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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA ....................................................................................................................... 2 1.1 APRESENTAÇÃO DO CURSO E DO PROFESSOR .................................................................................. 2 1.2 TERMINOLOGIA ....................................................................................................................................... 2 1.3 CIÊNCIAS CRIMINAIS (DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL) ..................................... 2 A) DIREITO PENAL .......................................................................................................................................... 4 B) CRIMINOLOGIA .......................................................................................................................................... 4 C) POLÍTICA CRIMINAL ................................................................................................................................... 5 1.4 CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA: ............................................................................................................. 6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA 1.1 APRESENTAÇÃO DO CURSO E DO PROFESSOR Alô, você! Seja bem-vindo à matéria mais top do seu concurso – A Criminologia. Antes de mais nada, sou professor Diogo Medeiros, atualmente Delegado de Polícia do estado de Santa Catarina, já fui delegado, também, no estado de Minas Gerais. Me segue lá no @diogodbm para dicas, dúvidas ou se quiser trocar qualquer ideia comigo. Vamos dividir o material em oito pontos, se liga: • PONTO 1: Introdução à Criminologia: • PONTO 2: Evolução histórica da Criminologia; • PONTO 3: Vertentes Sociológicas • PONTO4: Teorias da pena; • PONTO 5: Prevenção do delito; • PONTO 6: Vitimologia; • PONTO 7: Movimentos de Política Criminal; • PONTO 8: Temas atuais da Criminologia. 1.2 TERMINOLOGIA Etimologicamente, a expressão criminologia decorre da derivação de dois termos: do latim crimen (crime/delito) + o grego logos (tratado/estudo). Portanto, trata do estudo/tratado do crime ou estudo da criminalidade. A expressão criminologia surge, ou seja, foi utilizada pela primeira vez por Paul Topinard (1883), mas difundida no cenário internacional por Raffaele Garofalo (1885 – livro Criminologia). CUIDADO: na prova, é importante lembrar do nome dos autores. Constantemente, relaciona-se o nome do autor com suas principais ideias teóricas ou, tão somente, o nome de sua teoria. 1.3 CIÊNCIAS CRIMINAIS (DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL) A criminologia é uma ciência e integra as ciências criminais. Fazem parte das ciências criminais três ramos do saber: o direito penal, a criminologia e a política criminal. Cai muito em prova as diferenças entre o direito penal, a criminologia e a política criminal. Vamos fazer um quadro para ilustrar, de forma pormenorizada, cada um dos elementos. Direito Penal Criminologia Política Criminal https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 É ciência autônoma. ➢ Ciência do dever-ser; ➢ Ciência normativa; ➢ Ciência axiológica/valorativa; É ciência autônoma. ➢ Ciência do ser; ➢ Ciência empírica; ➢ Ciência naturalística; NÃO É ciência. Está inserida no ramo das Ciências políticas (para a maioria da doutrina). Para saber o que é crime – análise jurídica. Subsunção (enquadramento) do tipo penal (norma penal incriminadora) ao fato da vida. A intervenção estatal tem por imperativo o princípio da legalidade/anterioridade. Olha para a realidade para explicar e compreender o crime/desvio, pretendendo transformá-lo. Reclama do investigador uma análise totalizadora do crime. Estuda as estratégias de prevenção criminal. Constitui a sistematização de estratégias, táticas e meios de controle da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto norma (lei). Ocupa-se do crime enquanto fato. Ocupa-se do crime enquanto valor. Método dedutivo. Método jurídico-dogmático; Método dedutivo-sistemático. Método indutivo. Método indutivo- empírico; Método causal- explicativo; Análise interdisciplinar. É a ponte eficaz entre a criminologia e o direito penal. Análise crítica (metajurídica) do direito posto, no sentido de ajustá-lo aos ideais jurídico-penais. Cunho operativo. Cunho opinativo. Cunho decisório. Momento normativo ou instrumental; Momento explicativo- empírico; Momento decisional ou programacional; Exemplo: É crime a prática do tráfico de drogas – art. 33 da Lei 11.343/06; Exemplo: Quais fatores contribuem para o tráfico de drogas? Razões biológicas? Pobreza? Meio social? Inadaptação dos meios institucionais e necessidade de atingimento de metas sociais? Ânsia por lucro a todo custo? Exemplo: Estuda como diminuir o tráfico de drogas – promulgação de leis incriminadoras, descriminalização das drogas, políticas públicas (iluminação, instalação de câmeras) ou até mesmo https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 tratamento de saúde nos usuários de drogas. A Criminologia e o Direito Penal são disciplinas autônomas e interdependentes e possuem o mesmo objetivo, com métodos diversos. A Criminologia, na atualidade, erige-se em estudos críticos do próprio Direito Penal, o que evita qualquer ideia de subordinação de uma ciência em cotejo com a outra. a) Direito Penal No direito penal, o método é dedutivo: interpretação das leis e a subsunção do fato da vida às leis incriminadoras. Os juristas partem de hipóteses postas pelo Estado (leis) para deduzirem consequências → fato que se enquadra ou não na lei penal. Caso não se enquadre, é um indiferente penal. O direito penal se limita apenas à construção normativa para o ajuste típico, fundamento do princípio da legalidade e anterioridade. O direito penal tem um método jurídico-dogmático e seu proceder é dedutivo sistemático. Tem natureza formal e normativa. Ele isola um fragmento parcial da realidade, com critérios axiológicos, ou seja, valorativos. Resumindo, o direito penal interpreta a norma e aplica ao caso concreto a partir de seu sistema. b) Criminologia A criminologia é ciência factual e não normativa. Não é uma ciência exata. A informação subministrada pela Criminologia não pode ser encarada como definitiva ou absolutamente verdadeira, mas apenas uma probabilidade baseada em informações confiáveis. Os criminólogos, por sua vez, partem de dados para induzirem correspondentes conclusões. Segundo Shecaira, antes de explicar o fenômeno do crime, a criminologia procura conhecê-lo. A criminologia pretende conhecer a realidade para explicá-la, enquanto o direito penal valora, ordena e orienta a realidade com o apoio de uma série de critérios axiológicos. A criminologia aproxima-se do fenômeno delitivo sem prejuízos, sem mediações, procurando obter uma informação direta desse fenômeno. O direito penal procura reconhecer a realidade criminal, de forma fragmentária e seletiva, observando a realidade sob o prisma do modelo típico. A criminologia reclama do investigador uma análise totalizadora do delito, sem mediações formais ou valorativas que limitem o seu diagnóstico. CAI MUITO EM PROVA: O crime é um fenômeno/problema individual e social. OBS.: PEGADINHAS DE PROVA. A CRIMINOLOGIA NÃO É: ➢ NÃO É CIÊNCIA NORMATIVA (é EMPÍRICA) https://www.alfaconcursos.com.br/ https://d.docs.live.net/3b8d78a2cb642bef/%C3%81rea%20de%20Trabalho/MATERIAIS%20DE%20AULA/Aulas%20criminologia/CRIMINOLOGIA%20ALFACON/BLOCO%201%20-%20APRESENTA%C3%87%C3%83O%20DO%20CURSO%20E%20CONCEITO%20DE%20CRIMINOLOGIA.docx#_ftnref2 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 ➢ NÃO É CIÊNCIA LÓGICA; (é CONCRETA,MUNDO REAL) ➢ NÃO É CIENCIA ABSTRATA/METAFÍSICA/TEORÉTICA; (SEUS OBETOS SÃO VERIFICÁVEIS NO MUNDO REAL) ➢ NÃO É CIENCIA DEDUTIVA; (é INDUTIVA) ➢ NÃO É CIENCIA EXATA; (é HUMANA/SOCIAL) ➢ NÃO É CIÊNCIA AUXILIAR OU CONDICIONANTE E MOLDURA DO DIREITO PENAL; (é AUTÔNOMA) c) Política Criminal A política criminal, enquanto disciplina que oferece aos poderes públicos as opções científicas concretas mais adequadas para o controle do crime, é a ponte eficaz entre o direito penal. Na inter-relação entre o direito penal, a política criminal e a criminologia, compete à POLÍTICA CRIMINAL facilitar a recepção das investigações empíricas e a sua transformação em preceitos normativos, incumbindo-se de converter a experiência criminológica em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias. Para finalizar, olha essa questão CESPE para a PC-MA, Delegado, 2018: 1. João nutria grande desejo por sua colega de turma, Estela, mas não era correspondido. Esse desejo transformou-se em ódio e fez que João planejasse o estupro e o homicídio da colega. Para isso, ele passou a observar a rotina de Estela, que trabalhava durante o dia e estudava com João à noite. Determinado dia, após a aula, em uma rua escura no caminho de Estela para casa, João realizou seus intentos criminosos, certo de que ficaria impune, mas acabou sendo descoberto e preso. Com relação à situação hipotética descrita no texto e às funções da criminologia, da política criminal e do direito penal, assinale a opção correta. a) O direito penal tem a função de analisar a forma como o crime foi cometido, bem como estudar os meios que devem ser adotados com relação à pena e à ressocialização de João. b) O direito penal é o responsável pelo diagnóstico do fenômeno dos crimes cometidos contra as mulheres. c) A criminologia deverá analisar a conduta de João, subsidiando o juiz quanto ao arbitramento da pena. d) A política criminal tem a função de propor medidas para a redução das condições que facilitaram o cometimento do crime por João, como a urbanização e a iluminação de ruas. e) A criminologia deverá indicar os trajetos que precisam de rondas policiais ou os locais para se instalarem postos policiais. Gabarito: D https://www.alfaconcursos.com.br/ https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/pc-ma alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 1.4 CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA: É fundamental compreender qual foi o marco científico da criminologia, ou seja, em qual momento histórico começou a se tratar a criminologia como ciência própria. A doutrina majoritária entende que o marco científico se deu com o médico italiano Cesare Lombroso, principalmente com a edição da sua obra “O homem delinquente”, em 1876, final do século XIX. E por que Lombroso inaugura o saber científico? Porque começa a utilizar de métodos e objetos próprios, separados da ciência do direito penal. Baseando-se nos métodos empírico (ex.: análise laboratorial) e indutivo (partindo de casos específicos para um exame geral). Veremos adiante que Lombroso – pai da criminologia - compõe a etapa positiva da criminologia. Mas cuidado: alguns doutrinadores – de forma minoritária – entendem que a criminologia, como ciência, se desenvolve em um período anterior, com o filósofo Cesare Beccaria, na obra “Dos delitos e das penas” (1764). Veremos adiante que Beccaria compõe a escola clássica da criminologia, etapa pré-científica da criminologia. Essa doutrina é minoritária. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA ....................................................................................................................... 2 1.3 MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA ................................................................................................................. 2 A) CRIMINOLOGIA E MÉTODO EMPÍRICO ...................................................................................................... 2 B) CRIMINOLOGIA E MÉTODO INTERDISCIPLINAR ........................................................................................ 2 C) CRIMINOLOGIA E MÉTODO INDUTIVO ...................................................................................................... 2 1.4 OBJETOS DA CRIMINOLOGIA ................................................................................................................... 3 A) CRIME (DELITO) ................................................................................................................................. 3 B) CRIMINOSO/DELINQUENTE ............................................................................................................... 5 C) VÍTIMA ............................................................................................................................................... 5 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA 1.3 MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA Metodologia é uma análise sistemática dos procedimentos, hipóteses e meios de explicação com o que nos deparamos em uma investigação empírica. A criminologia é uma ciência que se vale de três métodos: empírico, indutivo e interdisciplinar. a) Criminologia e método empírico É uma ciência empírica – Desenvolve-se através de análise e observação da realidade. Exemplo: Há uma grande incidência do crime de estupro em determinado local. O criminólogo vai até o local verifica fatores sociais, culturais, psicológicos do autor e da vítima para entender o problema. Atenção: método empírico nem sempre será necessariamente experimental. b) Criminologia e método interdisciplinar É uma ciência interdisciplinar – diversos ramos do saber vão se dialogar para enfrentar os problemas da criminologia. Utiliza-se da sociologia, biologia, antropologia, medicina, psicologia, estatística e até mesmo a arquitetura. Atenção: a criminologia é interdisciplinar, e não multidisciplinar. (na multidisciplinariedade os ramos do saber são autônomos e não se interconectam ou dialogam). Portanto, a interdisciplinaridade apresenta maior grau de influxo (conexão/diálogo) entre as outras ciências e a multidisciplinariedade menor grau de conexão. OBS.: Falar que a Criminologia utiliza de diversos ramos do saber não significa dizer que ela não tem um conhecimento próprio, pois cria seu conhecimento científico com a contribuição dessas diversas áreas. c) Criminologia e método indutivo A criminologia se vale do método indutivo: análise de casos particulares – mundo dos fatos – para chegar a uma análise geral. O criminólogo parte de dados (verificáveis no mundo real, por isso, uma ciência do ser, para se chegar a um problema). O direito penal parte de análise geral (conhecimento/estudo da norma posta) para depois ir ao particular (verificar que, em um fato da vida, um indivíduo praticou uma conduta que se amolda a um tipo legal previsto em norma penal incriminadora, por exemplo), utilizando-se, portanto, do método dedutivo. A criminologia analisa dados e induz as correspondentes conclusões, porém suas hipóteses se verificam – e se reforçam – sempre por força dos fatos que prevalecem sobre os argumentos puramente subjetivos. Lembrando que o direito penal se utiliza dos métodos jurídico, dedutivo e sistemático. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Olha uma questão da banca VUNESPE sobre o tema, considerada correta: a CRIMINOLOGIA é uma ciência do ser, empírica e experimental, que se utiliza de métodos biológicos e sociológicos. 1.4 OBJETOS DA CRIMINOLOGIA A MODERNA criminologia se vale de quatro objetos: ➢ Crime; ➢ Criminoso; ➢ Vítima; ➢ Controle social; Atenção: na etapa pré-científica da criminologia (Século XVIII), por intermédio da escola clássica, e na etapa científica da criminologia (século XIX e XX),por intermédio da escola positiva, havia a preocupação do estudo apenas do crime e do criminoso. Com o giro sociológico (estudo da sociologia criminal) nos meados do século XX, começou a se estudar também a vítima e controle social. Portanto, os objetos vítima e controle social são relativamente novos, permeiam sua existência pós-século XX. A) CRIME (DELITO) Para a criminologia, crime tem algumas características e que nada tem a ver com crime do direito penal (ideia de ciência autônoma). Para o direito penal, sob aspecto analítico, crime é fato típico, ilícito e culpável. Sob o aspecto formal, é a contradição entre o fato e a norma penal incriminadora. No aspecto material, crime é a lesão ou perigo de lesão bem jurídico protegido. No entanto, para a criminologia, todo o crime deve ter: incidência massiva, incidência aflitiva, persistência espaço-temporal e consciência sobre sua etiologia e técnicas para intervenção eficaz. Vejamos cada um desses elementos do crime para a criminologia: ➢ Incidência massiva (o crime deve acontecer frequentemente na sociedade – reiteração do fato); O exemplo clássico da doutrina (Salomão Shecaira) de crime sem incidência massiva, é a conduta de molestar cetáceo, algo que não ocorre com frequência no País (art. 1° da Lei 7.643.87). ➢ Incidência aflitiva (o crime causa dor, medo, temor, repulsa na sociedade, relevância social); O exemplo clássico da doutrina é a falta de consenso sobre a lesividade do crime de utilização da expressão couro sintético para denominar produtos que não sejam couro de fato, vindo do animal (Lei 4.888/65); https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 ➢ Persistência espaço temporal (a conduta deve distribuir-se por todo o território nacional ao longo de um certo tempo); ➢ Inequívoco consenso a respeito de sua etiologia e técnicas para intervenção mais eficazes para seu combate ou Consciência geral sobre a sua negatividade. É a consciência da sociedade que aquele fato deva ser criminalizado. O exemplo citado por Shecaira é o uso do álcool. Verifica-se que o uso indiscriminado do álcool possui consequências danosas à sociedade: há uma incidência massiva, aflitiva e persistência espaço-temporal. Todavia, será que hoje em dia alguém defenderia a criminalização do uso ou contrabando de álcool? Portanto, a solução do problema do álcool não gira em torno da criminalização para a maioria, de tal forma que não há consenso que a técnica de criminalizar seria a mais adequada para combater o seu mal. CRIME (DIREITO PENAL) CRIME (CRIMINOLOGIA) Tem conceitos diferentes nas perspectivas: ➢ Conceito formal: Contradição entre o fato e a normal penal incriminadora ➢ Conceito analítico: Crime é fato típico, ilícito e culpável. ➢ Conceito material: Crime é lesão ou perigo de lesão a bem jurídico. Crime precisa ter os seguintes elementos: ➢ Incidência massiva; ➢ Incidência aflitiva; ➢ Persistência espaço-temporal; ➢ Inequívoco consenso a respeito de sua etiologia e técnicas para intervenção mais eficazes para seu combate ou Consciência geral sobre a sua negatividade. OBS.: alguns fatos que são penalmente irrelevantes para o direito penal são objetos de preocupação da criminologia. Ex.: suicídio e prostituição. Portanto, o crime tem um objeto muito maior na criminologia do que o direito penal. O crime para as escolas/teorias penais ou escolas/teorias criminológicas apresenta diferentes perspectivas: • Para a escola clássica (etapa pré-científica da criminologia) o crime é um ente jurídico – violação de uma norma (norma do direito natural) (expressão de Francesco Carrara). • Para a escola positiva (etapa científica da criminologia) o crime é algo natural. Nessa escola, há uma preocupação com o criminoso (ser atrasado biologicamente). Garófalo trouxe o conceito natural de crime: conduta que viola os sentimentos de probidade e piedade da sociedade. • Nas teorias sociológicas do consenso, o crime acontece pela desorganização social, perda das raízes, fluxo migratório. Cidades se estruturam de forma desorganizada. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 • Na teoria do etiquetamento (teoria sociológica do conflito): o crime não existe na essência (ontologicamente), é fruto de uma vontade humana. • Na teoria crítica (teoria sociológica do conflito): A criminalização é monopólio dos detentores do pode e que se destina à dominação das classes economicamente desfavorecidas. • Atualmente, não há como verificar uma causa para o crime. Portanto, é um fenômeno multifatorial, real e dinâmico. É um problema individual e social. B) CRIMINOSO/DELINQUENTE A depender da escola criminal, o criminoso apresenta algumas características: ➢ Para a escola clássica, criminoso é um pecador que optou mal. O criminoso para a escola clássica tem livre arbítrio. Optou pelo mal quando podia optar pelo bem e violou o contrato social. Há um indeterminismo, não há nenhuma causa que leva o indivíduo a praticar o crime. ➢ Para a escola positiva (etapa científica da criminologia), criminoso é um ser atávico, um ser biologicamente atrasado. Há um determinismo (causa para o crime), ou seja, de razão genética – biológica - para a prática do crime ou de processos causais alheios. ➢ Para a escola correcionalista, criminoso é um ser débil, inferior. Portanto, merece proteção do Estado, o qual tem função paternalista e possui funções de proteção e orientação. ➢ Para as escolas sociológicas do consenso, há a preocupação inédita com o controle social e com a vítima. O estudo do criminoso é deixado em segundo plano, mas não é esquecido. Cuidado nas provas. ➢ Na teoria do etiquetamento (teoria sociológica do conflito): o criminoso é um indivíduo que foi rotulado pela sociedade como tal e, em razão disso, mergulha no papel social que lhe foi proposto e tende a praticar novos crimes. ➢ Na teoria crítica (teoria sociológica do conflito) – o criminoso é vítima das estruturas econômicas de dominação. ➢ Atualmente, o “criminoso” é examinado como uma unidade biopsicossocial (determinantes biológicos, psicológicos e sociais). Para Schecaira, o criminoso é um ser histórico, real, complexo e enigmático. C) VÍTIMA É importante verificar inicialmente as etapas históricas que se desenvolveu o estudo da vítima: https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 ➢ 1° FASE DO PROTAGONISMO/IDADE DE OURO: Surge na antiguidade até o fim da alta idade média. O crime era um problema particular, resolvido pela vítima. Vingança era privada. Lei de talião: olho por olho, dente por dente. Não havia participação do estado. ➢ 2° FASE DA NEUTRALIZAÇÃO/ ESQUECIMENTO: O Estado se apropria do conflito, assumindo o direito de punir. Inicia-se na baixa idade média, com a Inquisição. A vítima é esquecida. O Código de Processo Penal originário, de 1941, só tinha um artigo para a vítima. ➢ 3° FASE DO REDESCOBRIMENTO/FASE DA REVALORIZAÇÃO: O marco histórico é o pós-segunda guerra mundial. Depois de 1945. Exemplo: Lei 9.099/95 – O instituto da composição civil dos danos é exemplo de redescobrimento da vítima. Outro exemplo é a Lei Maria da penha 11.340/06, que traz mecanismos de proteção à vítima de violência doméstica e familiar contra a mulher. A Lei 9.807/99 protege vítimas e testemunhas ameaçadas. A criminologia tradicional/positiva desconsiderou o estudo da vítima por considerá-la mero objeto neutro e passivo, tendo polarizado em torno do delinquente as investigações sobre o delito, sua etiologia e prevenção. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA ....................................................................................................................... 2 D) CONTROLE SOCIAL ................................................................................................................................2 1.5 FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA .................................................................................................................. 3 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO A CRIMINOLOGIA D) CONTROLE SOCIAL É estudado na sociologia criminal, principalmente na obra “Controle Social”, de Edward A. Ross (1866-1951). O termo designa a capacidade de uma sociedade de se autorregular socialmente. Conceito de Controle Social (Schecaira): é o conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos e às normas comunitárias. A sociedade possui instrumentos, mecanismos e processos por meio dos quais é possível superar os inevitáveis conflitos decorrentes da convivência social e, com isso, alcançar o comportamento conforme. O controle é múltiplo, exercido por várias agências. O controle social é dividido em duas espécies: Controle social formal/controle regulativo: Controle social informal: Exercido pelo estado: polícia, ministério público, judiciário, administração penitenciária. Exercido por mecanismos da sociedade não estatais: Família, igreja, escola, vizinhança, conselhos de comunidade, associação de moradores. Atua, via de regra, quando há a falha do controle social informal. Existe de forma contínua, a todo momento. Decorre do processo de socialização do indivíduo. Atua de forma coercitiva, estabelecendo, por exemplo, sanções criminais, sanções administrativas (multa). As estratégias são premiações, sanções sociais. Tem menor efetividade, se comparado ao controle social informal. Tem maior efetividade, pois é contínuo/difuso. O controle social informal acompanha o indivíduo desde sua infância até sua vida adulta e transmite, por meio de um processo de socialização, valores morais e éticos sobre determinadas ações, conduzindo-o a um conformismo. Para cada uma dessas normas sociais, há uma sanção: palmada, reprovação, olhar de censura, reclamação. O controle social informal pode constituir excelente barreira à prevenção do comportamento desviante, seja porque atua, em regra, de modo preventivo, seja porque é capaz de impactar sobre a estruturação do controle interno do indivíduo, daí ser extraordinário o papel que podem desempenhar no controle da criminalidade a família, a escola, a educação, por exemplo. É normal que ocorra um controle social meramente situacional, no sentido de prevenir crimes. Ex.: iluminação pública. Conforme se perdem os laços comunitários, fica comprometida a naturalidade e as forças das instâncias de controle social informal. Quando as instâncias informais de controle social falham ou são ausentes, entram em ação as agências de controles formais impondo sanções qualitativamente distintas das reprovações do controle informal, atuam, via de regra, de maneira coercitiva. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 A efetividade do controle social formal é muito menor do que a do informal. A polícia comunitária resulta da articulação entre essas duas esferas. Shecaira traz um alerta que costuma cair em prova: a eficaz prevenção do crime não depende tanto da maior efetividade do controle formal, senão da melhor integração ou sincronização do controle social formal e informal. A efetividade do controle social formal é relativa, a doutrina costuma citar a célebre frase de Jeffery: “Mais leis, mais penas, mais policiais, mais juízes, mais prisões significam mais presos, porém, não necessariamente, menos delitos”. Quando estudarmos a teoria do labelling approach/etiquetamento/rotulação perceberemos uma ênfase crítica no controle social formal, apresentando-se seletivo, discriminatório, além de estigmatizante, desencadeando desviações secundárias e carreiras criminais. 1.5 FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA A criminologia tem as seguintes funções: ➢ Explicar o crime – etiologia do crime; ➢ Prevenir o crime; ➢ Intervir na pessoa do infrator; ➢ Avaliar as diferentes formas de resposta ao crime. Vejamos cada uma delas: Explicar o crime (etiologia do crime): análise diagnóstica do problema criminal por saberes interdisciplinares – sociologia, psicologia, arquitetura, medicina, biologia entre outras. Atenção: Etiologia (buscar as causas e origem de um certo fenômeno) é diferente de etimologia (origem, significado das palavras). Prevenir/controlar o crime: Reduzir o crime e a criminalidade. Vejamos as etapas de prevenção: primária, secundária e terciária. PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA Atua nas raízes do problema. Medidas indiretas de prevenção Atua onde ocorre o crime. Prevenção situacional. Tem um destinatário específico: o preso/detento. Destina-se a ressocialização. Atua antes que o crime aconteça. Em médio e longo prazo. Atua no momento que o crime está acontecendo. O crime já ocorreu. Atua no âmbito penitenciário. Destina-se a todos os cidadãos. Atuam seletivamente: onde o crime acontece ou acabou Destina-se ao preso, pessoa reclusa, quem https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Principalmente àqueles que mais precisam de direitos sociais: trabalho, educação, assistência social, moradia. de acontecer. Atuam nas chamadas zonas quentes de criminalidade sofreu uma sanção pelo Estado. Instrumentaliza-se por políticas sociais – art. 6° da Constituição Federal. São exemplos: - Instalação de câmeras de segurança; - operações policiais; - Iluminação pública; - políticas legislativas; Instrumentos de ressocialização: Exemplo: trabalho no presidio ou fora dele, liberdade assistida (já foi questão de prova), A finalidade é neutralizar as causas do crime e da criminalidade. A finalidade é trazer um efeito dissuasório indireto: desvantagens ao cometimento do crime. Ideia de que o “crime não compensa”. A finalidade é evitar a reincidência. Intervir na pessoa do infrator: De acordo com a doutrina, a função de intervir na pessoa do infrator possui três metas. Vejamos: a) Impacto real da pena em quem a cumpre e os seus efeitos; b) Desenhar e avaliar programas de reinserção. Não de forma individualizada, mas de forma funcional; c) Fazer a sociedade perceber que o crime é um problema de todos. Trata o crime como um problema social. Avaliar as diferentes formas de resposta ao crime: Há três modelos de reação ao crime, segundo a doutrina. Atualmente, também podemos falar no modelo consensual ou negocial. I. Modelo clássico, dissuasório ou retributivo: Fundamenta-se na punição do criminoso. A pena possui caráter retributivo, existe para reparar o mal causado pelo criminoso. A vítima e a sociedade não participam do conflito. Os protagonistas: Estado x réu. O modelo dissuasório clássico reconhece o efeito da intimidação ao crime pela pena, pela perfeita perseguição penal dos órgãos responsáveis e pela eficaz aplicação da lei, o que inibe a atuação desviante do indivíduo. II. Modelo ressocializador: Fundamenta-se na reinserção social do delinquente. O protagonista é a sociedade. III. Modelo restaurador, integrador ou de Justiça Restaurativa: Fundamenta-se na reparação do dano à vítima, a qual exerce um papel central. A Lei 9.099/95 é um exemplo de Justiça Restaurativa. Protagonista é a vítima IV. Modelo consensual/negocial: Fundamenta-se na negociação entre Estado e criminoso. Atualmente, é aplicada no direito processual penal com o instituto do acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP) ou até mesmo pelo instituto da delação premiada. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Olha a questão da VUNESP, considerada correta: Uma das finalidades da Criminologia, no seu atual estágio de desenvolvimento, é questionar a própria existência de alguns tipos decrimes. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA ....................................................................................................................... 2 1.6 CONCEITO DE CRIMINOLOGIA ................................................................................................................. 2 1.7 SISTEMAS DA CRIMINOLOGIA ................................................................................................................. 2 1.8 TIPOLOGIAS DA CRIMINOLOGIA .............................................................................................................. 3 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA 1.6 CONCEITO DE CRIMINOLOGIA Garófalo definiu a criminologia como a ciência do delito. Afrânio Peixoto define como ciência que estuda o crime e o criminoso, isto é a criminalidade. Depois de analisadas as premissas iniciais, vamos ao conceito de criminologia, segundo Antônio Garcia-Pablos de Molina: “A criminologia é ciência empírica e interdisciplinar (métodos da criminologia), que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social (objetos da criminologia) do comportamento delitivo e que trata de subministrar uma informação válida (cunho opinativo da criminologia), contrastada sob a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime – contemplando este como problema individual e como problema social (entendimento do crime atualmente) – assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito (funções)”. A criminologia moderna ocupa-se com a pesquisa científica do fenômeno criminal — suas causas, características, sua prevenção e o controle de sua incidência —sendo uma ciência causal-explicativa do delito como fenômeno social e individual. 1.7 SISTEMAS DA CRIMINOLOGIA As seguintes disciplinas integram a criminologia: ➢ Fenomenologia criminal: análise das formas de surgimento da criminalidade; ➢ Etiologia criminal: Procura estabelecer as causas do crime e da criminalidade. É sinônimo de criminogênese. ➢ Biologia criminal: compreende o crime como produto da personalidade de seu autor; ➢ Geografia criminal: estudo da criminalidade das diferentes regiões geográficas; ➢ Ecologia criminal: influência dos lugares de acordo com a criminalidade OBS.: A criminologia não se confunde com criminalística, esta aplica métodos e técnicas de investigação do fato. Ex.: estudo da balística terminal – verificar se um disparo de arma de fogo se deu por um tiro de longa ou curta distância. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 1.8 TIPOLOGIAS DA CRIMINOLOGIA ➢ Criminologia científica: é uma investigação e se manifesta em ensaios, pesquisas e projetos e raramente em manuais, porquanto não se organiza para fins didáticos; ➢ Criminologia aplicada: é o resultado da criminologia científica com a criação de propostas para a política criminal. ➢ Criminologia acadêmica: é a didática. Dirigida aos estudiosos, faculdades, seminários etc. ➢ Criminologia analítica: Tem por finalidade verificar se a criminologia e política criminal cumprem com seu objetivo. ➢ Criminologia clínica: Refere-se ao estudo do crime de forma individualizada. A criminologia geral, por sua vez, consiste na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no âmbito das ciências criminais acerca do crime, criminoso, vítima, controle social e criminalidade. OBS.: A criminologia clínica também é conhecida por microcriminologia: estuda a pessoa do criminoso, em busca de ressocialização. Diferencia-se da criminologia sociológica ou macrocriminologia, que se limita ao estudo sociológico do crime. Obs.: Para Molina, temos métodos e técnicas de investigação da Criminologia ➢ Quantitativa: Estatística (método por excelência), questionário, métodos de medição. Explicam a etiologia, a criminogênese. Por si só são insuficientes. ➢ Qualitativa: ex.: Observação participante e a entrevista. Permite compreender as chaves profundas de um problema. ➢ Transversais: utiliza-se de uma metodologia única do fenômeno examinado. Exemplo: somente estudos estatísticos para analisar um tipo de crime. ➢ Longitudinal: tomam várias medições, em diferentes momentos temporais. É totalizadora. Exemplo: biografias criminais, os estudos sobre carreiras criminais. https://www.alfaconcursos.com.br/ MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA 2 MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA - INTRODUÇÃO E CIÊNCIAS OCULTAS (NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA). 1. VUNESP – 2014 – PC/SP – DELEGADO DE POLÍCIA. Um dos primeiros autores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin Mendelsohn, que levou em conta a participação das vítimas no delito. Segundo esse autor, as vítimas classifi- cam-se em __________; vítimas menos culpadas que os criminosos; __________; vítimas mais culpadas que os criminosos e __________. vítimas inocentes … vítimas inimputáveis … vítimas culpadas vítimas primárias … vítimas secundárias … vítimas terciárias vítimas ideais … vítimas tão culpadas quanto os criminosos … vítimas como únicas culpadas vítimas tão participativas quanto os criminosos … vítimas passivas … vítimas colaborativas quanto aos criminosos vítimas passivas em relação ao criminoso … vítimas prestativas … vítimas ativas em relação aos criminosos. 2. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA. A prevenção terciária da infração penal, no Estado Democrático de Direito, está relacionada ao controle dos meios de comunicação. aos programas policiais de prevenção. à ordenação urbana. à população carcerária. ao surgimento de conflito. 3. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA. O Positivismo Criminológico, com a Scuola Positiva italiana, foi encabeçado por a) Lombroso, Garofolo e Ferri b) Luchini, Ferri e Del Vecchio c) Dupuy, Ferri e Vidal. d) Lombroso, Dupuy e Garofolo. e) Baratta, Adolphe e Vidal. - Introdução e cIêncIas ocultas (nascImento da crImInologIa). 3 4. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA O comportamento abusivo, praticado com gestos, palavras e atos que, praticados de forma reiterada, levam á debilidade física ou psíquica de uma pessoa a) define reação ao crime. b) define assédio moral. c) é um mecanismo intimidatóno, mas não criminoso. d) é a despersonalização do eu, que aflige grande número de detentos. e) define efetividade do impacto dissuasório . 5. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA Constituem objeto de estudo da Criminologia: a) o delinquente, a vítima, o controle social e o empirismo. b) o delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social c) o delito, o delinquente, a vitima e o controle social. d) o delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade. e) o delito, o delinquente, a vítima e o método. 6. CESPE/CEBRASPE – 2021- DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. Os objetos da criminologia são o delinquente, a vítima, o controle social e a justiça criminal. Certo ( ) Errado ( ) 7. CESPE/CEBRASPE – 2021 – DELEGADO DE POLÍCIA. No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. Prevenção primária consiste na implementação de medidas sociais indiretas de prevenção para evitar que fatores exógenos sirvam como estímulo à prática delituosa. Certo ( ) Errado ( ) 8. CESPE/CEBRASPE – 2021 – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. A polícia, o Poder Judiciário e o sistema penitenciário exercem o controle social formal. Certo ( ) Errado ( ) 9. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgueo item seguinte. A criminologia é uma ciência dogmática que se preocupa com o ser e o dever ser e parte do fato para analisar suas causas e buscar definir parâmetros de coerção punitiva e preventiva. Certo ( ) Errado ( ) 4 10. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue o item seguinte. Na inter-relação entre o direito penal, a política criminal e a criminologia, compete a esta faci- litar a recepção das investigações empíricas e a sua transformação em preceitos normativos, incumbindo-se de converter a experiência criminológica em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias. Certo ( ) Errado ( ) 11. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA. Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue os itens seguintes. A pesquisa crimi- nológica científica visa evitar o emprego da intuição ou de subjetivismos no que se refere ao ilícito criminal, haja vista sua função de apresentar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito. Certo ( ) Errado ( ) 12. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA. Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue os itens a seguir, relativos a teorias sociológicas em criminologia. Na perspectiva macrossociológica, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: a das teorias de consenso e a das teorias de conflito. Certo ( ) Errado ( ) 13. CESPE/CEBRASPE – 2018 – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL. No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. Medidas indiretas de prevenção delitiva visam atacar as causas do crime: cessada a causa, cessam seus efeitos. Certo ( ) Errado ( ) CESPE/CEBRASPE – 2018 – DELEGADO DE POLÍCA No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A alteração dos espaços físicos e urbanos, como, por exemplo, a elaboração de novos dese- nhos arquitetônicos e o aumento da iluminação pública, pode ser considerada uma forma de prevenção delituosa. Certo ( ) Errado ( ) - Introdução e cIêncIas ocultas (nascImento da crImInologIa). 5 14. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A prevenção terciária da infração penal consiste em medidas de longo prazo, como a garantia de educação, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de qualidade de vida, enquanto a prevenção primária é voltada à pessoa reclusa e visa à sua recuperação e reintegração social. Certo ( ) Errado ( ) 15. VUNESP – 2018 – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL. O objeto de estudo da Criminologia que mais traduz a função exercida pela polícia judiciária é: a) A vítima. b) O criminoso c) O autor do fato. d) O crime. e) O controle social. 16. FCC – 2018 – DPE/RS – DEFENSOR PÚBLICO. A legislação penal brasileira considera típico o ato de pichação (art. 65 da Lei n° 9.605/98 e Lei n° 12.408/11). Contudo, tal comportamento humano é percebido de formas diversas na sociedade, podendo também ser interpretado como arte de rua. Nesse sentido, tal interferência na paisagem urbana pode ser compreendida a partir de uma criminologia a) iluminista, que afirma o delito como desvio não aceito pelo Rei, que na atualidade é representado pelo Estado. b) fenomenal, que desdobra a história do direito penal e o relaciona às tendências pu- nitivistas contemporâneas. c) biológica, que condiciona o conhecimento do ilícito e a capacidade de autodetermi- nação do agente à evolução da espécie humana. d) defensivista, que pretende justificar a criminalização do comportamento ilícito na proteção dos bens coletivos. cultural, que introduz a estética e a dinâmica da vida cotidiana do século XXI na investigação criminológica. 17. VUNESP – PC/SP - 2018 – PAPILOSCOPISTA POLICIAL Segundo a doutrina dominante, Criminologia é uma ciência que se serve do método a) lógico abstrato. b) dogmático. c) normativo. d) empírico. 6 e) dedutivo. 18. VUNESP – 2018 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA POLICIAL A polícia, o ministério público, o poder judiciário e o sistema penitenciário são instituições encarregadas de exercer o controle social a) primário. b) formal. c) informal. d) terciário. e) secundário. 19. CESPE/CEBRASPE – 2013 - DPF – POLÍCIA FEDERAL Na questão, assinale a alternativa contendo a informação que preenche corretamente a lacuna. A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito. a) sobrevitimização b) vitimização primária c) vitimização secundária d) vitimização terciária e) heterovitimização GABARITO 1. C 2. D 3. A 4. B 5. C 6. Errado 7. Certo 8. Certo 9. Errado 10. Errado 11. Certo 12. Errado 13. Certo 14. Certo 15. Errado 16. E 17. E 18. D 19. B 20. E QUESTÕES COMENTADAS Modelos teóricos da criminologia - Introdução e ciências ocultas (nascimento da criminologia). 1. VUNESP – 2014 – PC/SP – DELEGADO DE POLÍCIA. Um dos primeiros autores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin Mendelsohn, que levou em conta a participação das vítimas no delito. Segundo esse autor, as vítimas classifi- cam-se em __________; vítimas menos culpadas que os criminosos; __________; vítimas mais culpadas que os criminosos e __________. questões comentadas 7 a) vítimas inocentes … vítimas inimputáveis … vítimas culpadas b) vítimas primárias … vítimas secundárias … vítimas terciárias c) vítimas ideais … vítimas tão culpadas quanto os criminosos … vítimas como únicas culpadas d) vítimas tão participativas quanto os criminosos … vítimas passivas … vítimas colabo- rativas quanto aos criminosos e) vítimas passivas em relação ao criminoso … vítimas prestativas … vítimas ativas em relação aos criminosos. GABARITO: C. No final da década de 40 e início da década de 50 do século passado, o vitimólogo Benjamin Mendelsohn realizou estudos de classificação das vítimas que tem por base a correlação entre a culpabilidade da própria vítima e a do infrator. A tipologia da vítima sustentada por Mendelsohn leva em conta a culpabilidade do agressor e a do ofendido. Com efeito, quanto maior culpabilidade de um, menor é a culpabilidade do outro. De acordo com esses estudos, as vítimas podem ser classificadas basicamente em três gran- des grupos: 1 – Primeiro grupo: vítima inocente (“vítima ideal”), que não participa de nenhuma forma no delito que a lesiona; 2 – Segundo grupo: vítima tão culpada quanto os criminosos. Nesse grupo, a vítima concorre para a ação delitiva e existe uma culpa- bilidade recíproca. 3 – Terceiro grupo: vítima como única culpada. Nesse grupo, são as vítimas que cometem a ação nociva e o agente aparente da lesão não pode ser culpado, devendo ser excluído de toda penalização. Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho (2012, p. 68), uma primeira classificação impor- tante das vítimas é atribuída a Benjamim Mendelsohn, que leva em conta a participação ou provocação da vítima: a) vítimas ideais: completamente inocente; b) vítimas menos culpadas que os criminosos: ex ignorantia; c) vítimas tão culpadas quantos os criminosos: dupla suicida, aborto consentido, eutanásia; d) vítimas mais culpadas que os criminosos: vítimas por provocação que dão causa ao delito; e) vítimas como únicas culpadas: vítimas agressoras, simuladas e imaginárias. 2. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA. A prevenção terciária da infração penal, no EstadoDemocrático de Direito, está relacionada a) ao controle dos meios de comunicação. b) aos programas policiais de prevenção. c) à ordenação urbana. d) à população carcerária. e) ao surgimento de conflito. GABARITO: D. 8 Primária: provém de esducação, segurança, bem estar social e quaisquer estruturas bá- sicas dentro de uma sociedade. Secundária: provém de zoneamento em áreas mais afetadas pela criminalidade, da qual o governo concentra seu poder de combate à essa região. Terciária: Voltada ao preso, para que não torne um reincidente. São formas de prevenção: Prevenção primária: ataca a raiz do problema (educação, emprego, moradia, segurança, etc). Estado tem que implantar os direitos sociais, que são medidas de médio e longo prazo. Prevenção secundária: voltado a setores da sociedade que podem padecer dos problemas da criminalidade. São medidas de curto e médio prazo. Ligada à ação policial e controle das comunicações. Prevenção terciária: voltada ao recluso: tem dois objetivos: ¹Recuperação; ²Evitar re- incidência. São medidas socioeducativas, como trabalho e prestação de serviços a comunidade. Nestor S. Penteado Filho, Manual de Criminologia, 2ªed, 2011. É importante observar que há uma diferença bem clara entre segurança, ligada à prevenção primária; e a ação policial da prevenção secundária. A primeira é mais ampla, englobando todo conjunto de ações que se desenvolvem para o controle da criminalidade, como por exemplo, ilumi- nação pública, que obviamente, não é uma questão apenas de beleza e estética, mas de segurança. A ação policial é específica, voltada única e exclusivamente para a tentativa de controle do problema. De modo bem didático, e lembrando que não podemos usar o termo combate ao crime vamos lá: Primária tenta prevenir o crime, secundária tenta «combater» o crime e terciária tenta consertar o «criminoso». 3. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA. O Positivismo Criminológico, com a Scuola Positiva italiana, foi encabeçado por a) Lombroso, Garofolo e Ferri b) Luchini, Ferri e Del Vecchio c) Dupuy, Ferri e Vidal. d) Lombroso, Dupuy e Garofolo. e) Baratta, Adolphe e Vidal. Solução Rápida Escola Clássica: CBFR - Carrara - Beccaria - Feuerbach - Romagnosi Escola Positiva: LFG questões comentadas 9 - Lombroso - Ferri - garofalo. Solução Completa A Escola Positiva pode ser dividida em três fases distintas, com três autores símbolos em cada uma delas: fase antropológica: Cesare Lombroso (L’Uomo Delinqüente); fase jurídi- ca: Rafael Garofalo (Criminologia); e fase sociológica: Enrico Ferri (Sociologia Criminale). GABARITO: A. 4. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA 7O comportamento abusivo, praticado com gestos, palavras e atos que, praticados de forma reiterada, levam á debilidade física ou psíquica de uma pessoa a) define reação ao crime. b) define assédio moral. c) é um mecanismo intimidatóno, mas não criminoso. d) é a despersonalização do eu, que aflige grande número de detentos. e) define efetividade do impacto dissuasório . GABARITO: B. O assédio moral é tema recorrente em criminologia, também chamado de manipulação perversa ou terrorismo psicológico, expressões mais comumente empregadas para sua definição. O termo em francês é harcèlement moral; mobbing na Alemanha, na Itália e nos países escandinavos. Na Inglaterra o termo preferido é bullying. “Assediar”, por sua vez, significa perseguir com insistência. a) Reação ao crime diz respeito à resposta (geralmente do Estado) ao delito, sendo es- sencialmente de combate ao ilícito. No caso, não convém ao Estado agir de forma abu- siva, nem tampouco levar alguém à debilidade física ou psíquica, por ofensa a princípios diversos da constituição. c) Se é ferida a integridade física ou moral de alguém, óbvio que houve crime. Há tipos diversos que levam à debilidade física ou psíquica. d) despersonalização do eu guarda relação com esquizofrenia. e) impacto dissuasório tem a ver com o convencer o sujeito a não praticar crimes, e isso não pode ser feito de forma abusiva ou afetando a integridade do indivíduo. 5. PC/SP – 2012 – DELEGADO DE POLÍCIA Constituem objeto de estudo da Criminologia: a) o delinquente, a vítima, o controle social e o empirismo. b) o delito, o delinquente, a interdisciplinaridade e o controle social c) o delito, o delinquente, a vitima e o controle social. 10 d) o delinquente, a vitima, o controle social e a interdisciplinaridade. e) o delito, o delinquente, a vítima e o método. GABARITO: C. Crime: Algo que ofende e desestabiliza a sociedade e a ordem da sociedade. A figura do crime sempre está atrelada a um comportamento humano antissocial e que desestabiliza a ordem pública. Criminoso: Aquele que pratica o crime. A ideia de criminoso mudou com o passar dos tempos. - Na Escola Clássica: O criminoso era um pecador. - Na Escola Positivista: O criminoso era um doente, e era preciso tratar doença antes que se desenvolvesse. - Na Escola Correcionalista: O criminoso era um incapaz e merecia um tratamento pe- dagógico e de piedade. - Atualmente: O criminoso é uma pessoa normal. Qualquer pessoa pode cometer um crime. Vítima ou ofendido: Aquele que é atingido pela prática do crime. Obs.: A vítima pode influenciar ou direcionar a prática de um crime. Controle Social: Responsável pela investigação e prevenção da prática do crime. São as instituições responsáveis por impedir a prática de crime. - Instituições Públicas: Polícia, Ministério Público, Juíz à Elementos formais, nasceram para isso. - Família, sociedade, comunidades, mídia à Elementos informais para impedir a prática de crime. CONCEITO DE CRIMINOLOGIA: É uma ciência EMPÍRICA e INTERDISCIPLINAR, que se ocupa do estudo do CRIME, da pessoa do INFRATOR, da VÍTIMA e do CONTROLE SOCIAL do comportamento delitivo, e que trata de subministrar uma solução válida, constata- da, sobre a gênese, dinâmica e variáveis principais do crime – contemplando este como problema individual e como problema social, assim como os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos diver- sos modelos ou respostas ao delito. São suas finalidades a explicação e a prevenção do crime bem como a intervenção na pessoa do infrator e avaliação dos diferentes modelos de resposta ao crime. Para haver progresso, tem que existir ordem. 6. CESPE/CEBRASPE – 2021- DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. Os objetos da criminologia são o delinquente, a vítima, o controle social e a justiça criminal. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. questões comentadas 11 São quatro os objetos consagrados pela Criminologia: o crime, o criminoso (ou delin- quente), a vítima e o controle social. O sistema de justiça criminal pode – e de fato é – analisado em alguns estudos crimino- lógicos, mas não é uma categoria de objeto, e sim um mecanismo do objeto controle social formal. Criminologia Científica Moderna · Definição: A criminologia científica é ciência empírica e interdisciplinar, com in- formação válida e segura, relacionada ao fenômeno delitivo, entendido sob o prisma individual e de problema social, como também formas de preveni-lo. Concebe o crime como fenômeno humano, cultural e complexo. · Postulados: - Tem como objeto o estudo do crime, do delinquente, da vítima e do controle social. GABARITO: ERRADO. 7. CESPE/CEBRASPE – 2021 – DELEGADO DE POLÍCIA. No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. Prevenção primária consiste na implementação de medidas sociais indiretas de prevenção para evitar que fatores exógenos sirvam como estímulo à prática delituosa. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. PREVENÇÃO PRIMÁRIA --> É aquela que envolve políticas públicas, por exemplo. O ob- jetivo aqui é atacar possíveis causas de criminalidade (fome, ausência de lazer, etc.). PREVENÇÃO SECUNDÁRIA --> É situacional e localizada, focada em grupos deriscos. PREVENÇÃO TERCIÁRIA --> Voltada para a pessoa do condenado (impedir, por exemplo, reincidência). Solução Completa A prevenção primária é igualmente aquela voltada para as causas do cometimento do crime. Ela se preocupa em neutralizar o problema antes que ele se manifeste. É neces- sário, por exemplo, que o Estado forneça educação, condições dignas de vida, moradia, salários justos, saneamento básico, saúde, emprego, lazer. Esse tipo de prevenção opera a médio e longo prazo e se destina à coletividade. A prevenção secundária atua considerando os potenciais e eventuais criminosos e vítimas, além dos locais e momentos em que os crimes ocorrem. Também é chamada de prevenção situacional, pois destina-se a neutralizar situações de risco. A prevenção terciária é voltada para o condenado, o preso e o egresso, com o fim de evitar que voltem a delinquir. 12 8. CESPE/CEBRASPE – 2021 – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL No que se refere à criminologia, julgue o item a seguir. A polícia, o Poder Judiciário e o sistema penitenciário exercem o controle social formal. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. Há dois sistemas de controle que coexistem na sociedade: o controle social informal (família, escola, religião, profissão, clubes de serviço etc.), com nítida visão preventiva e educacional, e o controle social formal (Polícia, Ministério Público, Forças Armadas, Justiça, Administração Penitenciária etc.), mais rigoroso que aquele e de conotação político-criminal. CONTROLE SOCIAL É formado por um conjunto de mecanismos e sanções sociais que submetem o indivíduo a NORMAS DE CONVIVÊNCIA. Há dois SISTEMAS de controle que coexistem: 1) Informal: família, escola, religião, profissão etc.; OBS: direito penal subterrâneo: agências executivas de controle que estão à margem da lei, ex.: milícias. 2) Formal: polícia, MP, adm. penitenciária, órgãos públicos, etc. Entram em funciona- mento quando as informais falham. OBS: segundo BARATTA (1989), o controle social alternativo é o processo através do qual a maioria dos membros de uma sociedade organiza defesas públicas eficazes FRENTE À NEGATIVIDADE SOCIAL E À VIOLÊNCIA EXERCIDA PELAS MINORIAS QUE DETÊM O PODER. Deve ter características opostas em relação às que são próprias do sistema da justiça criminal, a fim de evitar a injustiça e a ineficácia típicas das intervenções desse sistema. OBS: 1ª seleção Polícia Judiciária (investigação); 2ª seleção Ministério Público (acusação) e 3ª seleção Judiciário (julgamento). 9. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue o item seguinte. A criminologia é uma ciência dogmática que se preocupa com o ser e o dever ser e parte do fato para analisar suas causas e buscar definir parâmetros de coerção punitiva e preventiva. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. A criminologia é uma CIÊNCIA EMPÍRICA, DEDUTIVA E EXPERIMENTAL. Direito Penal: ciência dogmática, porque ele normativiza, prescreve normas. A criminologia qualifica-se por ser ciência empírica de observação da realidade, que opera no MUNDO DO SER, e emprega o MÉTODO INDUTIVO E EXPERIMENTAL. Diferentemente do Direito Penal, ciência cultural que atua no plano de dever ser, por meio do método dedutivo. . questões comentadas 13 10. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue o item seguinte. Na inter-relação entre o direito penal, a política criminal e a criminologia, compete a esta faci- litar a recepção das investigações empíricas e a sua transformação em preceitos normativos, incumbindo-se de converter a experiência criminológica em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. Compete a política criminal facilitar a recepção das investigações empíricas e a sua trans- formação em preceitos normativos, incumbindo-se de converter a experiência crimino- lógica em proposições jurídicas, gerais e obrigatórias. A questão aborda a relação entre a Criminologia, o Direito Penal e a Política Criminal. A incumbência de transformar algo em proposição jurídica, geral e abstrato é função da POLITICA CRIMINAL, (decisivo) e não da criminologia (cunho opinativo). Direito Penal - é o conjunto de normas jurídicas. Grosseiramente falando - Criminologia seria o achismo (cunho opinativo) que são pas- sados para Politica Criminal (cunho decisivo) que irá decidir dentre as opões, as políticas criminais que serão transformadas em leis que serão executadas pelo direito Penal (cunho operativo). Certo ( ) Errado ( ) 11. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA. Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue os itens seguintes. A pesquisa crimi- nológica científica visa evitar o emprego da intuição ou de subjetivismos no que se refere ao ilícito criminal, haja vista sua função de apresentar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. Pode-se dizer com acerto que é função da criminologia desenhar um diagnóstico quali- ficado e conjuntural sobre o delito, mas não é uma ciência exata, capaz de traçar regras precisas e indiscutíveis sobre as causas e efeitos do ilícito criminal. Tendo por objeto de estudo o delito, o delinquente, a vítima e o controle social, as teo- rias macrossociológicas, que recebem esse nome por não se limitar à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas, por, analisar, portanto, o crime sob uma perspectiva global (macro) da sociedade. Assim, a partir dessa análise várias teorias são criadas e dividem-se em dois grupos de- nominados TEORIAS DO CONFLITO E TEORIAS DO CONSENSO! 14 12. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA. Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue os itens a seguir, relativos a teorias sociológicas em criminologia. Na perspectiva macrossociológica, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: a das teorias de consenso e a das teorias de conflito. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. O delito é estabelecido com base em valores dominantes de um grupo de indivíduos torna-se delinquente ao APRENDER o comportamento criminoso e se associar à conduta desviante, por julgar que as condições favoráveis superam as condições desfavoráveis à prática criminosa. Teorias do Consenso --> Conservadora Sustentam que os objetivos da sociedade ocorrem quando há concordância com as re- gras de convívio. Existindo harmonia entre as instituições, de modo que a sociedade compartilhe de objetivos comuns e aceitem as normas vigentes, então a finalidade da sociedade será atingida. No entanto, no momento em que um sujeito infringe alguma norma, automaticamente, torna-se o único responsável pelo comportamento delinquente, devendo ser punido pelo mal causado. Teorias do Conflito --> Progressista Afirma que o entendimento social decorre da imposição de alguns valores e sujeição de outros. São teorias de cunho revolucionário, que partem da ideia de que os membros do grupo não compartilham dos mesmos interesses da sociedade, e com isso o conflito seria natural, às vezes até mesmo desejado, para que, quando controlado, leve a sociedade ao progresso. 13. CESPE/CEBRASPE – 2018 – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. Medidas indiretas de prevenção delitiva visam atacar as causas do crime: cessada a causa, cessam seus efeitos. Certo ( )Errado ( ) GABARITO: CERTO. causas indiretas: prevenção primária: ex: investe-se em educação e em demais direitos sociais, em tese, evita crimes, pois atacou a raiz do problema (ausência de oportunidades). As medidas diretas atacam os efeitos do crime, as indiretas as causas. Por uma linha refle- xiva, percebe-se que as medidas de prevenção primária são indiretas, já as de prevenção secundária, por exemplo, são diretas. questões comentadas 15 14. CESPE/CEBRASPE – 2018 – DELEGADO DE POLÍCA No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A alteração dos espaços físicos e urbanos, como, por exemplo, a elaboração de novos dese- nhos arquitetônicos e o aumento da iluminação pública, pode ser considerada uma forma de prevenção delituosa. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. Forma de prevenção secundária (médio e curto prazo), que tem a atuação direcionada a situações de risco específicas (como, por exemplo, uma praça mal iluminada, um beco isolado, etc). Subteoria da Escola de Chicago Teoria Espacial : Concebida na década de 40, defende como medida preventiva da crim nalidade a restruturação arquitetônica e urbanística das grandes cidades. Tinha-se como ambiente defensável aquele que permitisse maior vigilância pelas pessoas e fomentasse a autodefesa. 15. CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A prevenção terciária da infração penal consiste em medidas de longo prazo, como a garantia de educação, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de qualidade de vida, enquanto a prevenção primária é voltada à pessoa reclusa e visa à sua recuperação e reintegração social. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. A prevenção PRIMÁRIA da infração penal consiste em medidas de longo prazo, como a garantia de educação, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de qualidade de vida, enquanto a prevenção TERCIÁRIA é voltada à pessoa reclusa e visa à sua recuperação e reintegração social. Prevenção primária: genuína prevenção, direcionada a todos os cidadãos. Voltada às políticas públicas da sociedade (trabalho, educação, moradia, família, etc.). Ataca a raiz do problema da criminalidade. Orienta-se às causas do delito para neutralizá-lo. Modelo proativo de evitação do crime. Prevenção secundária: ação policial repressiva. Orienta intervenções a determinados grupos de risco. Prevenção direcionada aos potenciais e eventuais criminosos. Levada a cabo pela política criminal e pelo controle social jurídico penal. Prevenção terciária: voltada à pessoa reclusa. Aplicada após o fenômeno criminal, orien- tando os criminosos já punidos com o intuito de reduzir sua reincidência. Ação orientada à ressocialização. Levada a cabo pela política criminal e pelo controle social jurídico penal. 16 A prevenção terciária ( prevenção primária ), da infração penal consiste em medidas de longo prazo, como a garantia de educação, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de qualidade de vida, enquanto a prevenção primária ( prevenção terciária ), é voltada à pessoa reclusa e visa à sua recuperação e reintegração social. 16. VUNESP – 2018 – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL O objeto de estudo da Criminologia que mais traduz a função exercida pela polícia judiciária é: a) A vítima. b) O criminoso c) O autor do fato. d) O crime. e) O controle social. GABARITO: E. O controle social é o conjunto de instituições e sanções da sociedade para submeter os indivíduos às normas de convivência em comunidade. O estudo do controle social parte das relações do indivíduo com a sociedade para explicar o fenômeno da violência. Classifica-se como formal ou informal. O controle social formal é formado pelos órgãos estatais (Polícia, Ministério Público, Judi- ciário, Administração Penitenciária, etc). Os agentes do Estado atuam de forma subsidiária (ultima ratio), quando o controle informal não foi capaz de evitar o crime. O controle social informal é aquele exercido de forma difusa pela sociedade, através da família, escola, associações, igreja, opinião pública, etc. O controle social formal é formado pelos órgãos estatais: polícia judiciária, Judiciário, Mi- nistério Público, Administração Penitenciária, etc. Os agentes do Estado atuam de forma subsidiária (ultima ratio), quando o controle informal não foi capaz de evitar o crime. O controle formal organiza-se em 3 seleções, conforme a função que desempenham: 1ª seleção: Polícia judiciária (investigação) 2ª seleção: Ministério Público (acusação) 3ª seleção: Judiciário (julgamento). 17. FCC – 2018 – DPE/RS – DEFENSOR PÚBLICO. A legislação penal brasileira considera típico o ato de pichação (art. 65 da Lei n° 9.605/98 e Lei n° 12.408/11). Contudo, tal comportamento humano é percebido de formas diversas na sociedade, podendo também ser interpretado como arte de rua. Nesse sentido, tal interferência na paisagem urbana pode ser compreendida a partir de uma criminologia a) iluminista, que afirma o delito como desvio não aceito pelo Rei, que na atualidade é representado pelo Estado. b) fenomenal, que desdobra a história do direito penal e o relaciona às tendências pu- nitivistas contemporâneas. questões comentadas 17 c) biológica, que condiciona o conhecimento do ilícito e a capacidade de autodetermi- nação do agente à evolução da espécie humana. d) defensivista, que pretende justificar a criminalização do comportamento ilícito na proteção dos bens coletivos. e) cultural, que introduz a estética e a dinâmica da vida cotidiana do século XXI na in- vestigação criminológica. GABARITO: E.Parte superior do formulário A criminalização da pichação (crime ambiental) tem influência da Escola de Chicago. A grosso modo, tal escola criminológica se funda na Teoria ecológica ou Teoria da Ecologia Criminal, segundo o qual a criminalidade é influenciada pelo ambiente externo de áreas desorganizadas das grandes cidades ( “A cidade produz delinquência”). Desse modo, segundo a Escola de Chicago, a omissão do Poder Público no planejamento urbano cria uma desorganização social. Solução Completa Surgiu no final da década de 90, nos EUA. Estuda a relação entre a conduta criminosa e a adrenalina, o prazer e o pânico envolvidos, para, assim, compreender os interesses reais relacionados ao crime. Introduziu a dinâmica cultural na investigação criminológica. 18. .VUNESP – PC/SP - 2018 – PAPILOSCOPISTA POLICIAL Segundo a doutrina dominante, Criminologia é uma ciência que se serve do método a) lógico abstrato. b) dogmático. c) normativo. d) empírico. e) dedutivo. GABARITO: D. CRIMINOLOGIA -> ciência autônoma -> EMPÍRICA -> interdisciplinar Solução Completa Criminologia: Ciência empírica e Interdisciplinar, que se ocupa do Estudo do crime, do criminoso, da vítima e do controle social. - é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” - objetos de estudo: crime, delinquente, vítima e controle social; - não é ciência normativa ou jurídica penal; - é uma ciência causal explicativa do delito como fenômeno social e individual. - ocupa-se com a pesquisa cientifica do fenômeno criminal; - A criminologia é multidisciplinar e tem métodos científicos próprios. 18 19. VUNESP – 2018 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA POLICIAL A polícia, o ministério público, o poder judiciário e o sistema penitenciário são instituições encarregadas de exercer o controle social a) primário. b) formal. c) informal. d) terciário. e) secundário. GABARITO: B O controle informal é o do dia-a-dia das pessoas dentro de suas famílias, escola, profissão, opinião pública etc. O sistema informal vai socializando a pessoa desde a sua infância (ex: âmbito familiar), e ele é, em geral, sutil e não possui uma pena, além de ser mais ágil na resolução dos conflitos que os mecanismos públicos. O controlesocial formal é formado pelos órgãos estatais: polícia judiciária, Judiciário, Mi- nistério Público, Administração Penitenciária, etc. Os agentes do Estado atuam de forma subsidiária (ultima ratio), quando o controle informal não foi capaz de evitar o crime. Prevenção secundária x Criminalização secundária Prevenção Secundária - POLICIAMENTO – Atua no Foco do Crime - Trata-se de uma atua- ção mais focada nas zonas de concentração de violência. CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA é a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas. Veri- fica-se quando os órgãos estatais detectam um indivíduo, a quem se atribui a prática de um ato primariamente criminalizado, sobre ele recaindo a persecução penal. GABARITO: B. 20. CESPE/CEBRASPE – 2013 - DPF – POLÍCIA FEDERAL Na questão, assinale a alternativa contendo a informação que preenche corretamente a lacuna. A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito. a) sobrevitimização b) vitimização primária c) vitimização secundária d) vitimização terciária e) heterovitimização GABARITO: E. → Vitimização: Vitimização primária: causada pelo criminoso; Vitimização secundária/ sobrevitimização: causada pelo agente público; Vitimização terciária: causada pelo meio social. Heterovitimização: é autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito; questões comentadas 19 Vitimização indireta: Trata-se do sofrimento das pessoas que estão relacionadas intima- mente à vítima de um delito, e que sofrem juntamente com ela. Exemplo: pais que sofrem inconsolavelmente ao receberem a notícia de que sua filha fora vítima de crime de estupro. Heterovitimização: corresponde à “autorrecriminação da vítima” diante de um crime co- metido, por meio da busca pelas razões que a tornaram, de modo provável, responsável pela prática delitiva, ou seja, a vítima que se culpa pelo evento criminoso sofrido, passando a recriminar-se pelo fato de ter sido vítima. EX: ter deixado a porta de um automóvel sem a trava ou ter assinado uma folha de cheque que estava em branco. Homovitimização: vem a ser o ato da vítima culpar terceiros (em geral, o delinquente) pelo crime sofrido. Vitimização Difusa: Esta espécie é comum em crimes que não apresentam vítimas certas e determinadas. GABARITO: E. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO PONTO 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CRIMINOLOGIA ...................................................................................... 2 C) ESCOLA CLÁSSICA DA CRIMINOLOGIA – ETAPA PRÉ-CIENTÍFICA DA CRIMINOLOGIA .............................. 2 C.1) PERÍODO ILUMINISTA E CONTEXTO HISTÓRICO ........................................................................................ 2 C.2) BASES FILOSÓFICAS .................................................................................................................................... 2 C.3) PRINCIPAIS IDEIAS DA ESCOLA CLÁSSICA ................................................................................................... 3 C.4) PRINCIPAIS AUTORES DA ESCOLA CLÁSSICA .............................................................................................. 3 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PONTO 2: EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CRIMINOLOGIA C) ESCOLA CLÁSSICA DA CRIMINOLOGIA – ETAPA PRÉ- CIENTÍFICA DA CRIMINOLOGIA ➢ Período: Século XVIII ao XIX. Chamada de época dos pioneiros. ➢ Contexto Histórico: Iluminismo – busca pela limitação do poder e humanização das penas; ➢ Principais autores: CBF → Carrara, Beccaria e Feubercah + Romagnosi; ➢ Base filosóficas: Jusnaturalismo, contrato social, utilitarismo (ideia de livre arbítrio), limitação do poder e humanização das penas. ➢ Método dedutivo, de lógica abstrata. Partia-se da norma (direito positivo) para o concreto, ou seja, as questões jurídico-penais. ➢ Principais ideias: o indivíduo é um ser livre e racional e opta por praticar o crime, segundo seu livre-arbítrio. Humanização do sistema de justiça criminal. A responsabilidade é moral pelas suas ações, as penas devem ser baseadas na necessidade e utilidade. A pena é retribuição; ➢ Pontos positivos da teoria: Luta contra limitação do poder; ➢ Pontos negativos da teoria: Não cria uma teoria criminológica. É só um aporte crítico ao direito penal da época. C.1) Período Iluminista e contexto histórico Nesse período do séc. XVIII, as normas penais eram caóticas. Havia, inclusive, com a concepção teocêntrica do tempo, uma associação entre delito e pecado. Os procedimentos judiciais eram inseguros e havia a chamada tortura judicial. O sistema era pouco humano e racional. É nesse contexto histórico que surge o Iluminismo, ideias para limitar o poder. As escolas liberais clássicas se situavam como uma instância crítica em face da prática penal e penitenciária do antigo regime e objetivavam substituí-la por uma política criminal inspirada nos princípios da humanidade, legalidade e utilidade. Projetou sobre o problema do crime os ideais filosóficos do humanismo racionalista. Pressuposta a racionalidade do homem deveria se indagar, apenas, a racionalidade da lei. C.2) Bases filosóficas O jusnaturalismo é uma corrente do pensamento no direito em que reconhece direitos naturais. Tais direitos são inerentes ao ser humano e independem de positivação (previsão https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 legal). Como exemplo o direito à vida. São anteriores ao estado, superiores, universais e irrenunciáveis. Por contrato social, em síntese, o cidadão transfere parcela da autonomia para o Estado que vai organizar a sociedade através de um contrato. O homem era livre (LIVRE ARBÍTRIO) e racional, capaz de refletir, tomar decisões e atuar em consequência. Em suas decisões, basicamente, realiza um cálculo racional de vantagens e inconvenientes que pode proporcionar sua ação, e atua ou não, segundo prevaleça umas ou outras (TEORIA ULITIRARISTA). C.3) Principais ideias da escola clássica A escola liberal clássica não considerava o delinquente como um ser diferente dos outros. CUIDADO: essa característica vai ser essencial para diferenciar a escola clássica da escola positiva. O homem era livre (LIVRE ARBÍTRIO) e racional, capaz de refletir, tomar decisões e atuar em consequência. Em suas decisões, basicamente, realiza um cálculo racional de vantagens e inconvenientes que pode proporcionar sua ação, e atua ou não, segundo prevaleça umas ou outras (utilitarismo na ação). Como comportamento, o delito surgia da livre vontade do indivíduo, não de causas patológicas, e, por isso, do ponto de vista da liberdade e da responsabilidade moral pelas próprias ações, o delinquente não era diferente do indivíduo normal. Em consequência, o direito penal e a pena não eram considerados para intervir sob o delinquente, modificando-o, mas, sobretudo, como instrumento legal para defender a sociedade do crime, criando, onde fosse necessário, um dissuasivo, ou seja, uma contramotivação em face do crime (ROMAGNOSI). Os limites da cominação e da aplicação da sanção penal, assim como as modalidades do exercício do poder punitivo do Estado, eram assinalados pela necessidade ou utilidade da pena e pelo princípio da legalidade (BECCARIA). No pensamento criminológico das escolas clássicas, identifica-se uma grande preocupação com os conceitos de crime e pena como entidades jurídicas e abstratas de modo a estabelecer a razão e limite ao poder de punir do Estado. A sua pesquisa focava-se no delito, entendido como conceito jurídico, ou seja, violação da norma (crime como ente jurídico – CARRARA). Essa norma decorria de um direito natural – jusnaturalismo. A pena tem caráter retributivo – retribuir o mal causado do crime pelo mal da
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