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UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DE CIÊNCIAS EXATAS E TÉCNOLOGICAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO JOSÉ IGOR FERNANDES PEREIRA RETROFIT, UMA RELEITURA PATRIOMÔNIAL: Anteprojeto de Uma Unidade Gastronômica e de Convivência no Município de Brejo do Cruz/PB. MOSSORÓ 2020 JOSÉ IGOR FERNANDES PEREIRA RETROFIT, UMA RELEITURA PATRIOMÔNIAL: Anteprojeto de Uma Unidade Gastronômica e de Convivência no Município de Brejo do Cruz/PB. Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado à Universidade Potiguar (UnP), como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Trabalho Final de Graduação II (TFG II) e obtenção do Título de Arquiteto e Urbanista. Orientador: Prof. Me. Cicero Wildemberg Matias Gomes. MOSSORÓ 2020 JOSÉ IGOR FERNANDES PEREIRA ARQUITETURA, RETROFIT E REFEIÇÕES: Anteprojeto de Uma Unidade Gastronômica e de Convivência no Município de Brejo do Cruz/PB. Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado à Universidade Potiguar (UnP), como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Trabalho Final de Graduação II (TFG II) e obtenção do Título de Arquiteto e Urbanista. Aprovado em: ___/___/____ BANCA EXAMINADORA PROF°. CICERO WILDEMBERG MATIAS GOMES Arquiteto e Urbanista – Universidade Potiguar Mestre em Estudos Urbanos e Regionais – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Presidente/ Orientador) PROFª. ANDRESSA TORRES CORREIA DE MELLO Arquiteta e Urbanista – Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Graduação em Tecnologia em Produção da Construção Civil - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte; Especialista em Arquitetura e Urbanismo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (Convidado Interno) MARIANA DE QUEIROZ SILVA Arquiteta e Urbanista – Universidade Potiguar Mestra em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Convidado Externo) Dedico esse trabalho aos meus avós (in memoria), na qual não puderam ver onde cheguei e o que venho conquistando. Deixo a eles essa homenagem como forma de agradecimento por serem pessoas fortes e brilhantes. AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus, pela honra do dom da vida, por me fazer um ser humano capaz de entender e compreender cada fase da nossa passagem pela terra, por ter a ciência necessária para alcançar meus objetivos, pela sabedoria e a capacidade de hoje explorar e resplandecer meus conhecimentos, por aprender a lutar e enfrentar todas as barreiras e, a sempre ser banhado pela fé, mesmo nos momentos de dúvidas. Agradeço aos meus pais (Jandineide Fernandes e Francisco de Assis), que por sua vez buscaram enfrentar todos os desafios para realizar o sonho de um filho, o meu sonho, por depositarem em mim vossa confiança, por me amar e me proteger, por servirem de exemplo, por sempre estarem ao meu lado, a vocês eu dedico essas palavras como forma de reconhecimento por tudo que fizera, fazem e farão por mim, sempre amarei vocês. Deixo meu agradecimento a minhas avós, Sebastiana Pereira e Francisca Braga (in memoria), que por sua vez foram mais que avós, fostes bases e sempre acreditaram em mim. Aos meus colegas, em especial Aurileide Pinheiro, José Andrade e Lilian dos Santos, por sempre estarem presentes na nossa dura batalha acadêmica, levando todas as coisas juntos e as tornando fáceis, até mesmo quando pareciam impossíveis, vocês foram presentes que Deus colocou em minha vida. Aos meus amigos, em especial Luana Thamilis que mesmo longe, sempre me deu forças e acreditou em mim, aquela pessoa que acreditou no meu sonho, até mais que eu, também sempre acreditei nela, a importância dela para mim nesses 5 anos é inigualável. Também gostaria de deixar gratidão a Desiré Leonez, Rosa Lidiane, essas em especial, pois foram presentes que a universidade me deu, pessoas de luz, que aprendi a amar e que me amam, não vejo minha vida sem elas, grandes amizades, também a Kadydja Almeida, Jacianny Pereira, Adriana Alencar, Thallys Alves e a Palloma Soares, que sempre me apoiaram, contribuíram para que pudesse ser quem sou hoje, sempre me deram forças para seguir em frente, mesmo longe, mas sempre senti a presença de vocês comigo. Por fim, não poderia deixar de agradecer alguém especial, além de amigo, é um irmão e sabe do carinho que tenho por ele, sei que sempre irá me apoiar e de forma distinta virou meu confidente, obrigado a você Fabricio Gomes. Em meio a tanta turbulência na vida academia, agradeço aos meu professores em especial, o querido Alexandre Lopes, por repassar seus conhecimento de como um pai passa para seu filho, a minha inigualável Katia Regina, uma mulher de fibra e entusiasmo, ela que me divertiu em diversos trabalhos acadêmicos, mas puxou minha orelha quando preciso, sem sombra de dúvidas poderia deixar ao meu orientador Cicero Wildemberg (nosso querido Will), ele que chegou inseguro por lecionar logo em uma turma grande, mais conquistou a admiração de todos, inclusive a minha, tenho muito que agradecer, cada orientação, conselho, momentos de alegria e porque não sua paciência, principalmente com minha amnésia. Extremamente grato a todos os professores que construíram junto comigo esse sonho, que são mais que professores, são amigos e parceiros. Gostaria de agradecer a duas pessoas em especial, Thales chaves, que lecionou disciplinas de história brilhantemente e sempre esperava muito de mim, mas as vezes o deixava frustrado (risos) e a Tamíris Costa, essa arquiteta brilhante, que me deu a oportunidade de trabalhar ao lado dela, me ajudou muito de forma direta e indireta, com conselhos e vivencias. Deixo em forma de agradecimento todo o carinho depositado em mim, a quem sempre me deu forças e até mesmo a quem me quis a queda, pois foi assim que me tornei mais forte, com isso deixo o trecho dessa música como reflexão: “Vou mostrar todas as coisas, que vocês não deram valor, que nunca esperaram ver, desse menino do interior” (Monstros – Jão). A todos, meu MUITO OBRIGADO, não seria o homem que sou hoje sem o fragmento de cada um em minha vida. Por fim, como diria Larissa de Macedo Machado (Anitta): “Hoje eu gostaria de agradecer a mim, por não ter desistido”. “Um dos mais desoladores resultados desses tempos cheios de amarguras e desilusões é a indiferença com a qual governantes homens políticos, jornalistas, numa palavra, todos aqueles que formam o elemento condutor do país, consideram os problemas técnicos e científicos. Destinam-se verbas enormes a obras públicas, esgotando as finanças nacionais, sem se perguntar se a obra e o fim corresponderão ao sacrifício feito pelo país, e se essas obras merecem realmente esse sacrifício.” (Lina Bo Bardi) RESUMO O cenário patrimonial tem sido degradado nos últimos anos, tendo em vista a falta de manutenção, como também o abandono principalmente das áreas de interesse patrimonial, gerando assim desconforto não só no "bem estar" das cidades como de sua população, são fatos alarmantes visto principalmente em levantamentos de dados que comprovam isso, gerando até mesmo uma característica apontada por alguns de "cidade doente". A ponto de reverter essa situação, são desenvolvidas diversas técnicas e táticas que contribuam para tal pratica, afirmando o conceito de que nem sempre é preciso demolir para poder reviver. Compreendendo está realidade, o trabalho aqui desenvolvido objetiva apresenta um anteprojeto de um Centro Gastronômicoe de Convivência no município de Brejo do Cruz/PB. Um dos principais métodos a serem utilizados, foi a técnica do Retrofit, um estudo minucioso e cauteloso que quando aplicado dentro principalmente de edificações históricas ou de interesse histórico, possibilita a sua reconfiguração, se atentando principalmente ao fato de propor um novo espaço sem desconfigurar as características inicias da edificação, mantendo assim viva a sua história e prologando ainda mais o seu contexto. Para isso, foi considerado todas as normativas que o IPHAN, Decretos e a declaração do México, apresentadas de forma que mantenha como um edifício histórico, como também de diversos artigos e autores que por sua vez expressavam suas opiniões sobre o assunto, além de outras diretrizes, constituindo assim o desenvolvimento coerente do anteprojeto. Palavras-chave: Retrofit, Patrimônio, Projeto. ABSTRACT The patrimonial scenario has been degraded in recent years, in view of the lack of maintenance, as well as the abandonment mainly of the areas of patrimonial interest, thus generating discomfort not only in the "well-being" of cities but also in their population, they are alarming facts seen mainly in data surveys that prove this, generating even a characteristic pointed out by some of "sick city". To the point of reversing this situation, several techniques and tactics are developed that contribute to this practice, affirming the concept that it is not always necessary to demolish in order to revive. Understanding this reality, the work developed here objectively presents a preliminary project of a Gastronomic and Coexistence Center in the municipality of Brejo do Cruz/ PB. One of the main methods to be used was the Retrofit technique, a detailed and cautious study that, when applied mainly in historical buildings or historical interest, allows its reconfiguration, especially in view of the fact of proposing a new space without deconfiguring the initial characteristics of the building, thus keeping its history alive and further prose leading its context. For this, it was considered all the norms that the IPHAN, Decrees and the Declaration of Mexico, presented in a way that maintains as a historical building, as well as several articles and authors who in turn expressed their opinions on the subject, in addition to other guidelines, thus constituting the coherent development of the preliminary project. Keywords: Retrofit, Heritage, Project. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – PERÍMETRO URBANO DE BREJO DO CRUZ – PB ..................................... 20 FIGURA 2 - ANTIGO LICEU MARANHENSE (MA) .......................................................... 28 FIGURA 3– CENTRO HISTÓRICO DE SÃO LUÍS (MA) .................................................... 29 FIGURA 4 - CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR (BA) ................................................ 31 FIGURA 5 – SESC POMPEIA ................................................................................................ 34 FIGURA 6 – LIÒN, CENTRO HISTÓRICO DE ROMA (IT) ................................................ 37 FIGURA 7 - MAQUETE (MAR) ............................................................................................. 43 FIGURA 8 - DIAGRAMA (MAR) .......................................................................................... 44 FIGURA 9 - CORTE ESQUEMÁTICO (MAR) ..................................................................... 44 FIGURA 10 - COBERTURA (MAR) ...................................................................................... 45 FIGURA 11 - SESC POMPEIA – SÃO PAULO .................................................................... 46 FIGURA 12 - SESC POMPEIA ............................................................................................... 47 FIGURA 13 - MAR – MUSEU DE ARTE DO RIO ............................................................... 48 FIGURA 14 – LOCALIZAÇÃO DO TERRENO .................................................................... 51 FIGURA 15 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ................................................... 52 FIGURA 16 - SISTEMA VIÁRIO ........................................................................................... 53 FIGURA 17 - RAMPAS (VISTAS) ......................................................................................... 57 FIGURA 18 – ESQUEMA DE ROTAÇÃO ............................................................................ 57 FIGURA 19 – MODELOS DE REFERENCIA ....................................................................... 59 FIGURA 20 – SISTEMA DE VÃO DE ACESSOS ................................................................ 60 FIGURA 21 - TOPOGRAFIA .................................................................................................. 61 FIGURA 22 – DIREÇÃO DO VENTO ................................................................................... 65 FIGURA 23 – FLUXOGRAMA .............................................................................................. 69 FIGURA 24 - ZONEAMENTO ............................................................................................... 70 FIGURA 25 - ACESSOS ......................................................................................................... 71 FIGURA 26 - EDIFICAÇÃO ................................................................................................... 73 FIGURA 27 - MURO ............................................................................................................... 73 FIGURA 28 – LEVANTAMENTO ELETRÔNICO ............................................................... 74 FIGURA 29 – PROPOSTA ...................................................................................................... 74 FIGURA 29 – ANEXO (PUB) ................................................................................................. 75 FIGURA 30 – ANEXO (BISTRÔ) .......................................................................................... 76 FIGURA 31 – DIVISÃO ATUAL ........................................................................................... 76 file:///C:/Users/josei/Documents/TFG/TFG%20-%20JOSÉ%20IGOR.docx%23_Toc57480958 file:///C:/Users/josei/Documents/TFG/TFG%20-%20JOSÉ%20IGOR.docx%23_Toc57480960 file:///C:/Users/josei/Documents/TFG/TFG%20-%20JOSÉ%20IGOR.docx%23_Toc57480961 file:///C:/Users/josei/Documents/TFG/TFG%20-%20JOSÉ%20IGOR.docx%23_Toc57480962 FIGURA 32 – DIVISÃO PORPOSTA .................................................................................... 77 FIGURA 33 – ESTACIONAMENTO ..................................................................................... 78 FIGURA 34 – INTERTRAVADO ........................................................................................... 80 FIGURA 35 – PORCELANATO PORTOBELLO .................................................................. 80 FIGURA 36 – CONCRETO PERMEÁVEL ............................................................................ 81 FIGURA 37 – GRAMA BERMUDAS .................................................................................... 81 FIGURA 38 – YPÊ ................................................................................................................... 82 FIGURA 39 – MALHA DE AÇO ............................................................................................ 82 FIGURA 40 – CORES: DIA FELIZ, CASUAL JEANS, AREIA E LÁPIS PRETO .............. 83 FIGURA 41 – PLACA SOLAR ............................................................................................... 84 FIGURA 42 – FACHADA FRONTAL ................................................................................... 84 FIGURA 43 – FACHADA OESTE (PERGOLADO) ..............................................................85 FIGURA 44 – FACHADA LESTE .......................................................................................... 86 FIGURA 45 – DETALHAMENTO ......................................................................................... 86 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - REGIME DE EDIFICABILIDADE ................................................................... 55 TABELA 2 – PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................ 67 TABELA 3 – DIMENSIONAMENTO .................................................................................... 72 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – STATUS DE MORADIA DO MUNICÍPIO ................................................... 38 GRÁFICO 2 – FAIXA ETÁRIA .............................................................................................. 38 GRÁFICO 3 – CONHECIMENTO SOBRE O TERMO ......................................................... 39 GRÁFICO 4 – VISÃO SOBRE O QUE PATRIMÔNIO ........................................................ 40 GRÁFICO 5 – RELAÇÃO ENTRE A CIDADE E SEU PATRIMÔNIO ............................... 40 GRÁFICO 4 – OPINIÃO SOBRE A DEMOLIÇÃO .............................................................. 40 GRÁFICO 7 – A COMPREENSÃO SOBRE O RESTAURO E SUA IMPORTÂNCIA ....... 41 GRÁFICO 8 – CARTA SOLAR .............................................................................................. 63 GRÁFICO 9 – ROSA DOS VENTOS ..................................................................................... 64 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AVISA – Âgencia Nacional de Vigilância Santitária BC – Brejo do Cruz CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo CREA – Conselho de Engenharia e Agronomia DEL – Decreto de Lei IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional NBR – Normas Brasileiras SESC – Serviço Social do Comercio TFG – Trabalho Final de Graduação UCG – Unidade Gastronômica e Convivência UPRs – Unidades Produtoras de Refeições ICOMOS - Conselho Internacional de Monumentos e Sítios MR - Modelo de Referencia SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ................................................................................. 19 2.3 TEMA .......................................................................................................................... 19 1.2 UNIVERSO DE ESTUDO ................................................................................................. 19 1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA ............................................................................................. 19 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 22 2.1 DEFINIÇÃO DA PROBLEMÁTICA ................................................................................... 22 2.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 23 2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 23 3 PROJEÇÕES METODOLÓGICAS ..................................................................................... 24 4 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS .............................................................................. 26 3.1 RESTAURO ARQUITETÔNICO, SUAS DIRETRIZES E LEGISLAÇÃO .................................. 26 3.2 PATRIMÔNIO HISTÓRICO NACIONAL ........................................................................... 28 3.3 RETROFIT, CONCEITOS E FUNCIONABILIDADE ............................................................. 32 3.4 UNIDADES PRODUTORAS DE REFEIÇÕES: LANCHONETES, RESTAURANTES (ANALISE CONTEXTUAL) ....................................................................................................................... 35 3.5 CONFIGURAÇÃO DO CENÁRIO: PATRIMÔNIO, RETROFIT E UPRS ................................. 36 3.6 POPULAÇÃO E RESTAURO: VISÃO CONTEXTUAL ......................................................... 37 4 ESTUDO DE REFERÊNCIA .................................................................................... 43 4.1 ESTUDO DE REFERÊNCIA INDIRETO ............................................................................. 43 4.1.1 MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro/RJ ..................................................... 43 4.1.2 SESC Pompeia/SP ...................................................................................................... 46 4.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO: RETROFIT ........................................................................ 48 4.3 CONSIDERAÇÃO SOBRE O CAPÍTULO............................................................................ 49 4.4 PERFIL DO USUÁRIO .................................................................................................... 49 5 CONDICIONANTES PROJETUAIS ........................................................................ 51 5.1 O TERRENO ................................................................................................................. 51 5.1.1 Analise do Entorno: Uso de Ocupação....................................................................... 52 5.1.2 Sistema Viário: Hierarquia das Ruas.......................................................................... 53 5.2 CONDICIONANTES LEGAIS ........................................................................................... 54 5.2.1 Plano Diretor de Pombal/PB ...................................................................................... 54 5.2.2.1 Estacionamento .......................................................................................................... 55 5.2.2.2 Passeios e Muros ........................................................................................................ 56 5.2.2.3 Higienização .............................................................................................................. 56 5.2.3 Lei de Acessibilidade: NBR 9050 ............................................................................. 56 5.2.3.1 Rampa ........................................................................................................................ 57 5.2.3.2 Passeio ....................................................................................................................... 58 5.2.3.2 Acessos (Portas) ........................................................................................................ 60 5.3 CONDICIONANTES FÍSICOS .......................................................................................... 60 5.3.1 Levantamento planialtimétrico ................................................................................... 61 5.4 CONDICIONANTES CLIMÁTICOS ................................................................................... 62 5.4.1 Insolação e Iluminação ............................................................................................... 62 5.4.2 Ventilação ................................................................................................................... 64 6 A PROPOSTA ........................................................................................................... 67 6.1 METAPROJETO ............................................................................................................. 67 6.1.1 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento .................................................. 67 6.1.2 Fluxograma ................................................................................................................. 68 6.1.3 Zoneamento................................................................................................................ 69 6.1.4 Acessos ....................................................................................................................... 70 6.2 EVOLUÇÃO DA PROPOSTA ............................................................................................ 71 6.3 MEMORIAL DESCRITIVO .............................................................................................. 79 6.3.1 Informativo construtivo ............................................................................................. 79 6.3.2 Infraestrutura .............................................................................................................. 79 6.3.3 Pisos............................................................................................................................ 79 6.3.4 Vegetação ................................................................................................................... 81 6.3.5 Detalhes ...................................................................................................................... 82 6.3.6 Revestimento .............................................................................................................. 83 6.3.7 Placas solares .............................................................................................................. 83 6.4 MAQUETE ELETRONICA ............................................................................................... 84 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 89 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 90 CAPÍTULO 1: APRESENTAÇÃO DO TEMA 1 APRESENTAÇÃO DO TEMA Estes capitulo abordará inicialmente a delimitação do tema, inserindo uma breve contextualização acerca do mesmo, apresentado o universo de estudo, a área de e sua justificativa. 2.3 Tema Este Trabalho Final de Graduação (TFG) consiste em analisar a relação entre o Retrofit, Arquitetura e a Produção de Refeições. Nesse sentido Segundo o Portal VG (2013) o termo “Retrofit” surge na Europa e nos Estados Unidos e tem como significado “colocar o antigo em forma”, a palavra tem origem Latina/Inglesa, onde “Retro” do Latim (movimentar-se para trás) e “Fit” do Inglês (adaptação, ajuste), abordam principalmente a solução de problemas na qual consiste em dar uma nova cara ou utilização a algo antigo, mas preservando a sua história. 1.2 Universo de Estudo Fomentando a imensa procura por inovações principalmente no quesito gastronômico, as cidades buscam mais requinte e sofisticação quando o assunto são unidades produtoras de refeições, partindo desse ponto, foi escolhida uma edificação desativada aplicando os princípios de Retrofit que por sua vez irá unir alguns aspectos em um único empreendimento, dada a sua utilização que será para o público em geral e, que contribuirá para o crescimento de renda. Nesse contexto, ainda se firmará a utilização de edifícios antigos para novas utilidades sem perder a sua essência histórica, mas com uma utilização diferenciada e composta por novas tecnologias. Para isso, a técnica do Retrofit será aplicada em uma edificação na cidade de Brejo do Cruz-PB, desenvolvendo espaço ou empreendimento no setor da produção de refeições. 1.3 Justificativa do Tema Preservar o patrimônio não se limita em somente restaurar uma fachada, é manter viva toda a história e memórias da população com a edificação, por isso, são desenvolvidas técnicas que possibilitem essa preservação, com o Retrofit é possível manter toda a trajetória histórica, nesse caso, a escolha da edificação foi obtida com base em todo seu contexto, visando preservar o acervo patrimonial e conservar na memória da população toda a sua história, deste modo, o desenvolvimento de uma UPRs (Unidades Produtoras de Refeições) não só atendem as necessidades de preservação como também insere um novo ambiente altamente requisitado em dias atuais, além de resolver outro aspecto que se cria com o abandono de edificações, que é a ocupação informal. Figura 1 – Perímetro Urbano de Brejo do Cruz – PB Fonte: Google Maps (2020). Adaptada pelo autor (2020) Deste modo, pretende-se estabelecer através de um projeto arquitetônico uma nova forma de visão sobre o que são edificações de interesse patrimoniais com ênfase na sua preservação e a inserção de soluções que contribuam para a preservação, como também a criação de um novo nicho comercial para a população. 21 CAPÍTULO 2: INTRODUÇÃO 22 2 INTRODUÇÃO Este capitulo irá tratar da abordagem do tema, apresentando em seu corpo textual a definições problemáticas e em seguindo, a apresentação dos objetivos na qual se espera atender de acordo com a análise realizada e por fim, a definição das projeções metodológicas desenvolvidas. 2.1 Definição da Problemática Na arquitetura, o termo vem sido bastante utilizado, principalmente no ponto onde se percebe que a maior dificuldade no cenário arquitetônico, que é a conservação do patrimônio histórico, essencialmente no Brasil, arquitetos e design vem estudando e aplicando a técnica do Retrofit com mais frequência, com ela é possível desenvolver novas concepções para edificações históricas, sendo que desse modo, fica preservado não só a sua estrutura e caracterização, como também a sua memória, já que essa é uma das principais características dessa técnica, segundo Porfirio (2020): “tudo aquilo que existe materialmente e possui algum valor histórico e cultural que o dignifica de ser preservado e lembrado”. Seguindo esse pensamento, uma das mais usuais utilizações dessa técnica na arquitetura se dá na concepção de novos espaços como unidades produtores de refeições, compreende-se que nelas são consideradas a repaginação de uma edificação na qual é considerada historicamente relevante, porém perdeu sua utilidade e se encontra em estado de abandono e degradação. Para esse setor, não se deve se atentar somente na conservação do patrimônio e da sua memória, o seguimento dessas unidades onde manipulam com alimentos para a produção de refeições precisam responder a critérios extremamente exigentes. Algumas diretrizes são aplicadas desde questões sanitárias, como também de cunho arquitetônico e do meio ambiente. Entende-se que a aplicação do Retrofit na arquitetura se baseia em uma atualização e reestruturação da devida edificação inserindo novas tecnologias e aplicando normas de segurança “compreende o entendimento de aspectos relacionados à transferência de tecnologia, ergonomia, antropotecnologia e interações da tecnologia e do ambiente na organização da empresa e do trabalho.” (PROENÇA, 1996, p. 18). Originalmente, esse conceito é abordado de forma inovadora que por sua vez integra uma nova usabilidade, como também consegue manter a memória e características físicas do local onde se aplica. 23 Deste modo, é inserida a técnica do Retrofit que surge como aprimoramento e restauro de edificações inutilizadas, nesse contexto, podendo ser aplicada de forma que, as mesmas por se encontrarem em estado de abandono, podem configurar um cenário de insegurança para a população, com isso, dentro do espaço da arquitetura é possível solucionar necessidades pré- existentes, mediante os fatos, vê-se que, em cidades de interiores e que não são relativamente turísticas, proporcionam ao seu patrimônio local descaso e falta de manutenção, sabe-se também que há dificuldade na inclusão de unidades produtoras de refeições nessas regiões e a inclusão de novos ambientes emedificações históricas desativadas. Para isso, busca-se compreender formas que contribuam para uma construção embasada teoricamente, onde possibilite a concretização do preenchimento das necessidades apresentadas e, que faça a junção criada através da aplicação do resgate da memória e o restauro, com a inserção de novos ambientes, que surgem como soluções que abrangem vários aspectos, tais como: a implementação de ambientes comerciais, a difusão de áreas que gera ocupação irregular, como também setores de laser social e gastronômico. 2.2 Objetivo Geral Sendo assim, este TFG possui como como Objetivo geral analisar a relação entre arquitetura requalificação, desenvolvendo um anteprojeto de reforma de edificação, a fim de desenvolver uma Unidade produtora de Refeições, utilizando as técnicas do Retrofit que atendam às necessidades de conservação. 2.3 Objetivos Específicos a) Compreender a relação entre arquitetura e preservação da memória, com base na análise da técnica retrofit; b) Propor uma consulta normativa acerca da preservação do Patrimônio e unidades de manipulação de alimentos; c) Identificar as principais características que configurem uma edificação histórica; d) Propor um anteprojeto de acordo com os resultados obtidos através das pesquisas e desenvolver um projeto arquitetônico que permita preservar o patrimônio histórico, com foco nas Unidades Produtoras de Refeições. 24 3 Projeções Metodológicas Com base em pesquisas disponíveis virtualmente em artigos, documentários, livros, teses e matérias, com o propósito de obtenção de conhecimento teórico com o foco na abordagem dos assuntos relacionados ao que se fala sobre o patrimônio histórico e unidades produtoras de refeições, foI realizado um levantamento afim de apresentar dados fomentando a premissa da construção o conhecimento teorico. Após o levantamento de dados que poderiam contribuir para este conhecimento, foi levando em consideração alguns fatores principais que adentram nos assuntos abordados, a fim de firmar uma base em principio normativa que contribuiram para o desenvolvimento projetual, se delimita algumas diretrizes, entre elas são as presentes no IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e na AVISA (Âgencia Nacional de Vigilância Santitária). Com tudo, foi preciso ir mais a fundo dentre o conhecimento teorico, pois, além de fazer uma reflexão sobre o que dizem as bibliografias, é presiso compreender de que forma poderá ser aplicada, nesse caso, será desenvolvido uma analise espacial atraves de referencias como também pesquisa de campo, para obtenção de informaçoes e bases que cintribuam para o desenvolvimento do projeto que atendam as necessidades geradas mediante o levantamento realizado. 25 CAPÍTULO 3: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS 26 4 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS Esse capitulo irá tratar da relação entre a Arquitetura, o Retrofit e a Produção de Refeições, nele irá será conceituado o Restauro Arquitetônico, suas Diretrizes e Legislações, também com está sendo frisado o cenário do Patrimônio Histórico Nacional, de que forma onde está sendo retratado os bens tombados, como também será visto o Retrofit, Conceitos e Funcionalidades, com abordagem das técnicas e ainda os conceitos aplicados, ainda nesse capitulo atribuirá o referencial acerca das Unidades Produtoras de Refeições: Lanchonetes, Restaurantes (Analise Contextual). 3.1 Restauro Arquitetônico, suas Diretrizes e Legislação Quando se trata de restauro arquitetônico, é preciso salientar seus condicionantes, uma vez que, não se trata apenas de uma cientifica de preservação, o restauro é uma campo presente dentro da arquitetura onde sugere e contribui para a conservação de bens imateriais da humanidade, dessa forma é preciso entender o que se configura um “Patrimônio Histórico Cultural Imaterial”, de acordo com o DEL n° 25, de 30 de Novembro de 1937, no Capitulo I, Art. 1° Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. Desse modo, é possível através da lei, estabelecer um e qualquer que seja o bem móvel ou imóvel, como patrimonial desde que, os mesmos atendam as características abordadas no decreto, consequentemente os bens que atendam a essas configurações precisam ser processados por conceitos e avaliações técnicas realizadas por profissionais na qual, ficam responsáveis por fazerem o levantamento e com isso, atribuir material necessário para a avaliação dos bens até o seu veredito sobre sua classificação. O desdobramento de avaliação e intervenção sobre um bem que por ventura, possa ser dado com Patrimonial e com isso receber o título de “bem tombado”, segundo o mesmo DEL, no Art. 6° “O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se fará voluntária ou compulsoriamente”, isso significa que, não necessariamente precisa partir do proprietário do mesmo o interesse pelo tombamento, uma que o bem se enquadra dentro dos critérios de avaliação, ele pode ser acionado por qualquer pessoa aos órgão responsáveis, com isso, os 27 proprietários são notificados e fica proibido de estabelecer qualquer que seja a intervenção no bem no período em que ele esteja sendo avaliado. Configurando a área ou campo que estuda esse seguimento, o restauro arquitetônico surge como ciência capaz de adentrar nos conceitos históricos sobre os bens tombados, isso se afirma com o conhecimento teórico sobre os períodos históricos na qual os mesmos se encontram ou fazem referência, no restauro, assim que o bem é tombado e passa a constar no “Livro do tombo” é possível classificar os bens de acordo com o seu período histórico, isso significa que, após o seu veredito e seu material teórico, é possível identificar de fato quais os seus antecedentes históricos, qual sua importância e de que forma aquilo contribui para a preservação da memória, ainda sobre o livro, fica designado a ele a ordem de avaliação e método de conservação do bem. Os níveis de classificação de bens tombados podem variar de acordo com a sua importância e preservação, o restaurador, juntamente com o arquitetônico ficam designados a preservar todas as características daquele bem, vetado de desconfigurar qualquer que seja os pontos aprimorados neles, desde a sua estrutura até a sua coloração. A partir do momento em que se estabelece intervenções de restauro, é preciso se atentar a alguns critérios exigidos ainda no DEL, onde no Art.° 17 As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado. Deste modo, apenas é possível intervir por meio de autorização governamental e que mediante a intervenção, em hipótese alguma seja danificado ou desconfigurado a imagem inicial do bem, a ênfase na qual se aplica essa exigência, é de que, é de extrema importância, conservar todos os aspectos que constituem o bem, com isso, fica sob responsabilidade dos órgãos competente classificar os níveis de restauro na qual o bem será realizado, atribuindo assim o conceito de preservação do patrimônio histórico (Figura 1). 28 Figura 2 - Antigo Liceu Maranhense (MA) Fonte: Vale (2017) Ainda sobre o restauro, é possível analisar em bens já tombados, os níveis de restauro aplicados sobre eles, encontra-se moveis e imóveis onde são totalmente restaurados, mas preservando sua forma inicial, mastambém aqueles na qual ficam vetados de sofrerem qualquer intervenção, essas decisões são atribuídas no momento do veredito sobre o bem na hora da sua classificação. Isso implica na decisão final, onde é obtido a consequência que será atribuído aos devidos bens a serem tombados, pois, decorrendo do seu nível de tombamento, os mesmo podem ficar vetados de sofrerem quais quer que forem as alterações, como também, podem passar por processos de restauro, desde que não os desconfigurem. 3.2 Patrimônio Histórico Nacional Conceituando o termo, segundo Carvalho (2018) ‘“Patrimônio” Em sua origem, a palavra Patrimônio está relacionada a bens de família, que são transmitidos de pais para filhos por herança, isto é, representa a ideia de pertencimento, posse.’, configura assim, bens materiais ou imateriais passados de geração a geração, os conceitos não se prendem apenas a bens materiais, também é possível considerar como patrimônio os bens não materiais, mostrando assim que o leque de coisas e bens que se enquadram dento do conceito podem ser bem amplo. Com foco no Patrimônio Histórico Nacional, é possível encontrar uma serie de bens que já foram atribuídos ao Livro do Tombo, como também, conhecer através do principal órgão nacional o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), nele é catalogado 29 todos os bens que já foram tombados em todo território nacional, suas características, como também todos os manuais e legislações vigentes. O IPHAN é hoje o principal órgão que atua como proteção do patrimônio nacional, criado em 13 de janeiro de 1937, por meio da Lei n° 378, assinada pelo então Presidente da República Getúlio Vargas, hoje conta com uma subdivisão de 27 superintendências, uma para cada Estado ou Unidade Federativa, ficando assim responsável por atuar no que diz respeito ao Patrimônio Histórico. Embora o Brasil seja considerado um pais “novo”, pois conta com cerca de 520 anos de descobrimento, no entanto, o mesmo por ter sido colonizado por Portugal e logo após alguns outros países, é possível encontrar um série de características dos mesmos que até hoje se fazem presentes fisicamente e outros apenas historicamente, a importância da preservação é conseguir manter vivo na memória da população acontecimentos históricos, como também diversos outros aspectos antecessores aos dias atuais. Tais exemplos preservação, são vistos na preservação do Centro Histórico São Luís - MA (Figura 2), de Olinda - PE e também Salvador - BA, neles assim como em outros, é possível observar através das edificações as características do período Brasil Colônia. O movimento de preservação fez com fosse mantida conservada toda a história encravada nesses bens, assim fora mantida quase que por completo todas as suas características e atribuições que as considerassem como de interesse patrimonial e a ênfase da preservação de sua memória. Figura 3– Centro Histórico de São Luís (MA) Fonte: IPHAN [s/d] O processo de proteção ao Patrimônio Nacional nem sempre é tão simples, por se falar de muitas vezes serem propriedades privadas e o processo de comercialização de imóveis para 30 a construção de novos empreendimentos ainda serem bastante requisitados, o aumento da dificuldade a proteção, segundo Ramos (2020) É evidente a necessidade da união entre sociedade e governo para cuidar da história, mantendo conservados os produtos e os registros da cultura, dando assim continuidade à evolução e compreensão da identidade da sociedade Fundamentadas em leis, várias são as ferramentas utilizadas para a preservação do patrimônio, entre elas o Registro, o Inventário, o Tombamento, Restaurações e Revitalizações. Isso reafirma o interesse em estabelecer essa conexão na qual, um dos principais propósitos é preservar não só a cultura, como também a própria identidade social, o patrimônio histórico se encontra espalhado em todo território nacional, no entanto, nem todos são catalogados e com isso, passam a ficar isentos da preservação. A premissa de que a cultura e identidade da sociedade é de fato preservada com a conservação do patrimônio, surge do ponto onde se considera que a memória precisa ser mantida e por muitas vezes são disseminadas ao longo do tempo, no entanto, alguns imóveis conseguem manter não só suas características arquitetônicas, que por sua vez já são capazes de uma forma de “Time Line (Linha do Tempo)” sobre o contexto histórico ali presente, mas também resgatam o passado da sociedade. O Centro Histórico de Salvador (BA), considerado no país um dos principais sítios arquitetônicos patrimonial, é um exemplo de preservação, sua arquitetura centenária datada do início da colonização brasileira é capaz de exprimir sua história através suas Praças, Casarões, Igrejas e construções no geral, por se tratar da primeira capital do pais, a cidade de Salvador (Figura 3) é uma figura de extrema importância a sociedade brasileira. Certamente, a compreensão de que esse complexo de construções é um ponto na qual sempre será citado, a percepção de valor histórico, assim como do termo patrimônio, vem sendo moldada e entendida ao longo do tempo e continuará passando por transformações (CARVALHO, 2018), isso fez com que os órgãos responsáveis pelo Patrimônio Nacional entrassem com uma ação de preservação e proteção não só de uma ou duas construções especificas, mas sim uma serie delas, esse conceito se constrói mediante a necessidade de conservação da memória existente dentro e fora das construções existentes desde o início da colonização, para o Portal Cultura (2015) A perda do patrimônio representa a perda da história e da identidade, o que pode ser preocupante, pois a história do nosso município e do local onde moramos é única e insubstituível, e a destruição das suas representações materiais representa o esquecimento de parte da nossa identidade cultura, e esquecer nossa cultura é esquecer quem somos. 31 Figura 4 - Centro Histórico de Salvador (BA) Fonte: IPHAN [s/d] A concentração das construções que contribuem para a conservação da história do Brasil não é resumida apenas a um único ciclo ou local, deste modo, é possível encontrar fragmentos espalhados por todo território, exemplo claro, é a Igreja de São Francisco, uma construção do estilo Barroco, situada na capital da Paraíba, João Pessoa e, a mesma técnica construtiva no estado de Minas Gerais, essa configuração sustenta a afirmativa de que o Patrimônio nacional está disseminado e, que sua preservação se faz necessária, pois como conclui o Portal Cultura (2015) O que foi destruído está perdido para sempre, restando apenas o eventual registro iconográfico e a memória particular daqueles que viram com seus próprios olhos determinado monumento. O que nos resta fazer é reconhecer a importância do patrimônio remanescente, conscientizar a população de sua importância coletiva, mudando a concepção antiga de que coisa velha não tem importância e cobrar das autoridades responsáveis a correta preservação de tudo aquilo que tiver relevância para a história coletiva e da região. Deste modo, possibilita uma constante na qual o fator principal é a conservação do patrimônio histórico e, se torna essencial para a contribuição sobre construção da visão da sociedade acerca dos contextos históricos antecedentes e que, a comprovação das ações estabelecidas por entidades como o IPHAN são necessárias para que se estabeleça o movimento de conservação. O próprio órgão se baseia por decretos nacionais e internacionais, um deles que pode ser citado, é a “Declaração do México”, uma apresentada durante a “Conferência 32 Mundial sobre as Políticas Culturais”, que teve como mentor o ICOMOS. Um dos temas em que foram debatidos na conferência, girava em torno do âmbito cultural, pois, o patrimônio cultural tem sido frequentemente danificadoou destruído por negligência e pelos processos de urbanização, industrialização e penetração tecnológica (ICOMOS, 1985), afirmando a necessidade de proteção do mesmo, devido a degradação da história no decorrer do tempo, junto com o crescimento desacelerado populacional e de suas inovações, deixando para trás o que hoje pode-se chamar de “passado distante”. 3.3 Retrofit, Conceitos e Funcionabilidade A inovação é um precedente característicos de vários setores e nichos dos mais variados, não seria diferente dentro do campo da Arquitetura, a cada dia que se passa, novas tecnologias e técnicas vão surgindo para felicitar e complementar as formas construtivas atuais, umas dessas técnicas quem vem sido bastante utilizada, é a técnica do Retrofit, surgindo na Europa e também nos Estados Unidos onde seu significado quer dizer “Retro” do Latim (movimentar-se para trás) e “Fit” do Inglês (adaptação, ajuste), com ele, o Restauro Arquitetônico sofre uma repaginada e é adotado novas possibilidades. Essa técnica não existe a muito tempo, no entanto, vem se mostrando promissora dentro do nicho, como uma das suas nomenclatura sugere, o Retrofit quer dizer “pôr o velho em forma’, quando associado ao Patrimônio Histórico, pode entregar muito além de um restauro a construção, como também mais funcionalidades ao local. Teoricamente, os conceitos que giram em torno do Retrofit são questões de novas usabilidades para imóveis ou bens que tiveram seu uso inicial interrompido. Para isso, a adoção de um novo formato de métodos construtivos, onde possa atribuir diversos outros complementos as edificações na qual é aplicado o Retrofit, mas conseguindo manter toda a sua trajetória histórica e preservando assim o seu valor patrimonial, para Campos (2020) A motivação principal é revitalizar antigos edifícios, aumentando sua vida útil usando tecnologias avançadas em sistemas prediais e materiais modernos, compatibilizando-os com as restrições urbanas e ocupacionais atuais, sem falar da preservação do patrimônio histórico, sobretudo o arquitetônico. A abordagem pode ser das diversas, uma vez que essa técnica é adquirida sempre haverá diversas possibilidades de criação, seus princípios sugerem que novas construções sejam concebidas, no entanto, utilizando de instalações já existentes, gerando assim um custo bem menor do que a opção de demolir o já existente e executar um “projeto” novo, cautelosamente é pensado para que possa manter suas características, suas memorias e valores históricos, dessa 33 forma estabelecendo um conceito principal, ressurge mais uma vez uma construção na qual se fez presente por toda a história da sociedade, mas dessa vez com aspectos novos. Outro ponto bastante eficaz dentro do Retrofit, é de que por se tratar de uma técnica aplicada em sua maioria imóveis antigos, ele possibilita não só uma releitura como também adequações atuais, seja de custo, segura e até mesmo acessibilidade. Atualmente, o novo conceito em aplicar de forma inovadora e mais funcional o restauro, vem se mostrando bastante promissor e entregando grandes resultados, por isso Tem sido cada vez mais utilizado. Com o Retrofit a possibilidade de aplicar as adequações, principalmente as da ABNT NBR 9050 se torna cada vez mais simples, isso porque na época das construções históricas ainda não existiam documentação de auxílio para setores básicos que hoje são tão requisitadas, como também adequações de segurança, desta forma, o Retrofit entrega não só o restauro, como também a requalificação, o setores passam a ser reformulados e reinseridos novamente mas atendendo as normativas. Sendo assim, a funcionalidade da técnica é mais elevada, o foco é sempre em cumprir novos usos ou até atender novas exigências técnicas e de normatizações (PORTAL 44 ARQUITETURA, 2018). Outro ponto em questão são adequações de conforto arquitetônico, isso quer dizer que os estudos sobre a eficiência enérgica e climática são aplicados fomentando a importância não só da proteção ao patrimônio, como também, suas requalificações e inovações, segundo Tomko (2020) Um retrofit corretamente planejado, projetado e executado poderá manter o edifício constantemente atualizado, aumentando sua vida útil, diminuindo custos com manutenção e aumentando suas possibilidades de uso. Por isso, o retrofit pode e deve buscar, com eficiência, deixar o edifício de atualidade tecnológica confortável, seguro e funcional para o usuário, mas mantendo a viabilidade econômica para o investidor. O que de fato faz essa técnica tão promissora? O seu segmento de intervir como forma de proteção ao Patrimônio Histórico, seja ele local ou regional é seu grande ponto forte, o Retrofit atende as necessidades social quando o quesito é preservação da memória e incorporação de uma nova unidade na construção na qual se é aplicado, esses conceitos já se mostraram muitas vezes que são de fato funcionais, um exemplo claro da utilização do Retrofit, foi feito pela arquiteta Lina Bo Bardi no SESC Pompeia (Figura 4), onde a mesma utilizou das instalações da então fábrica desativada e desenvolveu o SESC, mas não para por ai, suas inovações só crescem no Brasil e no mundo. Isso mostra que, possivelmente o desenvolvimento de diversos outros novos segmentos, implicando na concepção de um conceito mais moderno, tecnológico e sem desprender das suas características originais, sendo implementado resoluções e ambientes como de moradia, institucionais, comerciais como bares e restaurantes entres 34 Figura 5 – SESC Pompeia outros, criando assim uma premissa social de integração que une reintegração da utilização do imóvel ou bem, com a proteção ao seu histórico memorial perante a sociedade. Fonte: Arch Daily [s/d] Um ponto a ser abordado em relação ao Retrofit é que, para alguns autores, o termo é uma “gourmetização” do ciclo de proteção ao patrimônio que por sua vez, utiliza de suas técnicas para implementas novos empreendimentos em instalações desativadas. Por outro lado, como já foi comprovado, a técnica vai muito além disso, além de criar novos aspectos, ela possibilita o ressurgimento de algo que foi presente na história da sociedade, mesmo que de uma forma diferente a dos seus primórdios, mas dessa vez, com requisitos inovadores que asseguram não só a “repaginada”, como o fato de conter após sua reforma, elementos de segurança e contemporaneidade. 35 3.4 Unidades Produtoras de Refeições: Lanchonetes, Restaurantes (Analise Contextual) Um dos maiores destaques no crescimento das construções no cenário arquitetônico, é o setor da culinária, cada vez mais as pessoas tem procurado ambientes que unam culinária boa e local agradável. As UPRs tem sido uma gama de projetos que inserem na sociedade empreendimentos capazes de atenderem as devidas necessidades, configuradas por diversos segmentos, as UPR apresentam em seu contexto desde lanchonetes a bares e restaurantes, cada dia mais é comum ver a alimentação da população sendo realizada fora de casa, isso significa que também se torna maior as necessidades de que os locais que ofertam tais tipo de comercio, se tornem cada vez mais adequados no que diz respeito a estruturação, até a alimentação em si. O segmento na qual consiste em atender a grande procura por refeições (café, almoço e jantar), busca compreender de que forma o comportamento sobre essa procura exige, desta forma os locais ou imóveis na qual estão instalados passam a serem avaliados de forma mais criteriosas afirmando a teoria de que nem sempre um lugar agradável oferece boa comida ou o contrário. Uma boa estruturação é de fato um elemento indispensável quando se fala de UPRs, pois além de atribuir conforto aos clientes, o manejo e preparo dos alimentos são realizados de forma adequadas de acordo com as exigências. A questão sanitária das unidades é de extrema importânciae não se limita a somente a parte estética da edificação, a coerência do ambiente bem planejado com a sua ação sanitária, ou seja, a estrutura e limpeza, precisam ser levadas em consideração para manterem o maior grau sanitário possível. Sendo assim, fica sob responsabilidades de órgãos como a ANVISA atuar sobre as normativas de boas práticas e segurança sobre o preparo dos alimentos e questões sanitárias do ambiente, mas entra em conjunto com órgãos como o CAU ou o CREA que ficam com a responsabilidade técnica em relação a questões estruturais e adequações onde está sendo desenvolvido uma nova UPRs, outra característica é que , durante a escolha do local de implantação de um restaurante, busque- se um ambiente longe de possíveis fontes de contaminação e que não ofereçam riscos às condições gerais de higiene e salubridade (SOMAVILLA; LOPES, 2019). A princípio, a questão do crescimento de UPRs vem sendo analisada de forma que, estabeleça o conceito onde fomente o crescimento de forma adequada, obedecendo as legislações vigentes, obtendo ambientes onde contribuam para que a sociedade obtenha boa alimentação, consiga se manter com conforto e praticidade. 36 Afinal, qual a forma impactante que a criação de um novo empreendimento, nesse caso uma UPR’s tem dentro da sociedade? O questionamento se responde com a afirmação de que, além de não só, criar novos pontos comerciais, existem outras características, como a geração de novos empregos, o giro comercial a respeito da economia, e no caso das UPR’s que são instaladas em edificações de cunho patrimonial, passam a retirar das mesmas que por muitas vezes são abandonas, a disseminação de áreas de inseguranças que são geradas por áreas abandonadas, afirmando o conceito de que existem diversas vertentes que comprovem esse tipo de ação. 3.5 Configuração do Cenário: Patrimônio, Retrofit e UPRs A análise de que a conservação do Patrimônio Histórico é necessário, devido a sua importância sobre a preservação da memória perante a sociedade permite que, com a construção e as novas tecnologias de adequação e complementação sejam integradas aos imóveis patenteados como de interesse ou valor histórico, nesse sentido, uma das mais promissoras e quem vem tomando destaque é o Retrofit, que por sua vez, consiste em elaborar novas concepções aos imóveis na qual são aplicados, mas sem se desprender das suas características originais, esse movimento é atualmente utilizado, para Carvalho (2018) No Brasil, temos o exemplo de vários Centros Culturais, frutos de projetos de reuso de edificações de interesse patrimonial, que são exemplos quanto a conservação das edificações, adaptação do uso sem prejudicar o patrimônio, disseminação da cultura, integração da sociedade em atividades culturais e de lazer, entre outros. Com o Retrofit é possível utilizar uma construção já existente como uma fábrica e desenvolver através do uso da tecnologia e adequações normativas e de acessibilidade a sua estrutura e uma nova construção, só que com uma função diferente da inicial, como uma UPRs por exemplo. Os conceitos de integração entre os pontos afirmam a possiblidade de união entre os tais, desta forma permite que várias questões sejam abordadas em um único segmento, onde por um lado se insere a questão social de preservação dos seus antecedentes históricos com a conservação do seu patrimônio e do outro lado, se tem a inserção de locais onde atendem as necessidades sociais contemporâneas. Com isso, a configuração de criar uma UPRs ou outros tipos de ambientes comerciais, através das técnicas do Retrofit, em imóveis na qual tem a necessidade de preservação se tornando coerente ao que diz respeito ao fato de que, isso 37 Figura 6 – Liòn, Centro Histórico de Roma (IT) significa manter preservado um imóvel de valor histórico, criando um novo ambiente sem danificar suas características (Figura 5). Fonte: Casa Cor (2019) Para isso, fica fundamentado a questão de assegurar todos os processos de conservação característica do bem ou imóvel, pois muitos edifícios da antiguidade se preservaram até os dias de hoje devido à continuidade de uso, apesar de ter sofrido, muitas vezes, transformações radicais para a adaptação a novas funções (CASTORE, 2020). 3.6 População e Restauro: Visão Contextual O que de fato estabelece uma relação entre a população e as edificações históricas e demais? Até que que ponto se entende sua importância e se realmente entende o que é preservação e conservação? Foi pensando assim que se levantou um fórum de discussão com os habitantes para entender melhor a visão contextual sobre o patrimônio. A principal abordagem girou em cima de compreender todos os fatores que configuram o entendimento sobre o assunto, adentrando diretamente na opinião pública, buscando obter de forma orgânica e simplificada respostas e posicionamentos no decorrer do questionário. Como mostra no gráfico 1, o público alvo ficou estabelecido em 100% dos habitantes sendo moradores 38 da cidade analisada, facilitando para as perguntas voltadas diretamente para o município na qual foi aplicado o fórum. Gráfico 1 – Status de moradia do município Fonte: Produzida pelo autor (2020) Deste modo, o alinhamento sobre o fórum ficara frisado em habitantes locais, facilitando o entendimento sobre as questões, outro ponto analisado e que ajuda a compor uma variação nas respostas, é a faixa etária variada dos entrevistado, que por sua vez, não se concentravam em um ciclo só e sim apresentando essa variação (Gráfico 2), oscilando entre idades que partiam dos 15 anos e chegando ao 40, foi possível criar uma curva. Gráfico 2 – Faixa etária Fonte: Produzida pelo autor (2020) Sendo assim, se torna mais dinâmica e diversificada a forma de obtenção de respostas. O primeiro questionamento, foi a respeito do patrimônio, onde no âmbito do fórum, era perguntando diretamente sobre o conhecimento do termo, se o mesmo era algo do conhecimento, ou era algo “novo”, que nunca se tinha ouvido falar ou ser tratado o assunto, 39 como também uma terceira vertente (Gráfico 3), possibilitando o entrevistado escolher a sua melhor resposta e contribuindo para as questões posteriores. Gráfico 3 – Conhecimento sobre o termo Fonte: Produzida pelo autor (2020) A intenção de levantar dados a respeito do conhecimento sobre o assunto, afirma o conceito de embasamento teórico, que busca compreender o comportamento gerado em relação ao fato de que, as consequências observadas, são muitas das vezes influenciadas pelo nível de conhecimento sobre o mesmo, caracterizando a necessidade de estabelecer uma espécie de ampliação e aplicação de métodos educativos. Os próximos passos, abordaram de forma ainda mais direta o conhecimento sobre o tema e um posicionamento sobre questões atuais dentro do cenário da conservação do patrimônio, se criou a necessidade de abordar sobre qual visão a população tinha sobre as edificações históricas, ou que poderia entrar no processo de conceito histórico (Gráfico 4), como também, qual era a relação entre a cidade em questão com o seu sitio arquitetônico, de que forma ela estava lidando com os bens e se concordavam com tal formato (Gráfico 5) e ainda dentro dessa abordagem e teoricamente mais sensível, relacionado ao que se tem visto no cenário, se eram de acordo com a demolição (Gráfico 6), sendo essa pratica umas das principais encarregadas de disseminar o componente de conservação da memória. 40 Gráfico 4 – Visão sobre o que patrimônio Fonte: Produzida pelo autor (2020) Gráfico 5 – Relação entre a cidade e seu patrimônio Fonte: Produzida pelo autor (2020) Gráfico 4 – Opinião sobre a demolição Fonte: Produzida pelo autor (2020) 41 Concluindo o fórum e não menos importante, buscou-se analisar qualseria o posicionamento em relação a pratica do restauro, como visto no gráfico 7. Gráfico 7 – A compreensão sobre o restauro e sua importância Fonte: Produzida pelo autor (2020) Com isso, foi possível concluir a analise contextual, baseada na visão dos habitantes, podendo criar um perfil e uma variante. Isso, contribui para a concepção teórica a respeito do assunto, suas necessidades e adequações. A aplicação do fórum ainda apresenta fatos como a existência ou não existência do conhecimento sobre o assunto patrimônio, onde teoricamente é apresentado de uma forma, mas nem sempre se repete na pratica, isso se justifica através do cenário atual sobre as cidades e seus sítios, sendo muito comum ver um embasamento pobre sobre tais assuntos, as necessidades acerca do que de fato poderá ser apresentado como forma de solução e negligencia muita das vezes do governo municipal, que adentro delicadamente na discursão de preservação. 42 CAPÍTULO 4: ESTUDO DE REFERÊNCIA 43 4 ESTUDO DE REFERÊNCIA Este capitulo terá como direcionamento e foco principal, o estudo referencial e conceitual para o desenvolvimento da proposta projetual, nele serão contemplados os estudos de referência indiretos, assim como o partido arquitetônico, finalizando com a configuração do perfil do usuário. 4.1 Estudo de Referência Indireto Os estudo de referência indiretos, são formações teóricas realizada de forma remota, obtida através de pesquisas via internet, dentre os principais veículos, estão as imagens, artigos entre outros, que auxiliam no desenvolvimento corporal, ou projetual do composto monográfico, deste modo, fica vinculado ao ator o estudo de forma indireta, ou seja, sem a presença física e direta analítica. 4.1.1 MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro/RJ A produção de todo projeto compreende as informações nele pré-estabelecidos, possibilitando a concepção das necessidades geradas e suas possíveis reformulações. Sendo assim, é criado o chamado programa de necessidades, com base nele, será desenvolvido passo a passo, cada detalhe da produção e o que aquele ambiente ou construção pretende atender. Figura 7 - Maquete (MAR) Fonte: ArchDaily [s/d] 44 Outro ponto marcante nessa obra, foi a decisão e divisões dos seus novos e existentes ambientes, o que seria inserido nessa edificação, qual seria seu público alvo e qual seria o seu novo funcionamento, essa característica foi crucial para o desenvolvimento do projeto. Figura 8 - Diagrama (MAR) Fonte: ArchDaily [s/d] Desta forma, o conceito se tornou mais dinâmico e perceptivelmente coerente, a utilização da nova área como apoio, composta por sistemas de serviços que auxiliam área velha, amplia a usabilidade da edificação como um todo, gerando cada vez mais seu uso, tudo isso é claro, sem descaracterizar o que já existia, mas pelo contrário, preservando e mantendo viva toda a sua história. Figura 9 - Corte esquemático (MAR) Fonte: ArchDaily [s/d] 45 O projeto do museu teve como principal partido a união do que pode ser chamado de “velho e novo”, aplicando a técnica conhecida como Retrofit, isso implica na concepção de novos espaços sem a demolição dos antigos. A edificação é dividida em dois blocos que exaltam nitidamente essa diferença temporal, de um lado está a parte construída já existe e na outra a que foi criada, tudo isso ligado por uma espécie de cobertura que faz da edificação um conjunto só. Para a equipe responsável pelo projeto, um dos maiores desafios foi a união entre todos os ambientes já existentes e suas novas instalações, fazendo essa integração, fora analisado o seu nível de conceito histórico e até onde eles poderiam intervir; Com isso, a concepção do novo projeto poderia assim utilizar de cada ambiente com diversificados usos. Uma característica crucial e que foi aplicada de forma magnifica, é o elo de ligação entre os dois prédios. Figura 10 - Cobertura (MAR) Fonte: ArchDaily [s/d] Além de um elemento de forma diversificada que simula ondas, a cobertura serve como a ligação entre o “velho e o novo”, possuindo uma característica bem particular por sua suspensão e sobreposição em pilotis no topo das edificações. Ao fim de tudo, o museu serve hoje como exemplo de como utilizar técnicas como a do retrofit para a concepção de algo novo, o mesmo apresenta toda a sua fachada, com a presença dos seus elementos iniciais e em contra partida, uma edificação totalmente nova, que utiliza de elementos atuais e forma esse contraste arquitetônico, mas na verdade compõem uma só edificação, que se estende a uma grande massa 46 de usabilidade possibilitando prolongar por mais tempo toda a sua história presente na parte conservada e a reescrevendo, mas dessa vez com algo novo na sua composição. 4.1.2 SESC Pompeia/SP Conhecido nacionalmente como uma grande obra de reutilização, o SESC é um marco do Retrofit no Brasil, desenvolvido pela renomada arquiteta Lina Bo Bardi, o projeto de contemplação de um complexo escolar em uma antiga fábrica revolucionou o uso da técnica no país. Figura 11 - SESC Pompeia – São Paulo Fonte: ArchDaily [s/d] Diferente do que é habitual, onde se realizam em grande maioria a demolição de instalações antigas para a concepção de novas sejam instauradas naquele local, o SESC utiliza da edificação desativada de uma fábrica e compõe um complexo escolar que após suas adequações, passa a ter seu novo funcionamento. O que mais chama atenção dentro dessas obras onde se aplica o Retrofit, é que em grande maioria os novos projetos não têm nenhuma semelhança de atividades com o que eram antes. 47 A sua subdivisão é composta por diversos blocos e cilindros, assim como enormes galpões, mas mesmo com isso, foi possível desenvolver cada necessidade que se gerou nessa adequação. Preservando a sua “crosta” externa, termo bastante comum para definir uma edificação que passa por processo de adequação, mas que não sofre nenhum tipo de mudança em sua fachada ou característica original, assim foi no SESC, mesmo para alguns sendo algo de clima pesado e improvável por se tratar de uma fábrica, o projeto se mostrou algo inovador mais uma vez e para isso, foram inseridos alguns elementos para “quebrar” a hegemonia do que era considerado um clima pesado. Figura 12 - SESC Pompeia Fonte: ArchDaily [s/d] 48 Seu interior abrange vários tipos de ambientes, como auditórios, salas, praças de alimentações e locais de vivencia, isso só comprova o conceito de aplicação de novas tecnologias para o desenvolvimento de novas instalações sem mesmo se quer demolir ou desconfigurar algo que já existe, mesmo que esses locais intriguem a população local sobre sua nova utilização. 4.2 Partido Arquitetônico: Retrofit Como base partidária para adaptação, o retrofit entra como técnica e partido inicial, com o intuito de implementar dentro das concepções projetuais, permitindo assim que seja desenvolvido um resultado final na qual esteja de acordo com as exigências pré-definidas, tais como a conservação do patrimônio histórico arquitetônico local. Além disso, é possível reduzir o custo da obra, como também aumento o valor imobiliário da mesma após sua reforma. Figura 13 - MAR – Museu de Arte do Rio Fonte: ArchDaily [s/d] Sendo assim, o uso dessa técnica como partido sugere que seja realizada de forma com que, nada do memorial ou contexto histórico da edificação seja deixado de lado, ou por ventura venha a ser demolida e, estende toda a sua rede de técnicas aplicadas para o melhoramento das instalações já existente, as tornando de forma mais coesa e acima de tudo, dentro dos parâmetros de seguranças. O anteprojeto abordará de forma direta não só um nicho único de público, mas 49 uma gama diversificada dele, para isso,é preciso desenvolver modelos e projetos de adaptação não só nas partes já existentes, como a criação de novos ambientes que serão necessários, para isso mais uma vez a técnica do Retrofit se torna de forma orgânica a propriedade a ser levada como base, pois, tem como atribuição ao seu objeto, adaptar sem mudar as características originais. 4.3 Consideração sobre o Capítulo Em seu corpo como um todo, se busca entender nesse capitulo um referencial acerca do que se pretende sugerir, levantando de forma positiva o que se já se vê sendo utilizando e posteriormente pode ser aplicado. 4.4 Perfil do Usuário Por se tratar de um ambiente comercial, o perfil do usuário passa a ser montado de forma mistificada, ao invés de um perfil único focado em um cliente isolado. Partindo do ponto em que dentro da proposta projetual de restauro aplicado na edificação, criando três comércios que embora sejam do mesmo ramo (refeição), atendem a públicos de diferentes idades, isso implica na concepção de um projeto com compatibilidade que possa atendar as necessidades geradas. Com isso, é preciso se atentar não somente ao único fluxo de público, como também aos mais diversos possível, deste modo, a concretização orgânica de ambientes que se encaixem nesses requisitos, passam a ser de forma mais limpa e fluida, distribuídos conforme foi atribuído após a caracterização do perfil do usuário. 50 CAPÍTULO 5: CONDICIONANTES PROJETUAIS 51 5 CONDICIONANTES PROJETUAIS A abordagem aplicada neste capitulo é voltada diretamente aos condicionantes que englobam o projeto, os mesmos partem desde o próprio terreno, passando pelos condicionantes legais, físicos e chegando aos climáticos, configurando assim a implantação da nova edificação que será implantada dentro da já existente. 5.1 O Terreno Seguindo a premissa de conservação do patrimônio histórico, a edificação foi escolhida de forma em que, fosse analisada a sua importância para a população local, como também a sua localização referente ao setor na qual a mesma está inserida dentro da zona da cidade. O mesmo está localizado em uma quadra onde a fachada principal fica localizada na Rua Horácio Pimento, as fachadas laterais direita e esquerda, nas ruas Travessa Horácio Pimenta e Rua Pedro Figueiras respectivamente e, sua fachada posterior na Rua José Elói, no munícipio de Brejo do Cruz, Paraíba. Figura 14 – Localização do Terreno Fonte: Google Maps (2020). Adaptada pelo autor (2020) Sua área total é de aproximadamente 2963.68m², tendo como até construída hoje um total de aproximadamente 477.84m². A localização do terreno e sua inserção dentro do quadro de levantamento, proporciona o entendimento do funcionamento da edificação na área onde 52 está inserida, isso significa poder analisar de qual forma se comporta a população se comporta aquele recorte e quais são suas principais atividades naquele setor. 5.1.1 Analise do Entorno: Uso de Ocupação Por se tratar de uma região de baixa densidade econômica, é possível notar uma grande escassez no setor comercial quando se é analisado o entorno onde a área de estudo está inserida, isso se afirma quando parte dessa concentração fica localizada mais na área central da cidade, outra característica presente, é a falta de locais que proporcione laser a população. Figura 15 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo Fonte: Desenvolvida pelo autor (2020) 53 Analiticamente, após a percepção do entorno, se nota uma configuração ainda pouco diversificada da área em questão, mesmo com alguns setores com comércios ou outros tipos de áreas diferentes das residências, ainda são locais pontuais o que assegura a concepção de novos espaços. 5.1.2 Sistema Viário: Hierarquia das Ruas A inserção da edificação de acordo com o sistema viário possibilita a análise do impacto gerado com sua nova utilização e as futuras complicações que possam ser geradas com isso, tornando de extrema importância o estudo sobre esse impacto, como também, se torna possível o entendimento do fluxo e acesso da população acerca das instalações na qual se pretende desenvolver naquele local. Figura 16 - Sistema Viário Fonte: Desenvolvida pelo autor (2020) 54 Nesse ponto, se gera a percepção e adequação dos acessos da edificação de forma que não venham a complicar o trânsito na região, mesmo se tratando de uma cidade de baixa densidade populacional, que gira em torno de 16.000 (dezesseis mil) hab. A locação dos principais acessos ficam condicionados de forma em que, proporcionem um fluxo continuo e que não gere caos e transtorno para a população, também é levado em consideração a grande densidade de áreas habitacionais, isto é, a concepção das novas instalações não deve por sua vez impactar de forma drástica no ciclo viário da região. A distribuição do terreno fica entre duas vias coletoras e duas locais, o que minimiza o impacto no fluxo, tendo sua fachada voltada para uma via local, desta forma, é possível analisar o comportamento do fluxo e locar a possível área destinada a estacionamento depositando diretamente nas vias coletoras e gerando um próprio ciclo interno. 5.2 Condicionantes Legais Este tópico terá como abordagem os condicionantes legais, ou seja, as leis e normas, sendo assim, possibilitando o alinhamento da proposta projetual de acordo com Plano Diretor e o Código de Urbanismo de Pombal/PB, 1 o Código de Combate a Incêndio e Pânico e a Lei de Acessibilidade, o que constitui os paramentos adequados de projeto ou de adequação. 5.2.1 Plano Diretor de Pombal/PB A disposição sobre os requisitos patrimoniais está assegurada perante a legislação, onde após a identificação do imóvel como de interesse patrimonial, após esse processo, de acordo com o plano é possível executar obras nos bens ou imóveis, desde que as mesmas não desconfigurem as características existentes. Com isso, fica vetada a demolição total ou até mesmo parcial desses imóveis, com exceção daqueles que ponham em risco a vida da população. De acordo com a Secção II, Subsecção I, Artigo 28: O sistema patrimonial integra os bens imóveis de valor cultural que, pelas suas caraterísticas, se assumem para o Município, como valores de reconhecido interesse histórico, arquitetônico, arqueológico artístico, cientifico, técnico ou natural, quer se encontrem ou não classificados A aplicação do regime se estende por todo o território municipal, dessa forma, se aplica as premissas de classificação, notificação e proteção do patrimônio arquitetônico municipal, 1 O Plano diretor e código de obras de Pombal foram utilizados devido à ausência de normativas no município de Brejo do Cruz/PB e ser a cidade Pombal/PB a mais próxima a possuir o sistema de normas e leis. 55 além dos índices construtivos. De acordo com SECÇÃO II, SUBSECÇÃO I, Artigo 98.º é classificada o tipo da área e sua devida definição, ainda na mesma secção desta normativa, o Artigo 99. ° vem classificando essas áreas de acordo com seu nicho, onde duas delas a “Comercio e retalhos” e “Equipamentos de utilização coletiva” são as que mais definem o perfil da edificação em questão, para isso: Tabela 1 - Regime de Edificabilidade Fonte: Plano diretor de Pombal (2013) A edificação por sua vez, se trata de um empreendimento já existente, no entanto, o processo de ampliação da mesma precisara passar por todos os requisitos da norma para que possa ser devidamente adequada, deste modo, foi enquadrada dentro dos parâmetros legislativos. 5.2.2 Código de Urbanismo de Pombal/PB O código de Urbanismo da cidade de Pombal, traz em seu encorpo, diretrizes que norteiam o pré-dimensionamento dos novos ambientes e adequação dos já existente, uma vez
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