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faça um resumo do texto a seguir

Paranapiacaba (“lugar de onde se vê o mar”, em tupi guarani) está localizada em local onde, durante os dias claros, os indígenas que passavam por ali avistavam o mar, depois e subir a Serra do Mar rumo ao planalto. Naquele caminho íngreme usado pelos índios desde os tempos pré-coloniais, seria construída uma estrada de ferro que mudaria a paisagem do interior paulista. Com a expansão da cultura do café no Vale do Paraíba e a ocupação da cultura cafeeira no oeste paulista no interior do Estado, tornou-se urgente encontrar um meio de escoar o café com facilidade até o Porto de Santos. Em 1835 começaram os primeiros estudos implantar a ferrovia e a partir de 1850 o projeto começou a sair do papel pelo então Barão de Mauá. Assim a ocupação dessa região está associada a construção da Ferrovia Santos- Jundiaí, a partir de 1860, com as obras comandadas pelo engenheiro Daniel M. Fox.

Após a inauguração da ferrovia, em 1867, o acampamento passou a ser utilizado pelos operadores e mantenedores da maquinaria e do tráfego ferroviário. Assim, construía-se a Estação Alto da Serra, primeiro nome dado ao vilarejo. Com o aumento do comercio e da produção agrícola a ferrovia começou a ser duplicada e a vila também modificada. No alto de uma colina, os ingleses construíram a casa do engenheiro-chefe, chamada de Castelinho de onde toda a movimentação no pátio ferroviário poderia ser observada. Nessa época, também foi erguida a Vila Martin Smith com casas em estilo inglês, de madeira e telhados em ardósia, para servir de moradia aos funcionários da empresa.

Em Paranapiacaba, vida cotidiana e vida privada, em oposição a lazer e espaço público, foram implantadas e instituídas juntas. No modelo de casa popular vitoriana, estabeleceu-se a diferenciação funcional de rua de trás e rua da frente. A parte da casa voltada para a rua, lugar de entrada da visita e do social, e a parte da casa voltada para a viela traseira, para o trabalho e as matérias-primas da vida doméstica. Essa distinção funcional trouxe consigo o elemento de civilidade que a lógica da empresa pedia e necessitava. De certo modo, o novo trabalhador exigido pela empresa moderna implicava a imposição de uma pedagogia do trabalho, na dissociação entre trabalhar, habitar e ser, uma revolução nas mentalidades, uma reordenação dos costumes, a invenção de um modo de vida. (de Souza Martins, 2004)

 

 Souza Martins prossegue


A arquitetura de Paranapiacaba acarretou a difusão da mentalidade da vida interior e privada como resíduo da necessidade de constituir um espaço de ostentação, uma espacialidade que distinguisse bastidor e palco. Essa foi a forma de estender a concepção burguesa de decoro à classe trabalhadora. De certo modo, os hierarcas da empresa transformaram-se em missionários da civilização. Foi na ferrovia, embora não só nela, que a empresa também se propôs como missão civilizadora, como expressão de um projeto maior de dominação, mais amplo do que a mera extração da riqueza. (2004)

Do outro lado da estrada de ferro, a Parte Alta de Paranapiacaba que não pertencia a companhia seguia padrões arquitetônicos diferentes daqueles da vila inglesa. Na metade da década de 1940, os moradores viviam como uma grande família na vila bem cuidada, com ruas arborizadas e casas pintadas.

O Clube União Lira Serrano – centro de uma intensa atividade sociocultural- promovia bailes, jogos de salão, competições esportivas, encenações teatrais, exibições de filmes e concertos da Banda Lira.

O período de concessão da empresa São Paulo Railway Co. terminou em 1946 e todo o se patrimônio é incorporado ao da União, fato apontado pelos antigos moradores como o início da decadência da vila. Com a desativação parcial do sistema funicular, em 1970, parte dos funcionários é dispensada ou aposentada e outros foram contratados, para cuidar do novo sistema de transposição da serra, cremalheira-aderência. A Estação de Paranapiacaba guardava um dos símbolos da Vila: o relógio, que ainda hoje está na Estação nova. De acordo com a tradição oral, o relógio marcava as diversas atividades da Vila: hora de início do turno, horário dos trens, horários de descanso etc. Mesmo quando a densa neblina não permitia visualizar o ambiente do entorno, o som das badaladas do relógio estava presente, marcando as horas do dia e da noite. Atualmente, após anos sem trabalho, o relógio voltou a marcar os horários em Paranapiacaba.

Paranapiacaba, por sua vez, também já não tinha mais a mesma utilidade. Em especial quando foi inaugurado o sistema de cremalheira-aderência em 1974. Este foi instalado sobre o trajeto dos primeiros Planos Inclinados. As principais modificações eram: simplificação do pátio de manobras, transporte de volume bem maior de carga de uma só vez e maior segurança nas viagens. Durante algum tempo os dois sistemas funcionaram conjuntamente, mas na década de 1980 o Sistema Funicular da Serra Nova foi desativado. Com seu fim, acabaram-se as viagens de passageiros para Santos. Houve uma breve retomada no início dos anos 1990, mas atualmente a única linha em funcionamento – cremalheira-aderência – é apenas utilizada para transporte de carga. Com essa situação a vila de Paranapiacaba perdeu seu ponto de apoio na sociedade. Ela não servia mais para aquilo que tinha sido criada: o sistema ferroviário. A Vila Martin Smith e Vila Velha estavam sendo desocupadas. O sistema automatizado não necessitava de muitos ferroviários na Vila. Esta área, de propriedade da Rede Ferroviária Federal, exigia uma cara manutenção frente a moradias vazias ou pouco habitadas. Adicionalmente, os equipamentos ferroviários foram sendo retirados ou abandonados. Enfim, a Vila começou a sofrer um paulatino abandono.

Alguns movimentos de ex-funcionários, arquitetos, moradores do Morro, funcionários públicos e interessados no patrimônio cultural criaram movimentos de salvaguarda de Paranapiacaba. O mais intenso e que culminou no tombamento da Vila em 1987 foi o Movimento Pró-Paranapiacaba. A Vila foi tombada pela Resolução n.º 37 do Condephaat, de 30 de setembro de 1987, que a caracteriza como bem cultural de interesse histórico, arquitetônico-urbanístico, ambiental e tecnológico.

As vilas Martin Smith e Varanda Velha (Parte Baixa) foram compradas pela Prefeitura de Santo André em 21 de janeiro de 2002. (Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa).

Os projetos de restauros das casas começaram em 2010, sendo seu símbolo mais chamativo, a torre do relógio inspirado Big Ben londrino teve seu restauro concluído em 2019. Sua arquitetura lembra bastante o famoso Big Bem de Londres. É muito imponente, bem trabalhado e se destaca no horizonte, formando uma das belas vistas da região. Além da torre do relógio existem vários pontos interessantes para se visitar na vila, que serão citados neste trabalho como:

Denominada originalmente Capela Alto da Serra, o embrião da igreja Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, que completou 68 anos no dia 25 de fevereiro de 2021 como paróquia erigida pela Diocese de Santo André, por meio do primeiro bispo diocesano Dom Jorge Marcos de Oliveira, nasceu ainda no século XIX. Antes da inauguração da capela, em 1889, a localidade contava com um oratório, cujo registro mais antiga data de 1880, tendo sua pedra fundamental lançada em 3 de fevereiro de 1884. Recebeu licença para celebração de missas, pela primeira vez, em 8 de agosto de 1884. Portanto, a história dessa igreja já contabiliza mais de 130 anos.

            Cemitério Bom Jesus de Paranapiacaba

Conhecido popularmente como Cemitério de Paranapiacaba. Localizado na Estrada de Paranapiacaba, s/nº, Bairro de Paranapiacaba Santo André. O cemitério foi fundado em 25 de julho de 1890, em uma área de 20.000 m² aproximadamente, com 600 Jazigos de concessão perpétua construídos. Este cemitério foi construído pelos Ingleses, que na época construíam e trabalhavam na estrada de ferro. Na época ocorreu uma epidemia muito forte que levou a óbito de centenas destes operários, que estando longe de seus lares eram ali sepultados. Foi tombado como patrimônio histórico pelo Município, pois seus jazigos são em sua grande maioria construções bastante antigas datadas daquela época. Fica ao lado da Igreja na entrada da Vila.

Museu Castelinho


Principal construção arquitetônica da parte baixa, o Castelinho foi restaurado em 2005. Do local o visitante tem uma visão completa da Vila, incluindo o Pátio Ferroviário. Edifício de grande valor arquitetônico, modelo único na Vila, foi construído em 1897 sobre uma elevação natural, em ponto estratégico do qual visualiza-se toda a Vila, representa a escala maior e, isolava engenheiro-residente do restante dos moradores, além de criar a possibilidade da fiscalização propriamente dita. Atualmente abriga peças da ferrovia e a memória social da vila. O Museu apresenta uma exposição permanente com acervo da casa do engenheiro-chefe da empresa SPR – São Paulo Railway Co. (mobiliário, quadros, relógios etc.).

  Museu Tecnológico Funicular

Local onde originalmente funcionavam as máquinas fixas do quinto patamar da segunda linha que tracionavam os trens no percurso íngreme do trajeto, agora abriga vagões, máquinas, objetos utilizados para manutenção de trens, e tenta contar um pouco da história da ferrovia na região.

A chamada “Serra Velha” inaugurada em 1867, foi o primeiro sistema funicular empregado para transpor a Serra do Mar. O sistema funicular é composto por cinco patamares distribuídos pela Serra do Mar, sendo o 1º em Piaçaguera e o último na parada Alto da Serra, ou seja, Paranapiacaba. Neste museu você verá como funcionava o sistema de tração, as máquinas, Maria-Fumaça e outras peças ferroviárias.

  Paranapiacaba é cercada por três importantes unidades de conservação: o Parque Nascentes, a Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba e o Parque Estadual da Serra do Mar. As matas, parques e quedas d’água existentes no entorno da Vila compõem um cenário natural fantástico, podem ser percorridos por trilhas de trajetos fáceis ou difíceis e requerem acompanhamento de guia habilitado e cadastrado pela Prefeitura. Dentre elas as mais conhecidas são as trilhas da Pontinha, do Mirante e da água Fria.


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Paranapiacaba, que significa "lugar de onde se vê o mar" em tupi guarani, é uma localidade onde os indígenas avistavam o mar nos dias claros ao subir a Serra do Mar rumo ao planalto. A região foi ocupada devido à construção da Ferrovia Santos-Jundiaí a partir de 1860, com obras comandadas pelo engenheiro Daniel M. Fox. Após a inauguração da ferrovia em 1867, a região se tornou um acampamento para operadores e mantenedores da ferrovia. A vila cresceu com o aumento do comércio e da produção agrícola, sendo modificada e expandida. A arquitetura de Paranapiacaba refletia a diferenciação entre vida cotidiana e privada, lazer e espaço público, seguindo padrões vitorianos. A região passou por transformações ao longo dos anos, com a desativação de sistemas ferroviários e ações de preservação do patrimônio cultural.

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