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TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA Helenice de Souza Spinosa Silvana Lima Gorniak Joao Palermo-Neto \ Mi.lllol(: 89,)8 I l'/'I''''litl lll 'IIIIH, 1',dillll,1 M IItIOil', 'onrormc COtllrato com os autores. I" I ,,11,1 1'1"/1'1" .'I"'/IC'O t' ('''iIO/'(I(,(;O elelrollica: Departamento editorial da Editora Manole I "1'tI I dll.lllio 111'1101;11; 1111"'1,111,/,1 rtll',I : 1'1 · .lII ~ M~I'(' I Visipi x.co m 11 . ld,,~ 1111 \'IIl,I{'ionai de Catalogafi:ao na Publicafi:30 (CIP) (<:' 111,11', Brasileira do Livro, SP, Brasil) ',pit 10',,1 , 11('!('nicl' cic So uza Imilologia aplicacia a meci;cina veterinaria I 11t '1"IIt,l' d(' Souza Spinosa, Sil vana Lima G6rniak, 111,1" l'. tI(,1 tlH) -NcIO. - Baruc ri , SP : Manole, 2008. Illh l lllgr.,fia I i li N '17 /:! -!lS -204-22S7- 1 I M"d;ci IIQ vC l c rin ari a 2. Tox icoJog ia \ "\1 ' 1111.11 i,1 I. ('6miak, Si lva na Lima. II I I, tI"IIIIO Nrlo, Joao. III. TilU lo. II '111 ", CDD-636 .08959 Illdin's para cala logo sistematico : I . '1'\)\ iro logia vClerinaria 636.08959 IlitllI l, Il't ,1111 '11,,, I' ·'I'l'vacios. N, ItlllllIl" 1" " I, · (\1"·:1(; li vro pocie ra se r reproduzida. por qualquer 1'" 111"',,, '1, ' 111.1 PI' I Inissiio XI ressa dos edilores. I "11111"""" 11'1111111(1(;50 pOl' xe rox. 111111111 'Illlil I 1111'1 111 ', , tll"ltlti(\()~ pc l I tllllIl ' l 1\\' 1111 11,' !.IeI ,1 , \ 11"",1 I "tI , h72 'IJ il1bore 111111011 I II) 1I.lI'\I\ 'r i - P - Bras i l 1111 11 ' ( II ) " 1'11, - (,000 - I';ax: (L l) 4 196-602 1 1\1'\\ 111""1111', ('(1 111.\)1' 111111"' 111.1""11,, , '0111 ,111' 11111"1 ",1,11 111 1 Hld ., il I '/I I/I' II III III II " Sumario Autores . ..... . ... . . .. , , , , , , , , , ...... ...... . ........ . . , . . ....... ... IX Colaboradores ...... , . . . . . . . . . . . . . . . .. ..... .. . . ..... . .... . ........ X Apresenta~ao . . . ....... . ........... . ...... XVII Se~ao 1: Introdu~o a toxicologia veterinaria capftulo 1: Introdu~ao a toxico logia veterinaria ........................... 3 Helenice de Souza Spinosa, Aline Schwarz capftulo 2: Toxicocinetica e toxicod inam ica ....... . ... ... . . . , .. .... .. ... 15 Jorge Cami lo Fl6rio, Altamir Bened ito de Sousa capitulo 3: Ava l ia~ao da toxicidade ................... , .... . .. . . . . . .. .. 41 Dario Abbud Righi , Heleni ce de Souza Spinosa, Joao Palermo-Neto Se~ao 2: Toxicologia clfnica capftulo 4: Diagn6stico das intoxica~5es ........ ............. . ..... ..... 71 rab iana Galtarossa Xavier, Helenice de Souza Spinosa capftulo 5: Conduta de urgencia nas intox i ca~5es .... .. .... . ........ .. ... 89 Bruna Maria Pereira Coelho, Marcia Mery Kogika , Helenice de Souza Spinosa capitulo 6: Toxicologia dos med icamentos ........................ .. ... 117 X vi r, Viviane Mayumi Maruo, Helenice de Souza Spinosa capftulo 7: roxi ologia do domissanitarios . . , . ................. . ...... 191 ilvd ll tl I illl') (, IIlli ,iI , 1I {' I('lli (.C' cir ouza Sp inosa «lprlulo 8: loo loxil1d\ , , , , , , , , , , , , , ... . .......... .................. 209 Mil IlIkll "k.tll ' TOXICOLOGIA APLICADA A MED ICINA VETERINARIA ~o 3: Toxicologia dos praguicidas ( pllllio 9: onsidera<;:5es gerais sobre os praguicidas .. . .... ............. 255 11 1' Ii 'IIIII ' dr ' 'iouza Sp inosa, Fabiana Galtarossa Xavier c pllllio 10: Tox ico logia dos praguicidas organoclorados e piretroides ...... 267 1101 1111 AIIII1I(I Righi, Maria Martha Bernardi , Joan Pa lermo-Neto t pllllio 11: lox ico logia dos praguicidas anti co linesterasicos: 11I~\,1 11OrO forados e carbamatos ... ................. . .. " .. .. . ... 291 I 1111011101 (,, 1110110 a Xavier, Helenice de Souza Spinosa pUlllo 1 , loxico logia dos herbicidas, fungicidas e acaricidas ...... . ... . . 313 1,1101 '\PoIll'l leid I aulino ( plliliu n: loxi ologia dos rati cidas ............................ . .. . . 345 ', ll v, lIlo1 1111101 (,um iak, Rosa ne Maria Trindade Medeiros Se~o 4: Toxicologia das plantas ( pllllill II lili roclu <;:ao ao estudo das pl antas toxicas ...... ... .......... 367 ~III ,III I Idl,'I\1II Iii , <., ilv na Lima Gorni ak "lItllo 1'1 l 'I<1 lll rl'> loxicas de interesse agropecuario . . .. .. . . . .......... 415 dlv'! lIoi IIIII'! (,(IIII I,IK ( ,,111110 1" 1 ' loIllloI ~ l6x i as ornamentais ..... . ...... .... . . ... . ....... . 459 ,ll v,!",! 1111101 (,lI llli ilk ~I'~' (J ,: oxinas e outros agentes t6xicos na alimenta~o animal ( ,pUlllo I,. MI(o lox i 0 ....... ... ............. . ... . . ......... . ... 4~ ~Llliol 111',1 ' MOII 'II ,' Ild laLinha , Monica Mattos dos Sa ntos Simas, Silvana Lima Gorni ak ( ,,,lllIln HI: Mi olox in produzidas por fungos endoffticos ........ . .. . ... 511 111 '11I1i1' (11011111 1110 ( 'I'lIlIln Ifl: (,n )~ ipo l c r I'or antinutricionais da soja ........ .. ......... 531 111'1 11111 ~IIIII 111. 1111 () (."lIulu O' 1l lloxicd< clO p(' ld MT'loni il (urci ) .. .. , ... , . , . , , , , , , ....... . . "47 11111111 IIPPI ()111I10I1I 1, Alr'X.!IIl I, r' (olllil1ll0 All1 011l' lii (.1 pll 1110 II IOXIII.!" I)d( 1('11011101 ', 1111,1111 1'11 11, '11111"1111 ,'\ 1'11 ',11 11.1 AIIIII M, 'lvllll . , , SS<] SUMARIO Capitulo 22: Intoxica<;:ao produzida por algas de agua doce .. . .... ........ 621 Luciana Retz de Carvalho, Mitsue Haraguchi , Si lvana Lima Gorniak Capitulo 23: Toxico logia do chumbo, mercurio, arsenio e de outros meta is ... 641 Isis Machado Hueza, Marcela Go n~a l ves Sa nt'Ana, joao Pa lermo-Neto Capitulo 24: Intoxica<;:ao por cobre, selen io, zinco e cloreto de sod io . . . ... 665 Marcos Barbosa Ferreira, Alexa ndre Coutinho Antonelli, Enrico Lippi Orto lani Se~o 6: Outros topicos de interesse em toxicologia veterimiria Capitulo 25: Toxicologia do desenvolvi mento ..... .. ............ ... . .. . 701 Silvana Lima Gorniak, Heleni ce de Souza Sp inosa, Maria Martha Bernardi Capitulo 26: Imunotoxico logia ..................... . ..... .. .. .. ...... 733 Isis Machado Hueza, joao Pa lermo-Neto Capitulo 27: Carcinogenese e mutagenese: introdu<;:ao a toxico logia genetica .. 767 Pau lo Cesar Maiorka, Maria Lucia Za idan Dagl i Capitulo 28: Residuos de substancias quimicas em alimentos de origem animal . 783 Joa~ Palermo-Neto Capitulo 29: Ecotoxicologia .. . . . . . ............. . . . ... . . . ............ 815 Maria Martha Bernardi , Renato Couto Moraes, Silvio Cesar de Osti , Franci Mary Fantinato Varoli Capftulo 30: Toxico logia forense ... . . . . . .. . . . ........................ 859 Va ldecir Vargas Cast il ho Capitulo 31: Doping e contro le antidopagem ......... . ............ . . ... 889 AntOn io de Queiroz Neto, Myriam Clara Sa lvadori, Joa~ Pa lermo-Neto fndice remissivo . . , .. .. ....... .. .. ....... . ........ . . ... . . ... . . . ... 931 Autores Helenice de Souza Spinosa Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre e Doutora em Farmacologia e Fisiologia pelo Instituto de Ciencias Biomedicas da USP. Livre-docente pela USP. Professora Titular do Departamento de Patologia da FMVZ/uSP. Silvana Lima Gorniak Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre e Doutora pelo Programa de Pos-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Com- parada da FMVZ/uSP. Livre-docente pela USP. Professora Titular do Departamento de Patologia da FMVZ/uSP. Joao Palermo-Neto Medico Veterinario pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre e Doutor em Farmacologia pela Escola Paulista de Medicina. Livre-docente pela USP. Professor Titular do Departamento de Patologia da FMVZ/uSP. Colaboradores II ' oI1HII(\ Coutinho Antonell i 1\ \. ill, II V(' lerinario pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- IItoi dol li lli vc rsidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). MedicoResidente em I 11111,, 1 " Ci rurgia de Grandes Animais no Hospital Veterinario da I 1\ \ \ I I 1I S P. Mestre pelo Programa de P6s-Gradua<;ao em Clinica Vete - Itlldl t.l d,l I;MVZ/USP. Doutorando do Programa de P6s-Gradua<;ao I III ( 11111(',1 Vl'l e rinaria da FMVZ/USP. III \I' \ ( IIWclr! 1 1111 1.1, (' III k ,l pela Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Douto- 101 I" I .. 1'ln) :r,lnHI de P6s-Gradua<;ao em Toxicologia e Analises Toxi- o • dlll 'll .I', dol P,lculd ade de Ciencias Farmaceuticas da Universidade de , III I'dil in ( USP) . Docente do Departamento de Analises Clinicas e III IlI d" l: I , I ~ do e ntro de Ciencias da Saude da Universidade Fede- I ,d.l " 1'1" c: 1.1 II ti C' do Norte. II 111111 1ll'lw<iilo de Sousa 1111 01. , ' IIII (l) 1)('1,1 I ~a uldade de Ciencias Farmaceuticas da Universidade ill "III 1', IId o (USI ). Mestre e Doutor pelo Programa de P6s-Gradua<;ao I II l'oI lldn)t i.1 11 pc rim ental e Comparada da Faculdade de Medicina \ 11111 11 .111.1 t' Z()o IC nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/USP) . III u Ili O (I<- ()u ' iroz Neto 1\ \ • .11,11 VI'It' I'ili d ri o pe la Faculdad e de Ciencias Agrarias e Veterinarias (I ( ) d,l 1IIIi vcrs i Ie I 13 tadual Paulista Julio de Mesquita Filho (111 11"1 11 ), Mt 'S II 't' Cill ,i c ncias Bio l6gieas (Farmacologia) pela Facul- 11 ,11 It · til ' Ml' di ri l1 1 cI ' Ribc ir50 Pre to da Universidad e de Sao Paulo (11\ \1 ' 1'/ 11. ' 1') , Ih) lIl o l' (' 111 ,iCncias (Fa rm acologia ) pe la PMRPJUSP. 11 \ II ' d'II'( ' III !' 11(' 1,1 lJll t'S P, j) ()c(,lll c d il P ,I\Y /Un 'sp. COLABORADORES Benito Soto Blanco Medico Veterinario pela Universidade Paulista (Unip). Mestre e Dou- tor pelo Programa de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia da Uni- versidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Docente do Departamento de Medicina Veterinaria da Universidade Federal Rural do Semi-Arido - Mossor6/Rio Grande do Norte. Bruna Maria Pereira Coelho Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (PMVZ/uSP). Medica Residente em Medicina Veterinaria pela FMVZ/uSP. Medica Veterinaria do Hospital Veterinario da PMVZ/uSP. Celia Aparecida Paulino Medica Veterinaria pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mes- quita Filho (Unesp). Especialista em Saude Publica e em Patologia CIf- nica pela Universidade de Sao Paulo (USP), e em Homeopatia pelo Instituto Homeopatico Fran<;ois Lamasson. Mestre e Doutora pelo Pro- grama de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Docente da Universidade Bandeirante de Sao Paulo. Dario Abbud Righi Medico Veterinario pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre e Doutor pelo Programa de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da FMVZJUSP. Enrico Lippi Ortolani Medi co Y te rin ari o pela Faculdade de Medicina Veterinaxia e Zootec- Ili a da Univc rsid ade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre em Patologia Clini 't p 'l e1 Uili v ' rsid ade Federal de Minas Gerais. Doutor em Parasi- lo lol' i,) pel " US I'. Li vrc- in " l1te pela USP. Professor Titular do Depar- 1.1111( '111 0 til ' Clilli c" Medi c, (i l1 PMY Z/U P. TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA 1,1111.111:'1 Galtarossa Xavier 1\ \('(111 '.1 VClerinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- Iii" ti.1 Universidade de Sao Paulo (FMVZ/USP). Mestre pelo Progra- 111,1 til' 1)6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da I'MV'!.!U, P. Doutoranda pelo Programa de P6s -Graduac;:ao em Patolo- g!. 1 I lx p(' ri mental e Comparada da FMVZ/uSP. Medica Veterinaria do 1\ \ j II i,o,.j (' ri o da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento. 11.111< i Mary Fantinato Varoli 1 1 11I1(II~oI pel Universidade de Mogi das Cruzes. Mestre e Doutora em ( II (', IIIe )grtl ri a pelo Instituto Oceanografico da Universidade de Sao Paulo (I J" I'), J) occ nte aposentada da Universidade Presbiteriana Mackenzie. hI'. M,I( hado Hueza Ml 'd 1'01 V('lcril1Glria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia rI" IJlli v(' l'siciade de Sao Paulo (FMVZ/USP). Mestre e Doutora pelo 1'llll~I,lllld de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Compara- dol dol PM VZI USP. P6s-doutoranda do Departamento de Patologia da 11\ 1 '/l lI S J>. IlIqw (.lInilo FI6rio I lllllol\ '\'II Iil'O pcl a Faculdade de CH~ncias Farmad~uticas da Universi- dddl ' til ' S,1O I a ulo (USP) . Mestre e Doutor em Farmacologia pela 1",( Id ,1 I'dl ili sl(l I Medicina. Tecnico de Nivel Superior do Departa- 111 1' 111(1 til' l'oIlo logia da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia liol 1I111 (' lsid,HIe de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Docente da Faculdade de IVlt- till 111 ,1 (II' .JlIl1uia f da Universidade Guarulhos . I lie 1011101 I{<'II d Carvalho 1)111110101 \' 111 QUlmi rgani ca pe la Universidade de Sao Paulo (USP). l'I ''oI llll '1 01ci nl'd Ci('nlffi a do In tituto de Botanica (Se<;ao de Ficologia) d ,1 ~ :\' I \' IMi.1 do Mcio Al11bi c ntc do Estado de Sao Paulo. M,II (('Id (,on~t1lv s anl 'Ana 1\ \I'dl( 'oI Vl' ll'l ill ,l rid p('l a Ulli v'rsidCide Pa uliSlt (Unip) . Ml's t ("(' pl'lo 1'111 ): 1,1111,1 <II ' I'n,' : r,1(1I 1.1C,'J o (' In I ,l lnlogi(l IJ xp ' ril11 l' lll.iI (' CO llljlrll rld ,1 dol 1',11 IIltl.ldl ' ti l' M\'di 'ill,1 V\'I(' lill d li " \' Zooll'l'llioi d ol I Jili v\' r., itl.ldi ' ti l' ',.III l 'oIl i1 11 (l 'MV'!/ IL' I' ) I It II l' llit ' <1.1 II"i p, COLABORADORES Marcia Mery Kogika Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre pelo Progra- rna de P6s-Graduac;:ao em Patologia Experimental e Comparada da FMVZ/uSP. Doutora pelo Programa de P6s-Graduac;:ao em Cllnica Veterinaria da FMVZ/uSP. Livre-docente pela USP. Docente do Depar- tamento de Clinica Medica da FMVZ/uSP. Marcos Barbosa Ferreira Medico Veterinario pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Mestre pelo Programa de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia da Uni- versidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Doutorando do Programa de P6s- Gradua<;ao em Patologia Experimental e Comparada da FMVZ/uSP. Maria Jose Moreira Batatinha Medica Veterinaria pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Metodologia de Ensino Superior na Area de Saude pela Universi- dade Federal da Bahia. Mestre pelo Program a de P6s-Graduac;:ao em Patologia Experimental e Comparada da Universidade de Sao Paulo (USP). Doutora em Toxicologia Animal pela Tierartliche Hochschule Hannover. Docente do Departamento de Patologia e Clinicas da Esco - la de Medicina Veterinaria da Universidade Federal da Bahia. Maria Lucia Zaidan Dagli Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP) . Mestre e Doutora I elo Programa de P6s-Gradua<;ao em Patologia Experimental e Com- parada da FMVZ/uSP. Livre-docente pela USP. Professora Titular do Departamen to de Patologia da FMVZ/uSP. Maria Martha Bernardi IIi610ga p' lo InSliluto de Biociencias da Universidade de Sao Paulo ( lJ S P) . McSI r(, (' I)o u t ora e m Farmacologia e Fisiologia pelo Instituto de Cit- I1 Cid S ni0I11 (-di ci1s d8 U P. T ' cn ica de Nivel Superior do Departa- IlI l' lll o (Iv l\ ltologi,l d.l lIc1clI ld <cI d ' Mcdi in a Vet rinaria e Zootecnia dol IJlli vl' I'o ltl.ltil' til ' Solll (1.111 10 (PMVZ/U P) , Doc ' nl da Univ rsidade 1'01 1" I 1,1 (I I III p) III TOXICOLOGIA APLI CADA A MEDICINA VETERINARIA Mil Iliko Sakate 1\ \l"d it'd Vcterinaria pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mes- 111111 ,1 ililho (Unesp). Mestre em Medicina Veterinaria pela Unesp. I Ill lll or{l pelo Programa de Pos-Gradua<;;ao em Patologia Experimen- I,ll I' (:ol11parada da Faculdade de Medicina Veterinariae Zootecnia cI.I I J II i vc rsidade de Sao Paulo (FMVZIUSP). Docent~ do Departa- 1iII ' III() d ' Clfnica da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia dol IllIl'Sp . MII \ IH' Haraguchi I .I111 1"I ' ~ Llli ca pela Faculdade de Ciencias Farmaceuticas da Universi- 11.,, 11' til' '50 Paulo (USP) . Mestre e Doutora pelo Instituto de Quirni- • . 1 d.! lJ S I. I esquisadora cientifica do Instituto Biologico de Sao Paulo. MOIII(.t Mattos dos Santos Simas l\li'd i( '.1 VClcrinaria pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em "'Ii"dil'i ll .l Vclerin,1ria Tropical pela Universidade Federal da Bahia. 111111101 d I1d D em Microbiologia pelo Instituto de Ciencias Biomedicas d,1 1 Jlli v('l"s id ade de Sao Paulo. MYII",,] (lara Salvadori 1'.IIII1.1( '(' lll i(,8 pe la Faculdade de Ciencias Farmaceuticas da Universi- d"d, ' (k S,1() Pau lo (USP). Mestre pelo Programa de Pos -Gradua<;;ao ( ' III 'I'l lxivo logi() e Analises Toxicologicas da USP. Doutora pelo Progra- lil.l ill' 1'()s-CriJ dua c;50 em Patologia Experimental e Comparada da I oIl ll1d ,llk dc Medicina Veterinaria e Zootecnia da Universidade de ',.III 1',lllIn (PM VZ/USP). Coordenadora do MCM Analises Laborato- 11 ,1i ', : ' 1\ ( :l1roma nalysis. t ~II \()1I I'oi>('rli Benites 1\ \I'd I! (I Yi'lcril1 clrio pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- II 01 dol I ilil vvrS ici d ' de Sao Paulo (FMVZ/USP). Especialista em Ho- 11\I 'IIP .l 11.1 1)('1 ,) Associa<;:ao Pa ulista de Homeopatia . Mestre e DOlltor 11l1.1 l 'I(I ! ~I,IIlI,1 d ' J>6s -GradllaC;aO em Patologia Experimental e Com- 110110111.1 dol PMVI.IU, P. Li vr -do e n1 c pe la USP. DoccnLe do De par- 1.1 11 11' 111 1) til ' MI'ilicillil V(' Il'J'il1,lri,l PI"I'v'nliv, (' $(l ud c Al1 il11 11 1 diJ 11\1 /1 11:; 1', COLABORADORES Paulo Cesar Maiorka Medico Veterinario pela Universidade Federal de Santa Maria. Medico Residente em Patologia Animal pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp). Mestre e Doutor pelo Programa de Pos-GraduaC;ao em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia da Universidade de Sao Paulo (FMVZIUSP). Docente do Departamento de Patologia da FMVZIUSP. Priscilla Anne Melville Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- nia da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/USP). Mestre e Doutora em Ciencias Biologicas (na area de Microbiologia) pela Universidade de Sao Paulo. Tecnica de Nivel Superior do Departamento de Medicina Veterinaria Preventiva e Saude Animal da FMVZIUSP. Renato Couto Moraes Medico Veterinario pela Universidade Federal de Vi<;;osa. Mestre pelo Programa de Pos-Gradua<;;ao em Farmacologia do Instituto de Ciencias Biomedicas da Universidade de Sao Paulo (ICBIUSP). Doutorando do Programa de Pos-GraduaC;ao em Farmacologia do ICBIUSP. Rosane Maria Trindade Medeiros Medica Veterinaria pela Universidade Federal da Paraiba. Mestre e Doutora pelo Programa de P6s -GraduaC;ao em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootecnia da Universidade de Sao Paulo (FMVZIUSP). Docente do Departamento de Medicina Veterinaria do Centro de Sallde e Tecnologia Rural da Universidade Federal da Paraiba. Silvio Cesar de Osti I ncha re i e lll Ciencias com habilitac;ao em Qllirnica pela Faculdade Os wa Ido I"U Z. Mestre em Tecnologia Nuclear pela Universidade de S30 Paulo (U I). Do ulor pelo Programa de Pos-GraduaC;ao em Pato - logi. I1 xp ' rim '11 1( I e omparada da Faculdade de Medicina Veterina- I i.1 v I.OO IIT I) i,) di1 Univc rsidade de Sao Paulo (FMVZIUSP). Docente do <: ('IIII() IJl)i v("J'sil .I "jo Nove de .) 11111 0 . da Un iversidade Metodista ,It- ~ ; ol() 1', 1111 0 , TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA Valdecir Vargas Castilho Medico VeterinaTio pela Universidade Feder~l de Santa Maria. Pos- W duado Lato Sensu em Prodw;ao de Ruminantes pela Universidade Ilccieral de Lavras. Especialista em Pericia Forense na Area Civil pelo Ill sLituto de Medicina Social e Criminologia da Secretaria de Justi<;a de S~O Paulo . Docente do Instituto Brasileiro de Pos -Gradua<;ao Qualittas. Viviane Mayumi Maruo Medica Veterinaria pela Faculdade de Medicina Veterinaria e Zootec- II i" da Universidade de Sao Paulo (FMVZ/uSP). Mestre e Doutora pvlo Programa de Pos -Gradua<;ao em Patologia Experimental e Com- pell \ 1 ia da FMVZ/uSP. Docente da Escola de Medicina Veterinaria e I.()()tccnia da Universidade Federal do Tocantins. Apresenta~ao A toxicologia, como area multidisciplinar do conhecimento, tern experimentado grandes avan<;os nos dias de hoje. Ela vern ganhando des- taque, uma vez que 0 risco de intoxica<;ao por diferentes agentes aumen- ta na mesma propor<;ao do desenvolvirnento da ciencia e da tecnologia, expondo, cada vez mais, os anirnais aos efeitos nocivos desses agentes. E nesse contexto que este livro se ins ere, reunindo temas de toxico- logia veterinaria. Pretende-se, assim, atender aos estudantes de Medicina Veterinaria, oferecendo informac;6es ba5icas e essenciais a respeito dos principais agentes responsaveis por quadros de intoxicac;ao em animais de companhia e de produc;ao. Prop6e-se, tambem, auxiliar 0 profissional em sua lida diaria, oferecendo de maneira simples, sucinta e atualizada os assuntos rna is relevantes da toxicologia veterinaria. Gostarfamos, neste momento, de expressar nossos sinceros agradeci- mentos aos colaboradores, que em urn esforc;o generoso aceitaram nosso convite para a elaborac;ao dos capitulos, e sem os quais nao seria possivel conduir este livro. Helenice de Souza Spinosa Silvana Lima Gorniak loao Palermo-Nero VII Se~ao 1 Introdu~ao a toxicologia veterinaria 1 Introdu~ao a toxicologia veterinaria I ntrod u ~ao ............. . .. . ... 3 Hist6ri co .......... .. .......... 3 Conceitos .... .... ......... . . . . 8 INTRODU~O HELEN ICE DE SOUZA SPINOSA ALINE SCHWARZ Areas da tox icologia ...... . ..... 12 Bibli ografia .. .... . .. ... . .. .... 13 A toxicologia veterinaria e uma area do conhecimento que tern des- pertado grande interesse nos dias de hoje, nao s6 do ponto de vista do medico veterinario, que assiste os animais de companhia (principalmen- te caes e gatos), como tambem dos anima is de produc;ao (bovinos, suinos, aves etc. ), que estao expostos a agentes empregados na agropecuaria e/ou a medicamentos veterinarios. Estes ultimos podem deixar residuos em eu tecidos e, consequentemente, causar efeitos nocivos em seres huma- nos que consomem os alimentos de origem animal. Portanto, 0 medico veterinario, como clfnico, atende 0 animal intoxicado, visan do a preven- ao e ao tratamento das intoxicac;6es e, quando atende os anima is de pro- d uC;a o, ocupa-se tambem de impedir que resfduos de substancias t6xicas PI' 's ntes nos tccidos dos animais atinjam 0 homem, consumidor de pro- d li lOS de orig m an1imal (leite, carne, ovos, mel). Deve ser salientada tam- I> l- Ill n 'ol1 lrib ui <:ao do medico veterinario nas quest6es ligadas ao meio ,ltllhiCi ll C ',lOS . 'oss isl 'm as, visando a preservac;ao do ar, do solo, da ,I f: il.1 (' do.' .Illlllldis Il() Sl'll habilal' natural. HIST6RICO 1\ II ',1 11101 d ,1 111 \ 1 (l1"1:i.1 0I1 '1I111j),1 11I1,1 .I ('vo l II , '01 Il d" civi l iJ.<1<,.'- o h ll llla- 1101 I It ··.· .. I 111 111101 d, o,d. ' 11 '. 11" "111 1'. 111.11 , 11 ' 111(1111 '., IIIH)"" · '11 plililili vo, TOXICOLOGIA AP LI CADA II MEDICINA VETERI NARIA nhscrvando a natureza, come<;ou a distinguir tanto no reino mineral e vl'gc tal como no animal aquilo que era benefico para si daquilo que pode- 11 01 ca usar dana a sua saude e, dessa forma, desfrutar dessas caracterfsti- IdS om diferentes finalidades. 0 homem aprendeu, pOl'tanto, que ,il f; llll1as substancias poderiam ser utilizadas como alimento, outras como 111('(li t'a m entos e, ainda, que aquelas com seus efeitos nocivos poderiam ', I I III i I izadas na ca<;a, como arma de guerra e, ate mesmo,para eliminar IH",',(),1S indesejaveis do grupo . l ) Papiro de Ebers, um dos documentos escritos mais antigos perten- II III ('~ i1 civiliza<;ao egfpcia (datado de cerca de 1.500 a.c.), contem infor- II IIIIIH'S sobre toxicologia que reportam as no<;6es ja conhecidas de muitos . ' I I II I I~ <I nteriores. Nesse documento, ha mais de oitocentas receitas, e d, '1111 I' (' las sao mencionadas substancias qufmicas reconhecidas como III II d', I lOS dias de hoj e . Os egfpcios antigos, por exemplo, sentenciavam I 111 1'1 II ' (v Illanasia legal) com sementes de amendoas amargas (Amigdalus •• '111111/11 III/ /(Ira ) . Essas sementes contem, dentre outras substancias, amig- o! dll l. l " ('I 11lllsina, as quais, na presen<;a da agua, sofrem urn desdobra- 1111 111 11 p i (Itili zindo a<;ucar e acido cianfdrico. Este ultimo Jiga-se ao fon I. II I, I J (11(' \' ) no sistema citocromo oxidase mitocondrial, produzindo 111/ 11' 101 g ltl Vl' (para maiores detalhes sobre esse tipo de intoxica<;ao, veja I 11 11 II ill I I ')) . Os egfpcios conheciam tambem a cicuta, que foi utilizada I" 101 I h 11 1/ 01 (,'" 0 g l'ega para a eu tanasia legal. 0 termo cicu ta e vulgarmen- II • 11111I 1 ' )~ dli() pa ra referir-se a algumas plantas toxicas: Conium maculatum I' II 11101 \'I' II('l losa ), que possui a conifna (alcaloide que provoca paralisia 11111 , "1 ,11 ,, (' III ('ih ante aquela provocada pelo curare) e Cicuta maculata (II. Illd oIl1ll()S,l ), qu e possui a cicutoxina - estimulante do sistema nervoso • • 1111 ,11 I Ji ll' provoca convuls6es e tambem nauseas, vomitos e diarreia. 0 I',qlli ll !i (' 1\ll('rs In nciona tambem 0 aconito (Aconitum napellus, cujas raf- I ' 1111 H ' III ' "I ~ SilO cm elhantes aquelas dos rabanetes) de onde se obtem a l'IIIlI llll d (, il l',l l()id > q ue estimula e, posteriormente, deprime as muscula- 1111 01 , 11'.d l' ( '~ lill ' Ie l' ica e o nervos centrais e perifericos), 0 opio (extrafdo 01 ,1 I 'II /It/ I 'I 'I ' ,I'o/1/lIijerul11, a papoul a ), utilizado tanto como veneno quanta 11I11111 11' lllt'dill, dl( 111 de m tais o mo humbo, cobre e antimonio. 111 00d()l. I'VI" li vlls : , l1tiga civi li /,a 50 chin csa tambem mostram 0 .I IIII II 'II II II ' lll u lIl l(' lill ll.llil sol)l'l: ,)S SIII ISt811 ('i (1s tox ic"s, como, pOI' cxcmplo, 1111 11 1111 ' II .I (l lllil (), i,I' lllin (',,1( ' 1'lIlill lO Illili ~" l( I () ('111 Ikdl ' S. No! 11 \' 11 / 011 dll )', I q~d 11. 1",,11'01 '" It) 1' 1 1i ' {) III I',I(I.I ~, 1.1 1Id H~ III , rdl'r(~ II (.' in s 111111\ d', 01 \ ,1 1101 ', 'd il l'').) ll l loI'' III I'd " () lillI ', II II) )~ II ' ) : " ~; 11( ' 1 0I1< "" 1'111 .J() I I INTRODU<;AO II TOXICOLOGIA VETERIN ARIA morte, feita por Platao, e um documento de interesse nao so para a lite- ratura, como para a medicina e a toxicologia. Demostenes, politico e grande orador gregG (384 a 322 a.C.) suicidou-se ao ingerir veneno escondido no seu instrumento de escrita. Hipocrates (460 a 377 a.c.), considerado 0 pai da medicina, estudando e praticando sua arte fez men- <;ao a uma serie de venenos e foi 0 primeiro a descrever princfpios rudi- mentares de toxicologia, incluindo formas de controlar a absor<;ao de substancias toxicas. Dioscorides, que viveu no seculo I, iniciou varias terapias para tratar indivfdu os intoxicados; a16n de sugerir a primeira classifica<;ao de venenos em animais, vegetais e rninerais, pois observou que essa classifica<;ao quanto a origem dos venenos mostrou-se necessa- ria para facilitar 0 entendimento e 0 desenvolvimento de terapias . Mitridates VI (115 a 63 a.C.), rei do Ponto (regiao atual ao norte da Turquia) , provavelmente foi 0 primeiro a realizar experimentos toxicolo- gicos. Ele era conhecido por seu carater amblcioso que 0 levou a querer ampliar seu territorio, tornando-se um dos principais inirnigos do Impe- rio Romano. 0 r ei do Ponto, temendo ser envenenado, realizava experi- mentos com seus escravos na tentativa de encontrar antfdotos para os venenos. Diz a lenda tambem que seu temor de ser envenenado 0 levou a habituar seu organismo a doses progressivamente crescentes de vene- nos. Diz-se que ele ingeria uma mistura de 36 ingredientes com 0 intui- to de proteger-se contra eventuais tentativas de assassinato. Por isso, a origem do termo mitridatismo, que se refere a aquisi<;ao de imunidade contra os efeitas de venenos mediante sua ingestao em doses gradual- men te crescentes (tolerancia adquirida) . Na historia da civiliza<;ao romana, ha tambem varios relatos sobre 0 llSO das substancias toxicas e, em particular, envolvendo as atividades poHticas da epoca. Dessa forma, nas cortes havia os provadores oficiais, na te nlativa de evitar-se os atentados, nos quais era muita empregado 0 <l rs ~ nico. A man.eira mais significativa pela qual 0 arsenico exerce sua ati- vid ad loxi a e a combina<;ao reversfvel com gn ,lpos sulfidrila presente ('111 I11U i tos sistemas enzimaticos, resultando em deple<;ao dos estoques de l ' II ~'rg i " d isllirb ios rnct.abOlicos e morte celular, alem de impedir a utiliza - ',It) (i( ' li,111Iill ,1 (P< 1'8 l118 ior ' s detalhes sobre essa intoxica<;ao, veja 0 Capf- I I Ji ll ~ ) , !\)',I'ipi ll d I'I1 V('I1( '1l 0 1l Cla udi o (Imperador Romano de 41 a 54) )lollol 1Il II I.l I N('I'I) 0 Illlj H'I"I<illr dc Ro m (govcrnou de 54 a 68) . Nero, por ' 01 101 V' ''I , 1/111 1 II oIll\l lio til ' I.IH 'II '1.1 . (' II VC IH' II OII Hril 811i n, I'iI ho natural de 1 1.11111 111 (', 11,1 "" 0111 tI(IIIIIIIII) t\ I" illll' il,\ 1I ' IIIo1l iv,\ I'r,l( 'dSS(IlI , lim e vez qll 11111,11 1 I " ' ,II ,lli lll ll ' ll 01 1'1/ ", /' 111.1111111 ',) 11 011 " til ' IIII II \ il 'oI " 11) )lor ,1 I'S(O lli ('o TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA (d istClrbios gastrintestinais e polineurite). Urn provador foi chamado com Il intuito de evitar uma segunda intoxica<;ao, mas, mesmo assim, BrWini- ('0 roi morto ao ingerir agua contarninada com arsenico adicionada a sopa 1IIIIi10 quente. Esta havia side primeiramente provada pelo provador, porcm, antes da adi<;iio da agua contaminada. Durante a Idade Media (476 a 1456), 0 emprego de substancias toxi- I ' d ~ 'ontinuou a oferecer riscos nas atividades politicas, dizendo-se ate que 11(lllve urn aprimoramento na "arte de envenenar". Figura famosa da l'IHI('cl roi Lady Toffana, que, a pedido das esposas de nobres da realeza, oIdiciollava arsenico em cosmeticos (agua de Toffana), e, dessa maneira, ('lIlllimlVa os maridos. Urn indivfduo que contribuiu para 0 desenvolvi- IIH'llin cia toxicologia naquela epoca foi Moses ben Maimon, ou Maimoni- dl '~ ( I 135 a 1204), que escreveu Venenos e seus antidotos (1198), 0 primeiro Hllloi dt' primeiros socorros para envenenamentos acidentais ou proposi- I.d'" I't1I'Ll picadas de insetos e cobras e mordidas de caes raivosos. Foi ele 'i111 ' 111 primeiro notou que a absor<;ao de toxinas pelo estomago pode ser dlllJillllflia peJa ingestao de substancias como leite e oleos. ()lllra [amosa envenenadora foi Lucrecia Borgia (1480 a 1519) que ',1'1 Viii dl' i nstrumento da politica de seu pai (Papa Alexandre VI - eleito 11111 IllUlivos politicos, e nao religiosos) e do seu irmao (Cesar, 1475 a I IO '/) . 1)<1 mesma forma, destacou-se Catarina de Medici (1519 a 1589), I jill ' I' ll Vi,We cosmeticos envenenados com diferentes substancias para a 1'10111 '01 , C,llarina testou coc<;oes toxicas em doentes e mendigos, notando ,j l' IIH 'idncic da resposta toxica, a eficacia dos compostos (potencia), 0 nl ,III <II' rl's poSLas em diferentes regioes do corpo (especificidade e local de ,jl ,III), U~ sill is e sintomas demonstrados pelas vitimas. l'I ' I'SUn , g m de destaque na historia da medicina e tambem da toxi- ll li ll)P, 1 loi Pilra e lsus (1493 a 1541), que dizia: "todas as substancias sao \'1'111'111),', ( ... ) 56 a dose diferencia urn veneno de urn remedio". Foi ele 1111 1'111 Illi 'iilllllcnte apontou que a experimenta<;aoe essencial para a elu- I d,11 011) d(l ~ deilo de s'ubstancias qufmicas e que as propriedades tera- 11I · llliv,l.~ l' l(ix i as de lima substancia estao relacionadas a dose oId lltllil ~: 1 1' .1<1 ,1 , floi dado, ass im, 0 primeiro passo para 0 estudo e a confir- IIlil l'oIl1 d,1 J'( ' I "i,' ~ () (ios ' - I' 'sposla. (l :, IloIll vps do (,O l1lin ' ill c ame ri cana, muito ant s da hegada de Cris- 1111' 0111 ( :() lllIlill(l, ,i ,l (,O ltil cci, II) pl anl cs l6x icas clas qu ais lirava m proveito polloi ,I ):1 11 '11.1 I' 01 I 'd 'd , () l'III'dl'(' , pUI' I' 1' ll1plo, t'1", ('(1 1111('(' ido jlc los \1 , li - \'11 ', d,I', III II I", !.I ', 1IIIItll ',iI :, d,1 ;\ 1111 '1'11 '01 dll ,' III , 11,1 1 II I Iill) :~ sc'- l'IlilIS, 1'(11111) 11111 INTRODU(.A,O A TOXICOLOGIA VETERINARIA veneno extremamente patente, empregado em flechas. 0 nome pravem de palavras indigenas woorari, woo ra li, urari, que significam veneno. 0 curare e urn tenno generico para muitas prepara<;oes feitas pelos indige- nas, que utilizavam varias combina<;oes de plantas, como Strychnos toxzfe- ra, S. guianensis, Chondrodendron tomentosum e Sciadotenia toxifera e, ate mesmo, veneno de cobra ou de formiga. A mistura era fervida em agua por cerca de dois dias e, posteriormente, evaporada para tomar-se uma pasta escura e espessa com urn sab~r amargo . A potencia do veneno era testada contando-se 0 numero de saltos que urn sapo dava apos ter side flechado. As flechas eram confeccionadas com c;urare e arremessadas com zarabatanas feitas de bambus ocos; 0 animal atingido, geralmente passa- Ios e pequenos mamiferos, morriam em poucos minutos. Dentre os varios principios ativos presentes no curare, destaca-se a d-tubocurarina, que foi isolada em 1897 e obtida em forma cristalina a partir de 1935. Atualmente e empregada como relaxante muscular de a<;ao periferica (bloqueador neuromuscular), produzindo urn profundo relaxamento muscular e facilitando, assim, tanto a anestesia como a cirurgia. A toxicologia modema iniciou-se com Orfila (1787 a 1853), medico espanhol que viveu na Fran<;a, na corte de Luis XVIII, e lecionou na Uni- versidade de Paris. Foi 0 primeiro a correlacionar, sistematicamente, as substancias quimicas e os efeitos biologicos pol' elas provocados apos a ingestao. Grande parte de suas observa<;oes foi realizada em caes, nos quais se buscava a correspondente terapeutica. Criticou e demonstrou a ineficiencia de muitos antidotos e tratamentos recomendados naquela cpoca. Considerado 0 pai da toxicologia forense modema, Orfila apontou a necessidade de analises quimicas para a obten<;ao de provas legais em in toxica<;oes letais, desenvolvendo metodos para a detec<;ao de venenos, alguns utilizados atualmente, associando a quimica ajurisprudencia. Jun- lamente com outros estudiosos da epoca, oficializou a tOxicologia como sc ndo uma ciencia distinta, na qual se estuda os venenos, e publicou, em 18 15, primeiro livro dedicado, inteiramente, ao estudo dos efeitos noci- vns li as su bSI ancias q ulmicas, Traite de Toxicoiagie. ;\ I() xico logia l110dcrna significa muito mais que uma simples exten- ,'.to d() II\litnll l() dcs' llvolvid o POl' Orfila e outros pioneiros estudiosos. (: 1011111<- t lII'.I S(' Iloj t-, (: il lrihuld, 8 cxposi,ao egura e ao controle de efei- III ', 11 1H'lv\l ~ III- :HlI) ~ I"IIl ' id ,' (jl lfilli "IS. I l' ssa form a, novas areas de estudo '" III "( ",1' 11 IIl v1 d<l l' (' d!'illldl'III.I ~, I'd VII I'I'('I'II!iO 11111<1 11l(' ll1ol' olllprc'll sao I Illlil ll l 1"\ lilIII ,1I !III 11 1",' .. 111 1' 111 '1.11 '1111111111111111 {'II ",('il lll'IIIII , TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA CONCEITOS A toxicologia e uma area do conhecimento multidisciplinar e, por isso, enfocada de varias maneiras (Figura 1.1). 0 farmacologo considera ,I lo xicologia como a parte da farmacologia que estuda os efeitos colate- I'.lis c/ou adversos dos farmacos; 0 patologista se preocupa com as lesoes 111.llTOCopicas e microscopicas que OCOlTem nos tecidos dos animais; 0 q 111111 i 0 da enfase aos metodos analfticos para identificar a presenc;a das ' oIlh s l,~ ncias nocivas em material biologico; 0 clfnico se interessa pela tera- IWIllic3 eficiente para 0 quadro de intoxicac;ao; 0 ecologo considera a pre- ',1' 111,'<1 de substancias nocivas que interferem nas rela<;oes dos seres vivos \ () III () a mbiente em que vivem; e 0 toxicologo centra sua atenc;ao no , q~I ' llll' loxico. Considerando 0 ponto de vista do toxicologo, pode-se con- 11 '1111,11' a toxicologia como: 1\ (ncia que estuda os efeitos nocivos decorrentes da interac;:ao das subs- 1,1n ias qufm icas com 0 organismo (conceito ampliado atualmente), englo- hrlndo tambem os agentes ffsicos. o (' ludo qua litativo e quantitativo dos efeitos nocivos de substancias quf- 1111 e de agentes ffsicos, incluindo alterac;:oes estrutu rais (Iesoes anaWmi- (,1 5 histol6gicas) e de resposta (Iesoes bioqufmicas, fisiopato l6gicas e p,> fqui as) em um ser vivo ou em seus descendentes, 1\ i ~ n ia que define os li mites de seguranc;:a dos agentes qu fmi cos e ffsicos, 1\ ci "n ia que se ocupa dos agentes t6xicos. Patologia 11 1,111 ,\ I I III I UIIl P.LI Illlilll ,111 '11 iI\ ' 11111111 '111111 '11111 1lllillidl'>llp lill til INTRODU<;AO A TOXICOLOGIA VETERINARIA Agente toxico ou toxicante e qualquer substancia qUlmlca ou agenie fisico (radia<;oes X, UV, Y etc.) que ao interagir com 0 organismo vivo provoca algum efeito nocivo. Evita-se usar 0 termo toxico como sinonimo de toxicante, pelo fato do leigo associa -Io a drogas de abuso. o termo xenobiotico (ksenos = estranho; bio = vida) e empregado para indicar qualquer substancia estranha ao organismo, qualitativa ou quantitativamente, nao indicando, necessariamente, que provoca efeito nocivo. Quando 0 xenobiotico, por alguma razao (por exemplo, concen- tra<;ao excessiva ou ausencia completa), provoca algum efeito nocivo, ele e considerado tambem urn toxicante ou agente toxico . Entretanto, nem to do xenobiotico e urn toxicante. Toxinas sao substancias toxicas produzidas por seres vivos e, em geraL nao sao bern definidas. As toxinas bacterianas sao produzidas por bacterias e podem ser classificadas em endotoxinas ou exotoxinas; as micotoxinas sao produzidas por fungos; as fitotoxinas, pelas plantas; e as zootoxinas, pelos animais. Esta ultima, se for transrnitida por mordedura ou ferroada, e chamada de pe<;onha (de serpente, cobra, abelha etc.) e, se estiver localizada em tecidos (nao em glandulas), e chamada de veneno (pele de alguns sapos, asas de borboletas, cerdas de taturanas etc.) . Geral- mente, a toxina recebe 0 nome do genero do ser vivo que a produz, tais como: bufotoxina (sapo do genero Bufos), crotalina (serpente do genero Crotalus) etc. Quando as toxinas sao bern caracterizadas e sua estrutura quimica e definida, e comum denornina-las de acordo com sua estrutura quimica. A toxinologia e a area da toxicologia que estuda as toxinas. Os agentes toxicos podem ser classificados de diferentes maneiras, dependendo do interesse e da necessidade da situa<;ao, quanta a seu orgao alvo (efeitos nocivos sobre 0 figado, rim, sistema nervoso etc.), seu uso ou local de usa (domestico, agricola, industrial etc.), sua origem (animal, vegetal, mineral), seus efeitos nocivos (cancerigeno, mutagenico, corrosi- vo tc.), seu estado fisico (gas, lfquido, solido), sua estrutura quirnica (ami- na s al'omaticas, hidrocarbonetos halogenados etc.), seu mecanismo de < .; () bioq UII11 i a (ihibidores da colinesterase, anticoagulantes etc.) e seu POI('IIl'i I 16 xi '0 ( x tremamente, moderadamente ou levemente toxico). 1\ toxiddade pod' se r conceituada de varias maneiras: e a capaci- d,HI\' iIIVIT IIII ' (I. SlIllst ; ll (' in qUll11i ca de provocar intoxicaC;ao (efeito noci- VII) ; t ' d III ()1l1 k(\.Hil' lilli' ,i s SlI l),' IJ ll i<lS qUll11i ca poss u m, em maior ou 111 1' 11111 )\1.111 , iii ' jllll 111'.11 dl'llll ~ IIIICiv()s;'(- li1l1 . 111 'dida rclal iva do r isco dol I' i',,' ,11 .II. 01 1111101 'dill ', I , 1I11 1.1 , dl ' jll 'lldl 'Il(IIl, jllll'ldll lO, d(l ~ ('on(\i-;oes de '-1/ 1'0-0 ' IH , It! ', 11111 111 TOXlCOLOGIA APLlCAOA A MEO IC1NA VETERI NARIA • Dose/concentra~o: Quanto maior a dose (mg/kg de peso vivo) ou a con- ce ntra~ao (mg/L no ar, na agua) do agente toxico, maior a possibi lidade de aca rreta r efeito nocivo num ser vivo. • Dura~o (minutos, horas) e frequencia (aguda, cronica) de exposi~o: Quanto maior 0 tempo de expos i ~ao do organismo ao toxicante, maior !'ambem a disponibilidade qufmica . • Via de exposi~o: Em toxicologia, sao de maior importancia as vias ora l, der- mica e ina latoria. A agua e um exemplo singelo da importancia da via de ('xpos i ~ao: por via ora l, nao ca usa toxicidade, entretanto, por via intraveno- ~c1, pode ca usar hemolise. 0 mercurio meta lico nao e absorvido se ingerido 11<1 forma Ifquida, sendo totalmente excretado pelas fezes, porem, se 0 vapor clo mercuric metalico for inalado, sua tota lidade e absorvida pelos alveolos pli lmonares, exercendo seus efeitos toxicos em seu loca l de a~ao. Propriedades ffsico-qufmicas: Liposso lubi lidade, estabilidade, co nstante cl l' Ii oc i a~ao, pressao de vapor e tamanho da molecula sao exemplos das V.11 i ~ v i que alteram a disponibilidade qufmica dos agentes toxicos. u cetibilidade individual: Especie, ra~a, idade, peso corporal , caraderfsticas f',{'\\(' ! i a , prenhez, estado nutricional sao algumas variaveis que influenciam a !oxi( icl de. 05 gatos, por exemplo, tem maior dificuldade em eliminar substan- (1.1 qllfmicas que precisam conjugar-se com 0 acido glicuron ico, em fun~ao da <ldici (1 n ia de uma enzima hepati ca, aumentando 0 risco de intoxica~ao. l)lllti li lt 11 ' ira de medir-se a toxicidade de uma determinada substan- I ,I 1\IIIIIIi ('.1 (- '1.11pregar a DLso (dose letal 50%, isto e, a dose que causa a IIIIII!I ' 1' 111 "' 0 '% da popula c;ao exposta ao agente); quanta menor a DLso' 111.11 11 1 d 10 icid ade da substilncia. Esse parametro, embora nao seja 0 mais tldl 'qlldt!l) pilra avali ar a toxicidade, e bastante empregado por ser uma 111 1'dld,1 o ll,il'iiva e facil de ser obtida. 0 Quadro 1.1 mostra uma classifi- 1011,111 111 1( i('(J !()g ica q ue leva em considerac;ao a DLso' 11111 ~ lllltl\,:()(' s prali as,o fator critico nao e a toxicidade intrinseca da "\lII 'oIo1 ll ( LI , IlldS () ri sco o u prejufzo associado ao seu uso. 0 risco repre- ',1111 01 ,I jll'oll,lll ilid .. d' cia 0 orrcncia de efeitos nocivos pelo usa ou pela 1II 00 111IIIil oi 'dO cl v lIl11 ClgC IlI c 16x i 0 sob condic;6es especf£icas. 0 beneficio II jl II", I' llld II pl'o!l .. lbilid <cI (' ci' nao 0 orrencia d dano I 10 u 0 ou pela 1 1 10011Ijllll.t ~ ,\0 <1( ' 1111\ tlg ' Ili (' tox icc) sob ond i<;6 'S cspe ifi as. POlencia l- 1111 ' 1111 '/ 'oIi1I',I,lllI'i .\ ~ 11I \lito I(lxi(\ s potie 111 sc r u til iz<l ti <ls 0111 segllrCl I1 c.:Cl iiI "iiI ' <JIll ' 01 ', Ifl lllii ' II!' ~ illljll ' '.1 111 \ 11.1 ' ''' ~ Il I ' \,:;; () , Nl'S~ ( ' ,' (' lll itio, d '1IIlsl.1 11 - 1101 1111 "01 111 1 ', I' lld l' 1IIIili o 111\11,1 , 11 1111 tll ,IIII ' I,1 11. 11lt) 1III001Ido Illl li'/, lIl.l III '" ,1, 111 111111 III ", 1111 '1 ', l.d,, ' I"1 Idol , III INTROOU<;AO A TOXlCOLOGIA VETERINARIA Quadro 1.1. Classifiea~ao toxicologica segundo a DLso (dose letal 50%) Classe DLso - via oral Quantidade aproxirnada para causar (rnglkg) rnorte de urn ser hurnano adulto Extremamente t6xico abaixo de 5 menos de 7 gotas Altamente toxieo 5 a 50 7 gotas a 1 col her das de cha (5 mL) Medianamente toxico 50 a 500 1 col her das de cha a 2 colheres das de sopa (2 x 15 mL) Pouco t6xico 500 a 5.000 2 colheres das de sopa a 1 copo (150 mL) 5.000 a 15.000 1 copo a 1 litro Praticamente atoxico acima de 15.000 mais de 1 li tro o risco/beneficio aceitavel varia entre 1:100.000 e 1:100.000.000. Contudo, 0 estabelecimento desse parametro e muito complexo e multi- facetado, envolvendo 0 balanc;o entre 0 risco e 0 beneficio nas diferentes situac;6es encontradas n a pratica. Risco alto pode ser aceitavel nos farma - cos utilizados para salvar uma vida (antineoplasicos), mas nao em subs- tancias utilizadas como aditivos de alimentos, por exemplo. Alguns dos fatores considerados para determinar um risco aceitavel sao : beneficios adquiridos do uso da substancia, existencia de substancias alternativas que possuam 0 mesmo uso/ extensao conhecida do usa da substancia pela populac;ao, utilidade, viabilidade economica, efeitos no meio ambiente e con servac;ao de fontes naturais. Intoxica~ao ou toxicose (evita-se 0 termo envenenamento, pois, como com entado anteriormente, este abrange apenas os acidentes produ- I'.idos pOI' an imais pec;onhentos) eo estado morbido causado por um agen- Ie loxi o. E 0 efe ito l1ocivo provocado pela exposic;ao a um agente toxico. n () 'o njunt o I sinais (obj etivo, mensuravel) e/ou sintomas (subjetivo, s(' lltid o pclo doc nlC) cau sa dos pela substancia quimica ou pelo agente fisi - ('\) no orga ni s1)1 o anima l. Esse conjunto de sinais e /ou sintomas eviden- !'id II I 1IIII d ,1I1 er< (80 orga n ica ou quebra da homeostasia ou, ainda, uma ,11 11'1',1(,,'0111 p,\lol ()git"i1, po(ic ntio 0 I nao sc r revers(vel. A habilidade intrinse·· 101 dC! I<'l'itil) 1('"H lo ck I'q~ I' I)( 'r< rose C <1 II C v i d ' lc rl1lina r a natureza rever- ',1\1 ,1 1)1111010 11.1 11" .. 111 , 1 li'~, 01 fOI' lllol / k si'ks lH'p: li c<s gc ra ll1l nl e sao 11'\'1 I'.! \I '!', t1 I'\'lI llloI ,lIl o1 ',t llolll tl ,Ii1I ' l'I'):I' IH'I 'oI livol 1111 (' (I S 11 (' Pi1Ick il os pr '- '," 111 ,111 1/ 'I 11 \1' 11111111111 11Il! 1'\ t' llljtlll 1(1 111 .! ', It' IIII.I ', III' IVI)'" I'" II TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VET ERINARIA AREAS DA TOXICOLOGIA A areas tradicionais da toxicologia, com enfoque na especie huma- 1101 , s50: • Toxicologia ambiental: Estuda os efeitos nocivos no organismo decorrente de exposi<;:ao a agentes t6x icos presentes na agua, no so lo e no ar. • Toxicologia o(upacional: Estuda os efeitos nocivos decorrentes da exposi- ~a o a substancias qufmicas provenientes do ambiente de traba lh o. A pre- v n~ao de intoxica<;:oes normal mente e realizada por mon itoriza<;:oes do ,lmb iente de trabalho e do traba lhador. Os pad roes de seguran<;:a sao obje- 10 d lei e chamados de limite de tolerancia (LT). • Toxicologia social: Estuda as substancias qufmicas que levam a altera<;:ao clo humor, do comportamento, provocando disfun<;:oes do sistema nervoso (C' l1lral. Nela sao estudadas drogas Ifcitas (a lcool, fumo e alguns med ica- 11)(' 111 05) e ilfcitas (maconha, cocafna, ecstasy etc.). Geralmente sao substan- (id '> qufm icas que levam a tolerancia e ~-dependenci a. Toxicologia de alimentos: Area de ap li ca<;:ao da toxicologia que estabelece d (o ndi <;:oes em que os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos 01 ,dlkl . Sua importancia esta em assegurar a qual idade dos alimentos, Iwld cl etec<;:ao de contaminantes como aflatoxinas, nitrosam inas, praguici- dd\ J il tibi6t icos e hormonios. Os contam inantes pod em ser naturalmente l' II (() l1lrados em alguns ali mentos (acido oxa li co e cianeto em algumas i>ldllli1 ~), artific ialmente ad icionados aos alim entos de forma intencional (old i I ivo , pragui cidas) ou acidenta l (aflatoxi nas). loxicologia medicamentosa: Estuda as substancias qufm icas utilizadas em 11'lcll H' lIli a; estuda os medicamentos ava liando-se 0 ri sco x beneflcio e, em (.I 'l l) de ing tao cron ica, faz a monitoriza<;:ao terapeutica e a ana li se pre- VI'lilI V(l, qu impede 0 aparecimento de efeitos adversos proven ientes do 11 , 11 clo 111 C'cl i mento. () Ilwdi\'n ve l 'rill a rio, nos dias de hoje, contribui e participa ativa- 111 1111 1' 1'011"1 " l'vo lu<;a o 10 conh cimento dessas diferentes areas da toxi- 1 11 111)\ 1,1 , IOll l dl!!lo !lI t is, Illpl a a avalia<;:ao dos efeitos toxicos,mais precisa 01 Idl ' lIlll'k.l\',111 dos ,1gl' ll[es 16xicos mais eficiente a terapeutica das illto- 1( .1t (H "" INTRODUy\O A TOXICOLOGIA VETERINARIA BIBLIOGRAFIA Gallo, M. A. History and scope of toxicology. In: Klaassen, C.D. Casarett and doull's toxicology - the basic science of poisons. 5.ed. Nova York, McGraw-Hill. 1996, p . 3-11. Hodgson, E. Introduction to toxicology. In: Hodgson, E.; Levi, P. E. A text- book of modern toxicology. Stamford, Appleton&Lange, 1997, p. 1-25. Oga, S.; Siqueira, M. L. P. B. Introdu<;:ao a toxicologia. In: Oga, S. Funda- mentos de toxicologia . 2.ed. Sao Paulo: Atheneu, 2003, p. 1-7. II 2 Toxicocinetica e toxicodinamica Introdu~ao ... . ...... .. ....... 15 Toxicocinetica .... . . , ... .. ..... 16 Absor~ao . . ............. ..... 16 Transporte passivo ou difusao .. 17 Transporte mediado por carreador ..... .. , .. .. 17 Pi nocitose e fagocitose .. .. . .. 18 Vias de expos i ~ao . . ........... 18 Dist ribui ~ao . . . ....... . ...... 21 B i otra n sforma~ao . . . ......... 22 Rea~5es de fase I ..... . . ..... 23 Rea~5es de fase II .... .. ... .. 24 E limina~ao ........ . . ....... . 25 Excre~ao renal . . ............ 25 Exc re~ao bi I ia r .. . ......... .. 26 xcre~ao pelo leite .......... . 27 I ludos toxicocineticos . . ...... 27 Mia-v ida de elimina~ao ...... 29 o pura~ao plasmatica Oll clearance ..... .. .. . . .. 33 I NTRODUc;:AO JORGE CAMILO FLORI O ALTAM IR BENEDITO DE SOUSA Toxicodinamica .. . ... . ... ... . . 34 Mecanismos inespecffi cos de a~ao t6xica .... . ... , ... 34 Mecan ismos especfficos de a~ao t6xica ............ 34 Enzimas como alvo de toxicantes .... . . ..... . . 35 In ib i ~ao de proteinas transportado- ras ce lulares como alvo de toxicantes ............... 35 A~ao como agon ista ou antagonista de receptores de neurotransmisso- res como alvo de toxicantes . .35 Inibi ~ao da produ~ao de adenosina trifosfato (ATP) como mecanismo de a~ao t6xica . . ... . .. .. . .36 Produ ~a o de compostos intermedia- rios alta mente reativos como res- ponsavel pela a~ao t6xica .. .36 Bibliografia ... .... ............ 39 ( h di' i I m (I<- 11111 llgell Ie 16x i 0 n o o rga 11 iSlTJ O d e u rn animal sao con- ',1 '111" ' 111 i.1" d,I ', 11.1 ', , '.I I" ICI('l'ISli c, s l ox icocin c [i ciJS C l ox icod inamicas . NI " ,II ' 1''111111 111 '"HI 011111".( ' 111,1110; 0" l 'o ll ('\' iI OS III <li s 1'(' l t'Ydl1 l l'S de lox icoci- III ' IIt ,II ' III IllItilllolllll l, l 1"01 III 01 I ItllJ I'\(' III p l ilil 'oIl 10111 ,IW ' II!< 'S II) i t'os ell' 111'111111,11111.1 lid IIlIdl.111.1 \111111101 11.1 TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA TOXICOCINErICA t ermo toxicocinetica £oi incorporado recentemente na lite ratura , ll' lllfl'i ca , re£erindo-se aos estudos quantitativos dos processos de absor- 1, ,1 11, di stribuic,:ao, biotransformac,:ao e excrec,:ao de urn organismo vivo I' IHISIO a urn determinado agente toxico, Embora os mecanismos de ac,:ao II) \ i(\1 geralmente sejam similares na maioria dos seres vivos, sabe-se que , I IlIl c ll sidade e durac,:ao dos efe itos deleterios normalmente variam de 1111 I I do om a especie animal estudada e podem, em parte, ser atribufdas ,III, Idio res toxicocineticos , Portanto, esse estudo aplicado a m e dicina \ ,'11' 1 i 11 .:1 ri a pode apresentar diferenc,:as relevantes, e, dessa forma , a extra - IHl loi 'dO de dados toxicocine ticos de uma especie animal para outra, ou 1111", 111 0 para os seres humanos, pode nao corresponder a realidade, 11' \ ,111<10 < re ultados totalmente inesperados, () l'i'('i lO promovido por urn agente toxico, em urn determinado ani- 111 ,1 1. (' s l,l basicamente relacionado com a concentrac,:ao do toxicante na 11111 1.1 "(" is lo e, no sitio de a c,:ao ou, ainda, na intimidade dos tecidos , I 111 11'101 111 (l, a m ensurac,:ao desse agente nesses shios de a c,:ao e uma tare- 1.1 1100 ', I, llll l' complicada e , muitas vezes, nao acessivel. Por esse motivo, d ,1 "" IIIl'i n{\ ncia pela utilizac,:ao de m etodologias pouco invasivas; por , I II lpil ), ,1 de tecc,:ao e m ensurac,:ao do agente toxico e seu s metabolitos 'III , 1I 11 1)', II "~ bi ologicas como sangue, leite e urina, Dessa forma, na maio- II') d ,I" Vl'/,('S e possive!, por exemplo, assumir que a concentrac,:ao plas- 111 ,1111, 1 !I v qu alquer agente tox ico apresente correlac,:ao com as 'II II( 1' 1111 d,'i'k ' teciduais, e estas, por sua vez, com a biofa se, Sendo assim, 11111 11.111 '.I S )) , concentrac,:ao plasmatica refletem mudanc,:as na concentra- I ,ll) !II" oIS substancias nos tecidos e, consequentemente, altera c,:ao dos , I( 1111 ', 11i Xicos, Absor~ao I >di lll' -Sl' ab orc;ao com o llma sen e d e processos pelos quais uma ', llil ,. l.l ll l'IoI ljU ll1li ca xl ' rn a a um s r vivo nele p en e tre sem lesao trauma- II, ,I, dll'~"o1 i1d () , Ie a co rr ' n te sa ng Lifnea , POl-tanto, pa ra qu e determinado 01) :1' 11 11 ' 10 iCli ~l'.i ' abso rvi do, c n ecessario que ele atravesse as div rsas 111," 11 11,1 11 01 , ili o l()gicas, C0 l11 0 epiteli o gastr intestina], end o te li o v as ul a r 1111 '1111 1101 11 ,1 ('il o pl l1s ll Hl li c S. ()o. pi III I'''' () . ('l lVo lvi(i os 11 11 ( hS(1 r<:;"o Ie $ubSla n iDS qll lllli (,DS p Ol' 11I1 ' 11I1 ))' " lo1 ... III (} I I))~ i (.I~ .11 ) () Il'd il ' I)( )) 1( ' pd"'i () 0 11 " dii' l ls;i(); () I 1',111 spo I'l I' 111,111.11 111 P')) (, III ('oI dlll , 111 111 11 II 11 11 11 "1'111 1 ' ,Ii I\,(I (' 01 !l illl 0111 I. lI ilil o1 d ,l; (' PIIII 1 '.'01 1', 111 11 111" 1. 1)\"1 11 1),,1' I' 01 lillIllI 1111 '01' II TOXICOCINETICA E TOXICODINAMI CA Transporte passivo ou difusao No transporte passiv~, a membrana biologica funciona como uma estrutura inerte e porosa, por onde as moleculas da substancia quimica se transp6em por simples difusao e sem gasto de energia. Nesse caso, a pola- ridade da molecula a ser absorvida assume grande importancia. Na difusao simples ou passiva, as moleculas do soluto (neste caso, o agente toxico) se distribuem da regiao em que se encontram em maior concentrac,:ao para as regi6es onde estao em menor concentrac,:ao, isto e, respeitando 0 gradiente de concentrac,:ao. Para que esse processo aconte- c,:a, e necessario que as moleculas do soluto sejam apolares e apresentem peso molecular compatfvel com a bicamada lipidica da membrana a ser atravessada. Na filtra~ao, 0 agente toxico atravessa as membranas celulares pelos canais nelas existentes, os quais variam em diametro nas varias membranas corporais. Este e urn mecanisme comum para a transferencia de muitas substancias de baixo peso molecular, hidrossoluveis, polares ou apolares. Na membrana endotelial capilar, os canais sao grandes (4 a 8 nm, dependendo da localizac,:ao do capilar) , ao passo que no endotelio intesti- nal e na maioria das membranas celulares 0 diametro e de apenas 0,4 nm. A permeabilidade as substancias quimicas por meio dos canais aquosos e importante na excrec,:ao renal, na remoc,:ao de substancias qufmicas do liquido cerebro-espinal e na passagem de substancias quimicas pela mem- brana sinuisoidal hepatica. Transporte mediado por carreador Os carreadores sao componentes da membrana celular que tern a capacidade de transportar moleculas ou ions para 0 interior da celula. Entre os principais tipos de transporte mediado por carreador citam-se a difusao facilitada e 0 transporte ativo, "s es transportes especializados apresentam as seguintes caracteristicas: s;"o sa l u raveis, tern especificidade pelos substratos, podem ser inibidos ou ati- v . tins POl' hor111 o nios' necessitam ou nao de energia para sua ocorrencia. 1\ diJ'lI sao raci litada e urn tipo de transporte sem gasto de energia, IIwlii"do por C'D rn:a (/o r, no qual 0 substrato, isto e, 0 agente toxico, se III OV (' .I J'oI VOI' do gI',1(liclll t' d l' o n ntra<;ao . A velocidade da difusaofaci - 11 ,11 1.1 I~ II I1 Sili l'l ,I V(' illI('Ili( ' 111 ,li n !' qll' a da ctii'lI s - o simpl es . A glicose e ,II I''( II Vld ,1 111' 1(1 ', 1('( 111 11" IIl ili/, lIl<1 o (' , 'r lip() til' Irdll spnl'l (' . ( 'lilli" 11101 ',1 11 ,1I1 "IHII I(' ,111 \11 ,l\tllI'l l' 1' 111 <111( ' .1 ', llh I d l1 c iJ (, IllOvi(/ , 1" 11 III , III d" 1,1111 ," Itl il '. , 11 1111 " II ): 1.1111, '111 (' !I" , II II ! 1' 1111,1 dO, 11 1' ( 1",', il"ll " TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA do de energia derivada da hidrolise de ATP ou de outras liga<;6es ricas em ('11 'fgia. Na maioria dos casos, esse processo exibe alto grau de especifici- d de estrutural e estereoquimica. Portanto, durante 0 transporte, se duas Slibstancias fisicoquimicamente correlatas se oferecerem para 0 transpor- I v ao mesmo tempo, uma podera inibir 0 transporte da outra. Pinocitose e fagocitose I eIine-se pinocitose e fagocitose como os processos de absor<;ao nos (1I 1,1 is a membrana celular se invagina em torno de uma macromolecula (II I de varias pequenas moleculas, englobando-as junto com goticulas do II wio 'x tracelular. Em seguida, formam-se vesiculas intracelulares que se d ('~ I ,lcam da membrana, sendo a fagocitose a absor<;ao de particulas soli- dd s, c a pinocitose a absor<;ao de particulas liquidas. A fagocitose e a pino - ('il()St' cxigem energia celular para a sua execu<;iio e, diferentemente do lid Ii sport e ativo, nao necessitam de transportadores especificos nas mem- IlIdll ,)S c lulares. Vias de exposi~ao I\s principais vias de exposi<;ao em toxicologia sao a oral a inalat6- I . 1 (' ,\ dermica. Cada uma dessas vias tern caracteristicas especificas que 1H' llllitl"111 OLi nao que urn determinado agente toxico consiga alcan<;a:r a 11111 ('1 11( ' sa ngiiinea. 1\ diJ so r<;ao pelo trato gastrintestinal e a mais estudada, pois a via oral I' 01 I I II 'IIIJ 111 a is comum de exposi<;ao aos agentes toxicos, tanto para seres 1IIIIIIoIIIOS quanto para os animais. 1\ dhs() r~ao dos agentes toxicos nos compartimentos gastricos das dill ' I(' III( 'S 'species de animais e complexa, pois os toxicantes podem ser IIIIH lili(',l( los e m decorrencia dos diferentes pHs, do tamanho e da flora 1,,1( 1(' 1 i,III,) 'ncontrados nesses compartimentos. Entretanto, uma vez que II 01):( ' 111( ' I()x i 0 alca n <;a 0 intestino, 0 qual apresenta grande area super- 1111.11 ('(1 111 ctl paeidade de absor<;ao, e le pode ser absorvido com mais faci - I dold( ', 1\ fligura 2.1 ilLi stra duas situa<;6es nas quais 0 agente toxieo ,11111 Ii lli s t (',1(10 por via oral mostra eurvas de concentra<;ao plasmatiea dife- 11 ' 111 (", (' III 1'1111 ,50 da vc loeidade de absor<;ao. 1\ Vl' locitltldl' d' abso r<;ao de um toxicante por Lim a de te rrninada 11I( ' llilli ,11101 lti()I ()gil' dc pc ndc ha sicc mente da natureza qlllllli a d '5S ' ,1)',(' 1111 ', ', l' lldo 1IIIt ' .lgl"IlIl'S It) il 'l) lip() ~() I (l v(" i s pO(\l'1l1 (\i sso lvl'l"-sc n IlS 1IIIIIdll,III,I', dol " « '1111.1 " (. dillilltlil ',1' 1,11111111 ' 11\ (' , HIli ('11111 1,11 (' , II\(ll(T III.I \11111 ,1\1 '1',11.111111 11 "('1: 111 ' 111 oldl 1111 ,11 111111 1.1 1 111(\oIdl ' 11 ,1', (1 ,1111.1 ', 111 TOXICOCINETICA E TOXICODINAMI CA 70 .2 60 0 .§ 50 m u :;::: 40 'm ~ ...... \ m 0. 30 / \ 0 I om , uo 20 , iC' I C OJ u 10 c 0 U 0 0 10 15 20 25 30 Tempo (h) Figura 2.1. Representa~ao gratica da curva concentra~ao x tempo de agentes toxicos administrados por via oral e que apresentam absor~ao rapida (Iinha cheia) e mais lenta (Iinha pontilhada). A velocidade de absor<;ao tambem depende da via de exposi<;ao; por exemplo, a absor<;ao por meio da pele e extremamente vagarosa, pois c nvolve a transferencia do agente toxico no estrato corneo. Ja a absor<;ao peJas vias aereas tende a ser rapida, pois envolve a transferencia do toxi- ante por uma membrana fina e com uma extensa area de abson;ao e urn il lenso fluxo sangtiineo. Os para metros que descrevem a velocidade de absorc;ao sao a cons- I, nte de absor<;ao (ka) e a meia-vida de absor<;ao. Esses parametros assu- 111 ' Ill qu e a velocidade de transferencia do agente toxico para 0 plasma e proporcio nal a quantidade do agente toxico disponivel para ser absorvido. o pa ram etro qu e descreve a extensao da absor<;ao e a biodisponibi- Iidnde (P) , que c ddin ida como a fra<;ao da dose ou da concentra<;ao de 11111 ')~',l' nl ' lox ico qu ' [oi transferida do local de administra<;ao ou expo- '. i '010 Pdrcl ,) (' i I"Cli I af,'5 0 sa ng Lifn ea . No caso de injetaveis, a biodisponibili - d,ldl' t 100 IX , (11 - I) , poi s lodo 0 agente toxico adentra a circula<;ao ', oI ll f:i 'IIII\ 'oI do 1l1'):,)lti ,' lll O. 1\ ( hso l"(;'a in ompleta (F < 1) pode ser decor- lI ' lll t' til ' oIlil)" pl (lI 'I' ~ I)'. I'lllll() : di sso lll <;;O ill co l11plc la do agente toxico, jloI ','.ol):( ' 111 1IlIIIIIIpll ' Ioi Iltll 1I11 ' il) d,h 1llI'llllIrolllol '>, l,i o lr,l l1 s I'OI"I11 , ,an no loca l d,1 ,ltilllilll ', lloIloIll 1111 1 I"ilil ti l' 1111111\ ' 11,1 p,I"' .. II:( ' 111 (1',1( ' Iillill\ll rdl'l"l' Sl' ~ 10111110\11 ,, 1, 1111101 11111 '1111 I) ,1/W IIII II I 1(1)',11 111 ' 11 I1 11 ):.1 11 11 1111101111( ' II 111ll1 n II 1'1 TOXICOLOGIA APLICADA A MEDICINA VETERINARIA de absorc;ao. A Figura 2.2 ilustra curvas de concentrac;ao plasmatica para 1I ma substancia quimica administrada por via intravenosa e por via oral ('om biodisponibilidade completa e incompleta. 70 .2 60 0 .5 50 '" u "" 40 Intravenosa ~ .!2 "- 30 !~ ~ 20 C ~ 10 0 u 0 0 10 15 20 25 30 Tempo (h) 70 .2 60 0 .5 50 '" u ~ ~ 40 Via ora l (F = 1) '" Ci 30 0 ':3- ~ 20 C el c 10 "'-~~.-. -- . "-. -- . 0 U 0 0 10 15 20 30 Tempo (h) 70 .2 60 0 .5 50 ,~ "" 40 Via oral (F = 0,30) E VI '" Ci 30 0 "" u-.. ~ 20 c:; 'u -- - .-- \ u <: 10 - .,' 8 " I 10 15 20 25 30 Tempo (11) I 11 11101 ).J. , H('pl'(' \('nl,'~ (iO gr 1i( '1 rli) ClIrVtl ronr('nl'ra~ 0 X lempo cI ilgcnlc 16xico , 1(11i1i11i ~ lr,ldo\ por vi,1 inlrdvt'IHl',,1 I' vl,1 01',11 10m hiodhpolliiJilid,uk (Oll1pl<lloi (I 1) 1' IltOlllpll'ld (1 11 (1) o 1i,\( llllltlllo it 'pl'I'\ I'III " " "Ii 'd IIh ' liIlIVtl (A~( ) , 'II TOXICOCINETICA E TOXICODINAM ICA Distribui~ao A distribuic;ao e urn processo de transferencia reversivel do agente t6xico da circulac;ao geral para os diferentes tecidos que constituem 0 organismo. Portanto, os 6rgaos mais perfundidos pelo fluxo sangufneo e linfatico concentram mais, em urn primeiro momento, urn determinado agente t6xico havendo, em seguida, urn equillbrio entre os diversos com- partimentos organicos. Os parametros que descrevem esse processo sao 0 volume aparente de distribui~ao (Vd, Equac;ao 12, Quadro 2.1) e a con stante de velocidade de distribui~ao (a, k 12 , k 21 ; Equac;6es 25, 26 e 27, Quadro 2.1). Define-se Vd como 0 volume hipotetico necessario para a quantidade do agente t6xico ficar uniformemente distribufda e produzir a concen- trac;ao sangufnea observada, ou, ainda, uma constante de proporcionali- dade que relaciona a quantidade total de uma substancia administrada a urn organismo com a concentrac;ao presente no plasma. o V d nao se refere ao volume hfdrico bio16gico real, mas representa a extensao com que ocone a distribuic;ao da substancia fora do plasma e dentro de outros tecidos. Na pratica, 0 Vd nao pode ser associado a urn volume hiclrico real no organismo, uma vez que existem toxicantes cujos valores sao bern superiores aos valores de lfquido contido no organismo estudado. Portanto, urn valor de Vd pequeno pode significar que a subs- tancia permanece em maior extensao no plasma, e urn valor de Vd ele- va do pode representar maior penetrac;ao ou sequestro para os tecidos. A extensao da distribuic;ao de urn agente t6xico do sangue para os tecidos depende das seguintes variaveis: • Hidrossolubilidade: Compostos hidrossoluveis,como, por exemplo, 0 eta- no l, mostram pouca disposit;ao no tecido adiposo ou no sistema nervoso central e sao distribufdos por toda a agua corporea. • Liga~ao as protefnas plasmaticas: Os toxicantes que se ligam as protefnas I la mat icas mostram redut;ao na distribuit;ao nos tecidos e sao ret idos na ir u l a~ao , • Liga~ao as pr0tefnas teciduais: Os toxicantes com alta afi n idade por pro- I ('( II ~I ~ I('( iciuais mo lram uma di stribu i ~ao ma is extensa , • Upo olubilidade: o~ lox i " ntl'S lipo oluveis estao concentrados nos teci- rill , dilil'o ,o, (' Ill) i IC' III t1 I1 l'rVO,O (Cnlrel l, ndo n te ultimo em raZ30 do ,tllo ( !lII!! ' lld!! til ' 1IIlId (\(J " , 111 1' 111\)1 ,1 11" " C ilop lrl /1l tili (,,, ~ (' retf ulo ndoplas- 111 , 111 ('11 dol ', 11'1111 ,1', TOXICOLOGIA APLI CADA A MEDICINA VETERINARIA Vale ressaltar que uma quantidade significante do agente t6xico absorvi- I II) por urn organismo tende a ligar-se de forma reversivel as proteinas plas- 111,11 i as, e somente a fra<;ao livre do agente t6xico tern a capaddade de deixar t) pl t1sma para alcan<;ar seu sitio de a<;ao t6xica. A exposi<;ao concomitante a dois agentes t6xicos com alta porcenta- }:I' III de liga<;ao plasmatica pode ocasionar urn aumento da atividade ou ti d loxicidade de urn deles, Isso ocorre porque esses dois agentes compe- It ' lll l'om os mesmos sftios de liga<;ao dessas protefnas, havendo, pOl'tan- III , 0 dcslocamento de urn deles para a forma livre, responsavel pelos l'klloS loxicos, to. albumina plasmatica e a mais importante proteina plasmatica envol- \ 111.111.1 li ga<;ao com medicamentos e agentes t6xicos; porem, nao e a unica: 1"01, 111 illclufdas nesse grupo a ~-globulina e a a -1-glicoprotefna acida, lJiotransforma~ao to. l)i()l ransforma<;ao consiste na transforma<;ao quimica de substan- 11. 1'" ,,(' j,illl elas medicamentos ou agentes t6xicos, dentro do organismo \ h Il , vis,lI1do favorecer sua elimina<;ao, Esse processo permite a forma<;ao tit ' Illt ' loIi>(\ li tos que normalmente sao mais polares e menos lipossolllVeis till IJlI( ' ,) l1lo lecula originaL favorecendo sua elimina<;ao. to. Ilio lransforma<;ao nao apenas favorece a elimina<;ao de urn agente III "'I, V() ln o tamb6n, frequentemente, resulta na inativa<;ao deste. Con- 1111111 , 1IIIIil os me tab6litos ainda apresentam atividade, podendo provocar I' ll III", ', ililil a res ou diferentes das moleculas originais e ser responsaveis 1'"1 1111 pmla n les efeitos t6xicos consequentes a exposi<;ao a eles. Por I' 1' lllpl!I , () paracetamol (antitermico), ap6s sua biotransforma<;ao por , 1IIIIII00S IIt'pa li ca , da origem a urn metab6lito altamente reativo, que e I 1"' 1'111 1'" IVl'1 p ' los danos hepaticos observados em gatos. ( )0, 0111 i 111 <1 is I e rrestres desenvolveram mecanismos enzimaticos, loca- II ,1I 1!1'. Illin cipa lrn c ni e no ffgado, responsaveis pela biotransforma<;ao de II" II Jill /, ll L ' Ii posso l Llve is, Essas enzimas metabolizadoras localizam-se \1·1111. 11 lilt ' 11 I I' l it) r 'I ku lo endoplasmatico tiso. '1'1111.1 Slill slBll ei <1ufrni ca absorvida pelo trato gastrintestinal obriga- 1I11 IIIt ll (' IIII ' v,l i di e () I'fga do pOl' meio da veia porta, ond e e biotransforma- li t! (l' II ' illl ti t' I" inwi rn p, ssagcl11), para, po, teriormente, pode r alcan c;a r 0 II '. I.IIIi( · ti ll ()1);,llli slll() . No 'nl an lo, 0 I'fgado nao ~ 0 Llni c() loc I nndc "I IIIIII '! I' 01 hilll I 01 1I <,11I1'I1 lol <,'dO dl' Il lt '<ii (',llll('l1lns I' "W'nl cs II) i('os. M(liloS l' IIIII I'II I1 ):, lil '. 1' 11 '1'1<111 '0 1111 ',', 1 It'll I 1' )) ',1 111 ,1', 'III(' IIOI'III,illl}(,1111' Ilillllolll "I'OI 11101111 ·"ill'oIl,I III" l' lldll \(' 11 11', 1""11 1It111 1.111111\'111 1)) 111 1,111 ,, 11111 11,11 '01 11 1'01 101111" TOXICOCINETICA E TOX ICODI NAM ICA ex6genos suficientemente semelhantes em termos molecular a seus subs- tratos end6genos naturais. Nos processos de biotransforma<;ao de xenobi6ticos, tem-se duas eta- pas: as rea<;6es de fase I e de fase II. Rea~oes de fase I As rea<;6es de fase I, em geraL convertem os agentes t6xicos originais em metab6litos mais polares pOl' oxida~ao, redu~ao ou hidr6lise. Os metab6litos resultantes podem ser mais ativos do que as moleculas origi- nais, menos ativos ou inativos. Essas rea<;6es normalmente acontecem no sistema microssomal hepatico no interior do reticulo endoplasmatico liso. 0 processo basico e a hidroxila<;ao, catalisada pelo sistema P450, exigindo nicotinamida-ade- nina -dinucleotfdeo-fosfato (NADPH) , nicotinamida -adenina-dinucleotf- deo (NADH) e oxigenio molecular. Tambem sao necessarias, para 0 funcionamento desse sistema, as enzimas NADPH citocromo P450 redu- tase e a dtocromo P5 redutase, ambas ligadas a transferencia de eletrons para a citocromo P450. Esta via oxidativa, analoga a cadeia de transporte de eletrons que ocorre na mitocondria, tern como principal componente uma proteina heme (citocromo 450) que catalisa a oxida<;ao. Essa enzima tambem e denominada oxigenase de fun<;ao mista ou, ainda, mono-oxi- genase. Nesse sistema, a oxida se final e designada dtocromo P450 porque pode ligar-se ao mon6xido de carbona (CO), fornecendo urn produto 0 qual apresenta espectro de absor<;ao com intensidade maxima de 450 nm. Recentemente, tecnicas que empregam a biologia molecular foram capazes de isolar urn grande numero de cDNA classificados em famDias, subfamDias e enzimas individuais, de acordo com a sequencia de seus aminoacidos. As isoenzimas do P450 sao identificadas pelas letras CYP seguidas de urn numeral arabi co que designa a familia, uma letra m aius- li la qu e indica a subfamDia e, em seguida, urn numeral arabico que iden- I il'i a Lima en zima individual. Exemplificando, tem-se a isoenzima Yl 206, QU ' oxida opi6ides em seus respectivos metab6litos, isto e, a iso '1 17. illl , 6 da [a mn ia 2 e subfamflia D. Uli lil',.1l1do ('SSt! , Ie ni cas, j a [oram identificados mais de 70 famDias li( ' g(' II I'S <l11 l' md ilk..1 1l1 () P/I,) O em o rga nismos vivos, sendo que 14 des- 101 ', '" II) I' I)('PII II ,)( 101 :, l' lll Illdl11il'('I'()s. S01l1C ni ' as I'amflias lIJl1 a tres estao (' II VI i1 id,l' , IIIl 1I11 ' I, il ll1 li<. lIl () tit' X(' I (()ili c'1I i('() .', iisSdS iSOl' I1 7. il11 C1S OU isol'or- IIld ', 1'\ 1111 ' 111 1", 1(( '1 dll 'lei ,IIII ' ,\(1 '0I i1 )' ,110I111, I ld ~ l ' oIdd 1I00 S (',ll'd( 'I('I'fs li l'.1 S eslrll - 1111 ,iI ', d ol" ', liI, ', I,IIIII.I ·, " ', I II III 1111 1,111111 1/, 1<1 ,1', 1111111 '1.111i1l , I' I'II'qii( ' lll t' lillI ' TOXICOLOGIA APLI CADA A MEDICINA VETERINARIA Ill11 a determinada isoenzima possa agir em substratos diferentes, mas que . 1\ 11' ' sentem entre si caracteristicas quimicas similares. p(' a~6es de fase II As rea<;6es de fase II, tambem denominadas rea<;6es sinteticas ou de l'() 1l,i lI ga<;ao, envolvem 0 acoplamento entre os agentes toxicos ou seus 111 l' la b6 litos a substratos endogenos, como acido glicuronico, radicais sul- Lil l iS, acetatos ou, ainda, aminoacidos. Os produtos das oxida<;oes originados da fase I podem, na fase II, ',o lll' r rea<;6es mais profundas, que, em geral, inativam os agentes toxicos '1 11 .1 11(1 0 est es ainda apresentam atividade, levando frequentemente a urn .I lll1l l' lllo na hidrossolubilidade destes. Algumas dessas rea<;oes sao catali- ' .. ld ,lS po r enzimas citoplasmaticas, e outras por enzimas citocromicas, .i) \llldo e m separado ou em combina<;ao. Entre estas, uma das mais im- IHII 1.llll e e a conjuga<;ao com 0 acido glicuronico . 0 acido uridino-difos- 1(1) :1 it' ll r<mico (UDPGA) e capaz de combinar-se com moleculas receptoras IIIII' pod ' 111 ser bases ou acidos fracos, fenois ou alcoois, formando os gli - I III (i llid ·os. () lIlro tipo de conjuga<;ao possivel e com a glutationa, que exerce p.I\ )(' 1 \. I re mamente importante na prote<;ao dos hepatocitos e de outras I I' lld ,lS co nlra Jesoestoxicas. 0 produto dessa conjuga<;ao normalmente '" i( I m derivados acidos mercapturicos. () II 11'< S rea <;oes de conjuga<;ao ocorrem exclusivamente no citoplasma, 1'11\11 ' I ·I.l s: Conjugac;:ao com sulfato: Fornece varios derivados sulfatados originarios ci (' (O I11PO tos organicos hidroxflicos al infaticos e arol11aticos, tais co 111 0 0 1"1101, 0 loranfenicol e os hormonios sexuais. Esse tipo de conjuga~ao ocor- 1(' (' 111 v rios estagios e envolve varias enzimas. onjugac;:ao com radicais acetatos: Isto e, acetila~ao que origina produtos «JIll Inaior polaridade, 0 que facilita os processos de excre~ao de agentes qll fl1li 0 , onjugac;:ao com glicina ou glutamina: Ocorre envolvendo a coenzi ma A (CoA), Mil i I liS 1',1l o rcs pod c l11 a fetar as via s de biotransforma <;a o de age n te III II m , ', I' lldo <jll t' os I' nlo rcs l11 a i$ impo rl a nt sao divididos CI11 inl c rnos (11 ', 111 11 1),.11 m t ' p.ll ll lt'lgicos) t ' l' X I (' 1'1 1I 1 • 1!1111 l' II 1'< lores iI1ll'1'I10S, IClll -Sl''' " ' Ilt'l il' .lIlilll.d , 1.111 11\", f',"III ' li, p'" ·,t· \I Id,lIk, 111 (, 1111\" / I' P I'\"\' II ,1 d, ' dill III ,I', 1'1 111 1' II' , ,'\ 1,' 111 1)'" 1'111 '" I " I, 101 I , ) 1I 1t '1I 1 .11111111 ' 111 1' TOXICOCINETICA E TOXICODI NAMICA o conhecimento das vias preferenciais de biotransforma<;ao de urn determinado agente toxico pode determinar 0 sucesso de urn tratamento de intoxica<;ao. Elimina~ao Ha dois mecanismos principais de elimina<;ao de urn agente toxico do organismo: a biotransforma<;ao e a excre<;ao, A biotransforma<;ao elimina a substancia quimica do organismo con- vertendo-a em urn metabolito , Este, por sua vez, pode ser metabolizado nova mente ou ser removido do organismo. Entretanto, do ponto de vista toxicocinetico, 0 toxicante original foi eliminado desde 0 momenta em que sofreu a primeira biotransforma<;ao. Dessa forma, e de grande valia, nas analises cineticas de urn agente toxico original, que a metodologia empregada separe 0 composto em estudo de seus m etabolitos. Quando a toxicidade se deve ao metabolito, a exposi<;ao pode ser avaliada pela medida de urn produto formado e encontrado no plasma, nos tecidos ou na urina, ou seja, de urn biomarcador. A excre<;ao pode ocorrer via llquidos corporeos ou excretas, como fezes e urina ou, ate m esmo, ar expirado; a propor<;ao entre essas vias de elimina<;ao depende das propriedades fisico-qufmicas do composto a ser excreta do. A velocidade de elimina<;ao e limitada por dois processos biologicos qu e sao: • A capacidade dos orgaos em elim inar 0 toxicante da c i rcu l a~ao e remove- 10 do organismo por metabolismo ou excre~ao, • A extensao com que 0 agente toxico permanece na c i rcu l a~ao e esta dispo- nivel para e l im i na~ao, Isto e, se um composto quimico adentra os tecidos em maior propor~ao, mas somente uma pequena fra~ao da quantidade tota l do toxica nte permanece no sangue (estando, dessa forma, disponivel p ra r liminado), entao a ve locidade em que essa substancia e transfe- rici a d volta do tecidos para a c i rcu l a~ao pode se tornar a principa l varia- ve l cl CI rmin aJlt ci a velociclade de e l im i na~ao, ( I ('~,10 r('n c1 1 /\ (' \ 111' "111 1'1 ' 11 ,11 ('II II Slillii () prill ip, 1 pro 's 0 de elimina<;ao de "1 :1 ' 111 1". IIl \ jlll'" 1"1111 ijl.1I II 11 ' 11 II' II. JlO I .1 1 'l· ~ Oil IlI )lI ('O liposso lCl ve i e l11 pH 1I ', ill llI):11 I) 1'11 11' 111 , l. il lI' 11".· .. ill.lI iiiit' , .11 1' 111 dl) ' 1.11 ()1'1·\ illirins ' os 0 1)\1111 1 III il l) 11 111 11) ', 1.1 11111 ', 1"11 11 III illl l' ll l' lll 11 ,1 I' I II' ,II ) d ("'~1' oI l:!· III\, . co mo, por exemplo, alta liga<;:ao com proteinas plasmciticas (acima de 1)0%), que impossibilita ao agente toxico ligado atravessar os poros das 111<: 111 branas do glomerulo. Alguns agentes toxicos com capacidade de penetrar no llquido tubu- I,] r, via filtra<;:ao glomerular e excre<;:ao tubular proximal, tambem podem .!pi" 'sentar uma baixa taxa de excre<;:ao; esse fato po de ser explicado pela 1(' ] bsor<;:ao que eles sofrem na regiao distal do nefron. $ubstancias quimicas com caracteristicas de acidos organicos fracos, ('0 111 pH por volta de 3, como e 0 caso dos salicilatos, quando em pH acido, ( 'OI1W na urina de caes e gatos (cujo pH ocila normalmente entre 5 e 7), ('~ t .i () em maior propor<;:ao na forma molecular (destitufdos de cargal e, portnn1.O, sao facilmente reabsorvidas em grande quantidade por difusao, 11I' 1,l S membranas celulares, para 0 interior do organismo. Esse fato forne - ('(' dados para tratamentos das intoxica<;:6es de animais que sofreram 11I g<'s t50 excessiva de determinados medicamentos, pois e por meio da .I\(" lIilli za<;ao da urina que ocone urn aumento da excre<;:ao de acidos 1)( g.1 11 i os fracos e e por meio da acidifica<;:ao dessa urina que se favorece 01 (· x T ',ao de medicamentos com carater basico. I X( H'<;:aO biliar A Igu ns agentes toxicos e seus respectivos metabolitos sao eliminados Pl'ld vi;) hepatica por intermedio da bile , Os fatores que determinam essa 1'1)('111 ,1 dc 'xcre<;:ao incluem 0 tamanho e a polaridade da molecula a ser 1·lllllill ,l da. A moleculas com peso molecular eleva do, isto e, acima de IO(), t (~ 111 gra nde probabilidade de serem excretadas pela bile. A excre<;:ao 11111.1 1' tol l1lbem tern importancia na elimina<;:ao de substancias organicas POLII 'I'S 'Ill ' nao sao reabsorvidas pelo intestine como, por exemplo, 1 ,II il lii S l' a ni ons organicos. Algum as substancias eliminadas na bile, ao alcan<;:arem 0 intestino, pll(\( ' 11 1 ~ l'I' r 'a bsorvidas. Esse fato depende da lipossolubilidade ou, ainda, lid ('II II ,i ll gil<:50 desses agentes toxicos com glicuronfdeos, sen do que, 11(", ',(' (II li 111 0 caso, esses compostos podem sofrer hidrolise causada pela II f\ lk lll'o llicl as , sintetizada pelos microrganismos da flora bacteriana 111 11".li ll ,]I , . S 1"111 novamente reabsorvidos pelo organismo. Essa excre- 1',111 IU 'Pdlicd s 'gLl ida de reabsor<;ao intestinal e denominada cido entero- II( ' P, II II 'I> cI(' 11111 ,gcnte tox ico. Ess proc'c, so, quando ocone d 'Forma " I\ lI ilk,l liv,l , (0 II1lIil <'s Vt'/,L'S IT~ P()ll ,' , v(' 1 pl' lo rc tardam ' !lt o na l'xc r('(;iio 1111. 11 ti( ' li l' l(' I'lltilldd os dgl' 111(" 1" \ " '11', !lIII ' ~,i () (' I]('o llll" ld os 11.1 III 'ill ,1 \ dill)', did !, .lpli' , d (' \ 1)II ~ k,\I) ,1 1111 1111 ,1 " " '(1' I, TOXICOCINETICA E TOX ICOD INAMICA Excre<;:ao pelo leite o epitelio secretor da glandula mamaria tern caracteristicas de uma membrana lipidica e separa 0 sangue do leite, 0 leite tern pH levemente inferior ao do sangue (0 qual e de aproximadamente 7,4) , varian do entre 6,4 e 6,8 em animais sadios. Esse fato resulta na facilita<;:ao da excre<;:ao de substancias quimicas de carater basico pelo leite. Apos a exposi<;:ao da mae a urn agente toxico, na maioria das vezes, a concentra<;:ao deste acaba sendo similar no plasma e no leite materno, isso porque 0 epitelio da glandula mama ria, funcionando de forma semelhante a uma membrana lipfdica, permite a passagem, por difusao, de substancias apolares, 0 que acaneta, muitas vezes, a intoxica<;:ao dos filhotes lactentes. Estudos toxicocineticos Os estudos toxicocineticos empregam varias equa<;:6es matemciticas, sendo que algumas delas sao apresentadas sucintamente no Quadro 2.1 ou comentadas a seguir. Muitos processos envolvidos na toxicocinetica podem ser descritos como rea<;:6es de primeira ordem com rela<;:ao ao substrato (Figura 2.3), isto e, a velocidade das rea<;:6es e proporcional a quantidade de substrato presente. Dessa forma, a elimina<;:ao e de primeira ordem quando a velo- cidade da elimina<;:ao do agente toxico e proporcional a quantidade de substrato presente. 100 :::J ---(5 -5 ra u :,::; ora E III 10 ra 0. 0 .ro U' Q: C (I) u c: 8 I 0 . 25 :30 ,
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