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TCC - Iluminação em Estúdio Tattoo

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
ÁTILA VASCONCELOS BARROCA 
 
 
 
ILUMINAÇÃO PARA ESTÚDIO DE TATUAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colatina 
2019 
ÁTILA VASCONCELOS BARROCA 
 
 
 
 
 
 
ILUMINAÇÃO PARA ESTÚDIO DE TATUAGEM 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Coordenadoria do Curso de Arquitetura e Urbanismo 
do Instituto Federal do Espírito Santo, campus 
Colatina, como requisito parcial para obtenção do 
título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
Orientador: M.e. Agostinho de Vasconcelos Leite da 
Cunha 
 
 
 
 
 
 
 
Colatina 
2019 
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Instituto Federal do Espírito Santo – Biblioteca do campus Colatina)
Elaborado por Richards Sartori Corrêa CRB 6-ES / 767
B277i Barroca, Átila Vasconcelos
Iluminação para estúdio de tatuagem / Átila Vasconcelos 
Barroca.- 2019.
169 p. : il. ; 30 cm.
Orientador: Agostinho de Vasconcelos Leite da Cunha.
Monografia (graduação) – Instituto Federal do Espírito 
Santo, Coordenadoria de Arquitetura e Urbanismo, Bacharelado 
em Arquitetura e Urbanismo, 2019.
1. Iluminação – Projetos e plantas. 2. Ateliê de artistas – 
Iluminação – Projetos e plantas. 3. Conforto humano – 
Iluminação. I. Cunha, Agostinho de Vasconcelos Leite. II. 
Instituto Federal do Espírito Santo – campus Colatina. III. Título. 
CDD 621.32
RESUMO 
 
Tudo o que se vê é luz, portanto a qualidade da iluminação pode ser determinante na 
leitura do que se vê. Aplicando isto ao exercício de uma profissão, nota-se a importância 
que a luz pode ter, principalmente para atividades exigentes. O ramo da tatuagem é 
uma delas, onde o profissional executa tarefas cuidadosas e, a depender do desenho, 
com elevado nível de precisão. Esta pesquisa apresenta um estudo das necessidades 
qualitativas e quantitativas para iluminação em estúdios de tatuagem levando em 
consideração as complexidades do exercício dessa arte. Neste, foram realizados 3 
estudos de caso com levantamento do layout dos ambientes de procedimento, 
identificação dos sistemas luminosos instalados e medição das iluminâncias 
promovidas por eles. A partir dos estudos, uma sala de procedimento foi selecionada 
para uma proposta de retrofit com novo layout que aproveitasse mais adequadamente 
a luz natural durante o ano e com novo conjunto para luz artificial de características 
próprias aos usuários, tatuador e cliente atendido. O desenvolvimento da proposta 
contou com consulta da NBR ISO/CIE 8995-1 (ABNT, 2013) através de similaridades 
de casos, cálculos luminotécnicos de cunho analítico pelo método dos lúmens e 
simulações por meio do APOLUX IV. Neste programa foram realizadas Estimativas 
Anuais do Aproveitamento de Luz Natural (EALN), que auxiliaram no reposicionamento 
dos elementos da sala escolhida, e simulações do comportamento da luz artificial 
emitida pelo jogo luminoso projetado. Este último foi definido como um conjunto de 
sancas para lançamento de luz indireta e difusa e nas simulações foram testadas 4 
opções de quantidades de lâmpadas, sendo uma delas a quantidade calculada pelo 
método dos lúmens. Os resultados obtidos mostraram que o valor de fluxo luminoso 
total calculado era um tanto excessivo, portanto, opções com quantidades menores de 
lâmpadas mostraram-se mais interessantes. Por meio desta pesquisa percebe-se a 
dificuldade de se projetar iluminação que atenda ao ramo. Definiu-se por fim que o 
sistema projetado fosse flexível em seu uso elencando circuitos separados de grupos 
de lâmpadas que permitam de maneira prática níveis abaixo ou acima da iluminância 
sugerida. 
Palavras chave: Iluminação. Tatuagem. Luz artificial. Luz natural. Conforto lumínico. 
 
ABSTRACT 
 
All you see is light, so the quality of illuminance can be a determining factor in reading 
what you see. Applying this to the practice of a profession shows the importance that 
light can have, especially for demanding activities. The tattoo business is one of them, 
where the professional performs careful and design-dependent tasks with a high level 
of precision. This paper presents a study of the qualitative and quantitative needs for 
tattoo studio lighting taking into consideration the complexities of the exercise of this art. 
In this, 3 case studies were carried out with survey of the layout of the procedural 
environments, identification of the installed lighting systems and measurement of the 
illuminances promoted by them. From the studies, a procedure room was selected for a 
retrofit proposal with a new layout that would make better use of natural light during the 
year and with a new set for artificial light of its own characteristics, tattoo artist and client 
served. The development of the proposal relied on research by NBR ISO/CIE 8995-1 
(ABNT, 2013) through case similarities, luminal calculations by the lumen method and 
simulations using APOLUX IV. Were performed in the software Percentages of Natural 
Lighting Utilization (PALN), which assisted in the repositioning of the elements of the 
chosen room and simulations of the behavior of artificial light emitted by the projected 
light play. The latter was defined as a set of crowns for indirect and diffused light release 
and in the simulations four lamp quantity options were tested, one of them being the 
lumen method. The results showed that the calculated total luminous flux value was 
somewhat excessive, therefore, options with smaller amounts of lamps were more 
interesting. Through this research it is perceived the difficulty of designing lighting that 
meets the branch. Finally, it was defined that the designed system was flexible in its use 
by listing separate circuits of lamp groups that practically allow levels below or above the 
suggested illuminance. 
Keywords: Lighting. Tattoo. Artificial light. Natural light. Light comfort. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Parcela visível da radiação solar. ..................................................................23 
Figura 2 – Decomposição da luz por reflexão e absorção. ...........................................24 
Figura 3 - Gráficos de reprodução de cor de diferentes fontes de luz. .........................25 
Figura 4 – Corte esquemático simplificado do olho humano. ........................................27 
Figura 5 – Convergência binocular. ................................................................................29 
Figura 6 – Regiões do campo visual humano. ...............................................................31 
Figura 7 – Eficiências luminosas para diferentes tipos de lâmpadas. ...........................33 
Figura 8 – Ângulo plano “α”. ...........................................................................................34 
Figura 9 – Demonstração de formação de ângulo sólido a partir de um ângulo plano.
 .........................................................................................................................................35 
Figura 10 – Ângulo sólido retirado de uma esfera. ........................................................35 
Figura 11 - Fonte emitindo luz em muitos direções e identificação de fluxo luminoso em 
uma unidade de ângulo sólido. .......................................................................................36 
Figura 12 – Exemplo de curva fotométrica. ....................................................................37 
Figura 13 – Marcação de curvas fotométricas em plano longitudinal e transversal de 
uma luminária. .................................................................................................................37 
Figura 14 – Iluminância em área de 1 ângulo sólido. ....................................................38 
Figura 15 – Ângulos entre fluxo luminoso e superfície iluminada e seus valores de 
iluminância “E”. ................................................................................................................39Figura 16 – Diferença entre Iluminância e Luminância. .................................................40 
Figura 17 – Luminância proporcional ao ângulo de observação. ..................................40 
Figura 18 – Resultados do iluminamento de um material semitransparente. ...............42 
Figura 19 – Reflexões variadas em superfície irregular. ...............................................42 
Figura 20 – Tipos de reflexão. ........................................................................................43 
Figura 21 – Transmissão especular (a), transmissão difusa (b) e transmissão composta 
(c). ....................................................................................................................................44 
Figura 22 – Cortes esquemáticos dos tipos de iluminação. ..........................................45 
Figura 23 – Iluminação geral. .........................................................................................46 
Figura 24 – Iluminação localizada. .................................................................................47 
Figura 25 – Iluminação de tarefa na bancada de trabalho com proteção contra 
ofuscamento. ...................................................................................................................47 
Figura 26 – Equipamento básico para tatuagem. ..........................................................49 
Figura 27 – Montagem da máquina com biqueira e haste de agulhas. ........................50 
Figura 28 – Jogos de agulhas para tatuagem. ...............................................................51 
Figura 29 – Imagem do próprio autor tatuando, demonstrando a proximidade do rosto 
do tatuador à região de detalhe. .....................................................................................52 
Figura 30 – Proximidades ao plano de trabalho para tarefas de diferentes níveis de 
precisão. ..........................................................................................................................53 
Figura 31 – Posições de um desenhista destro em relação à direção de um fluxo 
luminoso. .........................................................................................................................54 
Figura 32 – Tatuagem em processo...............................................................................55 
Figura 33 – Resquícios de tinta sobre tatuagem em processo. ....................................55 
Figura 34 – Exemplo de layout levantado. .....................................................................59 
Figura 35 – Exemplo de posição de luminárias em planta de forro refletido. ...............59 
Figura 36 – Planta de exemplo com medições de iluminância em três pontos distintos.
 .........................................................................................................................................60 
Figura 37 – Planta de exemplo de faixa marginal. .........................................................62 
Figura 38 – Exemplo de distribuição de pontos de medição por malhas. .....................63 
Figura 39 – Exemplo das curvas isolux. .........................................................................64 
Figura 40 – Volumetria com plano de análise na cor cinza. ..........................................66 
Figura 41 – Parcela do ano com iluminância superior a 1000 lx. ..................................67 
Figura 42 – Posição do tatuador e maca com vetor do caminho livre de entrada do fluxo 
luminoso (seta amarela) voltado para a janela. .............................................................68 
Figura 43 – Exemplo de estudo de rebatimento de luz. ................................................70 
Figura 44 – Planta de forro refletido com posição das sancas. .....................................71 
Figura 45 – Modelo importado no APOLUX IV para simulações de luz artificial. .........72 
Figura 46 – Exemplo de simulação de luz artificial feita no APOLUX IV. .....................73 
Figura 47 – Layout Sala 1. ..............................................................................................78 
Figura 48 – Fotos Sala 1. ................................................................................................79 
Figura 49 – Posição das luminárias Sala 1. ...................................................................80 
Figura 50 – Iluminância medida em 3 pontos específicos da Sala 1. ...........................81 
Figura 51 – Curvas Isolux Sala 1....................................................................................82 
Figura 52 – Layout Sala 2. ..............................................................................................83 
Figura 53 – Fotos Sala 2. ................................................................................................84 
Figura 54 – Posição das luminárias Sala 2. ...................................................................84 
Figura 55 - Iluminância medida em 3 pontos específicos da Sala 2. ............................85 
Figura 56 – Curvas Isolux Sala 2....................................................................................86 
Figura 57 – Fotos Sala 3. ................................................................................................87 
Figura 58 – Layout Sala 3. ..............................................................................................88 
Figura 59 – Posição das luminárias Sala 3. ...................................................................89 
Figura 60 - Iluminância medida em 3 pontos específicos da Sala 3. ............................90 
Figura 61 – Curvas Isolux Sala 3....................................................................................91 
Figura 62 – Sombra projetada a partir do corpo do tatuador. ........................................94 
Figura 63 - Sombra projetada a partir do corpo do cliente. ...........................................94 
Figura 64 – Reflexão especular em mesma direção da observação do tatuador.........95 
Figura 65 – Iluminação direta lançada sobre a face do cliente. ....................................95 
Figura 66 – Posição comum das mãos em procedimento de um tatuador, vista frontal à 
esquerda e em perspectiva à direita. .............................................................................96 
Figura 67 – Ponto de vista comum de um tatuador em procedimento de tatuagem. ...96 
Figura 68 – Posição de chegada de iluminação direta para tatuador destro. ...............97 
Figura 69 – Vista frontal de instalação de iluminação dirigida em relação ao tatuador e 
cliente apoiado sobre maca. ...........................................................................................97 
Figura 70 - Vista superior de instalação de iluminação dirigida em relação ao tatuador e 
cliente apoiado sobre maca. ...........................................................................................98 
Figura 71 – Iluminâncias medidas, à esquerda sem aproximação do usuário (690 lx) e 
à direita com aproximação do usuário (372 lx). .............................................................98 
Figura 72 – Orientação da Sala 3 e carta solar de Colatina. ...................................... 100 
Figura 73 – Alcance da irradiação direta durante um ano sobre o plano de referência à 
86cm do piso. ............................................................................................................... 101 
Figura 74 – Porcentagem de um ano com iluminância abaixo de 300 lx. .................. 102 
Figura 75 – Porcentagem de um ano com iluminância acima de 1000 lx. ................. 102 
Figura 76 – Proposta de layout Sala 3. ....................................................................... 104 
Figura 77 – Espaçamentos projetados Sala 3. ........................................................... 105 
Figura 78 – Estudo com posição do tatuador e vetor do caminholivre para a luz. ... 106 
Figura 79 – Áreas de influência e demarcação do espaço de atividade. ................... 107 
Figura 80 – Área de tarefa total marcada em lilás. ..................................................... 108 
Figura 81 – Estudo simplificado inicial para a sanca. ................................................. 110 
Figura 82 – Desenho esquemático da sanca definida visto em corte transversal. .... 111 
Figura 83 – Planta de forro refletido com proposta de posicionamento das sancas. 112 
Figura 84 – Cortes sanca projetada, medidas em centímetros. ................................. 113 
Figura 85 – Detalhe sanca, medidas em centímetros. ............................................... 113 
Figura 86 – Quantidades de lâmpadas por base de cada sanca. .............................. 114 
Figura 87 - Quantidades de lâmpadas por base de cada sanca. ............................... 115 
Figura 88 – Iluminâncias simuladas no plano de referência de altura 86cm resultantes 
da opção 4. ................................................................................................................... 116 
Figura 89 – Iluminâncias na maca, escrivaninha e bancada auxiliar. ........................ 117 
Figura 90 – Gráfico de iluminâncias do recinto em 3 dimensões. .............................. 117 
Figura 91 – Esquemáa dos circuitos de acionamento. ............................................... 119 
Figura 92 – Dados da luminária Slim LED 36W.......................................................... 127 
Figura 93 – Dados da luminária Slim LED 18W.......................................................... 128 
Figura 94 – Foto das luminárias da Sala 1. ................................................................. 128 
Figura 95 – Dados lâmpada LED Super Bulbo. .......................................................... 129 
Figura 96 - Foto das luminárias da Sala 2. ................................................................. 129 
Figura 97 – Dados lâmpada LED Bulbo A60. ............................................................. 130 
Figura 98 – Dados lâmpada fluorescente compacta TKS 45. .................................... 131 
Figura 99 - Dados lâmpada fluorescente compacta TKQ 40. .................................... 132 
Figura 100 - Dados lâmpada fluorescente compacta TKS 32. ................................... 133 
Figura 101 – Faixa marginal Sala 1. ............................................................................ 133 
Figura 102 – Distribuição dos pontos de medição de iluminância Sala 1. ................. 134 
Figura 103 - Faixa marginal Sala 2. ............................................................................ 136 
Figura 104 - Distribuição dos pontos de medição de iluminância Sala 2. .................. 137 
Figura 105 - Faixa marginal Sala 3. ............................................................................ 139 
Figura 106 - Distribuição dos pontos de medição de iluminância Sala 3. .................. 140 
Figura 107 – Estudos de posições da maca e tatuador para Sala 3. ......................... 144 
Figura 108 - Estudos de posições da maca e tatuador para Sala 3. ......................... 145 
Figura 109 - Estudos de posições da maca e tatuador para Sala 3. ......................... 146 
Figura 110 - Estudos de posições da maca e tatuador para Sala 3. ......................... 147 
Figura 111 - Estudos de posições da maca e tatuador para Sala 3. ......................... 148 
Figura 112 – Conjunto de lâmpadas Opção 1. ........................................................... 153 
Figura 113 – Iluminâncias simuladas no plano de análise, à 86cm do piso, para a Opção 
1. ................................................................................................................................... 153 
Figura 114 - Iluminâncias simuladas em planos horizontais dos móveis mais usados, 
para a Opção 1............................................................................................................. 154 
Figura 115 – Iluminâncias simuladas nas superfícies da Sala 3 vista em três dimensões 
para Opção 1. ............................................................................................................... 154 
Figura 116 - Conjunto de lâmpadas Opção 2. ............................................................ 155 
Figura 117 - Iluminâncias simuladas no plano de análise, à 86cm do piso, para a Opção 
2. ................................................................................................................................... 155 
Figura 118 - Iluminâncias simuladas em planos horizontais dos móveis mais usados, 
para a Opção 2............................................................................................................. 156 
Figura 119 - Iluminâncias simuladas nas superfícies da Sala 3 vista em três dimensões 
para Opção 2. ............................................................................................................... 156 
Figura 120 - Conjunto de lâmpadas Opção 3. ............................................................ 157 
Figura 121 - Iluminâncias simuladas no plano de análise, à 86cm do piso, para a Opção 
3. ................................................................................................................................... 157 
Figura 122 - Iluminâncias simuladas em planos horizontais dos móveis mais usados, 
para a Opção 3............................................................................................................. 158 
Figura 123 - Iluminâncias simuladas nas superfícies da Sala 3 vista em três dimensões 
para Opção 3. ............................................................................................................... 158 
Figura 124 - Conjunto de lâmpadas Opção 4. ............................................................ 159 
Figura 125 - Iluminâncias simuladas no plano de análise, à 86cm do piso, para a Opção 
4. ................................................................................................................................... 159 
Figura 126 - Iluminâncias simuladas em planos horizontais dos móveis mais usados, 
para a Opção 4............................................................................................................. 160 
Figura 127 - Iluminâncias simuladas nas superfícies da Sala 3 vista em três dimensões 
para Opção 4. ............................................................................................................... 160 
Figura 128 – Medidas da lâmpada CorePro LEDtube 9W. ........................................ 162 
Figura 129 - Medidas da lâmpada CorePro LEDtube 18W. ....................................... 165 
Figura 130 – Luminária de mesa LED dimerizável. .................................................... 167 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Cor do metal aquecido e suas temperaturas de aquecimento. ...................26 
Tabela 2 – Resultados da associação entre iluminância (lx) e temperaturas de cor. ...26 
Tabela 3 – Tipos de iluminação. .....................................................................................45 
Tabela 4 – Dados de iluminância mantida (Em), limite de ofuscamento unificado (UGRL), 
índice de reprodução de cor mínimo (Ra) e observações, coletados da NBR 8995-
1:2013. .............................................................................................................................77 
Tabela 5 - Iluminâncias medidas e coordenadas dos pontos de medição da Sala 1. 135 
Tabela 6 - Iluminâncias medidas e coordenadas dos pontos de medição da Sala 2. 138 
Tabela 7 - Iluminâncias medidas e coordenadas dos pontos de medição da Sala 3. 141 
Tabela 8 – Refletâncias e transmitâncias dos materiais parametrizados nas simulações 
de luz natural. ............................................................................................................... 142 
Tabela9 – Refletâncias e transmitâncias dos materiais parametrizados nas simulações 
de luz artificial. .............................................................................................................. 143 
Tabela 10 - Fatores de utilização para iluminação tipo sanca.................................... 149 
Tabela 11 – Dados da lâmpada CorePro LEDtube 9W. ............................................. 161 
Tabela 12 - Dados da lâmpada CorePro LEDtube 18W. ............................................ 164 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
A – Área 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
cd - Candela 
CIE – Commission Internationale De L’eclairage 
E – Iluminância 
EALN – Estimativa Anual de Luz Natural 
Em – Iluminância mantida 
I – Intensidade luminosa 
IRC – Índice de Reprodução de Cor 
K - Kelvin 
(k) – Índice do local 
L - Luminância 
lm – Lúmens 
lx – Lux 
NBR – Norma Brasileira Regulamentadora 
nm – Nanômetros 
R – Raio 
rad – Radiano 
sr – esterradiano 
TCC – Temperatura de Cor Correlata 
UGRl – Limite de Ofuscamento Unificado 
W – Watt 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 18 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................................ 21 
2.1 GERAL ................................................................................................................................. 21 
2.2 ESPECÍFICOS ....................................................................................................................... 21 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................................... 22 
3.1 ERGONOMIA ...................................................................................................................... 22 
3.2 LUZ ...................................................................................................................................... 23 
3.3 COR ..................................................................................................................................... 23 
3.4 REPRODUÇÃO DE COR ....................................................................................................... 24 
3.5 TEMPERATURA DE COR ..................................................................................................... 25 
3.6 O OLHO HUMANO ............................................................................................................. 26 
3.7 PROPRIEDADES DO OLHO ................................................................................................. 28 
3.7.1 Acomodação ................................................................................................................ 28 
3.7.2 Convergência ............................................................................................................... 28 
3.7.3 Adaptação ..................................................................................................................... 29 
3.7.4 Acuidade visual ........................................................................................................... 29 
3.7.5 Campo visual ............................................................................................................... 30 
3.7.6 Ofuscamento ................................................................................................................ 31 
3.8 AFERIÇÃO DA LUZ .............................................................................................................. 32 
3.8.1 Fluxo radiante e Fluxo luminoso ............................................................................. 32 
3.8.2 Eficiência luminosa..................................................................................................... 33 
3.8.3 Ângulo sólido ............................................................................................................... 34 
3.8.4 Intensidade luminosa ................................................................................................. 36 
3.8.5 Iluminância ................................................................................................................... 37 
3.8.6 Luminância ................................................................................................................... 39 
3.9 PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS MATERIAIS ....................................................................... 41 
3.10 TIPOS DE ILUMINAÇÃO ..................................................................................................... 44 
3.10.1 Iluminação geral .......................................................................................................... 46 
3.10.2 Iluminação geral localizada ....................................................................................... 46 
3.10.3 Iluminação de tarefa ................................................................................................... 47 
4 TATUAGEM ........................................................................................................................................ 48 
4.1 PROCESSO DA TATUAGEM ................................................................................................ 48 
4.2 EQUIPAMENTO PARA TATUAGEM ................................................................................... 49 
4.3 ILUMINAÇÃO EM SALAS DE PROCEDIMENTO DE TATUAGEM ....................................... 51 
5 METODOLOGIA ................................................................................................................................. 57 
5.1 VALORES DE ILUMINÂNCIA SEGUNDO NORMA .............................................................. 57 
5.2 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................................. 58 
5.3 SIMULAÇÃO LUZ NATURAL ............................................................................................... 65 
5.4 PROPOSTA DE NOVO LAYOUT .......................................................................................... 67 
5.5 CÁLCULO LUMINOTÉCNICO .............................................................................................. 68 
5.6 PROJETO DA SANCA ........................................................................................................... 70 
5.7 SIMULAÇÃO LUZ ARTIFICIAL ............................................................................................. 71 
5.8 CIRCUITOS DE ACIONAMENTO ......................................................................................... 73 
6 VALORES DE ILUMINÂNCIA SEGUNDO A ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 ......................... 74 
6.1 ATIVIDADES SIMILARES ..................................................................................................... 74 
6.1.1 Desenho ........................................................................................................................ 74 
6.1.2 Regulagem da agulha ................................................................................................. 74 
6.1.3 Pigmentação da pele .................................................................................................. 76 
6.2 VALORES DE ILUMINÂNCIA COLETADOS ......................................................................... 76 
7 ESTUDOS DE CASO ......................................................................................................................... 78 
7.1 SALA 1 ................................................................................................................................. 78 
7.2 SALA 2 ................................................................................................................................. 83 
7.3 SALA3 ................................................................................................................................. 87 
7.4 CONCLUSÕES DOS ESTUDOS DE CASO ............................................................................. 92 
8 CONSIDERAÇÕES PRÉ PROJETO ................................................................................................ 93 
9 PROPOSTA DE RETROFIT .............................................................................................................. 99 
9.1 SIMULAÇÃO LUZ NATURAL ............................................................................................. 100 
9.2 PROPOSTA DE LAYOUT .................................................................................................... 103 
9.3 ÁREA DE TAREFA .............................................................................................................. 105 
9.4 CÁLCULOS DO FLUXO LUMINOSO .................................................................................. 108 
9.5 PROJETO DA SANCA ......................................................................................................... 109 
9.6 SIMULAÇÃO LUZ ARTIFICIAL ........................................................................................... 115 
9.7 CIRCUITOS DE ACIONAMENTO ....................................................................................... 118 
10 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 120 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 121 
APÊNDICES ................................................................................................................................................. 127 
ANEXOS ....................................................................................................................................................... 161 
 
 
18 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A taxa média de crescimento do setor profissional de tatuagem e piercing entre os anos 
de 2009 e 2012, no Brasil, foi de aproximadamente 413% de acordo com pesquisa 
levantada pelo Sebrae (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS, 2014). Tal dado indica uma grande ampliação no mercado da tatuagem 
neste país, que por sua vez, pode estar sobretudo pautada na crescente 
desmarginalização desse tipo de prática, como revela o jornal “Estadão” (CLAESEN; 
MATOS; AGUIAR, 2012). 
Em 2009, segundo o Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing do Brasil 
(SETAP-BR), o índice de crescimento desse mercado foi de aproximadamente 20% ao 
ano (MARCH, 2011). 
Ocasionada pelo expressivo crescimento e desmarginalização do ramo, na segunda 
década do século 21, a ampliação dos investimentos no mercado voltado à 
dermopigmentação aproximou mais os profissionais da área à equipamentos, materiais, 
técnicas e informações mais adequados ao exercício do trabalho com tatuagens. 
Entretanto, percebem-se muitas faltas no mercado de equipamentos e estudos 
destinados especificamente à atividade dos tatuadores, sendo muitas vezes utilizadas 
opções similares, por vezes até inadequadas ou insuficientes ao ramo. 
Os índices de propagação e investimentos econômicos apresentados pelo Sebrae 
(2014), têm mostrado que o ramo estético de tatuagens artísticas tende a continuar 
crescendo, tanto em aceitação popular, na aquisição de novas tatuagens, quanto em 
número de profissionais a oferecer o serviço. A força deste mercado também foi 
provada quando do seu crescimento econômico, mesmo em momento de crise 
financeira no Brasil, entre os anos de 2016 e 2017 (KANDA, 2017). Percebe-se então 
uma aparente necessidade de novos e mais aprofundados estudos acerca das 
implicações que a atividade em pauta oferece, tanto aos que passam pelo procedimento 
de dermopigmentação, quanto para os que o executam. Um desses assuntos é o uso 
adequado de iluminação em ambientes de procedimento de tatuagem. A norma NBR 
ISO/CIE 8995-1:2013 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013), 
por exemplo, não expõe valores de iluminância dedicados ao ramo em questão. 
19 
 
 
Dessa forma o presente trabalho sugere atenção especial ao estudo do conforto 
lumínico em salas de procedimento de tatuagens artísticas, incluindo a organização do 
espaço de atividade do tatuador profissional, já que um assunto é diretamente ligado 
ao outro. Isto porque o espaço de atividades deve ser configurado de acordo com as 
necessidades do trabalho exercido e a direcionalidade da luz definida conforme as 
posições de execução das tarefas. 
Um ambiente de trabalho com iluminação adequada ao exercício do mesmo, além do 
conforto visual, é capaz de promover segurança, aumento da produtividade, melhor 
qualidade na execução de tarefas e salubridade (PEREIRA; SOUZA, 2005). Quanto à 
segurança, por exemplo, tatuadores e aplicadores de piercings manuseiam ferramentas 
perfurocortantes que entram em contato com material biológico do cliente e uma má 
iluminação pode oferecer maior risco de acidentes à estes profissionais. 
A iluminação inadequada em atividades exigentes de precisão do operador pode 
resultar também em maior necessidade de adaptação postural do mesmo, o que é o 
inverso ao sugerido dentro do vasto campo de estudo da Ergonomia* (COUTO, 1995). 
A Ergonomia preza para que as condições de trabalho sejam adequadas ao 
trabalhador, e não o contrário. A constância no exercício de trabalhos em situações não 
ergonômicas pode ocasionar lesões ao trabalhador, não só por utilizar-se de 
equipamentos ou espaços inapropriados, mas também pode estar vinculado 
simplesmente ao método incorreto de execução do serviço, agregando então, a 
necessidade de acesso à informação, não bastando apenas bons projetos e produtos 
eficientes e seguros. Couto (1995, p. 15) ainda acrescenta “[...] é sem dúvida no trabalho 
que a ergonomia apresenta a sua maior contribuição [...]”. 
Realizou-se, então, estudos voltados ao conforto lumínico aliado à organização do 
espaço de procedimento de profissionais da tatuagem, concluindo com uma proposta 
de layout, de área de trabalho para tatuador, com adequações lumínicas quanto aos 
valores e direcionalidade de fluxo luminoso e quanto a qualidade da luz. 
 
* Ciência que estuda a relação entre o atuante, o modo de execução, as ferramentas e equipamentos e 
as condições ambientais no exercício do trabalho. Essa ciência multidisciplinar aplica-se na 
organização da atividade laborativa e em toda composição do posto de trabalho, com o objetivo de se 
obter um ambiente seguro, saudável e confortável (DUL; WEERDMEESTER, 2001). 
20 
 
 
Tal proposta deverá considerar as posições corporais mais comuns do tatuador, no 
momento do procedimento, e suas criticidades. Desta forma, este estudo pode 
contribuir para a mitigação de problemas, passíveis de ocorrer, relacionados à atividade 
laboral do tatuador e melhorar o desempenho no exercício da mesma. Pode também 
servir como subsídio para outras pesquisas mais aprofundadas neste tema ou contexto, 
ou para o desenvolvimento de equipamentos, de auxílio para execução de tatuagens 
artísticas, que sejam ergonomicamente adequados. 
 
21 
 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 GERAL 
Desenvolver uma proposta de estudo luminotécnico aplicado à uma sala de 
procedimentos de tatuagem. 
2.2 ESPECÍFICOS 
Seguem os objetivos específicos desta pesquisa: 
a) identificar dimensões e distâncias adequadas à organização do espaço de 
atividade do tatuador; 
b) Identificar valores de fluxo luminoso e posicionamento de luminárias 
adequados ao uso do tatuador em ambientes de procedimento de tatuagem; 
c) Desenvolver projeto de layout para a sala de procedimento estudada. 
 
22 
 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Para entendimento deste trabalho e sua aplicação, faz-se adequadauma 
fundamentação teórica mínima para os assuntos abordados. Apresentam-se então 
conceitos relevantes para esta pesquisa. 
3.1 ERGONOMIA 
O termo Ergonomia foi usado primeiramente em meados do século XIX e seu conceito 
teve modernização e grande incremento a partir da Segunda Guerra Mundial. Por volta 
de 1960, quando foi necessário um replanejamento no desenvolvimento de uma nova 
cápsula espacial americana, surgiu então uma nova definição através da antropometria, 
a saber (COUTO, 1995): 
[...] conjunto de ciências e tecnologias que procura fazer um ajuste confortável 
e produtivo entre o ser o humano e seu trabalho, basicamente procurando 
adaptar as condições de trabalho às características do ser humano (COUTO, 
1995, p. 14). 
Segundo a Norma Regulamentadora – NR n. 17 (MINISTÉRIO DO TRABALHO E 
EMPREGO, 2009), que estabelece parâmetros voltados à ergonomia no ambiente de 
trabalho, as condições do trabalho devem ser adequadas às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores. 
O campo de estudo da Ergonomia é vasto e abrange diferentes questões que 
normalmente estão interconectadas, mas para efeito de especificidade a Ergonomia foi 
segmentada em três áreas: Física, cognitiva e organizacional (VIDAL, 2000). 
Para uma pessoa que experimenta e é até mesmo influenciada pelo espaço onde está, 
o sentido da visão é de elevada importância, levando em consideração que a qualidade 
da imagem vista pode afetar o emocional, a segurança e a eficiência de uma tarefa 
(GRANDJEAN, 1998). Já que tudo o que é visto é luz refletida dos materiais, percebe-
se que a qualidade da iluminação de um ambiente pode contribuir para efeitos positivos 
ou negativos causados ao usuário observador. Quando o assunto é labor, a seriedade 
aumenta pois pode entrar em jogo a saúde ou mesmo, em alguns casos, a vida do 
trabalhador. Todas estas questões estão envolvidas com o estudo da Ergonomia. 
23 
 
 
3.2 LUZ 
Radiação é definida como uma unidade ou um conjunto de ondas de característica 
eletromagnética. Ondas eletromagnéticas podem apresentar diferentes características 
que estão relacionadas às dimensões de seu comprimento e amplitude, ou mesmo ao 
valor de sua frequência que é a velocidade que o ciclo de uma onda se repete por 
segundo. Essas peculiaridades produzem, por sua vez, diferentes resultados físicos na 
natureza, podendo ser térmicos, visuais etc. 
Uma estreita faixa, entre infinitas possibilidades de comprimento de onda, é percebida 
pelo olho humano, a esta parcela dá-se o nome de Luz (Figura 1). Especificamente 
compreende-se como luz todo espectro eletromagnético que possui comprimento de 
ciclo entre 380 nm (nanômetros) e 780 nm (INNES, 2014; OSRAM, 2000). 
Figura 1 - Parcela visível da radiação solar. 
 
Fonte: Osram (2000). 
3.3 COR 
Dentro da faixa de comprimentos de onda eletromagnética visíveis ao olho humano, há 
espectros que provocam diferentes sensações visuais, como a parcela entre 500 a 570 
nm nomeado de “verde”, ou a faixa entre 630 e 780 nm identificada como “vermelho”. 
São diferentes sensações visuais captadas através do olho e discernidas pelo cérebro. 
É dado o nome de cor a essas variadas sensações visuais. As cores são leituras do 
rebatimento da onda de luz em uma superfície e seu reflexo atinge o sistema de visão 
Van
Referencia importante
24 
 
 
humana. A cor lida neste processo é apenas a parte do espectro refletida pelo material 
iluminado, sendo não vista a parte absorvida por ele (Figura 2). Uma banana, por 
exemplo, é identificada como amarela ao receber luz branca, absorvendo todos os 
comprimentos de onda exceto o amarelo, que é rebatido na superfície iluminada e 
atingindo o olho do observador (PEDROSA, 2008; RAUTEMBERG, 2018). 
Figura 2 – Decomposição da luz por reflexão e absorção. 
 
Fonte: adaptado de Rautemberg (2018). 
Através das cores o ser humano tem maior percepção da natureza e suas variações, 
possibilitando-o a ter melhor relação com a mesma. Cores permitem identificar melhor 
os diferentes materiais, analisar estados de alimentos, influenciar psicologicamente, 
organizar sistemas, melhorar higiene entre tantos outros benefícios (GRANDJEAN, 
1998; PEDROSA, 2008). 
3.4 REPRODUÇÃO DE COR 
Como dito acima, as cores são percebidas através da reflexão de todo comprimento de 
onda da luz emitida e que não foi absorvida pela superfície iluminada. Para tanto a 
parcela refletida depende da característica do espectro lançado sobre a superfície. 
Considerando a luz branca proveniente do sol, qualquer cor pode ser refletida a partir 
desse espetro, já que a luz do sol possui todas as faixas visíveis ao olho humano. Em 
dias nublados uma parte desse espectro completo é perdida ao atravessar as nuvens 
e, por esse motivo, a sensação das cores dos objetos não é a mesma quando em dia 
de céu aberto (INNES, 2014). 
Assim como existem variações da completude do espectro de luz branca em diferentes 
“tipos de céu”, existem também variedades de fontes de luz artificial com diferentes 
25 
 
 
índices de reprodução de cor (IRC). O índice de reprodução de cor é o valor que 
representa a capacidade da luz fornecida por uma lâmpada ou qualquer outra fonte 
luminosa de fazer refletir, ao iluminar uma superfície, a sua cor mais próxima ao real 
(PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL; 2011). A referência para a reprodução de cor real 
é a luz pura do sol, luz do dia em céu aberto (RAUTEMBERG, 2018). As curvas 
mostradas na (Figura 3) representam a reprodução de cor da luz solar e de alguns tipos 
de lâmpadas, onde “a” é a curva de reprodução de cor da luz solar, quase linear, bem 
distribuída. Em “b”, a curva expressa a reprodução de cor da luz de uma lâmpada 
incandescente contendo grande quantidade de espectro vermelho e baixa quantidade 
de luz de cores “frias”. A curva "c” mostra o gráfico do conjunto de espectros emitidos 
por uma lâmpada fluorescente e na curva “d” de uma lâmpada de vapor de mercúrio. 
Figura 3 - Gráficos de reprodução de cor de diferentes fontes de luz. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
3.5 TEMPERATURA DE COR 
Ao se aquecer um metal sólido até que o mesmo emita luz, percebeu-se que sua 
radiação emitida varia conforme a temperatura de aquecimento. A partir de 
temperaturas próximas à 800 K e 900 K (Kelvin), o corpo metálico emite luz 
avermelhada. Com o aumento da temperatura aplicada ao metal, a luz emitida tende a 
ficar mais “fria” tendendo para o azul. Através de experimentos como esse foi 
padronizada a “Temperatura da cor correlata” (TCC), identificando tons mais “frios” 
(azulados) ou mais “quentes” (avermelhados) para dados valores de temperatura de 
aquecimento do metal (PEREIRA; SOUZA, 2005). A temperatura de cerca de 6000 K, 
por exemplo, é correlata à radiação solar, ou luz branca (Tabela 1). 
26 
 
 
Tabela 1 – Cor do metal aquecido e suas temperaturas de aquecimento. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
A escolha da temperatura de cor num projeto de luminotécnica é muito relevante em 
seus efeitos para o conforto e usabilidade do usuário de um ambiente à luz artificial 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013). Os valores de 
temperatura de cor devem estar adequados à iluminância requerida pela atividade 
(Tabela 2), sendo a luz quente da ordem de <3000 K, a luz de temperatura de cor 
intermediária com valores entre 3300 K e 5000 K e a luz fria para temperaturas de cor 
superiores a 5000K (PEREIRA; SOUZA, 2005). 
Tabela 2 – Resultados da associação entre iluminância (lx) e temperaturas de cor. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
3.6 O OLHO HUMANO 
No estudo de luminotécnica existem dois fatores essenciais: a fonte luminosa e um 
sistema de captação para percepção da luz. Para o ser humano, o olho é o órgão 
27 
 
 
utilizado como ferramenta para o cérebro perceber e discernir luz, sombra e cores, 
formando o que comumente é chamado de imagem. O olho humano, diferente de 
espécies com sistemas orgânicosmenos avançados, é estruturado por lentes e 
diafragmas que permitem limitar a entrada de radiação visível e o uso de foco. Possui 
também complexo sistema com células sensíveis à luz que capacitam o observador à 
formação de imagens (LIMA, 2010). 
Figura 4 – Corte esquemático simplificado do olho humano. 
 
Fonte: Lima (2010). 
Como visto na (Figura 4), os principais elementos que estruturam o olho humano são 
segundo Lima (2010, p.12): 
→ Córnea - é uma membrana transparente de proteção que permite a 
entrada da luz. 
→ Iris – controla o músculo da pupila por onde a luz penetra no interior do 
olho. Ela pode variar sua abertura em cinco vezes sua área. 
→ Cristalino - responsável pela correta focalização da imagem, é o que 
chamamos de lentes dos olhos. Ele pode expandir ou retrair, dependendo da 
distância de onde se encontra o objeto. 
→ Retina - é a tela de projeção do olho; recebe a luz e transmite a sensação 
luminosa. Neste local, forma-se a imagem visual invertida que é levada ao 
cérebro através do nervo óptico e lá sofre a reinversão. É nessa tela de 
projeção que se localiza a fóvea e nela, a visão é muito nítida e detalhada. 
Também na retina se encontram as células fotossensíveis (cones e 
bastonetes). 
28 
 
 
3.7 PROPRIEDADES DO OLHO 
3.7.1 Acomodação 
Acomodação é o processo do olho para focar a visão de um objeto com nitidez. O olho 
humano possui a capacidade de focar um ponto mais próximo, deixando o fundo em 
desfoque, mais “borrado”, bem como executar o processo contrário, melhorando a 
nitidez do “infinito” (paisagem) e desfocando pontos mais próximos. Essa capacidade é 
permitida pela estrutura do olho, através da coincidência do plano focal do cristalino, da 
córnea e da retina. Este processo acontece através da contração muscular do músculo 
da acomodação que consegue alterar a curvatura do cristalino. Essa acomodação está 
relacionada ao esforço visual para realizar atividades de precisão e a velocidade de 
resposta para mudar distâncias focais, podendo logicamente produzir fadiga visual. 
Fatores como o envelhecimento podem alterar a velocidade e precisão da acomodação 
(GRANDJEAN, 1998). 
Ambientes com iluminação adequada para a atividade realizada são decisivos para 
melhor resposta do sistema de visão humana, evitando a fadiga do olho e tornando a 
atividade mais salubre para o usuário. A adequada reprodução de contraste, entre 
objeto observado e seu ambiente de fundo, maximiza a velocidade e precisão da 
acomodação e isso é resultado de uma iluminação de boa qualidade, não apenas mais 
intensa (GRANDJEAN, 1998). 
3.7.2 Convergência 
É o casamento de duas imagens vistas pelo par de olhos de uma pessoa num mesmo 
instante (Figura 5), formando uma imagem única que permite melhor compreensão de 
profundidade, ponto focal aprimorado e mais adequada leitura do objeto (LIMA, 2010). 
 
 
 
29 
 
 
Figura 5 – Convergência binocular. 
 
Fonte: Lima (2010). 
3.7.3 Adaptação 
É o ajuste da pupila que regula a entrada de luz no olho, e consequentemente sua 
intensidade sobre a retina. É um comportamento automático que protege o olho 
humano ou que procura aumentar a captação de luminosidade em situações de 
escuridão (GRANDJEAN, 1998; FUNDACIÓN MAPFRE, 2003). 
3.7.4 Acuidade visual 
É a capacidade de distinguir os detalhes dos objetos observados apesar da distância. 
Essa capacidade pode ser influenciada pela idade do indivíduo, podendo diminuir com 
o envelhecimento (GRANDJEAN, 1998), assim como pode ser influenciada pelo nível 
da iluminação. O Gráfico 1, resultado de muitos estudos de diferentes pesquisadores, 
expõe a magnitude da acuidade em relação ao nível de iluminação média. Intensidades 
de luz de valores entre 1000 lx e 2000 lx são comumente preferidos pelos usuários. 
Entretanto níveis mais baixos podem ser utilizados em atividades de menor precisão, 
por razões de economia e de simplicidade de projeto. Ainda, as duas curvas no Gráfico 
1 permitem identificar região ótima de trabalho que está entre 500 lx e 2000 lx, onde a 
fadiga visual tende ser a mínima e o rendimento (nitidez) tende a ser alto. Ultrapassando 
a faixa de 2000 lx o rendimento tende a ser constante e elevar a fadiga (IIDA, 1997). 
 
30 
 
 
Gráfico 1 - Acuidade visual por níveis de iluminância (lx). 
 
Fonte: adaptado de Iida (1997). 
3.7.5 Campo visual 
Campo visual é a quantidade de área vista pelo observador com diferentes níveis de 
percepção. Ele divide-se em cones concêntricos que se subtraem, sendo o central o 
principal e de percepção mais apurada. Esta parcela do campo compreende cerca de 
1 grau a partir do eixo comum entre os cones. Como mostrado na Figura 6, há ainda 
um campo médio “b” de visão não nítida e um campo periférico “c” que auxilia o ser 
humano a ter maior percepção espacial. (GRANDJEAN, 1998; LIMA, 2010). 
 
31 
 
 
Figura 6 – Regiões do campo visual humano. 
 
Fonte: Grandjean (1998). 
3.7.6 Ofuscamento 
Ofuscamento é o efeito visual resultante de brilhos excessivos dentro do campo de 
visão. O ofuscamento pode ter diferentes níveis, produzindo apenas um desconforto ou 
mesmo inabilitando o observador. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2013). 
Superfícies especulares podem provocar ofuscamentos, também chamados de 
ofuscamento refletido, formando pontos de brilho de alta intensidade luminosa. 
Ofuscamentos são sensações visuais indesejáveis, e, dependendo do caso, podem ser 
prejudiciais à visão humana. Ofuscamentos, quando há, normalmente são empecilhos 
para a execução de uma atividade, desde a leitura até um trabalho pesado ou 
minucioso, podendo aumentar riscos de acidente em certos trabalhos, bem como 
provocar fadiga visual. O adequado tipo e direcionamento da iluminação num ambiente 
pode auxiliar em muito a extinção ou mitigação desse resultado indesejável 
(GRANDJEAN, 1998). “O grau de desconforto produzido por luminárias é função de 
quatro parâmetros: luminância da fonte, tamanho da fonte, ângulo entre a fonte e a linha 
de visão do observador e a capacidade de adaptação do observador” (PEREIRA; 
SOUZA, 2005 p. 48). 
32 
 
 
3.8 AFERIÇÃO DA LUZ 
De acordo com Pedrosa (2014), como especialidade dos estudos do campo da Óptica, 
foi desenvolvida a Fotometria. Por meio dela tornou-se possível quantificar o fluxo 
luminoso em um ambiente determinado, bem como avaliar outras características da luz. 
Essas características de análise podem ser estudadas de diferentes maneiras 
considerando-se a aplicação, podendo ser medidas energéticas da radiação ou seu 
efeito sobre o receptor, como o olho humano ou uma película fotográfica, por exemplo 
(PEREIRA; SOUZA, 2005). 
Dentro desta ciência são compreendidos conceitos e grandezas necessários nas 
análises de conforto lumínico e desenvolvimento de projetos de luminotécnica. 
3.8.1 Fluxo radiante e Fluxo luminoso 
Fluxo radiante é a onda ou conjunto de ondas eletromagnéticas emitidas por uma fonte 
ou mesmo recebida por um corpo. Sua potência pode ser medida em watts (W) devido 
a sua carga energética. No conjunto da radiação emitida pode haver ondas visíveis ou 
não, que é o caso de uma lâmpada incandescente que, ao ser ligada, emite espectros 
de diferentes comprimentos de onda, como a luz visível ao olho humano e a radiação 
infravermelha, que para o homem é invisível mas transfere carga térmica ao ambiente 
e a todo corpo receptor. Um fluxo radiante também pode ser composto apenas de 
comprimentos de onda que não produzem resposta visual. (FUNDACIÓN MAPFRE, 
2003; OSRAM, 2000; PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL, 2011; RAUTEMBERG, 
2018). 
Quando um fluxo radiante possui uma faixa de espectro percebido pelo olho humano, 
dá-se o nome de fluxo luminoso para esta parcela visível. O fluxo luminoso pode ser 
medido em lúmens (lm), segundo padrão do Sistema internacional, e significa a 
potência luminosa fornecida por segundo. O fluxo luminoso conhecido de uma vela 
acesa,por exemplo, é da ordem de 12 lm. Em cálculos utiliza-se a letra grega “ɸ” (Phi 
minúscula) para representá-lo (FUNDACIÓN MAPFRE, 2003). 
33 
 
 
3.8.2 Eficiência luminosa 
A eficiência luminosa é a capacidade do sistema produtor de luz, uma lâmpada 
fluorescente, por exemplo, de transformar a energia recebida em fluxo luminoso. Em 
um sistema ideal, toda a energia (W) seria convertida em fluxo luminoso (lm). 
Entretanto, nos equipamentos desenvolvidos até o momento, há perdas de energia no 
sistema, como o efeito joule, que é a transformação de parte da energia elétrica em 
calor antes mesmo de ser convertida em radiação. Além disso, as lâmpadas, em sua 
maioria, produzem parte do fluxo radiante em radiação infravermelha ou ultravioleta. 
Todas essas conversões, da energia que alimenta o sistema em resultantes que não o 
fluxo luminoso, são consideradas como perdas (OSRAM, 2000). 
A unidade de acordo com Sistema internacional é “lm/W” que é a razão entre a potência 
de entrada e o fluxo luminoso (radiação visível) produzido. No mercado existem 
diferentes sistemas de lâmpadas com variações entre suas eficiências (Figura 7). 
Figura 7 – Eficiências luminosas para diferentes tipos de lâmpadas. 
 
Fonte: adaptado de Osram (2000). 
34 
 
 
3.8.3 Ângulo sólido 
O conceito de ângulo sólido é importante ao entendimento do comportamento da luz e 
compreensão dos assuntos acerca de intensidade luminosa e grandezas como 
iluminância e luminância. Primeiramente entende-se o que é um ângulo plano. “Define-
se ângulo plano “α” como sendo o quociente entre o comprimento de arco “l” e o raio 
“R” da circunferência” (PEREIRA; SOUZA, 2005, pg. 13). 
Figura 8 – Ângulo plano “α”. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005) 
Radiano é o ângulo plano formado quando o comprimento “l” possui medida igual ao 
raio “R” (Figura 8). Para uma circunferência completa, também chamada de revolução, 
o comprimento do círculo é igual à 6,28 radianos (rad), também conhecida pelo padrão 
2πR, onde π (pi) é a constante resultante da relação do comprimento do círculo dividido 
por seu diâmetro (PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL, 2011). 
Após compreender o que vem a ser um ângulo plano, entramos no conceito de ângulo 
sólido. Se uma esfera é gerada a partir de uma revolução de um círculo a partir de seu 
eixo radial, assim também um ângulo sólido é gerado a partir da revolução de um ângulo 
plano (Figura 9). 
 
35 
 
 
Figura 9 – Demonstração de formação de ângulo sólido a partir de um ângulo plano. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
Figura 10 – Ângulo sólido retirado de uma esfera. 
 
Fonte: adaptado de Ryer (1998, citado por PEREIRA; SOUZA, 2005). 
Dá-se o nome de esterradiano (sr) para o ângulo sólido formado pela revolução do 
ângulo plano que contém ângulo igual à 1 radiano. Assim como o ângulo de 1 rad está 
para o estudo em 2 dimensões, 1 esterradiano é o ângulo analisado num espaço 
tridimensional. Sua área superficial, parte da face de uma esfera, é igual ao quadrado 
do raio “R” (A=R²) como mostra a figura acima (Figura 10) (FUNDACIÓN MAPFRE, 
2003; PEREIRA; SOUZA, 2005). 
36 
 
 
3.8.4 Intensidade luminosa 
A luz que se propaga a partir de seu ponto emissor, como uma lâmpada incandescente 
residencial, possui comportamento de abertura a partir da fonte assim como um ângulo 
sólido abre a partir de seu vértice. A intensidade da luz que alcança os olhos do receptor 
é proporcional à posição do observador em relação a esse ângulo sólido. Se olhar 
diretamente para uma lâmpada incandescente de 100 W, a olho nu, é provável que o 
observador tenha incomodo visual, entretanto se alterado o ângulo de observação a 
sensação é atenuada. Então, para a mesma potência luminosa emitida, a intensidade 
lida pode variar conforme o ângulo de visualização (OSRAM, 2000; PROCEL, 2011). 
Outro fator importante é a densidade de fluxo luminoso dentro de uma unidade de 
ângulo sólido (Figura 11). Uma lâmpada tem a tendência de emitir luz para quase todas 
as direções, sendo limitada ao seu formato físico, e o fluxo luminoso normalmente não 
é uniforme. Para tanto, a medição de fluxo luminoso de uma fonte é feita por unidade 
de ângulo sólido. Sendo assim, tem-se como “I” a intensidade luminosa definida pelo 
Sistema internacional como “lm/sr” também chamada de candela (cd). Representa a 
quantidade de lúmens dentro de um ângulo sólido de 1 esterradiano (OSRAM, 2000; 
PEREIRA; SOUZA, 2005; RAUTEMBERG, 2018). 
Figura 11 - Fonte emitindo luz em muitos direções e identificação de fluxo luminoso em uma unidade de 
ângulo sólido. 
 
Fonte: alterado de Rautemberg (2018). 
Fabricantes de lâmpadas e luminárias costumam fornecer gráficos como tabelas e 
curvas fotométricas geradas a partir de medições da intensidade luminosa em 
diferentes ângulos do ambiente iluminado (Figura 12 e Figura 13). 
 
37 
 
 
Figura 12 – Exemplo de curva fotométrica. 
 
Fonte: Philips Lighting (2019). 
Figura 13 – Marcação de curvas fotométricas em plano longitudinal e transversal de uma luminária. 
 
Fonte: Procel (2011). 
3.8.5 Iluminância 
Iluminância trata-se da quantidade de luz emitida sobre uma superfície. Esta quantidade 
está relacionada à densidade de fluxo luminoso incidente à superfície iluminada, que 
pode ser resultado da sua proximidade à fonte emissora e também à potência da fonte. 
38 
 
 
A unidade desta grandeza, segundo o Sistema internacional, é o lúmen/m² ou mesmo 
lux (lx), que significa a quantidade de lúmens emitida em unidade de área (PEREIRA; 
SOUZA, 2005). 
Na Figura 14 apresenta-se o sistema de referência para as unidades descritas. A fonte 
luminosa possui valor de 1 candela (cd) de intensidade, que é o mesmo que 1 lm/sr. A 
partir da fonte a radiação se espalha abrindo um ângulo sólido luminoso de 1 
esterradiano (sr) que, atingindo uma superfície perpendicular à fonte a 1 metro de 
distância da mesma, abrange uma área iluminada de 1 m². A iluminância resultante 
nesta área é de 1 lux (lx). 
Figura 14 – Iluminância em área de 1 ângulo sólido. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005) 
À medida em que a distância entre superfície e fonte de luz aumenta, maior se torna a 
área abrangida pelo ângulo sólido e menor é a densidade luminosa devido a divergência 
da radiação no sentido fonte a objeto iluminado. O contrário, logicamente, também 
acontece e de maneira proporcional à distância entre emissor e superfície. O ângulo 
entre a superfície iluminada e o ângulo sólido também influencia o valor de iluminância 
(Figura 15). Quando 0° o ângulo entre a direção do facho luminoso e vetor normal da 
superfície “N”, tem-se iluminância “E” máxima. Quando o mesmo ângulo possui 90° 
para uma superfície de plano perfeito, tem-se iluminância nula (FUNDACIÓN MAPFRE, 
2003; OSRAM, 2000; PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL, 2011; RAUTEMBERG, 
2018). 
 
39 
 
 
Figura 15 – Ângulos entre fluxo luminoso e superfície iluminada e seus valores de iluminância “E”. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005) 
Para ângulos entre 0° e 90° a iluminância “E” pode ser calculada por (PEREIRA; 
SOUZA, 2005): 
 (1) 
Onde a intensidade da fonte é representada por “I”, “d” é a distância entre a superfície 
e a fonte e “θ” (teta) é o ângulo entre o feixe luminoso e o vetor normal do plano 
iluminado. 
3.8.6 Luminância 
A luminância é uma grandeza da luz percebida pelo olho humano, a sensação do brilho 
a partir da luz rebatida em um objeto, ou mesmo da luz emitida por uma fonte, ou seja, 
é a resposta de uma excitação visual (FUNDACIÓN MAPFRE, 2003; OSRAM, 2000; 
PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL, 2011; RAUTEMBERG, 2018). 
Se a iluminância é a quantidade de luz emitida sobre uma superfície, a luminância é a 
medida de luz que atinge o receptor, o olho humano para o caso do estudo de 
luminotécnica (Figura 16). 
 
40 
 
 
Figura 16 – Diferença entre Iluminância e Luminância. 
 
Fonte: Osram (2000). 
Aluminância é medida como candela por metro quadrado (cd/m²) segundo o Sistema 
internacional, que representa a intensidade luminosa por unidade de área, ela varia de 
acordo com a posição do observador, conforme demonstrado pela Figura 17 (OSRAM, 
2000; PROCEL, 2011). 
Figura 17 – Luminância proporcional ao ângulo de observação. 
 
Fonte: adaptado de Osram (2000). 
41 
 
 
A luminância, “L”, pode ser calculada pela relação abaixo, onde “A” é a área da 
superfície em verdadeira grandeza, multiplicada pelo cosseno do ângulo “β” formado 
entre a direção de observação e o vetor normal da superfície iluminada. “I(β)” é a 
intensidade luminosa a partir do plano para a direção analisada. A luminância não varia 
com alteração da distância do observador (OSRAM, 2000; PEREIRA; SOUZA, 2005; 
PROCEL, 2011). 
 (2) 
3.9 PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS MATERIAIS 
O comportamento das superfícies mediante exposição à luz é diferente conforme a 
composição do material iluminado, sua textura e o ângulo de incidência da luz. Há três 
resultados básicos que ocorrem à chegada de radiação luminosa sobre um corpo: a 
reflexão, a absorção e a transmissão. A reflexão acontece quando uma parcela da luz 
é rebatida na superfície retornando ao ambiente em uma ou mais direções. A absorção 
normalmente resulta em acúmulo de energia no volume de matéria, um material de cor 
preta, por exemplo, absorve todo o espectro recebido e tende a aquecer à luz do sol 
mais do que uma superfície de cor branca. Por último, a transmissão ocorre quando o 
espectro ultrapassa a massa do corpo que recebe a luz, como ocorre com vidros e 
outros materiais translúcidos. Em situações reais ocorrem normalmente dois ou três 
efeitos simultaneamente (Figura 18), pois cada material possui permissividades de 
níveis diferentes para cada um deles, sendo, então, determinados graus de refletância, 
absortância e transmitância individuais a cada composição de matéria (FUNDACIÓN 
MAPFRE, 2003; PEREIRA; SOUZA, 2005; PROCEL, 2011; RAUTEMBERG, 2018). 
 
42 
 
 
Figura 18 – Resultados do iluminamento de um material semitransparente. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
A característica física da superfície receptora também produz resultados variados que 
influenciam diretamente na luminância. Superfícies foscas ou rugosas refletem a luz 
recebida de maneira mais difusa ou irregular, conforme Figura 19 (PROCEL, 2011). 
Figura 19 – Reflexões variadas em superfície irregular. 
 
Fonte: Procel (2011). 
Superfícies mais polidas tendem a rebater a fração da radiação, a ser refletida, com 
ângulo igual ao de incidência, produzindo um efeito chamado “reflexão especular”, ou 
seja, a reflexão como ocorre num espelho. Geralmente as superfícies produzem mais 
de um efeito gerando reflexão composta ou mista e a quantidade de reflexão especular 
é proporcional à característica da textura superficial (Figura 20). Quanto mais uma 
superfície tende a ser especular maior a probabilidade de gerar ofuscamento ao 
observador (FUNDACIÓN MAPFRE, 2003). 
 
43 
 
 
Figura 20 – Tipos de reflexão. 
 
Fonte: adaptado de Fundación Mapfre (2003). 
A diferença entre a reflexão difusa e a reflexão composta é que no primeiro o vetor de 
maior intensidade luminosa da luz refletida possui mesmo ângulo que o vetor da normal 
da superfície. E no segundo, o vetor de maior intensidade possui ângulo igual ao de 
incidência. Na reflexão mista a luminância é um conjunto de todos os efeitos descritos 
e possui resultado mais irregular. 
Os mesmos efeitos podem ocorrer através da transmissão da luz que atravessa o 
material, porém sua propagação é a partir da face posterior à de entrada da radiação 
(Figura 21). A travessia do espectro pelo material pode alterar também seu ângulo direto 
produzindo o efeito de refração, que é o que ocorre quando se vê um objeto dentro de 
uma piscina estando o observador ao lado de fora (FUNDACIÓN MAPFRE, 2003; 
PEREIRA; SOUZA, 2005). 
 
44 
 
 
Figura 21 – Transmissão especular (a), transmissão difusa (b) e transmissão composta (c). 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
3.10 TIPOS DE ILUMINAÇÃO 
Primeiramente há dois tipos básicos de fontes de luz utilizadas pelo homem, a 
iluminação natural proveniente do sol e a iluminação artificial. A luz natural possui 
melhor qualidade de luz para uso humano, sendo considerada a luz mais saudável a 
ser utilizada e varia conforme as épocas do ano, mudanças climáticas e horários do dia. 
Seu aproveitamento em ambientes internos pode ser maior ou menor conforme as 
decisões projetuais e, em certas circunstâncias, sua recepção direta pode gerar 
incômodo ao usuário devido à carga térmica intrínseca à radiação solar. Em sua 
maioria, os ambientes internos são iluminados naturalmente pelo sol através de janelas, 
aberturas laterais, que, por sua vez, produzem níveis diferentes de iluminância ao longo 
do recinto conforme a distância dessa abertura. As áreas mais profundas de um 
ambiente, a partir da janela, recebem menos luz natural do que as imediações da 
mesma. Devido a este fator e a grande possibilidade de variabilidade do nível de 
iluminação do sol durante o dia, é recomendável o aproveitamento da luz natural unido 
a um sistema de iluminação artificial complementar. Isto para os casos de exigências 
mínimas de iluminância média na área de tarefa quando não atendidas apenas pela luz 
do solar (GRANDJEAN, 1998; LIMA, 2010). 
Para a luz fornecida artificialmente é comum, atualmente, a utilização de lâmpadas 
elétricas combinadas a luminárias ou mesmo à sistemas arquitetônicos de rebatimento. 
Os resultados de diferentes combinações desses sistemas produzem variedades de 
tipos de iluminação artificial (Figura 22), que podem ser encaixados adequadamente a 
situações diversas. 
45 
 
 
Figura 22 – Cortes esquemáticos dos tipos de iluminação. 
 
Fonte: Fundación Mapfre (2003). 
Segundo Pereira e Souza (2005) a Commission Internationale d'Eclairage (CIE) 
classifica luminárias de uso geral como (Tabela 3): 
Tabela 3 – Tipos de iluminação. 
 
 Fonte: Pereira e Souza (2005). 
46 
 
 
A partir dos diferentes tipos de iluminação um projeto luminotécnico pode contemplar 
três métodos básicos de sistema luminoso: Iluminação geral, Iluminação geral 
localizada e Iluminação de tarefa, que serão apresentadas a seguir. 
3.10.1 Iluminação geral 
Em um sistema de iluminação geral, todo o ambiente projetado é iluminado 
uniformemente, à altura do plano de trabalho, com um valor de iluminância definido. 
Após feita a instalação, a iluminância pode variar se verificada em diferentes pontos. 
Portanto, a iluminância no plano de trabalho deve atender, ao menos, ao valor mínimo 
definido para o projeto, normalmente designado em norma regulamentadora para a 
tarefa exercida. O valor considerado deve ser um valor médio encontrado entre os 
pontos distribuídos ao longo do plano, visto que em situações reais esses valores 
podem variar por muitos motivos. O plano de trabalho é o plano de referência que possui 
altura igual à altura habitualmente utilizada no exercício de uma atividade (Figura 23). 
Em escritórios, comumente, o plano de referência possui mesma altura que a mesa de 
trabalho do usuário (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013). 
Figura 23 – Iluminação geral. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
3.10.2 Iluminação geral localizada 
Nesse sistema apenas as áreas compreendidas para realização de tarefas são 
consideradas para o nível de iluminação de projeto (Figura 24). As áreas que 
extravasam o plano de referência recebem apenas iluminação de fundo, podendo 
produzir variações bruscas para os valores de iluminância do entorno imediato à área 
de tarefa (FUNDACIÓN MAPFRE, 2003). 
47 
 
 
Figura 24 – Iluminação localizada. 
 
Fonte: Pereira e Souza (2005). 
3.10.3 Iluminação de tarefa 
Possui característica de luz dirigida para uma pequena área, onde se concentra a regiãofocal de observação do usuário para execução de uma tarefa (Figura 25). O sistema 
pode ser aplicado de maneiras diferentes, mas é comum que a luminária seja instalada 
na própria bancada de trabalho. É bastante utilizada para tarefas de médio à alto grau 
de precisão. Recomenda-se utilizar esse sistema combinado à uma iluminação geral e, 
em certos casos, uma proteção que evite ofuscamentos (GRANDJEAN, 1998). 
Figura 25 – Iluminação de tarefa na bancada de trabalho com proteção contra ofuscamento. 
 
Fonte: alterado de Grandjean (1998). 
 
 
48 
 
 
4 TATUAGEM 
Não se sabe exatamente quando e onde se iniciou a prática de marcar o corpo com 
pigmentos, cicatrizes utilizando desenhos ou mesmo simples marcações 
representativas. Não se sabe também os motivos pelos quais realizavam essas marcas, 
apesar de especulações sobre significados espirituais ou memórias à antepassados. 
Entretanto, há muitas evidências arqueológicas da prática da tatuagem por volta dos 
anos de 2000 e 3000 a.C. o que prova ser uma arte milenar (COMO, 2011). 
Atualmente as tatuagens são executadas mais comumente aplicando-se pigmentos de 
uma ou mais cores, a depender da tatuagem, através de punções de agulhas que 
podem ser feitas manualmente ou por meio de uma máquina de tatuar. A agulha é 
penetrada na pele, até atingir a camada da derme entre 1 mm e 1,2 mm de 
profundidade, após ser molhada na tinta própria para tatuagem que contém o pigmento 
de cor desejada (TINTAS PARA TATUAGEM ELECTRIC INK, 2019). As tintas, bem 
como qualquer outro material específico à tatuagem, são normalmente regulamentadas 
pelo órgão responsável do país onde está instalado o estúdio. No Brasil o órgão que 
regulamenta e fiscaliza estúdios de tatuagem e fabricantes de materiais é a ANVISA 
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 
4.1 PROCESSO DA TATUAGEM 
A partir da primeira década do ano 2000 ocorre no Brasil grande surgimento de novos 
empreendimentos de tatuagem. Em sua grande maioria a técnica utilizada para 
aplicação do pigmento é feita por meio de máquinas elétricas próprias para movimentar 
as agulhas. Essas máquinas não têm contato com a pele da pessoa tatuada, mas sim, 
outras peças acopladas a elas, que são as biqueiras e os jogos de agulhas soldados à 
uma haste de metal (ELECTRIC INK, 2017). Pode ser também uma peça chamada de 
cartucho que é um conjunto já pronto do bico com o sistema de agulhas*. A nível de 
entendimento, será mostrado apenas um sistema que é análogo aos outros utilizados 
 
*No mercado há uma grande variedade de sistemas para máquinas e para essas peças acopladas, não 
cabendo a descrição destes aqui. 
49 
 
 
atualmente, permitindo compreender características relevantes à prática da tatuagem e 
suas implicações quanto ao projeto de iluminação. 
4.2 EQUIPAMENTO PARA TATUAGEM 
Utilizando-se de uma máquina elétrica para tatuagem um tatuador precisa basicamente 
dos elementos a seguir (Figura 26): 
Figura 26 – Equipamento básico para tatuagem. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
Onde: 
a) Fonte AC-DC; 
b) Máquina de tatuagem; 
c) Cabo de alimentação; 
d) Biqueira; 
e) Haste com jogo de agulhas; 
f) Tinta para tatuagem; 
g) Batoque. 
A fonte AC-DC (a) alimenta eletricamente a máquina de tatuagem (b), através do cabo 
de alimentação (c). A haste com jogo de agulhas (e) é acoplada na máquina para ser 
50 
 
 
movimentada por dentro da biqueira (d). Assim como um grafite passa por dentro de 
uma lapiseira, as agulhas passam por dentro da biqueira, sendo esta então, a 
empunhadura para o tatuador segurar o conjunto (Figura 27) e direcionar na pele as 
agulhas sendo movimentadas pela máquina. A tinta de tatuagem (f) é fracionada num 
recipiente pequeno chamado batoque (g). 
Figura 27 – Montagem da máquina com biqueira e haste de agulhas. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
Para realizar a pigmentação o tatuador molha a ponta da biqueira recolhendo pequena 
quantidade de tinta do batoque. A máquina movimenta o conjunto de agulhas para baixo 
e para cima fazendo a agulha entrar e sair da ponta da biqueira. É como se o grafite 
entrasse e saísse da ponta de uma lapiseira. 
Esse processo faz a agulha passar pela tinta acumulada na ponta da biqueira e em 
seguida penetrar na pele do cliente, pigmentando-a. A agulha sobe voltando a molhar 
na tinta e em seguida desce à pele novamente. O processo se repete entre 110 e 150 
vezes por segundo, dependendo do modelo e regulagem da máquina usada 
(ELECTRIC INK, 2017). 
51 
 
 
Os jogos de agulhas possuem variações em seus arranjos e são semelhantes a alguns 
formatos de pincéis. São utilizados em tatuagens artísticas jogos de agulhas para traços 
largos ou finos e jogos para preenchimento e sombreamento. Cada artista usa os jogos 
conforme a própria técnica. Os jogos podem ter até 39 agulhas ou mais, sendo os mais 
comuns de 3 a 15 agulhas (Figura 28). As agulhas podem ter diferentes bitolas também, 
agulhas de tatuagem de maior de diâmetro possuem 0,35 mm a 0,40 mm e agulhas 
mais finas possuem 0,25 mm à 0,30 mm (PAIVA, 2018). 
Figura 28 – Jogos de agulhas para tatuagem. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
4.3 ILUMINAÇÃO EM SALAS DE PROCEDIMENTO DE TATUAGEM 
O trabalho com tatuagens artísticas é uma atividade que, por alguns fatores, exige 
precisão. O primeiro fator envolve o risco de lesão à pele do cliente, já que as tatuagens 
permanentes mais comuns atualmente são executadas usando-se agulhas 
movimentadas por máquinas que trabalham a cerca de 110 a 150 punções por segundo 
(ELECTRIC INK, 2017). O segundo é o risco também ao profissional que a executa, 
mas neste caso, existe ainda o risco de contaminação, caso o cliente possua alguma 
doença transmissível através do sangue (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2009; BRASIL, 2012). 
Outro fator é a exigência da qualidade visual do trabalho. A tatuagem artística trabalha 
com desenhos, portanto, após a integridade do cliente e a integridade do profissional, o 
aspecto visual da tatuagem vem em seguida como fator mais importante. 
52 
 
 
Entendendo, portanto, o funcionamento da visão, que é sensorialmente o órgão de 
percepção mais relevante para a execução e contemplação da tatuagem, e que tudo o 
que se vê é rebatimento de luz emitida a partir de uma fonte e refletida em uma ou mais 
superfícies até o alcance dos olhos daquele que enxerga, percebe-se a importância da 
qualidade e quantidade de luz adequadas ao exercício da tatuagem. “E o que é 
qualificar o espaço por meio da luz? É estabelecer uma “boa luz”, muito diferente de 
apenas fornecer mais quantidade de iluminação.” (BARNABÉ, 2007, p.72). 
Quanto à segurança Grandjean (1998, p. 215) acrescenta: 
Em um relatório do “Safety Council dos EUA” os peritos avaliam que 5% de 
todos os acidentes de trabalho na indústria têm como causa direta a iluminação 
insuficiente e que o ambiente luminoso e a fadiga visual são participantes na 
origem de 20% de todos os acidentes. 
Portanto, elencando a qualidade do aspecto final da tatuagem e a segurança dos 
envolvidos no procedimento, no ramo em questão há implicações importantes a serem 
analisadas, que, por sua vez, aproximam muito este estudo à organização do ambiente 
de trabalho e posicionamento da direção da luz artificial ou natural utilizada. 
A primeira questão é a proximidade de algumas partes do corpo do profissional ao plano 
de trabalho. Através das imagens (Figura 29), percebe-se que a posição do tronco, da 
cabeça e da mão do tatuador, que segura a máquina de tatuagem, podem oferecer 
bloqueio à incidência de luz na região do corpo do cliente que está sendo trabalhada. 
 Figura 29 – Imagem do próprio autor tatuando, demonstrando a proximidade do rosto do tatuador à região 
de detalhe. 
 
Fonte: elaborado pelo autor. 
53 
 
 
A face do profissional nas imagens expostas dista cerca de 20 à 30 cm da superfície 
tatuada, muito semelhante ao exposto pelo documento “Manual

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