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1 América Latina contemporânea I Aula 29 8B História A maioria dos países latino-americanos tornou-se independente politicamente no início do século XIX. A independência não significou o fim da sangria econômi ca, mas apenas a substituição do arcaico colonialismo portu- guês e espanhol pelo avançado neocolonialismo inglês. Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos passaram a ter uma influência marcante na região. Além da dominação econômica, os governos norte - -americanos têm interferido direta ou indiretamente na política interna das instáveis repúblicas latino-ame- ricanas, nas quais se verifica uma sucessão de períodos ditatoriais entremeados por outros períodos democrá- ticos. Tivemos também revoluções, como a Cubana e Sandinista (na Nicarágua). Populismo O Populismo latino-americano representou uma ampla mobilização das classes populares e sua inserção direta nas lutas políticas, transformando-as num dos principais setores sociais de que o sistema político necessitava para sua legitimação. Uma estratégia de controle e manipulação das massas para apoiarem o Estado era o parcial atendimento das demandas e rei- vindicações populares. Sob o ponto de vista econômico, os governos populistas se caracterizaram de maneira geral pela intervenção do Estado na economia, de por uma pos- tura predominantemente nacionalista e prioridade ao desenvolvimento industrial. © Fl ic kr /t he lo st g al le ry ` Perón e Evita. O populismo marcou a história da América Lati- na no pós-Segunda Guerra. Líderes carismáticos e manipulação das massas caracterizaram as ações desses líderes políticos. É verdade que certas reivindicações populares eram atendidas. “(...) o populismo não pode ser explicado ba- sicamente pela simples aparição de um líder que, demagogicamente, carrega e dirige as massas para a direção que lhe aprouver. Há inúmeras variantes que interferem no processo histórico e o conheci- mento delas é que nos pode aproximar do real. O carisma de uma Eva Perón, por exemplo, é mais um dado que obviamente deve ser levado em conta por parte do analista, na compreensão do fenômeno po- pulista. Mas não pode ser entendido como fator de- terminante, como se as massas caíssem nos braços do primeiro demagogo que se lhes surgisse à frente. Assim, como Weffort já assinalou, o fenômeno populista corresponde a uma manipulação das massas por parte do líder, mas também corres- ponde a uma satisfação de aspirações longamen- te acalentadas. Dessa maneira, o líder populista, em geral como forte dose de carisma, ao mesmo tempo em que procura manipular as massas para que elas se enquadrem dentro dos limites por ele impostos, também ativa mecanismos de satisfação de velhas aspirações – um exemplo, apenas, a le- gislação social – das massas trabalhadoras.” PRADO, Maria Lígia. O populismo na América Latina. São Paulo: Brasiliense, 2002, p. 76 e 77. 2 Extensivo Terceirão Eis, a título de ilustração, alguns governos populistas: • Getúlio Vargas (1930-1945, 1951-1954) e João Gou- lart (1961-1964), no Brasil; • Juan Domingo Perón (1946 - 1955), na Argentina; • Lázaro Cárdenas (1934-1940), no México; • Victor Paz Estenssoro (1952-1956, 1960-1964) e Hernán Siles Zuazo (1956-1960), na Bolívia; • José Maria Velasco Ibarra (1934-1935, 1944-1947, 1952-1956-1961 e 1968-1972) no Equador. Acrescente-se ainda Victor Raul Haya de la Torre, no Peru, e Jorge E. Gaitán, na Colômbia, que apesar da popularidade nunca chegaram ao poder. Ditaduras A América Latina foi castigada por golpes militares, os quais foram realizados em nome da chamada Segu- rança Nacional, visando garantir e proteger as institui- ções democráticas ameaçadas pelo “totalitarismo de esquerda”. Exceto alguns poucos golpes progressistas, consideramos que a maioria desses golpes não passa- ram de quarteladas sem o apoio popular. Esses golpes da direita destinavam-se a garantir a “ordem” e tinham o apoio das camadas conserva- doras e da burguesia nacional aliada ao capital es- trangeiro que, num regime democrático, se sentem ameaçadas pelas constantes pressões populares, que visam às mudanças estruturais nos agitados países latino-americanos. Dentro de uma visão conjuntural, podemos dizer que a década de 50 foi marcada por marchas e con- tramarchas. Em alguns países, a direita reconquistou o poder; em outros, perdeu. Na Argentina, Juan Domingo Perón foi derrubado por um golpe militar; as ditaduras venezuelana e colombiana caíram diante do crescimen- to dos movimentos populares. Nesse mesmo período, houve o avanço do populismo em certos países, casos do Equador de José Maria Velasco Ibarra, do Brasil de Kubitschek e da Bolívia de Víctor Paz Estensoro e Hernán Siles Zuazo. A década de 60 marca uma época de refluxo para os movimentos populares, tendo início uma nova escalada de assalto ao poder pelos militares. Dentro desse con- texto, caiu Goulart no Brasil em 1964 e Onganía tomou o poder da Argentina em 1965. Poucos países como a Venezuela, a Colômbia e o México, por exemplo, ainda permaneciam dentro da normalidade liberal. Para calar os setores progressistas, esses governos recor- reram a métodos violentos e repressivos, nos quais a tortura e o desrespeito aos direitos humanos foram constantes. No Peru, a ditadura progressista do General Velasco Alvarado (1967-1975) demonstrou que nem sempre as Forças Armadas têm necessariamente de ficar ao lado das classes dominantes. Porém, ditadura de direita ou de esquerda é sempre uma ditadura e deve ser repudiada. Fo to ar en a/ Zu m a Pr es s/ Ke ys to ne /K ey st on e Pr es s A gê nc ia ` Repressão e autoritarismo foram marcas dos regimes ditatoriais em toda a América Latina. No Chile, a vitória do socialista Salvador Allende marca uma importante tentativa de implantar o socia- lismo por via pacífica. A Unidade Popular congregava as forças de esquerda. No poder, Allende efetuou o aprofundamento da Reforma Agrária iniciada por Eduardo Frei, nacionalizou importantes empresas estrangeiras, procurou estatizar os bancos, intensificou a construção de casas populares e deu um papel de destaque à educação e aos movimentos po- pulares. Diante dessa política esquerdizante, a direita não tardou em dar a sua resposta. Com o apoio da CIA (Central Intelligence Agency) e das multinacionais, desfechou o golpe que derrubou o governo constitucional de Allende, dando início à Era de Pinochet. Desde o seu assalto ao poder, milhares de pessoas deixaram o Chile, outras tantas foram assassinadas ou simplesmente desapareceram. Com a redemocratização do Chile, a Era Pinochet tem sido execrada. O velho ditador foi detido em Londres, voltou ao Chile, onde faleceu em 2006. © W ik im ed ia C om m on s/ Bi bl io te ca d el C on gr es o N ac io na l d e Ch ile ` Pinochet Aula 29 3História 8B A Argentina teve em Juan Do- mingo Perón um de seus políticos mais expressivos. Vencedor das eleições de 1946, Perón adotou uma política nacionalista e popu- lista, mas acabou sendo derrubado em 1955. Voltou ao poder em 1973, carregado nos braços do povo, e governou até 1974, quando faleceu. Com a morte do velho caudilho, a sua segunda esposa [a primeira foi a célebre Eva Perón], Maria Estela Mar tinez de Perón [Isabelita], tornou-se Presidente da República. Governou até 1976, num clima de grande agitação, quando foi derrubada por um golpe militar liderado pelo General Videla. Resumidamente, podemos afirmar que as ditaduras latino-americanas tinham as seguintes características: • cerceamento da liberdade de expressão; • abolição de eleições livres; • desmantelamento das organiza- ções estudantis e sindicais; • abertura da economia para o mercado estrangeiro; • endividamento externo; • política externa alinhada com os Estados Unidos no contexto da Guerra Fria; • intensificação da presença do Estado na economia; • política repressiva com torturas, assassinatos e desaparecidos.Redemocratiza- ção Com o abrandamento e depois com o fim da Guerra Fria, no final da década de 80 do século XX, a políti- ca externa norte-americana mudou em relação à América Latina. Os mesmos norte-americanos que ajudaram Pinochet a implantar uma ditadura sangrenta agora pressionavam o velho general a sair de cena para que ocorresse a redemocratização do Chile, o que acabou ocorrendo com a vitória de Patrício Aylwin (1990). Na Argentina, os militares só deixaram o poder após a fracassada Guerra das Malvinas. Nos governos de Rafael Videla, Roberto Viola e Leopoldo Galtieri, produziu-se a “Guerra Suja” com sistemáticas violações aos direitos humanos. Após os militares saírem pela porta dos fundos, o povo argentino elegeu Raúl Alfonsín (1983) como Presidente da República. Guerra das Malvinas Ocupadas pela Grã-Bretanha em 1833, as Malvinas (Falklands para os ingleses) são reivindicadas desde então pelos argentinos. Em 1980, os britânicos propuseram aos Kelpers, os habitantes das ilhas, plena autonomia, mas eles não aceitaram. No ano seguinte, a Argentina ini- ciou a exploração de petróleo entre o continente e o arquipélago. Em represália, a Grã-Bretanha promoveu uma corrente migratória para a região, levando o governo argentino a protestar. Pouco depois, um enviado especial argentino foi a Londres tentar iniciar conversações com o governo britânico. Essas negociações se encontravam em compasso de espera, quando, em abril de 1982, 5 mil soldados argentinos invadiram Port Stanley, capital do arquipélago, e dominaram as guarnições britânicas. Foram também ocupadas as ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. Em junho, derrotados pelas forças britânicas, os argentinos rende- ram-se e os britânicos mantiveram a vigilância sobre a região. As relações diplomáticas entre Argentina e Grã-Bretanha foram res- tabelecidas em fevereiro de 1990, mas a questão da soberania sobre as Malvinas permanece fora de negociações. `Manifestação de mães argentinas na Praça de Maio, querendo informações sobre os desaparecidos políticos. © W ik im ed ia C om m on s/ Ge or ge z Na Bolívia, Hernán Siles Zuazo foi eleito presidente em 1980, restabe- lecendo o regime democrático. O mesmo ocorreu no Peru, com Fernando Belaúnde Terry (1980). No Uruguai, o candidato colorado Julio Maria San- guinetti, com a proposta de mudanças pacíficas, venceu as eleições em 1984. No Paraguai, o governo corrupto, ineficaz e autoritário do general Alfredo Stroessner (no poder desde 1954) sucumbiu. Nas eleições livres de 1989, o vencedor foi o general Andrés Rodrigues. No Brasil, as eleições diretas para 4 Extensivo Terceirão a presidência da República só vieram a ocorrer em 1989, com a vitória de Fernando Collor de Mello. Década de 1990 A década de 1990 foi marcada pela (o): • consolidação dos regimes democráticos; • aplicação em diversos países de políticas neoliberais; • relativa recuperação econômica; • surgimento de blocos econômicos regionais; • política externa mais independente em razão do fim da Guerra Fria; • agravamento das desigualdades sociais; • aumento da miséria em vários países; • danos ambientais crescentes; • aumento da criminalidade. Economia: sucessos e fracassos Na maioria dos Estados latino-americanos, a década de 1980 foi marcada por uma crise econômica de graves proporções. A incapacidade de administrar seus recur- sos; a fragilidade infraestrutural dos Estados; a crise da dívida externa; a inflação desenfreada; a crise estrutural da balança de pagamento; a redução dos investimentos públicos e o desemprego colocavam os países redemo- cratizados numa situação desesperadora. Tudo isto ocorreu concomitantemente à crise do socialismo real, à flagrante hegemonia estadunidense e ao auge da teoria econômica neoliberal. Neste contexto, por intermédio de pressões do Fundo Monetário Inter- nacional, do BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento), com a chancela do governo dos Es- tados Unidos, especialistas em economia “sugeriam” aos países devedores um elenco de medidas que ficaram co- nhecidas como: “Consenso de Washington”. Eis algumas das sugestões: privatização de estatais; livre circulação de bens, pessoas e capitais; flexibilização das relações traba- lhistas; redução tributária e reformas do Estado reduzindo despesas, bem como a sua área de atuação. Os organismos financeiros internacionais só rene- gociavam dívidas ou faziam novos empréstimos depois de verificarem se os postulantes estavam adequando suas economias de acordo com as novas diretrizes. O argumento usado era de que a periferia precisava modernizar-se. Nenhum país aplicou as teorias neoliberais na sua integralidade. Nem mesmo os Estados Unidos, cujos go- vernos não vacilaram em elevar tarifas sobre produtos importados, objetivando proteger a indústria e a agri- cultura nacionais. O mesmo aconteceu na América Lati- na, onde nenhum político, inclusive o general Pinochet, ousou aplicar todas as sugestões oriundas dos grandes centros do capitalismo. O que muitos governos fizeram foi um meio-termo: de um lado fazendo reformas para agradar o mercado e do outro lado preservando um relativo grau de autonomia em relação às políticas públicas. Os resultados dessas políticas variaram de acordo com cada país. No Peru, o Presidente Alberto Fujimori (1990-2000) aplicou receitas neoliberais para acabar com a inflação e diminuir os gastos públicos. Apesar dos custos sociais, obteve um sucesso relativo, propiciando estabilidade e crescimento econômico. Na Argentina, Carlos Menem (1989 - 1999) estabeleceu a igualdade entre o dólar e o peso. Viveu-se uma falsa euforia. Os produtos importados tornaram-se baratos, o preço pago foi elevado, pois levou à falência muitos setores industriais argentinos. A herança do governo Menem foi a desindustrialização, o desemprego e a elevação da dívida externa. No período de 1989 a 2002, o Chile continuou ob- tendo resultados auspiciosos em termos de crescimento econômico. Brasil, Colômbia, México e Uruguai também obtiveram melhorias significativas. Por outro lado, Ar- gentina, Bolívia e Paraguai tiveram desempenhos bem piores. Política Uma das consequências das políticas econômicas adotadas na década de 1990 foi o aumento da violência. No ano 2000, a Colômbia apresentava a elevada marca de 78 mortes por 100 000 habitantes. O país também apresentava o maior número de sequestros extorsivo do mundo. Honduras, Guatemala, Peru e Brasil também apresentavam números elevados em termos de mortes violentas. A cidade do Rio de Janeiro teve, em 1997, 69 homicídios por 100 000 habitantes. Durante a década de 1990, a democracia na Amé- rica Latina passou por altos e baixos. Em alguns países ocorreram avanços significativos; em outros ocorreram retrocessos. Em El Salvador e na Guatemala, acordos de paz puseram fim a décadas de guerras civis. No Chile, com o fim da ditadura Pinochet, instalou-se um regime democrático estável. Brasil e Uruguai também consoli- daram suas democracias. Na Nicarágua, os sandinistas respeitaram o resultado das eleições e entregaram o poder à oposicionista Violeta Chamorro. No México, o Partido Revolucionário Institucional, no poder desde 1929, perdeu as eleições no ano 2000, pondo fim a um longo período de clientelismo e eleições fraudulentas. Nem tudo, porém, foram avanços. No Peru, Fujimori, com o pretexto de combater as guerrilhas, especialmen- te do Sendero Luminoso, adotou medidas repressivas Aula 29 5História 8B com sistemáticas violações aos direitos humanos. Na Colômbia, apesar de uma fachada democrática, grupos paramilitares em conluio com forças governamentais reprimiram movimentos populares, confundidos propo- sitalmente com aliados das guerrilhas e do narcotráfico. As crises foram muitas. Na Venezuela, em 1992, houve uma tentativa de golpe contra o governo de Carlos Andrés Pérez. O golpe militar fracassou, porém, o líder do movimento, Hugo Rafael ChávesFrías, emergiu como uma forte liderança política. No México, em 1994, em decorrência da crise econômica e social, bem como da negligência do Estado em relação à questão indígena, surgiu no Estado de Chiapas o Exército Zapatista de Libertação Nacional. Dentre as diversas reivindicações do movimento zapatista, vale destacar o reconhecimento dos povos indígenas e de seu direito à autonomia. No final da década de 1990, a situação da Argentina era crítica. Em 1999, a taxa de desemprego disparou e a dívida com o FMI aumentou significativamente, atingin- do 128 bilhões de dólares. Fernando de la Rua, que as- sumiu em meio a um clima de grande instabilidade, não foi capaz de contornar a crise política e social e acabou diante dos protestos tendo que renunciar. A Argentina mergulhou no caos, tendo três presidentes em menos de dez dias. No desespero, foi decretada a moratória. Em outras palavras, o governo argentino deu o calote no pagamento da dívida externa. Testes Assimilação 29.01. (UFSCAR – SP) – Leia os dois textos seguintes. TEXTO 1 Os militares assumiram o governo do país em 1973. Consolidaram uma ditadura até 1990. Com o fim da ditadura, os partidos políticos unidos – numa frente denominada de La Concertación – reestrutu- raram o regime democrático, com avanços sociais e políticos, mas com a manutenção de diretrizes eco- nômicas liberais do governo anterior. Após duas ges- tões da Democracia Cristã, tomou posse em 2000 um presidente, representante do partido socialista, que assumiu o governo após uma grave crise que levou a população a experimentar um processo de recessão econômica. Esta situação ocasionou elevadas taxas de desemprego e o aumento das desigualdades sociais, apesar do país ostentar uma posição invejável, em ter- mos de desenvolvimento humano, entre os países da América Latina. TEXTO 2 Terra de Simon Bolívar, com uma economia de- pendente em 80% do petróleo, em 1998 uma coli- gação entre forças socialistas, aliadas com militares, chegou ao poder e tentou implementar um programa de mudanças. Em 2001, em oposição a uma série de leis aprovadas, o país viveu um movimento de opo- sição ao governo. Em 2002, o presidente chegou a ser deposto e o novo governo só conseguiu se manter por 48 horas, reassumindo o presidente anterior. Em 2004, foi realizado um plebiscito, quando o presiden- te interino foi confirmado no poder. É correto afirmar que os textos 1 e 2 correspondem, respec- tivamente, à história recente a) da Argentina e do Uruguai. b) do Chile e da Venezuela. c) do Brasil e da Colômbia. d) do Paraguai e do Peru. e) Da Bolívia e da Guiana. 29.02. (UFMG) – O “Populismo” pode ser definido como a: a) política de manipulação das camadas sociais trabalhado- ras urbanas pelos detentores do poder, que se utilizaram de promessas de atendimento parcial das reivindicações dessas camadas. b) política segundo a qual certos países limitam a soberania e a independência política, econômica e cultural de outros. c) crença numa figura redentora que, através de uma re- volução, destruirá a ordem existente, maléfica e injusta, inaugurando uma nova ordem de justiça e felicidade. d) crença na planificação da economia por uma comissão cen- tral estatal, visando ao bem da coletividade e não ao lucro. 29.03. (FATEC – SP) – O que gerou o fim do governo da Unidade Popular no Chile, eleito em 1970, sob a presidência de Salvador Allende, a) foi a instalação de uma ditadura do proletariado, cerce- ando as liberdades fundamentais; b) foi o golpe militar colocando no poder o general Augusto Pinochet, que iniciou um processo de desnacionalização, liberdade de importação e violenta repressão; c) foram as eleições livres que levaram ao poder o demo- crata-cristão Eduardo Frei; d) foram as eleições livres que colocaram no poder o general Augusto Pinochet; e) foi a guerra entre o Chile e a Argentina. 6 Extensivo Terceirão 29.04. (FUVEST – SP) – Os governos de Getúlio Vargas (1930 - 1945/1951 - 1954), no Brasil, de Juan Domingo Perón (1946 - 1955), na Argentina, de Victor Paz Estensoro (1952 - 1956/1960 - 1964), na Bolívia, e de Lázaro Cárdenas (1934 - 1940), no México, foram, alguns dos mais signifi- cativos exemplos do populismo latino-americano que se caracterizou notadamente: a) pela aliança com as oligarquias rurais na luta contra os movimentos de caráter socialista. b) pelo predomínio político do setor agrário-exportador em detrimento do setor industrial. c) pelo nacionalismo, e intervenção do Estado na economia, priorizando o setor industrial. d) por propostas radicais de mudanças nas estruturas socioeconômicas, em oposição ao capitalismo inter- nacional. e) por ter concedido às multinacionais papel estratégico nos setores agrário e industrial. Aperfeiçoamento 29.05. (UNICAMP – SP) – Em recente artigo, no jornal Folha de S.Paulo, sob o título “Lições de Naufrágio”, o escritor chileno Ariel Dorfman comentava: “No dia 11 de setembro de 1973, os militares chi- lenos derrubaram o governo constitucional do país, que tentava, pela primeira vez, construir o socialis- mo por meios eleitorais e pacíficos. O bombardeio de nosso Palácio Presidencial naquele dia marcou o início de uma ditadura que duraria 17 anos e cujo legado continua a corroer nosso país, mesmo hoje, depois de termos recuperado nossa democracia.” Fonte: Folha de S. Paulo, 7/09/2003. A respeito do fato mencionado no artigo, é correto afirmar: a) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo general Videla, responsável pela derrubada do governo socialista do presidente Salvador Allende. b) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo general Augusto Pinochet, responsável pela derrubada do go- verno socialista do presidente Ricardo Lagos. c) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo ge- neral Augusto Pinochet, responsável pela derrubada do governo socialista do presidente Salvador Allende. d) A ditadura militar instalada no Chile, ao contrário de outras instaladas na mesma época na América Latina, foi pacífica e não pode ser acusada por qualquer tipo de desrespeito aos direitos humanos. e) O golpe ocorrido no Chile foi denunciado energica- mente e combatido desde o início pelo governo dos Estados Unidos que, envolvido na época na Guerra do Vietnã, não queria receber acusações de patrocinar ditaduras. 29.06. (UFPE) – O mundo contemporâneo, marcado pelo avanço da globalização, convive, ainda, com grandes desigualdades sociais, que acentuam tensões políticas e provocam pessimismo, como acontece, por exemplo, na América latina, cujos desequilíbrios sociais ainda não foram superados. Sobre a instabilidade política da América Latina, podemos afirmar que: a) experiência socialista em Cuba criou tensões, sobretudo depois do fim da União Soviética; b) a Revolução Mexicana, na primeira metade do século XX, trouxe um modelo de reforma agrária que se implantou em vários países; c) o autoritarismo dos governos militares contribuiu para a debilidade das instituições democráticas; d) os Estados Unidos nunca exerceram qualquer influência em relação ao regime político dessa região; e) a falta de indústrias mais produtivas influencia o equilí- brio social, sendo o fator histórico mais decisivo para as dificuldades políticas existentes. 29.07. (UDESC) – Sobre o militarismo na América Latina, analise as proposições. I. Após as guerras de independência no início do século XIX, as Repúblicas fundadas na América Espanhola tiveram nos oficiais militares de maior prestígio seus principais líderes políticos, conhecidos como caudilhos. II. No século XX, o Coronel Juan Domingo Perón angariou a simpatia dos trabalhadores argentinos pelas políticas sociais que realizou como secretário de governo, sendo por isso eleito presidente da República mais de uma vez. III. No Brasil, os militares chegaram ao poder pela primeira vez com Getúlio Vargas, que implantou uma ditadura militar de 1930 até 1945, quando foi derrubado por manifestações populareslideradas pelos comunistas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Somente a afirmativa II é verdadeira. d) Somente a afirmativa I é verdadeira. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 29.08. (UEL – PR) – Sobre o populismo, é correto afirmar: a) A devolução das terras da Igreja Católica e a indeniza- ção das famílias dos presos políticos se constituem em algumas das medidas usuais no século XX na América Latina que foram idealizadas no governo populista de Juan Domingo Perón. b) Ao analisarmos o período denominado populista, no Brasil, dois aspectos são relevantes: o primeiro diz respeito às demissões de professores universitários contrários ao regime; e o segundo, à ausência do Estado para arbitrar o conflito entre a classe operária e os patrões. Aula 29 7História 8B c) O regime populista, no Brasil, configurou-se em uma resposta ao militarismo, uma vez que a sociedade havia perdido o direito às liberdades políticas, de imprensa e de expressão artística. d) O populismo, expresso através do fortalecimento do po- der legislativo, caracterizou-se como um movimento da burguesia para controlar a remessa de lucros do capital nacional ao exterior, que era feito através da compra de ações de empresas estrangeiras. e) O populismo constitui-se em um movimento político que se configurou em uma forma de administração esta- tal. Esteve presente em vários países latino-americanos, como no México com Lázaro Cárdenas, na Argentina com Juan Domingo Perón e no Brasil com Getúlio Vargas. 29.09. (UFF – RJ) – Nos anos 70 e 80 do século XX, a cultura latino-americana transformou-se em espaço de resistência às tendências autoritárias dos regimes políticos então vigentes. Em países como o Brasil, a Argentina e o Chile, observaram- -se manifestações artísticas contrárias: a) aos movimentos operários latino-americanos que, em sua maioria, apoiavam a política stalinista e, com isso, desenvolviam a penetração dos valores culturais russos identificados com o comunismo, abandonando as tra- dições nacionais; b) à dominação escravista que inviabilizava o crescimento industrial, concentrando as economias em produtos de subsistência e impossibilitando o desenvolvimento das culturas nacionais por falta de troca com a Europa; c) aos movimentos sociais de liderança anarquista, que defendiam propostas de integração mundial, limitando o desenvolvimento das culturas nacionais e provocando a decadência das tradições culturais; d) ao movimento europeu de imigração para a América Latina, que abriu caminho para a europeização da região através de sua cultura cosmopolita e da concentração dos imigrantes nas cidades; e) à dominação do capital estrangeiro e às várias ações de censura dos regimes ditatoriais que, fragilizando as raízes culturais e as tradições populares, comprometiam a manutenção da identidade nacional. 29.10. (FGV – RJ) – “Apesar de terem sido escritos no país e no exterior vários livros, artigos, monografias, e desenvolvidas pesquisas que tentam explicar, com maior e menor acerto, o que foi o peronismo, em minha opinião nenhum destes trabalhos conseguiu dar uma definição acertada desse fenômeno tão curioso e tão argentino. Alguns falam de populismo ou terceiro-mundismo; outros, de um sistema fascista atenuado ou de um sistema próprio dos países latino- -americanos onde o exército teria uma hegemonia através de um partido único.” Félix Luna. Breve história dos los argentinos. Buenos Aires: Editorial Planeta, 2000. A partir da leitura do texto anterior, podemos afirmar que o peronismo, segundo as diferentes interpretações evocadas, pode ser definido como: a) um sistema fascista atenuado que contava com as mesmas bases sociais: a alta burguesia conservadora; b) um tipo de populismo ou terceiro-mundismo, apoiado pelos setores mais novos do proletariado urbano em expansão e pelas camadas mais pobres da população rural e das classes médias; c) um sistema próprio dos países latino-americanos, na continuidade de uma espécie de tradição latino- -americana de regimes ditatoriais identificados com os grandes proprietários rurais; d) resultado de um pronunciamento militar que em nada inovou nos planos econômico e político-social, a não ser na utilização de mecanismos paternalistas pelos quais o regime se apresentou como grande defensor dos mais humildes; e) um regime com posições terceiro-mundistas no plano externo e com uma política interna demagógica, opor- tunista e completamente dissociada dos interesses do proletariado urbano e do desenvolvimento do processo de industrialização. Aprofundamento 29.11. (UFMS) – Leia atentamente parte do discurso pro- nunciado por Salvador Allende, transmitindo pela Rádio Magallanes, em 11 de setembro de 1973. [...] Tenho fé no Chile e em seu destino. Outros chilenos superarão esse momento negro e amargo em que a traição pretende se impor; continuem sabendo que muito mais cedo do que tarde novamente se abri- rão as grandes avenidas por onde passará o homem digno, para construir uma sociedade melhor. [...] apoud ALEGRIA, Fernando. Salvador Allende. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 94. Com base neste trecho do discurso e em seus conhecimentos sobre a história da América Latina, é correto afirmar que: a) Salvador Allende reconhecia que, durante o período em que esteve na presidência do Chile, o seu governo foi um fracasso. Segundo ele, somente um governo forte, sob a liderança dos militares, poderia conduzir seu país para a construção de uma sociedade melhor; b) em seu discurso, Salvador Allende já previa a ascensão de Pinochet ao Palácio de la Moneda, pois, como afirma em seu pronunciamento, “novamente se abrirão as grandes avenidas por onde passará o homem digno, para construir uma sociedade melhor”; c) após a última oportunidade em que se dirigiu ao povo chileno, em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende, o presidente do Chile, veio a morrer no interior do Palácio de la Moneda, o qual foi bombardeado pela Força Aérea e pelos tanques do Exército Chileno; 8 Extensivo Terceirão d) desde 1973, já havia no interior da América Latina re- presentantes da Al Qaeda com objetivos de expandir a religião islâmica por meio da Guerra Santa e, por isso, houve o atentado terrorista em 11 de setembro de 1973 contra o Palácio de la Moneda; e) o final do governo de Salvador Allende foi muito pa- recido com o de Jânio Quadros. Allende, assim como Quadros, também renunciou ao cargo de presidente, entregando-o aos militares. 29.12. (UNIOESTE – PR) – De 1976 a 1983, a Argentina vivenciou um período de ditadura militar, com a substitui- ção de Isabelita Perón por uma junta militar encabeçada por militares das três Armas. Assinale a alternativa correta relacionada a esse período: a) Os militares tomaram o poder devido à perda das ilhas Malvinas para a Inglaterra, quando este último país ocupou o arquipélago e expulsou os argentinos ali residentes. b) A Argentina viveu um período de grave crise econômica, o que enfraqueceu a influência do capital externo, levan- do a um período de desenvolvimento autossustentado. c) O movimento “Mães da Praça de Maio” foi organizado em função da morte ou do desaparecimento de cerca de 30 mil pessoas durante o período, iniciando sua mobilização ainda em 1981. d) Uma das consequências desse período foi a reconquista das ilhas Malvinas, o que fortaleceu o papel das forças armadas na sustentação do governo. e) A chamada Doutrina de Segurança Nacional foi formu- lada para possibilitar a atuação de forças oposicionistas no país, levando ao enfraquecimento da ditadura. 29.13. (UFRGS) – Os documentos a seguir referem-se ao processo histórico que culminou, em 11 de setembro de 1973, na derrubada do governo constitucional de Salvador Allende no Chile. “Não vejo por que razão haveríamos de ficar pa- rados assistindo um país tornar-se comunista devido à irresponsabilidadede seu próprio povo.” Henry Kissinger, 1970. In: CHOMSKY, N. e HERMAN, E. “Banhos de Sangue.” São Paulo: DIFEL, 1976, p. 148. “Após a vitória eleitoral de Allende, o presidente Nixon disse ao diretor da CIA, Richard Helms, para ‘fazer a economia gritar’, (...) decisão implementada (...) por um corte de ajuda econômica do país.” SCHOULTZ, L. “Estados Unidos: poder e submissão.” Bauru, SP: EDUSC, 2000, p. 398. “(...) a CIA foi autorizada (...) para criar grupos de oposição a Allende no Chile. Durante o governo de Allende, US$ 8 milhões foram gastos financiando órgãos de comunicação, partidos políticos e (...) or- ganizações do setor privado.” Informe Church. ARCHIVOS SECRETOS. “Documentos Desclasificados de Ia CIA.” Santiago de Chile: LOM, 1999, p. 195. Considerando os documentos acima e o contexto histórico específico, aponte a opção correta sobre o papel dos EUA diante do governo da Unidade Popular. a) A queda do governo da Unidade Popular deveu-se exclu- sivamente às contradições internas do seu projeto político. b) O caráter democrático e constitucional do governo Allende constituiu um freio para o apoio dos EUA às forças golpistas. c) A desestabilização do governo de Allende foi um objetivo permanente das autoridades norte-americanas na época. d) Os EUA reagiram contra o governo da Unidade Popular a partir da estatização das multinacionais norte-americanas no Chile. e) O envolvimento norte-americano na derrubada de Allen- de deveu-se à participação de funcionários subalternos. 29.14. (UFSC) – “Em setembro de 1973, apoiadas pelos Estados Unidos, as Forças Armadas deram um golpe militar e depuseram o presidente Salvador Allende, que morreu em combate na sede do governo, o palácio La Moneda, bombardeado por aviões da aeronáutica.” ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. “Toda a História - História Geral e do Brasil”. São Paulo: Ática, 2002, p. 413. Com base no texto anterior, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 01) O texto refere-se ao golpe militar ocorrido na Argenti- na em 1973, quando os militares comandados pelo Gal. Jorge Rafael Videla assumiram o poder. 02) O palácio ‘La Moneda’, sede do governo peruano, foi cons- truído durante a gestão do socialista Haya de la Torre. 04) Com a deposição de Salvador Allende por um golpe militar, o Chile passou a ser governado pelo populista Juan Domingo Perón, iniciando o período conhecido como “peronismo”. 08) O golpe militar de 1973 depôs o governo de Salvador Allende, de tendência socialista, dando início a uma longa ditadura militar encabeçada pelo Gal. Augusto Pinochet. 16) O apoio dos Estados Unidos ao golpe militar estava re- lacionado ao temor gerado pelas propostas de profun- das reformas do governo Allende, com vistas à criação de uma sociedade socialista no Chile. 32) O golpe militar, mencionado no texto, foi a forma de os Estados Unidos evitarem que se instalasse no Chile um governo de radicais socialistas, conhecidos como “tupamaros” e liderados por Salvador Allende. 29.15. (UEPG – PR) – Elemento político complexo, o popu- lismo teve sua ascensão no século XX e pode ser estudado como um fenômeno social, como uma forma de governo ou, até mesmo, como uma ideologia. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) Do ponto de vista social, uma das ações mais expres- sivas adotadas por Getúlio Vargas foi o avanço da re- forma agrária no Brasil. Mesmo não tendo soluciona- do o problema, as medidas adotadas por ele foram fundamentais para minimizar a tensão social no meio rural brasileiro. Aula 29 9História 8B 02) A América Latina mostrou-se um campo fértil para o avanço do populismo. Lázaro Cárdenas (México), Juan Perón (Argentina) e Getúlio Vargas (Brasil) são compre- endidos como exemplos de líderes populistas. 04) Apesar de afinidades entre o discurso populista e o cris- tão, nem todos os governos populistas latinoamericanos foram apoiados pela Igreja Católica. No Brasil, Vargas en- frentou forte oposição da Igreja que o denunciou por ser conivente com prisões, torturas e execuções de presos políticos. 08) O desenvolvimento nacional é um elemento presente no discurso populista, mas nem todos os governos populis- tas se pautam em uma política econômica nacionalista. Diferentemente de Vargas e Perón, Cárdenas, permitiu que o capital estrangeiro controlasse setores essenciais da economia mexicana. 16) Em todo regime populista observa-se a figura de um lí- der dotado de carisma que se coloca como representan- te legítimo das massas. 29.16. (UCS – RS) – Regimes autoritários dominaram países da América do Sul entre as décadas de 1950 e 1980. Relacio- ne os países da América do Sul apresentados na coluna A às características que os identificam, listadas na coluna B. Coluna A 1. Uruguai 2. Chile 3. Paraguai Coluna B ( ) Em 1970, o socialista Salvador Allende foi eleito presi- dente. Ao nacionalizar mineradoras norte-americanas, seu governo se tornou alvo de uma campanha de de- sestabilização. Três anos depois, foi deposto por um gol- pe militar e morreu no palácio presidencial. O controle do país ficou com o general Augusto Pinochet, que per- maneceu no cargo até 1990. ( ) Em 1954, o general Alfredo Stroessner deu um golpe apoiado pelos latifundiários. Seu governo também re- cebeu o apoio dos Estados Unidos e das ditaduras dos países vizinhos. Só deixou o poder em 1989, quando foi deposto por um golpe militar e exilou-se no Brasil, onde faleceu em 2006. ( ) Em 1971, eleito presidente, Juan Maria Bordaberry as- sumiu o compromisso de derrotar o grupo guerrilheiro Tupamaro. Em 1973, com o apoio dos militares, ele fe- chou o Congresso e instaurou uma ditadura. A repressão foi tão violenta que, nos fins dos anos 1970, os Estados Unidos chegaram a cancelar a ajuda ao país. A redemo- cratização começaria apenas em 1984. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente os parênteses, de cima para baixo. a) 1 – 3 – 2. d) 3 – 2 – 1. b) 2 – 3 – 1. e) 2 – 1 – 3. c) 3 – 1 – 2. 29.17. (UEPG – PR) – Populismo é um termo empregado para indicar um conjunto de práticas políticas que têm na relação direta entre as massas e um grande líder político sua caracte- rística central. Muito comum na América Latina, o populismo deixou marcas políticas profundas no continente. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) Em que pesem as singularidades dos populismos latino- -americanos, é possível afirmar que todos os governos po- pulistas tiveram nas aristocracias agrárias de seus respecti- vos países as principais forças sociais e políticas de apoio. Isso é mais destacado, especialmente, no caso brasileiro. 02) Uma das características do populismo varguista, no Bra- sil, foi o trabalhismo. A valorização do trabalho como única forma de desenvolvimento nacional, a adoção de uma legislação social favorável aos trabalhadores e a promoção dos trabalhadores em discursos e festividades são parte desse modelo. 04) Líderes populistas latino-americanos, como Vargas e Pe- rón, foram duramente combatidos pela Igreja Católica, ins- tituição que compreendia tais líderes como portadores de discursos e práticas que estimulavam o comunismo ateu. 08) Um discurso marcadamente nacionalista e a montagem de um Estado forte, com poder centralizado na figura de um líder carismático e responsável pelo desenvolvi- mento econômico nacional, são características bastante comuns aos populismos latino-americanos. 16) Os regimes populistas se assentaram em forte propagan- da midiática. Nesse sentido, uma das características co- muns do populismo foi a ampla liberdade de imprensa e o incentivo à difusão das obras promovidas pelo Estado. 29.18. (UEPG – PR) – O populismo na América do Sul encontra nas figuras de Juan Domingo Perón, na Argentina, e de Getúlio Vargas, no Brasil, duas de suas figuras exponenciais. A respeito do populismo e, em especial, de Vargas e Perón, assinale o que for correto. 01) A existência de líderes paternalistas, carismáticose com grande capacidade de interferência sobre os movimentos sociais são marcas que caracterizam os regimes populistas. 02) O autoritarismo, o assistencialismo e o controle dos meios de comunicação como forma de reprodução em massa das ações de governo são características encon- tradas nos governos de Perón e de Vargas. 04) Apesar de adotar um discurso nacionalista e em defesa das classes trabalhadoras, Perón não promoveu um pro- cesso efetivo de distribuição de rendas e de diminuição das diferenças sociais na Argentina. 08) Uma das marcas do governo populista de Getúlio Var- gas foi a abertura do país ao capital estrangeiro como forma de promover um processo de modernização econômica no Brasil. 16) Tanto no Brasil quanto na Argentina, a Igreja Católica manteve uma postura crítica e distanciada do campo político durante todo o tempo em que esses países fo- ram governados por Perón e por Vargas. 10 Extensivo Terceirão Desafio 29.19. (UFSC) – Nos intervalos entre sessões de tortura, deixavam-me pendurado pelos braços em ganchos fixos à parede do calabouço onde me atiravam. Algumas vezes me jogavam sobre a mesa de tortura e me esticavam, amarrando pés e mãos a algum instru- mento que não posso descrever porque não vi, mas que me produzia a sensação de que iam arrancar-me partes do corpo. NUNCA mais: informe sobre o desaparecimento de pessoas na Argentina. Porto Alegre: L&PM, 1984. p.17-18. Sobre as ditaduras militares latino-americanas, assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 01) Nos anos 1970, os governos do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia chegaram a fazer um acordo de coo- peração mútua, a chamada Operação Condor, com o objetivo de reprimir em conjunto os regimes ditatoriais implanta- dos por meio de golpes militares na América Latina. 02) Durante os anos 1970, a ditadura do general cubano Fidel Castro defendia a política do big stick, caracterizada por dar apoio bélico e influenciar ideologicamente os diversos governos militares latino-americanos. 04) No Chile, em 11 de setembro de 1973, um golpe militar chefiado pelo general Augusto Pinochet derrubou o governo do presidente socialista Salvador Allende, que morreu no Palácio La Moneda. 08) Na Argentina, a derrota para os britânicos na Guerra das Malvinas (1982), somada à crescente crise inflacionária e aos mo- vimentos populares contra a repressão militar, causou a queda de uma das mais violentas ditaduras latino-americanas. 16) No contexto da Guerra Fria, as ditaduras militares latino-americanas estavam claramente alinhadas ao bloco capitalista liderado pela União Soviética. 32) São características que as ditaduras latino-americanas tiveram em comum: o autoritarismo, a censura, o nacionalismo e a violenta repressão que deixou milhares de mortos e desaparecidos. 29.20. (PUC – RJ) – Na Argentina, durante o governo Perón (1946-1955), a propaganda política desempenhou um papel fundamental na legitimação e na consolidação do regime. Fotos, retratos, esculturas de Perón e Eva, a bandeira, expressões características como “justicialismo”, “terceira posição”, datas exaltadas pelo regime, compo- sições musicais, discursos do presidente ou de sua esposa, tudo constituía conteúdo simbólico de grande força, no que se referia à sedução das massas. CAPELATO, Maria Helena R. “Multidões em cena”. Propaganda política no varguismo e no peroniosmo. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998, p. 49. ` Ilustração do livro Justicialismo, de Graciela A. de Videla, Buenos Aires, Estrada, 1953, p. 121. a) Retire da imagem um elemento que explicite práticas, conceitos e ideias veiculadas durante o governo Perón (1946-1955) na Argentina. Aula 29 11História 8B b) Identifique duas características semelhantes entre o governo Perón na Argentina (1946-1955) e o governo do Estado Novo de Vargas no Brasil (1937-1945). Gabarito 29.01. b 29.02. a 29.03. b 29.04. c 29.05. c 29.06. c 29.07. a 29.08. e 29.09. e 29.10. b 29.11. c 29.12. c 29.13. c 29.14. 24 (08 +16) 29.15. 18 (02 + 16) 29.16. b 29.17. 10 (02 + 08) 29.18. 07 (01+02 + 04) 29.19. 44 (04+ 08+ 32) 29.20. a) O aluno poderá retirar um entre os elementos a seguir: a ima- gem de Perón que aparece em destaque ressaltando seu papel de líder da nação, representante do povo e dos trabalhadores; o destaque para a figura feminina representando a justiça, os po- deres da república e o respeito à constituição argentina; a pre- sença de trabalhadores destacando-os como o principal grupo social de sustentação do regime; estes elementos procuravam marcar a identidade do regime ressaltando a relação do líder com as massas, a substituição da ideia de “democracia liberal” pela de “democracia social” e a substituição da identidade indi- vidual própria do liberalismo pela identidade nacional coletiva correspondente à ideia da “sociedade unida e harmônica”, guia- da pelo líder, condutor das massas. b) O aluno poderá identificar duas entre as características a se- guir: o uso da propaganda política inspirada nas experiências europeias do nazismo e do fascismo; o apelo às massas como legitimadoras do regime; a criação de mecanismos de controle social que procuravam impedir a expressão de conflitos e mani- festações de oposição ao regime; a identificação entre Estado/ líder/povo/nação; a adoção de políticas econômicas nacionalis- tas; a propagação de imagens, símbolos, datas comemorativas e espetáculos do poder como elementos de legitimação e divul- gação do regime; a constituição de toda uma produção cultural, intelectual e artística destinada a propagar os valores novos dos regimes peronista e varguista. 12 Extensivo Terceirão América Latina contemporânea II 8BAula 30 História Revolução Cubana Cuba foi um dos últimos países da América espanho- la a obter sua independência, que só se concretizou em 1898. Os Estados Unidos, que desejavam estender sua influência na região, deram todo o apoio aos cubanos, contribuindo para a vitória contra os espanhóis. Após a “Independência” política, a dominação estadunidense era marcante; inclusive a Constituição Cubana, num de seus apêndices, estabelecia “o princípio de que o governo dos Estados Unidos podia intervir nos assuntos internos do País” (Emenda Platt). Diante disso, a maioria dos presidentes cubanos não passavam de fantoches a serviço dos norte-americanos. Em 1934, o coronel Fulgêncio Batista y Zaldívar deu o seu primeiro Golpe de Estado. A partir de então, pas- sou a ser o homem forte do país. Em 1952, ao per ceber que ia ser derrotado nas eleições presidenciais, deu um novo Golpe de Estado e tornou-se ditador. Fidel Alejandro Castro Ruiz, filho de um abastado fazendeiro, formou-se em Direito pela Universidade de Havana. Era candidato a deputado pelo Partido do Povo Cubano ou da Ortodoxia, quando Fulgêncio Batis ta deu o Golpe de Estado. A partir de então passou à oposição clandestina. Em 26 de julho de 1953, Fidel iniciou a sua longa luta de guerrilheiro, juntamente com 126 companheiros, na maioria jovens universitários, ao tentar tomar o quartel de Moncada e a fortaleza de Bayamo. Devido a uma série de desencontros e à superioridade bélica do adver- sário, os rebeldes foram derrotados. Muitos morreram em combate; outros, após terem sido torturados, foram presos. Os rebeldes foram condenados de 12 a 15 anos de prisão, porém diante da violenta pressão popular, Ful- gêncio Batista anistiou-os em 1955. Diante da impossibilidade de atuar politicamente em seu país, Fidel foi para o México, onde iniciou um exaustivo trabalho para organizar a invasão de Cuba e a consequente derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista. No México, Fidel conheceu um eterno revolucionário, o médico argentino Ernesto Guevara De La Serna, que era chamado carinhosamente de “Che”. O plano de invasão recebeu o nome de 26 de julho, em homenagem ao ataque ao quartel de Moncada (26/07/1953). A força guerrilheira foi treinada pelo coronel Alberto Bayo, o que lutou ao lado dos republicanos na GuerraCivil Espanhola. A bordo de um velho iate, o Granma (hoje nome de jornal oficial do governo cubano), os rebeldes partiram de Tuxpán, no México, em 24 de novembro de 1956. Eram 82 guerrilheiros sob o comando de Fidel Castro. A viagem foi cheia de dificuldades. Assim que desembarcaram em terra firme, os rebel- des foram atacados pela força aérea. Escondendo-se sob as árvores, no meio dos charcos, com água pela cintura, os guerrilheiros dispersam as suas forças. Dos 82 sobraram apenas 22 componentes, que se instalaram nas montanhas e florestas de Sierra Maestra. La tin st oc k/ Al am y/ Pi ct or ia l P re ss ` Revolucionários cubanos na Sierra Maestra Em Sierra Maestra, nasceu o Exército Rebelde de Guerrilheiros, que obteve a adesão dos guajiros (campo- neses sem terras que levavam uma existência miserável). O número de militantes do Movimento de 26 de julho aumentou tanto no campo quanto nas cidades. Os guerrilheiros em ações espetaculares fizeram com que o exército de Batista sofresse derrotas vergonhosas. No histórico, afirmou que adotava o marxismo-leninis- mo e se aproximava da URSS. Em outubro de 1962, diante da descoberta de que mísseis soviéticos estavam sendo instalados em Cuba, os Estados Unidos bloquearam a ilha e se pre- pararam para uma invasão. Para evitar um conflito de consequências graves, a URSS retirou os mísseis e o bloqueio foi cancelado. Em 16 de abril de 1961, uma tentativa de assalto foi tramada pelos contrarrevolucionários cubanos que se encontravam nos Estados Unidos. Segundo o jornal The New York Times, os invasores foram trei- nados, equipados e financiados pelos Estados Uni- dos... eram supervisionados diretamente pela CIA (Central Intelligence Agency). Os contrarrevolucio- nários desembarcaram na Baía dos Porcos, porém a invasão foi um fracasso total. Em torno de 80 in- vasores morreram, 1179 foram presos, um barco foi afundado e cinco aviões foram derrubados. Em maio de 1961, Fidel declarou que Cuba passa- va a ser um Estado Socialista. Em pronunciamento Aula 30 13História 8B início de 1958, a Rádio Rebelde foi para o ar, podendo Fidel, com sua inflamada oratória, atingir todo o povo cubano. No segundo semestre de 1958, as colunas guerri- lheiras passaram à ofensiva. Nesta fase, destacaram-se os guerrilheiros: Che Guevara, Raul Castro e Camilo Cienfuegos, dentre outros. Em dezembro de 1958, o ditador Batista fugiu para a República Dominicana. Em janeiro de 1959, os rebeldes controlaram todo o país e, no dia 5 desse mês, Fidel aterrissou em Havana, onde foi recebido triunfalmente. Com a vitória do Movimento de 26 de julho, Fidel tornou-se chefe das Forças Armadas e mais tarde Primeiro-Ministro. As empresas nacionais e indústrias de grande porte, bem como as empresas estrangeiras, foram encampa- das pelo governo. No campo, foi realizada uma radical reforma agrária. O paredón, ou seja, o grande número de fuzilamen- tos após julgamentos sumários, contribuiu para afastar os inimigos internos e consolidar a revolução. É verdade que os processos sumários inviabilizaram uma defesa efetiva dos acusados. As relações com os Estados Unidos tornaram-se tensas; o presidente norte-americano Eisenhower cortou a quota de importação de açúcar. Fidel reagiu nacionalizando as companhias açucareiras, petrolífera, telefônica e de eletricidade, juntamente com os bancos norte-americanos. Diante disso, os Estados Unidos decretaram o bloqueio contra Cuba. Em virtude do estrangulamento econômico e diplomá- tico imposto pelos Estados Unidos e seus aliados, o governo cubano teve que se voltar para a URSS e Europa Oriental. Incontestavelmente, Cuba teve um progresso ver- tiginoso após a revolução. O novo governo conseguiu erradicar o analfabetismo, melhorar o nível de vida da população e propiciar uma participação política muito grande das massas populares. © Sh ut te rs to ck /R ob C ra nd al l ` Fidel, no início dos anos 1989 Até meados da década de 80, Cuba era uma espécie de “ilha proibida”. Com a redemocratização da América Latina, a maioria dos países reataram as relações diplo- máticas com o regime de Fidel Castro. O impasse com os norte-americanos continuou. Situação dramática viveu Cuba durante grande parte da década de 90. A derrocada dos regimes socialistas do Leste Europeu, o fim da URSS e o endurecimento do bloqueio comercial estadunidense (Lei Helms-Burton) fizeram com que a economia da ilha entrasse em colap- so. De 1989 a 1994, o Produto Nacional Bruto teve uma redução de 41,4%, enquanto as transações de comércio com o exterior (total de exportações e importações) tiveram uma queda de 75%. Eclodiram protestos, com o aumento do número de pessoas que deixaram o país em balsas improvisadas, os chamados balseiros. Diversas mudanças jurídicas foram efetuadas: permitiram-se formas de propriedades com a par- ticipação da iniciativa privada; estabeleceu-se uma legislação incentivando os investimentos estrangeiros; reorientaram-se as relações econômicas internacionais; liberalizou-se o dólar para uso nas transações comerciais e incentivaram-se investimentos do capital estrangeiro na indústria do turismo e extrativa. Os resultados na economia fizeram-se sentir, pois a média de crescimento 14 Extensivo Terceirão anual da ilha socialista entre 1994 e 2003 foi de 3,4%, enquanto a média da América Latina e Caribe nesse período foi de 2,31%. A ajuda da Venezuela foi de vital importância. Em 2006 Fidel deixou o poder sendo substituído pelo seu irmão Raul Castro. As reformas econômicas (investimentos estrangei- ros, incentivo ao turismo, legalização do dólar, envio de recursos aos familiares por parte dos exilados cubanos que vivem nos Estados Unidos, cortes de despesas, fa- zendas estatais convertidas em cooperativas, indústrias estatais abertas aos investimentos privados, trabalho autônomo dentre outras medidas) conseguiram causar crescimento econômico, mas também têm aumentado as desigualdades, com uma série de mazelas sociais. A aproximação com a Igreja Católica (visita do Papa Francisco), uma maior inserção na América Latina e o reatamento das relações diplomáticas com os Estados Unidos são alguns dos fatos relevantes da história cubana nesta segunda década do século XXI. A morte de Fidel não parece ter alterado substancialmente o regime cubano. ` Papa Francisco ` Raul Castro ` Barack Obama Revolução Sandinista A Nicarágua, após sua independência política, passou a ser tutelada pelos Estados Unidos, que asseguram a do- minação graças à presença dos marines norte-americanos. Na década de 20, Augusto César Sandino, com alguns poucos homens, passou a fa- zer guerrilhas nas montanhas, lutando contra a presença norte-americana. O seu “pe- queno exército louco” lutava sob uma bandeira rubro- -negra com o slogan “Pátria e Liberdade”. Em 1933, depois de árduos combates, Sandino venceu os marines norte-americanos, que deixaram o país. No lugar deles ficou a Guarda Nacional, comandada por Anastasio Somoza García, que passou a adotar uma política hostil em relação a Sandino, tanto que, na noite de 21 de fevereiro de 1934, o “General de homens livres” foi assassinado por elementos ligados à Guarda Nacional. ` Sandino © W ik im ed ia C om m on s/ Bi bl io te ca d o Co ng re ss o do s Es ta do s U ni do s © W ik im ed ia C om m on s/ O ffi ci al W hi te H ou se /P et e So uz a © W ik im ed ia C om m on s/ Je ffr ey B ru no © W ik im ed ia C om m on s/ G ov er nm en t.r u Aula 30 15História 8B A partir de 1934, a Nicarágua passou a ser dominada pela família Somoza, a qual recorre a todos os meios para se perpetuar no poder. Apesar das atrocidades e violências, os Estados Unidos continuaram apoiando até o fim o regime somozista. Os guerrilheiros sandinistas começaram a se organi- zar em 1962. No início, sofreram uma série de derrotas; porém, devido à situação interna daNicarágua e à políti- ca correta que adotaram, conseguiram se recuperar dos reveses iniciais. Em 1978, os guerrilheiros, que estavam divididos em várias facções, se uniram na chamada Frente Sandinista de Libertação Nacional. De 1978 a julho de 1979, a FSLN empreendeu a ofensiva final contra a ditadura somozista. No poder, os sandinistas realizaram reformas econômi- cas e sociais profundas, sob a liderança de Daniel Ortega. O regime sandinista teve de enfrentar a oposição dos Estados Unidos, dos “contras” e dos adeptos de Eden Pastora, que se bandeou para a oposição. No início de 1990, a vitória de Violeta Chamorro pôs fim ao regime sandinista. Guerrilhas A guerra de guerrilhas sempre foi intensa em todos os continentes. Aqui, vamos apenas citar alguns movi- mentos que não se cristalizaram em revoluções. Os montoneros, na Argentina; os tupamaros, no Uruguai; as guerrilhas urbanas e rurais, no Brasil – Carlos Lamarca, Araguaia, etc. –; o fracasso de Caamaño Deño na República Dominicana. Na Colômbia, existem até hoje diversas organizações guerrilheiras. Porém, o grande destaque foi Jorge Camilo Torres Restrepo, de família rica, que se tornou padre dominicano. Depois de tentar pela via pacífica as soluções para os problemas do povo, entrou para a luta armada, considerando a Revolução a única saída. Camilo Torres e outros guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional passaram a sofrer violentos ataques. Camilo Torres acabou morrendo em 15 de fevereiro de 1966. Indiscutivelmente, o maior símbolo da guerrilha contemporânea foi o médico argentino Ernesto “Che” Guevara, filho de família rica, herói do povo cubano, que em 1965 abandonou as posições importantes que ocupava em Cuba, foi para a África, voltou à América e tentou formar um foco de guerrilhas na Bolívia. O plano de Guevara de, a partir da Bolívia, criar novos focos de guerrilhas nos países vizinhos, fracassou. Isola- do, Guevara foi morto a 9 de outubro de 1967. Poucos personagens deste século conseguiram sensibilizar tanto a juventude quanto “Che” Guevara. Seu retrato, com a boina estrelada, o fuzil na mão, os cabelos e barba longos tornaram-se símbolos das manifestações estudantis de 1968. © W ik im ed ia C om m on s/ M us eo C he G ue va ra , H av an a/ Al be rt o Ko rd a ` Ernesto “Che” Guevara As ideias de “Che” Guevara influenciavam a esquerda latino-americana nos anos 60. A sua teoria do foco guerrilheiro encontrou grande acolhida em todo o continente. Inspiradas total ou parcialmente no foquismo, surgiram guerrilhas na Colômbia, Venezuela, Peru, Gua- temala, Argentina, Brasil, etc. Todas essas tentativas fracassaram, por várias razões. Eis algumas: • falta de apoio popular; • confinamento das guerrilhas em lugares isolados e remotos; • “Primazia do fator militar sobre o fator político, do foco guerrilheiro sobre o partido.” (Jacob Gorender); • não se levaram em consideração as peculiaridades históricas de cada país; • as tais condições objetivas não existiam ou, se exis- tiam, não foram adequadamente aproveitadas. Em El Salvador, a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) – Augustin Farabundo Martí, líder camponês, morto numa emboscada – tinha no início da década de 80 o controle de 1/3 do país. A intervenção norte-americana impediu que os rebeldes tomassem o poder (morreram aproximadamente 80 mil pessoas). No Peru, o grupo maoísta do Sendero Luminoso atuou intensamente na década de 1980. O regime do Presidente Alberto Fujimori no Peru contribuiu para que o Sendero e o Movimento Revolucionário Tupac Amaru sofressem uma série de reveses. 16 Extensivo Terceirão Na Colômbia, o grupo guer- rilheiro mais forte é as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que controlam uma ampla área, estando associadas ao narcotráfico. Felizmente um processo de paz se efetivou. Século XXI Economia De uma forma geral a situação econômica dos países da América Latina melhorou substancialmente a partir de 2003. Venezuela, Peru e Chile apresentaram aumentos expressivos do Produto Interno Bruto. Brasil, Colômbia, Uruguai, México, Argentina e Cuba também melhoraram bastante, seguindo a tendência mundial. A crise internacional de 2008 afetou desigualmente a América Latina. Venezuela, México e Chile tiveram quedas substanciais, já o Brasil, a Argentina e a Colômbia tiveram quedas pouco expressivas. A maior integração econômica e política tem sido um fato extrema- mente positivo para um maior de- senvolvimento da América Latina. Contudo, em termos econômicos, persistem problemas antigos. Eis os principais: • A dívida externa continua sendo um dos entraves ao desenvolvi- mento de um número elevado de países. • A maior parte das exportações dos países latino-americanos é de produtos primários. • Carência de infraestrutura. • A elevada carga tributária e a burocratização excessiva tornam vários setores pouco competitivos. • A falta de investimentos ade- quados em pesquisas torna a dependência tecnológica em relação aos países centrais excessiva. Avanços Um fato extremamente positivo das últimas duas décadas tem sido o papel cada vez mais incisivo da mulher na vida econômica, cultural e política. Em vários países da América Latina, mulheres chegaram à Presidência da República. Violeta Chamorro na Nicarágua; Mireya Moscoso no Panamá; Michelle Bachelet no Chile; Cristina Kirchner na Argentina e Dilma Roussef no Brasil. Contudo, a violência contra a mulher – apesar das medidas legais – continua uma herança de um passado patriarcal e machista, difícil de ser extirpada. ` Bachelet, Cristina Kirchner e Dilma Roussef Percebe-se uma maior tolerância com a diversidade sexual. Medidas educacionais e jurídicas têm contribuído para que as pessoas respeitem as opções sexuais de seus semelhantes. Do ponto de vista legal, o reconheci- mento de uniões homoafetivas coroou de forma exitosa uma reivindicação há muito acalentada. No que diz respeito aos Direitos Humanos, países como Argentina e Uru- guai têm se destacado. Torturadores do período militar têm sido julgados, condenados e presos. Já no Brasil, no Chile, na Guatemala e no Paraguai pouca coisa foi feita contra aqueles que torturaram e mataram durante os regimes ditatoriais. Leis de anistia foram aprovadas e pessoas altamente comprometidas com crimes hediondos ficaram impunes. Em várias constituições, os direitos das populações indígenas têm sido garantidos. Na Bolívia, em 2005, o índio da etnia uru-aimará Evo Morales che- gou à presidência da República e deu início a um processo que tem dado às diversas nações indígenas bolivianas uma representatividade política muito maior. Em 2011, no Peru, a eleição de Ollanta Humala, de origem indígena, animou as comunidades nativas. Nos últimos anos, observa-se que, em toda a América Latina, os povos indígenas têm procurado se organizar para defender suas terras e seus valores culturais. Contudo, ainda estamos longe do ideal. Política A primeira década do século XXI foi marcada por vitórias de candidatos de esquerda. Hugo Chávez na Venezuela; Néstor Kirchner e Cristina Kirchner na Argentina; Lula e Dilma Roussef no Brasil; Ricardo Lagos e Michelle Bachelet no Chile; Tabaré Vázques e José Mujica no Uruguai; Evo Morales na Bolívia; Maurício Funes em El-Salvador; Fernando Lugo no Paraguai; © W ik im ed ia C om m on s/ Go ve rn o do C hi le ; © W ik im ed ia C om m on s/ Pr es id en ci a de la N ac ió n Ar ge nt in a; © W ik im ed ia C om m on s/ Ag ên ci a Br as il/ Ro be rt o St uc ke rt F ilh o/ Pr es id ên ci a da R ep úb lic a Aula 30 17História 8B Rafael Correa no Equador; Daniel Ortega na Nicarágua e Ollanta Humala no Peru. Políticos de centro-direita também tiveram êxitos eleitorais; foram os casos de Felipe Calderón no México; Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos na Colômbia e Sebastián Piñera no Chile. `Morales,Rafael Correa e José Mujica © W ik im ed ia C om m on s/ Jo el A lv ar ez ; © W ik im ed ia C om m on s/ Ag ên ci a Br as il/ W ils on D ia s; La tin st oc k/ Ph ot os ho t/ N ic ol as C el ay a A esquematização esquerda x direita na história recente da América Latina não esclarece de forma satisfatória a realidade política dos países latino-americanos. Os governos de Lula no Brasil e de Michelle Bachelet no Chile não se indispuseram com os Estados Unidos e procuraram con- ciliar políticas sociais com capitalismo de mercado. Já Hugo Chávez na Venezuela, Rafael Correa no Equador e Evo Morales na Bolívia adotaram posições antiestadunidenses, bem como políticas populares e nacionalis- tas. Radical, Chávez foi o principal aliado do regime cubano no continente e alardeou a necessidade de se criar “o socialismo do século XXI”. Do outro lado, a direita democrática – caso de Piñera no Chile e Juan Manuel Santos na Colômbia – tem se comprometido com os processos democráticos, adotando também algumas medidas de caráter popular. O principal ponto positivo da última década foi a realização de eleições em todos os níveis, aprofundando o processo democrático. O golpe parlamentar que derrubou o Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi um mau sinal. Contudo, o isolamento diplomático imposto ao país foi um importante indicativo de que o continente não tem mais a mesma tolerância, que teve em outros tempos, em relação às violações aos direitos políticos e humanos. A onda esquerdizante: o caso da Venezuela A Venezuela era considerada, nos anos 1970, um exemplo de demo- cracia, com eleições periódicas, liberdade de imprensa, Estado forte e atuante, crescimento econômico graças ao petróleo, enfim, uma social- -democracia que teve seu apogeu no governo de Carlos Andrés Pérez Rodríguez (1974-1979). Na década de 1990, Carlos Andrés Pérez voltou a ser presidente da Ve- nezuela, porém voltou diferente, subordinado ao modelo neoliberal então em voga: redução dos gastos públicos; proteção da propriedade privada; desregulamentação da economia; disciplina fiscal; liberalização do comércio; promoção de investimentos estrangeiros; redução de gastos sociais, enfim, tudo conforme o receituário do Consenso de Washington, cujo mentor foi John Williamson. A aplicação do modelo que agradava ao FMI agravou a crise social venezuelana. O descontentamento atingiu setores das Forças Armadas, daí o levante militar ocorrido em 1992, liderado por Hugo Rafael Chávez Frias. O golpe militar fracassou. Chávez foi preso, porém sua popularidade aumentou. No ano seguinte, Pérez foi removido do cargo pela Corte Suprema de Justiça, acusado de malversação de recursos públicos. Realizadas novas eleições, ven- ceu o ex-presidente Rafael Caldera, que se mostrou incapaz de superar as dificuldades econômicas e de amenizar os problemas sociais. Nas eleições de 1998, Hugo Chávez ganhou a presidência com 56,4% dos votos. Como prometera, procurou “refundar” a república. Convocou uma Assembleia Nacio- nal Constituinte e o nome do país passou a ser República Bolivariana da Venezuela. Além de mudar de nome, a Venezuela passou a ter uma série de dispositivos para a efetiva- ção de uma democracia participa- tiva e protagonista. A participação estatal em áreas estratégicas para o desenvolvimento tornou-se crucial. Com oratória arrebatada, Chávez sempre procurou se comunicar diretamente com o povo. Com tais medidas, logo passou a ser tachado de populista, subser- viente a Fidel Castro e toda sorte de adjetivos, não raro desabonadores e preconceituosos. A sociedade venezuelana se dividiu: de um lado, os bolivarianos (principalmente pobres); do outro, membros das oligarquias tradicionais. “Minha impressão pessoal é o que o sólido apoio popular a Chávez, baseado na classe social e na raça, permanece intacto. Pela primeira vez na História da Venezuela a gran- de maioria do país até agora oculta – negros, índios e mes- tiços – tem um presidente com o qual se identificar (...).” GOTT, Richard. À sombra do libertador: Hugo Chávez Frias e a transformação da Venezuela. São Paulo: Expressão Popular, 2004. p. 19. preços do petróleo fizeram com que a popularida- de de Chávez fosse abalada, animando a oposição. Em 2011, a recuperação econômica e a revelação de que Chávez estava doente fizeram com que o índice de confiança no Presidente aumentasse substancialmente, animando-o para mais uma disputa eleitoral em 2012, a qual ele venceu com mais de 56% dos votos válidos.” MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane. Passaporte para a História. São Paulo: Editora do Brasil, 2012, vol. 04, p. 317. 18 Extensivo Terceirão Em 2001, a oposição ao regime cresceu significativa- mente. No mês de abril do ano seguinte, um golpe de Estado afastou Chávez por 48 horas. O apoio popular e de amplos setores das Forças Armadas reconduziram-no ao poder. Chávez voltou fortalecido e aprofundou as reformas internas, radicalizou a retórica contra os Estados Unidos, aproximou-se ainda mais de Cuba e emergiu como novo líder de uma esquerda nacionalista e estatizante na América Latina. Em 2007, Chávez assumiu seu terceiro mandato – reelegeu-se presidente com mais 60% dos votos. Na cerimônia de posse, anunciou novas estatizações, o aprofundamento das reformas que levarão a Venezuela ao “socialismo do século XXI”. EIS ALGUNS NÚMEROS DA GESTÃO CHÁVEZ DE 1999 A 2008 1999 2008 Desemprego 11,3% 7,8% Desenvolvimento Humano (IDH) 0,69% 0,84% Pobreza extrema 20% 9,5% Fonte: World Factbook. Center for economic and Policy Research. Testes Assimilação 30.01. (PUC – RS) – A chamada “Crise dos Mísseis”, de 1962, que levou as relações Washington – Moscou a um ponto crítico no contexto da Guerra Fria, foi resultante, a) da aproximação entre o governo de Fidel Castro e a URSS; b) do escândalo político internacional conhecido como Watergate; c) do fim da política continental norte-americana da “Aliança Para o Progresso”; d) da afirmação do stalinismo na política interna da URSS; e) do avanço do macarthismo no Congresso norte- -americano. ` Chávez comemorando a vitória em 2012. Chávez faleceu em 05/03/2013. Nas eleições realizadas em 14/04/2013, Nicolás Maduro candidato chavista foi vencedor. A gestão Maduro tem sido muito criticada: autoritarismo, corrupção e impotência são algumas das acusações. Fim de um ciclo? As dificuldades enfrentadas pelo presidente Nicolás Maduro na Venezuela, a queda da Presidenta Dilma Rousseff, a vitória de Maurício Macri, opositor de Cristina Kirchner, de Jair Bolsonaro têm levado alguns analistas a afirmarem que a “onda esquerdizante” está bastante enfraquecida. Go bi er no B ol iv ar ia no d e Ve ne zu el a/ M in ist er io d el P od er P op ul ar pa ra la C om un ic ac ió n y la In fo rm ac ió n “A crise de 2008 teve consequências graves para a economia venezuelana. O Produto Interno Bruto em 2009 caiu –3,3%; em 2010 a queda foi um pouco menor ficando em –1,4%. Tudo isso combinado com desastres naturais, inflação em alta, altos índices de criminalidade e a queda dos 30.02. (UECE) Assinale a opção que corresponde a motivo(s) da migração venezuelana em direção a cidades colombianas e brasileiras. a) crises econômica e política no país b) acordos de bilateralidade entre os países c) exigência da Organização dos Estados Americanos (OEA) d) ação controlada da Migración Colômbia 30.03. (UFMG) – Considerando-se a atuação da Frente San- dinista de Libertação Nacional nos anos 70 do século XX, é correto afirmar que essa organização: a) defendia a chegada ao poder do grupo Sendero Luminoso, que articulou a resistência camponesa na Nicarágua; b) representava diversos setores políticos da oposição na Nicará- gua, que defendiam um projeto socialista e anti-imperalista; Aula 30 19História 8B c) reunia amplos setores da sociedade nicaraguense em apoio ao monopólio políticoda família Somoza; d) tinha o apoio dos Estados Unidos e dos grandes latifun- diários do País e sustentava-se graças à Guarda Nacional nicaraguense. 30.04. (PUC – RJ) – Sobre o impacto da Revolução Cubana nas relações entre os EUA e a América Latina na década de 1960, assinale a alternativa correta: a) A América Latina tornou-se o foco principal de preocu- pações militares para os norte-americanos no panorama da Guerra Fria neste período. b) Os EUA passaram a investir também em programas que garantissem a expansão da influência norte-americana por via pacífica, como a Aliança para o Progresso. c) Houve momentos de enfrentamento e tensão, como a bem-sucedida invasão da baía dos Porcos, em abril de 1961, por forças anticastristas. d) A crise dos mísseis cubanos, em 1962, resultou de testes realizados com armas nucleares soviéticas em território cubano. e) Os EUA abandonam a política praticada até então, que consistia na necessidade de exportar a democracia para os demais povos do continente. Aperfeiçoamento 30.05. (PUCCAMP – SP) – Ao longo da década de 1950, período marcado pelo que se chamou de “desenvolvimen- tismo”, manifestou-se uma nova geração de escritores, bas- tante viva, apostando em profundo mergulho num Brasil histórico e mítico, como no caso singular de Guimarães Rosa, ou em tendências de vanguarda, como a dos poetas do “Concretismo”, que concebiam a linguagem como ob- jeto visual, disposta na página em relação funcional com o espaço branco ou colorido, e aproveitando ainda, por vezes, o chamamento de recursos gráficos usuais nas mensagens de propaganda. Durante a Guerra Fria, o presidente norte-americano, John F. Kennedy, com a intenção de desenvolver o capitalismo na América Latina e assegurar sua influência na região, criou a Aliança para o Progresso, que a) buscava fomentar a industrialização em países latino- -americanos e evitar a influência socialista na região. b) previa a perseguição às pessoas que pudessem estar ligadas ao comunismo, em toda América Latina. c) visava ajudar aos países latino-americanos com dezes- sete milhões de dólares para se reconstruírem. d) estabelecia a intensificação de investimentos financeiros estadunidenses nos países latino-americanos. e) pretendia instituir na América Latina o socialismo de mercado com uma economia planificada e estatal. 30.06. (IMED – RS) – Leia o fragmento textual abaixo. “Naquele início dos anos 60, Paris vivia a febre da Revolução Cubana e fervilhava de jovens dos cinco continentes que, como Paul, sonhavam repetir em seus países a saga de Fidel Castro e seus barbudos, e para isso se preparavam, a sério ou nem tanto, em conspirações de bar”. Fonte: VARGAS LLOSA, Mario. Travessuras de menina má. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006, p. 21. A partir do texto e de seus conhecimentos sobre a Revolu- ção Cubana (1959), marque a alternativa correta: a) A Revolução Cubana (1959), mencionada no texto, contou com o apoio dos Estados Unidos, país que tinha interesse no término do domínio espanhol da Ilha, o qual durou até o fim da década de 1950. b) Fidel Castro, citado no fragmento textual, foi o principal líder da Revolução Cubana (1959), porém abandonou Cuba em 1960, deixando Che Guevara como presidente do país. c) Cuba, país que fica no istmo da América Central, ainda possui um governo comandado por um partido comu- nista, o que não a impediu de reatar relações diplomá- ticas com os Estados Unidos à época do governo de Barack Obama. d) No início, a Revolução Cubana (1959) não tinha orien- tação abertamente socialista. Entretanto, em 1961, o governo revolucionário declarou a Ilha seguidora dessa doutrina, o que levou às tentativas de intervenções norte-americanas para derrubar o regime de Fidel Castro. e) Atualmente, não há qualquer relação diplomática entre Cuba e Estados Unidos, pois este não possui embaixadas em países com governos autoritários. 30.07. (UFRGS) – No ano de 1962, os EUA e a URSS estive- ram à beira de um confronto militar que ameaçou o planeta com uma guerra nuclear. Sobre esta crise, é incorreto afirmar que ela: a) ocorreu quando governavam os EUA e a URSS, respec- tivamente, John Kennedy e Nikita Krutschev. b) foi deflagrada com a descoberta da instalação de mísseis soviéticos em Cuba. c) terminou com a retirada dos mísseis e com o compro- misso de não invasão militar a Cuba pelos EUA. d) resultou de uma provocação dos partidários de Fulgên- cio Batista exilados em Miami. e) foi consequência da deterioração nas relações entre os EUA e Cuba após a vitória da Revolução Cubana de 1959. 30.08. (UNIRIO – RJ) – Ao longo das décadas de 70 e 80, deste século, diversos conflitos marcaram a América Lati- na em sua participação nos acontecimentos recentes do mundo contemporâneo. Sobre esses conflitos, é correto afirmar-se que no(a): 20 Extensivo Terceirão a) Panamá, em 1989, a posse de Manuel Noriega, aliado politicamente aos Estados Unidos, permitiu o cancela- mento do acordo firmado anteriormente entre esses países, o qual previa a devolução da “zona do canal” à soberania panamenha. b) Caribe, as intervenções militares norte-americanas encerram- se com a adoção da política de defesa dos direitos humanos durante a presidência de Jimmy Carter nos Estados Unidos, entre 1977 - 1980. c) Chile, a coalizão de forças operárias e camponesas lideradas pelo líder socialista Salvador Allende derrubou, em 1973, o regime militar que há décadas governava o país. d) Nicarágua, a Revolução Sandinista, em 1979, vitoriosa contra a ditadura de Anastácio Somoza, instituiu um governo de tendência socialista apoiado pelo regime cubano, desesta- bilizando politicamente a América Central. e) Argentina, a reconquista das Ilhas Malvinas (Falklands) após a vitória na guerra contra a Inglaterra, em 1982, ampliou a base popular do governo militar, favorecendo sua permanência no poder até os dias atuais. 30.09. (UFRGS) – Em relação à Revolução Sandinista, vitoriosa, em 1979, na Nicarágua, é correto afirmar que ela: a) resultou da derrota eleitoral do até então presidente Anasta- sio Somoza, que tentava garantir sua reeleição naquele ano. b) contou com linhas de financiamento do governo Reagan para estabilizar o país e fortalecer a democracia. c) sofreu a ação de desgaste promovida pelos Contras, guerrilha contrarrevolucionária apoiada pela política externa dos EUA. d) acabou com uma tradição política democrática que durava há décadas no país. e) impactou a América Central, garantindo a vitória do Mo- vimento de Libertação Nacional Farabundo Marti em El Salvador. 30.10. (UNESP – SP) – Nas décadas de 1960 e 1970, a relação dos EUA com a América Latina, a) caracterizou-se pela ausência de investimentos econômi- cos significativos, uma vez que a região oferecia menores oportunidades de lucro do que os chamados tigres asiáticos; b) alterou-se quando os norte-americanos condicionaram a ajuda financeira aos relatórios de organizações interna- cionais que avaliavam o respeito aos direitos humanos e à democracia; c) desenvolveu-se de acordo com o programa do Departamen- to de Estado Norte-americano, com o objetivo de suplantar o domínio político e cultural dos países europeus na região; d) particularizou-se pela aplicação da “política da boa vizinhan- ça”, que objetivava industrializar e desenvolver socialmente o sul do continente, ainda que sob o controle dos norte- -americanos; e) pautou-se por um clima tenso, sobretudo depois da subida ao poder de Fidel Castro e da crise dos mísseis na baía dos Porcos. Aprofundamento 30.11. (ALBERT EINSTEIN – SP) – O quadro apresenta fatos ocorridos em alguns países da América entre as décadas de 1950 e 1980. 1954 GUATEMALA E PARAGUAI – a intervenção direta dos Estados Unidos resulta na derrubada do presidente Jacobo Arbenz, da Guatemala. – general Alfredo Stroessner comanda um golpe que depôs o presidente paraguaio Federico Chávez. – até o fim
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