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Fármacos Que Atuam no Sistema Nervoso Central

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: 
→ Ansiolíticos: são fármacos utilizados no tratamento da ansiedade, 
a fim de reduzir sintomas ou intensidade das crises. 
→ Hipnóticos: são fármacos que causam sonolência e facilitam o 
início e manutenção do sono. Em pequenas doses, causa sedação. Em 
doses maiores, hipnose e em doses ainda maiores, anestesia cirúrgica. 
Ambos atuam no receptor GABA A, que é ionotrópico (canal iônico), 
hiperpolarizando a membrana (deixando mais calma). 
: 
É um medicamento que atua no receptor de GABA A, tendo seu sítio 
ativo em uma região diferente de onde o GABA se localiza, portanto, 
o local de ligação é diferente entre eles. É importante fazer a ligação 
dos benzodiazepínicos com o GABA (endógeno) para haver uma 
abertura do canal de Cl- por mais tempo. Sendo assim, os 
benzodiazepínicos são dependentes de GABA. 
O receptor vazio é inativo e o canal de cloreto acoplado está fechado. 
A ligação do GABA causa abertura do canal de Cl-, levando à 
hiperpolarização da célula. Essa ligação é potencializada pelo 
benzodiazepínico, resultando em maior entrada de íons cloreto. Com 
isso, torna-se mais difícil a despolarização das células, resultando em 
uma redução da excitabilidade neuronal. São utilizados, 
principalmente, para ansiedade, depressão e sedação. Por possuírem 
uma ação muito rápida, é usado para determinadas situações em um 
determinado período de tempo. 
São classificados de acordo com seu tempo de meia vida: 
• Medicamento de ação longa: utilizados para o tratamento agudo 
de uma doença; 
• Medicamento de ação intermediária; e 
• Medicamento de ação curta. 
O tempo de ação deles vão variar de acordo com o fármaco, pois 
alguns deles precisam sofrer várias biotransformações para chegarem 
em seus metabólitos ativos. 
→ Reações adversas: sonolência excessiva diurna (ressaca), pior da 
coordenação motora, piora da memória (amnésia anterógrada), 
tontura e zumbidos, quedas e fraturas, risco de dependência 50% dos 
que usaram por mais de um ano que chegaram a usar por 5 a 10 anos. 
Visto isso, é necessário fazer a retirada gradual, pois ele apresenta 
uma síndrome de abstinência. 
: 
São responsáveis por aumentarem o tempo de abertura dos canais de 
Cl-, portanto, não dependem da ligação do GABA. Além disso, 
possuem uma segunda ação, que resulta na diminuição da excitação 
neuronal, através da ligação em outros receptores metabotrópicos 
(AMPA e Cainato) de glutamato. Portanto, além de atuarem no 
GABA (deixando o canal aberto por mais tempo), atuam no glutamato 
(diminuindo a excitação neuronal). 
Não são muito utilizados para o tratamento de depressão, pois 
possuem uma ação muito rápida. Portanto, são utilizados como 
anticonvulsivantes (tratamento de epilepsia) e hipnóticos (para 
compor anestesia em cirurgias), pelo fato de conseguirem controlar 
muito melhor estados convulsionais do que atuação na ação 
antidepressiva. 
Também são classificados de acordo com o tempo de meia vida em 
ação longa, intermediária e curta. 
São eles: Amobarbital, Fenobarbital, Pentobarbital, Secobarbital e 
Tiopental. 
→ Reações adversas: potencial de abuso, sonolência, vertigem, 
tremores, náusea e indução enzimática. 
Ambos os medicamentos podem causar toxicidade, por conta de sua 
atividade depressora sobre SNC, eles possuem pequena sedação e 
hipnose, até morte por depressão respiratória e cardiovascular em 
grandes doses. 
e : 
→ Convulsão: alteração transitória do comportamento decorrente 
disparo rítmico, ou descarga anormal, sincrônico e desordenado de 
populações de neurônios cerebrais. 
→ Epilepsia: distúrbio da função cerebral caracterizado pela 
ocorrência periódica e imprevisível de convulsões. 
Na convulsão, ocorre entrada de Ca+ de maneira prolongada e síntese 
de óxido nítrico, resultando um stress oxidativo e uma hiperexcitação, 
que caracteriza a epilepsia. Ou seja, há uma alta excitação do sistema 
glutamatérgico, inibindo o GABA (que acalma). Portanto, o 
mecanismo de ação desses medicamentos decorre da: 
• Potencialização de neurotransmissores do GABAérgica 
(inibitório); 
• Inibição dos canais iônicos (sódio e cálcio); ou 
• Inibição os neurotransmissores excitatórios (Glutamato). 
➢ Fenobarbital: utilizado para o tratamento de crises tônico-clônicas 
generalizadas e parciais, através do aumento da inibição sináptica 
através de ação no receptor GABA. Portanto, esse fármaco liga-se ao 
receptor GABA, prolongando a abertura dos canais de Cl-, e bloqueia 
as respostas excitatórias induzidas pelo glutamato. Reações adversas: 
sedação (pode desaparecer), nistagmo, ataxia (desordem do 
movimento), depressão e porfiria. 
➢ Inibição de Canais de Sódio: os canais de Na+, após sua abertura, 
ficam por um tempo desativado (fisiológico), sendo que esse período 
de inativação serve como proteção contra uma despolarização 
sustentada. Portanto, o mecanismo de ação desses fármacos aumenta 
o tempo de inativação. São classificados em: Hidantoína, 
Dibenzazepinas e Triazínicos, sendo o que diferente entre eles é o sítio 
que vão se ligar. 
- Hidantoína: a Fenitoína é um dos principais fármacos dessa classe, 
que tem como efeito adverso típico a hiperplasia gengival nos 3 
primeiros meses de uso, além de vertigem, ataxia, cefaleia e nistagmo. 
- Dibenzazepinas: a Carbamazepina é um dos principais fármacos 
dessa classe, tendo mais efeitos adversos que os triazínicos, como 
sonolência, tontura, ataxia, raramente acontece uma leucopenia 
(redução dos leucócitos) e insuficiência hepática. 
- Triazínicos: a Lamotrigina é um dos principais fármacos dessa 
classe, tendo como reação adversa a hipersensibilidade. 
➢ Inibição de Canais de Cálcio: os canais de Ca+ são importantes para 
liberação de neurotransmissores. Nas crises convulsivas, ocorre uma 
liberação exagerada de neurotransmissores. Portanto, o mecanismo de 
ação desses fármacos dá-se pela ação em canais de Ca, diminuindo a 
quantidade de neurotransmissores. São classificados em: 
Succinimidas. 
- Succinimidas: a Etossuximida é um dos principais fármacos dessa 
classe, tendo como efeitos adversos náusea, anorexia, alterações do 
humor, se não for em dose correta, aumenta as convulsões tônico-
clônicas. 
➢ Derivados do GABA: elevam os níveis de GABA, alterando a síntese 
ou revertendo o transportador de GABA, inibindo os canais de Ca+ 
ativados por correntes de alta voltagem, alterando: 
• O metabolismo do GABA; 
• Sua liberação não-sináptica; ou 
• Sua recaptação por transportadores de GABA. 
Os efeitos colaterais são praticamente isentos e o principal fármaco 
dessa classe é a Gabapentina. 
➢ Outros Mecanismos: 
- Vigabatrina: inibe GABA transaminases, que são responsáveis pela 
degradação de GABA, para aumentar a liberação de GABA nas 
fendas sinápticas, aumentando seus efeitos inibitórios. É indicado 
para pacientes que não respondem aos fármacos convencionais. Tem 
como principais efeitos colaterais: sonolência, alterações 
comportamentais e alterações no humor. 
- Ácido Valpróico (Depakene): bloqueia os disparos repetitivos de 
sódio, além de bloquearem receptores NMDA de glutamato (bloqueia 
a excitação); facilitam a síntese de GABA, estimulando a GAD (Gaba 
desidrogenase); e, em altas concentrações, inibe a degradação do 
GABA. Tem como efeitos adversos alopecia, ganho de peso, sedação, 
anorexia, náuseas. 
- Topiramato (Topamax): bloqueia os disparos repetitivos de sódio; 
potencializam o efeito inibitório de GABA; e antagoniza o glutamato. 
É muito utilizado para tratamento de compulsões (compulsão 
alimentar) e é menos utilizado para epilepsia. 
: 
A causa da doença de Parkinson é desconhecida para a maioria dos 
pacientes. A doença está relacionada com a degeneração de neurônios 
dopaminérgicos na substância negra com consequente redução das 
ações da dopamina no corpo estriado – parte do sistema de gânglios 
basais que estão envolvidos no controle motor. 
As principais vias dopaminérgicassão: 
a) Via nigroestriatal: projeta-se da substância negra, no mesencéfalo, 
para o estriado dorsal, no diencéfalo; está envolvida na regulação de 
movimentos. 
b) Via mesolímbica: acredita-se que esteja envolvida na euforia, 
recompensa e vício. 
c) Via mesocortical: partindo da área tegmental ventral e inervando o 
córtex pré-frontal; regula funções cognitivas e emocionais. 
d) Via tuberoinfundibular: do hipotálamo para a adenoipófise, inibe 
secreção de prolactina. 
e) Via talâmica: parte de várias áreas do cérebro para o tálamo; não se 
sabe ainda a função dessa via. 
Se tratando de Parkinson os principais receptores para modular são 
D2 (inibitório) e D1 (excitatório) 
A concentração normalmente alta de dopamina nos núcleos da base 
do cérebro encontra-se reduzida no parkinsonismo, e as tentativas 
farmacológicas de restaurar a atividade dopaminérgica com agonistas 
da levodopa e da dopamina aliviam muitas das manifestações motoras 
do distúrbio. Uma abordagem alternativa, porém, complementar, tem 
sido restaurar o equilíbrio normal das influências colinérgica e 
dopaminérgica nos núcleos da base com fármacos antimuscarínicos. 
A base fisiopatológica dessas terapias no parkinsonismo idiopático 
consiste na perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra, 
que normalmente inibem o débito das células GABAérgicas no corpo 
estriado. Os fármacos que induzem síndromes parkinsonianas são 
antagonistas dos receptores de dopamina ou levam à destruição dos 
neurônios nigroestriatais dopaminérgicos. 
➢ Via Nigroestrial: o estriado é a estrutura aferente principal dos 
gânglios da base e recebe estímulos glutamatérgicos excitatórias 
provenientes de muitas áreas do córtex cerebral. O estriado contém 
neurônios de projeção, que expressam predominantemente receptores 
dopaminérgicos D1 ou D2, assim como interneurônios que utilizam a 
ACh como neurotransmissor. Os estímulos eferentes originados do 
estriado seguem por duas vias. A via direta entre o estriado e a parte 
reticulada da substância negra (SNpr) e a parte interna do globo pálido 
(GPi) utiliza o transmissor inibitório GABA. A via indireta do estriado 
passando pela parte externa do globo pálido (GP e) e o núcleo 
subtalâmica (NST) e chegando à SNpr e à GPi consiste em duas 
conexões GABAérgicas inibitórias e uma projeção glutamatérgica 
excitatória (Glu). A parte compacta da substância negra (SNpc) 
fornece inervação dopaminérgica aos neurônios estriatais, que dá 
origem às vias direta e indireta, além de regular a atividade relativa 
destas duas vias. A SNpr e a Gpi são as estruturas eferentes dos 
gânglios basais e fornecem retroalimentação ao córtex cerebral por 
meio dos núcleos ventroanteriores e v entro laterais do tálamo (V 
ANL). 
 
Via Direta: o corpo estriado receberá estímulo glutamatérgicos 
(principal neurotransmissor excitatório) vindo do córtex, dessa 
forma, haverá a liberação de GABA (principal neurotransmissor 
inibitório), que atuará no GPi, hiperpolarizando-o e inibindo-o. 
Como consequência, haverá a inibição da inibição e, assim, o 
tálamo será estimulado a liberar glutamato, que irá agir no córtex 
cerebral. O córtex cerebral libera glutamato que atuará na parte 
cortical da substância negra (SNpc), liberando dopamina, que 
estimulará a ACh a causar a inibição, reiniciando o processo. 
 
Via Indireta: o corpo estriado receberá estímulo glutamatérgicos 
(principal neurotransmissor excitatório) vindo do córtex, assim, 
D2 (receptor inibitório) liberará GABA que vai inibir o GPe. 
Dessa forma, ocorrerá a inibição da inibição. O núcleo 
subtalâmico, liberará glutamato, que estimulará o GPi a liberar 
GABA, inibindo o tálamo. 
➢ A Via na Doença de Parkinson: a anormalidade primária é a 
destruição dos neurônios dopaminérgicos da SNpc. Os neurônios 
estriatais que formam a via direta entre o estriado e a SNpr e a GPi 
expressam predominantemente o receptor D1 excitatório da DA, 
enquanto os neurônios estriatais que se projetam à GPe e formam a 
via indireta expressam o receptor D2 inibitório. Desse modo, a perda 
da estimulação dopaminérgica do estriado produz efeitos diferentes 
nas duas vias eferentes; a via direta que se dirige à SNpr e à GPi é 
menos ativa (estruturas em roxo), enquanto a atividade indireta é 
aumentada (estruturas em vermelho). O efeito final é que os neurônios 
da SNpr e da GPi se tornam mais 
ativos. Isso acentua a inibição do 
tálamo V AlVL e diminui os 
estímulos excitatórias do córtex. 
As linhas em azul-claro indicam 
as vias primárias com atividade 
reduzida. 
Os principais fármacos antiparkinsonianos são: 
→ Drogas que substituem a dopamina; 
→ Drogas que imitam a ação da dopamina; 
→ Inibidores de MAO e COMT; 
→ Drogas que liberam dopamina; 
→ Antagonistas da ACh 
➢ Levodopa: é o metabólito precursor da dopamina, por si só inerte, 
atuando através da sua descarboxilação a dopamina. Na 
metabolização da Levodopa ocorre a formação do metabólito 3-O-
metildopa (3-OMD). No cérebro ela é rapidamente descarboxilada a 
dopamina. A DA liberada pode ser recaptada e armazenada (antes de 
sofrer ação da MAO e COMT). Transportadores de aminoácidos na 
BHE e vasos sanguíneos pode haver competição a este nível. A 
biotransformação periférica pela dopa descarboxilase e pela COMT 
podem diminuir a taxa de levodopa q penetra no SNC. Grande parte 
da levo é descarboxilada na mucosa intestinal e em outras regiões 
ricas em MAO, de maneira que uma quantidade relativamente 
pequena da droga inalterada atinge o SNC cerca de 1%. Apenas 1-3% 
aproximadamente da Levodopa administrada chega inalterada no 
cérebro, sendo que grande parte administrada é descarboxilada pela 
MAO presente na mucosa intestinal e em outros locais periféricos. 
Seus efeitos adversos são anorexia, náusea, taquicardia e hipotensão. 
➢ Inibidores da MAO: são eles Selegilina (Niar®) e Rasagilina (Azilect 
®). Inibem seletivamente a MAO-B retarda a degradação da 
dopamina no estriado; não inibe o metabolismo periférico das 
calecolaminas (associação com levodopa). 
➢ Inibidores da COMT: são eles o Tolcapone (Tasmar®) e o 
Entacapone (Comtan ®). Fazem o bloqueio da conversão periférica 
e/ou central da L-DOPA em 3-O-metil-DOPA, o que aumenta a fração 
que atinge o SNC, aumenta do T ½ plasmática da levodopa (menor 
frequência das doses), prolongam a resposta e diminuem flutuações 
da L-DOPA. 
➢ Agonistas Dopaminérgicos: são agonistas diretos dos receptores 
dopamina no estriado. São eles Bromocriptina (Parlodel® - agonista 
D2 e antagonista parcial D1) e Pergolida (Celance® - +potente - 
agonista D2 e D1 - T1/2 longo). Podem causar efeitos adversos como 
náuseas e vômitos, hipotensão ortostática, discinesias, alucinações, 
psicoses e confusão mental. Suas vantagens são que não necessitam 
de conversão enzimática para ação, apresentam seletividade relativa 
aos receptores dopaminérgicos, não sofrem competição no transporte 
e apresentam tempo de meia vida mais longa. 
➢ Facilitadores de liberação de dopamina: são eles Amantadina 
(Mantidan®) e Memantina (Akatinol), atuam alterando a liberação e 
recaptação da dopamina, retardam a recaptação de dopamina e são 
agonistas parciais glutamatérgicos (NMDA). 
: 
A psicose é o estado no qual o indivíduo perde contato com a 
realidade, alguns dos sintomas são a presença de alucinações, ilusões, 
delírios, transtornos do pensamento formal. 
Os agentes antipsicóticos têm a capacidade de reduzir os sintomas 
psicóticos em uma variedade de condições, inclusive esquizofrenia, 
transtorno bipolar, depressão psicótica, psicoses senis, várias psicoses 
orgânicas e psicoses induzidas por substâncias. Além disso, são 
capazes de melhorar o humor e de reduzir a ansiedade e os distúrbios 
do sono, porém não constituem o tratamento de escolha quando esses 
sintomas representam o transtorno primário em pacientes não 
psicóticos. 
A esquizofrenia é o distúrbio da percepção eintegração da realidade, 
em casos severos pode levar ao prejuízo da cognição e motivação. 
→ Sintomas Positivos: delírios e alucinações, fala e comportamento 
desorganizados, afeto incongruente, insônia, transtorno de 
pensamento. 
→ Sintomas Negativos: isolamento social, redução da produção e 
fluência do pensamento (alogia) e da produção da fala, anedonia, 
avolição, embotamento afetivo – facilmente confundido com 
depressão. 
De forma anatômica, a esquizofrenia é causada pelo aumento do 
tamanho ventricular (perda de tecido neuronal); diminuição do córtex 
pré-frontal e hipocampo - diminuição do tamanho do neurônio; e crca 
de 30 - 50% de diminuição na expressão de mielina no córtex pré-
frontal e hipocampo. 
➢ Teoria Serotoninérgica da Esquizofrenia: a descoberta de que 
alucinógenos indólicos, como o LSD (dietilamida do ácido lisérgico) 
e a mescalina, são agonistas da serotonina (5-HT) levou à pesquisa de 
alucinógenos endógenos na urina, no sangue e no cérebro de pacientes 
com esquizofrenia. Essa tentativa foi infrutífera, porém a 
identificação de muitos subtipos do receptor de 5-HT propiciou a 
descoberta fundamental de que a estimulação dos receptores 5-HT2A 
e, possivelmente, 5-HT2C constitui a base dos efeitos alucinatórios 
desses agentes. Foi constatado que o bloqueio dos receptores 5-HT2A 
representa um fator-chave no mecanismo de ação da principal classe 
de agentes antipsicóticos atípicos, dos quais a clozapina é o protótipo, 
e que incluem, por ordem de introdução na prática médica mundial, a 
melperona, risperidona, zotepina, blonanseína, olanzapina, 
quetiapina, ziprasidona, aripiprazol, sertindol, paliperidona, 
iloperidona, asenapina e lurasidona. Esses fármacos são agonistas 
inversos do receptor 5-HT2A, isto é, bloqueiam a atividade 
constitutiva desses receptores. Esses receptores modulam a liberação 
de dopamina, norepinefrina, glutamato, GABA e acetilcolina, entre 
outros neurotransmissores, no córtex, na região límbica e no estriado. 
A estimulação dos receptores 5-HT2A leva à despolarização dos 
neurônios glutamatérgicos, mas também à estabilização dos 
receptores N-metil-d-aspartato (NMDA) nos neurônios pós-
sinápticos. Recentemente, foi constatado que os alucinógenos são 
capazes de modular a estabilidade de um complexo constituído por 
receptores 5-HT2A e NMDA. A estimulação dos receptores 5-HT2C 
proporciona um meio adicional de modular a atividade dopaminérgica 
cortical e límbica. A estimulação dos receptores 5-HT2C leva à 
inibição da liberação cortical e límbica de dopamina. Muitos agentes 
antipsicóticos atípicos, por exemplo, a clozapina, a asenapina e a 
olanzapina, são agonistas inversos do 5-HT2C. Os agonistas do 5-
HT2C estão sendo estudados como agentes antipsicóticos. 
➢ Teoria Glutamatérgica da Esquizofrenia: o glutamato é o principal 
neurotransmissor excitatório no cérebro. A fenciclidina (PCP) e a 
cetamina são inibidores não competitivos do receptor NMDA, que 
exacerbam tanto o comprometimento cognitivo como a psicose em 
pacientes com esquizofrenia. A PCP e uma substância relacionada, 
MK-801, aumentam a atividade locomotora e, de forma aguda ou 
crônica, uma variedade de prejuízos cognitivos em roedores e 
primatas. Esses efeitos foram amplamente utilizados como meio para 
desenvolver novos fármacos antipsicóticos capazes de aumentar a 
atividade cognitiva. Os antagonistas seletivos de 5-HT2A, bem como 
os fármacos antipsicóticos atípicos, são muito mais potentes do que 
os antagonistas D2 no bloqueio desses efeitos da PCP e MK-801. Esse 
foi o ponto inicial para a hipótese de que a hipofunção dos receptores 
NMDA, localizados nos interneurônios GABAérgicos, resultando em 
diminuição das influências inibitórias na função neuronal, contribui 
para a esquizofrenia. A diminuição da atividade GABAérgica pode 
induzir uma desinibição da atividade glutamatérgica distal, podendo 
levar a uma hiperestimulação dos neurônios corticais por meio de 
receptores não NMDA. As evidências preliminares sugerem que o 
LY2140023, um fármaco que atua como agonista do receptor de 
glutamato metabotrópico 2/3 (mGLuR2/3), pode ser efetivo na 
esquizofrenia. O receptor NMDA, um canal iônico, necessita da 
glicina para a sua atividade integral. Foi sugerido que, em pacientes 
com esquizofrenia, o sítio de glicina do receptor NMDA não está 
totalmente saturado. Foram efetuados vários ensaios clínicos com 
altas doses de glicina para promover a atividade glutamatérgica, 
porém os resultados estão longe de serem convincentes. Na 
atualidade, inibidores do transporte da glicina estão em fase de 
desenvolvimento como possíveis agentes antipsicóticos. As 
ampaquinas são fármacos que potencializam as correntes mediadas 
pelos receptores de glutamato do tipo AMPA. Em testes 
comportamentais, as ampaquinas mostram-se efetivas na correção de 
comportamentos em vários modelos animais de esquizofrenia e 
depressão. Eles protegem os neurônios de agressões neurotóxicas, em 
parte ao mobilizarem fatores de crescimento, como o fator 
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). 
➢ Teoria Dopaminérgica da Esquizofrenia: a hipótese dopaminérgica 
da esquizofrenia foi o segundo conceito formulado baseado em 
neurotransmissores, porém deixou de ser considerada adequada como 
explicação para todos os aspectos da esquizofrenia, em particular o 
prejuízo cognitivo. Entretanto, continua muito relevante para a 
compreensão das principais dimensões da esquizofrenia, como 
sintomas positivos e negativos (embotamento emocional, isolamento 
social, falta de motivação), comprometimento cognitivo e, 
possivelmente, depressão. É também essencial para entender os 
mecanismos de ação da maioria e, provavelmente, de todos os 
fármacos antipsicóticos. Várias evidências sugerem que a atividade 
dopaminérgica límbica excessiva desempenha uma função na psicose: 
(1) muitos fármacos antipsicóticos bloqueiam acentuadamente os 
receptores D2 pós-sinápticos no sistema nervoso central (SNC), 
sobretudo no sistema mesolímbico e no estriatal-frontal, o que inclui 
agonistas parciais da dopamina, como o aripiprazol e o bifeprunox; 
(2) os fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica, como a 
levodopa, as anfetaminas e a bromocriptina e apomorfina, agravam a 
esquizofrenia ou produzem psicose de novo em alguns pacientes; (3) 
foi constatado que a densidade de receptores de dopamina post 
mortem está aumentada nos cérebros de esquizofrênicos que não 
foram tratados com fármacos antipsicóticos; (4) alguns estudos post 
mortem de indivíduos esquizofrênicos, mas nem todos, relataram um 
aumento dos níveis de dopamina e da densidade de receptores D2 no 
nucleus accumbens, caudado e putame; (5) os exames de imagem 
demonstraram uma liberação aumentada de dopamina estriatal 
induzida por anfetaminas, aumento da ocupação basal dos receptores 
D2 estriatais pela dopamina extracelular e outras medidas compatíveis 
com aumento da síntese e liberação de dopamina estriatal. Entretanto, 
a hipótese dopaminérgica está muito longe de fornecer uma 
explicação completa de todos os aspectos da esquizofrenia. Foi 
sugerido que a diminuição da atividade dopaminérgica cortical ou 
hipocampal está subjacente ao prejuízo cognitivo e sintomas 
negativos da esquizofrenia. Exames de imagem post mortem e in vivo 
da neurotransmissão dopaminérgica cortical, límbica, nigral e estriatal 
em indivíduos esquizofrênicos forneceram achados compatíveis com 
uma atividade dopaminérgica diminuída nessas regiões. Em estudos 
post mortem, foi relatada uma diminuição da inervação 
dopaminérgica no córtex temporal medial, córtex pré-frontal 
dorsolateral e hipocampo, bem como níveis diminuídos de DOPAC, 
um metabólito da dopamina, no cingulado anterior. Os exames de 
imagem realizados revelaram níveis aumentados de receptor D1 pré-
frontal, correlacionados com prejuízo da memória de trabalho. O fato 
de que vários dos fármacos antipsicóticosatípicos exercem muito 
menos efeito sobre os receptores D2, embora ainda sejam efetivos na 
esquizofrenia, redirecionou a atenção para a atuação dos demais 
receptores de dopamina e de outros receptores. Os receptores de 
serotonina – em particular o subtipo de receptor 5-HT2A – podem 
mediar os efeitos sinérgicos ou proteger contra as consequências 
extrapiramidais do antagonismo de D2. Como resultado dessas 
considerações, a pesquisa passou a focar compostos passíveis de 
atuação sobre vários sistemas de transmissores-receptores, como a 
serotonina e o glutamato. Os fármacos antipsicóticos atípicos 
compartilham a propriedade de antagonismo fraco dos receptores D2 
e bloqueio mais potente dos receptores 5-HT2A. 
 
 
 
: 
• KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 13ªed. Porto Alegre: 
Artmed, 2015. 
• RANG, H. P. Farmacologia. 7ªed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
• BRUNTON, L. L. As bases farmacológicas da terapêutica de 
Goodman e Gilman. 12ªed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
• Resumos da Med: 
https://www.passeidireto.com/arquivo/95811200/farmacos-do-snc 
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