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1 Período composto – oração coordenada I 25 Aula 7B Português Ideias básicas Para finalizar o estudo do período composto, analisaremos agora o caso da coordenação, tipo de relação em que uma oração não assume função sintática em relação a outra oração. Antes, lembremos algumas marcas básicas da coordenação: Preconceito, intolerância e ignorância comumente marcam ideias separatistas. Você sabe: do ponto de vista sintático, uma construção como a anterior estabelece os elementos destacados como portadores de uma mesma função, dado que eles estão coordenados (ordenados conjuntamente). Se os três termos desempe- nham a mesma função sintática na frase, não há uma relação de subordinação entre eles. Em outras palavras, um não assume função sintática em relação a outro na- quele enunciado. No período composto, lembre- mos, uma oração é considerada subordinada quando exerce uma função sintática em relação a outra, sendo esta chamada de principal. No caso das orações coorde- nadas, não existirá esse tipo de classificação. Comparando... Observe o caso destacado no período a seguir: O aluno sabia que a hora esperada chegaria. Como já estudamos, a oração destacada é uma subordinada (substantiva). Por que subordinada? Porque ela exerce a função de objeto direto da forma verbal sabia. Assim, ela exerce uma função sintática em relação à primeira oração – O aluno sabia –, que é a oração principal do período. O aluno sabia que a hora esperada chegaria. oração subordinada substantiva objetiva direta oração principal Compare, agora: O aluno sabia; ninguém dizia nada. Esse período apresenta duas orações. Ao analisá-lo sintaticamente, vemos que a segunda oração – ninguém dizia nada – não exerce qualquer função sintática em relação à primeira – O aluno sabia. A segunda oração não é o objeto direto ou indireto da primeira, nem o seu sujeito, nem é adjunto adverbial ou adnominal de nenhum de seus termos, e assim por diante. Por isso – e por nenhum outro motivo – dizemos que as duas orações estão coordenadas no período. Nenhuma delas exerce qualquer função sintática em relação à outra. © Sh ut te rs to ck /F es ta 2 Extensivo Terceirão Esses princípios estão teoricamente corretos. Entretanto, é forçoso reconhecer que eles são bastante abstratos. Na prática da análise, convém também obser- var as conjunções que introduzem cada tipo de oração e classificá-las de acordo com essa observação. Ressaltem-se as orientações vistas em outras aulas: orações subordinadas substantivas podem ser substi- tuídas pelos pronomes este, esta, isto, isso. Orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronome relativo. Atenção! Há grande semelhança entre as orações coorde- nadas e as subordinadas adverbiais. Muitas vezes, não é simples perceber as que são coordenadas e as subordinadas. Nesses casos, a diferença prática estará no tipo de relação lógica implicada pela oração. E para compreender tais relações lógicas é sempre funda- mental saber qual conjunção introduz a oração que se deve classificar. Coordenadas assindéticas O adjetivo assindética significa sem conjunção. O prefixo a- tem valor negativo e o radical síndeto pode ser traduzido como “elemento de ligação”, no caso, “conjunção”. As orações assindéticas, portanto, não são introdu- zidas por nenhuma conjunção. Apenas, separam-se da oração anterior por um sinal de pontuação, normal- mente uma vírgula. O período a seguir traz orações assindéticas: As pessoas vêm, as vidam mudam, a saudade fica. O período é composto de três orações: 1a. ) as pessoas vêm; 2a. ) as vidas mudam; 3a. ) a saudade fica. Note que elas não são introduzidas por qualquer conjunção. Apenas são iniciadas com um sujeito – as pessoas, as vidas, a saudade. As orações não se relacionam por qualquer tipo de conectivo, mas apenas pelos sinais de pontuação. A ausência dos conectores indica que estamos diante de orações assindéticas. Se uma oração é coordenada, ela é coordenada de outra, que também se classificará, obviamente, como coordenada. No caso do período acima, note que a primeira oração – As pessoas vêm – não é introduzida por qualquer conjun- ção, de modo que ela também é coordenada assindética. Por ser a primeira oração do período, alguns autores (e alguns exames de seleção) a chamam de oração coordenada assindética inicial. As pessoas vêm, as vidas mudam, a saudade fica. oração coordenada assindética inicial oração coordenada assindética oração coordenada assindética Coordenadas sindéticas aditivas A oração coordenada sindética é uma oração coor- denada introduzida por conjunção. Sua classificação de- pende da relação lógica por ela transmitida, evidenciada pelo significado da conjunção. O tipo mais elementar de oração coordenada sindé- tica é a aditiva. Como o nome sugere, trata-se de uma oração que realiza uma relação de acréscimo. É o tipo de oração sindética mais semelhante às assindéticas. A conjunção aditiva típica é a palavra e. Essa conjun- ção realmente parece indicar uma “soma”, uma “adição”. O sofrimento chega e amadurece pessoas antes imaturas. A segunda oração do período está introduzida pela conjunção e, sendo, pois, uma coordenada sindética aditiva. A primeira oração também é coordenada, mas, como não possui conjunção, classifica-se como assindé- tica, no caso, assindética inicial. O sofrimento chega e amadurece pessoas antes imaturas. oração coordenada sindética aditivaoração coordenada assindética Outra conjunção de valor aditivo é a palavra nem. Literalmente, nem significa e não (do latim “neque”: “ne” = “não”; “que” = “e”). Assim, se dizemos que alguém não trabalha nem estuda, afirmamos que ele não trabalha e não estuda. Como a palavra nem traz um e implícito em sua significação, a oração introduzida por essa conjunção se classifica como coordenada sindética aditiva. Conectivos • e • nem • mas também • como também Aula 25 3Português 7B Coordenadas sindéticas alternativas Como o nome sugere, a oração coordenada alternativa expressa ideia de “alternância”, às vezes de “opção, escolha”. A conjunção alternativa típica é a palavra ou. Leia com calma ou não entenderá o sentido do texto. Mais uma vez temos dois períodos, com duas orações coordenadas. A primeira é assindética inicial, e a segunda, sindética, no caso, alternativa. Note que o período traz uma clara ideia de “opção”. Se não ocorrer o fato expresso na primeira oração, o autor da frase diz que ocorrerá o fato expresso na segunda oração. Leia com calma OU não entenderá o sentido do texto. oração coordenada sindética alternativaoração coordenada assindética Também é possível que o período se construa com duas orações alternativas, em que aparece repetida a conjunção ou: Ou pega ou larga. oração coordenada sindética alternativaoração coordenada sindética alternativa Também são possíveis outros pares de conjunção com valor alternativo, notadamente quer... quer, ora... ora e seja... seja. Conectivos • ou • ou...ou • já...já • ora...ora • quer...quer • seja...seja Coordenadas sindéticas adversativas Um dos tipos mais comuns de oração coordenada é a coordenada sindética adversativa. Como o nome indica, esse tipo de oração transmite uma ideia de “adversida- de”, isto é, uma ideia de “oposição”. A relação lógica de oposição pode ser compreendida como a radicalização do conceito de diferença. Se dois fatos ou dois seres são radicalmente diferentes, dizemos que eles se opõem, se contradizem, são opostos ou contrários ou contraditórios. É o que ocorre no enunciado a seguir: Vivemos tempos difíceis, mas eles passarão. Viver tempos difíceis corresponde, sem dúvida, a algo negativo. Eles passarão, porém, é uma ideia que se sobrepõe àquele sentido negativo. Há no período uma relação de oposição. O fato de que os tempos difíceis passarão funciona como a ideia “vencedora” do ponto de vista argumentativo. A conjunção adversativa típicaé o mas. Nesse caso, a análise sintática é a seguinte: Vivemos tempos difíceis, MAS eles passarão. oração coordenada sindética adversativa oração coordenada assindética Conectivos • mas • porém • contudo • todavia • entretanto • no entanto Todos esses termos podem aparecer no início da ora- ção adversativa. Porém todos, com exceção da palavra mas, podem também aparecer intercalados, ou seja, no meio da oração adversativa. Confira o exemplo: Atletas se superam em suas modalidades; nem todos, entretanto, são ídolos. Como a oração “nem todos, entretanto, são ídolos.” apresenta a conjunção entretanto, ela se analisa como co- ordenada adversativa. Note que a conjunção não aparece no início da oração, mas, sim, após o sujeito nem todos. Conjunção “e” com valor adversativo: Além das conjunções e expressões tipicamente adver- sativas, ocorre, em alguns períodos, que a conjunção e, nor- malmente aditiva, aparece relacionada à ideia de oposição. Confira como exemplo a frase a seguir: Ele parecia lindo, E era vazio em sua beleza. Esse período apresenta uma relação de oposição, uma vez que traz uma quebra de expectativa. À aparên- cia de beleza opõe-se a ideia contraditória expressa pela conjunção e, e não pelos termos adversativos típicos. Dizemos então que esse enunciado traz a conjunção e com valor adversativo. Esse valor é perceptível, pois a conjunção e admite, nesse caso, mas não em todos os outros, a substituição pela conjunção mas, sem perda do significado original do período, como podemos ver a seguir: Ele parecia lindo, MAS era vazio em sua beleza. 4 Extensivo Terceirão Valor argumentativo das orações adversativas É importante notar que as orações adversativas apresentam função relevante em textos argumentativos, isto é, textos em que o enunciador defende uma opinião sobre determinado tema. As palavras ou expressões de valor adversativo sempre se prendem à ideia considerada mais importante no interior da oposição. Compare, a propósito, os dois enunciados a seguir: João tem uma letra feia, MAS escreve bem. João escreve bem, MAS tem uma letra feia. Nos dois enunciados, “escrever bem” e “ter letra feia” são marcas atribuídas a João. Apesar de contarem com as mesmas palavras, facilmente se nota que os enunciados não são argumentativamente idênticos. Ambos tratam da ideia de oposição, mas o segundo é mais negativo em relação a João do que o primeiro. No primeiro caso, a conjunção adversativa mas liga-se à ideia da escrever bem, a despeito de haver uma letra feia. No segundo enunciado, o conectivo prende-se à ideia ter uma letra feia. Assim, a primeira frase enfatiza a virtude na escrita enquanto a segunda enfatiza o problema na letra. Esquematicamente: João tem uma letra feia, MAS escreve bem. ideia mais importante João escreve bem, MAS tem uma letra feia. ideia mais importante Orações adversativas e orações concessivas: Orações adverbiais concessivas e orações coordenadas adversativas veiculam ideia de oposição, mas apresentam uma diferença fundamental. A oração concessiva é introduzida por conjunções, como embora e conquanto (e por locuções, como apesar de (que), mesmo que, ainda que e se bem que. A diferença em relação à coordenada adversativa é que esta exprime a ideia mais importante no interior da oposição, ao passo que a subordinada concessiva exprime a ideia menos importante da oposição. Vamos exemplificar: I. Seu pai é uma pessoa brava, mas muito amorosa. Esse enunciado apresenta dois pontos de vista contraditórios sobre a pessoa: ser brava e ser muito amorosa. A conjunção adversativa mas se prende à ideia de valor positivo, de modo que o período pode ser considerado uma defesa à imagem do pai. Veja, agora, a diferença: II. Seu pai é muito amoroso, mas é uma pessoa brava. Aqui, ressalta-se a figura brava do pai, deixando em segundo plano o fato de ele ser amoroso. Se agora reescrevermos o período acima substituindo a conjunção adversativa mas pela conjunção concessiva embora, deveremos ficar atentos para a posição que a conjunção vai assumir no novo período, pois palavras de valor concessivo se prendem às ideias consideradas menos importantes no interior da oposição. Na primeira frase deste tópico, a ideia menos importante é o fato de o pai ser bravo. Assim, com a conjunção embora, o período teria a seguinte forma: EMBORA seu pai seja bravo, ele é uma pessoa muito amorosa. oração subordinada adverbial concessiva (ideia mais fraca) oração principal (ideia mais forte) Note que a conjunção embora prendeu-se à ideia menos importante da oposição, ao passo que a conjunção mas se prendia à ideia mais importante. Se fizermos a mesma operação com o enunciado II, podemos obter: Seu pai é bravo, AINDA QUE seja uma pessoa muito amorosa. oração principal (ideia mais forte) oração subordinada adverbial concessiva (ideia mais fraca) Aula 25 5Português 7B Testes Assimilação 25.01. Leia: Aproximou-se, observou tudo ao redor, nada disse. a) Indique a quantidade de orações que constituem o período e explique por que elas se classificam como coordenadas. b) Trata-se de coordenadas sindéticas ou assindéticas? Justifique sua resposta. c) Introduza conjunções entre as orações, de modo que a relação entre a primeira e a segunda seja de adição e entre a segunda e a terceira seja de oposição. d) Classifique as orações que formam o período obtido na resposta do item anterior. Instrução: Texto para a questão 25.02. O Lutador Lutar com palavras é a luta mais vã Entanto lutamos mal rompe a manhã (...) Lutar com palavras parece sem fruto. Não têm carne e sangue… Entretanto, luto. Palavra, palavra (digo exasperado), se me desafias, aceito o combate. (Carlos Drummond de Andrade) 25.02. (ESPM – SP) – As conjunções adversativas “entanto” e “entretanto” só não podem ser substituídas por: a) mas b) porém c) embora d) todavia e) contudo Em resumo: Oração coordenada sindética adversativa (“Mas” e sinônimos) → Ideia mais importante da oposição. Oração subordinada adverbial concessiva (“Embora” e sinônimos) → Ideia menos importante da oposição. 6 Extensivo Terceirão 25.03. (PUC – RJ) – A grande utilização da conjunção deve-se, em parte, ao fato de que ela pode assumir diversos significados. Substitua-a em cada frase abaixo por uma conjunção mais característica do significado em questão. a) Todos se prepararam ansiosamente para o domingo na praia, e choveu. b) Conformar-se com a situação e mobilizar-se para melhorá-la. Instrução: Observe a tirinha a seguir e responda à questão 25.04. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_wBWh8NQAZ78/TBWEMQ8147l/AAAAAAAAACE/ zmfW9c8uAKk/s1600/Tirinha_Sensacionalismo.jpg>.Acesso em: 12/052016) 25.04. (ITA – SP) – Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se concretiza, gerando daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de a) conclusão. d) consequência. b) explicação. e) alternância. c) oposição. Aperfeiçoamento 25.05. (UNIUBE – MG) – Considere este período: “[...] Entretanto, ela, abatida, porém calma, apertava-me a mão por despedida”. (José de Alencar) As afirmações abaixo procuram refletir ideias expressas no trecho acima. I. Espera-se que uma pessoa abatida também esteja nervosa. II. Espera-se que uma pessoa abatida também esteja calma. III. Espera-se que uma pessoa abatida esteja nervosa. IV. Espera-se que uma pessoa abatida esteja calma. Assinale a única opção que representa as alternativas corretas. a) I e III são verdadeiras. c) I e IV são verdadeiras. b) I e II são verdadeiras. d) III e IV são verdadeiras. 25.06. (FUVEST – SP) – Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios abaixo, a lacuna não poderá ser corretamente preen- chida pela conjunção mas apenas em: a) Morre o homem, fica a fama. b) Reino com novo rei, povo com nova lei. c) Por fora bela viola, por dentro pão bolorento.d) Amigos, amigos! negócios à parte. e) A palavra é de prata, o silêncio é de ouro. 25.07. Classifique a oração coordena- da destacada nos períodos a seguir. Utilize o seguinte código: 1. Oração coordenada assindética 2. Oração coordenada sindética adi- tiva 3. Oração coordenada sindética alter- nativa 4. Oração coordenada sindética ad- versativa a) ( ) Uma poesia deve ser excelen- te ou não existir por nada. (Goethe) b) ( ) Tudo esperamos, entretanto para nada estamos prepa- rados. (Mme. Swetchine) c) ( ) As palavras do homem indi- cam o talento que possui e o cultivo da sua inteligência, mas somente suas ações demonstram o seu nasci- mento. (Anônimo) d) ( ) A amizade é um amor es- piritualizado e raramente existe. (Ieda Graci) e) ( ) Cada botão floresce uma só vez, e cada flor tem um único minuto de beleza perfeita. (Amiel) f ) ( ) Vim, vi, venci. (Júlio César) g) ( ) Os espíritos tranquilos não se confundem nem se atemo- rizam; continuam em seu ritmo próprio, na ventura ou na desgraça, como os reló- gios durante as tempestades. (Robert Louis Stevenson) h) ( ) Estamos condenados à civi- lização. Ou progredimos ou desaparecemos. (Euclides da Cunha) i) ( ) Uma Constituição não é somente uma sequência de leis máximas, mas ainda o traje de um povo, feito sob medida. (Anônimo) j) ( ) Os anos me fizeram bem, mas os meses e as semanas foram um pouco rudes. (Charles M. Schulz) k) ( ) As coisas não mudam; mu- damos nós. (Henry David Thoreau) Aula 25 7Português 7B 25.08. (UFPR) – Considere o seguinte trecho de um texto retirado do jornal El País (https://brasil.elpais.com/bra- sil/2018/06/14/ciencia/1528961412_619152.html): O impacto dos humanos sobre a vida selva- gem tem muitas arestas. Numere os parênteses, identificando a ordem das ideias para que o texto apresente lógica textual. ( ) Além disso, esses espaços naturais são cada vez mais reduzidos e esquartejados, e sua qualidade se reduz a cada nova infraestrutura que os cerca. ( ) Mas há outra forma de se esconder das pessoas: só sair quando elas vão dormir. ( ) A mais evidente é a redução do espaço disponível para os animais à medida que a espécie humana foi se ex- pandindo pelo globo. ( ) Uma das consequências de tudo isto é que os animais se movem cada vez menos nas zonas com presença hu- mana e se refugiam em áreas cada vez mais diminutas. Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta dos parênteses, de cima para baixo. a) 4 – 2 – 1 – 3. d) 4 – 2 – 3 – 1. b) 3 – 4 – 2 – 1. e) 2 – 4 – 1 – 3. c) 2 – 1 – 3 – 4. 25.09. (UFJF – MG) – Leia o trecho abaixo: Para o delegado Orlando Zaconne, há uma inversão de pautas quando se discute segurança pública no Brasil. “Na verdade, o grande tema não é a violência praticada por adolescentes, mas a violência praticada contra adolescentes”. Nesse trecho, o jogo linguístico feito pelo delegado Zaconne para mostrar a “inversão de pautas” na política de segurança pública brasileira foi o uso: a) da locução “na verdade” para mostrar que ele, sim, diz uma verdade. b) do adjetivo “grande” para destacar a importância do tema. c) de duas preposições diferentes, o que troca a pauta a ser debatida. d) de um advérbio de negação para inverter o sentido do enunciado. e) de uma conjunção adversativa para confirmar o que foi dito antes. 25.10. (UFPR) – Considere as seguintes sentenças: 1. AINDA QUE os salários estejam cada vez mais defasados, o aumento de preços diminui consideravelmente seu poder de compras. 2. O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das facções formadas no Congresso. DESSE MODO, todos ficarão à vontade para negociar as possíveis saídas. 3. EMBORA o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome. 4. Choveu muito no inverno deste ano. ENTRETANTO, novos projetos de irrigação foram necessários. As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de significado adequadas, criando problemas de coerência, em: a) 2 apenas. b) 1 e 3 apenas. c) 1 e 4 apenas. d) 2, 3 e 4 apenas. e) 2 e 4 apenas. Aprofundamento Instrução: Texto para a questão 25.11. Mas quando todas as luzes da península se apa- garam ao mesmo tempo, apagón lhe chamaram de- pois em Espanha, negrum numa aldeia portuguesa ainda inventora de palavras, quando quinhentos e oitenta e um mil quilómetros quadrados de terras se tornaram invisíveis na face do mundo, então não houve mais dúvidas, o fim de tudo chegara. Valeu a extinção total das luzes não ter durado mais do que quinze minutos, até que se comple- taram as conexões de emergência que punham em acção os recursos energéticos próprios, nesta altura do ano escassos, pleno verão, Agosto pleno, seca, míngua das albufeiras, escassez das centrais térmicas, as nucleares malditas, mas foi verdadeira- mente o pandemónio peninsular, os diabos à solta, o medo frio, o aquelarre, um terramoto não teria sido pior em efeitos morais. Era noite, o princípio dela, quando a maioria das pessoas já recolheram a casa, estão uns sentados a olhar a televisão, nas co- zinhas as mulheres preparam o jantar, um pai mais paciente ensina, incerto, o problema de aritmética, parece que a felicidade não é muita, mas logo se viu quanto afinal valia, este pavor, esta escuridão de breu, este borrão de tinta caído sobre a Ibéria, Não nos retires a luz, Senhor, faz que ela volte, e eu te prometo que até ao fim da minha vida não te farei outro pedido, isto diziam os pecadores arre- pendidos, que sempre exageram. (SARAMAGO, José. A jangada de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p.35-36.) 25.11. (UEL – PR) – Sobre o emprego de conectivos no texto, considere as afirmativas a seguir. I. No trecho “[...] até que se completaram as conexões de emergência [...]”, a expressão em destaque expressa noção temporal e pode ser substituída por “quando”. II. No trecho “[...] isto diziam os pecadores arrependidos, que sempre exageram”, o pronome relativo “que” inicia oração que acrescenta uma característica ao termo antecedente. III. Em “ [...] e eu te prometo que até o fim da minha vida [...]” o conectivo “e” equivale a “mas”, iniciando uma oração coordenada adversativa. 8 Extensivo Terceirão IV. O uso do conectivo “mas” em “[...] parece que a felicidade não é muita, mas logo se viu quanto afinal valia” expressa oposição, portanto introduz uma oração coordenada adversativa. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas II e III são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 25.12. (ESPCEX – SP) – “Ao aparecerem nele as primeiras dores, D. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não be- neficiou as relações do casal.” Assinale a alternativa que contém a classificação sintática correta das orações do período transcrito acima. a) oração subordinada adverbial temporal reduzida de in- finitivo / oração principal / oração coordenada sindética adversativa. b) oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo / oração coordenada sindética aditiva/oração principal. c) oração subordinada adverbial consecutiva reduzida de infinitivo / oração principal / oração coordenada sindética adversativa. d) oração principal / oração subordinada adverbial modal re- duzida de infinitivo / oração coordenada sindética aditiva. e) oração subordinada adverbial conformativa reduzida de infinitivo / oração principal / oração coordenada sindética adversativa. Instrução: Texto para as questões 25.13, 25.14 e 25.15. REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O FIM DO SENSO CRÍTICO? Eugênio Mira Conectados. Essa palavra nunca fez tanto sen- tido quanto agora. 1Quando se discutia no passa- do sobre como os homens agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginavao quanto esse processo seria rápido e devastador. (...) quando McLuhan apresentou o termo, em 1968, 2ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial abso- luta, e sim a internet, que na época não passava de um projeto militar do governo dos Estados Unidos. 3A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo. Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão. 4E quando começaram a se popularizar as redes sociais, 5um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos. Uma ferramenta colaborativa ex- trema, que possibilitaria o contato imediato com outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... 6Tudo seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 7O tempo passou, e essa revolução não se instaurou. Basta observar as figuras que surgem nos si- tes de humor e outros assemelhados. Conhecidos como memes (termo cunhado pelo pesquisador Richard Dawkins, que representaria para nossa memória o mesmo que os genes representam para o corpo, ou seja, uma parcela mínima de infor- mação), 8essas figuras surgiram com a intenção de demonstrar, de maneira icônica, algum senti- mento ou sensação. 9Ao fazer isso, a tendência de ter uma reação diversa daquelas expressas pelas tirinhas é cada vez menor. Tudo fica branco e pre- to. 10Ou se aceita a situação, ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento. (...) A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet pro- duz algum comentário curto, espirituoso ou re- flexivo, a respeito de alguma situação atual ou re- cente... Em minutos pipocam cópias da frase por todo lugar. 11Copia-se sem o menor bom senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado. O importante agora é 12copiar e colar, e depois partilhar. 13As redes sociais des- fraldaram um mundo completamente novo, e o uso que o homem fará dessas ferramentas é o que dirá o nosso futuro cultural. 14Se enveredarmos pela partilha de ideias, gestando-as em nossas mentes e depois as passando a outros, será uma estufa mundial a produzir avanços incríveis em todos os campos de conhecimento. Se, no entan- to, as redes sociais se transformarem em uma rede neural de apoio à preguiça de pensar, a huma- nidade estará fadada ao processo antinatural de regressão. O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para longe algo muito mais humano e essencial na vida em socie- dade: o senso crítico. Será uma troca justa? http://obviousmag.org/archives/2011/09/redes_sociais_e_colaboracao_ extrema_O_fim_do_senso_critico-.htm. Adaptado. Acesso em: 21 fev 2017. 25.13. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta uma afirmativa correta em relação ao texto. a) Em 1968, pensava-se que a TV seria a responsável pela interligação mundial absoluta, já que não havia conhe- cimento da internet, que era um projeto de uso militar do governo norte-americano. Aula 25 9Português 7B b) As redes sociais tornaram tudo maior e melhor porque alinharam as pessoas na órbita de suas ideias, logo são ferramentas revolucionárias de conhecimento e cultura. c) Os memes representam de forma icônica e humorada as sensações individuais, tornando-as claras, visíveis; portanto, não passíveis de debate ou questionamento. d) Copiar e colar e depois partilhar são atitudes daqueles que produzem comentários curtos, espirituosos ou reflexivos, espalhando-os por todos os lugares, mesmo sem os créditos. 25.14. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa em que a re- escrita do excerto NÃO mantém a correção morfossintática. a) “Graças a ela temos acesso a toda informação do mundo à distância de apenas um toque de botão.” => Graças à internet temos acesso à informação do mundo à dis- tância de apenas um toque de botão. b) “A situação é ainda mais grave quando um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo (...).” => A situação é ainda mais grave no momento em que um dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto, espirituoso ou reflexivo (...). c) “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mundo.” => A internet mudou definitivamente a maneira que nos comunica- mos e percebemos o mundo. d) “O advento das redes sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraigados (...).” => Os amigos distantes, os ídolos e as ideias consumistas mais arraiga- das foram trazidos para perto das pessoas comuns pelo advento das redes sociais. 25.15. (EPCAR – MG) – Observe o emprego da conjunção “e” nos enunciados abaixo, considerando o contexto de onde foram recortados, e as respectivas análises. I. “Ele sequer imaginaria que não seria a televisão a grande responsável pela interligação mundial absoluta, e sim a internet...” (ref. 2) – A con- junção é aditiva. II. “O tempo passou, e essa revolução não se ins- taurou.” (ref. 7) – A relação estabelecida é de adversidade. III. “A internet mudou definitivamente a maneira como nos comunicamos e percebemos o mun- do.” (ref. 3) – A conjunção estabelece uma re- lação de finalidade. IV. “...copiar e colar, e depois partilhar.” (ref. 12) – A repetição da conjunção visa enfatizar o au- tomatismo das ações. Estão corretas as análises apresentadas apenas nos itens a) I e III. b) III e IV. c) I e II. d) II e IV. 25.16. (ESPCEX – SP) – “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo (uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá- -lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um aplicativo no celular. É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter e de seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida. Cerca de um terço do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial.” Folha de S. Paulo, 26/03/2016. O texto informativo acima, que apresenta ao público a cria- ção de uma bactéria apenas com genes essenciais à vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois res- tringe o genoma à condição de bactéria. b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do genoma. c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de um fato com outro. d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração principal. e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da vida. 25.17. (UNIMEP – SP) – Observe os períodos. I. Fui às Olimpíadas, mas perdi o ano na escola. II. Perdeu o emprego, mas passou três meses na Europa. III. Todos ficaram apreensivos, mas a responsabilidade era grande. A conjunção mas introduz orações coordenadas adversa- tivas que podem apresentar, no entanto, ideias ou valores diferentes. Em I, II e III há, respectivamente, ideia ou valor de: a) compensação, justificativa, contraste. b) compensação, compensação, justificativa. c) não compensação, não compensação, justificativa. d) não compensação, compensação, justificativa. e) comparação, objeção, compensação. 10 Extensivo Terceirão 25.18. Leia: As outras pessoas da equipe faltaram, e o no- vato não só dirigiu a pesquisa como também pre- parou o relatório e a apresentação. Marque (V) ou (F), conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmaçõesacerca do período. ( ) O período é composto por coordenação. ( ) A locução conjuntiva NÃO SÓ...COMO TAMBÉM pode ser substituída pela conjunção E, sem alteração da re- lação sintática e semântica que ela estabelece entre as duas orações. ( ) O termo COMO marca uma comparação entre a se- gunda e a terceira orações. ( ) O segundo E relaciona aditivamente dois termos de uma oração. ( ) O primeiro E marca uma relação aditiva entre duas ora- ções. ( ) No período, há três orações, cujos núcleos são os ter- mos FALTARAM, DIRIGIU e PREPAROU. Desafio 25.19. (UNICURITIBA – PR) – Reúna em um único período as orações indicadas, seguindo as orientações entre parên- teses e utilizando a mesma ordem, a devida pontuação e as necessárias conexões. I. a. Essa circunstância explicá-la-ia o bacharel (principal) b. soubesse (ideia de condição, após a 1ª); c. Lopo Alves, algumas semanas antes, assistira à repre- sentação de uma peça do gênero ultrarromântico, obra (complemento verbal de b); d. agradou-lhe muito a obra (adjetivação de termo de c); e. sugeriu-lhe a ideia do drama (adjetivação do mesmo termo de c e coordenada a d). II. a. Ele referiu tudo a D. Benedita (ideia de tempo); b. esta ficou aterrada com os termos da recusa (coorde- nada assindética e principal de a); c. tornou logo a si (ideia de adversidade de b); d. declarou ao padre (ideia de adição a c principal de e); e. a filha não tinha vontade (complemento verbal de d). 25.20. (ITA – SP) – Leia o texto a seguir e responda à questão seguinte: Solar Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava. (PRADO, Adélia. O coração disparado. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.) Nesse pequeno poema, a escritora Adélia Prado consegue não só registrar um traço singular do cotidiano da própria mãe, como também constrói dessa mulher um retrato, que apresenta duas facetas: uma, relativa à posição social e outra, ao temperamento. PARTICULARIZE essas duas facetas e APONTE como a estruturação sintática as instaura. Aula 25 11Português 7B Gabarito 25.01. a) São três. Classificam-se como coordenadas porque apresentam estrutura sintática independente, ou seja, uma não funciona como termo da outra. b) As três orações do período são coordenadas assindéticas, pois não apresentam conjunção. c) Aproximou-se e observou tudo ao redor, mas nada disse. d) Aproximou-se: oração coordenada assindética; e observou tudo: oração coordenada sindética aditiva; mas nada disse: oração coordenada sindética adversativa. 25.02. c 25.03. a) Todos se prepararam ansiosamente para o domingo na praia, MAS choveu. b) Conformar-se com a situação OU mobilizar-se para melhorá-la. 25.04. c 25.05. a 25.06. b 25.07. a) ( 3 ) Uma poesia deve ser excelente ou não existir por nada. (Goethe) b) ( 4 ) Tudo esperamos, entretanto para nada estamos prepa- rados. (Mme. Swetchine) c) ( 4 ) As palavras do homem indicam o talento que possui e o cultivo da sua inteligência, mas somente suas ações de- monstram o seu nascimento. (Anônimo) d) ( 2 ) A amizade é um amor espiritualizado e raramente existe. (Ieda Graci) e) ( 2 ) Cada botão floresce uma só vez, e cada flor tem um único minuto de beleza perfeita. (Amiel) f ) ( 1 ) Vim, vi, venci. (Júlio César) g) ( 2 ) Os espíritos tranquilos não se confundem nem se atemo- rizam; continuam em seu ritmo próprio, na ventura ou na desgraça, como os relógios durante as tempestades. (Ro- bert Louis Stevenson) h) ( 3 ) Estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou de- saparecemos. (Euclides da Cunha) i) ( 2 ) Uma Constituição não é somente uma sequência de leis máximas, mas ainda o traje de um povo, feito sob me- dida. (Anônimo) j) ( 4 ) Os anos me fizeram bem, mas os meses e as semanas foram um pouco rudes. (Charles M. Schulz) k) ( 1 ) As coisas não mudam; mudamos nós. (Henry David Thoreau) 25.08. e 25.09. c 25.10. b 25.11. d 25.12. a 25.13. a 25.14. c 25.15. d 25.16. b 25.17. d 25.18. ( V ) O período é composto por coordenação. ( V ) A locução conjuntiva NÃO SÓ...COMO TAMBÉM pode ser substituída pela conjunção E, sem alteração da relação sintá- tica e semântica que ela estabelece entre as duas orações. ( F ) O termo COMO marca uma comparação entre a segunda e a terceira orações. ( V ) O segundo E relaciona aditivamente dois termos de uma ora- ção. ( V ) O primeiro E marca uma relação aditiva entre duas orações. ( V ) No período, há três orações, cujos núcleos são os termos FAL- TARAM, DIRIGIU e PREPAROU. 25.19. I. Essa circunstância explicá-la-ia o bacharel, se soubesse que Lopo Alves, algumas semanas antes, assistira à representação de uma peça do gênero ultrarromântico que lhe agradou muito e (que) lhe sugeriu a ideia do drama. II. Quando ele referiu tudo a D. Benedita, esta ficou aterrada com os termos da recusa, mas tornou logo a si e declarou ao padre que a filha não tinha vontade 25.20. O fato de a mãe preparar a própria comida e de a comida ser sim- ples – o que indica a alimentação de uma classe social desprovida de grande poder aquisitivo – deixa clara a ideia de a mulher ser hu- milde. A conjunção MAS estabelece uma oposição entre fazer uma comida simples e cantar, evidenciando que a felicidade da mãe não era motivada por condições materiais da existência, o que aponta para o temperamento de alguém cuja alegria e leveza provinham de uma satisfação gratuita pela vida, de uma paz de espírito. 12 Extensivo Terceirão Coordenadas sindéticas explicativas A oração coordenada sindética explicativa é nor- malmente introduzida pela conjunção pois, como no enunciado a seguir: João será multado, pois parou em local proibido. argumento usadoideia defendida (tese) Na frase acima, temos uma relação de conclusão e explicação. Com base em um fato considerado ver- dadeiro – parou em local proibido – chega-se a uma conclusão – João será multado. A conjunção pois sinaliza que a segunda oração expressa uma explicação para a primeira oração. Essa oração é classificada como coordenada expli- cativa. A primeira é simplesmente uma coordenada assindética. João será multado, POIS parou em local proibido. oração coordenada sindética explicativa oração coordenada assindética Além da conjunção pois, também a conjunção por- que pode adquirir valor explicativo: Já amanheceu, PORQUE o galo cantou. argumento usadoideia defendida (tese) A oração destacada no período é coordenada sindética explicativa, pois apresenta a justificativa para uma afirmação anterior, funcionando como se fosse o argumento para tal. Uma conjunção explicativa de circulação mais restri- ta é porquanto. Sua distribuição ocorre basicamente em textos mais eruditos e mais formais. Muitos estudantes não estão familiarizados com seu uso e, às vezes, sequer compreendem adequadamente o enunciado em que ela aparece. Então não se esqueça: porquanto tem valor explicativo; é sinônimo de pois. Uma observação que auxilia a análise em questões de alguns exames refere-se à forma do verbo da pri- meira oração do período. Se o verbo da oração inicial do período estiver no imperativo, a segunda oração, se for introduzida pelas conjunções pois, porque ou por- quanto, será classificada como coordenada explicativa. É o que ocorre no período a seguir: Leia com calma, PORQUE você entenderá. ideia defendida (tese) oração coordenada assindética inicial argumento usado oração coordenada sindética explicativa Conjunção “que” com valor explicativo. Vimos até aqui três conjunções com valor explicativo: pois (a mais típica), porque (também pode ser causal) e porquanto (a mais rara). Além delas, também a palavra que pode apresentar valor explicativo. Deixe-o em paz, QUE ele não consegue fazer nada direito. ideia defendida (tese) oração coordenada assindética inicial argumento usado oração coordenada sindética explicativa A frase pode ser reescrita, sem alteração em seu significado básico, substituindo-se que por pois:Deixe-o em paz, POIS ele não consegue fazer nada direito. ideia defendida (tese) oração coordenada assindética inicial argumento usado oração coordenada sindética explicativa Na grande maioria das vezes, a conjunção que com valor explicativo aparece em um período cuja oração ini- cial apresenta verbo no modo imperativo. No exemplo, é o caso da forma verbal deixe. Conectivos • pois • porque • porquanto • que (= pois) • por isso Português 7BAula 26 Período composto – oração coordenada II Aula 26 13Português 7B Diferenças entre causa e explicação: É relativamente comum que se confunda a oração coordenada sindética explicativa com a oração subordinada adverbial causal, principalmente quando elas se in- troduzem pela conjunção porque. Lembre-se: a CAUSA é concebi- da como um fato anterior no tempo, acarretando outro fato, posterior, denominado de consequência. Já a EXPLICAÇÃO é concebida como a justificativa para uma afirmação, para uma ideia que funciona como uma espécie de tese. Vamos trabalhar melhor esses conceitos. Inicialmente, convém lembrar que a causa é sempre um fato anterior à consequência. Isso não ocorre com a explicação, que pode não expressar um fato anterior à conclusão, ao menos não cronolo- gicamente anterior. Mas uma diferença importante, talvez a diferença básica, é que a explicação recai sobre um fato não consensual, sobre uma afirmação que pode ser posta em dúvida, ao passo que a causa recai sobre um fato conhecido, cuja existência ou veracidade não é posta em dúvida no contexto em que aparece. Esses conceitos não são simples, até porque são essencialmente abstratos. Vamos procurar torná-los mais claros pela exemplificação no trecho a seguir: Em meio aos cumprimentos de tanta gente, quando lhe per- guntaram como havia ido tão bem naquela prova, a resposta foi simples: – Só tirei aquela nota por- que treinei muita redação ao longo do ano. A oração introduzida pela conjunção porque aqui é subordinada adver- bial causal. O aluno não mostra uma simples justificativa para a ideia que pretende defender como tese. Objetivamente, entendemos que ele expõe a causa de ter tirado uma nota boa. Note que, nesse contexto, o fato de a nota ter sido alta não corresponde a uma dedução. É fato reconhecido, vivenciado pelo nosso protagonista, que houve muito treino. Além disso, treinar muito ocorre anteriormente à obten- ção da boa nota. Primeiro, treinou-se muito, com muitas redações; depois, obteve-se a nota. Por esses dois motivos, estamos diante de uma relação de causa, e não de explicação. A análise sintática do último período do trecho seria, portanto, a seguinte: Só tirei aquela nota porque treinei muita redação ao longo do ano. oração subordinada adverbial causaloração principal Chegamos a essa análise percebendo dois traços semânticos: a causa expressa um fato anterior e recai sobre um fato de existência já conhecida: Só tirei aquela nota porque treinei muita redação ao longo do ano. fato conhecido (consequência) fato anterior no tempo (causa) Note a diferença, agora, em relação a um porque no enunciado como o seguinte: O pássaro está morto, porque parou de cantar. Note: nada garante que o fato de o canto cessar seja a causa, o motivo de o pássaro estar morto. Aliás, seria bem estranho imaginar que todas as vezes em que um pássaro pare de cantar isso signifique, como consequência, que haja a sua morte. Fazer tal raciocínio seria tomar como causa algo que, na verdade, funcio- na como uma suposição, uma explicação. Imagine que alguém realmente suponha a morte do pássaro e a fim de convencer um interlocutor lance mão de um argumento, de uma explicação, para defender a ideia de que o pássaro esteja morto. Essa explicação funciona como uma espécie de argumento – que nem precisa ser verdadeiro, mas que visa a sustentar a ideia principal. O pássaro está morto, porque parou de cantar. explicação oração coordenada sindética explicativa tese oração coordenada assindética 14 Extensivo Terceirão Atenção! Causa 1. Fato anterior no tempo 2. Recai sobre um fato conhecido (consequência) 3. Pode aparecer anteposta à oração principal Explicação 1. Não necessariamente anterior 2. Recai sobre um fato deduzido (conclusão) 3. Não aparece anteposta à oração inicial do período Coordenadas sindéticas conclusivas Relação lógica correlata à explicação, a conclusão pode aparecer sintaticamente na forma de oração coordenada sindética conclusiva. As conjunções conclusivas mais características são logo e portanto. As cigarras já estão cantando, portanto aproxima-se o verão. A segunda oração do período extrai uma conclusão com base na constatação de que as cigarras já estão cantando. As cigarras já estão cantando, PORTANTO aproxima-se o verão. oração coordenada sindética conclusivaoração coordenada assindética É também possível que os conectivos conclusivos apareçam intercalados à oração conclusiva, normalmente pos- postos ao verbo da oração. Nessa situação, a oração conclusiva separa-se da coordenada assindética inicial por meio de ponto e vírgula ou dois-pontos. As cigarras já estão cantando; aproxima-se, PORTANTO o verão. oração coordenada sindética conclusivaoração coordenada assindética Conectivo “pois” com valor conclusivo Além do valor explicativo ou causal – mais comuns –, o conectivo pois pode apresentar valor conclusivo, quando posposto ao verbo da oração. Treinou muitas redações ao longo do ano; terá, POIS, sua recompensa. oração coordenada sindética conclusivaoração coordenada assindética Na frase, o conectivo pois equivale a portanto. A frase poderia ser assim reescrita: Treinou muitas redações ao longo do ano; terá, PORTANTO, sua recompensa. oração coordenada sindética conclusivaoração coordenada assindética Aula 26 15Português 7B Testes Assimilação 26.01. Identifique o POIS como conjunção coordenativa explicativa ou conjunção coordenativa conclusiva: a) Ana deitou-se logo cedo, POIS estava muito cansada. b) O prefeito não agiu com honestidade; perdeu, POIS, na disputa pela reeleição. c) A candidata não obteve muitos votos; ficou, POIS, sem mandato. d) Todas as mães entendem de economia, POIS são elas as responsáveis pela organização do orçamento familiar. 26.02. Classifique sintaticamente a oração coordenada destacada nos períodos a seguir. Utilize o seguinte código: 1. Oração coordenada assindética 2. Oração coordenada sindética aditiva 3. Oração coordenada sindética adversativa 4. Oração coordenada sindética alternativa 5. Oração coordenada sindética explicativa 6. Oração coordenada sindética conclusiva a. ( ) Em uma comunidade, ora há momentos de tensão, ora há momentos de alegria. b. ( ) Juntos nasceram, juntos cresceram, juntos viveram. c. ( ) O professor estava insatisfeito com aquele diretor; logo, haveria problemas entre os dois. d. ( ) O candidato não se fazia de vítima nem ficava lamentando o tempo perdido. e. ( ) Tenha um pouco mais de paciência, pois tudo vai melhorar. f. ( ) Algumas coisas são belas aos olhos, no entanto enfraquecem o espírito. g. ( ) Visitaram a capital paranaense; não foram, entre- tanto, à “Praça do Homem Nu”. h. ( ) Àquela altura, eles não falavam nem se mexiam. i. ( ) Pare, olhe, escute. j. ( ) O padre vai visitá-la no fim do ano, pois está com a agenda cheia. k. ( ) O padre vai visitá-la no fim do ano; está com a agenda cheia, pois. 26.03. (UFSM – RS) – Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido. 1 Correu demais, caiu. 2. Dormiu mal, os sonhos não o deixaram em paz. 3. A matéria perece, a alma é imortal. 4. Leu o livro, é capaz de descrever as persona- gens com detalhes. 5. Guarde seus pertences, podem servir mais tarde. a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto b) por isso, porque, mas, portanto, que c) logo, porém, pois, porque, mas d) porém, pois, logo, todavia, porquee) entretanto, que, porque, pois, portanto 26.04. (UMC – SP) – Observe: “São onze e meia. Preciso ir. O metrô para à meia-noite”. Nesse parágrafo, os pontos substituíram os conectivos. No entanto, as relações que as orações mantêm entre si podem ser explicitadas. São elas: a) oposição/consequência. b) conclusão/causalidade. c) proporção/condição. d) explicação/finalidade. e) comparação/alternância. Aperfeiçoamento Instrução: Texto para as questões 26.05 e 26.06. Por que as lhamas podem guardar o segredo para combater a gripe Cientistas americanos recrutaram uma curio- sa aliada para desenvolver tratamentos contra a gripe: a lhama. O sangue desse animal sul-ameri- cano foi utilizado para produzir uma nova terapia com anticorpos que têm o potencial de combater todos os tipos de gripe. A gripe é uma das doenças mais hábeis na hora de mudar de forma. Constantemente, mo- difica sua aparência para despistar nosso sistema imunológico. Isso explica porque as vacinas nem sempre são efetivas e, a cada inverno, é necessário receber uma nova injeção para prevenir a doença. 16 Extensivo Terceirão Por isso, a ciência está à procura de uma forma de acabar com todos os tipos de gripe, não impor- tando de qual cepa provenha ou o quanto possa sofrer mutações. É aí que entra a lhama. Esses animais, nativos dos Andes, têm anticor- pos incrivelmente pequenos em comparação com os dos humanos. Os anticorpos são as armas do sistema imunológico, e aderem às proteínas que sobressaem na superfície dos vírus. Os anticorpos humanos tendem a atacar as pontas dessas proteínas, essa é a parte em que o vírus da gripe muda com mais rapidez. os anticorpos da lhama, com seu tama- nho diminuto, conseguem atacar as partes do ví- rus da gripe que não sofrem mutação. Uma equipe do Instituto Scripps, nos Estados Unidos, infectou lhamas com múltiplos tipos de gripe, para estimular uma resposta do seu sistema imunológico. Em seguida, analisou o sangue dos animais, procurando pelos anticorpos mais po- tentes, que poderiam atacar uma ampla variedade de vírus. Os cientistas, , identificaram qua- tro anticorpos das lhamas. Depois, começaram a desenvolver um anticorpo sintético, que une ele- mentos desses quatro tipos. O trabalho, que foi publicado na revista científica Science, ainda está em estágios muito iniciais. A equipe de cientistas pretende realizar mais experimentos antes de fazer testes com hu- manos. “Ter um tratamento que possa funcionar contra uma variedade de cepas diferentes do vírus da gripe é algo muito desejado. É o Santo Graal da gripe”, afirma o professor Jonathan Ball, da Uni- versidade de Nottingham. (James Gallagher, Correspondente de Saúde e Ciência, BBC News. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-46101443?ocid=socialflow_fa cebook&fbclid=IwAR1Bj0yRbAN1yzVPG9X8H0KC2B5I59XTXbPwX7 w0kk9O4kfMIop3H-wjmIY. Acesso em 07/07/2019. Adaptado.) 26.05. (UFPR) – Assinale a alternativa que preenche cor- retamente as lacunas acima, na ordem em que aparecem no texto. a) mas – Mas – porém. b) por isso – Então – porém. c) mas – Já – então. d) portanto – Mas – portanto. e) por isso – Já – então. 26.06. (UFPR) – Ao comparar a vacina contra diferentes cepas do vírus da gripe ao Santo Graal, o professor Jonathan Ball quis dizer que: a) tanto o Santo Graal quanto a vacina são buscados com afinco. b) a descoberta da vacina e do Santo Graal cabe a pessoas com aptidões especiais. c) o Santo Graal e a vacina têm o sangue como elemento em comum. d) tanto o Santo Graal como a imunização pelas vacinas são lendas. e) tanto a vacina quanto o Santo Graal apresentam-se em mais de uma forma. Instrução: Texto para a questão 26.07. CUIDADO PARA NÃO BATER Olhe pelo retrovisor Lembre-se de como você era e de como foi tratado pelos adultos. Uma boa conversa pode ser melhor que um castigo daqueles. Mantenha os faróis ligados Acompanhe de perto a vida dos seus fi- lhos. A gente faz coisas sem pensar, quando é surpreendido. Ouça o que eles têm a dizer antes de tirar conclusões no escuro. Use a seta Se a criança mereceu uma bronca, você deve dizer explicadinho o porquê. Mos- tre a ela como fazer diferente nas próxi- mas vezes. Evite o excesso de velocidade Vá devagar com seu filho. As crianças levam tempo para aprender as coisas. Não dá para conseguir tudo de uma vez. Se beber, não dirija Se beber, deixe qualquer conversa séria para outro dia. A bebida é má conselheira. E arrependi- mento é pior do que ressaca, Para mais informações: www.naobataeduque.org.br Aula 26 17Português 7B 26.07. (UEM – PR) – Considerando que o slogan “Não bata. Eduque.”, veiculado no texto, busca promover uma mudança de comportamento, visando a evitar que as crianças sejam punidas com castigos físicos, assinale o que for correto. 01) Se for modificado o slogan “Não bata. Eduque.” para “Não bata e eduque.”, a introdução da conjunção aditiva “e” leva a entender que as crianças que são punidas com cas- tigos físicos nem sempre recebem a educação necessária para o seu desenvolvimento. 02) Se for modificado o slogan “Não bata. Eduque.” para “Não bata, portanto eduque.”, a introdução da vírgula e da conjunção conclusiva “portanto” não causa alteração sig- nificativa do sentido. 04) Se for modificado o slogan “Não bata. Eduque.” para “Não bata, a não ser que eduque”, a introdução do conec- tor “a não ser que” estabelece uma relação de dependên- cia ou de condição entre as ideias de “bater” e “educar”. 08) Se for modificado o slogan “Não bata. Eduque.” para “Não bata, logo eduque.”, a introdução da vírgula e da con- junção conclusiva “logo” provoca o efeito de sentido de que a punição com castigos físicos não equivale a educar. 16) Se for modificado o slogan “Não bata. Eduque.” para “Não bata, porém eduque.” ou para “Não bata, contudo eduque.”, os slogans alterados podem ser considerados equivalentes entre si. 26.08. (IFCE) – Observe as orações destacadas e assinale a alternativa que apresenta incorreta classificação quanto ao tipo de oração. a) Não deixe de estudar, pois isso se tornará um prejuízo. (Oração coordenada explicativa) b) Ela ia de um lado a outro da sala e parecia inquieta demais. (Oração coordenada aditiva) c) O Brasil é um país extremamente rico; grande parte de seu povo, todavia, vive em condição miserável. (Oração coordenada adversativa) d) Nossos atletas não jogaram muito bem, nem conseguiram vencer o campeonato. (Oração coordenada conclusiva) e) Ele demonstrou ser extremamente teimoso e irritadiço; não tem, pois, condição de trabalhar com o público. (Oração coordenada conclusiva) 26.09. Assinale a alternativa em que a oração em destaque foi incorretamente analisada: a) Faça suas apostas, PORQUE O SORTEIO SERÁ AMANHÃ. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva) b) Presenciou a enchente E SOCORREU AS VÍTIMAS. (Oração Coordenada Sindética Aditiva) c) A candidata fala muito, QUESTIONA BASTANTE. (Oração Coordenada Assindética) d) Não se demore, POIS IREMOS À FESTA. (Oração Coorde- nada Sindética Explicativa) e) Não corria NEM BRINCAVA. (Oração Coordenada Sindética Aditiva) 26.10. Assinale a alternativa em que a oração em destaque está corretamente analisada: a) Peço um refrigerante OU TOMO SUCO DE FRUTAS? (Oração Coordenada Assindética) b) Não respeitava os idosos NEM OS JOVENS. (Oração Coor- denada Sindética Explicativa) c) A vista é linda, MAS O HOMEM TACITURNO NÃO A OBSER- VA. (Oração Coordenada Sindética Aditiva) d) Fizeram uma ótima campanha; MERECEM, POIS, UM PRÊ- MIO. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva) e) Calvin chorava, LAMENTAVA A PERDA DO GUAXININZI- NHO. (Oração Coordenada Sindética Alternativa) Aprofundamento 26.11. (FGV – SP) – Observe os períodos adiante, diferentes quanto à pontuação. – Adoeci logo; não me tratei. – Adoeci; logo não me tratei. A observação atenta desses períodos permite dizer que: a) No primeiro, LOGO é um advérbio de tempo; no segundo, uma conjunção causal.b) No primeiro, LOGO é uma palavra invariável; no segundo, uma palavra variável. c) No primeiro, as orações estão coordenadas sem a presen- ça de conjunção; na segunda, com a presença de uma conjunção conclusiva. d) No primeiro, as orações estão coordenadas com a pre- sença de conjunção; na segunda, sem conjunção alguma. e) No primeiro, a segunda oração indica alternância; no segundo, a segunda oração indica a consequência. Instrução: Texto para a questão 26.12. “Alguns anos vivi em Itabira Principalmente nasci em Itabira POR ISSO sou triste, sou orgulhoso: de ferro.” (Carlos Drummond de Andrade) 26.12. (UFPE) – Observe que o verso final do fragmento expressa uma conclusão. Em quais dos itens a oração em maiúsculo apresenta a mesma ideia conclusiva? 1. “Penso, LOGO EXISTO” (Descartes) 2. “Eu possa me dizer do amor (que tive): Que seja imortal, POSTO QUE É CHAMA...” (Vinicius de Moraes) 3. “ Lutar com palavras é a luta mais vã. 18 Extensivo Terceirão ENTANTO LUTAMOS mal rompe a manhã.” (Carlos Drummond de Andrade) 4. “Eu canto PORQUE O INSTANTE EXISTE E a minha vida está completa.” (Cecília Meireles) 5. “... DEVO PEDIR, POIS, À CIÊNCIA, que me explique o que é a vida ...” (Émile Zola) Estão corretos apenas os itens: a) 1, 2 e 3; b) 4 e 5; c) 1 e 5; d) 2, 3 e 4; e) 1, 3 e 4. 26.13. Assinale a alternativa em que a oração em destaque esteja corretamente analisada: a) Fui à loja E COMPREI CALÇADOS. (Oração Coordenada Sindética Adversativa) b) Não vá agora, QUE ESTÁ NEVANDO. (Oração Coordenada Sindética Explicativa) c) Obteve péssima pontuação, LOGO SERÁ REPROVADO. (Oração Coordenada Assindética) d) Ora murmurava, ORA FALAVA ALTO. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva) e) Tropeçou, MAS NÃO CAIU. (Oração Coordenada Sindé- tica Aditiva) 26.14. (EEAR – SP) – Marque a alternativa incorreta quanto à classificação das orações coordenadas sindéticas destacadas. a) Fabiano não só foi o melhor, mas também foi o mais votado. (aditiva) b) Apresente seus argumentos ou ficará sem chance de defesa. (conclusiva) c) Estude muito, pois a prova de conhecimentos específicos estará bem difícil. (explicativa) d) Ela era a mais bem preparada candidata, mas a vaga de emprego foi destinada a sua amiga. (adversativa) 26.15. (ESPCEX – SP) – Assinale a alternativa em que está destacada uma oração coordenada explicativa. a) Peço que te cales. b) O homem é um animal que pensa. c) Ele não esperava que a mãe o perdoasse. d) Leve-a até o táxi, que ela precisa ir agora. e) É necessário que estudes. 26.16. Compare os períodos abaixo: I. Ele voltou para o curso porque não se adaptou à vida boêmia. II. Volte para o cursinho, porque queremos sua com- panhia. Faça a soma das afirmações corretas: 01) Os dois períodos são compostos por subordinação. 02) A conjunção PORQUE recebe a mesma classificação nos dois períodos. 04) Em I, a oração destacada é subordinada adverbial cau- sal; em II, é coordenada sindética explicativa. 08) As duas orações em destaque são subordinadas ad- verbiais causais. 16) Em II, a oração destacada expressa uma justificativa para o pedido da primeira oração. 32) Em I, a primeira oração expressa a consequência da segunda. 26.17. (PUCCAMP – SP) – A única frase em que a ideia de conclusão está corretamente introduzida pelo termo destacado é: a) Na linha de montagem, cada trabalhador conhece ape- nas uma fase do trabalho, assim ele está a par de todo o processo de produção. b) Informação, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima velocidade – a um ritmo de stress – portanto, o nosso século é o do enfarte. c) Os resíduos que não somos capazes de suprimir são gerados pelo bem-estar, logo, ninguém mais quer eliminá-los. d) O século XX foi também o século da descoberta da fragilidade; é, pois, o século do triunfo tecnológico. e) A ação a distância salva vidas, mas também irrespon- sabiliza o crime, por isso ela é um indiscutível êxito do nosso século. 26.18. (CESGRANRIO – RJ) – Assinale a classificação COR- RETA da oração destacada: “Caíra no fim do pátio, debaixo de um jua- zeiro, DEPOIS TOMARA CONTA DA CASA DE- SERTA.” a) Subordinada adverbial temporal b) Subordinada adverbial proporcional c) Subordinada adverbial consecutiva d) Coordenada sindética conclusiva e) Coordenada assindética Aula 26 19Português 7B Desafio 26.19. (UERJ) – “O racismo não é apenas uma ideologia social e política. É tam- bém uma teoria que se pretende científica”. O trecho acima contém dois períodos que, embora sejam sintaticamente inde- pendentes, estão unidos por uma certa relação de sentido. Utilizando conectivos, reecreva este trecho em um só período composto por orações coordenadas, de modo que a relação de sentido seja mantida. Instrução: Considere os textos de Aníbal Machado e Cecília Meireles para res- ponder à questão 26.20. TEXTO 1 O grande clandestino Aníbal Machado Eu me distraio muito com a passagem do tempo. Chego às vezes a dormir. O tempo então aproveita e [passa escondido. ¹Mas com que velocidade! Basta ver o estado das coisas depois que desperto: [quase todas fora do lugar, ou desaparecidas; outras [com uma prole imensa; O que é preciso é nunca dormir, e ficar vigilante, para [obrigá-lo ao menos a disfarçar a evidência de suas [metamorfoses. (...) ²Contudo, não se deve ligar demasiada importância ao [tempo. Ele corre de qualquer maneira. É até possível que não exista. Seu propósito evidente é envelhecer o mundo. Mas a resposta do mundo é renascer sempre para o [tempo. TEXTO 2 O tempo e os relógios Cecília Meireles Creia-se ou não, todo mundo sente que o tempo passa. Não precisamos olhar para o espelho nem para ne- nhum relógio: o tempo está em nosso coração, e ouve-se; o tempo está em nosso pen- samento, e lembra-se. “Vou matando o tempo, enquanto o tempo não me mata” — res- pondia-me na Índia um gran- de homem amigo meu, cada vez que perguntava como ia passando. (...) Em todo caso, esses são os tempos grandes. O tempo pe- queno é o dos nossos relógios. 26.20. (UFSCAR – SP) – Muitos recur- sos linguísticos garantem ao texto a sua coesão e expressividade. a) No texto de Aníbal Machado, os ter- mos “mas” (ref. 1) e “contudo” (ref. 2) têm a mesma função coesiva e ex- pressiva? Justifique a sua resposta. b) No trecho do texto 2 “Não precisa- mos olhar para o espelho nem para nenhum relógio: o tempo está em nosso coração, e ouve-se...”, os dois pontos poderiam ser substituídos por um conectivo para ligar as orações. Reescreva o trecho, expli- citando esse elemento de ligação das orações. 20 Extensivo Terceirão Gabarito 26.01. a) explicativa b) conclusiva c) conclusiva d) explicativa 26.02. a. ( 4 ) Em uma comunidade, ora há momentos de tensão, ora há momentos de alegria. b. ( 1 ) Juntos nasceram, juntos cresceram, juntos viveram. c. ( 6 ) O professor estava insatisfeito com aquele diretor; logo, ha- veria problemas entre os dois. d. ( 2 ) O candidato não se fazia de vítima nem ficava lamentan- do o tempo perdido. e. ( 5 ) Tenha um pouco mais de paciência, pois tudo vai melhorar. f. ( 3 ) Algumas coisas são belas aos olhos, no entanto enfraque- cem o espírito. g. ( 3 ) Visitaram a capital paranaense; não foram, entretanto, à “Praça do Homem Nu”. h. ( 2 ) Àquela altura, eles não falavam nem se mexiam. i. ( 1 ) Pare, olhe, escute. j. ( 5 ) O padre vai visitá-la no fim do ano, pois está com a agen- da cheia. k. ( 6 ) O padre vai visitá-la no fim do ano; está com a agenda cheia, pois. 26.03. b 26.04. b 26.05. c 26.06. a 26.07. 29 (01+04+08+16) 26.08. d 26.09. a 26.10. d 26.11. c 26.12. c 26.13. b 26.14. b 26.15. d 26.16. 52 (04+16+32) 26.17. b 26.18. e 26.19. O racismo não é apenas uma ideologia social e política, MAS TAM- BÉM uma teoria que se pretende científica./ O racismo não é ape- nas uma ideologia social e política, MAS AINDA uma teoria que se pretende científica. 26.20. a) MAS está como recurso expressivo:E com que velocidade! O CONTUDO exprime ideia de oposição. b) Não precisamos olhar para o espelho nem para nenhum relógio, POIS o tempo está em nosso coração; e ouve-se...” 21Português 7B Para começar Depois de estudarmos as principais funções da vírgula, enfocaremos agora os papéis assumidos por alguns outros sinais de pontuação. Ponto e vírgula • NÃO SE USA no período simples, entre termos, palavras e expressões enumeradas. Para isso, usa-se a vírgula. • NÃO SE USA entre oração principal e oração subordinada Partiram cedo Cazuza, Tim Maia, Renato Russo, Cássia Eller. Saiba que todos estão torcendo por você. Os projetos, que foram autorizados pelo gover- no, seguem para votação. Embora estejamos cansados, aguentamos até o fim. Usa-se o ponto e vírgula a) Em orações coordenadas, inclusive naquelas que apresentem alguma forma de simetria ou oposição de sentido entre si. Na teoria, um discurso moralista. Na prática, uma ação imoral. Na teoria, um discurso moralista; na prática, uma ação imoral. b) Em orações coordenadas já com vírgulas em seu interior. A mãe, desesperada, quer que o filho faça ves- tibular em qualquer escola; o pai, entretanto, mais ponderado, espera que o filho escolha sozinho. Dois-pontos Função básica: indicar que tudo o que vem após eles explica melhor o que ficou atrás. Assim, os dois-pontos apontam – citação alheia: O pai sempre usava aquelas palavras: “Eu sou eu, jacaré é um bicho”. – explicação ou esclarecimento de uma palavra ou expressão: Problema constante de muitos jovens estudantes: a pressão dos pais. Aspas * Indicam citações textuais de outra autoria. Quando Guimarães Rosa diz “Viver é difícil”, sabe muito bem do que está falando. * Indicam gírias, estrangeirismos, arcaísmos, formas populares. - “Ê” ou “é” são as formas aceitas na pronúncia da vogal. - Ninguém suporta tanto “mimimi”. Travessão • Indica mudança de interlocutor no diálogo. • Substitui a vírgula quando se deseja dar destaque a palavra ou expressão no interior da frase: Nos vestibulares mais difíceis – que são os que nos interessam – o Positivo sempre aprova mais. Aula 27 Pontuação II Português 1B7B 22 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 27.01. (IFSC) – Leia com atenção o excerto a seguir assinale a alternativa CORRETA: “Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português [...]” As aspas possuem diversas funções num texto. No trecho, o autor usou aspas na palavra em destaque principalmente para: a) dar ênfase à palavra usada. b) questionar a própria noção do que é considerado certo. c) deixar claro que a palavra está escrita de modo inade- quado. d) registrar a origem latina da palavra. e) deixar claro que, nesse contexto, o significado da palavra é seu antônimo. 27.02. (UEGO) – Considere o seguinte fragmento: Nessa perspectiva, o direito à cidade é, por- tanto, muito mais do que um direito de acesso individual ou grupal aos recursos que a cidade incorpora: é um direito de mudar e reinventar a cidade, de forma que ela atenda aos desejos mais profundos e às necessidades mais prementes do ser humano. O uso do sinal de dois pontos (:), nesse trecho, tem a função de a) intercalar um segmento vocativo. b) introduzir um trecho explicativo. c) sinalizar uma enumeração de itens. d) marcar a inserção de um discurso direto. e) separar a oração principal da subordinada. 27.03. (UEMT) – Aponte a alternativa em que a pontuação da frase está incorreta. a) As crises, indubitavelmente, são cíclicas: vão e voltam. b) Os pescadores, ao final da tarde, foram-se; os jacarés, então, surgiram nas praias. c) O velho caçador comandou: “Fogo!”. E o aprendiz acertou o alvo com precisão. d) As respostas que espero – veja bem – devem ser objetivas, sinceras e corretas. e) Paulo preocupado, pegou o telefone; chamou a mulher de novo, e perguntou pelo filho. 27.04. (UFPR) – Assinale a alternativa corretamente pontuada, de acordo com a norma padrão escrita. a) Em Minas até ontem, haviam sido registrados quatro casos de sarampo, três de pessoas que contraíram o vírus em outros lugares e um autóctone quando a transmissão ocorre dentro do território, o primeiro em 20 anos. b) Em Minas, até ontem haviam sido registrados quatro casos de sarampo – três de pessoas que contraíram o vírus em outros lugares e um autóctone, quando a transmissão ocorre dentro do território – o primeiro em 20 anos. c) Em Minas, até ontem, haviam sido registrados quatro casos de sarampo: três de pessoas que contraíram o vírus em outros lugares; e um autóctone – quando a transmis- são ocorre dentro do território –, o primeiro em 20 anos. d) Em Minas até ontem haviam sido registrados, quatro casos de sarampo; três de pessoas que contraíram o vírus em outros lugares e um autóctone – quando a transmissão ocorre dentro do território, o primeiro em 20 anos. e) Em Minas, até ontem, haviam sido registrados, quatro casos de sarampo, três, de pessoas que contraíram o vírus em outros lugares e, um autóctone, quando a transmissão ocorre dentro do território, o primeiro em 20 anos. Aperfeiçoamento 27.05. (CESGRANRIO – RJ) – Identifique a alternativa em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem substituir os asteriscos da frase a seguir: Quando se trata de trabalho científico * duas coisas devem ser consideradas * uma é a contri- buição teórica que o trabalho oferece * a outra é o valor prático que possa ter. a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula. b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula. c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula. d) ponto e vírgula, dois pontos, ponto e vírgula. e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. 27.06. (UTFPR) – A alternativa correta quanto à reescrita correta do trecho transcrito a seguir, sem prejuízo ao sig- nificado, é: “A tecnologia abreviou o tempo, mas fez com que as pessoas estejam conectadas sempre, am- pliando a sensação de mais tarefas e menos tem- po. Esse novo ritmo está moldando as relações humanas, incluindo nos relacionamentos uma desculpa pronta: a falta de tempo”, acrescenta Oliveira. Aula 27 23Português 7B a) Oliveira acrescentou que “a tecnologia abreviou o tempo, no entanto fez com que as pessoas estejam conectadas sempre, ampliando a sensação de menos tempo e mais tarefas. Esse novo ritmo está moldando as relações huma- nas, incluindo nos relacionamentos uma desculpa pronta: a falta de tempo”. b) “A tecnologia abreviou o tempo e fez com que as pessoas estivessem conectadas sempre, ampliando a sensação de mais tarefas e menos tempo. Esse novo ritmo estava moldando as relações humanas, incluindo nos rela- cionamentos uma desculpa pronta: a falta de tempo”, acrescenta Oliveira. c) “A tecnologia abreviou o tempo, todavia fez com que as pessoas estejam sempre conectadas, ampliando a sensação de mais tarefas e menos tempo.” Acrescenta Oliveira que “esse novo ritmo estava moldando as relações humanas, incluindo nos relacionamentos a desculpa pronta da falta de tempo”. d) Acrescenta Oliveira: a tecnologia abreviou o tempo ou fez com que as pessoas estivessem conectadas sempre, ampliando a sensação de mais tarefas e menos tempo. Este novo ritmo está moldando as relações humanas, incluindo nos relacionamentos uma desculpa pronta: a falta de tempo. e) “O tempo foi abreviado pela tecnologia, já que fez com que as pessoas estejam muito conectadas, ampliando a sensação de menos tarefas e mais tempo. Esse novo ritmo está moldando as relações humanas, incluindo nos relacionamentos uma desculpa pronta: a falta de tempo”, acrescenta Oliveira. Instrução: O texto a seguir é referência para as questões 27.07 e 27.08. Famílias em transformação O projeto de lei que cria o Estatuto da Família colocou na pauta do dia a discussão a respeito do conceito de família.Afinal, o que é família hoje? Alguém aí tem uma definição, para a atualidade, que consiga acolher todos os grupos existentes que vivem em contextos familiares? A Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa: “Família é a união entre homem e mulher, por meio de casamento ou de união es- tável, ou a comunidade formada por qualquer um dos pais junto com os filhos”. Essa é a definição aprovada pela Câmara para o projeto cuja finali- dade é orientar as políticas públicas quanto aos direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –, principalmente nas áreas de segurança, saúde e educação. Vou deixar de lado a discussão a respeito das injustiças, preconceitos e exclusões que tal definição comporta, para con- versar a respeito das famílias da atualidade. Desde o início da segunda metade do século passado, o conceito de família entrou em crise, e uso a palavra crise no sentido mais positivo do termo: o que aponta para renovação e transição; mudança, enfim. Até então, tínhamos, na moder- nidade, uma configuração social hegemônica de família, que era pautada por um tipo de aliança – entre um homem e uma mulher – e por rela- ções de consanguinidade. As mudanças ocorridas no mundo determinaram inúmeras alterações nas famílias, não apenas em seu desenho, mas, prin- cipalmente, em suas dinâmicas. E é importante aceitar essa questão: não foram as famílias que provocaram mudanças na socie- dade; esta é que determinou muitas mudanças nas famílias. Só assim iremos conseguir enxergar que a família não é um agente de perturbação da sociedade. É a sociedade que tem perturbado, e muito, o funcionamento familiar. Um exemplo? Algumas mulheres renunciam ao direito de ficar com o filho recém-nascido durante todo o perío- do da licença-maternidade determinado por lei, porque isso pode atrapalhar sua carreira profis- sional. Em outras palavras: elas entenderam que a sociedade prioriza o trabalho em detrimento da dedicação à família. É assim ou não é? Se pudéssemos levantar um único quesito que seria fundamental para caracterizar a transforma- ção de um agrupamento de pessoas em família, eu diria que é o vínculo, tanto horizontal quan- to vertical. E, hoje, todo mundo conhece grupos de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que têm relação de parentesco que não se constituem verdadeiramente em família, por absoluta falta de vínculo entre seus integrantes. Os novos valores sociais têm norteado as pes- soas para esse caminho. Vamos lembrar valores decisivos para nossa sociedade: o consumo, que valoriza o trabalho exagerado, a ambição desme- dida e o sucesso a qualquer custo; a juventude, que leva adultos, independentemente da idade, a adotar um estilo de vida juvenil, que dá pouco espaço para o compromisso que os vínculos exi- gem; a busca da felicidade, identificada com sa- tisfação imediata, que leva a trocas sucessivas nos relacionamentos amorosos, como amizades e par afetivo, só para citar alguns exemplos. O vínculo afetivo tem relação com a vida pessoal. O vínculo social, com a cidadania. Ambos estão bem frágeis, não é? SAYÃO, Rosely. <www.folhaonline.com.br>. Em 29 set. 2015. 24 Extensivo Terceirão 27.07. (UFPR) – Com base no texto, considere as seguintes afirmativas: 1. O conceito de família adotado no projeto de lei que cria o Estatuto da Família corresponde à composição familiar predominante na pri- meira metade do século XX. 2. Uma família se constitui pelo vínculo entre pessoas, sejam da mesma geração, sejam de gerações diferentes. 3. A ausência de vínculo afetivo entre pessoas que têm relação de parentesco é um fator de desestabilização da sociedade. 4. O conceito de família aprovado pela Câmara dos Deputados exclui do escopo das políticas públicas parte dos agrupamentos familiares existentes. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 27.08. (UFPR) – Identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas sobre o uso de expressões e/ou sinais de pontuação no texto. ( ) O diálogo com o leitor é marcado no texto pelo uso da expressão “alguém aí”, na segunda linha, e pelo uso recorrente da interrogação. ( ) A expressão sublinhada em “a Câmara dos Deputados tem a resposta que considera a certa” antecipa para o leitor a adesão da autora à definição de família aprova- da para o projeto de lei do Estatuto da Família. ( ) No trecho “direitos das famílias – essas que se encaixam na definição proposta –”, a expressão entre travessões alerta o leitor para a restrição do conceito de família mencionado. ( ) As expressões “desde o início da segunda metade do século passado” e “até então” (3º. parágrafo) introduzem informações situadas em um mesmo período. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – F – V – F. c) F – F – V – V. e) V – V – F – V. b) V – V – F – F. d) F – V – V – V. Instrução: O texto a seguir serve de referência para as questões 27.09 e 27.10. A era dos memes na crise política atual Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A nossa capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos ¹“jogando a toalha” ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e áudios engraçados expõe um certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: ²“Tira a Dilma. Tira o Aécio. Tira o Cunha. Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual”. Eis uma das milha- res de piadas que circulam nas redes sociais e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa pia- da ou outra congênere; que não gargalhe dian- te dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens de celular, independentemente do grau de escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório saber” que todas as classes estão conscientes da gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enér- gicas precisam ser tomadas. A diferença está na forma ideologicamente defendida para a tomada de medidas. A ³“memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário e executivo, es- timulando, inclusive, tentativas frustradas de ma- peamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. [...] Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo as- pecto politizada, não garante mudanças sociais de grande impacto. Esses manifestos e/ou críticas de formas iso- ladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem inten- ção, relegar os cidadãos brasileiros a um estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em 4“berço esplêndido”. Já os manifestos, protestos e/ou passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder ins- tituídos ainda são os mecanismos mais eloquentes e potenciais para contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête, o diálogo crítico e reflexivo em casa, na comunidade e demais ambientes so- cioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial, que busca a alteridade. Que apresente discordâncias, entretanto respeite a opinião di- vergente, sem abrir mão da ética e do respeito aos direitos humanos. (Luciano Freitas Filho – Carta Capital (adaptado), junho/2017. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com. br/2017/06/07/era-dos-memes-na-crise-politica-atual/>.) Aula 27 25Português 7B27.09. (UFPR) – Considere as avaliações dos memes enquan- to prática social e assinale a alternativa que se apresenta coerente com o proposto pelo texto: a) Em razão do seu modo de funcionamento, os memes não têm o mesmo efeito que as manifestações convencionais. b) As tentativas de controle da disseminação dos memes no espaço virtual, por parte dos poderes instituídos, têm gerado situações de desconforto. c) A adesão ao conteúdo dos memes se apresenta de modo convergente para pessoas de diferentes classes sociais e posições políticas. d) Por se revestirem simultaneamente de caráter de crítica e de deboche, os memes são a melhor forma de embate tête-a-tête. e) Apesar de sua força expressiva, os memes não constituem recurso para mudanças sociais efetivas, porque seu lugar de circulação não goza de legitimidade. 27.10. (UFPR) – Considere as afirmativas abaixo acerca dos usos de aspas presentes no texto: 1. Em “Tira a Dilma, Tira o Aécio, Tira o Cunha, Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota o fio dental, morena você é tão sensual” (ref. 2), as aspas cumprem o papel de demarcar citação. 2. Em “jogando a toalha” (ref. 1), as aspas estão demarcando uma expressão idiomática. 3. Em “memecrítica” (ref. 3), as aspas estão demarcando um deslocamento do sentido usual da palavra. 4. Em “berço esplêndido” (ref. 4), as aspas demarcam ironia pela via do recurso da intertextualidade. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. Aprofundamento Instrução: O texto a seguir é referência para as questões 27.11 a 27.13 O jogo do salário mínimo Em menos de trinta minutos, dois times cente- nários do futebol carioca, Bonsucesso e Olaria, vão se enfrentar num jogo-treino, na preparação para a disputa da segunda divisão do campeonato do Rio. ¹Na arena vazia, os jogadores vivem a desigual- dade salarial do futebol brasileiro. Na esperança de chegar a um clube grande, os 22 atletas em campo correm no estádio em troca de um salário míni- mo (998 reais) na carteira assinada – ²isso quando não há atraso no pagamento. Juntos, ganham cerca de 22 mil reais – menos de 2% do salário mensal de uma estrela como o atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Flamengo. ³Longe do glamour dos estádios padrão Fifa, os 22 em campo no chama- do Clássico da Leopoldina, 4em referência à antiga linha de trem, são um retrato do precário mercado de trabalho da bola no Brasil. Levantamento do antigo Ministério do Tra- balho revela que a maioria (54%) dos jogadores de futebol do país empregados em 2017 recebia até três salários mínimos (2.811 reais). Os dados constam da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2017. [...] A estatística do antigo Ministério do Trabalho é o único levantamento que tenta mapear os salá- rios no futebol brasileiro. 5A CBF fazia uma pes- quisa parecida, mas deixou de publicar por causa das distorções criadas pelos contratos de direito de imagem. Segundo a última edição do traba- lho da entidade que comanda o futebol nacional, mais de 80% dos jogadores de futebol ganhavam até 1 mil reais por mês em 2016. 6Sem citar no- mes, a CBF informou que apenas um jogador re- cebia mais de 500 mil reais, mas o número estava longe da realidade, e o mesmo se pode dizer dos dados da RAIS. O salário em carteira é só uma parte do que os atletas recebem, pois o principal vem dos direitos de imagem e patrocínios. Mas essa é uma realidade dos clubes grandes. Em clubes como Bonsucesso e Olaria, não há direitos de imagem, já que não há imagem a ser vendida. Os patrocinadores estão mais para pe- quenos comerciantes locais do que para grandes financiadores do futebol. (Sérgio Rangel. Disponível em: https://piaui.folha.uol. com.br/o-jogo-do-salario-minimo/. 31/05/2019.) 27.11. (UFPR) – Com base no texto de Rangel, considere as seguintes afirmativas: 1. Em “Os patrocinadores estão mais para pequenos co- merciantes locais do que para grandes financiadores do futebol”, temos uma relação de contraposição. 2. Os baixos salários, somados aos atrasos nos pagamentos, são aspectos da precariedade do mercado da bola no Brasil. 3. Os dados salariais dos jogadores brasileiros, apontados pela RAIS, apresentam distorções porque a maioria dos jogadores recebem até três salários mínimos por mês, enquanto outros recebem até quinhentos mil reais por mês. 4. A ausência de comercialização de imagens de jogadores de clubes como Bonsucesso e Olaria decorre do fato de esses jogadores não terem direitos de imagem como o jogador Gabigol, por exemplo. Assinale a alternativa correta. a) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. e) Somente a afirmativa 3 é verdadeira. 26 Extensivo Terceirão 27.12. (UFPR) – Acerca de aspectos relativos à pontuação, assinale a alternativa correta com relação a alguns excertos do texto. a) Se o segmento “na arena vazia” (ref. 1) for deslocado para o final do período, a vírgula não poderá ser dispensada, em razão de aspectos gramaticais. b) O travessão antes de “isso quando não há atraso no paga- mento” (ref. 2) poderia ser substituído por ponto final, sem prejuízo gramatical e do sentido básico do enunciado. c) As vírgulas que isolam o segmento “em referência à antiga linha de trem” (ref. 4) são opcionais. d) No segmento “A CBF fazia uma pesquisa parecida, mas deixou de publicar...” (ref. 5), a substituição do “mas” por “a qual” dispensaria a necessidade da vírgula. e) Se o segmento “Sem citar nomes” (ref. 6) fosse deslocado para depois de “apenas um jogador”, o uso de vírgula poderia ser dispensado. 27.13. (UFPR) – Com base no texto, identifique como verda- deiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) A expressão “na arena vazia” (ref. 1) encontra-se em relação de oposição metafórica com a expressão “gla- mour dos estádios padrão Fifa” (ref. 3). ( ) Ainda que os jogadores de clubes como Bonsucesso e Olaria sujeitem-se aos baixos salários, eles mantêm no horizonte a aspiração aos grandes clubes. ( ) O autor do texto traz a lume denúncias de jogadores acerca das disparidades salariais no mundo do futebol. ( ) O desequilíbrio entre o que um jogador-estrela recebe no Brasil em relação ao contingente dos demais joga- dores fundamenta-se na variável direitos de imagem. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) V – V – F – V. b) V – F – V – F. c) F – V – F – V. d) F – F – V – V. e) V – V – V – F. Instrução: Texto para as questões 27.14, 27.15 e 27.16. Ser como todo mundo? (Roberto DaMatta*) Uma palavra resume a crise brasileira: a igual- dade. 1Conforme 2tenho salientado no meu tra- balho e nesta coluna, o Brasil não tem problemas com a desigualdade. Ele 3ama de paixão as hierar- quias e as gradações 4que 5estão em toda parte. Em nossas leis 6sobram privilégios, penachos, re- cursos, isenções7... Nossa formação nacional teve no escravismo, no patrimonialismo aristocrático e no compadrio das casas-grandes e nos grandes apartamentos dos “bair- ros nobres” de nossas cidades o seu centro e razão. Não é fácil ser igualitário com essa folha corrida. Sempre 8fomos dinamizados 9por elos pesso- ais oficializados e legais. Nosso projeto de vida funda-se no arrumar-se e no “10subir na vida”. Alcançar o baronato — ser alguém —, “11virar fa- moso” e, do alto da sua celebrização, ter direito a fazer tudo sem ser molestado pelo bando de care- tas que, infelizmente, não são como nós. Saber com certeza quem é quem, 12mapear 13com precisão genealogias familísticas, poder dizer com um riso superior — “14conheci Frank Sinatra 15quando ele morava em Hoboken e era um merdinha”16; 17ou, “esse euconheço!” — con- firma a nossa ontologia segundo 18a qual “conhe- cer” ou relacionar-se pessoalmente é um modo de estar num mundo ordenado por ricos e pobres, superiores e inferiores, homens e mulheres, bran- cos e negros, limpos e sujos. O modo de nave- gação social confirma um universo ordenado em camadas e é melhor você estar “por cima”. Nossa questão mais angustiante, o que even- tualmente nos tira do sério, não é 19saber 20que tudo tem um dono, e dele receber ordens. Não21! 22É entrar numa sala 23onde outras pessoas tam- bém aguardam na fila, e todos se olham com uma ofensiva indiferença porque ninguém sabe quem é quem. 24No Brasil, a igualdade é vivida como uma ofensa ou um castigo. 25O anonimato associado à cidadania nos per- turba. Para nós, o maior castigo não é a prisão, é saber que somos iguais a todo mundo porque burlamos a lei que foi feita para todos, menos para nós. 26Quando indiciados, viramos vítimas de uma maldosa igualdade republicana! No Bra- sil lido como Estado nacional, somos todos “ci- dadãos”. Mas no Brasil relacional da casa e das 27amizades que nos impedem de dizer não, so- mos todos parentes e amigos. Não somos como todo mundo. 28Saiu ao pai ou ao avô... Merece a nomeação. Ademais, é afilhado do presidente e tem “pinta” e “jeito” de alto funcionário: não vai fazer feio. A “29aparência”30. 31Eis um traço merecedor de um tratado de sociologia. Meu mentor harvar- diano, Richard Moneygrand, dizia que a “32luta das aparências” (e das recomendações e empe- nhos) é tão ou 33mais importante do que a 34luta de classes no Brasil... 35— Logo vi que era “36gentinha”... — Você viu o “jeito” dele (ou dela)? Descobri imediatamente quem era pelo modo como ele (ou ela) se sentou, comeu e falou. 37— Você viu a roupa? Notou o sapato? Ati- nou para a sujeira das unhas? 38— Eu até que tolero a pobreza, mas não me conformo com falta de limpeza. Um pobre precisa ser limpo. 39Sobretudo se for preto... Aula 27 27Português 7B Nosso inferno não são os “40palácios” onde poucos entram, todos se conhecem e sabem dos seus lugares, 41mas os espaços abertos. 42Sobretu- do quando temos que esperar o sinal para cami- nhar e sentir como todo mundo! 43— Eu sei que não sou e jamais vou ser todo mundo! — diz o magistrado do Tribunal Supre- mo. É justo nesse “todo mundo” que jaz, 44como um 45cadáver oculto, o 46nosso problema. 47Pois como ser como todo mundo se mamãe nos criou para ser ministro? 48Como ser como todo mundo se a nossa família tem origem nobre? 49Empobre- cemos50, mas “temos berço”. Como, então, seguir as normas de urbanidade deste nosso mundo urbano? 51— Não entro em fila! Não tenho paciência para esperas imbecis. Pago a um criado para tan- to. Tenho que cuidar do meu projeto político so- cialista, que é urgente e está atrasado. Como é que eu vou ter tempo para ser como os outros? A República proclamada sem um viés igualitá- rio 52só tem a perna da liberdade. 53A da 54igual- dade que, ao lado da fraternidade, 55regularia o seu caminho, nasceu 56atrofiada e até hoje per- manece torta. A liberdade de gritar, de confrontar, é reveladora. 57Só grita quem pode, e calar é sinal de juízo e respeito. 58Hoje assistimos às tramas para impedir a realização da igualdade que, para muitos pode- rosos, foi longe demais igualando quem deveria estar acima da lei. 59— Como ser como todo mundo numa socie- dade marcada por privilégios? Qual a fórmula do viver democrático e igualitário? 60Aprenda a dizer não a si mesmo. É nesse abrir-se para ser como todo mundo que está o es- pírito igualitário. A alma da democracia. *Roberto DaMatta é antropólogo e colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo. (Texto adaptado do original e disponível em <https://oglobo.globo. com/opiniao/ser-como-todo-mundo-21656782>. Acesso em 30 ago. 2017) Vocabulário Ontologia: Parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2010) 27.14. (UEM – PR) – Assinale o que for correto quanto ao emprego do travessão no texto. 01) Da referência 35 a 37, o autor criou um diálogo com o personagem Moneygrand para convencer o leitor de que a desigualdade no Brasil está relacionada somente a aspectos de discriminação social. 02) Na referência 38, o travessão marca a inserção de uma voz social no texto, a qual representa um discurso pre- conceituoso e racista. 04) Na referência 43, o travessão evoca a voz social de um representante do poder judiciário, a qual reforça a ideia de que no Brasil existem muitos privilégios para os re- presentantes do poder. 08) Na referência 51, apesar do uso do travessão, há o em- prego do discurso indireto livre, que introduz a voz social do próprio autor que valoriza a necessidade de projetos políticos socialistas nas cidades. 16) Na referência 59, o travessão marca a voz social do au- tor que, por meio de questionamentos, defende um discurso da igualdade, remetendo o leitor à reafirma- ção da posição assumida. 27.15. (UEM – PR) – Assinale o que for correto quanto ao emprego de elementos linguísticos no texto. 01) A expressão “Eis um traço merecedor” (referência 31) exerce uma função anafórica ao retomar o substantivo “‘aparência’” (referência 29), denotando ironia discursiva por parte do autor. 02) A locução “mais ... do que” (referência 33) estabelece uma relação semântica de comparação de superiorida- de entre “‘luta das aparências’” (referência 32) e “luta de classes” (referência 34), indicando maior importância à primeira. 04) Em “‘gentinha’” (referência 36), o uso de aspas reacen- tua o valor depreciativo que o sufixo “-inha” confere ao radical “gent-”. 08) As aspas em “‘palácios’” (referência 40) reforçam a opi- nião do autor de que o Brasil não tem problemas com a desigualdade. 16) Na referência 30, o ponto final pode ser substituído por ponto e vírgula, sem prejuízo semântico ao texto, exi- gindo a elipse do advérbio “eis”. 27.16. (UEM – PR) – A respeito dos elementos de pontuação utilizados no texto, assinale a(s) alternativa(s) corretas(s). 01) Na referência 7, o uso das reticências indica que fica a cargo do leitor completar a enumeração realizada pelo autor do texto. 02) Na referência 24, o uso da vírgula se justifica, pois indica que o adjunto adverbial “No Brasil,” está fora de sua po- sição habitual, que seria no final da oração. 04) Na referência 50, o emprego da vírgula é facultativo, pois ela separa duas orações com sujeito nulo de mes- ma referência. 08) Na referência 16, o uso do ponto e vírgula tem a função de separar itens de um enunciado enumerativo. 16) Na referência 21, emprega-se o ponto de exclamação para conferir um valor enfático à expressão negativa “Não”. 28 Extensivo Terceirão 27.17. (UFU – MG) – As interrupções frequentes e o tom quase irônico dos congressistas deixavam claro que estávamos as- sistindo ao mais bem produzido “puxão de orelha” da história da internet. A imagem do jovem empresário acuado, sendo constrangido perante os “representantes do povo”, é poderosa: algo está sendo feito. O prazer quase sádico que se sente com a reprimenda é justificável: em sua saga para tornar o mundo mais “aberto e conectado”, o Facebook já errou muito. Com os erros, costumam vir as desculpas e, com elas, algumas mudanças. O que não muda é o modelo de negócios da empresa que, graças à coleta massiva de dados de usuários, pode oferecer sofisticadas ferramentas de direcionamento de anúncios, serviço esse que é responsável por grande parte de sua invejável receita de US$ 40,6 bilhões, só em 2017. O que parece não ter ficado claro é que Zuckerberg não construiu tudo isso sozinho. O Facebook só existe – e continuará existindo – da forma como ele é porque o Congresso dos EUA nunca implementou um modelo regulatório que protegesse satisfatoriamente a privacidade dos usuáriosde internet. Sempre que surgiram propostas nesse sentido, elas foram sumariamente rechaçadas. ANTONIALLI, Dennys. Audiencias de Zuckerberg no Congresso dos EUA foram teatro de cúmplices. O Estado de S. Paulo. 12 abr. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/RP447U>. Acesso em: 12 abr. 2018. Considerando-se o emprego das aspas no texto, discorra sobre a opinião do autor com relação aos temas abaixo. Indique outros elementos, retirados do texto, que justifiquem sua resposta. a) Facebook. b) Congresso norte-americano. Aula 27 29Português 7B 27.18. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir. O Encanto Feminista Em seu primeiro discurso na ONU como embaixadora da Boa Vontade para Mulheres, a atriz britânica de 24 anos Emma Watson surpreendeu. Famosa por interpretar a astuta Hermione – a melhor amiga do bruxo Harry Portter – a atriz jogou um novo encanto sobre o feminismo. Conquistou repercussão mundial e sua fala acabou se transformando em ação de marketing contra o site 4chan, que recentemente abrigou fotografias de artistas nuas como Jennifer Lawrence e Kim Kardashian, e mobilizou anônimos e famosos a aderir à campanha “HeForShe”. O principal ponto de seu discurso foi o chamamento aos homens para entrarem na causa. Disse a atriz que o feminismo não pode ser confundido com ódio aos homens e que a participação masculina é essencial para que a igualdade de gêneros seja alcançada. “Se não se obriga um homem a acreditar que precisa ser agressivo, a mulher não será submissa. Quero que os homens se comprometam para que suas filhas, irmãs e mães se libertem do pre- conceito e também para que seus filhos sintam que têm permissão para ser vulneráveis, humanos e uma versão mais honesta e completa deles mesmos”, disse. (BOECHAT, R. IstoÉ. 1 out. 2014. Semana. ano 38. n.2340. p.23.) Observe, a seguir, a pontuação utilizada em três fragmentos do texto. I. Famosa por interpretar a astuta Hermione – a melhor amiga do bruxo Harry Portter – a atriz jogou um novo encanto sobre o feminismo. II. Conquistou repercussão mundial e sua fala acabou se transformando em ação de marketing contra o site 4chan, que recentemente abrigou fotografias de artistas nuas como Jennifer Lawrence e Kim Kardashian, e mobilizou anônimos e famosos a aderir à campanha “HeForShe”. III. Quero que os homens se comprometam para que suas filhas, irmãs e mães se libertem do preconceito e também para que seus filhos sintam que têm permissão para serem vulneráveis, humanos e uma versão mais honesta e completa deles mesmos. A partir da leitura do texto e dos três fragmentos, responda aos itens a seguir. a) Explique e compare o uso dos travessões duplos no fragmento I com o uso das vírgulas no fragmento II. b) Compare o uso das vírgulas nos fragmentos II e III. 30 Extensivo Terceirão Desafio 27.19. (PUC – RJ) – Os filósofos chineses viam a realidade, a cuja essência primária chamaram tao, como um processo de contínuo fluxo e mudança. Na concepção deles, todos os fenômenos que observamos participam desse pro- cesso cósmico e são, pois, intrinsecamente dinâmicos. A principal característica do tao é a natureza cíclica de seu movimento incessante; a natureza, em todos os seus aspectos – tanto os do mundo físico quanto os dos domínios psicológico e social –, exibe padrões cíclicos. Os chineses atribuem a essa ideia de padrões cíclicos uma estrutura definida, mediante a introdução dos opostos yin e yang, os dois polos que fixam os limites para os ciclos de mudança: “Tendo yang atingido seu clímax, retira-se em favor do yin; tendo o yin atingido seu clímax, retira-se em favor do yang”. Na concepção chinesa, todas as manifestações do tao são geradas pela interação dinâmica desses dois polos arquetípicos, os quais estão associados a numerosas imagens de opostos colhidas na natureza e na vida social. É importante, e muito difícil para nós, ocidentais, entender que esses opostos não pertencem a diferentes catego- rias, mas são polos extremos de um único todo. Nada é apenas yin ou apenas yang. Todos os fenômenos natu- rais são manifestações de uma contínua oscilação entre os dois polos; todas as transições ocorrem gradualmente e numa progressão ininterrupta. A ordem natural é de equilíbrio dinâmico entre o yin e o yang. CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo: Editora Cultrix. 1982. Tradução de Álvaro Cabral, pp. 32-33. Mantendo o sentido dos trechos em destaque, reescreva-os atendendo ao que é solicitado. Faça as modificações necessárias. a) Não use gerúndio: “Tendo yang atingido seu clímax, retira-se em favor do yin; tendo o yin atingido seu clímax, retira-se em favor do yang”. b) Inicie por “A interação”. “Na concepção chinesa, todas as manifestações do tao são geradas pela interação dinâmica desses dois polos arquetípicos.” c) Proponha uma nova pontuação para o trecho abaixo, substituindo apenas o sinal de ponto e vírgula e os travessões. “A principal característica do tao é a natureza cíclica de seu movimento incessante; a natureza, em todos os seus aspectos – tanto os do mundo físico quanto os dos domínios psicológico e social –, exibe padrões cíclicos.” Aula 27 31Português 7B 27.20. (UERJ) – (...) Minutos depois, já sozinhos, o médico foi sentar-se ao lado da mulher, o rapazinho estrábico dormi- tava num canto do sofá, o cão das lágrimas, deitado, com o focinho sobre as patas dianteiras, abria e fechava os olhos de vez em quando para mostrar que continuava vigilante, pela janela aberta, apesar da altura a que estava o andar, entrava o rumor das vozes alteradas, as ruas deviam estar cheias de gente, a multidão a gritar uma só palavra, Vejo, diziam-na os que já tinham recuperado a vista, diziam-na os que de repente a recuperavam, Vejo, vejo, em verdade começa a parecer uma história doutro mundo aquela em que se disse, Estou cego. (...) Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem. A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pes- soas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava. JOSÉ SARAMAGO Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Em Ensaio sobre a cegueira, o autor testa os limites da expressão ao convencionar um novo sistema de pontuação. Uma dessas inovações diz respeito à representação do discurso direto, como se pode observar no diálogo representado no texto acima. Identifique dois recursos empregados para representar o discurso direto e explique o efeito que essa representação traz para o fluxo da narrativa. 32 Extensivo Terceirão Gabarito 27.01. b 27.02. b 27.03. e 27.04. c 27.05. c 27.06. a 27.07. d 27.08. a 27.09. a 27.10. c 27.11. d 27.12. b 27.13. a 27.14. 22 (02+04+16) 27.15. 07 (01+02+04) 27.16. 27 (01+02+08+16) 27.17. a) Considerando-se o emprego irônico das aspas e relacionando- -as com outros elementos referenciados no texto, infere-se que o autor, mesmo reconhecendo o caráter “aberto e conectado” da rede social Facebook, critica a sequência de erros e de mudan- ças que enfatizam “a coleta massiva de dados de usuários” como “modelo de negócios”. b) Aponta-se para uma posição ambígua do Congresso norte-ame- ricano, já que, segundo o autor, a represália (“puxão de orelha”) não passa de uma encenação, pelo fato de “os representantes do povo” norte-americano nunca terem implementado um “modelo regulatório” que protegesse a privacidade dos usuários de inter- net, o que facilitou a coleta de dados realizada pelo Facebook. 27.18. a) No fragmento I, os travessões isolam e destacam um aposto de uma personagem interpretada pela atriz, o qual, por sua vez, po- deria ser isolado pela vírgula. No fragmento II, as vírgulas isolam uma oração subordinada adjetiva explicativa cujo propósito éapontar a razão da repercussão mundial do site 4chan. Nesse caso, tais vírgulas poderiam ser substituídas pelos travessões, assim como os travessões pelas vírgulas. Em ambos os casos, as vírgulas e os travessões isolam trechos que correspondem a informações adicionais e acessórias. b) Diferentemente do que ocorre no fragmento II, em que a vírgula serve para isolar uma oração subordinada adjetiva explicativa, no fragmento III, as vírgulas servem para separar itens de uma enu- meração, ou seja, elementos coordenados entre si: na primeira linha, “filhas” e “irmãs”; na segunda, “vulneráveis” e “humanos”. 27.19. a) Considerando que o gerúndio está no verbo “tendo” que apare- ce duas vezes no período, a reescrita ficaria: “Quando yang atin- ge seu clímax, retira-se em favor do yin; quando o yin atinge o seu clímax, retira-se em favor do yang” ou “A partir do momento em que o yang atinge seu clímax, retira-se em favor do yin; a partir do momento em que o yin atinge seu clímax, retira-se em favor do yang”. b) Considerando que “a interação dinâmica entre os dois polos ar- quetípicos” é o agente do período na voz passiva, ao passar esse termo para o início da oração, pode-se formar um período na voz ativa, tornando o agente da passiva agora sujeito da ativa: “A interação dinâmica desses dois polos arquetípicos gera todas as manifestações do tao na concepção chinesa”. c) O ponto e vírgula pode ser substituído por um ponto final, in- dicando o fim de uma ideia e início de outra, agora em novo período. Os travessões cumprem a função de agregar uma informação, assim como os parênteses. Dessa forma, pode-se reescrever assim: “A principal característica do tao é a natureza cíclica de seu movimento incessante. A natureza, em todos os seus aspectos (tanto os do mundo físico quanto os dos domí- nios psicológico e social), exibe padrões cíclicos.” 27.20. Recursos: falas antecedidas por vírgula e iniciadas por letra maiús- cula. A ausência de pontuação convencional torna a narrativa mais fluente / aproxima a narrativa escrita de um texto oral / mescla o discurso do narrador e o das personagens. 33Português 7B Considerações iniciais Você sabe: um pronome relativo é conector que recu- pera uma expressão anterior, evitando a sua repetição. Veja, então: como essa palavra anterior é um nome, e todo substantivo desempenha uma função sintática na frase, é natural que o relativo, portanto, assuma uma função sintática na frase em que ele figure. Funções sintáticas do pro- nome relativo Não se assuste. Embora pareça algo muito abstrato, reconhecer a função sintática do pronome relativo não é difícil. Trata-se de operação “trabalhosa”, vamos por assim dizer. Note lá: 1.o) identifique na oração principal o termo a que o pro- nome relativo faz referência (geralmente é o termo imediatamente anterior); 2.o) procure reescrever a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo termo encontrado anterior- mente; 3.o) classifique sintaticamente esse termo. A classificação encontrada indica a função do pronome relativo. Toda classe tem alunos / que fazem ótimas perguntas. O enunciado apresenta o pronome relativo “que”. Ele introduz a oração adjetiva restritiva que fazem ótimas perguntas e recupera a expressão alunos, que faz parte da oração principal “Toda classe tem alunos”. Toda classe tem alunos que fazem ótimas perguntas. Desse modo, vê-se que o período transmite duas informações, uma relacionada à oração principal, outra relacionada à oração adjetiva. São elas: (a) Toda classe tem alunos → Oração principal (b) Alunos fazem ótimas perguntas → Oração adjetiva (=que) oração principal oração subordinada adjetiva restritiva Se analisarmos o enunciado (b), concluiremos que a expressão “alunos” (no original, substituído pelo que) funciona como sujeito em relação à forma verbal fazem. (b) Alunos fazem ótimas perguntas sujeito verbo No período original, o pronome relativo que está na exata posição que o termo alunos ocupa no enunciado (b). Como o pronome substitui este termo, é lícito pensar que a função sintática de um é a mesma função sintática do outro. Já sabemos que alunos é o sujeito de fazem no enunciado (b). Conclui-se então que o pronome relativo “que” funciona como sujeito de fazem no enunciado original. Toda classe tem alunos / que fazem ótimas perguntas. Vamos recapitular as operações que fizemos para achar a função sintática do pronome relativo que no período: 1. identificamos a que termo da oração principal o pronome relativo se refere; 2. reescrevemos a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo termo a que ele se refere; 3. classificamos sintaticamente o termo substituído pelo pronome; 4. a função do termo substituído será sempre a função sintática do pronome relativo na oração adjetiva. Preposição + relativo QUE © Sh ut te rs to ck /A .r ic ar do Futebol é o esporte [de que ] o brasileiro mais gosta. sujeito Português 1B7B Marcas do pronome relativo Aula 28 34 Extensivo Terceirão Na frase que abre este tópico, você notou que uma preposição pode anteceder o pronome relativo. Isso tem relação direta com a função sintática exercida pelo pronome na oração adjetiva. Por exemplo, se ele ocupar o papel de um objeto indireto, então, como qualquer objeto indireto, virá acompanhado de preposição na frase. Para verificarmos a função sintática do relativo acom- panhado de preposição, procedemos do mesmo modo como feito nos períodos em que antes do pronome não havia o conectivo. Atenção! Não se esqueça de considerar a presença da pre- posição na construção frasal para o reconhecimen- to preciso da função sintática do relativo. Vejamos um exemplo: Muitas vezes, amamos as pessoas com quem discutimos. Veja que o pronome relativo quem aparece rela- cionado à preposição com. Ele se refere ao termo as pessoas, da oração principal. Como sabemos, há de fato duas informações no período: (a) Muitas vezes, amamos as pessoas. → Oração principal (b) com as pessoas discutimos → Oração adjetiva (= com quem) Não deixe de notar que os termos da oração adjetiva estão em ordem inversa. Em ordem direta eles estariam dispostos como segue: (b) (nós) Discutimos com as pessoas O sujeito da forma verbal discutimos é oculto, “nós”. O termo com as pessoas funciona como objeto indireto do verbo transitivo discutir. Essa será, pois, a função sintática do pronome associado à preposição. (b) Discutimos com as pessoas. Muitas vezes, amamos as pessoas com quem discutimos. Só para confirmar o procedimento: Os ídolos a quem (= aos quais) vive se referindo já morreram todos. oração principal oração subordinada adjetiva restritiva Objeto indireto Objeto indireto O pronome relativo quem se refere ao termo os ídolos. A oração adjetiva, portanto, equivale a “Vive se referindo AOS ÍDOLOS”. O termo AOS ÍDOLOS, na frase transformada, funcio- na como objeto indireto da forma verbal se referindo, (mesma função da expressão “a quem”). Os ídolos a quem vive se referindo já morreram todos. As duas ideias, então, seriam estas: • Os ídolos já morreram todos. • (ele) Vive se referindo aos ídolos. Recordando As locuções pronominais o qual, a qual, os quais, as quais funcionam sempre como pronome relativo. Daí que sirvam como prova de que as palavras que ou quem funcionem como pronome relativo, uma vez que estas podem apresentar outros valores gramaticais. Em certos contextos, é vantajoso empregar o qual, a qual, os quais, as quais no lugar de que. Este não é marcado quanto ao gênero e ao número. O mesmo não acontece com as expressões o qual, a qual, os quais, as quais. Assim, podem evitar eventuais ambiguidades. No período a seguir, o pronome relativo parece referir-se ao termo mais próximo. A solução do problema, que tanto nos é urgente, foi novamente adiada. A impressão que temos ao ler o período é que a oração adjetiva “que tanto nos é urgente” se refere ao termo “o problema”. Entretanto,a intenção pode ter sido que a oração qualificasse o termo a solução. Esse pequeno problema de coesão é evitado se reescrever- mos o enunciado com a expressão a qual. A solução do problema, a qual tanto nos é urgente, foi novamente adiada. Agora fica claro que a oração adjetiva qualifica o termo a solução. Isso porque o substantivo solução é feminino, ao passo que problema é masculino. Como a expressão a qual está claramente no feminino, não resta dúvida sobre que termo ela recupera. Pronome relativo ONDE Uma vez utilizado com referência a lugares físicos, a palavra onde será classificada como pronome relativo. Assim, fundamentalmente, a única função sintática exercida por esse pronome em um período redigido em norma culta é a de adjunto adverbial. Objeto indireto Aula 28 35Português 7B Lembre-se Onde = no qual, na qual, nos quais, nas quais. Ainda há marcas na rua onde o massacre aconteceu. O pronome relativo onde recupera o termo (a) rua. No pronome está embutida uma preposição em, de modo que as duas informações transmitidas pelo perí- odo são: (a) Ainda há marcas na rua. → Oração principal (b) Na rua o massacre aconteceu. → Oração adjetiva No enunciado (b), o termo na rua funciona como adjunto adverbial de lugar, mesma função sintática do pronome relativo onde no período original. Ainda há marcas na rua onde o massacre aconteceu. Pronome relativo CUJO Cujo é o menos frequente dos pronomes relativos. Seu emprego hoje está mais restrito à língua escrita formal, se bem que ele ocorra eventualmente na fala. Como pronome relativo, cujo também recupera um termo da oração principal e o projeta na oração adjetiva. Além disso, ele é marcado por algumas peculiaridades. • Apresenta variação de gênero e número, de modo que também se usam as formas cujos, cuja e cujas. • Como consequência, é incorreto dizer “cujo o”, “cuja a”, “cujos os” ou “cujas as”. Nesse relativo já estão implícitos os artigos, não sendo necessário repeti-los após o pronome. • Importante ainda é saber que na palavra cujo sem- pre está implícita uma ideia de posse. Vejamos um exemplo: Você é o aluno cuja postura todos respeitam. OP oração subordinada adjetiva restritiva (= onde) Adjunto adverbial Como todo período composto de duas orações, o enunciado acima veicula duas informações distintas. São elas: (a) Você é um aluno. → Oração principal (b) Todos respeitam a postura do aluno. → Oração adjetiva Desdobrando o período em dois enunciados, po- demos perceber que o pronome relativo cujo retoma o termo o aluno. Mas ao retomá-lo ele insere no termo a preposição de, estabelecendo uma ideia de posse entre os elementos ligados. Assim, a expressão cuja postura, da oração adjetiva, significa, literalmente, postura do aluno. Note que semanticamente o pronome cujo se refere à expressão o aluno, da oração principal, mas sintaticamente ele faz concordância com o substantivo postura, da oração adjetiva. É sempre assim. A palavra cujo se refere semanticamente a um termo à sua es- querda, mas concorda sintaticamente com o termo à sua direita. Aqui, outro exemplo: Desprezam-se os homens cujas vidas são dedicadas a prejudicar os outros. A expressão cujas vidas, da oração adjetiva, traduz- -se, literalmente, por as vidas dos homens. O pronome relativo cujas retoma o termo os ho- mens, inserindo nele a preposição de. Com a palavra cujo, é possível reescrever certos enunciados compostos de dois períodos simples, transformando-os em um único período composto, como no caso a seguir: Termina mais um capítulo. Os tópicos do capítulo foram longos. Termina mais um capítulo cujos tópicos foram lon- gos. Procure notar como a expressão “os tópicos do capítulo”, no segundo período do enunciado, tornou-se a expressão cujos tópicos da oração adjetiva do período reescrito. oração subordinada adjetiva restritiva OP oração subordinada adjetiva restritiva 36 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 28.01. Dada a frase a seguir, faça a substituição indicada em cada item, antepondo ao pronome relativo a preposição exigida pelo verbo. Não critique os professores que você admira. a) Troque admira por se refere. b) Troque admira por concorda. c) Troque admira por desconfia. d) Troque admira por discorda. e) Troque admira por confia. 28.02. Una as frases abaixo por meio de um pronome rela- tivo e a assinale a alternativa correta. A nova música encantou multidões. A magia da nova música afagou a alma. a) A nova música, que a magia afagou a alma, encantou multidões. b) A nova música, cuja magia afagou a alma, encantou multidões. c) A nova música, cuja magia dela afagou a alma, encantou multidões. d) A nova música, cuja a magia afagou a alma, encantou multidões. e) A nova música afagou a alma onde sua magia encantou multidões. 28.03. (UFPB) – Assinale a alternativa em que os dois perí- odos a seguir estão adequadamente reunidos por meio de um pronome relativo. As ideias foram expostas na reunião. Simpatizamos com essas ideias. a) As ideias que simpatizamos foram expostas na reunião. b) As ideias de que simpatizamos foram expostas na reunião. c) As ideias a que simpatizamos foram expostas na reunião. d) As ideias com que simpatizamos foram expostas na reunião. e) As ideias por que simpatizamos foram expostas na reunião. 28.04. (UFPI) – Assinale a alternativa em que o emprego da expressão sublinhada está adequado ao padrão formal da língua. a) A desgraça sobre a qual ele teme vem das aves. b) A fuga das aves é um fato do qual ele se preocupa. c) As aves são uma realidade pela qual não se conforma. d) É grande o sofrimento com que ele enfrenta no momento. e) O pombal a que o texto se refere fica à sombra da man- gueira. Aperfeiçoamento 28.05. (ITA – SP) – Assinale a opção em que a palavra onde está corretamente empregada: a) Após o comício, houve briga onde estavam envolvidos estudantes de duas escolas diferentes. b) Os músicos criaram um clima de alegria onde o anfitrião foi responsabilizado. c) Foi importante a reforma do estatuto da escola, de onde resultou melhoria no ensino. d) Viver em um país onde saúde e educação são valorizadas é um direito de qualquer cidadão. e) Na reunião de segunda-feira, várias decisões foram toma- das pelos sócios da empresa, onde também foi decidido o reajuste das tarifas. 28.06. O pronome relativo CUJO não aceita artigo posterior, mas é possível que antes dele figure uma preposição. O exemplo a seguir mostra como isso pode ocorrer. Vivia entre pessoas de cujas opiniões discordava profundamente. Note que as ideias de cada oração são as se- guintes: 1. Vivia entre pessoas. 2. Discordava profundamente das opiniões das pessoas. – explicita-se aqui a ideia embutida no uso do relativo CUJO. Dadas essas informações, assinale a alternativa que apresenta uso INCORRETO do relativo CUJO(A)(S) ao se introduzir uma oração adjetiva no período. a) Nos ambientes de trabalho, há muitas notícias de cuja veracidade devemos duvidar. b) Sócrates foi um mestre em cujas ideias os estudiosos se debruçam até hoje. c) Subiam ao trono governantes a cujas atitudes o povo reprovava. d) Tome decisões por cujas consequências você possa se responsabilizar. e) Conheceu políticos cuja desfaçatez era surpreendente. Aula 28 37Português 7B 28.07. Identifique, nas orações destacadas, a função sintática do pronome relativo. a) Curitiba, que é a capital do Paraná, é uma linda cidade. b) Os exercícios que faço me dão prazer. c) A mulher tímida, que ela costumava ser, hoje enfrenta multidões. d) O bairro em que vivo é bastante tranquilo. e) A menina cujo pai é advogado cursará Medicina. f ) A obra a que aludiram foi premiada. g) O filme cujo diretor foi premiado não fez sucesso. h) Os filmes a que nos referimos são europeus. i) A sala onde estudamos foi demolida. j) Os livros de que dependemos para o estudo não chegaram. 28.08. Reúna cada par de frases em um só período, subs- tituindo o termo em destaqueda segunda oração por um pronome relativo. Se houver necessidade, introduza uma preposição antes do relativo. a) O aluno compareceu à sala do diretor. Por esse aluno o professor foi agredido. b) Não falava sobre políticos. Não tinha informações a res- peito desses políticos. c) A direção tomará atitudes severas. As repercussões dessas atitudes ninguém pode avaliar. d) Entregaram ontem o livro. Dependemos desse livro para estudar. e) A antiga vila é repleta de cafés aconchegantes. Passo minhas tardes nessa vila. f ) Durante a aula, sobreveio uma tempestade. Essa tem- pestade nos alarmou intensamente. 28.09. (ESPCEX – SP) – Assinale a alternativa em que o uso dos pronomes relativos está em acordo com a norma culta da Língua Portuguesa. a) Busca-se uma vida por onde a tolerância seja, de fato, alcançada. b) Precisa-se de funcionários com cujo caráter não pairem dúvidas. c) São pessoas com quem depositamos toda a confiança. d) Há situações de onde tiramos forças para prosseguir. e) José é um candidato de cuja palavra não se deve duvidar. 28.10. (UFPR) – Leia o texto seguinte: Os planos econômicos são inevitáveis. Eles costumam afetar duramente a população. As con- sequências dos planos econômicos são imprevi- síveis. Que alternativa reúne corretamente em um só período as sentenças acima, mantendo-lhes o sentido e as relações implícitas? a) Os planos econômicos, cujas consequências são imprevi- síveis, costumam afetar com dureza a população. b) Os planos econômicos, cujas consequências são imprevi- síveis, inevitavelmente afetam com dureza a população. c) Inevitáveis e imprevisíveis, os planos econômicos costu- mam afetar duramente a população. d) Os planos econômicos, que são inevitáveis e cujas conse- quências são imprevisíveis, costumam afetar duramente a população. e) Inevitáveis e imprevisíveis, as consequências dos planos econômicos costumam afetar durante a população. Aprofundamento 28.11. (UFU – MG) – Observe as orações: I. a) O Xavier, com todos os seus tubérculos, presidia ao banquete noturno. b) Eu não comi no banquete noturno. II. a) Teria de escrever um diário de viagem e não umas memórias, como estas são. b) Nestas memórias entra a substância da vida. III. a) Marcela juntava-as todas dentro de uma caixinha de ferro. b) Ninguém nunca soube onde ficava a chave da caixinha. 38 Extensivo Terceirão IV. a) Saíste à rua. b) Todos os correeiros te vaiaram e maltrataram. Unindo as orações acima, subordinando a segunda à primei- ra, os pronomes relativos a serem empregados em I, II, III e IV são, respectivamente: a) que – em que – que – que. b) onde – onde – que – onde. c) em que – nas quais – cuja – onde. d) onde – que – cuja – em que. e) no qual – em cujas – cuja – na qual. 28.12. (PUCCAMP – SP) – A frase que mantém o padrão culto da linguagem é: a) O especialista a que recorreram para assessorá-los é muito competente. b) Já coloquei na mochila as cordas as quais ensinarei aos meninos como fazer os diferentes nós. c) A cidade cujo prefeito já lhes falei também participará do torneio. d) Tenho uma peça indiana raríssima que já me ofereceram muito dinheiro. e) Ele escolheu o tipo de utilitário de que mais lhe convinha. 28.13. (FGV – SP) – Assinale a alternativa em que, CONTRA- RIANDO A NORMA CULTA, usou-se ou deixou-se de usar uma preposição antes do pronome relativo. a) No momento que os gaúchos chegaram, os castelhanos soltaram vivas. b) A moça, que os amigos generosamente acolheram, portou-se como uma verdadeira dama. c) Era uma flor belíssima, de cujo olor extraíra o poeta sua inspiração. d) Tinha mãos sujas da graxa em que a peça estivera mer- gulhada. e) A linguagem era recheada de palavras pretensamente eruditas, que o condenavam. 28.14. (MACK – SP) – Aponte a alternativa que supõe o emprego correto do pronome relativo nestes períodos: I. O desafio me refiro é tão ambicioso quanto os objetivos você visa. II. As promessas ela duvidava não eram piores do que os sonhos ela sempre se lembrava. III. Já foi terminada a casa ficaremos alojados, é o lugar iremos no começo das férias. IV. O desagradável incidente você aludiu hoje, à tarde, revela-nos segredos nunca tivemos acesso. V. Os alunos notas estão aqui devem pedir perdão à professora desobedeceram. a) I– a que, a que, II– que, que, III– onde, aonde, IV– de que, que, V– dos quais, a quem. b) I– que, que, II– que, a que, III– aonde, onde, IV– que, de que, V– cujas, que. c) I– a que, a que, II– de que, de que, III– onde, aonde, IV – a que, a que, V– cujas, a quem. d) I– que, que, II– de que, que, III– aonde, aonde, IV– a que, aos quais, V– dos quais, que. e) I– de que, que, II– que, com que, III– aonde, onde, IV– que, a que, V– cujas, a quem. 28.15. (UFSC) – Considerando as palavras destacadas nas frases adiante, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). I. Imaginemos QUE (1) o mundo inteiro esteja em paz. II. Durante a tarde, os manifestantes QUE (2) reivindicavam melhorias salariais foram às ruas protestar contra o go- verno, QUE (3) parecia não lhes dar ouvidos. III. As desilusões QUE (4) ele sofreu justificam as decisões QUE (5) toma hoje em dia. 01) Em I, a palavra destacada é conjunção coordenativa, pois estabelece relação entre duas orações indepen- dentes entre si. 02) O antecedente de QUE (2) é “manifestantes” e a palavra QUE (2) representa o agente do verbo “reivindicar”. 04) Em III, QUE (4) é pronome relativo e pode ser substituí- do, sem alteração de sentido, por “as quais”. 08) O verbo “toma”, em III, tem como sujeito QUE (5) cujo antecedente é “decisões”. 16) Em II, QUE (3) inicia uma oração que tem como função restringir o significado de “governo”, especificando de que governo se trata. 28.16. Reescreva o texto a seguir, corrigindo-o no que for necessário, levando em consideração as normas do padrão culto da linguagem. Entregou-se ao professor os relatórios de es- tágio que precisávamos para a obtenção dos cré- ditos finais e, desde então, ficamos a espera dos resultados cuja a divulgação ficaria à cargo do se- cretario da instituição. Aula 28 39Português 7B 28.17. Sublinhe, nos períodos abaixo, as orações adjetivas. Em seguida, preencha os espaços entre parênteses, de acordo com os códigos propostos. No espaço (I), classifique a oração: R – para as adjetivas restritivas E – para as adjetivas explicativas No espaço (II), identifique a função sintática do pronome relativo: 1. sujeito 2. predicativo 3. objeto direto 4. objeto indireto 5. complemento nominal 6. adjunto adnominal 7. adjunto adverbial 8. agente da passiva ( I ) ( II ) O aluno que pensa cumpre a sua missão. ( R ) ( 1 ) a) Aquela é a viela por que passei na fuga. ( ) ( ) b) Estavam no auditório alunos por quem ela era admirada. ( ) ( ) c) A maçã que a menina encontrou está na cesta. ( ) ( ) d) Recebeu de presente o jogo que ela mesmo havia escolhido. ( ) ( ) e) O professor, para quem eram as maçãs, guardava-as com carinho. ( ) ( ) f ) Jamais perdoou o tom com que lhe dirigi a palavra. ( ) ( ) g) Não existia ação a que se eximisse. ( ) ( ) h) Os amigos, cujos ensinamentos são dádivas, chegam amanhã. ( ) ( ) i) Tudo o que acontece é responsabilidade dele. ( ) ( ) j) Não disfarçava a alegria que o dominava. ( ) ( ) k) O palhaço que foi já não mais existia . ( ) ( ) l) Sempre sabia o que o animava. ( ) ( ) m) Os alunos permanecem na sala onde os encontramos. ( ) ( ) n) O que vivi jamais me incomodou. ( ) ( ) o) Era este o motivo pelo qual não estudava. ( ) ( ) p) Usaram termos cujo significado era obscuro. ( ) ( ) q) A professora a quem fui introduzido era maravilhosa. ( ) ( ) 28.18. (FGV – SP) – Leia atentamente: Ao circular pelo almoxarifado, o guarda constatou a existência de ferramentas sobre as mesas cujo pro- prietário desconhecia. Essa frase apresenta ambiguidade. Pede-se:a) Explique os dois sentidos possíveis. b) Transcreva a frase, eliminando a ambiguidade e fazendo as adaptações necessárias. 40 Extensivo Terceirão Desafio 28.19. (UFCE) – Faça o que se pede nos itens a e b. a) O período a seguir está dividido em orações. Leia-o, observando as indicações. Seu coração batia excitado [1],/ quando o pai lhe dizia [2]/ que as alegações constitucionalistas dos pau- listas eram um simples pretexto para a sublevação [3],/ pois ele nomeara uma comissão [4]/ para elaborar o projeto da nova Constituição brasileira [5]. Marque V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações acerca do período. ( ) A oração 2 é subordinada com relação à 1 e principal com relação à 3. ( ) O período é composto por coordenação e subordinação. ( ) A oração 4 é uma coordenada conclusiva. ( ) a oração 3 é objeto direto de “dizia”. b) Construa um período com as quatro orações a seguir, seguindo rigorosamente as instruções contidas nos parênteses. (A) O camareiro entrou no quarto. (oração principal) (B) Eu não lembro o nome do camareiro. (oração adjetiva com CUJO) (C) O Presidente estava no quarto. (oração adjetiva com ONDE) (D) O Presidente se matara. (oração adjetiva com QUE) Instrução: Texto para a questão 28.20. O ENCONTRO MARCADO Eduardo e a vida sadia. Seu Marciano tornou-se sócio do clube, o filho praticava natação. – Por que você não joga basquete? – sugeria Letícia. – Natação é tão sem graça… – Porque natação não depende de ninguém, só de mim. Em seis meses era o melhor nadador de sua categoria, e ameaçava já o recorde dos adultos. Uma espécie diferente de emoção – a de poder contar consigo mesmo, e de se saber, numa competição, antecipadamente vencedor. Os entendidos sacudiam a cabeça, admirados: – Quem diria, esse menino… Era uma espécie de êxtase: fazer de simples prova de natação, a que ninguém o obrigava , uma dispu- ta em que parecia empenhar o destino, fazer da arrancada final uma luta contra o cansaço, em que a vida parecia querer prolongar-se além de si mesma. Fernando Sabino O encontro marcado. Rio de Janeiro. Record, 2012 28.20. (UERJ) – Reescreva as duas orações subordinadas adjetivas sublinhadas, fazendo uso da expressão “a qual”, de acordo com a norma-padrão. Aula 28 41Português 7B Gabarito 28.01. a) Não critique os professores a que/a quem/aos quais você se refere. b) Não critique os professores com que/com quem/com os quais você concorda. c) Não critique os professores de que/de quem/dos quais você desconfia. d) Não critique os professores de que/de quem/dos quais você discorda. e) Não critique os professores em que/em quem/nos quais você confia. 28.02. b 28.03. d 28.04. e 28.05. d 28.06. c 28.07. a) sujeito b) objeto direto c) predicativo d) adjunto adverbial e) adjunto adnominal f ) objeto indireto g) adjunto adnominal h) objeto indireto i) adjunto adverbial j) objeto indireto 28.08. a) O aluno pelo qual/por que o professor foi agredido compareceu à sala do diretor. b) Não falava sobre políticos a respeito dos quais/de quem não tinha informações. c) A direção tomará atitudes severas cujas repercussões ninguém pode avaliar. d) Entregaram ontem o livro de que/do qual dependemos para estudar. e) A antiga vila onde/em que/na qual passo minhas tardes é repleta de cafés aconchegan- tes. f ) Durante a aula, sobreveio uma tempestade que nos alarmou intensamente. 28.09. e 28.10. d 28.11. c 28.12. a 28.13. a 28.14. c 28.15. 06 (02+04) 28.16. EntregARAM-se ao professor os relatórios de estágio DE que precisávamos para a obtenção dos créditos finais e, desde então, ficamos À espera dos resultados cujA divulgação ficaria A cargo do secretÁrio da instituição. 28.17. a) Aquela é a viela por que passei na fuga. ( R ) ( 7 ) b) Estavam no auditório alunos por quem ela era admirada. ( R ) ( 8 ) c) A maçã que a menina encontrou está na cesta. ( R ) ( 3 ) d) Recebeu de presente o jogo que ela havia escolhido. ( R ) ( 3 ) e) O professor, a quem eram entregues as maçãs, comia-as. ( E ) ( 4 ) f ) Jamais perdoou o tom com que lhe dirigi a palavra. ( R ) ( 7 ) g) Não existia ação a que se eximisse. ( R ) ( 4 ) h) Os amigos, cujos ensinamentos são dádivas, chegam amanhã. ( E ) ( 6 ) i) Tudo o que acontece é responsabilidade dele. ( R ) ( 1 ) j) Não disfarçava a alegria que o dominava. ( R ) ( 1 ) k) O palhaço que foi já não mais existia . ( R ) ( 2 ) l) Sempre ensaiava o que dizia. ( R ) ( 3 ) m) Os alunos permanecem na sala onde os encontramos. ( R ) ( 7 ) n) O que és jamais te incomoda. ( R ) ( 2 ) o) Era este o motivo por que não estudava. ( R ) ( 7 ) p) Usaram termos cujo significado era obscuro. ( R ) ( 6 ) q) A professora a quem fui introduzido era maravilhosa. ( R ) ( 4 ) 28.18. a) O relativo CUJO pode estar retomando FERRAMENTAS ou MESAS, o que permite entender “proprietário das ferramentas” ou “proprietário das mesas”. b) Uma possibilidade de resposta: Ao circular pelo almoxarifado, o guarda constatou que so- bre as mesas havia ferramentas cujo dono ele desconhecia. 28.19. a) V – V – F (é coordenada explicativa) – V b) O camareiro, cujo nome eu não lem- bro, entrou no quarto onde estava o Presidente que se matara. 28.20. No trecho destacado, duas orações su- bordinadas adjetivas aparecem subli- nhadas: “a que ninguém o obrigava” e “em que parecia empenhar o destino”. De acordo com a norma-padrão, o em- prego de pronome relativo acompa- nhado, ou não, de preposição faz-se em função da regência do verbo da oração em que se encontra o referido pronome. Assim, percebe-se que, na oração “a que ninguém o obrigava”, o pronome relati- vo “que” está antecedido da preposição “a” (note que o verbo obrigar é transitivo direto e indireto) e na oração “em que parecia empenhar o destino”, da prepo- sição “em”. Uma vez que as reescrituras devem ser feitas de acordo com o regis- tro da norma-padrão, ambas as prepo- sições são obrigatoriamente mantidas, quando do uso da expressão “a qual” em cada uma das orações. Desse modo, a reescritura da primeira oração terá, obri- gatoriamente, a seguinte construção: à qual ninguém o obrigava (encontro da preposição «a» com o artigo «a», presente antes do relativo qual). Já a segunda será reescrita, necessariamen- te, da seguinte forma: na qual parecia empenhar o destino (encontro da pre- posição «em» com o artigo «a», presente antes do relativo qual). Anotações 42 Extensivo Terceirão