elevada amplitude térmica pode ser observada no climatograma 1, o qual representa o clima equatorial. c) A umidade climática representada no climatograma 2 também é garantida pelas temperaturas elevadas durante todo o ano e pelaconcentração de pluviosidade nos meses de junho a outubro. d) A cidade de Cuiabá pode ser bem representada pelo climatograma 1, pois apresenta condições térmicas de maior aquecimento e índices de precipitação bem distribuídos ao longo do ano todo. e) A variabilidade térmica da cidade de Porto Alegre, representada pelo climato- grama 2, é bastante acentuada, e as médias anuais situam-se entre 2 °C e 35 °C. Aula 25 7Geografia 7A 25.08. (MACK – SP) – Além dos fatores climáticos está- ticos (latitude e altitude), deve-se destacar também a atuação dos fatores dinâmicos sobre os climas encon- trados no território brasileiro: as massas de ar. Elas são grandes extensões de ar que apresentam características de temperatura, pressão e umidade das regiões onde se formam. Por exemplo, as massas que começam a se movimentar da linha equatorial são quentes, uma vez que essa é a região que recebe a mais forte insolação no planeta. As massas que adquirem movimento vindas dos polos são frias, em função do pouco aquecimento daquela parcela do planeta. Cinco grandes massas de ar agem frequentemente no Brasil. TAMDJIAN, James e MENDES, Ivan. Geografia – Estudos para a compreensão do espaço. São Paulo: FTD, 2011, p. 64. A respeito das massas de ar que atuam no território brasileiro, analise as afirmativas a seguir. I. A massa Equatorial continental (mEc) origina-se na Ama- zônia Oriental. Ela atua apenas nos meses de verão, ou seja, de dezembro a março. II. A massa Tropical atlântica (mTa) é mais sentida ao longo do litoral das regiões Norte e Nordeste, pois é formada pelos ventos alísios que sopram das zonas de altas pres- sões subtropicais do hemisfério Norte. III. A massa Tropical continental (mTc), quente e seca, atua principalmente no Centro-Sul do Brasil, influenciando a temperatura e umidade relativa do ar dessa região. É correto o que se afirma em a) I, apenas. c) III, apenas. e) II e III, apenas. b) II, apenas. d) I e II, apenas. 25.09. O mapa abaixo mostra os grandes domínios climá- ticos do Brasil. CLIMAS DO BRASIL Ân ge la D . B ar ba ra Com o auxílio do mapa e acerca dos climas brasileiros, mar- que a alternativa FALSA. a) O clima tropical é semiúmido, apresentado os maiores índices pluviométricos no verão. b) A maritimidade e a ação da massa tropical atlântica (mTa) são fatores importantes na determinação das médias térmicas e pluviométricas do clima tropical atlântico. c) O clima equatorial é influenciado pela zona de convergên- cia intertropical (ZCIT), onde os ventos alísios “depositam” sua umidade. d) No espaço do clima semiárido a atuação regular de massas de ar secas determina a ocorrência de chuvas escassas, porém regulares, no sertão nordestino. e) A ação da massa polar atlântica (mPa), que provoca chu- vas do tipo frontal e quedas de temperatura, é uma das características importantes do clima subtropical. 25.10. (IFSUL – MG) – filosofia climática.blogspot.com CAIU A TEMPERATURA NO NORTE Em Rio Branco, capital do Acre, a temperatura mínima nesta segunda-feira, 4 de junho, foi de apenas 14,3 °C. O recorde anterior era de 15,8 °C, no domingo, 3 de junho. A tarde do domingo também foi com tempe- ratura recorde, a tarde mais fria de 2018 até agora. A máxima foi de 20,2 °C. Em Porto Velho, o novo re- corde de menor temperatura mínima para este ano foi estabelecido com a temperatura mínima de 17,8 °C. O recorde anterior era de 20 °C, no domingo, 3 de junho. (adaptado) www.climatempo.com.br (04/06/2018) O fenômeno atmosférico indicado no mapa e descrito no fragmento de texto acima é: a) “friagem”, que consiste numa massa de ar frio, que chega até parte da região Norte do país, provocando queda brusca da temperatura. b) “monção de inverno”, que provoca fortes e longas chuvas nas regiões Norte e Nordeste, aumentando a sensação do frio e prolongando a estação. c) “inversão térmica” corresponde no fenômeno atmosférico que inverte a temperatura no Norte do Brasil, onde as regiões de maior temperatura se tornam as áreas mais frias do país. d) “estiagem”, onde o baixo índice pluviométrico do período provoca a queda lenta e progressiva da temperatura, sendo que esse fenômeno climático pode levar até 6 meses de duração. 8 Extensivo Terceirão Aprofundamento 25.11. (UEM – PR) – Assinale o que for correto sobre massas de ar e sobre as massas de ar que atuam no território brasileiro. 01) A Massa Equatorial Atlântica, de característica fria e seca, atua nas regiões Sul e Sudeste do País, pro- vocando a ocorrência do fenôme- no conhecido como friagem. 02) Cinco massas de ar atuam no Brasil, das quais quatro podem se formar no inverno e no verão, e somente uma tem sua formação predominantemente no inverno. 04) Ao se deslocarem, as massas de ar podem sofrer transformações que as diferenciam da sua forma- ção original devido à interação com outras massas de ar. 08) Devido às características do meio físico no Brasil, o relevo não inter- fere nas trajetórias das massas de ar. 16) No inverno, quando ocorre o en- contro da Massa Tropical Atlân- tica e da Massa Polar Atlântica, têm-se a formação de frentes frias e a ocorrência de chuvas. 25.12. (FGV – SP) – O território bra- sileiro, situando-se, em sua quase totalidade, no segmento das baixas latitudes, é marcado pela tropicalidade. Sobre as características do ambiente tropical, NÃO é correto afirmar: a) Os raios solares, na maior parte do território, incidem verticalmente sobre a superfície, o que explica as temperaturas médias elevadas e a pequena variação entre o mês mais quente e o mais frio. b) As diferenças sazonais, na maior parte do território, são definidas pelo regime de chuvas, alternando a concentração das precipitações no semestre do verão, de setembro a março, com uma estação seca, de março a setembro. c) A dinâmica da circulação atmos- férica, na maior parte do território, é marcada pelo movimento das massas de ar equatoriais e tropicais, prevalecendo o movimento de expansão e contração da massa equatorial continental (mEc). d) As formações florestais, na maior parte do território, perdem as folhas na estação seca, para que as árvores, transpirando menos, consigam manter sua biomassa devido à contínua substituição de folhas. e) Os regimes dos rios, na maior parte do território, são controlados pelo com- portamento das precipitações, o que acarreta grandes variações entre cheias e vazantes. 25.13. (FUVEST – SP) – O Brasil possui um território extenso, com 92% pertencentes à zona intertropical. As massas de ar que atuam em território brasileiro possuem influências oceânicas e continentais. Sobre as características dessas massas de ar, é correto afirmar: MASSAS DE AR QUE ATUAM NO TERRITÓRIO BRASILEIRO M.E. Simielli. Geoatlas, 2010. Adaptado. a) W representa a Massa Equatorial Atlântica de ar quente e úmido, responsável pela grande umidade na Amazônia. b) Y indica a Massa Polar Atlântica, que se desloca a partir do sul em direção ao norte do território brasileiro e tem como característica a presença de ar frio, podendo atingir a região Centro-Oeste no inverno. c) Z indica a Massa Tropical Continental, que tem como característica a presença de ar quente e úmido, ocasionando alagamentos no Centro-Oeste no inverno. d) X indica a Massa Equatorial Continental de ar quente e seco, que atua no nor- deste do litoral brasileiro. e) V representa a Massa Temperada Atlântica de ar frio e seco, que atua no sul do litoral brasileiro. 25.14. (USF – SP) – Faltou prudência ao ministro da Saúde, em setembro do ano passado, quando anunciou o fim do surto de febre amarela. Ele justificou dizendo que o último caso registrado havia ocorrido três meses antes, e agora se vê que cometeu um erro crasso. A razão é simples: aqueles três meses de inverno são os mais secos nas regiões afetadas, em especial o Sudeste do Brasil. Com menos chuvas, há menos água acumulada em ocos de árvores para a reprodução de mosquitos Haemagoguse Sabethes, transmissores do vírus da febre amarela entre macacos e, ocasionalmente, para seres humanos. Dito de outro modo, a diminuição de casos era apenas sazonal. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2018/01/1953985-ministro-errou-feio-ao- -anunciar-fim-do-surto-defebre-amarela-em-2017.shtml>. Aula 25 9Geografia 7A O texto permite indicar o climograma da região explicitada. a) b) c) d) e) 25.15. (FP – SP) – O climograma apresentado corresponde ao ecossistema brasileiro caracterizado por a) chuvas frontais durante o inverno, devido à penetração da mPa, relevo moldado pela ação do intemperismo químico e solo férteis de massapé. b) vegetação caducifólia e xerófita, elevada amplitude tér- mica diária e solos rasos e pedregosos, formados a partir do intemperismo físico. c) relevo sedimentar com topo aplainado, chuvas concen- tradas no verão pela influência da mEc e vegetação com predomínio de arbustos retorcidos. d) chuvas convectivas durante o ano todo, relevo de planície formada por sedimentos terciários e elevado potencial hidráulico com baixo aproveitamento hidrelétrico. e) vegetação com predomínio de coníferas, elevadas am- plitudes térmicas anuais e rios de planaltos com grande potencial hidrelétrico instalado. 10 Extensivo Terceirão 25.16. (UEM – PR) – Sobre as massas de ar e suas influências no clima do Brasil, assinale o que for correto. 01) A Massa Equatorial Atlântica (mEa) se origina nas pro- ximidades do arquipélago português dos Açores, na África. É uma massa de ar quente e úmido que atua, principalmente, durante a primavera e o verão no litoral das regiões Norte e Nordeste do Brasil. 02) A Massa Equatorial Continental (mEc), por ser originada no interior do continente, é uma massa quente e seca. Sua principal interferência no clima brasileiro é a ocor- rência do clima semiárido do sertão nordestino. 04) A Massa Tropical Continental (mTc), por ter sua origem na depressão do Chaco, no Paraguai, local com baixas temperaturas e muita umidade, atua, principalmente, nos estados do Acre e Rondônia, provocando o fenô- meno local conhecido como “friagem”. 08) Por se originar no oceano Atlântico, em uma zona de média latitude, a Massa Polar Atlântica (mPa) tem ar frio e úmido. Essa massa atua, principalmente, no período de inverno, ocasionando as chamadas chuvas frontais na região Sul do Brasil. 16) A Massa Tropical Atlântica (mTa), de ar quente e úmido, tem sua origem no Atlântico Sul. No litoral das regiões Sul e Sudeste, o encontro dessa massa com as áreas elevadas da serra do Mar provoca chuvas orográficas, responsáveis pelas principais tragédias nas encostas dessas regiões serranas. 25.17. (SLM – SP) – Analise o esquema a seguir, que descre- ve o processo de formação dos rios voadores. (Disponível: http://info.opersan.com.br/os-rios-voadores-e-a-importancia-da- -floresta-amazonica. Acesso: 18 jun. 2017.) As informações contidas no esquema permitem a seguinte conclusão: a) a Bacia Amazônica é a principal responsável pela formação dos fluxos de chuva, mantendo a descarga pluviométrica restrita à região Amazônica, no norte do Brasil. b) inexiste relação entre os ventos alísios e a formação de rios voadores, já que o fluxo pluviométrico, que ocorre a partir da região centro-sul, é influenciado pela Patagônia. c) os rios voadores são cursos-d´água atmosféricos, for- mados por massas líquidas que carregam a umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul do Brasil. d) não é possível estabelecer relações entre o desmatamento da Amazônia e os rios voadores, já que a sua formação depende exclusivamente das águas do Atlântico. e) a posição da Cordilheira dos Andes evidencia que essa característica geográfica não interfere na formação dos rios voadores, que passam por sobre a cordilheira. 25.18. No território brasileiro, ocorre uma grande diversidade climática, pois o país apresenta grande extensão territorial com diferenças de relevo, altitude e dinâmica das massas de ar e das correntes marítimas, todos esses fatores influenciam no clima de uma região. http://www.brasilescola.com/brasil/os-climas-brasil.htm. Acesso: 08-09-2014 Acerca da diversidade climática do Brasil, considere o mapa e assinale os itens corretos. Ân ge la D . B ar ba ra 01) Clima equatorial (1), com baixas médias térmicas e chu- vas concentradas no verão. A massa equatorial atlânti- ca forma os “rios voadores” que deslocam umidade do oceano Atlântico para a Amazônia. 02) Clima tropical (2), com invernos chuvosos e caracteriza- dos pela penetração da massa tropical continental que provoca ondas de frio (friagem). 04) Clima subtropical (3), possui as maiores amplitudes térmicas entre os climas do Brasil. A massa polar atlântica causa as frentes frias, e o El Niño; aumento na pluviosidade. 08) Clima semiárido (4), onde a irregularidade da atuação das massas de ar provoca chuvas escassas e mal distri- buídas. O corte das caatingas e o uso irregular do solo criaram focos de desertificação. 16) Clima tropical de altitude (5), abrange os terrenos da Serra do Mar com a atuação da massa tropical atlânti- ca (ventos alísios de nordeste). Esses ventos provocam chuvas convectivas entre outubro e março. Aula 25 11Geografia 7A Desafio 25.19. (IFSC) – PREVISÃO DO TEMPO - 3 MESES • Setembro, Outubro e Novembro de 2015 • Primavera com chuva e temperatura acima da mé- dia em SC • El Niño moderado a forte com influência no Sul do Brasil • Fim do inverno e início da primavera: 23/09 às 05h21min Fonte: http://ciram.epagri.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article &id=112&Itemid=265. Acesso em: 9 set. 2015. Assinale no cartão-resposta a soma da(s) proposição(ões) correta(s). 01) Na década de 1980, quando ocorreu uma das maiores enchentes da história do vale do Itajaí, comentava-se muito sobre o El Niño. Por essa razão, a presença do fenômeno é frequentemente associada à ocorrência de enchentes em Santa Catarina. 02) O equinócio da primavera marca o exato momento em que o Sol incide com maior intensidade sobre as regi- ões polares. 04) As chuvas convectivas ocorrem devido ao encontro de massas de ar de características distintas (ar quente + ar frio). 08) O El Niño, cujas causas são desconhecidas até hoje, é um fenômeno que ocorre nas águas do oceano Pacífico e que está associado à presença de chuvas no Sul do Brasil. 16) A imagem ao lado ilustra chuva do tipo orográfica. 25.20. (UP – PR) – Considere o quadro com as seguintes cidades localizadas nos planaltos e serras do Sudeste, que integram o Domínio dos Mares de Morros: LOCALIDADE ALTITUDE (M) TEMPERATURA MÉDIA (°C) PRECIPITAÇÃO (MM) Campos do Jordão 1.600 13,6 1.563 Poços de Caldas 1.210 17,5 1.745 Itatiaia 2.199 11,3 2.359 Fonte: ROSS, 1995, p.108. Com base nesse quadro, assinale a alternativa correta. a) Os indicadores de temperatura e precipitação atmosférica caracterizam o clima tropical alternadamente seco e úmido. b) A média das precipitações é diretamente proporcional à média das temperaturas. c) Os valores térmicos e pluviométricos favoreceram a in- trodução de uma agricultura mecanizada e voltada para o mercado externo. d) A altitude proporciona boas condições de salubridade, favorecendo a instalação de estações de saúde. e) O regime pluviométrico é caracterizado pela concentração de chuvas no inverno, por influência da frente polar atlântica. Gabarito 25.01. e 25.02. a 25.03. d 25.04. d 25.05. 23 (01+02+04+16) 25.06. b 25.07. a 25.08. c 25.09. d 25.10. a 25.11. 20 (04+16) 25.12. d 25.13. b 25.14. d 25.15. a 25.16. 25 (01+08+16) 25.17. c 25.18. 12 (04+08) 25.19. 25 (01+08+16) 25.20. d 12 Extensivo Terceirão Gegrafia 7A Brasil – II – Bacias Hidrográficas Aula 26 Hidrografia brasileira A hidrografia brasileira é constituída de várias bacias hidrográficas e numerosos lagos pequenos com menor expressão econômica quando comparados aos deoutros países. Rios Os rios brasileiros têm como centros dispersores o planalto das Guianas, o planalto Brasileiro e a cordilheira dos Andes. A rede hidrográfica brasileira apresenta as seguintes características: • riqueza em rios; • pobreza em formações lacustres (lagos); • organização feita por três grandes divisores de água, a cordilheira andina, o planalto Central e o planalto das Guianas; • dificuldade de identificação dos divisores de água nas áreas de relevo aplainado; • bacias exorreicas com rios de drenagem aberta para o oceano Atlântico, devido à barreira andina e à ausência de depressões absolutas; • predomínio de rios perenes (os rios intermitentes são encontrados nos domínios do clima semiárido); • predomínio de foz do tipo estuário (somente os rios Amazonas e Parnaíba terminam em deltas); • predomínio de rios planálticos com grande potencial hidráulico; • rios navegáveis afastados das regiões mais desenvol- vidas; • regime pluvial tropical com cheias no verão austral. Bacias hidrográficas O Brasil é constituído por 10 bacias que, em virtude da disposição do relevo brasileiro, apresentam divisores de água descontínuos e de altitudes modestas. Por isso a dificuldade em delimitá-las, o que resulta em divergên- cias na identificação dessas bacias. Todas são exorreicas e podem ser agrupadas em bacias independentes e secundárias. As bacias independentes apresentam a estrutura tí- pica de bacia hidrográfica, com o rio principal e sua rede de afluentes e subafluentes. São elas: bacia Amazônica, bacia do Tocantins-Araguaia, bacia do São Francisco, bacia do Paraná, bacia do Paraguai e bacia do Uruguai. Brasil – Bacias hidrográficas Ta lit a Ka th y Bo ra Bacia Superfície (km2) % em relação ao país Amazônia 3 904 392,8 45,6 do Paraná 874 710,7 10,2 do Tocantins 813 674,1 9,5 do São Francisco 645 067,2 7,5 do Paraguai 345 701 4,0 do Uruguai 177 493,8 2,0 IBGE Aula 26 13Geografia 7A As bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai são as formadoras da bacia Platina. Geralmente, ao se avaliar a hidrografia brasileira, separam-se as três, porém, quan- do o objeto de estudo é a América do Sul, considera-se apenas a bacia Platina. As bacias secundárias correspondem a um conjunto de pequenas bacias agrupadas de acordo com a localiza- ção. São elas: bacia do Amapá, bacia do Nordeste, bacia do Leste e bacia do Sudeste (Sudeste-Sul). Bacia Superfície (km2) % em relação ao país Nordeste 891 645,6 10,43 Leste 572 295,8 6,69 Sudeste 223 810,2 2,61 Amapá 98 583,5 1,15 IBGE Bacias independentes Bacia Amazônica É a maior bacia hidrográfica do globo e drena aproximadamente 45,6% das terras brasileiras. A bacia Amazônica banha os seguintes estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Comunica-se com a bacia do Orinoco através de vários canais, entre os quais o de Cassiquiare, e com a bacia do Paraguai por pequenos rios na região das “águas emendadas” (nordeste de Mato Grosso). Brasil – Bacia Amazônica Ta lit a Ka th y Bo ra O principal rio da bacia Amazônica é o Amazonas. Nasce nos Andes peruanos, na cordilheira de Vilcanota, com o nome de Ucayalli e, com aproximadamente 7 100 km, é considerado o maior rio do mundo, com aproximadamente 430 quilômetros a mais do que o rio Nilo, que até 1970 era considerado o mais extenso do mundo. No território brasileiro, é denominado de Solimões no trecho compreendido entre Tabatinga – AM (divisa entre Brasil, Colômbia, Peru) e a foz do rio Negro (AM), daí até a sua própria foz recebe o nome de Ama- zonas. Banha os estados do Amazonas, Pará e Amapá. Sh ut te rs to ck /G ue nt er m an au s ` Próximo a Manaus ocorre a confluência dos rios Negro e Soli- mões, formando o rio Amazonas. Dos 3 160 km que percorre no Brasil, desce somente 65 metros, sendo, portanto, em nosso território, um rio tipicamente de planície. Banha os estados do Amazo- nas, Pará e Amapá. A grande maioria dos rios da bacia Amazônica vem do planalto das Guianas (margem esquerda) ou do planalto Central (margem direita), por isso são enca- choeirados e responsáveis pelo potencial hidrelétrico dessa bacia (o maior “disponível” no Brasil). O regime da bacia Amazônica é complexo, contri- buindo para suas cheias as chuvas que caem sobre os afluentes da margem esquerda, situados no hemisfério Norte, e as chuvas e derretimentos de geleiras dos afluentes da margem direita, no hemisfério Sul. As cheias ocorrem em março e abril, consequência das chuvas de outono que caem sobre os afluentes da margem direita; quando há interferência com as cheias dos afluentes da margem esquerda, o débito máximo é registrado em junho. 14 Extensivo Terceirão Os habitantes da região usam denominações para identificar as várias características da bacia Amazônica. • Igapó: corresponde à mata cheia de água ou à mata inundada; é um trecho da floresta onde a água, após a enchente dos rios, permanece estagnada. • Igarapé (caminho de canoa): é um canal natural estreito, um pequeno curso de água. • Paraná-mirim: braço de rio menor que contorna uma ilha. • Furos: canais que ligam dois rios menores ou um lago a um rio maior. Elementos da hidrografia do rio Amazonas D iv o. 2 01 7. D ig ita l. Lagoa Rio principal Furo Igarapé Igarapé IgarapéParaná-Mirim Meandro Ilha • Pororoca: é o fenômeno do choque das águas do rio Amazonas com as do oceano Atlântico, durante a maré enchente (macaréu). • Terras caídas: desprendimento (caída/erosão) das margens, principalmente após as cheias. Afluentes • Margem direita: Juruá, Tefé, Coari, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu. • Margem esquerda: Içá, Japurá, Trombetas, Negro e Jari. Bacia do Tocantins-Araguaia É a maior bacia hidrográfica genuinamente brasileira. Também denominada de bacia do Tocantins- -Araguaia, abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Maranhão. É formada pelo rio Tocantins e sua rede de afluentes, dos quais se destaca o rio Araguaia. A confluência dos rios Tocantins e Araguaia é conhe- cida como Bico do Papagaio (TO), onde ocorrem muitos conflitos fundiários. O aproveitamento econômico da bacia do Tocantins- -Araguaia reside na navegação, com destaque para escoamento da soja, e obtenção de energia elétrica pela hidrelétrica de Tucuruí. No rio Araguaia, localiza-se a maior ilha fluvial do mundo – a Ilha do Bananal (TO). Ta lit a Ka th y Bo ra Brasil – Bacia Tocantins-Araguaia Entre os afluentes do Tocantins, destacam-se: • Margem direita: Manuel Alves (TO), Farinha (MA) e Moju (PA). • Margem esquerda: Araguaia (GO, MT, TO e PA) e Itacaiúna (PA). Caixa-d’água do Brasil O relevo do Brasil central, o planalto Central, distribui (dispersa) águas em várias direções, ser- vindo as bacias do Amazonas, Araguaia-Tocan- tins, Platina (Paraguai e Paraná) e, com menor parcela, a do São Francisco. Daí a denominação do Centro-Oeste de “caixa ou coração das águas do Brasil”. O desmatamento dos cerrados e o crescimen- to das atividades agropecuárias e urbano-indus- triais estão acarretando assoreamento e poluição das águas, situações preocupantes diante da im- portância da região na questão hídrica do Brasil. Bacia do São Francisco Banha os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernam- buco, Alagoas e Sergipe. É uma bacia tipicamente planáltica, com altitudes entre 400 e 1 000 metros, quedas-d’água no rio principal e nos afluentes, possuin- do potencial hidrelétrico aproveitável. Aula 26 15Geografia 7A Brasil – Bacia do São Francisco Ta lit a Ka th y Bo ra Analogias entre os rios Nilo e São Francisco Resguardados aspectos dimensionais, os rios Nilo e São Francisco mantêm diversos comparativos, daí o São Francisco ter a alcunha (apelido) de “Nilo Brasileiro”. Rio Nilo – Extensão = 6 825 km / Bacia = 3 349 000 km2 Rio São Francisco – Extensão = 2 863 km / Bacia = 645 067 km2 Analogias (comparações): • fertilizar as margens nos períodos de cheias;• correr predominantemente no sentido sul-norte; • nascer em área úmida e atravessar área seca; • ter emprego em irrigação, transporte e obtenção de energia hidrelétrica; • ligar várias unidades políticas (o Nilo vários países e o São Francisco vários estados do Brasil); • via de “interiorização”. Obs.: O rio São Francisco ainda é denominado de Velho Chico, rio dos Currais e rio da Integração (os indígenas o chamavam de Opará). O rio São Francisco é o maior rio totalmente brasileiro. Sua bacia hidrográfica é a segunda maior totalmente no Brasil. É navegável entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), na divisa com Pernambuco, também no seu baixo curso, próximo à sua foz. O rio São Francisco também é aproveitável para a produção de energia e irrigação de cultivos, destacando- -se as frutas. Nos últimos anos a polêmica em torno das obras de transposição das águas do rio São Francisco tem cha- mada a atenção de diversos setores. Visa ao combate aos flagelos das secas com a condução de parte das águas do “Velho Chico” para a bacia do Nordeste, mas encontra oposição quanto aos custos e riscos ao meio ambiente. ` Canal do projeto de transposição do rio São Francisco para a bacia do Nordeste Entre os seus afluentes, destacam-se: • Margem direita: Pará, Paraopeba e Velhas. • Margem esquerda: Indaiá, Abaeté e Paracatu. Bacia do Paraná Banha os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Gros- so do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina através do rio Iguaçu. Brasil – Bacia do Paraná Ta lit a Ka th y Bo ra Fl ic kr /P AC /D iv ul ga çã o/ fe ve re iro 2 01 3 16 Extensivo Terceirão É uma bacia tipicamente de planalto, apresentando muitas quedas e corredeiras, muitas delas sendo apro- veitadas para a geração de energia elétrica. É a bacia hidrográfica mais utilizada para a geração de energia elétrica no país. O rio Paraná, principal rio dessa bacia, é considerado um dos maiores do mundo tanto em extensão como em potencial hidráulico. Resulta da fusão dos rios Paranaíba e Grande, sendo consideradas como suas nascentes as do Paranaíba, que nasce em Minas Gerais. Seus principais afluentes são: • Margem direita: Amambaí, Ivinheima e Pardo. • Margem esquerda: Tietê, Paranapanema, Ivaí, Piqui- ri e Iguaçu. No rio Iguaçu, situam-se as cataratas do Iguaçu, na fronteira com a Argentina. Bacia do Paraguai Banha os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É tipicamente bacia de planície, tendo como rio principal o rio Paraguai. O rio Paraguai nasce no estado de Mato Grosso, recebe vários afluentes e vai desaguar fora do Brasil, no rio Paraná. O pequeno declive do rio Paraguai e de seus afluen- tes determina movimentação lenta de suas águas e a formação de muitas curvas, que muitas vezes são aban- donadas naturalmente, transformando-se em lagos. No período das cheias, que ocorrem no verão, o aumento do volume de água, a pouca correnteza, os cursos sinuosos e o aumento do débito fluvial ocasionam a inundação de áreas ribeirinhas. Brasil – Bacia do Paraguai Ta lit a Ka th y Bo ra Entre os seus afluentes, destacam-se: • Margem direita: Paraguaizinho, Tenente Lira e Cabaçal. • Margem esquerda: São Lourenço, Cuiabá, Taquari e Apa. Ki no .c om .b r/ Ha ro ld o Pa lo Jr . ` Rio Cuiabá, Pantanal-MT – As águas caudalosas e o pequeno declive originam formações meândricas. Bacia do Uruguai Banha os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tendo como rio principal o rio Uruguai. O rio Uruguai é formado pela fusão dos rios Canoas e Pelotas. É um rio muito sinuoso, principalmente no trecho em que seu curso serve de divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e em seu curso inferior é navegável. Brasil – Bacia do Uruguai Ta lit a Ka th y Bo ra Aula 26 17Geografia 7A ` Rio Uruguai na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul P. Im ag en s/ H BJ Entre os seus afluentes, destacam-se: • Margem direita: Chapecó, Peixe e Peperi-Guaçu. • Margem esquerda: Ijuí e Piratini. Lembrete As bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai constituem a bacia Platina. Bacias secundárias As bacias secundárias (ou bacias agrupadas) corres- pondem ao conjunto de várias bacias pequenas. Bacia do Amapá É formada pelas bacias dos rios Oiapoque, Caciporé, Calçoene e Araguari, situados no estado do Amapá. Bacia do Nordeste Abrange várias bacias hidrográficas situadas entre o leste do Pará e a foz do rio São Francisco, situada na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. Essa bacia pode ser subdividida em bacias do Nordeste Oriental e Nordeste Ocidental ou do Meio-Norte. • Bacias do Nordeste Oriental: são constituídas por rios temporários (rios de regime intermitente), que cortam durante o período de estiagem. A transição dos rios já é vista no rio Parnaíba, sendo alguns de seus afluentes da margem direita intermitentes, como o Canindé e o Gurgueia. Rio que corta significa, para o nordestino, rio que seca durante a estiagem. Os principais rios das bacias do Nordeste Oriental são: Jaguaribe, Acaraú, Piranhas, Potengi e Capibaribe. Em muitos rios, foram construídos açudes para a contenção de redistribuição de água durante a época de estiagem. Entre eles se destaca o Jaguaribe (CE), que foi perenizado por meio de açudes, como o de Orós. Os fatores que determinam o regime temporário desses rios são: clima semiárido (BSh), solo impermeável e vegetação rarefeita. • Bacias do Nordeste Ocidental: também denomina- das de bacias do Meio-Norte, são constituídas por rios perenes que banham o extremo leste do Pará, o Maranhão e parte do Piauí através do rio Parnaíba. Os principais rios que compõem essas bacias são: Gurupi, Mearim, Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Parnaíba. N at ur ez a Br as ile ira /Z ig K oc h ` Delta do rio Parnaíba, Ilha do Caju, Melancieiras, Piauí. Bacia do Leste Compreende os rios situados entre os estados de Sergipe e São Paulo (litoral centro-norte). Entre os rios que formam estas bacias, destacam-se: Vaza-Barris, Jequitinhonha, Pardo, Doce e Paraíba do Sul. Bacia do Sudeste-Sul Formada pelos rios situados entre São Paulo (litoral sul) e Rio Grande do Sul. Fazem parte dessas bacias os rios Ribeira, Guaragua- çu, Itapocu, Itajaí-Açu, Tubarão, Jacuí e Jaguarão. Lagos As formações lacustres no Brasil, cujas origens estão relacionadas a barragens fluviais e fluviomarítimas (res- tinga) e lagoas temporárias que ficam isoladas dos rios durante o período de estiagem, são pouco expressivas. 18 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 26.01. (UFV – MG) – Sobre a hidrografia brasileira, é correto afirmar que: a) apesar de a maioria dos rios brasileiros ter a vertente para o oceano Atlântico, o rio Negro, na bacia amazônica, tem sua vertente para o oceano Pacífico em virtude de sua nascente se localizar nos Andes peruanos. b) todas as grandes bacias hidrográficas brasileiras têm a sua vertente para o oceano Atlântico. c) a grande maioria dos rios brasileiros tem a sua foz em forma de delta, como é o caso do rio São Francisco. d) o rio São Francisco atravessa vários estados brasileiros percorrendo uma trajetória no sentido norte/sul do país. e) no Brasil predominam rios de planície, o que favorece a navegação fluvial como nos rios Uruguai e na maior parte do São Francisco. 26.02. (UNIFENAS – MG) – Leia o fragmento da canção e analise o mapa a seguir: PETROLINA JUAZEIRO Luiz Gonzaga “(...) Do outro lado do rio tem uma cidade E na minha mocidade eu visitava todo dia Atravessava a ponte mas, que alegria! Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia (...) Petrolina, Juazeiro, Juazeiro, Petrolina Todas as duas eu acho uma coisa linda Eu gosto de Juazeiro, e adoro Petrolina.” Disponível em: https://www.letras.mus.br/luiz-gonzaga/1148332/. Acesso em 22.jul.2018 A canção do compositor Jorge de Altinho faz referência a uma bacia hidrográfica de grande importância energética e de destaque na integração nacional brasileira.Relacionando os versos da canção com o mapa, a bacia e sua localização geográfica no território brasileiro estão indicadas correta- mente na alternativa: a) Bacia Amazônica, 1. b) Bacia do São Francisco, 2. c) Bacia Platina, 3. d) Bacia do Paraguai, 4. e) Bacia do Tocantins-Araguaia, 3. 26.03. (SANTA CASA – SP) – O Conselho Nacional de Recursos Hídricos subdividiu o Brasil em doze regiões hidrográficas. A região que apresenta área com cerca de 880 mil km2, pluvio- sidade média de 1 500 mm ao ano, regime fluvial tropical ao norte e temperado ao sul, além de possuir rios de planalto utilizados para a geração de energia hidrelétrica, denomina-se a) Região Hidrográfica do Paraná. b) Região Hidrográfica do Atlântico Leste. c) Região Hidrográfica Amazônica. d) Região Hidrográfica do Paraguai. e) Região Hidrográfica do São Francisco. 26.04. (MACK – SP) – Observe os mapas: Estudo aponta que desmatamento da mata Atlântica aumentou cerca de 60% em um ano. Entre 2015 e 2016, cerca de 290 quilômetros quadrados de flores- ta foram devastados, o que significa um aumento de 57,7%, se comparado com os anos anteriores. Atualmente restam cerca de 12% da área original da mata Atlântica (Foto: Arte EPTV) A mata Atlântica percorre importantes regiões hidro- gráficas brasileiras. Suas florestas são fundamentais para a manutenção dos processos hidrológicos garan- tindo a quantidade e a qualidade da água potável para milhões de brasileiros e para os diferentes setores da economia nacional. http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/especiais/noticia/estudo- -apontaque-desmatamento-da-mata-atlantica-aumentou-cerca-de-60-em-um- -ano.ghtml Aula 26 19Geografia 7A Tendo por base o mapa, as informações citadas e seus conhecimentos, identifique, a seguir, a alternativa que apresente, apenas, regiões hidrográficas com ocorrências de Mata Atlântica. a) Região Hidrográfica do Uruguai; Região Hidrográfica do Tocantins; Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental. b) Região Hidrográfica Atlântico Sul; Região Hidrográfica do Paraná; Região Hidrográfica do Atlântico Leste. c) Região Hidrográfica Amazônica; Região Hidrográfica do Tocantins; Região Hidrográfica do Parnaíba. d) Região Hidrográfica do Uruguai; Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental; Região Hidrográfica Amazônica. e) Região Hidrográfica do Paraguai; Região Hidrográfica Amazônica; Região Hidrográfica do Piauí. Aperfeiçoamento 26.05. (PUC – RS) – Analise o mapa que representa as bacias hidrográficas brasileiras e as afirmativas a seguir. Fonte: asnovidades.com.br. Acesso em 10/07/2018. I. Os rios da bacia 1 configuraram uma rede que, ao longo do processo colonial, permitiu o desenvolvimento e a integração de importantes centros urbanos no nordeste do País. II. A bacia 2, em função do bom grau de navegabilidade de seus rios, é responsável pelo escoamento da produção de soja da região. III. O principal rio da bacia 3 contribuiu para a formação histórico-social do espaço brasileiro; entretanto vem apresentando graves problemas ambientais. IV. Os rios das bacias 4 e 5 são muito utilizados para produ- ção de energia, além de constituir as maiores hidrovias do Brasil. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) II, III e IV. 26.06. (UFRGS) – No bloco superior abaixo, estão indicadas as regiões hidrográficas brasileiras; no inferior, informações sobre essas regiões. Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. 1 - Amazônia 2 - São Francisco 3 - Paraná 4 - Paraguai ( ) Apresenta grande potencial energético, e seu rio prin- cipal atravessa o Polígono das Secas. ( ) Drena as terras do Pantanal Mato-grossense, e seu rio principal é de planície. ( ) Ocupa trechos do Planalto Meridional, e seus rios são facilmente navegáveis. ( ) Abrange terras da zona equatorial e tem nascentes nos Andes. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 2 – 1 – 3 – 4. b) 2 – 4 – 3 – 1. c) 3 – 2 – 1 – 4. d) 3 – 4 – 2 – 1. e) 4 – 1 – 3 – 2. 26.07. (UNIVAÇO – MG) – Em termos hidrográficos, o territó- rio brasileiro é dividido em doze bacias hidrográficas que são unidades territoriais nas quais deve ser implantada a Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH. Tais bacias apresentam diferentes tamanhos e características. Sobre as bacias hidrográficas brasileiras, é INCORRETO afirmar que: a) A bacia do rio Paraná apresenta um grande potencial de produção de energia, na qual estão instaladas 176 usinas hidrelétricas, com destaque para a de Itaipu, a do Porto Primavera e a de Marimbondo. b) A bacia do Atlântico Nordeste Ocidental localiza-se no Maranhão e no Pará e apresenta uma falta de qualidade em suas águas, que são contaminadas por esgotos não tratados, principalmente em São Luís. c) A bacia do rio Parnaíba possui afluentes perenes e é supri- da por águas pluviais e subterrâneas, sendo que as águas subterrâneas são a principal fonte de abastecimento da população do Piauí. d) A bacia dos rios Tocantins e Araguaia possui configuração pouco alongada no sentido leste-oeste, localizando-se totalmente na região Nordeste do país e com pouco potencial hidrelétrico. 26.08. (UDESC) – Analise as proposições sobre as caracte- rísticas da hidrografia brasileira. I. A hidrografia brasileira é rica em rios e pobre em lagos. II. Predominam, no Brasil, rios intermitentes. 20 Extensivo Terceirão III. Os rios brasileiros apresentam, em geral, elevado poten- cial hidrelétrico. IV. O tipo de foz predominante, no Brasil, é o estuário. V. Todas as bacias hidrográficas brasileiras apresentam drenagem exorreica. VI. Predomina, no Brasil, o regime de alimentação glacial. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II, IV e VI são verdadeiras. d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. 26.09. (UFPR) – Aziz Ab’Saber, considerado um dos geógrafos mais importantes do mundo, falando de suas angústias de brasileiro para o caderno Aliás, declarou que “os governantes e os políticos não têm noção de escala e sabem que o povo também não tem”. Segundo ele, o semiárido tem 750 mil quilômetros quadrados, no mínimo, e a transposição das águas do São Francisco não vai resolver o problema dessa região. Para Aziz, é preciso também saber a quem irá servir a transpo- sição: se aos capitalistas, que têm fazendas e moram em apartamentos chiques em Fortaleza ou Recife, ou aos pobres da região, “pessoas que passaram a vida resistindo à seca”. Adaptado de: AB’SABER, Aziz. Ab’Saber: os meridianos da independência. Jornal da Ciência: órgão da Sociedade Brasileira para o Progressoda Ciência, dez. 2004. Disponível em <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=24184>. Acesso em: 20 ago. 2005. Com base no texto acima e nos conhecimentos de Geografia, assinale a alternativa correta. a) Segundo Ab’Saber, um planejamento adequado para a região teria de ser elaborado com base em mapas de es- cala cartográfica pequena, que apresentam informações mais detalhadas. b) Aziz Ab’Saber defende que a transposição deve benefi- ciar preferencialmente os grandes produtores da região, pois os pobres já se acostumaram às restrições impostas pela seca. c) O aumento da oferta de água em algumas áreas do semiá- rido não garante a distribuição equitativa desse recurso. d) O semiárido corresponde ao domínio da vegetação de cerrado, condicionando, em conjunto com o clima, a baixa fertilidade dos solos. e) Ab’Saber sustenta que a principal causa da miséria no semiárido resume-se a causas naturais. 26.10. (UECE) – A Bacia do São Francisco é uma das mais importantes do Brasil. Quanto ao seu regime hidroclimático, é correto dizer que essa bacia a) apresenta um regime tropical perene na nascente e nos afluentes da margem esquerda,e em outros setores apresenta regime semiárido intermitente. b) tem como característica um sistema perene, com ten- dências de enchentes no inverno e vazantes no verão. c) apresenta características idênticas ao regime fluvial equatorial, com precipitações médias de 2.900mm/ano. d) se caracteriza pelo regime temperado perene, com pre- cipitações anuais de até 1.400mm em suas nascentes, na região de um dos seus afluentes que é o rio Urubupungá. Aprofundamento 26.11. (UNIFENAS – MG) – Analise o mapa a seguir sobre a distribuição geográfica da rede hidrográfica brasileira. O Brasil ocupa uma posição de destaque em relação ao potencial da rede hidrográfica mundial, tendo em vista a presença de rios caudalosos e extensas bacias hidrográficas. No mapa estão numeradas algumas das principais bacias hidrográficas brasileiras. A alternativa que apresenta uma relação correta com a posição geográfica numerada no mapa e as características da respectiva bacia hidrográfica brasileira é a: a) O número 1 destaca a bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira, com elevado potencial hidroelétrico em seu rio principal. b) O número 2 destaca a bacia do Tocantins-Araguaia, uma bacia de enorme expressão regional pelo fato de possuir o maior potencial hidrelétrico instalado no país e pela sua ampla navegabilidade anual para a exportação de grãos. c) O número 3 destaca uma bacia com aproveitamento para produção de energia, transporte, turismo e produção agropecuária. Atualmente, um projeto de integração (transposição) de suas águas está com 81% de suas obras concluídas. d) A bacia do rio Paraná, destacada pelo número 4 com- preende a mais extensa rede hidrográfica brasileira. Possui regime fluvial complexo e excelente navegabilidade pela sua composição geológica plana. e) A bacia de número 5, cortada pelos rios Paraguai e Ara- guaia, apresenta amplo potencial hidroelétrico e grande aproveitamento para o turismo, tendo em vista o seu potencial pesqueiro e a presença da maior ilha fluvial do país, a ilha de Bananal. Aula 26 21Geografia 7A 26.12. (UNIFENAS – MG) – Associe os itens às afirmativas e assinale a opção com a sequência correta. A – Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia B – Região Hidrográfica Amazônia C – Região Hidrográfica Atlântico Sul D – Região Hidrográfica Parnaíba I. Caracteriza-se pelas diferenças inter-regionais, tanto no que se refere à disponibilidade hídrica, quanto ao desenvolvimento econômico e social. Nesse sentido, historicamente, essa baixa disponibilidade tem sido apontada como uma das principais responsáveis pelos índices de desenvolvimento econômico e social baixos. II. Destaca-se pelo expressivo desenvolvimento econômico e por abrigar significativa parte da população nacional, cerca de 13 milhões de habitantes segundo dados de 2010 (IBGE). A população é predominantemente urbana (cerca de 88%) e apresenta uma densidade demográfica de 70 hab/km2. III. Apresenta significativa importância no cenário nacional, devido à expansão das fronteiras agrícolas, em especial ao cultivo de grãos e também pelo seu potencial hi- droenergético. Sendo assim, o uso consuntivo de água principal dessa região é a irrigação, correspondendo a 62% da demanda total. IV. A precipitação média dessa região é de 2.205 mm, sendo cerca de 25% maior que a média nacional (1.761 mm). A disponibilidade hídrica superficial corresponde a 81% de toda disponibilidade do país, e a vazão média é de 74% da média nacional. Já a vazão retirada corresponde a 3% da média nacional. a) A – I; B – II; C – III; D – IV. b) A – III; B – IV; C – II; D – I. c) A – IV; B – II; C – III; D – I. d) A – II; B – III; C – IV; D – I. e) A – II; B – I; C – III; D – IV. 26.13. (UNESPAR – PR) – Esta região brasileira possui alto índice pluviométrico (cerca de 2500 mm/ano) devido principalmente à evapotranspiração da Floresta. O clima equatorial da região determina o regime perene dos rios. É uma região ameaçada pelos garimpos que contaminam as águas com mercúrio, e pelas atividades madeireira e pecuária, que envolvem a derrubada de áreas de floresta, acelerando o processo erosivo nas margens e o assoreamento de canais. Com base no enunciado, identifique a bacia hidrográfica e mais algumas de suas características: a) Uruguai: com cerca de 368 mil km2, com regime fluvial quente e perene. A região está intensamente ocupada por atividades agropecuárias que têm alterado a dinâmica natural de seus rios; b) Amazônica: com mais de 6 milhões de km2, seus rios correm sobre um relevo predominantemente plano, fator que reduz a velocidade da água em seu leito, criando um padrão meândrico para o curso, com lagoas marginais e campos de inundação nos períodos das cheias, nos quais também são típicos os igarapés; c) Paraná: com aproximadamente 368 mil km2, é formada por rios de regime perene tropical que transportam gran- de quantidade de sedimentos, fato decorrente da forma de ocupação da terra na área da bacia, onde se destacam as plantações de soja e os garimpos; d) Tocantins-Araguaia: com cerca de 880 km2, essa região é formada por rios típicos de planalto, muito aproveitados para a geração de energia hidrelétrica. Os rios dessa região têm passado por muitas transformações em sua dinâmica devido à grande interferência humana (ativida- des agrícolas, construção de usinas e ocupação de áreas por cidades). Essas alterações resultaram em um intenso processo de assoreamento; e) São Francisco: com cerca de 634 km2, o clima dessa região permite a formação de rios perenes próximos à nascente e temporários na margem direita. Devido aos elementos naturais presentes na região (como baixa densidade de vegetação e o relevo acidentado) e à ação antrópica (como as atividades agrícolas), o rio principal vem recebendo grande quantidade de sedimentos, fato que desencadeia seu assoreamento. 26.14. (UEM – PR) – Sobre as bacias hidrográficas e suas dinâmicas no território brasileiro, assinale o que for correto. 01) O principal curso-d’água da bacia do rio São Francisco é utilizado para navegação e para irrigação. 02) Na bacia do rio Tocantins-Araguaia encontra-se uma ilha de origem fluvial, chamada de Bananal, que se des- taca como referência mundial devido à sua extensão. 04) A bacia Amazônica tem as nascentes dos seus cursos- -d’água no território brasileiro e, devido a sua caracte- rística topográfica, os rios dessa bacia não apresentam potencial hidrelétrico. 08) Os rios que compõem as várias bacias hidrográficas no Brasil possuem drenagens tanto exorreicas quanto en- dorreicas. 16) A bacia do rio Paraná se restringe aos limites do estado do Paraná. 26.15. (UEM – PR) – O rio São Francisco já foi narrado em obras científicas, literárias e televisivas. Em geral, é admirado pela população ribeirinha. A respeito de suas características físicas, áreas de abrangências e influências socioeconômicas, assinale o que for correto. 01) É conhecido popularmente como “baianinho”, pois tem sua nascente no estado da Bahia. 02) É um rio típico de planície, com baixa profundidade, ou seja, é raso, o que não favorece a navegação. 04) Ele contribui para a produção alimentícia da região, pois é utilizado para irrigação da agricultura e para ati- vidades pesqueiras. 08) A transposição de trechos do rio São Francisco para aten- der à necessidade hídrica de vários municípios foi discu- tida e questionada por vários segmentos da sociedade. 16) A bacia hidrográfica que abriga o rio São Francisco re- cebeu o nome desse rio devido à sua extensão, uma vez que esse rio é o principal da bacia hidrográfica. 22 Extensivo Terceirão 26.16. (UERR) – Observe o mapa e as informações abaixo: (<https://asnovidades.com.br/2012/bacias-hidrograficas-do-brasil-regioes-e-mapas/>. Acesso em: 20 de set./2018) O mapa acima apresenta as 12 regiões hidrográficas brasileiras. I. A Região Hidrográfica (RH) ocupa 45% do território nacional, abrangendosete Estados. Possui uma extensa rede de rios com grande abundância de água. A densidade populacional é 10 vezes menor que a média nacional, entretanto, a região concentra 81% da disponibilidade de águas superficiais do país. Cerca de 85% da área da RH permanece com cobertura vegetal nativa. II. A Região Hidrográfica ocupa 7,5% do território brasileiro, abrangendo sete estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. A precipitação média anual na RH é muito abaixo da média nacional, apresen- tando frequentes situações de escassez de água. Entretanto, a RH tem importante papel na geração de energia para a região nordeste do país. III. A Região Hidrográfica ocupa 10% do território brasileiro, abrangendo sete estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. É a região mais populosa e de maior desenvolvimento econômico do país. Por isso, possui as maiores demandas por recursos hídricos, tendo como destaque o uso industrial. É também a região com maior área irrigada e maior aproveitamento do potencial hidráulico disponível. As características descritas acima se referem às seguintes regiões hidrográficas, respectivamente: a) Tocantins-Araguaia, São Francisco e Paraguai. b) Amazônica, Parnaíba e Paraná. c) Pantanal, São Francisco e Paraná. d) Amazônica, São Francisco e Paraná. e) Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai. Aula 26 23Geografia 7A 26.17. (UNAERP – SP) – O mapa a seguir, extraído do site da Agência Nacional de Águas, apresenta as regiões hidrográficas brasileiras. São regiões hidrográficas: bacias, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas próximas, com características naturais, sociais e econômicas similares. Esse critério de divisão das regiões visa orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos em todo o país. Agência Nacional de Águas Disponível em: <http://www3.ana.gov.br/portal/ ANA/aguas-no-brasil/panorama-das-aguas/copy_of_divisoes-hidrografi- cas>. Acesso em: ago. 2018. Adaptado. REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS Sobre as regiões hidrográficas brasileiras, pode-se afirmar que a) o Brasil é um dos países que possuem a menor dispo- nibilidade de água doce do mundo, mas, apesar disso, os recursos hídricos do país estão distribuídos de forma homogênea pelas regiões hidrográficas abrangidas pelo território nacional. b) apesar de ser uma das maiores regiões hidrográficas brasileiras, a região hidrográfica do rio São Francisco é a uma região de importância social e econômica questio- nável, pois abrange cidades no nordeste brasileiro que já contam com altos índices de pluviosidade para irrigação de lavouras. c) apesar de comportar o maior rio de água doce do Brasil, a região hidrográfica amazônica é uma das menores regiões hidrográficas do país e apresenta uma densidade popu- lacional cerca de 10 vezes menor que a média nacional. Constituem importantes rios dessa região os rios Ama- zonas, Xingu, Solimões, Negro, Araguaia e Piranha-Açu. d) a Divisão Hidrográfica Nacional, instituída pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), estabelece doze regiões hidrográficas brasileiras. Dentre as regiões hidro- gráficas abrangidas pelo estado de São Paulo, podemos citar a região hidrográfica do Paraná, uma região de alto potencial hidráulico. e) assim como a região hidrográfica do Paraguai, a região hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental ocupa uma pequena porção do território nacional. Ambas estão localizadas na região Nordeste do país, apresentam densidade demográfica menor que a média nacional e possuem período de estiagem prolongada durante o ano, características que justificam a baixa importância econômica dessa porção do país. 26.18. (IMEPAC – MG) – Leia este trecho, de autoria de Euclides da Cunha, que descreve um fenômeno vigente no território brasileiro. “Têm a existência fugitiva das estações chuvosas. São, antes, canais de esgotamento, abertos a esmo pelos enxurros – ou correntes velozes que, adstritas aos re- levos topográficos mais próximos, estão, não raro, em desarmonia com as disposições orográficas gerais. São rios que sobem. Enchem-se de súbito; transbordam, reprofundam os leitos, anulando o obstáculo do decli- ve geral do solo; rolam por alguns dias para o rio prin- cipal; e desaparecem, volvendo ao primitivo aspecto de valores em torcicolos, cheios de pedras, e secos”. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000153. pdf>. Acesso em: 27 mar. 2017. Esse trecho faz referência: a) ao descompasso verificado entre a entrada das chuvas em uma bacia hidrográfica e a vazão de seus córregos e ribeirões. b) ao escoamento fluvial de caráter permanente, cujo leito contém água apenas no período do ano de mais intensa precipitação pluviométrica. c) aos afluentes de um rio que, apesar de lançarem suas águas em um canal de maior ordem hierárquica, revelam-se intermitentes. d) aos córregos, ribeirões e rios comumente encontrados naqueles domínios equatoriais quentes e úmidos, a exemplo do domínio amazônico, no Brasil. Desafio 26.19. (UCPEL – RS) – Observe a figura a seguir. Fonte: Ministério da Integração Nacional CANAIS DE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO 24 Extensivo Terceirão As demandas de água na porção setentrional do semiárido no Nordeste brasileiro geraram o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. O projeto atual envolve o desvio, por meio de canais, de uma parte da vazão para bacias hidrográficas do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Sobre o rio São Francisco e sobre o projeto de transposição de suas águas, é correto afirmar que a) as águas oriundas da transposição do rio destinam-se aos empreendimentos agroindustriais irrigados, auxiliando os complexos globalizados do agronegócio. b) a “política hidráulica”, dos tempos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas, o DNOCS, no passa- do, destinava-se a beneficiar as oligarquias sertanejas, viabilizando a importante produção de trigo no Nordeste. c) a alcunha de “rio da unidade nacional” foi dada ao rio São Francisco em função do uso do rio para geração elétrica e irrigação. d) a criação de gado nas várzeas do rio lhe garantiu, recente- mente, a denominação de “rio dos currais”, fato que não se verificou no povoamento original, nos tempos coloniais. e) a construção e pavimentação de rodovias, interligando o alto vale a Belo Horizonte e o médio vale a Salvador, reforçaram o papel da circulação do rio São Francisco. 26.20. (UEPG – PR) – Sobre a hidrografia do Brasil, relacione as sentenças e assinale o que for correto. 01) Bacia do São Francisco: exclusiva do nordeste brasileiro, possui obra de transposição do rio São Francisco, sem usinas hidrelétricas na bacia pela pequena quantidade de água. 02) Bacia Amazônica: recebe águas do hemisfério norte e sul, usada como transporte fluvial e possui rios como o Negro, o Madeira e Tapajós. 04) Bacia do Paraná: nascente do rio Paraná no estado homônimo, segunda maior bacia hidrográfica brasi- leira, deságua no oceano Atlântico ainda em território brasileiro. 08) Aquífero Guarani: localizado em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. 16) Bacia do Tibagi: bacia hidrográfica secundária, rios cor- rem em geral no sentido Norte-Sul e não possui poten- cial hidrelétrico. Gabarito 26.01. b 26.02. b 26.03. a 26.04. b 26.05. c 26.06. b 26.07. d 26.08. a 26.09. c 26.10. a 26.11. c (Obs.: Em abril de 2020, segundo o Ministério Público Federal do Bra- sil, 97% das obras da transposição do rio São Francisco está concluída). 26.12. b 26.13. b 26.14. 03 (01+02) 26.15. 28 (04+08+16) 26.16. d 26.17. d 26.18. c 26.19. a 26.20. 02 25Geografia 7A Geografia 1B7AAula 27 Brasil – III – Litoral Introdução O litoral brasileiro tem 5 900 km de extensão. Con- sideradas todas as reentrâncias (baías, enseadas...), a extensão é de 10 959 km – segundo o IBGE. O Brasilé o país que detém a maior linha litorânea voltada para o oceano Atlântico. A área oceânica pertencente ao Brasil, equivalente à soma do mar territorial, da zona de economia exclusiva e da plataforma continental, tem 4,4 milhões de km2 e representa um importante espaço para as atividades pesqueiras, transportes, extração de petróleo, sal e outros minérios, obtenção de algas e para realização de atividades turísticas e de lazer. Também se destacam as influências nas condições meteorológicas. Características do litoral brasileiro De modo geral, o litoral brasileiro corresponde a um mar aberto para o oceano Atlântico, pouco re- cortado e banhado em sua maior parte por correntes marítimas quentes. Salinidade: entre 36 e 37‰. A salinidade é maior no trecho oriental do litoral nordestino em função das altas temperaturas e dos ventos alísios que promovem forte evaporação (no Rio Grande do Norte está o polo salineiro do Brasil). Correntes Marítimas: três correntes marítimas atin- gem o litoral brasileiro. • As correntes quentes do Brasil e das Guianas são oriundas da bifurcação da corrente Sul-Equatorial do Atlântico e atuam na maior parte do litoral brasileiro, contribuindo para formação de climas úmidos e quentes. • A corrente fria das Malvinas (ou Falkland) atinge os estados das regiões Sul e Sudeste. As águas frias da corrente das Malvinas prejudicam o turismo nas praias do Rio Grande do Sul, mas auxiliam na concen- tração de peixes. Sedimentos (areias) transportados por essa corrente e depositados ao longo da costa formaram restingas. Temperatura: as águas do oceânico Atlântico que banham o Brasil são consideradas quentes e apresentam 25,7°C de temperatura média. Marés: a amplitude das marés diminui com o aumento da latitude, em função da rotação terrestre e da tempera- tura das águas. No Porto de Itaqui (MA), por exemplo, a amplitude das marés é de 8,16 m e no Porto de Rio Grande (RS) é de 1,4 metros. Plataforma Continental: a deposição no oceano Atlântico dos sedimentos continentais, trazidos pelos rios, e a ação das correntes marítimas influem na largura da plataforma continental. No litoral brasileiro essa pla- taforma é larga no norte (foz do rio Amazonas), estreita- -se no litoral oriental no Nordeste e volta a alargar-se no trecho Sudeste/Sul. Ressacas As ressacas são fenômenos que acarretam o au- mento da ação das ondas, tanto em tamanho quanto em frequência, e do nível das marés nos litorais (em praias, foz de rios, costões...). São provocadas por ciclones ou frentes frias que ocasionam fortes ventos em alto-mar. No Brasil, as ressacas são mais frequentes nos tre- chos Sul e Sudeste do litoral pela ação da frente polar atlântica (ação da massa polar atlântica). As ondas podem atingir entre 3 e 4 metros de altura, causando destruição na orla e riscos à navegação. ` Ressaca destrói parte do calçadão da praia de Piratininga, em Niterói-RJ, 2016. Fu tu ra P re ss /J os e Lu ce na 26 Extensivo Terceirão Tsunami meteorológico Os tsunamis são grandes ondas provocadas por terremotos ou explo- sões vulcânicas nas bacias oceânicas. Porém, a ação de ventos fortes e re- pentinos nos litorais pode ocasionar ondas enormes, chamadas de tsuna- mi meteorológico ou meteotsunami. Trata-se de um fenômeno pouco frequente. Em 2016, durante a pas- sagem um uma frente fria, o litoral sul catarinense foi atingido por uma onda de 3,5 metros que causou des- truição e pânico. Divisões A grande extensão da costa brasileira apresenta uma variedade de paisagens, sendo dividida em regiões ou zonas. Litoral Amazônico: localizado entre o rio Oiapoque (AP) até o delta do rio Par- naíba (MA). Esse trecho destaca-se pelo Golfão Amazônico, que corresponde à foz do rio Amazonas, e pela ocorrência de manguezais. Litoral Nordestino: corresponde ao trecho entre o delta do rio Parnaíba até o Recôncavo Baiano. As falésias, localmente denominadas de barreiras, são destaques desse trecho, onde também ocorrem dunas, restingas e manguezais. A foz do rio São Francisco está nesse trecho. A exploração do sal marinho é desta- que em Macau e Mossoró no Rio Grande do Norte. ` Falésias (barreiras) na Praia Morro Branco em Fortaleza-CE. © Sh ut te rs to ck /A le ss io M oi ol a Litoral do Sudeste: vai do Recôncavo Baiano até a divisa entre São Paulo e Paraná. Nessa região a costa é marcada pelas escarpas da Serra do Mar com mata Atlântica e também pelos manguezais. Nesse trecho do litoral estão as maiores reservas de petróleo do Brasil, na bacia de Campos, Santos e Pré-Sal. Ta lit a Ka th y Bo ra Litoral Brasileiro Litoral Sul: estende-se da divisa entre São Paulo e Paraná até o ar- roio Chuí (RS). Apresenta manguezais, restingas e falésias basálticas. Da divisa com São Paulo até Florianópolis (SC) é o trecho mais recortado do litoral brasileiro. De Florianópolis até o Chuí possui longas praias formadas pela deposição de sedimentos marinhos, onde destacam-se a restinga da laguna dos Patos e a praia de Cassino. No trecho sul do litoral catarinense localiza-se a área de proteção ambiental da Baleia Franca (APA Baleia – Franca – Austral). No extremo- -sul, no Rio Grande do Sul, está a reserva ecológica do Taim. ` As falésias de Torres (RS) são de formação basáltica. © Sh ut te rs to ck /L isa nd ro L ui s T ra rb ac h Aula 27 27Geografia 7A Ilhas do litoral brasileiro No litoral do Brasil, existem muitas ilhas que são divididas entre continentais e oceânicas. As ilhas continentais (ou costeiras) estão na plataforma conti- nental e guardam estreitas relações (geologia, vegeta- ção, clima...) com o continente. Nas ilhas oceânicas a vegetação e os animais são diferenciados em relação ao continente e foram originadas por formações cora- líneas ou pelo afloramento da dorsal meso-oceânica (vulcões). São ilhas continentais de destaque: São Luís (MA), Itaparica (BA), Vitória (ES), Grande (SP), do Mel (PR), São Francisco (SC) e de Santa Catarina (SC). Ilhas oceânicas Arquipélago de Fernando de Noronha Distante aproximadamente 360 km a nordeste de Natal (RN), Fernando de Noronha é o maior arquipélago do Brasil. Com 26 km2, possui 21 ilhas onde se destacam as ilhas de Fernando de Noronha, Rata, Rasa, do Meio e Lucena. Tem formação vulcânica e corresponde ao afloramento da dorsal mesoatlântica. É a única ilha oceânica com população fixa. Cerca de 3.016 pessoas (estatística IBGE, 2017) concentradas na Vila dos Remédios vivem do turismo e da atividade pesqueira. Em Fernando de Noronha existem faróis para a orientação marítima e bases de estudos. A ilha conta com aeroporto e diversas pousadas/hotéis. Fernando de Noronha, desde 1988, é distrito esta- dual de Pernambuco, sendo 8 km2 considerados Parque Nacional com a preservação e estudo de golfinhos, plantas e pássaros. © Sh ut te rs to ck /K cr is Ra m os ` Aspectos de Fernando de Noronha. O ponto mais alto corres- ponde ao Morro do Pico (Pico Fernando), com 321 metros de altitude. Penedos de São Pedro e São Paulo Localizados a 1010 km a leste-nordeste de Natal (RN), com cerca de 1,3 km2, os penedos de São Pedro e São Paulo correspondem a cinco pequenas ilhas (ilhotas) de origem vulcânica (guyots). São erodidas pelas ações marinhas e eólicas. Não apresentam vegetação nem água potável. Aves marinhas que visitam as ilhas depositam ali seus excrementos (o guano), conferindo às formações a cor esbranquiçada. O Brasil mantém um farol para a orientação do tráfe- go marítimo (que funciona automaticamente) e visitas científicas. Os penedos de São Pedro e São Paulo são desprovi- dos de plataforma continental e não oferecem ao Brasil o direito a mar territorial e zona de economia exclusiva – conforme a Convenção da ONU para o Direito do Mar. Atol das Rocas Localizado a cerca de 250 km a nordeste de Natal (RN), corresponde a uma pequena formação coralínea em formato circular. Sua baixa altitude é um risco para
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