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Embriologia SP-1 É o estudo do desenvolvimento humano desde a concepção. A embriologia estuda as mudanças que transformam uma única célula em um ser humano multicelular. • Revela nossas próprias origens pré-natais • Fornece um contexto lógico para estudo da Anatomia • Fornece uma conexão entre a ciência básica (anatomia e fisiologia) e a ciência clínica (obstetrícia, pediatria e cirurgia) • Fornece a compreensão das bases de desenvolvimento das doenças pediátricas e adulta. Estágios do desenvolvimento: • Período de zigoto: compreende desde a fertilização até o final da 3 semana • Período embrionário: entre a 4ªaté o final da 8ª semana • Período fetal: da 9ª semana ao nascimento Fases da embriogênese humana: • Gametogênese: Processo para a formação dos gametas, ou seja, dos ovócitos e espermatozoides • Fertilização: Processo em que ocorre a união dos gametas para formar o zigoto • Clivagem: Processo de divisões celulares rápidas que resultam na formação da mórula, e posteriormente do blastocisto Fases da embriogênese humana: • Gastrulação: Reorganização das células do blastocisto e formação dos três folhetos germinativos • Formação do plano corporal: Neurulação e dobramento do embrião • Organogênese: Formação dos primórdios dos órgãos e sistemas Posição, direção e planos do corpo: Em anatomia e embriologia, os termos especiais de posição direção e planos do corpo são utilizados para descrever uma estrutura, tecido ou órgão. Vista: como o objeto ou determinada estrutura se posiciona em relação ao observador. Porção: quando precisar se referir a localização de determinada estrutura. Secções e planos: utilizados para dividir o corpo humano ou o embrião/feto para descrever a localização das estruturas. Embriologia SP-2 A célula: são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos que compõe todos os sistemas, órgãos e tecidos. Cada tecido celular é composto por diferentes células especializadas. O processo de especialização celular denomina-se diferenciação. Os componentes principais da célula é o Citoplasma e o Núcleo. O citoplasma é composto por: Membrana plasmática Citoesqueleto Organelas Depósitos/inclusões O Núcleo é composto por: Envoltório nuclear Cromatina Nucléolo Matriz nuclear Nucleoplasma Estrutura responsável por delimitar o conteúdo intracelular e extracelular é a Membrana Citoplasmática, e é composta por duas camadas de fosfolipídios, outras moléculas lipídicas (glicolipídios e colesterol) carboidratos e diversas proteínas. As Proteínas de Membrana podem se inserir parcial ou totalmente na membrana citoplasmática. São divididas em 2 grupos: Proteínas integrais: Integradas diretamente na estrutura da membrana. Ex. proteínas transmembrana passagem única ou múltipla Proteínas periféricas: Fracamente associadas à membrana, são facilmente extraídas da membrana citoplasmática Uma das principais funções da membrana citoplasmática inclui a manutenção da constância entre o meio intracelular e extracelular. O Citoplasma: é constituído por uma substância fundamental amorfa – o hialoplasma ou citosol – que contém além de água, proteínas, íons, aminoácidos e outras substâncias solúveis, este também possui microfilamentos de actina, microtúbulos, miosina, enzimas entre outras. Os componentes proteicos das células podem sofrer modificações reversíveis que alteram a viscosidade do citosol de gel (mais denso) para sol (mais fluido) e vice-versa. Organelas: Citoesqueleto: é uma rede complexa de microtúbulos, filamentos de actina (microfilamentos) e filamentos intermediários. São responsáveis pelo formato celular e junto com proteínas motoras coordenam a motilidade celular e o posicionamento de organelas intracitoplasmáticas. Os centríolos são proteínas que fazem parte do grupo de microtúbulos e participam do processo de divisão celular. Proteínas motoras: Transporte intracelular de organelas e vesículas. Mitocôndrias: São organelas esféricas ou alongadas, revestidas por dupla membrana, capazes de transformar energia química de metabólitos citoplasmáticos em energia utilizável pela célula GLICOSE → ATP + Calor Ribossomos: são pequenas partículas elétron- densas, responsáveis pela síntese proteica. Formados por duas subunidades, um maior e uma menor e constituídos por moléculas de RNA e preoteínas. O RNAr é sintetizado no núcleo, mas a síntese proteica acontece no citosol. Os grupos de ribossomos unidos por uma molécula de RNA mensageiro é denominado Polirribossomos. Retículo endoplasmático: O retículo endoplasmático (RE) é uma rede intercomunicante de vesículas e túbulos revestidas por membrana lipoproteica • O RE rugoso ou granuloso (REG)– é formado por sistemas de vesículas achatadas com ribossomos aderidos à sua membrana. Participa da síntese de proteínas que serão enviadas para o exterior das células. Tem a função de: Segregar do citosol proteínas destinadas à exportação, ou ao uso intracelular - Glicosilação de proteínas - Síntese de fosfolipídios - Montagem de cadeias polipeptídicas • O RE liso (REL) – é formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomos aderidos à membrana. Tem a função de: Síntese de fosfolipídios - Conjugação, oxidação e metilação - Síntese de esteroides - Hidrólise de glicogênio - Contração muscular Complexo de Golgi: O complexo de Golgi situa-se próximo ao núcleo celular e é formado por sáculos achatados e vesículas. Esta organela participa da modificação, classificação e empacotamento de macromoléculas que serão excretadas por exocitose. Tem a função de: -Finaliza as modificações pós-traducionais da síntese proteica - Direciona a exportação de proteínas recém- sintetizadas para vesículas de secreção, lisossomos e membrana celular - Glicosilação, sulfatação, fosforilação e hidrólise parcial de proteínas sintetizadas no REG - Transporte de lipídios. Lisossomos: São pequenas vesículas esféricas cheias de enzimas digestivas (>40) e por isso, são organelas responsáveis pela digestão intracelular Abundantes em células fagocitárias (neutrófilos, macrófagos e monócitos). Peroxissomos: São pequenas vesículas esféricas que contém enzimas oxidativas. Tem função de: - Oxidam substratos orgânicos específicos produzindo peróxido de hidrogênio (H2O2 ) - A catalase converte H2O2 em H2O e O2 - Beta oxidação dos ácidos graxos - Síntese de ácidos biliares e colesterol. Núcleo: é o responsável pelo controle de todas as funções celulares Abriga o genoma, o conjunto de informações genéticas codificada no DNA. Contém a maquinaria molecular para duplicar seu DNA, e é responsável pela síntese e processamento de todos os tipos de RNA (rRNA, mRNA e tRNA), que são exportados para o citoplasma. Os principais componentes do núcleo são o envoltório nuclear, a cromatina, o nucléolo, a matriz nuclear e o nucleoplasma O núcleo é separado do citoplasma por uma membrana denominado envoltório nuclear. Embriologia SP-3 O Genoma Humano O genoma humano é distribuído em 23 pares de cromossomos, que se encontram no núcleo celular. Cada cromossomo contém uma longa cadeia de DNA embaladas em torno de proteínas denominadas histonas. No DNA existem regiões denominadas genes. E os genes contém as informações necessárias para a síntese de proteínas. O DNA é encontrado no núcleo das células, na forma de cromossomos. É no DNA que toda a informação genética de um organismo é armazenada e transmitida para os seus descendentes. DNA Formado por duas cadeias de polinucleotídeos que são constituídas por vários nucleotídeos, que por sua vez são unidos uns aos outros por ligações denominadas fosfodiéster (grupo fosfato ligando dois açúcares de dois nucleotídeos) Essa junção dos nucleotídeosforma um padrão típico de repetição de unidade de açúcar-fosfato que forma a cadeia principal onde estão ligadas as bases nitrogenadas. Base Nitrogenada + Açúcar + Fosfato Estruturalmente é composto por: • 2 cadeias polipeptídicas • Dupla hélice (helicoidal) • Cadeias antiparalelas • Bases nitrogenadas As Pentoses são monossacarídeos (glicídios simples) compostos por 5 carbonos. Difere da ribose pela substituição da hidroxila (OH) do C2’ por um átomo de hidrogênio (H); Devido a presença do (H) no C2’, o DNA é mais estável (termoestável) Cada cadeia linear de DNA apresenta na extremidade 5’ um grupo fosfato A carga negativa dos grupos fosfato torna a molécula de DNA altamente hidrofílica As moléculas que interagem com o material genético têm em geral cargas positivas, estabelecendo ligações iônicas com o DNA Todo nucleotídeo livre está na forma de trifosfato Bases Nitrogenadas A complementaridade entre as bases nitrogenadas é que faz com que as duas cadeias polipeptídicas fiquem unidas. os compostos nitrogenados dos ácidos nucleicos eram bases aminadas cíclicas dos grupos das Purinas (dois anéis) e das Pirimidinas (um anel). O DNA contém duas purinas (adenina e guanina) e duas pirimidinas (citosina e timina). As bases nitrogenadas são unidas por ligações de hidrogênio. No RNA a timina é substituída por outra pirimidina - a uracila. Ácidos Nucleicos Os ácidos nucleicos são moléculas com extensas cadeias carbônicas, formadas por nucleotídeos: um grupamento fosfórico (fosfato), um glicídio (monossacarídeo com cinco carbonos / pentoses) e uma base nitrogenada (purina ou pirimidina), constituindo o material genético de todos os seres vivos. Podem ser de dois tipos: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido ribonucleico (RNA), ambos relacionados ao mecanismo de controle metabólico celular (funcionamento da célula) e transmissão hereditária das características. A importância do RNA O RNA (ácido ribonucleico) foi descoberto em levedura em 1890 Possuem várias funções – síntese de macromoléculas RNAs localizam-se tanto no núcleo e citoplasma Tipos de RNA RNA mensageiro (mRNA): responsável pela transferência da informação do DNA para o citoplasma para a produção de proteína. RNA transportador (tRNA): responsável por transportar e adicionar os aminoácidos seguindo o molde da fita de mRNA para a produção da proteína. Funcionam como adaptadores entre o mRNA e os aminoácidos. RNA ribossomal (rRNA): Faz parte da estrutura do ribossomo, são responsáveis por promover a estabilidade e atividade catalítica dos ribossomos. Assim que são sintetizados no núcleo celular, os RNAs ribossomais se acumulam no nucléolo onde combinam-se com proteínas e originam os ribossomos. Os ribossomos se aderem a fita de mRNA e permitem a ligação do mRNA ao respectivo tRNA que carrega os aminoácidos – formando assim a estrutura primária da proteína. RNA não codificante: são divididos em 6: • Pequenos RNAs (snRNAs): são encontrados no núcleo, estão envolvidos no processo de splicing do pré-mRNA em mRNA maduro. • Pequenos RNAs nucleolares (snoRNAs): é uma classe de pequenas moléculas que realizam modificações químicas no rRNA, e em outros ncRNAs, como o tRNA. Essas modificações possuem como principal objetivo promover a maturação desses ncRNAs, transformando-os em moléculas ativas. • Pequenos RNAs de Cajal (scaRNAs): tem função similar à dos snoRNAs. • Micro RNAs (miRNAs): estão relacionados com a transcrição gênica. As moléculas de miRNAs são parcialmente complementares a uma ou mais moléculas de mRNA e sua principal função é reduzir a expressão de genes codificadores, inibindo a tradução de mRNAs. • RNAs de interferência (siRNAs): possui o mesmo papel do miRNA, porém reduz a expressão de genes codificadores degradando o mRNA em vez de inibir sua tradução. • Outros RNAs não codificantes: Atuam em diversos processos celulares, incluindo a síntese de telômeros, a inativação do cromossomo X e o transporte de proteínas para o retículo endoplasmático Basicamente o fluxo de informações é exemplificada abaixo: Embriologia SP-4 Transcrição: É o processo pelo qual uma molécula de RNA é sintetizada a partir da informação contida na sequência de nucleotídeos de uma molécula de DNA. É o processo pelo qual uma molécula de RNA é sintetizada a partir de um gene. Ou seja, a informação que consta na molécula de DNA será transcrita em RNA. Características: • Fita Simples • Bases nitrogenadas: A, U, C, G • Açúcar: Ribose Os RNAs podem ser de informação (mRNA) ou funcionais (RNAs não codificantes) A transcrição acontece no núcleo e se baseia na complementaridade de bases: A → U C → G A produção de mRNA (RNA mensageiro) ocorre a partir do molde de DNA. A reação da transcrição é executada pela enzima RNA polimerase, que pode ser de 3 tipos: • RNA polimerase I – transcreve rRNA • RNA polimerase II – transcreve mRNA • RNA polimerase III – transcreve tRNA Os genes eucariontes possuem regiões específicas que interferem na transcrição. Região promotora – onde se ligam fatores de transcrição e depois a RNA polimerase. Etapas da Transcrição: Iniciação: a RNA polimerase se liga à região promotora do gene. Exon: sequência do gene que são transcritas em proteínas Intron: sequências não codificantes Alongamento: a RNA polimerase se move ao longo do DNA, expondo a fita molde e catalisando a polimerização dos ribonucleotídeos livres. Fatores de alongamento (ou fatores de extensão): proteínas que diminuem a probabilidade de dissociação da RNA-polimerase antes que esta chegue ao fim de um gene. Durante a fase de extensão ou alongamento da transcrição, o RNA em formação sofre três tipos de eventos de processamento: • Capeamento: Um nucleotídeo especial é adicionado à sua extremidade 5’ Assim que a RNA-polimerase II tenha produzido aproximadamente 25 nucleotídeos de RNA, a extremidade 5’ da nova molécula de RNA é modificada pela adição de um “quepe” (ou capa) que consiste em um nucleotídeo guanina modificado. • Splicing: Os íntrons são removidos da molécula de RNA (snRNAs) O splicing é realizado por moléculas de RNA que reconhecem sequências específicas que indicam onde o splicing deve ocorrer. • Clivagem e poliadenilação: A extremidade 3’ do RNA é gerada Duas sequências sequências nucleotídicas consenso que determinam a clivagem e a poliadenilação para formar a extremidade 3’ de um mRNA. Finalização: a RNA polimerase reconhece a sequência de finalização e se desliga do DNA. Exportação: Os mRNAs adequadamente processados são transportados através dos complexos do poro nuclear (NPCs, nuclear pore complexes), canais aquosos da membrana nuclear, os quais conectam diretamente o nucleoplasma e o citosol. Tradução: é a sequência de eventos que converte a informação contida em uma molécula de mRNA em uma proteína. 1. A sequência de nucleotídeos em uma molécula de mRNA e lida em grupos consecutivos de três. 2. Cada grupo de três nucleotídeos consecutivos no mRNA é denominado códon. O RNA transportador (tRNA) atua como um adaptador que pode reconhecer e se ligar ao códon da molécula de mRNA e, em outra região de sua superfície, ao aminoácido. O tRNA é produzido no núcleo pela RNA polimerase III Estrutura do Ribossomo: A síntese proteica e realizada no ribossomo, uma máquina catalítica complexa composta por mais de 50 proteínas diferentes (as proteínas ribossômicas) e diversas moléculas de RNA (rRNAs). Quando a síntese de proteínas não está ativa, as duas subunidades do ribossomo estão separadas. Elas se associam a uma molécula de mRNA, próximo a sua extremidade 5’, para iniciar a síntese de uma proteína. Etapas da Tradução: Iniciação:ocorre a ligação do ribossomo à estrutura do mRNA para iniciar o processo de tradução. Sítio de ligação do ribossomo e código de iniciação: Reconhecimento do cap 5’. AUG – códon de iniciação Alongamento: O primeiro aminoácido se une ao segundo por uma ligação peptídica e o primeiro tRNA é liberado. A ligação é catalisada por uma enzima denominada peptidiltransferase contida na subunidade ribossômica maior. O ribossomo continua a se mover ao longo do mRNA, e novos aminoácidos são adicionados ao polipeptídeo. Finalização da síntese proteica e envelopamento da proteína: Quando o ribossomo atinge o códon de parada, o polipeptídeo é liberado. Finalmente, o último tRNA é liberado e o ribossomo se separa. O polipeptídeo liberado forma uma nova proteína. Assim, ocorrendo o endereçamento . UAA UAG UGA – códons de parada Chaperonas moleculares são proteínas que corrigem erros de enovelamento e são responsáveis por identificam e se ligar nas regiões hidrofóbicas expostas na superfície das proteínas enoveladas incorretamente. Se o enovelamento não for corrigido as proteínas serão degradadas no proteassoma, um aparato intracelular para destruição de proteínas. Degradação da Proteína: Cada proteoassomo consiste em um cilindro central oco formado a partir de múltiplas subunidades proteicas que se associam sob a forma de um tubo de quatro anéis heptaméricos.
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