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OLHARES SOBRE A POLÍCIA NO BRASIL: A CONSTRUÇÃO DA ORDEM IMPERIAL NUMA SOCIEDADE MESTIÇA
	Analisando o texto em seus diversos aspectos é levando em consideração os sentidos da polícia numa perspectiva lusitana, ficou claro que as estratégias e as instituições sempre existiram em Portugal. Com a criação da Intendência Geral da polícia e da Guarda Real da Polícia, passaram a dividir função policial e a função judicial. Sendo respeitadas as estruturas policias em Paris e suas especificidades socioculturais.
	Em 1780 passaram a funcionar como órgão de vigilância complementar do aparelho de justiça com uma extensa rede de informações. Com conceito de ordem e bem-estar, a polícia não apenas reprimiria como também vigiava prevenindo, através do conhecimento da população e do território.
	Defendendo a tese que a Intendência Geral da Polícia tinha aumentado sua eficácia de prevenção, Maria Margarida Correia Biléu trouxe uma nova política, mais educacional e formativa no plano de formação e de inserção social pelo Intendente Pina Maninque. Com o aumento de sua eficácia através da desconcentração técnica e politica foi criado a Guarda Real da Polícia. Em termos de hierarquia a Guarda da Polícia no que diz respeito a assuntos de natureza militar está subordinada ao General das Armas e ao Intendente da Polícia para ordens e requisição relativas à polícia.
	Uma das primeiras ações do Príncipe Regente, após a família real se estabelecer no Rio de Janeiro, foi criar a Intendência Geral da Polícia da Corte, e do Estado do Brasil. No período de 1808 a 1821 esteve à frente da Intendência o Desembargador carioca Paulo Fernandes Viana, que se dedicou ao processo de urbanização e saneamento da cidade do Rio de Janeiro, onde calçou ruas, construiu pontes, criou aquedutos públicos e estendeu a iluminação utilizando lampiões a óleo de baleia. No plano administrativo, o Intendente Viana organizou a Secretaria de Polícia e propôs três oficiais para a execução dos serviços. O primeiro seria o responsável pelos teatros e divertimentos públicos, o segundo oficial controlava o expediente das capitanias, os transportes, as estalagens, as cadeias e a iluminação pública e o terceiro oficial cabia a expedição e controle dos passaportes, estrangeiros e casas de correção de escravos. Caberia aos juízes de crime dos bairros da corte informar ao Intendente sobre os problemas de seus respectivos distritos, além de prestar contas das ordens recebidas e administrar as obras de reparo em seus respectivos bairros. Uma vez que a Intendência da Polícia possuía um caráter iminentemente administrativo, necessitava de uma força de intervenção, pronta a cumprir as determinações do Intendente.
	A Divisão Militar era composta por três companhias de infantaria e uma de cavalaria, onde os oficiais e praças da Guarda da Polícia seriam recrutados preferencialmente nos regimentos de infantaria e cavalaria de linha da guarnição da corte. O Conde de Linhares elaborou um regulamento para a Guarda da Polícia, composto por 24 artigos. Nele se estabelecia a maneira de atuação baseada em patrulhas rondantes que deveriam prender pessoas suspeitas, ladrões e assassinos, levando-as para as prisões determinadas pelo Intendente Geral da Polícia. Em caso de desvio de conduta, os militares da Guarda da Polícia seriam submetidos ao Conselho de Guerra, segundo o “rigor das leis militares”. As ordens para os militares da Divisão Militar da Guarda Real da Polícia eram emanadas do Intendente Geral da Polícia através de ofícios e determinações pessoais ao Comandante do corpo. No período de 1810 a 1821, através dos registros de prisões, constata-se que 32% dos casos eram relativos a crimes contra a ordem pública, logo após estavam as fugas de escravos (20,8%), os crimes contra a propriedade (18,7%),crimes de violência (13,9%) e crimes não definidos perfaziam um total de 14,5%. No grupo desordens se enquadravam tanto brigas e desavenças, como jogos proibidos, bebedeiras e até agressões físicas.
	Tal fato é explicado pelo intendente geral e autoridades militares da seguinte forma. Os soldados negros agiam de má vontade pois são da mesma classe econômica dos presidiários, são mais amigos dos negros e dos mulatos que mais convivem do que os brancos. Para intimidar os soldados negros que cometessem esses tipos de infração a pena era ficar 6 meses de serviço como sentinela na prisão. Muitos militares negros foram punidos por desvio de conduta entendido pelas autoridades militares. E essas alterações foram representadas por artistas da época através das aquarelas, a ideia não é a veracidade da arte, mas sim o discurso histórico que a obra tenta repassar.
	Jean Baptiste Debret, através de suas aquarelas procurou construir a imagem de um Rio de Janeiro civilizado, dentro dos padrões europeus, tentava também dentro de suas artes mostrar uma cidade urbanizada e bem policiada. Seu método de trabalho consistia em realizar esboços e em cada imagem fazia anotações a lápis, empregando a ponta de grafite para precisar uma cor, onde registrava algumas características e/ou detalhes, onde, a maioria de suas pinturas foram feitas de croquis com lápis de cor preto, adquirindo posteriormente substância com a rica transparência das aguadas.
	Dentre suas obras, algumas abordam o cotidiano policial e do policial mostrando a dimensão humana dos militares que eram responsáveis pela polícia mostrando, de forma sutil, suas necessidades amorosas, fisiológicas, espirituais e de sociabilidade.
As aquarelas onde Debret se refere a esse cotidiano são: 
	Negociante de Tabaco;
	Refrescos do Largo; e
	Aplicação do Castigo.
	Por conta de modificações na Europa, já que muitas obedeciam à moda dos interesses europeus da época. Em sua obra realizada no Brasil, Debret teve que completar e enriquecer para a publicação de Voyage Pittoresque, o que trouxe uma marcada deformação em sua espontânea recepção do Brasil em benefício de concessões ao gosto europeu da época. Nessas representações pode-se observar as ações da polícia, a fim de se estabelecer uma ordem e mudar os costumes da população que tinha uma presença maciça de escravos nas ruas do Rio de Janeiro.
Diante disso vamos analisar as pranchas:
	Rua Direita do Rio de Janeiro,
	Carregadores de Água, 
	Castigo Público na Praia de Santana e 
	Festa da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.
Curso:	Tecnólogo em Segurança Pública
Disciplina:	Português Instrumental
Avaliação a Distância 2 
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