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HISTÓRIA B

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1
América Latina 
contemporânea I
Aula 
29 8B
História
A maioria dos países latino-americanos tornou-se 
independente politicamente no início do século XIX. A 
independência não significou o fim da sangria econômi ca, 
mas apenas a substituição do arcaico colonialismo portu-
guês e espanhol pelo avançado neocolonialismo inglês.
Após a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos 
passaram a ter uma influência marcante na região. 
Além da dominação econômica, os governos norte -
-americanos têm interferido direta ou indiretamente 
na política interna das instáveis repúblicas latino-ame-
ricanas, nas quais se verifica uma sucessão de períodos 
ditatoriais entremeados por outros períodos democrá-
ticos. Tivemos também revoluções, como a Cubana e 
Sandinista (na Nicarágua).
Populismo
O Populismo latino-americano representou uma 
ampla mobilização das classes populares e sua inserção 
direta nas lutas políticas, transformando-as num dos 
principais setores sociais de que o sistema político 
necessitava para sua legitimação. Uma estratégia de 
controle e manipulação das massas para apoiarem o 
Estado era o parcial atendimento das demandas e rei-
vindicações populares.
Sob o ponto de vista econômico, os governos 
populistas se caracterizaram de maneira geral pela 
intervenção do Estado na economia, de por uma pos-
tura predominantemente nacionalista e prioridade ao 
desenvolvimento industrial.
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 ` Perón e Evita. O populismo marcou a história da América Lati-
na no pós-Segunda Guerra. Líderes carismáticos e manipulação 
das massas caracterizaram as ações desses líderes políticos. É 
verdade que certas reivindicações populares eram atendidas.
“(...) o populismo não pode ser explicado ba-
sicamente pela simples aparição de um líder que, 
demagogicamente, carrega e dirige as massas para 
a direção que lhe aprouver. Há inúmeras variantes 
que interferem no processo histórico e o conheci-
mento delas é que nos pode aproximar do real. O 
carisma de uma Eva Perón, por exemplo, é mais um 
dado que obviamente deve ser levado em conta por 
parte do analista, na compreensão do fenômeno po-
pulista. Mas não pode ser entendido como fator de-
terminante, como se as massas caíssem nos braços 
do primeiro demagogo que se lhes surgisse à frente.
Assim, como Weffort já assinalou, o fenômeno 
populista corresponde a uma manipulação das 
massas por parte do líder, mas também corres-
ponde a uma satisfação de aspirações longamen-
te acalentadas. Dessa maneira, o líder populista, 
em geral como forte dose de carisma, ao mesmo 
tempo em que procura manipular as massas para 
que elas se enquadrem dentro dos limites por ele 
impostos, também ativa mecanismos de satisfação 
de velhas aspirações – um exemplo, apenas, a le-
gislação social – das massas trabalhadoras.” 
PRADO, Maria Lígia. O populismo na América Latina. 
São Paulo: Brasiliense, 2002, p. 76 e 77.
2 Extensivo Terceirão
Eis, a título de ilustração, alguns governos populistas:
 • Getúlio Vargas (1930-1945, 1951-1954) e João Gou-
lart (1961-1964), no Brasil;
 • Juan Domingo Perón (1946 - 1955), na Argentina;
 • Lázaro Cárdenas (1934-1940), no México;
 • Victor Paz Estenssoro (1952-1956, 1960-1964) e 
Hernán Siles Zuazo (1956-1960), na Bolívia;
 • José Maria Velasco Ibarra (1934-1935, 1944-1947, 
1952-1956-1961 e 1968-1972) no Equador.
Acrescente-se ainda Victor Raul Haya de la Torre, 
no Peru, e Jorge E. Gaitán, na Colômbia, que apesar da 
popularidade nunca chegaram ao poder.
Ditaduras
A América Latina foi castigada por golpes militares, 
os quais foram realizados em nome da chamada Segu-
rança Nacional, visando garantir e proteger as institui-
ções democráticas ameaçadas pelo “totalitarismo de 
esquerda”. Exceto alguns poucos golpes progressistas, 
consideramos que a maioria desses golpes não passa-
ram de quarteladas sem o apoio popular.
Esses golpes da direita destinavam-se a garantir 
a “ordem” e tinham o apoio das camadas conserva-
doras e da burguesia nacional aliada ao capital es-
trangeiro que, num regime democrático, se sentem 
ameaçadas pelas constantes pressões populares, 
que visam às mudanças estruturais nos agitados 
países latino-americanos.
Dentro de uma visão conjuntural, podemos dizer 
que a década de 50 foi marcada por marchas e con-
tramarchas. Em alguns países, a direita reconquistou o 
poder; em outros, perdeu. Na Argentina, Juan Domingo 
Perón foi derrubado por um golpe militar; as ditaduras 
venezuelana e colombiana caíram diante do crescimen-
to dos movimentos populares. Nesse mesmo período, 
houve o avanço do populismo em certos países, casos 
do Equador de José Maria Velasco Ibarra, do Brasil 
de Kubitschek e da Bolívia de Víctor Paz Estensoro e 
Hernán Siles Zuazo.
A década de 60 marca uma época de refluxo para os 
movimentos populares, tendo início uma nova escalada 
de assalto ao poder pelos militares. Dentro desse con-
texto, caiu Goulart no Brasil em 1964 e Onganía tomou 
o poder da Argentina em 1965. Poucos países como a 
Venezuela, a Colômbia e o México, por exemplo, ainda 
permaneciam dentro da normalidade liberal.
Para calar os setores progressistas, esses governos recor-
reram a métodos violentos e repressivos, nos quais a tortura 
e o desrespeito aos direitos humanos foram constantes.
No Peru, a ditadura progressista do General 
Velasco Alvarado (1967-1975) demonstrou que nem 
sempre as Forças Armadas têm necessariamente de ficar ao 
lado das classes dominantes. Porém, ditadura de direita ou 
de esquerda é sempre uma ditadura e deve ser repudiada.
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 ` Repressão e autoritarismo foram marcas dos regimes ditatoriais 
em toda a América Latina.
No Chile, a vitória do socialista Salvador Allende 
marca uma importante tentativa de implantar o socia-
lismo por via pacífica. A Unidade Popular congregava 
as forças de esquerda.
No poder, Allende efetuou o aprofundamento da 
Reforma Agrária iniciada por Eduardo Frei, nacionalizou 
importantes empresas estrangeiras, procurou estatizar os 
bancos, intensificou a construção de casas populares e deu 
um papel de destaque à educação e aos movimentos po-
pulares. Diante dessa política esquerdizante, a direita não 
tardou em dar a sua resposta. Com o apoio da CIA (Central 
Intelligence Agency) e das multinacionais, desfechou o 
golpe que derrubou o governo constitucional de Allende, 
dando início à Era de Pinochet. Desde o seu assalto ao 
poder, milhares de pessoas deixaram o Chile, outras tantas 
foram assassinadas ou simplesmente desapareceram.
Com a redemocratização do Chile, a Era Pinochet tem 
sido execrada. O velho ditador foi detido em Londres, 
voltou ao Chile, onde faleceu em 2006.
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Aula 29
3História 8B
A Argentina teve em Juan Do-
mingo Perón um de seus políticos 
mais expressivos. Vencedor das 
eleições de 1946, Perón adotou 
uma política nacionalista e popu-
lista, mas acabou sendo derrubado 
em 1955. Voltou ao poder em 1973, 
carregado nos braços do povo, 
e governou até 1974, quando 
faleceu. Com a morte do velho 
caudilho, a sua segunda esposa [a 
primeira foi a célebre Eva Perón], 
Maria Estela Mar tinez de Perón 
[Isabelita], tornou-se Presidente da 
República. Governou até 1976, num 
clima de grande agitação, quando 
foi derrubada por um golpe militar 
liderado pelo General Videla.
Resumidamente, podemos afirmar 
que as ditaduras latino-americanas 
tinham as seguintes características: 
 • cerceamento da liberdade de 
expressão;
 • abolição de eleições livres;
 • desmantelamento das organiza-
ções estudantis e sindicais;
 • abertura da economia para o 
mercado estrangeiro;
 • endividamento externo;
 • política externa alinhada com os 
Estados Unidos no contexto da 
Guerra Fria;
 • intensificação da presença do 
Estado na economia; 
 • política repressiva com torturas, 
assassinatos e desaparecidos.Redemocratiza-
ção
Com o abrandamento e depois 
com o fim da Guerra Fria, no final da 
década de 80 do século XX, a políti-
ca externa norte-americana mudou 
em relação à América Latina.
Os mesmos norte-americanos 
que ajudaram Pinochet a implantar 
uma ditadura sangrenta agora 
pressionavam o velho general a 
sair de cena para que ocorresse a 
redemocratização do Chile, o que 
acabou ocorrendo com a vitória de 
Patrício Aylwin (1990).
Na Argentina, os militares só deixaram o poder após a fracassada Guerra 
das Malvinas. Nos governos de Rafael Videla, Roberto Viola e Leopoldo 
Galtieri, produziu-se a “Guerra Suja” com sistemáticas violações aos direitos 
humanos. Após os militares saírem pela porta dos fundos, o povo argentino 
elegeu Raúl Alfonsín (1983) como Presidente da República.
Guerra das Malvinas
Ocupadas pela Grã-Bretanha em 1833, as Malvinas (Falklands para 
os ingleses) são reivindicadas desde então pelos argentinos. Em 1980, 
os britânicos propuseram aos Kelpers, os habitantes das ilhas, plena 
autonomia, mas eles não aceitaram. No ano seguinte, a Argentina ini-
ciou a exploração de petróleo entre o continente e o arquipélago.
Em represália, a Grã-Bretanha promoveu uma corrente migratória 
para a região, levando o governo argentino a protestar.
Pouco depois, um enviado especial argentino foi a Londres tentar 
iniciar conversações com o governo britânico. Essas negociações se 
encontravam em compasso de espera, quando, em abril de 1982, 5 mil 
soldados argentinos invadiram Port Stanley, capital do arquipélago, 
e dominaram as guarnições britânicas. Foram também ocupadas as 
ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul.
Em junho, derrotados pelas forças britânicas, os argentinos rende-
ram-se e os britânicos mantiveram a vigilância sobre a região.
As relações diplomáticas entre Argentina e Grã-Bretanha foram res-
tabelecidas em fevereiro de 1990, mas a questão da soberania sobre 
as Malvinas permanece fora de negociações.
 `Manifestação de mães argentinas na Praça de Maio, querendo informações sobre os 
desaparecidos políticos.
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Na Bolívia, Hernán Siles Zuazo foi eleito presidente em 1980, restabe-
lecendo o regime democrático. O mesmo ocorreu no Peru, com Fernando 
Belaúnde Terry (1980). No Uruguai, o candidato colorado Julio Maria San-
guinetti, com a proposta de mudanças pacíficas, venceu as eleições em 1984. 
No Paraguai, o governo corrupto, ineficaz e autoritário do general Alfredo 
Stroessner (no poder desde 1954) sucumbiu. Nas eleições livres de 1989, o 
vencedor foi o general Andrés Rodrigues. No Brasil, as eleições diretas para 
4 Extensivo Terceirão
a presidência da República só vieram a ocorrer em 1989, 
com a vitória de Fernando Collor de Mello.
Década de 1990
A década de 1990 foi marcada pela (o):
 • consolidação dos regimes democráticos;
 • aplicação em diversos países de políticas neoliberais;
 • relativa recuperação econômica;
 • surgimento de blocos econômicos regionais;
 • política externa mais independente em razão do fim 
da Guerra Fria;
 • agravamento das desigualdades sociais;
 • aumento da miséria em vários países;
 • danos ambientais crescentes;
 • aumento da criminalidade.
Economia: sucessos e 
fracassos
Na maioria dos Estados latino-americanos, a década 
de 1980 foi marcada por uma crise econômica de graves 
proporções. A incapacidade de administrar seus recur-
sos; a fragilidade infraestrutural dos Estados; a crise da 
dívida externa; a inflação desenfreada; a crise estrutural 
da balança de pagamento; a redução dos investimentos 
públicos e o desemprego colocavam os países redemo-
cratizados numa situação desesperadora.
Tudo isto ocorreu concomitantemente à crise do 
socialismo real, à flagrante hegemonia estadunidense e 
ao auge da teoria econômica neoliberal. Neste contexto, 
por intermédio de pressões do Fundo Monetário Inter-
nacional, do BIRD (Banco Internacional de Reconstrução 
e Desenvolvimento), com a chancela do governo dos Es-
tados Unidos, especialistas em economia “sugeriam” aos 
países devedores um elenco de medidas que ficaram co-
nhecidas como: “Consenso de Washington”. Eis algumas 
das sugestões: privatização de estatais; livre circulação de 
bens, pessoas e capitais; flexibilização das relações traba-
lhistas; redução tributária e reformas do Estado reduzindo 
despesas, bem como a sua área de atuação.
Os organismos financeiros internacionais só rene-
gociavam dívidas ou faziam novos empréstimos depois 
de verificarem se os postulantes estavam adequando 
suas economias de acordo com as novas diretrizes. 
O argumento usado era de que a periferia precisava 
modernizar-se.
Nenhum país aplicou as teorias neoliberais na sua 
integralidade. Nem mesmo os Estados Unidos, cujos go-
vernos não vacilaram em elevar tarifas sobre produtos 
importados, objetivando proteger a indústria e a agri-
cultura nacionais. O mesmo aconteceu na América Lati-
na, onde nenhum político, inclusive o general Pinochet, 
ousou aplicar todas as sugestões oriundas dos grandes 
centros do capitalismo. O que muitos governos fizeram 
foi um meio-termo: de um lado fazendo reformas para 
agradar o mercado e do outro lado preservando um 
relativo grau de autonomia em relação às políticas 
públicas.
Os resultados dessas políticas variaram de acordo 
com cada país. No Peru, o Presidente Alberto Fujimori 
(1990-2000) aplicou receitas neoliberais para acabar 
com a inflação e diminuir os gastos públicos. Apesar dos 
custos sociais, obteve um sucesso relativo, propiciando 
estabilidade e crescimento econômico. Na Argentina, 
Carlos Menem (1989 - 1999) estabeleceu a igualdade 
entre o dólar e o peso. Viveu-se uma falsa euforia. Os 
produtos importados tornaram-se baratos, o preço 
pago foi elevado, pois levou à falência muitos setores 
industriais argentinos. A herança do governo Menem 
foi a desindustrialização, o desemprego e a elevação da 
dívida externa.
No período de 1989 a 2002, o Chile continuou ob-
tendo resultados auspiciosos em termos de crescimento 
econômico. Brasil, Colômbia, México e Uruguai também 
obtiveram melhorias significativas. Por outro lado, Ar-
gentina, Bolívia e Paraguai tiveram desempenhos bem 
piores.
Política
Uma das consequências das políticas econômicas 
adotadas na década de 1990 foi o aumento da violência. 
No ano 2000, a Colômbia apresentava a elevada marca 
de 78 mortes por 100 000 habitantes. O país também 
apresentava o maior número de sequestros extorsivo 
do mundo. Honduras, Guatemala, Peru e Brasil também 
apresentavam números elevados em termos de mortes 
violentas. A cidade do Rio de Janeiro teve, em 1997, 69 
homicídios por 100 000 habitantes.
Durante a década de 1990, a democracia na Amé-
rica Latina passou por altos e baixos. Em alguns países 
ocorreram avanços significativos; em outros ocorreram 
retrocessos. Em El Salvador e na Guatemala, acordos de 
paz puseram fim a décadas de guerras civis. No Chile, 
com o fim da ditadura Pinochet, instalou-se um regime 
democrático estável. Brasil e Uruguai também consoli-
daram suas democracias. Na Nicarágua, os sandinistas 
respeitaram o resultado das eleições e entregaram o 
poder à oposicionista Violeta Chamorro. No México, 
o Partido Revolucionário Institucional, no poder desde 
1929, perdeu as eleições no ano 2000, pondo fim a um 
longo período de clientelismo e eleições fraudulentas.
Nem tudo, porém, foram avanços. No Peru, Fujimori, 
com o pretexto de combater as guerrilhas, especialmen-
te do Sendero Luminoso, adotou medidas repressivas 
Aula 29
5História 8B
com sistemáticas violações aos direitos humanos. Na 
Colômbia, apesar de uma fachada democrática, grupos 
paramilitares em conluio com forças governamentais 
reprimiram movimentos populares, confundidos propo-
sitalmente com aliados das guerrilhas e do narcotráfico.
As crises foram muitas. Na Venezuela, em 1992, 
houve uma tentativa de golpe contra o governo 
de Carlos Andrés Pérez. O golpe militar fracassou, 
porém, o líder do movimento, Hugo Rafael ChávesFrías, emergiu como uma forte liderança política. No 
México, em 1994, em decorrência da crise econômica e 
social, bem como da negligência do Estado em relação 
à questão indígena, surgiu no Estado de Chiapas o 
Exército Zapatista de Libertação Nacional. Dentre as 
diversas reivindicações do movimento zapatista, vale 
destacar o reconhecimento dos povos indígenas e de 
seu direito à autonomia. 
No final da década de 1990, a situação da Argentina 
era crítica. Em 1999, a taxa de desemprego disparou e a 
dívida com o FMI aumentou significativamente, atingin-
do 128 bilhões de dólares. Fernando de la Rua, que as-
sumiu em meio a um clima de grande instabilidade, não 
foi capaz de contornar a crise política e social e acabou 
diante dos protestos tendo que renunciar. A Argentina 
mergulhou no caos, tendo três presidentes em menos 
de dez dias. No desespero, foi decretada a moratória. Em 
outras palavras, o governo argentino deu o calote no 
pagamento da dívida externa.
Testes
Assimilação
29.01. (UFSCAR – SP) – Leia os dois textos seguintes.
TEXTO 1
Os militares assumiram o governo do país em 
1973. Consolidaram uma ditadura até 1990. Com o 
fim da ditadura, os partidos políticos unidos – numa 
frente denominada de La Concertación – reestrutu-
raram o regime democrático, com avanços sociais e 
políticos, mas com a manutenção de diretrizes eco-
nômicas liberais do governo anterior. Após duas ges-
tões da Democracia Cristã, tomou posse em 2000 um 
presidente, representante do partido socialista, que 
assumiu o governo após uma grave crise que levou 
a população a experimentar um processo de recessão 
econômica. Esta situação ocasionou elevadas taxas de 
desemprego e o aumento das desigualdades sociais, 
apesar do país ostentar uma posição invejável, em ter-
mos de desenvolvimento humano, entre os países da 
América Latina.
TEXTO 2
Terra de Simon Bolívar, com uma economia de-
pendente em 80% do petróleo, em 1998 uma coli-
gação entre forças socialistas, aliadas com militares, 
chegou ao poder e tentou implementar um programa 
de mudanças. Em 2001, em oposição a uma série de 
leis aprovadas, o país viveu um movimento de opo-
sição ao governo. Em 2002, o presidente chegou a 
ser deposto e o novo governo só conseguiu se manter 
por 48 horas, reassumindo o presidente anterior. Em 
2004, foi realizado um plebiscito, quando o presiden-
te interino foi confirmado no poder.
É correto afirmar que os textos 1 e 2 correspondem, respec-
tivamente, à história recente
a) da Argentina e do Uruguai.
b) do Chile e da Venezuela.
c) do Brasil e da Colômbia.
d) do Paraguai e do Peru.
e) Da Bolívia e da Guiana.
29.02. (UFMG) – O “Populismo” pode ser definido como a: 
a) política de manipulação das camadas sociais trabalhado-
ras urbanas pelos detentores do poder, que se utilizaram 
de promessas de atendimento parcial das reivindicações 
dessas camadas.
b) política segundo a qual certos países limitam a soberania e 
a independência política, econômica e cultural de outros.
c) crença numa figura redentora que, através de uma re-
volução, destruirá a ordem existente, maléfica e injusta, 
inaugurando uma nova ordem de justiça e felicidade.
d) crença na planificação da economia por uma comissão cen-
tral estatal, visando ao bem da coletividade e não ao lucro.
29.03. (FATEC – SP) – O que gerou o fim do governo da 
Unidade Popular no Chile, eleito em 1970, sob a presidência 
de Salvador Allende,
a) foi a instalação de uma ditadura do proletariado, cerce-
ando as liberdades fundamentais;
b) foi o golpe militar colocando no poder o general Augusto 
Pinochet, que iniciou um processo de desnacionalização, 
liberdade de importação e violenta repressão;
c) foram as eleições livres que levaram ao poder o demo-
crata-cristão Eduardo Frei;
d) foram as eleições livres que colocaram no poder o general 
Augusto Pinochet;
e) foi a guerra entre o Chile e a Argentina.
6 Extensivo Terceirão
29.04. (FUVEST – SP) – Os governos de Getúlio Vargas 
(1930 - 1945/1951 - 1954), no Brasil, de Juan Domingo 
Perón (1946 - 1955), na Argentina, de Victor Paz Estensoro 
(1952 - 1956/1960 - 1964), na Bolívia, e de Lázaro Cárdenas 
(1934 - 1940), no México, foram, alguns dos mais signifi-
cativos exemplos do populismo latino-americano que se 
caracterizou notadamente:
a) pela aliança com as oligarquias rurais na luta contra os 
movimentos de caráter socialista.
b) pelo predomínio político do setor agrário-exportador em 
detrimento do setor industrial.
c) pelo nacionalismo, e intervenção do Estado na economia, 
priorizando o setor industrial.
d) por propostas radicais de mudanças nas estruturas 
socioeconômicas, em oposição ao capitalismo inter-
nacional.
e) por ter concedido às multinacionais papel estratégico nos 
setores agrário e industrial.
Aperfeiçoamento
29.05. (UNICAMP – SP) – Em recente artigo, no jornal Folha 
de S.Paulo, sob o título “Lições de Naufrágio”, o escritor 
chileno Ariel Dorfman comentava:
“No dia 11 de setembro de 1973, os militares chi-
lenos derrubaram o governo constitucional do país, 
que tentava, pela primeira vez, construir o socialis-
mo por meios eleitorais e pacíficos. O bombardeio 
de nosso Palácio Presidencial naquele dia marcou o 
início de uma ditadura que duraria 17 anos e cujo 
legado continua a corroer nosso país, mesmo hoje, 
depois de termos recuperado nossa democracia.”
Fonte: Folha de S. Paulo, 7/09/2003.
A respeito do fato mencionado no artigo, é correto afirmar:
a) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo general 
Videla, responsável pela derrubada do governo socialista 
do presidente Salvador Allende.
b) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo general 
Augusto Pinochet, responsável pela derrubada do go-
verno socialista do presidente Ricardo Lagos.
c) Trata do golpe militar comandado, no Chile, pelo ge-
neral Augusto Pinochet, responsável pela derrubada 
do governo socialista do presidente Salvador Allende.
d) A ditadura militar instalada no Chile, ao contrário de 
outras instaladas na mesma época na América Latina, 
foi pacífica e não pode ser acusada por qualquer tipo 
de desrespeito aos direitos humanos.
e) O golpe ocorrido no Chile foi denunciado energica-
mente e combatido desde o início pelo governo dos 
Estados Unidos que, envolvido na época na Guerra do 
Vietnã, não queria receber acusações de patrocinar 
ditaduras.
29.06. (UFPE) – O mundo contemporâneo, marcado pelo 
avanço da globalização, convive, ainda, com grandes 
desigualdades sociais, que acentuam tensões políticas e 
provocam pessimismo, como acontece, por exemplo, na 
América latina, cujos desequilíbrios sociais ainda não foram 
superados. Sobre a instabilidade política da América Latina, 
podemos afirmar que:
a) experiência socialista em Cuba criou tensões, sobretudo 
depois do fim da União Soviética;
b) a Revolução Mexicana, na primeira metade do século XX, 
trouxe um modelo de reforma agrária que se implantou 
em vários países;
c) o autoritarismo dos governos militares contribuiu para a 
debilidade das instituições democráticas;
d) os Estados Unidos nunca exerceram qualquer influência 
em relação ao regime político dessa região;
e) a falta de indústrias mais produtivas influencia o equilí-
brio social, sendo o fator histórico mais decisivo para as 
dificuldades políticas existentes.
29.07. (UDESC) – Sobre o militarismo na América Latina, 
analise as proposições.
I. Após as guerras de independência no início do século XIX, 
as Repúblicas fundadas na América Espanhola tiveram 
nos oficiais militares de maior prestígio seus principais 
líderes políticos, conhecidos como caudilhos.
II. No século XX, o Coronel Juan Domingo Perón angariou 
a simpatia dos trabalhadores argentinos pelas políticas 
sociais que realizou como secretário de governo, sendo 
por isso eleito presidente da República mais de uma vez.
III. No Brasil, os militares chegaram ao poder pela primeira 
vez com Getúlio Vargas, que implantou uma ditadura 
militar de 1930 até 1945, quando foi derrubado por 
manifestações populareslideradas pelos comunistas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
29.08. (UEL – PR) – Sobre o populismo, é correto afirmar:
a) A devolução das terras da Igreja Católica e a indeniza-
ção das famílias dos presos políticos se constituem em 
algumas das medidas usuais no século XX na América 
Latina que foram idealizadas no governo populista de 
Juan Domingo Perón.
b) Ao analisarmos o período denominado populista, no 
Brasil, dois aspectos são relevantes: o primeiro diz respeito 
às demissões de professores universitários contrários ao 
regime; e o segundo, à ausência do Estado para arbitrar 
o conflito entre a classe operária e os patrões.
Aula 29
7História 8B
c) O regime populista, no Brasil, configurou-se em uma 
resposta ao militarismo, uma vez que a sociedade havia 
perdido o direito às liberdades políticas, de imprensa e 
de expressão artística.
d) O populismo, expresso através do fortalecimento do po-
der legislativo, caracterizou-se como um movimento da 
burguesia para controlar a remessa de lucros do capital 
nacional ao exterior, que era feito através da compra de 
ações de empresas estrangeiras.
e) O populismo constitui-se em um movimento político 
que se configurou em uma forma de administração esta-
tal. Esteve presente em vários países latino-americanos, 
como no México com Lázaro Cárdenas, na Argentina 
com Juan Domingo Perón e no Brasil com Getúlio Vargas.
29.09. (UFF – RJ) – Nos anos 70 e 80 do século XX, a 
cultura latino-americana transformou-se em espaço de 
resistência às tendências autoritárias dos regimes políticos 
então vigentes.
Em países como o Brasil, a Argentina e o Chile, observaram-
-se manifestações artísticas contrárias:
a) aos movimentos operários latino-americanos que, em 
sua maioria, apoiavam a política stalinista e, com isso, 
desenvolviam a penetração dos valores culturais russos 
identificados com o comunismo, abandonando as tra-
dições nacionais;
b) à dominação escravista que inviabilizava o crescimento 
industrial, concentrando as economias em produtos de 
subsistência e impossibilitando o desenvolvimento das 
culturas nacionais por falta de troca com a Europa;
c) aos movimentos sociais de liderança anarquista, que 
defendiam propostas de integração mundial, limitando 
o desenvolvimento das culturas nacionais e provocando 
a decadência das tradições culturais;
d) ao movimento europeu de imigração para a América 
Latina, que abriu caminho para a europeização da região 
através de sua cultura cosmopolita e da concentração 
dos imigrantes nas cidades;
e) à dominação do capital estrangeiro e às várias ações 
de censura dos regimes ditatoriais que, fragilizando as 
raízes culturais e as tradições populares, comprometiam 
a manutenção da identidade nacional.
29.10. (FGV – RJ) – “Apesar de terem sido escritos no 
país e no exterior vários livros, artigos, monografias, 
e desenvolvidas pesquisas que tentam explicar, com 
maior e menor acerto, o que foi o peronismo, em 
minha opinião nenhum destes trabalhos conseguiu 
dar uma definição acertada desse fenômeno tão 
curioso e tão argentino. Alguns falam de populismo 
ou terceiro-mundismo; outros, de um sistema fascista 
atenuado ou de um sistema próprio dos países latino-
-americanos onde o exército teria uma hegemonia 
através de um partido único.”
Félix Luna. Breve história dos los argentinos. Buenos Aires: Editorial Planeta, 2000.
A partir da leitura do texto anterior, podemos afirmar que o 
peronismo, segundo as diferentes interpretações evocadas, 
pode ser definido como:
a) um sistema fascista atenuado que contava com as 
mesmas bases sociais: a alta burguesia conservadora;
b) um tipo de populismo ou terceiro-mundismo, apoiado 
pelos setores mais novos do proletariado urbano em 
expansão e pelas camadas mais pobres da população 
rural e das classes médias;
c) um sistema próprio dos países latino-americanos, 
na continuidade de uma espécie de tradição latino-
-americana de regimes ditatoriais identificados com os 
grandes proprietários rurais;
d) resultado de um pronunciamento militar que em nada 
inovou nos planos econômico e político-social, a não 
ser na utilização de mecanismos paternalistas pelos 
quais o regime se apresentou como grande defensor 
dos mais humildes;
e) um regime com posições terceiro-mundistas no plano 
externo e com uma política interna demagógica, opor-
tunista e completamente dissociada dos interesses do 
proletariado urbano e do desenvolvimento do processo 
de industrialização.
Aprofundamento
29.11. (UFMS) – Leia atentamente parte do discurso pro-
nunciado por Salvador Allende, transmitindo pela Rádio 
Magallanes, em 11 de setembro de 1973.
[...] Tenho fé no Chile e em seu destino. Outros 
chilenos superarão esse momento negro e amargo em 
que a traição pretende se impor; continuem sabendo 
que muito mais cedo do que tarde novamente se abri-
rão as grandes avenidas por onde passará o homem 
digno, para construir uma sociedade melhor.
[...] apoud ALEGRIA, Fernando. Salvador Allende. São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 94.
Com base neste trecho do discurso e em seus conhecimentos 
sobre a história da América Latina, é correto afirmar que:
a) Salvador Allende reconhecia que, durante o período em 
que esteve na presidência do Chile, o seu governo foi um 
fracasso. Segundo ele, somente um governo forte, sob a 
liderança dos militares, poderia conduzir seu país para a 
construção de uma sociedade melhor;
b) em seu discurso, Salvador Allende já previa a ascensão de 
Pinochet ao Palácio de la Moneda, pois, como afirma em 
seu pronunciamento, “novamente se abrirão as grandes 
avenidas por onde passará o homem digno, para construir 
uma sociedade melhor”;
c) após a última oportunidade em que se dirigiu ao povo 
chileno, em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende, o 
presidente do Chile, veio a morrer no interior do Palácio 
de la Moneda, o qual foi bombardeado pela Força Aérea 
e pelos tanques do Exército Chileno;
8 Extensivo Terceirão
d) desde 1973, já havia no interior da América Latina re-
presentantes da Al Qaeda com objetivos de expandir a 
religião islâmica por meio da Guerra Santa e, por isso, 
houve o atentado terrorista em 11 de setembro de 1973 
contra o Palácio de la Moneda;
e) o final do governo de Salvador Allende foi muito pa-
recido com o de Jânio Quadros. Allende, assim como 
Quadros, também renunciou ao cargo de presidente, 
entregando-o aos militares.
29.12. (UNIOESTE – PR) – De 1976 a 1983, a Argentina 
vivenciou um período de ditadura militar, com a substitui-
ção de Isabelita Perón por uma junta militar encabeçada 
por militares das três Armas. Assinale a alternativa correta 
relacionada a esse período:
a) Os militares tomaram o poder devido à perda das ilhas 
Malvinas para a Inglaterra, quando este último país 
ocupou o arquipélago e expulsou os argentinos ali 
residentes.
b) A Argentina viveu um período de grave crise econômica, 
o que enfraqueceu a influência do capital externo, levan-
do a um período de desenvolvimento autossustentado.
c) O movimento “Mães da Praça de Maio” foi organizado 
em função da morte ou do desaparecimento de cerca 
de 30 mil pessoas durante o período, iniciando sua 
mobilização ainda em 1981.
d) Uma das consequências desse período foi a reconquista 
das ilhas Malvinas, o que fortaleceu o papel das forças 
armadas na sustentação do governo. 
e) A chamada Doutrina de Segurança Nacional foi formu-
lada para possibilitar a atuação de forças oposicionistas 
no país, levando ao enfraquecimento da ditadura.
29.13. (UFRGS) – Os documentos a seguir referem-se ao 
processo histórico que culminou, em 11 de setembro de 
1973, na derrubada do governo constitucional de Salvador 
Allende no Chile.
“Não vejo por que razão haveríamos de ficar pa-
rados assistindo um país tornar-se comunista devido 
à irresponsabilidadede seu próprio povo.”
Henry Kissinger, 1970. In: CHOMSKY, N. e HERMAN, E. “Banhos de Sangue.” São 
Paulo: DIFEL, 1976, p. 148.
“Após a vitória eleitoral de Allende, o presidente 
Nixon disse ao diretor da CIA, Richard Helms, para 
‘fazer a economia gritar’, (...) decisão implementada 
(...) por um corte de ajuda econômica do país.”
SCHOULTZ, L. “Estados Unidos: poder e submissão.” Bauru, SP: EDUSC, 2000, p. 
398.
“(...) a CIA foi autorizada (...) para criar grupos 
de oposição a Allende no Chile. Durante o governo 
de Allende, US$ 8 milhões foram gastos financiando 
órgãos de comunicação, partidos políticos e (...) or-
ganizações do setor privado.”
Informe Church. ARCHIVOS SECRETOS. “Documentos Desclasificados de Ia CIA.” 
Santiago de Chile: LOM, 1999, p. 195.
Considerando os documentos acima e o contexto histórico 
específico, aponte a opção correta sobre o papel dos EUA 
diante do governo da Unidade Popular.
a) A queda do governo da Unidade Popular deveu-se exclu-
sivamente às contradições internas do seu projeto político.
b) O caráter democrático e constitucional do governo Allende 
constituiu um freio para o apoio dos EUA às forças golpistas.
c) A desestabilização do governo de Allende foi um objetivo 
permanente das autoridades norte-americanas na época.
d) Os EUA reagiram contra o governo da Unidade Popular a 
partir da estatização das multinacionais norte-americanas 
no Chile.
e) O envolvimento norte-americano na derrubada de Allen-
de deveu-se à participação de funcionários subalternos.
29.14. (UFSC) – “Em setembro de 1973, apoiadas pelos 
Estados Unidos, as Forças Armadas deram um golpe 
militar e depuseram o presidente Salvador Allende, 
que morreu em combate na sede do governo, o palácio 
La Moneda, bombardeado por aviões da aeronáutica.”
ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. “Toda a História - História Geral e do 
Brasil”. São Paulo: Ática, 2002, p. 413.
Com base no texto anterior, assinale a(s) proposição(ões) 
correta(s).
01) O texto refere-se ao golpe militar ocorrido na Argenti-
na em 1973, quando os militares comandados pelo Gal. 
Jorge Rafael Videla assumiram o poder.
02) O palácio ‘La Moneda’, sede do governo peruano, foi cons-
truído durante a gestão do socialista Haya de la Torre.
04) Com a deposição de Salvador Allende por um golpe 
militar, o Chile passou a ser governado pelo populista 
Juan Domingo Perón, iniciando o período conhecido 
como “peronismo”.
08) O golpe militar de 1973 depôs o governo de Salvador 
Allende, de tendência socialista, dando início a uma 
longa ditadura militar encabeçada pelo Gal. Augusto 
Pinochet.
16) O apoio dos Estados Unidos ao golpe militar estava re-
lacionado ao temor gerado pelas propostas de profun-
das reformas do governo Allende, com vistas à criação 
de uma sociedade socialista no Chile.
32) O golpe militar, mencionado no texto, foi a forma de 
os Estados Unidos evitarem que se instalasse no Chile 
um governo de radicais socialistas, conhecidos como 
“tupamaros” e liderados por Salvador Allende.
29.15. (UEPG – PR) – Elemento político complexo, o popu-
lismo teve sua ascensão no século XX e pode ser estudado 
como um fenômeno social, como uma forma de governo 
ou, até mesmo, como uma ideologia. A respeito desse tema, 
assinale o que for correto.
01) Do ponto de vista social, uma das ações mais expres-
sivas adotadas por Getúlio Vargas foi o avanço da re-
forma agrária no Brasil. Mesmo não tendo soluciona-
do o problema, as medidas adotadas por ele foram 
fundamentais para minimizar a tensão social no meio 
rural brasileiro.
Aula 29
9História 8B
02) A América Latina mostrou-se um campo fértil para o 
avanço do populismo. Lázaro Cárdenas (México), Juan 
Perón (Argentina) e Getúlio Vargas (Brasil) são compre-
endidos como exemplos de líderes populistas.
04) Apesar de afinidades entre o discurso populista e o cris-
tão, nem todos os governos populistas latinoamericanos 
foram apoiados pela Igreja Católica. No Brasil, Vargas en-
frentou forte oposição da Igreja que o denunciou por ser 
conivente com prisões, torturas e execuções de presos 
políticos.
08) O desenvolvimento nacional é um elemento presente no 
discurso populista, mas nem todos os governos populis-
tas se pautam em uma política econômica nacionalista. 
Diferentemente de Vargas e Perón, Cárdenas, permitiu 
que o capital estrangeiro controlasse setores essenciais 
da economia mexicana.
16) Em todo regime populista observa-se a figura de um lí-
der dotado de carisma que se coloca como representan-
te legítimo das massas.
29.16. (UCS – RS) – Regimes autoritários dominaram países 
da América do Sul entre as décadas de 1950 e 1980. Relacio-
ne os países da América do Sul apresentados na coluna A às 
características que os identificam, listadas na coluna B.
Coluna A
1. Uruguai
2. Chile
3. Paraguai
Coluna B
( ) Em 1970, o socialista Salvador Allende foi eleito presi-
dente. Ao nacionalizar mineradoras norte-americanas, 
seu governo se tornou alvo de uma campanha de de-
sestabilização. Três anos depois, foi deposto por um gol-
pe militar e morreu no palácio presidencial. O controle 
do país ficou com o general Augusto Pinochet, que per-
maneceu no cargo até 1990.
( ) Em 1954, o general Alfredo Stroessner deu um golpe 
apoiado pelos latifundiários. Seu governo também re-
cebeu o apoio dos Estados Unidos e das ditaduras dos 
países vizinhos. Só deixou o poder em 1989, quando foi 
deposto por um golpe militar e exilou-se no Brasil, onde 
faleceu em 2006.
( ) Em 1971, eleito presidente, Juan Maria Bordaberry as-
sumiu o compromisso de derrotar o grupo guerrilheiro 
Tupamaro. Em 1973, com o apoio dos militares, ele fe-
chou o Congresso e instaurou uma ditadura. A repressão 
foi tão violenta que, nos fins dos anos 1970, os Estados 
Unidos chegaram a cancelar a ajuda ao país. A redemo-
cratização começaria apenas em 1984.
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente 
os parênteses, de cima para baixo.
a) 1 – 3 – 2.
d) 3 – 2 – 1.
b) 2 – 3 – 1.
e) 2 – 1 – 3.
c) 3 – 1 – 2.
29.17. (UEPG – PR) – Populismo é um termo empregado para 
indicar um conjunto de práticas políticas que têm na relação 
direta entre as massas e um grande líder político sua caracte-
rística central. Muito comum na América Latina, o populismo 
deixou marcas políticas profundas no continente. A respeito 
desse tema, assinale o que for correto.
01) Em que pesem as singularidades dos populismos latino-
-americanos, é possível afirmar que todos os governos po-
pulistas tiveram nas aristocracias agrárias de seus respecti-
vos países as principais forças sociais e políticas de apoio. 
Isso é mais destacado, especialmente, no caso brasileiro.
02) Uma das características do populismo varguista, no Bra-
sil, foi o trabalhismo. A valorização do trabalho como 
única forma de desenvolvimento nacional, a adoção 
de uma legislação social favorável aos trabalhadores e a 
promoção dos trabalhadores em discursos e festividades 
são parte desse modelo.
04) Líderes populistas latino-americanos, como Vargas e Pe-
rón, foram duramente combatidos pela Igreja Católica, ins-
tituição que compreendia tais líderes como portadores de 
discursos e práticas que estimulavam o comunismo ateu.
08) Um discurso marcadamente nacionalista e a montagem 
de um Estado forte, com poder centralizado na figura 
de um líder carismático e responsável pelo desenvolvi-
mento econômico nacional, são características bastante 
comuns aos populismos latino-americanos.
16) Os regimes populistas se assentaram em forte propagan-
da midiática. Nesse sentido, uma das características co-
muns do populismo foi a ampla liberdade de imprensa e 
o incentivo à difusão das obras promovidas pelo Estado.
29.18. (UEPG – PR) – O populismo na América do Sul encontra 
nas figuras de Juan Domingo Perón, na Argentina, e de Getúlio 
Vargas, no Brasil, duas de suas figuras exponenciais.
A respeito do populismo e, em especial, de Vargas e Perón, 
assinale o que for correto.
01) A existência de líderes paternalistas, carismáticose com 
grande capacidade de interferência sobre os movimentos 
sociais são marcas que caracterizam os regimes populistas.
02) O autoritarismo, o assistencialismo e o controle dos 
meios de comunicação como forma de reprodução em 
massa das ações de governo são características encon-
tradas nos governos de Perón e de Vargas.
04) Apesar de adotar um discurso nacionalista e em defesa 
das classes trabalhadoras, Perón não promoveu um pro-
cesso efetivo de distribuição de rendas e de diminuição 
das diferenças sociais na Argentina.
08) Uma das marcas do governo populista de Getúlio Var-
gas foi a abertura do país ao capital estrangeiro como 
forma de promover um processo de modernização 
econômica no Brasil.
16) Tanto no Brasil quanto na Argentina, a Igreja Católica 
manteve uma postura crítica e distanciada do campo 
político durante todo o tempo em que esses países fo-
ram governados por Perón e por Vargas.
10 Extensivo Terceirão
Desafio
29.19. (UFSC) – Nos intervalos entre sessões de tortura, deixavam-me pendurado pelos braços em ganchos fixos 
à parede do calabouço onde me atiravam.
Algumas vezes me jogavam sobre a mesa de tortura e me esticavam, amarrando pés e mãos a algum instru-
mento que não posso descrever porque não vi, mas que me produzia a sensação de que iam arrancar-me partes 
do corpo.
NUNCA mais: informe sobre o desaparecimento de pessoas na Argentina. Porto Alegre: L&PM, 1984. p.17-18.
Sobre as ditaduras militares latino-americanas, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
01) Nos anos 1970, os governos do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia chegaram a fazer um acordo de coo-
peração mútua, a chamada Operação Condor, com o objetivo de reprimir em conjunto os regimes ditatoriais implanta-
dos por meio de golpes militares na América Latina.
02) Durante os anos 1970, a ditadura do general cubano Fidel Castro defendia a política do big stick, caracterizada por dar 
apoio bélico e influenciar ideologicamente os diversos governos militares latino-americanos.
04) No Chile, em 11 de setembro de 1973, um golpe militar chefiado pelo general Augusto Pinochet derrubou o governo do 
presidente socialista Salvador Allende, que morreu no Palácio La Moneda.
08) Na Argentina, a derrota para os britânicos na Guerra das Malvinas (1982), somada à crescente crise inflacionária e aos mo-
vimentos populares contra a repressão militar, causou a queda de uma das mais violentas ditaduras latino-americanas.
16) No contexto da Guerra Fria, as ditaduras militares latino-americanas estavam claramente alinhadas ao bloco capitalista 
liderado pela União Soviética.
32) São características que as ditaduras latino-americanas tiveram em comum: o autoritarismo, a censura, o nacionalismo e 
a violenta repressão que deixou milhares de mortos e desaparecidos.
29.20. (PUC – RJ) – Na Argentina, durante o governo Perón (1946-1955), a propaganda política desempenhou 
um papel fundamental na legitimação e na consolidação do regime. Fotos, retratos, esculturas de Perón e Eva, a 
bandeira, expressões características como “justicialismo”, “terceira posição”, datas exaltadas pelo regime, compo-
sições musicais, discursos do presidente ou de sua esposa, tudo constituía conteúdo simbólico de grande força, 
no que se referia à sedução das massas. 
CAPELATO, Maria Helena R. “Multidões em cena”. Propaganda política no varguismo e no peroniosmo. Campinas, São Paulo: Papirus, 1998, p. 49.
` Ilustração do livro Justicialismo, de Graciela 
A. de Videla, Buenos Aires, Estrada, 1953, 
p. 121.
a) Retire da imagem um elemento que explicite práticas, conceitos e ideias 
veiculadas durante o governo Perón (1946-1955) na Argentina.
Aula 29
11História 8B
b) Identifique duas características semelhantes entre o governo Perón na Argentina (1946-1955) e o governo do Estado Novo 
de Vargas no Brasil (1937-1945).
Gabarito
29.01. b
29.02. a
29.03. b
29.04. c
29.05. c
29.06. c
29.07. a
29.08. e
29.09. e
29.10. b
29.11. c
29.12. c
29.13. c
29.14. 24 (08 +16)
29.15. 18 (02 + 16)
29.16. b
29.17. 10 (02 + 08)
29.18. 07 (01+02 + 04)
29.19. 44 (04+ 08+ 32)
29.20. a) O aluno poderá retirar um entre os elementos a seguir: a ima-
gem de Perón que aparece em destaque ressaltando seu papel 
de líder da nação, representante do povo e dos trabalhadores; o 
destaque para a figura feminina representando a justiça, os po-
deres da república e o respeito à constituição argentina; a pre-
sença de trabalhadores destacando-os como o principal grupo 
social de sustentação do regime; estes elementos procuravam 
marcar a identidade do regime ressaltando a relação do líder 
com as massas, a substituição da ideia de “democracia liberal” 
pela de “democracia social” e a substituição da identidade indi-
vidual própria do liberalismo pela identidade nacional coletiva 
correspondente à ideia da “sociedade unida e harmônica”, guia-
da pelo líder, condutor das massas.
b) O aluno poderá identificar duas entre as características a se-
guir: o uso da propaganda política inspirada nas experiências 
europeias do nazismo e do fascismo; o apelo às massas como 
legitimadoras do regime; a criação de mecanismos de controle 
social que procuravam impedir a expressão de conflitos e mani-
festações de oposição ao regime; a identificação entre Estado/
líder/povo/nação; a adoção de políticas econômicas nacionalis-
tas; a propagação de imagens, símbolos, datas comemorativas e 
espetáculos do poder como elementos de legitimação e divul-
gação do regime; a constituição de toda uma produção cultural, 
intelectual e artística destinada a propagar os valores novos dos 
regimes peronista e varguista.
12 Extensivo Terceirão
América Latina contemporânea II
8BAula 30
História
Revolução Cubana
Cuba foi um dos últimos países da América espanho-
la a obter sua independência, que só se concretizou em 
1898. Os Estados Unidos, que desejavam estender sua 
influência na região, deram todo o apoio aos cubanos, 
contribuindo para a vitória contra os espanhóis.
Após a “Independência” política, a dominação 
estadunidense era marcante; inclusive a Constituição 
Cubana, num de seus apêndices, estabelecia “o princípio 
de que o governo dos Estados Unidos podia intervir nos 
assuntos internos do País” (Emenda Platt). Diante disso, 
a maioria dos presidentes cubanos não passavam de 
fantoches a serviço dos norte-americanos.
Em 1934, o coronel Fulgêncio Batista y Zaldívar deu 
o seu primeiro Golpe de Estado. A partir de então, pas-
sou a ser o homem forte do país. Em 1952, ao per ceber 
que ia ser derrotado nas eleições presidenciais, deu um 
novo Golpe de Estado e tornou-se ditador. 
Fidel Alejandro Castro Ruiz, filho de um abastado 
fazendeiro, formou-se em Direito pela Universidade de 
Havana. Era candidato a deputado pelo Partido do Povo 
Cubano ou da Ortodoxia, quando Fulgêncio Batis ta deu 
o Golpe de Estado. A partir de então passou à oposição 
clandestina.
Em 26 de julho de 1953, Fidel iniciou a sua longa luta 
de guerrilheiro, juntamente com 126 companheiros, na 
maioria jovens universitários, ao tentar tomar o quartel 
de Moncada e a fortaleza de Bayamo. Devido a uma 
série de desencontros e à superioridade bélica do adver-
sário, os rebeldes foram derrotados. Muitos morreram 
em combate; outros, após terem sido torturados, foram 
presos.
Os rebeldes foram condenados de 12 a 15 anos de 
prisão, porém diante da violenta pressão popular, Ful-
gêncio Batista anistiou-os em 1955.
Diante da impossibilidade de atuar politicamente 
em seu país, Fidel foi para o México, onde iniciou um 
exaustivo trabalho para organizar a invasão de Cuba 
e a consequente derrubada da ditadura de Fulgêncio 
Batista.
No México, Fidel conheceu um eterno revolucionário, 
o médico argentino Ernesto Guevara De La Serna, que 
era chamado carinhosamente de “Che”.
O plano de invasão recebeu o nome de 26 de julho, 
em homenagem ao ataque ao quartel de Moncada 
(26/07/1953).
A força guerrilheira foi treinada pelo coronel Alberto 
Bayo, o que lutou ao lado dos republicanos na GuerraCivil Espanhola.
A bordo de um velho iate, o Granma (hoje nome de 
jornal oficial do governo cubano), os rebeldes partiram 
de Tuxpán, no México, em 24 de novembro de 1956. 
Eram 82 guerrilheiros sob o comando de Fidel Castro. A 
viagem foi cheia de dificuldades.
Assim que desembarcaram em terra firme, os rebel-
des foram atacados pela força aérea. Escondendo-se 
sob as árvores, no meio dos charcos, com água pela 
cintura, os guerrilheiros dispersam as suas forças. Dos 
82 sobraram apenas 22 componentes, que se instalaram 
nas montanhas e florestas de Sierra Maestra.
La
tin
st
oc
k/
Al
am
y/
Pi
ct
or
ia
l P
re
ss
 ` Revolucionários cubanos na Sierra Maestra
Em Sierra Maestra, nasceu o Exército Rebelde de 
Guerrilheiros, que obteve a adesão dos guajiros (campo-
neses sem terras que levavam uma existência miserável).
O número de militantes do Movimento de 26 de 
julho aumentou tanto no campo quanto nas cidades. Os 
guerrilheiros em ações espetaculares fizeram com que 
o exército de Batista sofresse derrotas vergonhosas. No 
histórico, afirmou que adotava o marxismo-leninis-
mo e se aproximava da URSS.
Em outubro de 1962, diante da descoberta de 
que mísseis soviéticos estavam sendo instalados em 
Cuba, os Estados Unidos bloquearam a ilha e se pre-
pararam para uma invasão. Para evitar um conflito 
de consequências graves, a URSS retirou os mísseis 
e o bloqueio foi cancelado.
Em 16 de abril de 1961, uma tentativa de assalto 
foi tramada pelos contrarrevolucionários cubanos 
que se encontravam nos Estados Unidos. Segundo 
o jornal The New York Times, os invasores foram trei-
nados, equipados e financiados pelos Estados Uni-
dos... eram supervisionados diretamente pela CIA 
(Central Intelligence Agency). Os contrarrevolucio-
nários desembarcaram na Baía dos Porcos, porém 
a invasão foi um fracasso total. Em torno de 80 in-
vasores morreram, 1179 foram presos, um barco foi 
afundado e cinco aviões foram derrubados.
Em maio de 1961, Fidel declarou que Cuba passa-
va a ser um Estado Socialista. Em pronunciamento 
Aula 30
13História 8B
início de 1958, a Rádio Rebelde foi para o ar, podendo 
Fidel, com sua inflamada oratória, atingir todo o povo 
cubano.
No segundo semestre de 1958, as colunas guerri-
lheiras passaram à ofensiva. Nesta fase, destacaram-se 
os guerrilheiros: Che Guevara, Raul Castro e Camilo 
Cienfuegos, dentre outros. Em dezembro de 1958, o 
ditador Batista fugiu para a República Dominicana. Em 
janeiro de 1959, os rebeldes controlaram todo o país e, 
no dia 5 desse mês, Fidel aterrissou em Havana, onde foi 
recebido triunfalmente.
Com a vitória do Movimento de 26 de julho, Fidel 
tornou-se chefe das Forças Armadas e mais tarde 
Primeiro-Ministro.
As empresas nacionais e indústrias de grande porte, 
bem como as empresas estrangeiras, foram encampa-
das pelo governo. No campo, foi realizada uma radical 
reforma agrária.
O paredón, ou seja, o grande número de fuzilamen-
tos após julgamentos sumários, contribuiu para afastar 
os inimigos internos e consolidar a revolução. É verdade 
que os processos sumários inviabilizaram uma defesa 
efetiva dos acusados.
As relações com os Estados Unidos tornaram-se 
tensas; o presidente norte-americano Eisenhower 
cortou a quota de importação de açúcar. Fidel reagiu 
nacionalizando as companhias açucareiras, petrolífera, 
telefônica e de eletricidade, juntamente com os bancos 
norte-americanos. Diante disso, os Estados Unidos 
decretaram o bloqueio contra Cuba.
Em virtude do estrangulamento econômico e diplomá-
tico imposto pelos Estados Unidos e seus aliados, o governo 
cubano teve que se voltar para a URSS e Europa Oriental.
Incontestavelmente, Cuba teve um progresso ver-
tiginoso após a revolução. O novo governo conseguiu 
erradicar o analfabetismo, melhorar o nível de vida 
da população e propiciar uma participação política 
muito grande das massas populares.
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 ` Fidel, no início dos anos 1989
Até meados da década de 80, Cuba era uma espécie 
de “ilha proibida”. Com a redemocratização da América 
Latina, a maioria dos países reataram as relações diplo-
máticas com o regime de Fidel Castro. O impasse com os 
norte-americanos continuou.
Situação dramática viveu Cuba durante grande parte 
da década de 90. A derrocada dos regimes socialistas do 
Leste Europeu, o fim da URSS e o endurecimento do 
bloqueio comercial estadunidense (Lei Helms-Burton) 
fizeram com que a economia da ilha entrasse em colap-
so. De 1989 a 1994, o Produto Nacional Bruto teve uma 
redução de 41,4%, enquanto as transações de comércio 
com o exterior (total de exportações e importações) 
tiveram uma queda de 75%. Eclodiram protestos, com o 
aumento do número de pessoas que deixaram o país em 
balsas improvisadas, os chamados balseiros. 
Diversas mudanças jurídicas foram efetuadas: 
permitiram-se formas de propriedades com a par-
ticipação da iniciativa privada; estabeleceu-se uma 
legislação incentivando os investimentos estrangeiros; 
reorientaram-se as relações econômicas internacionais; 
liberalizou-se o dólar para uso nas transações comerciais 
e incentivaram-se investimentos do capital estrangeiro 
na indústria do turismo e extrativa. Os resultados na 
economia fizeram-se sentir, pois a média de crescimento 
14 Extensivo Terceirão
anual da ilha socialista entre 1994 e 2003 foi de 3,4%, 
enquanto a média da América Latina e Caribe nesse 
período foi de 2,31%. A ajuda da Venezuela foi de vital 
importância.
Em 2006 Fidel deixou o poder sendo substituído 
pelo seu irmão Raul Castro.
As reformas econômicas (investimentos estrangei-
ros, incentivo ao turismo, legalização do dólar, envio de 
recursos aos familiares por parte dos exilados cubanos 
que vivem nos Estados Unidos, cortes de despesas, fa-
zendas estatais convertidas em cooperativas, indústrias 
estatais abertas aos investimentos privados, trabalho 
autônomo dentre outras medidas) conseguiram causar 
crescimento econômico, mas também têm aumentado 
as desigualdades, com uma série de mazelas sociais.
A aproximação com a Igreja Católica (visita do Papa 
Francisco), uma maior inserção na América Latina e o 
reatamento das relações diplomáticas com os Estados 
Unidos são alguns dos fatos relevantes da história 
cubana nesta segunda década do século XXI. A morte de 
Fidel não parece ter alterado substancialmente o regime 
cubano.
 ` Papa Francisco
 ` Raul Castro
 ` Barack Obama 
Revolução Sandinista
A Nicarágua, após sua 
independência política, passou 
a ser tutelada pelos Estados 
Unidos, que asseguram a do-
minação graças à presença dos 
marines norte-americanos.
Na década de 20, Augusto 
César Sandino, com alguns 
poucos homens, passou a fa-
zer guerrilhas nas montanhas, 
lutando contra a presença 
norte-americana. O seu “pe-
queno exército louco” lutava 
sob uma bandeira rubro-
-negra com o slogan “Pátria e 
Liberdade”.
Em 1933, depois de árduos 
combates, Sandino venceu os 
marines norte-americanos, que deixaram o país.
No lugar deles ficou a Guarda Nacional, comandada 
por Anastasio Somoza García, que passou a adotar 
uma política hostil em relação a Sandino, tanto que, na 
noite de 21 de fevereiro de 1934, o “General de homens 
livres” foi assassinado por elementos ligados à Guarda 
Nacional.
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Aula 30
15História 8B
A partir de 1934, a Nicarágua passou a ser dominada 
pela família Somoza, a qual recorre a todos os meios 
para se perpetuar no poder. Apesar das atrocidades e 
violências, os Estados Unidos continuaram apoiando até 
o fim o regime somozista.
Os guerrilheiros sandinistas começaram a se organi-
zar em 1962. No início, sofreram uma série de derrotas; 
porém, devido à situação interna daNicarágua e à políti-
ca correta que adotaram, conseguiram se recuperar dos 
reveses iniciais.
Em 1978, os guerrilheiros, que estavam divididos em 
várias facções, se uniram na chamada Frente Sandinista 
de Libertação Nacional.
De 1978 a julho de 1979, a FSLN empreendeu a 
ofensiva final contra a ditadura somozista.
No poder, os sandinistas realizaram reformas econômi-
cas e sociais profundas, sob a liderança de Daniel Ortega.
O regime sandinista teve de enfrentar a oposição 
dos Estados Unidos, dos “contras” e dos adeptos de Eden 
Pastora, que se bandeou para a oposição.
No início de 1990, a vitória de Violeta Chamorro pôs 
fim ao regime sandinista.
Guerrilhas
A guerra de guerrilhas sempre foi intensa em todos 
os continentes. Aqui, vamos apenas citar alguns movi-
mentos que não se cristalizaram em revoluções.
Os montoneros, na Argentina; os tupamaros, no 
Uruguai; as guerrilhas urbanas e rurais, no Brasil – Carlos 
Lamarca, Araguaia, etc. –; o fracasso de Caamaño Deño 
na República Dominicana.
Na Colômbia, existem até hoje diversas organizações 
guerrilheiras. Porém, o grande destaque foi Jorge 
Camilo Torres Restrepo, de família rica, que se tornou 
padre dominicano. Depois de tentar pela via pacífica as 
soluções para os problemas do povo, entrou para a luta 
armada, considerando a Revolução a única saída. Camilo 
Torres e outros guerrilheiros do Exército de Libertação 
Nacional passaram a sofrer violentos ataques. Camilo 
Torres acabou morrendo em 15 de fevereiro de 1966.
Indiscutivelmente, o maior símbolo da guerrilha 
contemporânea foi o médico argentino Ernesto “Che” 
Guevara, filho de família rica, herói do povo cubano, 
que em 1965 abandonou as posições importantes que 
ocupava em Cuba, foi para a África, voltou à América e 
tentou formar um foco de guerrilhas na Bolívia.
O plano de Guevara de, a partir da Bolívia, criar novos 
focos de guerrilhas nos países vizinhos, fracassou. Isola-
do, Guevara foi morto a 9 de outubro de 1967.
Poucos personagens deste século conseguiram 
sensibilizar tanto a juventude quanto “Che” Guevara. Seu 
retrato, com a boina estrelada, o fuzil na mão, os cabelos 
e barba longos tornaram-se símbolos das manifestações 
estudantis de 1968.
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 ` Ernesto “Che” Guevara
As ideias de “Che” Guevara influenciavam a esquerda 
latino-americana nos anos 60. A sua teoria do foco 
guerrilheiro encontrou grande acolhida em todo o 
continente.
Inspiradas total ou parcialmente no foquismo, 
surgiram guerrilhas na Colômbia, Venezuela, Peru, Gua-
temala, Argentina, Brasil, etc.
Todas essas tentativas fracassaram, por várias razões. 
Eis algumas:
 • falta de apoio popular;
 • confinamento das guerrilhas em lugares isolados e 
remotos;
 • “Primazia do fator militar sobre o fator político, do 
foco guerrilheiro sobre o partido.” (Jacob Gorender);
 • não se levaram em consideração as peculiaridades 
históricas de cada país;
 • as tais condições objetivas não existiam ou, se exis-
tiam, não foram adequadamente aproveitadas.
Em El Salvador, a Frente Farabundo Martí de 
Libertação Nacional (FMLN) – Augustin Farabundo 
Martí, líder camponês, morto numa emboscada – tinha 
no início da década de 80 o controle de 1/3 do país. A 
intervenção norte-americana impediu que os rebeldes 
tomassem o poder (morreram aproximadamente 80 mil 
pessoas).
No Peru, o grupo maoísta do Sendero Luminoso 
atuou intensamente na década de 1980. O regime do 
Presidente Alberto Fujimori no Peru contribuiu para 
que o Sendero e o Movimento Revolucionário Tupac 
Amaru sofressem uma série de reveses.
16 Extensivo Terceirão
Na Colômbia, o grupo guer-
rilheiro mais forte é as FARC 
(Forças Armadas Revolucionárias 
da Colômbia), que controlam uma 
ampla área, estando associadas ao 
narcotráfico. Felizmente um processo 
de paz se efetivou.
Século XXI
Economia
De uma forma geral a situação 
econômica dos países da América 
Latina melhorou substancialmente 
a partir de 2003. Venezuela, Peru 
e Chile apresentaram aumentos 
expressivos do Produto Interno 
Bruto. Brasil, Colômbia, Uruguai, 
México, Argentina e Cuba também 
melhoraram bastante, seguindo a 
tendência mundial.
A crise internacional de 2008 
afetou desigualmente a América 
Latina. Venezuela, México e Chile 
tiveram quedas substanciais, já o 
Brasil, a Argentina e a Colômbia 
tiveram quedas pouco expressivas.
A maior integração econômica e 
política tem sido um fato extrema-
mente positivo para um maior de-
senvolvimento da América Latina. 
Contudo, em termos econômicos, 
persistem problemas antigos. Eis os 
principais:
 • A dívida externa continua sendo 
um dos entraves ao desenvolvi-
mento de um número elevado 
de países.
 • A maior parte das exportações 
dos países latino-americanos é 
de produtos primários.
 • Carência de infraestrutura.
 • A elevada carga tributária e a 
burocratização excessiva tornam 
vários setores pouco competitivos.
 • A falta de investimentos ade-
quados em pesquisas torna a 
dependência tecnológica em 
relação aos países centrais 
excessiva.
Avanços
Um fato extremamente positivo das últimas duas décadas tem sido o 
papel cada vez mais incisivo da mulher na vida econômica, cultural e política. 
Em vários países da América Latina, mulheres chegaram à Presidência da 
República. Violeta Chamorro na Nicarágua; Mireya Moscoso no Panamá; 
Michelle Bachelet no Chile; Cristina Kirchner na Argentina e Dilma Roussef 
no Brasil. Contudo, a violência contra a mulher – apesar das medidas legais – 
continua uma herança de um passado patriarcal e machista, difícil de ser 
extirpada.
 ` Bachelet, Cristina Kirchner e Dilma Roussef
Percebe-se uma maior tolerância com a diversidade sexual. Medidas 
educacionais e jurídicas têm contribuído para que as pessoas respeitem as 
opções sexuais de seus semelhantes. Do ponto de vista legal, o reconheci-
mento de uniões homoafetivas coroou de forma exitosa uma reivindicação 
há muito acalentada.
No que diz respeito aos Direitos Humanos, países como Argentina e Uru-
guai têm se destacado. Torturadores do período militar têm sido julgados, 
condenados e presos. Já no Brasil, no Chile, na Guatemala e no Paraguai 
pouca coisa foi feita contra aqueles que torturaram e mataram durante os 
regimes ditatoriais. Leis de anistia foram aprovadas e pessoas altamente 
comprometidas com crimes hediondos ficaram impunes.
Em várias constituições, os direitos das populações indígenas têm sido 
garantidos. Na Bolívia, em 2005, o índio da etnia uru-aimará Evo Morales che-
gou à presidência da República e deu início a um processo que tem dado às 
diversas nações indígenas bolivianas uma representatividade política muito 
maior. Em 2011, no Peru, a eleição de Ollanta Humala, de origem indígena, 
animou as comunidades nativas. Nos últimos anos, observa-se que, em 
toda a América Latina, os povos indígenas têm procurado se organizar para 
defender suas terras e seus valores culturais. Contudo, ainda estamos longe 
do ideal.
Política
A primeira década do século XXI foi marcada por vitórias de candidatos de 
esquerda. Hugo Chávez na Venezuela; Néstor Kirchner e Cristina Kirchner 
na Argentina; Lula e Dilma Roussef no Brasil; Ricardo Lagos e Michelle 
Bachelet no Chile; Tabaré Vázques e José Mujica no Uruguai; Evo Morales 
na Bolívia; Maurício Funes em El-Salvador; Fernando Lugo no Paraguai; 
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Aula 30
17História 8B
Rafael Correa no Equador; Daniel Ortega na Nicarágua e Ollanta Humala 
no Peru. Políticos de centro-direita também tiveram êxitos eleitorais; foram 
os casos de Felipe Calderón no México; Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos 
na Colômbia e Sebastián Piñera no Chile.
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A esquematização esquerda x direita na história recente da América 
Latina não esclarece de forma satisfatória a realidade política dos países 
latino-americanos. Os governos de Lula no Brasil e de Michelle Bachelet 
no Chile não se indispuseram com os Estados Unidos e procuraram con-
ciliar políticas sociais com capitalismo de mercado. Já Hugo Chávez na 
Venezuela, Rafael Correa no Equador e Evo Morales na Bolívia adotaram 
posições antiestadunidenses, bem como políticas populares e nacionalis-
tas. Radical, Chávez foi o principal aliado do regime cubano no continente 
e alardeou a necessidade de se criar “o socialismo do século XXI”. Do outro 
lado, a direita democrática – caso de Piñera no Chile e Juan Manuel Santos 
na Colômbia – tem se comprometido com os processos democráticos, 
adotando também algumas medidas de caráter popular. O principal ponto 
positivo da última década foi a realização de eleições em todos os níveis, 
aprofundando o processo democrático. O golpe parlamentar que derrubou 
o Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi um mau sinal. Contudo, o 
isolamento diplomático imposto ao país foi um importante indicativo de 
que o continente não tem mais a mesma tolerância, que teve em outros 
tempos, em relação às violações aos direitos políticos e humanos.
A onda esquerdizante: o caso da Venezuela
A Venezuela era considerada, nos anos 1970, um exemplo de demo-
cracia, com eleições periódicas, liberdade de imprensa, Estado forte e 
atuante, crescimento econômico graças ao petróleo, enfim, uma social-
-democracia que teve seu apogeu no governo de Carlos Andrés Pérez 
Rodríguez (1974-1979).
Na década de 1990, Carlos Andrés Pérez voltou a ser presidente da Ve-
nezuela, porém voltou diferente, subordinado ao modelo neoliberal então 
em voga: redução dos gastos públicos; proteção da propriedade privada; 
desregulamentação da economia; disciplina fiscal; liberalização do comércio; 
promoção de investimentos estrangeiros; redução de gastos sociais, enfim, 
tudo conforme o receituário do Consenso de Washington, cujo mentor foi 
John Williamson.
A aplicação do modelo que agradava ao FMI agravou a crise social 
venezuelana. O descontentamento atingiu setores das Forças Armadas, 
daí o levante militar ocorrido em 
1992, liderado por Hugo Rafael 
Chávez Frias. O golpe militar 
fracassou. Chávez foi preso, porém 
sua popularidade aumentou. No 
ano seguinte, Pérez foi removido 
do cargo pela Corte Suprema de 
Justiça, acusado de malversação de 
recursos públicos.
Realizadas novas eleições, ven-
ceu o ex-presidente Rafael Caldera, 
que se mostrou incapaz de superar 
as dificuldades econômicas e de 
amenizar os problemas sociais.
Nas eleições de 1998, Hugo 
Chávez ganhou a presidência com 
56,4% dos votos. Como prometera, 
procurou “refundar” a república. 
Convocou uma Assembleia Nacio-
nal Constituinte e o nome do país 
passou a ser República Bolivariana 
da Venezuela. Além de mudar de 
nome, a Venezuela passou a ter uma 
série de dispositivos para a efetiva-
ção de uma democracia participa-
tiva e protagonista. A participação 
estatal em áreas estratégicas para o 
desenvolvimento tornou-se crucial. 
Com oratória arrebatada, Chávez 
sempre procurou se comunicar 
diretamente com o povo.
Com tais medidas, logo passou 
a ser tachado de populista, subser-
viente a Fidel Castro e toda sorte de 
adjetivos, não raro desabonadores 
e preconceituosos. A sociedade 
venezuelana se dividiu: de um lado, 
os bolivarianos (principalmente 
pobres); do outro, membros das 
oligarquias tradicionais.
“Minha impressão pessoal é 
o que o sólido apoio popular 
a Chávez, baseado na classe 
social e na raça, permanece 
intacto. Pela primeira vez na 
História da Venezuela a gran-
de maioria do país até agora 
oculta – negros, índios e mes-
tiços – tem um presidente 
com o qual se identificar (...).”
GOTT, Richard. À sombra do libertador: 
Hugo Chávez Frias e a 
transformação da Venezuela. São Paulo: 
Expressão Popular, 2004. p. 19.
preços do petróleo fizeram com que a popularida-
de de Chávez fosse abalada, animando a oposição. 
Em 2011, a recuperação econômica e a revelação 
de que Chávez estava doente fizeram com que 
o índice de confiança no Presidente aumentasse 
substancialmente, animando-o para mais uma 
disputa eleitoral em 2012, a qual ele venceu com 
mais de 56% dos votos válidos.”
MOCELLIN, Renato; CAMARGO, Rosiane. Passaporte para a História. 
São Paulo: Editora do Brasil, 2012, vol. 04, p. 317.
18 Extensivo Terceirão
Em 2001, a oposição ao regime cresceu significativa-
mente. No mês de abril do ano seguinte, um golpe de 
Estado afastou Chávez por 48 horas. O apoio popular e 
de amplos setores das Forças Armadas reconduziram-no 
ao poder.
Chávez voltou fortalecido e aprofundou as reformas 
internas, radicalizou a retórica contra os Estados Unidos, 
aproximou-se ainda mais de Cuba e emergiu como novo 
líder de uma esquerda nacionalista e estatizante na 
América Latina.
Em 2007, Chávez assumiu seu terceiro mandato – 
reelegeu-se presidente com mais 60% dos votos. Na 
cerimônia de posse, anunciou novas estatizações, o 
aprofundamento das reformas que levarão a Venezuela 
ao “socialismo do século XXI”.
EIS ALGUNS NÚMEROS DA GESTÃO 
CHÁVEZ DE 1999 A 2008
1999 2008
Desemprego 11,3% 7,8%
Desenvolvimento 
Humano (IDH) 0,69% 0,84%
Pobreza extrema 20% 9,5%
Fonte: World Factbook. Center for economic and Policy Research.
Testes
Assimilação
30.01. (PUC – RS) – A chamada “Crise dos Mísseis”, de 1962, 
que levou as relações Washington – Moscou a um ponto 
crítico no contexto da Guerra Fria, foi resultante,
a) da aproximação entre o governo de Fidel Castro e a 
URSS;
b) do escândalo político internacional conhecido como 
Watergate;
c) do fim da política continental norte-americana da “Aliança 
Para o Progresso”;
d) da afirmação do stalinismo na política interna da URSS;
e) do avanço do macarthismo no Congresso norte-
-americano.
 ` Chávez comemorando a vitória em 2012. Chávez faleceu 
em 05/03/2013. Nas eleições realizadas em 14/04/2013, 
Nicolás Maduro candidato chavista foi vencedor. A gestão 
Maduro tem sido muito criticada: autoritarismo, corrupção e 
impotência são algumas das acusações.
Fim de um ciclo?
As dificuldades enfrentadas pelo presidente Nicolás 
Maduro na Venezuela, a queda da Presidenta Dilma 
Rousseff, a vitória de Maurício Macri, opositor de Cristina 
Kirchner, de Jair Bolsonaro têm levado alguns analistas 
a afirmarem que a “onda esquerdizante” está bastante 
enfraquecida.
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“A crise de 2008 teve consequências graves 
para a economia venezuelana. O Produto Interno 
Bruto em 2009 caiu –3,3%; em 2010 a queda foi 
um pouco menor ficando em –1,4%. Tudo isso 
combinado com desastres naturais, inflação em 
alta, altos índices de criminalidade e a queda dos 
30.02. (UECE) Assinale a opção que corresponde a motivo(s) 
da migração venezuelana em direção a cidades colombianas 
e brasileiras. 
a) crises econômica e política no país 
b) acordos de bilateralidade entre os países 
c) exigência da Organização dos Estados Americanos (OEA) 
d) ação controlada da Migración Colômbia 
30.03. (UFMG) – Considerando-se a atuação da Frente San-
dinista de Libertação Nacional nos anos 70 do século XX, é 
correto afirmar que essa organização:
a) defendia a chegada ao poder do grupo Sendero Luminoso, 
que articulou a resistência camponesa na Nicarágua;
b) representava diversos setores políticos da oposição na Nicará-
gua, que defendiam um projeto socialista e anti-imperalista;
Aula 30
19História 8B
c) reunia amplos setores da sociedade nicaraguense em 
apoio ao monopólio políticoda família Somoza;
d) tinha o apoio dos Estados Unidos e dos grandes latifun-
diários do País e sustentava-se graças à Guarda Nacional 
nicaraguense.
30.04. (PUC – RJ) – Sobre o impacto da Revolução Cubana 
nas relações entre os EUA e a América Latina na década de 
1960, assinale a alternativa correta: 
a) A América Latina tornou-se o foco principal de preocu-
pações militares para os norte-americanos no panorama 
da Guerra Fria neste período. 
b) Os EUA passaram a investir também em programas que 
garantissem a expansão da influência norte-americana 
por via pacífica, como a Aliança para o Progresso. 
c) Houve momentos de enfrentamento e tensão, como a 
bem-sucedida invasão da baía dos Porcos, em abril de 
1961, por forças anticastristas. 
d) A crise dos mísseis cubanos, em 1962, resultou de testes 
realizados com armas nucleares soviéticas em território 
cubano. 
e) Os EUA abandonam a política praticada até então, que 
consistia na necessidade de exportar a democracia para 
os demais povos do continente. 
Aperfeiçoamento
30.05. (PUCCAMP – SP) – Ao longo da década de 1950, 
período marcado pelo que se chamou de “desenvolvimen-
tismo”, manifestou-se uma nova geração de escritores, bas-
tante viva, apostando em profundo mergulho num Brasil 
histórico e mítico, como no caso singular de Guimarães 
Rosa, ou em tendências de vanguarda, como a dos poetas 
do “Concretismo”, que concebiam a linguagem como ob-
jeto visual, disposta na página em relação funcional com o 
espaço branco ou colorido, e aproveitando ainda, por vezes, 
o chamamento de recursos gráficos usuais nas mensagens 
de propaganda.
Durante a Guerra Fria, o presidente norte-americano, John 
F. Kennedy, com a intenção de desenvolver o capitalismo na 
América Latina e assegurar sua influência na região, criou 
a Aliança para o Progresso, que 
a) buscava fomentar a industrialização em países latino-
-americanos e evitar a influência socialista na região. 
b) previa a perseguição às pessoas que pudessem estar 
ligadas ao comunismo, em toda América Latina. 
c) visava ajudar aos países latino-americanos com dezes-
sete milhões de dólares para se reconstruírem. 
d) estabelecia a intensificação de investimentos financeiros 
estadunidenses nos países latino-americanos. 
e) pretendia instituir na América Latina o socialismo de 
mercado com uma economia planificada e estatal. 
30.06. (IMED – RS) – Leia o fragmento textual abaixo.
“Naquele início dos anos 60, Paris vivia a febre da 
Revolução Cubana e fervilhava de jovens dos cinco 
continentes que, como Paul, sonhavam repetir em 
seus países a saga de Fidel Castro e seus barbudos, 
e para isso se preparavam, a sério ou nem tanto, em 
conspirações de bar”.
Fonte: VARGAS LLOSA, Mario. Travessuras de menina má. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2006, p. 21. 
A partir do texto e de seus conhecimentos sobre a Revolu-
ção Cubana (1959), marque a alternativa correta: 
a) A Revolução Cubana (1959), mencionada no texto, 
contou com o apoio dos Estados Unidos, país que tinha 
interesse no término do domínio espanhol da Ilha, o qual 
durou até o fim da década de 1950. 
b) Fidel Castro, citado no fragmento textual, foi o principal 
líder da Revolução Cubana (1959), porém abandonou 
Cuba em 1960, deixando Che Guevara como presidente 
do país. 
c) Cuba, país que fica no istmo da América Central, ainda 
possui um governo comandado por um partido comu-
nista, o que não a impediu de reatar relações diplomá-
ticas com os Estados Unidos à época do governo de 
Barack Obama. 
d) No início, a Revolução Cubana (1959) não tinha orien-
tação abertamente socialista. Entretanto, em 1961, o 
governo revolucionário declarou a Ilha seguidora dessa 
doutrina, o que levou às tentativas de intervenções 
norte-americanas para derrubar o regime de Fidel Castro. 
e) Atualmente, não há qualquer relação diplomática entre 
Cuba e Estados Unidos, pois este não possui embaixadas 
em países com governos autoritários. 
30.07. (UFRGS) – No ano de 1962, os EUA e a URSS estive-
ram à beira de um confronto militar que ameaçou o planeta 
com uma guerra nuclear. Sobre esta crise, é incorreto 
afirmar que ela:
a) ocorreu quando governavam os EUA e a URSS, respec-
tivamente, John Kennedy e Nikita Krutschev.
b) foi deflagrada com a descoberta da instalação de mísseis 
soviéticos em Cuba.
c) terminou com a retirada dos mísseis e com o compro-
misso de não invasão militar a Cuba pelos EUA.
d) resultou de uma provocação dos partidários de Fulgên-
cio Batista exilados em Miami.
e) foi consequência da deterioração nas relações entre os 
EUA e Cuba após a vitória da Revolução Cubana de 1959.
30.08. (UNIRIO – RJ) – Ao longo das décadas de 70 e 80, 
deste século, diversos conflitos marcaram a América Lati-
na em sua participação nos acontecimentos recentes do 
mundo contemporâneo.
Sobre esses conflitos, é correto afirmar-se que no(a):
20 Extensivo Terceirão
a) Panamá, em 1989, a posse de Manuel Noriega, aliado 
politicamente aos Estados Unidos, permitiu o cancela-
mento do acordo firmado anteriormente entre esses 
países, o qual previa a devolução da “zona do canal” à 
soberania panamenha.
b) Caribe, as intervenções militares norte-americanas 
encerram- se com a adoção da política de defesa dos 
direitos humanos durante a presidência de Jimmy Carter 
nos Estados Unidos, entre 1977 - 1980.
c) Chile, a coalizão de forças operárias e camponesas lideradas 
pelo líder socialista Salvador Allende derrubou, em 1973, o 
regime militar que há décadas governava o país.
d) Nicarágua, a Revolução Sandinista, em 1979, vitoriosa contra 
a ditadura de Anastácio Somoza, instituiu um governo de 
tendência socialista apoiado pelo regime cubano, desesta-
bilizando politicamente a América Central.
e) Argentina, a reconquista das Ilhas Malvinas (Falklands) após a 
vitória na guerra contra a Inglaterra, em 1982, ampliou a base 
popular do governo militar, favorecendo sua permanência 
no poder até os dias atuais.
30.09. (UFRGS) – Em relação à Revolução Sandinista, vitoriosa, 
em 1979, na Nicarágua, é correto afirmar que ela:
a) resultou da derrota eleitoral do até então presidente Anasta-
sio Somoza, que tentava garantir sua reeleição naquele ano.
b) contou com linhas de financiamento do governo Reagan 
para estabilizar o país e fortalecer a democracia.
c) sofreu a ação de desgaste promovida pelos Contras, guerrilha 
contrarrevolucionária apoiada pela política externa dos EUA.
d) acabou com uma tradição política democrática que durava 
há décadas no país.
e) impactou a América Central, garantindo a vitória do Mo-
vimento de Libertação Nacional Farabundo Marti em El 
Salvador.
30.10. (UNESP – SP) – Nas décadas de 1960 e 1970, a relação 
dos EUA com a América Latina,
a) caracterizou-se pela ausência de investimentos econômi-
cos significativos, uma vez que a região oferecia menores 
oportunidades de lucro do que os chamados tigres asiáticos;
b) alterou-se quando os norte-americanos condicionaram 
a ajuda financeira aos relatórios de organizações interna-
cionais que avaliavam o respeito aos direitos humanos e à 
democracia;
c) desenvolveu-se de acordo com o programa do Departamen-
to de Estado Norte-americano, com o objetivo de suplantar 
o domínio político e cultural dos países europeus na região;
d) particularizou-se pela aplicação da “política da boa vizinhan-
ça”, que objetivava industrializar e desenvolver socialmente 
o sul do continente, ainda que sob o controle dos norte-
-americanos;
e) pautou-se por um clima tenso, sobretudo depois da subida 
ao poder de Fidel Castro e da crise dos mísseis na baía dos 
Porcos.
Aprofundamento
30.11. (ALBERT EINSTEIN – SP) – O quadro apresenta fatos ocorridos em alguns países da América entre as décadas de 1950 e 1980.
1954 GUATEMALA E PARAGUAI
– a intervenção direta dos Estados Unidos resulta na derrubada do presidente Jacobo Arbenz, da Guatemala.
– general Alfredo Stroessner comanda um golpe que depôs o presidente paraguaio Federico Chávez.
– até o fim

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