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UND 3 - INTRODUÇÃO À PROFISSÃO - FUNDAMENTOS

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INTRODUÇÃO À PROFISSÃO – FISIOTERAPIA - FUNDAMENTOS
Denise Pirillo Nicida
1 O papel do profissional
O que é uma profissão? É um trabalho ou uma atividade especializada, produtiva, que os indivíduos exercem na sociedade.
Algumas profissões são regulamentadas pelo Ministério do Trabalho. Nesse caso, os profissionais são regidos por legislação própria, têm exigências específicas para sua formação e têm direito de se organizar em sindicatos e conselhos.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a profissão de fisioterapeuta.
Vídeo
1.1 Exercícios profissionais da fisioterapia
O exercício profissional é a prática de uma profissão. A determinação do exercício profissional é feita por meio de documentos legais, publicados oficialmente. Na fisioterapia, os principais documentos são o Parecer n. 388, de 10 de dezembro de 1963, o  Decreto-Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969, a Lei n. 6.316, de 17 de dezembro de 1975, a Resolução COFFITO-8, de 20 de fevereiro de 1978, a Resolução COFFITO-80, de 9 de maio de 1987, e a Resolução COFFITO-424, de 8 de julho de 2013.
Decreto-Lei é uma ordem emanada pelo chefe do poder executivo. Já as leis são atos legislativos, ou seja, são criados pelo poder legislativo. As resoluções são atos normativos criados por conselhos nacionais e federais; têm força de lei, mas se aplicam somente às categorias profissionais desses conselhos.
O Parecer n. 388, elaborado por uma comissão de peritos do Conselho Federal de Educação (CFE) e aprovado em 10 de dezembro de 1963 pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), reconheceu a profissão de fisioterapeuta. Segundo esse parecer, o fisioterapeuta era um técnico, um auxiliar médico, sem autonomia para diagnosticar nem elaborar seu tratamento (MARQUES e SANCHES, 1994, p.8). Hoje a autonomia do fisioterapeuta é bem mais ampla, sendo que esse documento não condiz com o atual exercício da profissão, porém tem um grande valor histórico.
Já o Decreto-Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969, começa a delinear o exercício da profissão de fisioterapeuta, ao reconhecê-lo como um profissional de nível superior, cuja atividade privativa é executar métodos e técnicas fisioterápicas com a finalidade de restaurar, desenvolver e consertar a capacidade física do paciente. Os fisioterapeutas também podem dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou assessorá-los tecnicamente, exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior ou médio e supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos (BRASIL, 1969).Clique para abrir a imagem no tamanho original
Figura 1 - Exercício profissional da fisioterapiaFonte: Photographee.eu, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma mulher fazendo um exercício de agachamento apoiada em uma bola. À sua frente, vemos um profissional orientando o exercício.
Com a Lei n. 6.316, de 17 de dezembro de 1975, são criados o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO). Esses órgãos são Autarquias federais, que tem como uma de suas atribuições normatizar o exercício profissional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional (BRASIL, 1975). A Fisioterapia e a Terapia Ocupacional juntam-se no mesmo conselho, pois, à época, o número de profissionais era insuficiente para criar conselhos separados.
Em fevereiro de 1978, divulgou-se a Resolução COFFITO-8 que aprovou as normas para habilitação ao exercício profissional, entre outros.
Art. 2º Constituem atos privativos, comuns ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas áreas de atuação:
I – O planejamento, a programação, a ordenação, a coordenação, a execução e a supervisão de métodos e técnicas fisioterápicas e/ou terapêuticas ocupacionais que visem a saúde nos níveis de prevenção primária, secundária e terciária;
II – a avaliação, reavaliação e determinação das condições de alta do cliente submetido à fisioterapia e/ou terapia ocupacional;
III – a direção dos serviços e locais destinados a atividades fisioterápicas e/ou terapêuticas ocupacionais, bem como a responsabilidade técnica pelo desempenho dessas atividades (COFFITO-8).
Essa resolução foi um marco rumo à valorização da fisioterapia e um reconhecimento à qualidade dos serviços prestados pelos profissionais e às lutas da classe. Sua atuação abrange três níveis de saúde: prevenção, manutenção e reabilitação. Fornece autonomia para que o fisioterapeuta decida o tipo e a frequência da técnica fisioterápica a ser realizada por intermédio de avaliações e reavaliações próprias e estabelece como competência dar alta da fisioterapia. 
Art. 3º Constituem atos privativos do fisioterapeuta prescrever, ministrar e supervisionar terapia física, que objetive preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano, (...) determinando
a) o objetivo da terapia e a programação para atingi-lo;
b) a fonte geradora do agente terapêutico, com a indicação de particularidades na utilização da mesma, quando for o caso;
c) a região do corpo do cliente a ser submetida à ação do agente terapêutico;
d) a dosagem da frequência do número de sessões terapêuticas, com a indicação do período de tempo de duração de cada uma; e
e) a técnica a ser utilizada (COFFITO-8).
O artigo anterior esclarece que as técnicas fisioterápicas são de domínio do fisioterapeuta. Por intermédio do conhecimento gerado pela sua formação inicial e continuada, todo o processo fisioterapêutico é de sua responsabilidade. 
1.2 Leis referentes às atividades do fisioterapeuta
Conforme a profissão de fisioterapia foi crescendo, novas resoluções foram criadas para amparar legalmente o exercício profissional.
COFFITO-80 A Resolução COFFITO-8 teve uma complementação baixada em 9 de maio de 1987 pela Resolução COFFITO-80, como é citada:
Considerando que a Fisioterapia é uma ciência aplicada, cujo objeto de estudos é o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função (COFFITO-80). 
CIÊNCIA - Por essa resolução, a fisioterapia é chamada de ciência, ficando definido o movimento como seu objeto de estudo.
Considerando que como processo terapêutico, lança mão de conhecimentos e recursos próprios, com os quais, baseando-se nas condições psico-físico-social, busca promover, aperfeiçoar ou adaptar através de uma relação terapêutica, o indivíduo a uma melhor qualidade de vida (COFFITO-80).
QUALIDADE DE VIDA - O papel do fisioterapeuta na melhora da qualidade de vida é indicado, englobando os aspectos psíquicos, físicos e sociais.
Considerando que por sua formação acadêmico-profissional, pode o fisioterapeuta atuar juntamente com outros profissionais nos diversos níveis de assistência à Saúde, na administração de serviços, na área educacional e no desenvolvimento de pesquisas (COFFITO-80).
A referida resolução coloca o fisioterapeuta no mesmo nível dos demais profissionais da saúde.
Em 3 de julho de 1978, os fisioterapeutas e toda a sociedade foram contemplados com a aprovação do seu Código de Ética Profissional. Esse documento, no seu capítulo referente ao exercício profissional, faz importantes considerações (COFFITO-10).
 
· São deveres do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional nas respectivas áreas de atuação: informar ao cliente quanto ao diagnóstico e prognóstico fisioterápico e/ou terapêutico ocupacional e objetivos do tratamento.
· São deveres do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional nas respectivas áreas de atuação: informar ao cliente quanto ao diagnóstico e prognóstico fisioterápico e/ou terapêutico ocupacional e objetivos do tratamento.
O diagnóstico fisioterápico torna-se o instrumento para a prescrição e administração de uma abordagem eficaz. Conforme o art. 13 (COFFITO-10), o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional avaliam e decidem quantoà necessidade de submeter o cliente à fisioterapia e/ou terapia ocupacional, mesmo quando o tratamento é solicitado por outro profissional. 
FIQUE DE OLHO
No seu diagnóstico, o fisioterapeuta identifica as disfunções apresentadas pelo paciente. É esse diagnóstico que lhe permitirá formular os objetivos terapêuticos para os quais dirigirá seu tratamento. As disfunções são identificadas pelo fisioterapeuta, analisando a anamnese, a história da doença, os sinais e sintomas, os testes e avaliações feitas por ele e a análise dos exames complementares. 
A fisioterapia é responsabilidade somente do fisioterapeuta, cabendo a ele decidir pelo seu uso ou não, assim, deixa de ser o auxiliar médico dos primórdios da profissão e assume seu papel autônomo e responsável.
Veremos a seguir mais sobre o exercício profissional da fisioterapia, dessa vez sob a ótica das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e das competências profissionais.
2 Atividades privativas do profissional
Como já vimos, todas as profissões têm suas atividades privativas. Também podemos dizer que toda profissão tem seu “perfil”, um conjunto de características pessoais e de trabalho, assim como capacidades e habilidades específicas.
A fim de preparar os profissionais para atuarem de forma adequada às necessidades do mercado de trabalho, o Conselho Nacional de Educação decidiu elencar as competências que cada futuro profissional deverá desenvolver durante sua graduação, instituindo, a partir de 2001, as chamadas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação.
Assim, ao analisarmos quais as competências necessárias a cada profissional - nesse caso o fisioterapeuta -, conheceremos melhor suas atividades, atribuições e funções.
Há muita discussão sobre o que são competências. Podemos dizer que é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que devemos ter para chegar a um determinado resultado, é o “saber fazer” algo.
Ao longo dos anos de 1998 e de 1999, as Diretrizes Curriculares dos cursos de fisioterapia foram amplamente discutidas pela Comissão de Especialistas de Ensino de Fisioterapia (CEEFISIO), COFFITO, CREFITO, ABF, colegiados e coordenadores de cursos, docentes, discentes e profissionais interessados. A versão final dessa proposta, apreciada pelo Conselho Nacional de Educação em outubro de 2001, lista as competências que se seguem.
2.1 Competências gerais do fisioterapeuta
A formação do fisioterapeuta tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de competências e habilidades gerais. Veja a seguir (BRASIL, 2001).
Atenção à saúde
Nunca é demais lembrar que a fisioterapia faz parte das denominadas profissões da saúde, e que seu objetivo maior é garantir a saúde individual e coletiva da sociedade. O documento aponta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim com a resolução do problema de saúde tanto em nível individual como coletivo.
Tomada de decisões
Decidir sobre a conduta mais adequada engloba uma forte consciência científica desenvolvida dentro do contexto social e afetivo da situação. Os recursos materiais voltados para desenvolver a saúde de uma maneira geral são caros e escassos; daí a necessidade de o fisioterapeuta ser criativo e capaz de se adaptar às situações adversas, porém sem adotar uma posição de passividade frente a isso. 
Comunicação
Fazer uso adequado da linguagem falada e escrita, saber se comunicar com o paciente e familiares e demais membros da equipe.Clique para abrir a imagem no tamanho original
Figura 2 - Comunicação e fisioterapiaFonte: wavebreakmedia, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra um homem de jaleco branco e estetoscópico mostrando a uma mulher um esquema anatômico de uma coluna vertebral e pelve.
Liderança
Saber liderar equipes multidisciplinares, exercendo essa liderança de forma responsável e eficaz.
Administração e gerenciamento
Seja no seu consultório, seja em hospitais, clínicas de reabilitação ou entidades beneficentes, o fisioterapeuta deve estar apto para administrar e gerenciar a força de trabalho, os recursos físicos e materiais e as informações existentes.
Educação permanente
Estar preparado para enfrentar as incertezas, utilizar a inteligência estratégica e apostar em um mundo melhor.
Além dessas competências, ditas gerais, as diretrizes curriculares também estabelecem as competências específicas.
Vídeo
2.2 Competências específicas do fisioterapeuta
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia (BRASIL, 2001) indicam, no artigo 5º,  que a “formação do fisioterapeuta tem por objetivos dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício de competências e habilidades específicas.
· Respeitar os princípios éticos inerentes ao exercício profissional. Lembrando, os princípios éticos comuns a todas as profissões de saúde são autonomia, beneficência, confidencialidade, justiça, não-maleficência e veracidade.
· Atuar em todos os níveis de atenção à saúde, integrando-se em programas de promoção, manutenção, prevenção, proteção e recuperação da saúde, sensibilizados e comprometidos com o ser humano, respeitando-o e valorizando-o.
· O fisioterapeuta é um profissional apto a atender em todos os níveis de atenção à saúde. Lembrando: o nível Primário constitui-se da promoção da saúde e da proteção específica, ou seja, é preventivo. No nível Secundário, temos o diagnóstico precoce, e o tratamento apropriado. Já o nível Terciário é a reabilitação, que consiste em ajudar o paciente a ter novamente suas habilidades físicas e sociais.
Atuar multiprofissionalmente, interdisciplinarmente e transdisciplinarmente com extrema produtividade na promoção da saúde, baseado na convicção científica, de cidadania e de ética.
Figura 3 - Equipe multiprofissionalFonte: Syda Productions, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas mulheres e dois homens olhando para uma prancheta, em um corredor de um hospital.
Diante da complexidade do ser humano e dos problemas de saúde enfrentados no dia-a-dia pelos profissionais, somente as técnicas não bastam. Por ser único, cada indivíduo deve ser abordado em toda sua globalidade. A interação entre os diversos profissionais constitui-se em uma forma de tornar isso possível, pois representa uma tentativa de interpretação global da existência humana ao admitir sua complexidade.
Reconhecer a saúde como direito e condições dignas de vida e atuar de forma a garantir a integridade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
A Constituição de 1988 estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que deve implementar políticas econômicas e sociais que viabilizem esse direito por meio de ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. A conduta dos fisioterapeutas deve preservar e valorizar ao máximo a saúde e a vida, bens maiores de todos nós.
· Contribuir para a manutenção da saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidades, considerando suas circunstâncias éticas, políticas, sociais, econômicas, ambientais e biológicas.
· Podemos lembrar que o ser humano existe em vários aspectos: físico, emocional, espiritual, social, histórico e político. Negar qualquer um desse aspectos é negar sua humanidade.
· Realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo dados, solicitando, executando e interpretando exames propedêuticos e complementares que permitam elaborar um diagnóstico cinético-funcional, para eleger e quantificar as técnicas, recursos e condutas fisioterapêuticas apropriadas, objetivando tratar as disfunções no campo da Fisioterapia, em toda sua extensão e complexidade, estabelecendo prognóstico, reavaliando condutas e decidindo pela alta fisioterapêutica.
· Esse item descreve o processo fisioterápico, no qual o fisioterapeuta é responsável por todas as etapas do seu trabalho, desde a avaliaçãoaté a alta.
· Elaborar criticamente o diagnóstico cinético funcional e a intervenção fisioterapêutica, considerando o amplo espectro de questões clínicas, científicas, filosóficas, éticas, políticas, sociais e culturais implicadas na atuação profissional do fisioterapeuta, sendo capaz de intervir nas diversas áreas onde sua atuação profissional seja necessária.
· O objetivo maior de toda intervenção fisioterapêutica é que o indivíduo tenha uma vida o mais próximo do normal, com o máximo de independência que puder alcançar; para isso, a Fisioterapia busca detectar e tratar as incapacidades funcionais. Foram delimitadas quatro categorias principais de função: física, mental, afetiva e social.
Apesar de o fisioterapeuta estar tradicionalmente mais envolvido com a dimensão física, as demais dimensões exercem um impacto sobre o estado funcional do indivíduo, requerendo uma avaliação e um tratamento multidimensional. Em uma perspectiva de atuação global, o ser humano é considerado em sua unicidade, devendo o fisioterapeuta tratar o doente, não a doença. 
1) Exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social, entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social.
Toda atuação do fisioterapeuta ocorre dentro de um contexto social, influenciando-o e sendo influenciado por ele, embora algumas ações tenham uma implicação social maior, como por exemplo, a participação em projetos e programas de saúde voltados à educação e à prevenção de demandas da saúde funcional na comunidade. 
2) Desempenhar atividades de planejamento, organização e gestão de serviços de saúde públicos ou privados, além de assessorar, prestar consultorias e auditorias no âmbito de sua competência profissional.
Por meio de sua formação, o fisioterapeuta possui habilidades para administrar serviços públicos ou privados na área de saúde e prestar consultorias e auditorias. Por ser um profissional em contato direto com os pacientes, exibe qualificações para planejar e executar ações em sua área e apontar e corrigir possíveis distorções.
3) Emitir laudos, pareceres, atestados e relatórios.
O registro adequado de sua atividade contribui para o desenvolvimento da profissão, pois constitui-se em um material que pode vir a ser usado em futuras pesquisas. O aluno pode ser estimulado a desenvolver a escrita por meio de trabalhos, provas e relatórios de aulas práticas e atendimentos, sendo exigido o uso correto da gramática, dos termos técnicos e de redação clara e fluente.
A Resolução COFFITO n. 381, de 3 de novembro de 2010, define atestado como um “documento qualificado, afirmando a veracidade sobre as condições do paciente, certificando o grau de capacidade ou incapacidade funcional com vistas a apontar as competências ou incompetências, habilidades ou inabilidades do cliente em acompanhamento terapêutico. Parecer trata-se de documento contendo opinião do fisioterapeuta acompanhada de documento firmado por este sobre determinada situação que exija conhecimentos técnicos/científicos no âmbito de sua atuação profissional decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda, que não trata necessariamente de um indivíduo em especial”. Já o laudo pericial trata-se de documento contendo opinião/parecer técnico em resposta a uma consulta, decorrente de controvérsia submetida a alguma espécie de demanda.
O profissional deve ainda:
· prestar esclarecimentos, dirimir dúvidas e orientar o indivíduo e os seus familiares na sequência do processo terapêutico. Por intermédio dessa competência, existe a necessidade de manter uma relação profissional-cliente satisfatória, sendo elemento fundamental da prática terapêutica um bom entrosamento com o cliente e sua família, amparado pela qualificação teórico-prática do terapeuta.
· manter a confidencialidade das informações, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral. Se saber ouvir é uma competência do fisioterapeuta, saber calar também o é. Mesmo com a equipe multidisciplinar somente devem ser reveladas informações necessárias à atuação de cada profissional, sempre em benefício do paciente. A confidencialidade está intimamente ligada ao respeito que somados conduzem à confiança. 
· encaminhar o paciente, quando necessário, a outros profissionais, relacionando e estabelecendo um nível de cooperação com os demais membros da equipe de saúde. A interdisciplinaridade no atendimento à saúde envolve inúmeras especialidades, em colaborações que objetivam o bem do paciente. Conhecer seus limites e buscar ajuda de terceiros é uma competência que indica sabedoria e humildade.
· manter controle sobre a eficácia dos recursos tecnológicos pertinentes à atuação fisioterapêutica, garantindo sua qualidade e segurança. Um campo pouco conhecido é a atuação em empresas de equipamentos e produtos para Fisioterapia. Nelas, o fisioterapeuta pode desenvolver protótipos de produtos, avaliar seu uso e elaborar manual de especificações, assessorar tecnicamente sua produção e trabalhar com outros profissionais pelo controle de qualidade e análise de seu desenvolvimento.
O fisioterapeuta é responsável pela funcionalidade e segurança dos equipamentos que utiliza, em especial, aqueles empregados nos processos eletrotérmicos - ultrassom, infravermelho, ultravioleta, ondas curtas, laser, micro-ondas, entre outros. Solicitar a manutenção no espaço de tempo estipulado pelo fabricante do aparelho e fiscalizar sua instalação e manuseio de forma correta também são de sua responsabilidade.
O profissional de fisioterapia também deve conhecer métodos e técnicas de investigação e elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos. A pesquisa científica é fundamental para o desenvolvimento da fisioterapia, pois, sendo uma ciência, trabalha com evidências.
Conhecer os fundamentos históricos, filosóficos e metodológicos da fisioterapia e seus diferentes modelos de intervenção é mais uma forma de enriquecer o arcabouço do profissional. A situação atual da fisioterapia no Brasil é fruto de sua história, de sua evolução e conquista. Conhecer esse trajeto permite entender os problemas atuais que nos alertam sobre os erros cometidos no passado, e nos guia para um futuro mais promissor.
3 Atividades do fisioterapeuta como integrante da equipe de saúde
Uma assistência à saúde global e resolutiva requer a intervenção de vários profissionais. Trabalhar de forma adequada em equipe faz parte do exercício profissional do fisioterapeuta.
3.1 A equipe de saúde
A necessidade de trabalho multiprofissional nos cuidados com a saúde é incontestável. Cada profissional, utilizando seus conhecimentos e competências, se soma como os demais, na busca do objetivo em comum: a saúde dos indivíduos e da sociedade.
Dessa forma, o trabalho da equipe em saúde contribui para ofertar ao paciente e à comunidade uma visão mais ampla das dimensões da saúde e da doença, com mais conhecimento, integralidade e resolutividade.
Porém, todo trabalho coletivo também esbarra em dificuldades, como desrespeito aos limites e às competências de cada profissão, conflitos de ideias, falta de comprometimento, entre outros problemas.
As dificuldades devem ser vencidas, pois esse tipo de trabalho melhora a qualidade da atenção à saúde, permite aumentar o número de atendimentos, e estimula a evolução profissional de todos.
3.2 O fisioterapeuta e demais membros da equipe de saúde
Cada participante da equipe de saúde tem seu papel a desempenhar, e, juntos, assistem o paciente na sua totalidade. Conhecer como se dá essa complementação, percebendo a importância de cada profissional, é uma parte importante da integração da equipe.
Médico: responsável pela consulta médica, visando a elaboração do diagnóstico da doença e pelas condutas terapêuticas próprias, como por exemplo a prescrição de medicamentos.
Enfermeiro: investiga sobre fatores de risco e hábitos de vida, controla os sinais vitais e realiza orientações sobre cuidados de saúde.
Nutricionista: faz a consulta e o diagnóstico nutricional, prescreve dietas específicas e realiza educação nutricional.Cliquepara abrir a imagem no tamanho original
Figura 4 - NutricionistaFonte: Africa Studio, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra duas mulheres sentadas em um consultório, uma está com jaleco branco e estetoscópio, entregando uma folha de papel para outra. Sobre a mesa há uma bandeja cheia de frutas e uma fita métrica.
Psicólogo:  responsável pela avaliação e tratamentos dos aspectos emocionais do paciente, assim como de seus familiares.
Assistente social: identifica a situação socioeconômica do paciente, com posterior encaminhamento a outros serviços e associações.
Terapeuta ocupacional: desenvolve a autonomia dos pacientes por meio de atividades funcionais.
Fonoaudiólogo: responsável por melhorar a comunicação humana e as funções de mastigação e deglutição.Clique para abrir a imagem no tamanho original
Figura 5 - FonoaudiólogoFonte: Africa Studio, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma mulher e uma menina sentadas no chão de uma sala. A mulher segura sua boca com as mãos, e a menina imita o gesto. Ao fundo vemos caixas e brinquedos coloridos.
Profissional de educação física: programa e supervisiona as atividades físicas.
Dentista: responsável pela saúde bucal.
É claro que as descrições acima estão muito simplificadas, e a atuação de cada profissional vai muito além disso. Ao buscar conhecer os outros membros da equipe, o fisioterapeuta é capaz de melhorar seu próprio trabalho, assumindo a sua função dentro do grupo e colaborando com uma prática de saúde verdadeiramente coletiva.
4 Código de Ética da Fisioterapia - Parte 1
O primeiro Código de Ética Profissional da Fisioterapia foi aprovado pela Resolução COFFITO 10, de 3 de julho de 1978. Após 35 anos, foi atualizado pela Resolução n. 424, de 8 de julho de 2013. Dividido em 11 capítulos, suas normas devem ser seguidas por todos os fisioterapeutas, sob o risco de sofrerem penas disciplinares.
Veremos a seguir as principais normas, com comentários.
Vídeo
4.1 Responsabilidades fundamentais
O Código de Ética enumera as reponsabilidades que são fundamentais a todos os fisioterapeutas (COFFITO, 2013):
· inscrever-se no Conselho Regional da circunscrição em que atua e manter seus dados atualizados;
· portar sua carteira profissional quando estiver no exercício profissional (ela é a prova de que ele é um profissional habilitado);
· prestar assistência ao ser humano em todos os níveis de atenção à saúde, sem discriminação e obedecendo ao sistema de saúde vigente (o SUS);
· proteger seu cliente de imperícia, negligência ou imprudência, vinda de qualquer membro da equipe de saúde; o que significa apenas aceitar um trabalho quando se sentir apto e advertir terceiros quando não estiverem cumprindo essa norma.
Negligência é sinônimo de desleixo, descuido, desatenção, menosprezo, indolência, omissão ou inobservância do dever em realizar determinado procedimento. Imperícia é a falta de técnica necessária para realização de certa atividade. Imprudência significa falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência acerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
· comunicar ao chefe imediato ou equivalente caso saiba de fato que se configure em crime, contravenção ou infração ética; e
· atualizar-se sempre, participando de congressos, feiras e lendo os avanços da área nas revistas científicas.
4.2 Deveres do fisioterapeuta
As obrigações gerais do fisioterapeuta estão listadas a seguir (COFFITO, 2013):
· assumir responsabilidade técnica por serviço de fisioterapia, em caráter de urgência, quando designado ou quando for o único profissional do setor;
· exercer sua atividade com zelo, probidade e decoro e obedecer aos preceitos da ética profissional, da moral, do civismo e das leis em vigor, preservando a honra, o prestígio e as tradições de sua profissão;
· utilizar todos os conhecimentos técnico-científicos a seu alcance e aprimorá-los contínua e permanentemente, para promover a saúde e prevenir condições que impliquem em perda da qualidade da vida do ser humano; 
· manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional e exigir o mesmo comportamento do pessoal sob sua direção, salvo situações previstas em lei;
· oferecer ou divulgar seus serviços profissionais de forma compatível com a dignidade da profissão e a leal concorrência; 
· cumprir os Parâmetros Assistenciais e o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos normatizados pelo COFFITO.
· cumprir e fazer cumprir os preceitos contidos neste Código, independente da função ou cargo que ocupa, e levar ao conhecimento do Conselho Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional o ato atentatório a qualquer de seus dispositivos, salvo as situações previstas em legislação específica.
4.3 Proibições ao fisioterapeuta
Segundo o Código de Ética, é proibido ao fisioterapeuta (COFFITO, 2013):
· negar a assistência ao ser humano ou à coletividade em caso de indubitável urgência; 
· recomendar, prescrever e executar tratamento ou nele colaborar, quando for desnecessário, proibido por lei ou pela ética profissional, atentatório à moral ou à saúde do cliente e praticado sem o consentimento formal do cliente ou de seu representante legal ou responsável, quando se tratar de menor ou incapaz;
· praticar qualquer ato que não esteja regulamentado pelo Conselho Federal de Fisioterapia;
· autorizar a utilização ou não coibi-la, mesmo a título gratuito, de seu nome ou de sociedade que seja sócio, para atos que impliquem na mercantilização da saúde e da Fisioterapia em detrimento da responsabilidade social e socioambiental; 
· trabalhar em empresa não registrada no CREFITO;
· divulgar, para fins de autopromoção, declaração, atestado, imagem ou carta de agradecimento emitida por cliente ou familiar deste, em razão de serviço profissional prestado; 
· deixar de atender a convocação do Conselho Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional à que pertencer ou do Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional;
· usar da profissão para corromper a moral e os costumes, cometer ou favorecer contravenções e crimes, bem como adotar atos que caracterizem assédios moral ou sexual;
· induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas e religiosas quando no exercício de suas funções profissionais e
· deixar de comunicar ao Conselho Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, recusa, demissão ou exoneração de cargo, função ou emprego, que foi motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses de sua profissão.
4.4 Relacionamento com o cliente/paciente/usuário
O fisioterapeuta deve buscar fornecer a melhor assistência possível a seus clientes, pacientes ou usuários dos serviços de saúde, sendo responsável pelo diagnóstico fisioterapêutico, elaboração do plano de tratamento e concessão da alta. Quando necessário, deve encaminhá-los a outros profissional.
Deve zelar pelo sigilo das informações que constam nos prontuários dos pacientes, não deixando que pessoas de fora da equipe tenham acesso a ela.
Durante seu exercício profissional deve sempre respeitar a vida humana, a dignidade e os direitos humanos, assim como o pudor (vergonha) e a intimidade do cliente. Deve respeitar os princípios da Bioética, e sempre manter uma comunicação aberta e clara com o paciente acerca do seu tratamento.
O COFFITO (2013) também indica as proibições ao fisioterapeuta, no que se refere ao relacionamento com cliente, paciente ou usuário.  
· abandoná-lo ao longo do tratamento; 
· dar consultar ou prescrever tratamento à distância;
· divulgar e prometer terapia infalível, secreta ou descoberta cuja eficácia não seja comprovada;
· inserir em anúncio ou divulgação profissional, bem como expor em seu local de atendimento/trabalho, nome, iniciais de nomes, endereço, fotografia, inclusive aquelas que comparam quadros anteriores e posteriores ao tratamento realizado, ou qualquer outra referência que possibilite a identificação de cliente/paciente/usuário.
4.5 Relacionamento com a equipe
Os principais pontos sobre asorientações do Código de Ética acerca do relacionamento com a equipe são (COFFITO, 2013):
· empenhar-se para desenvolver uma relação de trabalho harmônica, tratando os demais membros da equipe com respeito;
· assumir a sua responsabilidade. Erros cometidos pela equipe serão apurados na medida de culpabilidade de seus membros;
· reprovar quem infringir a ética profissional; e 
· ao receber cliente de colega, em razão de impedimento deste, reencaminhá-lo ao colega quando cessar o impedimento.
4.6 Sigilo profissional
Diz respeito a manter em segredo as informações sobre o cliente adquiridas durante a prática profissional.
Pelo Código de Ética, essas informações somente podem ser divulgadas por demanda judicial ou outra previsão legal (COFFITO, 2013).
5 Código de Ética da Fisioterapia - Parte 2
O Código de Ética trata ainda do relacionamento do fisioterapeuta com as entidades de classe, dos honorários, das práticas de docência, preceptoria, pesquisa e publicação e da divulgação profissional.
5.1 O fisioterapeuta e as entidades de classe
Existem 3 tipos de entidades de classe na Fisioterapia: os Conselhos, os Sindicatos e as Associações. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais têm função de regulamentar e fiscalizar o exercício profissional, os Sindicatos têm por função básica defender seus profissionais, buscando melhores condições de trabalho e salários, e as Associações exercem funções de caráter científico.
A inscrição no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO) é obrigatória. Já a participação nas Associações de Classe e Sindicatos não é obrigatória, porém o Código de Ética recomenda aos fisioterapeutas que assim o façam, por ser um valioso instrumento de valorização e divulgação da Fisioterapia entre os fisioterapeutas, os demais profissionais de saúde e a comunidade como um todo.
Honorários fisioterápicos
Honorário é o pagamento que o profissional recebe por seus serviços. O Código de Ética da Fisioterapia tem um capítulo exclusivo para tratar desse tema (COFFITO, 2013).
Figura 6 - PagamentoFonte: Watchara Ritjan, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra as mãos de duas pessoas segurando pequenos sacos de dinheiro.
O Código indica o uso do Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF) para fixar os honorários. Esse referencial está na sua 4ª edição, e consta da Resolução no 482, de 1º de abril de 2017 (COFFITO, 2017). Fundamenta a remuneração de acordo com a complexidade das alterações funcionais e as incapacidades delas decorrentes.
O RNPF fixa parâmetros mínimos para os serviços de Fisioterapia. Diferenças regionais e variações no mercado econômico dos serviços podem alterar esses valores para níveis mais altos. Essas mesmas características regionais permitem negociar os valores para até 20% a menos do que está fixado. Além disso, prevê acréscimo de 50 a 100% dos valores casos os atendimentos sejam feitos fora do horário comercial ou aos domingos e feriados.
Há algumas situações em que é permitido ao fisioterapeuta não cobrar por seus serviços. São elas:
· atendimento a familiares e companheiros;
· atendimento a outro fisioterapeuta e/ou seus dependentes; e 
· serviços voluntários voltados para pessoas e comunidades sabiamente sem condições de arcar com o tratamento.
Tabelas com valores podem ser afixadas apenas em lugares internos, como as recepções dos serviços de saúde. É proibido fixar valores fora do local de assistência, como cartazes, folders, anúncios em revistas ou jornais, sites etc.
Fisioterapeutas que trabalham em serviço público não podem cobrar nenhuma remuneração de seus pacientes; assim como aqueles que trabalham em empresas particulares não podem receber nada “por fora”. Geralmente as empresas têm políticas bem definidas sobre isso. É comum pacientes e familiares quererem agradecer os serviços prestados pelo fisioterapeuta com pequenos presentes, e isso deve ser bem definido pela empresa.
No seu dia-a-dia fisioterapeutas podem e devem orientar seus pacientes que adquiram órteses ou outros produtos, como andadores, meias elásticas, respiradores de incentivo etc. Nesses casos, ele até pode indicar alguns locais para adquirir os produtos, sem, no entanto, solicitar “comissão” pela venda. Essa prática é proibida.
Devemos entender que a cobrança adequada à qualidade do serviço contribui para a valorização do profissional e da profissão.
5.2 Docência, preceptoria, pesquisa e publicação
Os fisioterapeutas que trabalham com o ensino também seguem as normas previstas no Código. São algumas delas:
· ao fazer qualquer comentário ou crítica sobre uma técnica, o fisioterapeuta não deve criticar o autor da mesma;
· caso o fisioterapeuta queira utilizar fotos, imagens ou outros dados do paciente em aulas ou apresentações de caso, deve obter autorização escrita dele ou de seu representante legal. Lembre-se do sigilo profissional;
· é importante que o fisioterapeuta oriente seus alunos sobre a proibição de plágio durante os trabalhos acadêmicos. Segundo o Código Penal, plágio é um crime;
· os estágios devem contribuir para a formação dos alunos, e não se configurar exercício ilegal da profissão. Portanto, devem seguir as normas específicas do Conselho Federal de Fisioterapia;
· fisioterapeutas só podem ensinar os conhecimentos próprios da profissão para alunos do curso de Fisioterapia;
· ao realizar pesquisa, que envolva ser humano, deve fazer o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e submeter o projeto de pesquisa a um Comitê de Ética em Pesquisa e
· também nas pesquisas, não deve manipular dados para beneficiar a si ou a empresa em que trabalha nem deve permitir que seu nome conste de trabalho de pesquisa que efetivamente não tenha participado.
5.3 Divulgação profissional
É importante que o fisioterapeuta que tem um negócio próprio divulgue seus serviços, para ampliar a clientela. Porém, deve respeitar as normas do Código de Ética sobre o que é permitido ou não no que se refere à divulgação profissional, mantendo a dignidade profissional e o respeito à profissão.
Dessa forma, são algumas das recomendações (COFFITO, 2013):
· na divulgação impressa ou por meio eletrônico devem constar o nome do profissional e o número de sua inscrição no CREFITO, podendo ainda exibir título de especialista;
· reconhecido pelo COFFITO, título strictu sensu, informações do local de trabalho (endereço, telefone, convênio, instalações, tratamentos oferecidos) e uso de logomarca própria, de entidade ou associação ou ainda do símbolo da Fisioterapia e
os serviços podem ser oferecidos em anúncios coletivos, caso o fisioterapeuta trabalhe em serviço multiprofissional.
O fisioterapeuta, ao escrever artigos, fornecer entrevistas ou pronunciamentos públicos, não deve usar dados ou informações não comprovadas do ponto de vista técnico. Nesse sentido, precisa estar ciente que, ao fazer declarações, não se expressa apenas em seu nome, mas de toda uma categoria.
É proibido ao fisioterapeuta promover seus serviços de forma incompatível com a dignidade da profissão ou que implique em concorrência desleal.
Lembre-se: o Código de Ética existe, primariamente, para orientar os profissionais a serem cada vez melhores e, consequentemente, termos uma fisioterapia cada vez mais aprimorada.
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
· aprofundar-se no exercício profissional da fisioterapia;
· conhecer algumas leis que embasam a profissão da fisioterapia;
· refletir sobre o papel do fisioterapeuta na equipe de saúde;
· conscientizar-se dos deveres, obrigações e proibições presentes no Código de Ética da Fisioterapia. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução: Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. Brasília, 2001. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES042002.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Lei n. 6.316, de 17 de dezembro de 1975. Diário Oficial, Brasília, 18 de dezembro de 1975. (Seção 1. Cria o Conselho Federal e os ConselhosRegionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e dá outras providências). Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/128414/lei-6316-75. Acesso em: 2 fev. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Decreto-lei n. 938, de 13 de outubro de 1969. Diário Oficial, Brasília, 16 de outubro de 1969. (Seção 1. Provê sobre as profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional e dá outras providências). Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0938.htm. Acesso em 2 fev. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Exame de Resolução COFFITO - 8. Brasília, 20 de fevereiro de 1978. Disponível em https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2765. Acesso em 2 fev. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Exame de Resolução COFFITO - 10. Brasília, 3 de julho de 1978. Disponível em https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2767. Acesso em 2 fev. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Exame de Resolução COFFITO - 80. Brasília, 9 de maio de 1987. Disponível em https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=2838. Acesso em 2 fev. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Exame de Resolução COFFITO - 424. Brasília, 8 de julho de 2013. Disponível em http://www.crefito.com.br/repository/legislacao/resolu%C3%A7%C3%A3o%20424.pdf Acesso em 5 fev. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Exame de Resolução COFFITO - 482. Brasília, 1 de abril de 2017. Disponível em https://www.coffito.gov.br/nsite/?page_id=2353. Acesso em 7 fev. 2020.
MARQUES, A. P.; SANCUES, E. L. Origem e evolução da fisioterapia: aspectos históricos e legais. Rev. Fisiote. Univ. São Paulo, 1(1): 5-10, Jul./dez., 1994.

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