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Base Nacional Comum Curricular como política educacional

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Base Nacional Comum Curricular como 
política educacional
APRESENTAÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular, conhecida pela sigla BNCC, é um documento que orienta 
um currículo mínimo comum para toda a educação básica brasileira e inclui os ensinos 
fundamental e médio. Nela estão contidas as aprendizagens mínimas por competências e 
habilidades, por série, a que todos os alunos precisam ter acesso.
Nesse documento também há o reconhecimento do Ensino Religioso não somente como 
componente curricular, mas também como uma das cinco áreas do conhecimento. E, com isso, 
nele estão contidas as aprendizagens mínimas por competências e habilidades, também por 
série, do Ensino Religioso.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá a identificar o papel da BNCC na política 
educacional brasileira, bem como as propostas curriculares do Ensino Religioso. Aprenderá, 
também, a descrever os impactos da BNCC na escola pública com o compromisso com a 
educação integral e com o reconhecimento do Ensino Religioso: tendo a religião como parte 
importante da multidimensionalidade do ser humano, ela contribui, também, à educação 
integral. Por fim, você saberá definir a relação da BNCC com a elaboração do currículo de cada 
escola e com sistemas e redes de ensino que têm autonomia para criar seus currículos e projetos 
políticos-pedagógicos, levando em consideração as competências gerais da BNCC e as 
competências específicas do componente curricular Ensino Religioso.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o papel da BNCC na política educacional brasileira.•
Descrever os impactos da BNCC na escola pública.•
Definir a relação da BNCC com a elaboração do currículo de cada escola.•
DESAFIO
Para implementação dos currículos mínimos visando ao bom funcionamento da BNCC, é 
necessário o regime de colaboração com os Estados, Distrito Federal e Municípios em 
conformidade com a Lei no 13.005/2014 que promulgou o PNE. O grande desafio, após a 
homologação da BNCC, é a construção dos currículos por parte dos entes federados, embora 
muitos deles já estejam com esses processos bem adiantados ou até mesmo concluídos.
Imagine a situação a seguir:
INFOGRÁFICO
Na BNCC, tanto as competências gerais quanto as competências específicas são definidas como 
a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que fornecem ao aluno 
condições para solucionar as várias e complexas dificuldades que se apresentam no cotidiano e 
no trabalho.
O desenvolvimento das habilidades do componente curricular Ensino Religioso garante ao aluno 
o desenvolvimento das competências específicas da área, que, ao serem articuladas com as 
competências gerais da educação básica, promovem uma educação integral ao discente.
Acompanhe no Infográfico a articulação entre algumas das competências gerais para a educação 
básica e algumas competências específicas da área do Ensino Religioso.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O Ensino Religioso na educação básica nas escolas do Brasil foi instituído pela Constituição 
Federal de 1988 e pela LDB, no artigo 33, que prevê os princípios e fundamentos para abalizar 
suas epistemologias e pedagogias.
Reconhecido como uma das cinco áreas do conhecimento e como componente curricular da 
educação básica, o Ensino Religioso tem suas competências e habilidades definidas pela BNCC, 
que, articuladas com as competências gerais, demonstram sua contribuição na formação do 
discente pautada na Educação Integral em suas multidimensionalidades.
No capítulo Base Nacional Comum Curricular como política educacional, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o papel da BNCC na política educacional brasileira, 
os impactos na escola pública e a elaboração do currículo de cada escola, bem como as 
competências, habilidades e contribuições do Ensino Religioso na educação básica.
Boa leitura.
POLÍTICAS 
EDUCACIONAIS E 
BASE NACIONAL 
COMUM 
CURRICULAR DE 
ENSINO RELIGIOSO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar o papel da BNCC na política educacional brasileira.
 > Descrever os impactos da BNCC na escola pública.
 > Definir a relação da BNCC com a elaboração do currículo de cada escola.
Introdução 
O documento que define as orientações curriculares básicas comuns que devem 
ser ofertadas a todos os estudantes no Brasil é a Base Nacional Comum Curri-
cular (BNCC), que estabelece as competências gerais e específicas, bem como as 
habilidades para cada componente curricular da educação básica.
Nesse documento, também encontramos as competências específicas do 
ensino religioso, que, articuladas com as competências gerais, proporcionam uma 
educação integral que permite ao aluno uma educação voltada para a multidi-
mensionalidade da condição humana, preparando-o para a socialização e para 
a ação autônoma em um mundo pós-moderno que exige competências gerais e 
aprofundamentos específicos na solução de problemas sociais e profissionais.
Base Nacional 
Comum Curricular 
como política 
educacional
Valter Borges dos Santos
Neste capítulo, portanto, você vai conhecer o papel da BNCC na política educa-
cional brasileira, as competências gerais e os marcos legais que a fundamentam, 
além de seus impactos na escola pública. Você também vai ver o espaço do conhe-
cimento religioso e do ensino religioso no documento, a relação com a elaboração 
do currículo de cada escola, a colaboração para implementação e funcionamento 
da BNCC e as unidades temáticas do ensino religioso.
Uma educação comum para todos
As inúmeras dificuldades de acesso aos currículos mínimos necessários para o 
desenvolvimento educacional da criança e do adolescente no Brasil têm como 
consequência as profundas desigualdades educacionais, que nada contribuem 
para o desenvolvimento da pessoa humana e do próprio país como nação.
Com a finalidade de superar essas dificuldades e promover uma educação 
mais qualitativa e igualitária entre os estudantes das inúmeras regiões do 
Brasil, cujo território tem dimensões continentais, criou-se uma base comum 
nas quais todos os alunos em todas regiões teriam acesso a formação educa-
cional por um currículo mínimo que permita o desenvolvimento da cidadania, 
preparando-os, também, para a carreira profissional.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que normatiza 
o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais, assegurando, 
assim, o direito à educação plena e o desenvolvimento ao longo da educação 
básica nas suas respectivas etapas e modalidades. Esses direitos estão 
previstos no Plano Nacional de Educação (PNE) e são orientados “[...] pelos 
princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral 
e à construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva, como 
fundamento nas Diretrizes Curriculares Nacionais” (BRASIL, 2017, p. 7).
A BNCC é a referência nacional mínima para a elaboração de currículos de 
todos os sistemas e redes escolares do país, nas esfera municipal, estadual 
e federal, integrando a Política Nacional de Educação Básica. O alinhamento 
nacional de currículos mínimos oferecidos pelos entes federativos às crianças 
e adolescentes no país exigirá, também, outras políticas ligadas à educação 
para melhoria de sua qualidade de ensino, como aquelas “[...] referentes à 
formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacio-
nais e aos critérios para a oferta de infraestrurura adequada para o pleno 
desenvolvimento da educação” (BRASIL, 2017, p. 8).
Base Nacional Comum Curricular como política educacional2
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, 
nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, 
por meio do ensino, em instituiçõespróprias (BRASIL, 1996, documento on-line). 
Competências gerais previstas na BNCC para a 
educação básica
As aprendizagens que a BNCC normatiza como prioritárias e essenciais devem 
ser ensinadas ao estudante em conformidade com o desenvolvimento das 
competências gerais elencadas no documento:
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos 
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e 
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício 
da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2017, p. 8).
De forma suscinta, as 10 competências gerais da base nacional comum 
curricular são: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; re-
pertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; 
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e 
responsabilidade e cidadania. Essas competências gerais se inter-relacionam 
e são desdobradas didaticamente em etapas — educação infantil, educação 
fundamental e ensino médio — e se articulam no processo de “[...] construção 
do conhecimento, no desenvolvimento de habilidades e na formação de 
atitudes e valores, nos termos das LDB” (BRASIL, 2017, p. 9).
Marcos legais que fundamentam a BNCC
A carta magna do país, promulgada em 1988, em seu artigo 205, trata do 
reconhecimento da educação como um direito fundamental dos brasileiros 
e que é de responsabilidade do Estado, da família e da sociedade como um 
todo (BRASIL, [2016]). Além disso, determina que “[...] a educação, direito de 
todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” 
(BRASIL, [2016], documento on-line).
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 3
Para a concretização do atendimento desse direito, a Constituição brasi-
leira reconhece a necessidade de fixar “[...] conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos 
valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, [2016], documento 
on-line), e é da União (Governo Federal) a responsabilidade de, conforme o 
inciso IV, artigo 9º, da Lei n. 9394/96: “[...] estabelecer, em colaboração com os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os 
currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica 
comum” (BRASIL, 1996, documento on-line).
Há dois conceitos que merecem consideração na LDB: a distinção entre 
a base-comum e a diversificada do currículo; e o foco do currículo. A LDB, 
ao tratar da distinção entre a base-comum e a diversificada, determina que 
as competências e diretrizes são comuns e os currículos são diversificados. 
Quanto ao foco do currículo, a LDB enfatiza que os conteúdos curriculares 
estão a serviço do desenvolvimento adequado das competências.
Como você pode observar, o Artigo 26 da LDB retoma a relação entre 
base-comum e a diversificada:
Os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de-
vem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino 
e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas 
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos 
educandos (BRASIL, 1996, documento on-line).
Em outras palavras, a BNCC fornece parâmetros para uma aprendizagem 
mínima a todo o país e alarga as fronteiras, possibilitando a inclusão de 
mais competências, que, por sua vez, são diversificadas. Entretanto, não são 
desvinculadas das dez competêncais gerais e nem das específicas de cada 
componente curricular contidas na BNCC, consideradas e respeitadas as 
diversidades regionais e, ainda, de modo complementar. Permite, assim, um 
currículo contextualizado pela realidade local, social e individual da escola e 
seu alunado. Essa orientação foi gestada pelo Conselho Nacional de Educação 
(CNE), que elaborou as diretrizes curriculares nas décadas de 1990 e 2000.
Em 2010, uma orientação nova e importante foi incorporada às Diretrizes 
Curriculares Nacionais (DCN) pelo CNE, aperfeiçoando a possibilidade de con-
textualização: “[...] a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento 
à pluralidade e à diversidade cultural resgatando e respeitando as várias 
manifestações de cada comunidade” (BRASIL, 2010a, documento on-line).
Base Nacional Comum Curricular como política educacional4
O PNE, em 2014, por meio da Lei n. 13.005/2014, reiterou a necessidade de: 
Estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa [União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios], diretrizes pedagógicas para a educação básica e a 
base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem 
e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino Fundamental 
e Médio, respeitadas as diversidades regional, estadual e local” (BRASIL, 2014, 
documento on-line).
Com esses marcos legais, o Brasil confirma, por suas leis, a importância 
e a necessidade da BNCC para fornecer uma aprendizagem comum ao país 
todo, a fim de aumentar a qualidade educacional da nação, e em todas as 
etapas e modalidades. Desse modo, em 2017, os Artigos 35-A e 36 em seu § 1º, 
da LDB, alterada pela Lei 13.415/2017, passaram a conter a seguinte redação:
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de apren-
dizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, 
nas seguintes áreas do conhecimento [...]. Art. 36. § 1º A organização das áreas 
de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será feita de 
acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino (BRASIL, 2017, p. 12).
As possibilidades de os sistemas e redes de ensino criarem critérios para 
organizar suas competências e suas habilidades norteiam a acessibilidade 
e devolvem sentido à escola pública uma vez conectadas com a realidade 
de cada região.
O ensino religioso na Base Nacional Comum 
Curricular
Segundo o documento, o ensino religioso tem sua história ligada às dife-
rentes perspectivas com víeis confessional ou interconfessional. Na década 
de 1980, entretanto, as mudanças paradigmáticas ocorridas na educação 
proporcionaram, também, mudanças no ensino do fenômeno religioso: “Em 
função dos promulgados ideais de democracia, inclusão social e educação 
integral, vários setores da sociedade civil passaram a reivindicar a abordagem 
do conhecimento religioso e o reconhecimento da diversidade religiosa no 
âmbito dos currículos escolares” (BRASIL, 2017, p. 435).
Com essas reivindicações, foram necessárias bases legais para que o ensino 
religioso nas escolas públicas pudesse, de fato, funcionar. Nesse sentido, o 
artigo 210 da Constituição de 1988, bem como o artigo 33 (alterado pela Lei 
n. 9.475/1997) da LDB n. 9.394/1996:
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 5
[...] estabeleceram os princípios e os fundamentos que devem alicerçar epistemo-
logias e pedagogias do Ensino Religioso, cuja função educacional, enquanto parte 
integrante da formação básica do cidadão, é assegurar o respeito à diversidade 
cultural religiosa, sem proselitismos (BRASIL, 2017, p. 435).
Em 2010, o ensino religioso nas escolas públicas foi reconhecido, final-
mente, como uma das cinco áreas de conhecimento do ensino fundamental 
por meio da Resolução CNE/CEB n. 04/2010 (BRASIL, 2010a) e da Resolução 
CNE/CEB n. 07/2010 (BRASIL, 2010b). O ensino religioso, uma vez caracterizado 
como componente curricular, deve ser ofertado obrigatoriamente nas escolas 
públicas, embora a matrícula seja facultativa em todo país. Esse componente 
passou a ter uma proposta curricular que se contextualiza nas várias regiões 
Brasil afora.
Segundo o documento, “[...] foram elaborados propostascurriculares, 
cursos de formação inicial e continuada e materiais didático-pedagógicos que 
contribuíram para a construção da área do Ensino Religioso, cujas natureza 
e finalidades pedagógicas são distintas da confessionalidade” (BRASIL, 2017, 
p. 435).
A Base Nacional Comum Curricular e seu 
impacto na escola pública
A BNCC provocou impactos significativos na escola pública no país, dentre os 
quais destacamos o foco no desenvolvimento de competências e o compro-
misso com a educação integral. Na sequência, abordaremos cada um deles.
Os fundamentos pedagógicos da BNCC
A BNCC inovou produzindo mudanças impactantes na escola pública ao mo-
bilizar os conteúdos para o desenvolvimento de competências. As discussões 
e os debates realizados em torno do conceito de competências tiveram como 
resultado sua inserção no texto da LDB (artigos 32 e 35) (BRASIL, 2017). A 
construção dos currículos de muitos estados e municípios do Brasil e de 
outros países focam no desenvolvimento de competências desde o final do 
século passado e início do século XXI.
Com isso, o Brasil entra em sintonia com o desenvolvimento educacional 
no mundo e com a finalidade de qualificar a educação nacional, cujos índices 
são medidos por instituições internacionais. Esses organismos multilaterais 
também têm como enfoque as competências nas avaliações internacionais, 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional6
como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (ODCE), 
que coordena o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), e a Or-
ganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), 
que instituiu o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da 
Educação (LLECE).
A BNCC, adotando esse enfoque, indica que as decisões pedagógicas devem 
estar orientadas para o desenvolvimento do aluno nessas competências em 
todo o país. A partir da explicitação das competências que estão na BNCC, os 
sistemas e redes de ensino poderão construir seus currículos referenciados no 
documento, que auxilia no fortalecimento de ações que, de fato, assegurem 
as aprendizagens essenciais comuns a todos os alunos do país.
Os estudantes, considerando a constituição de conhecimentos e habili-
dades, atitudes e valores, devem desenvolver o saber, mas não só: devem 
saber fazer também, isto é, a prática tão necessária para a vida cotidiana 
social e profissional. O saber fazer leva em conta a mobilização de conheci-
mentos, habilidades, atitudes e valores para resolver situações e demandas 
complexas do cotidiano, de forma que o estudante possa exercer plenamente 
sua cidadania e, no mundo profissional, a atividade de trabalho escolhida.
A BNCC e a educação integral
Outro forte impacto que a BNCC produziu foi o compromisso com a educação 
integral. Esse é um acontecimento de grande importância, dada a tendência 
anterior de exclusividade na aprendizagem cognitiva, conforme se constata 
historicamente no país.
Na sociedade do conhecimento e da informação, característica do mundo 
pós-moderno, exige-se, ainda mais, que as pessoas desenvolvam competên-
cias para resolver questões ligadas ao cotidiano de maneira ágil e acertada. 
Algumas questões centrais no processo educativo vem merecendo atenção 
da sociedade contemporânea e exigindo inovação da educação, bem como a 
inclusão dessas questões no processo educativo. Algumas dessas questões 
são “[...] o que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover 
redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado” (BRASIL, 
2017, p. 14).
Para o estudante, viver a realidade no novo cenário mundial lhe exige 
uma formação que, nos moldes em que a educação estava estruturada, não 
lhe permitia a socialização e sua inclusão na trama social. A dinâmica atual 
da realidade exige conhecimentos de si e compreensão do mundo, além 
de “[...] reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 7
ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, 
resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de 
informações” (BRASIL, 2017, p. 14).
Nesse cenário de exigências, é imperativo, ao estudante, desenvolver-se 
no sentido de aprender a aprender para saber lidar, por exemplo, com a 
informação que está disponível por meio das múltiplas plataformas digitais, 
cuja velocidade é capaz de confundir as pessoas e exige uma atuação com 
discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas virtuais. Além 
disso, ao estudante, não basta o acúmulo de informação, mas, também, 
transformá-la em conhecimento para a solução de problemas. Para isso, 
portanto, urge o desenvolvimento de aptidões que permitam a tomada de 
decisões de forma autônoma. Essa capacidade permitirá sua proatividade 
para “[...] identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e 
aprender com as diferenças e as diversidades” (BRASIL, 2017, p. 14).
A BNCC, nesse sentido, é um instrumento importante, pois o enfoque nas 
competências, considerando a multidimensionalidade da pessoa humana, 
estabeleceu um compromisso na integralidade na formação do indivíduo 
para além do aspecto cognitivo. Essa necessidade já era debatida na história 
educacional do Brasil desde a década de 1930, quando houve as primeiras 
referências à educação integral, que foram incorporadas a várias correntes 
políticas da época, bem como ao movimento dos “Pioneiros da Educação Nova”, 
ainda que sem o mesmo significado e entendimento que se tem atualmente.
Nesse sentido, a BNCC é revolucionária e não deve ser olhada apenas 
pela sua amplitude, ao fornecer uma base comum a todos estudantes no 
Brasil, mas, também, pela sua construção pedagógica, que acompanha o 
desenvolvimento de uma sociedade que exige cada vez mais um ser humano 
capacitado para melhor lidar com a realidade que se lhe apresenta e que 
se transforma continuamente. “Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira 
explícita, o seu compromisso com a educação integral” (BRASIL, 2017, p. 14).
A BNCC, em consonância com o compromisso de uma educação integral, ao 
reconhecer a possibilidade de um desenvolvimento humano global, orienta 
e direciona a educação básica a proporcionar essa formação ao estudante 
em todo o território nacional. Essa formação implica “[...] compreender a 
complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com 
visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) 
ou a dimensão afetiva” (BRASIL, 2017, p. 14).
Para atendar as demandas atuais, a educação básica se volta, agora, a 
uma visão plural, singular e integral da criança, passando pelas fases de 
adolescência, de sua juventude até atingir a fase adulta. Nesse processo, a 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional8
educação deve formar o estudante para o protagonismo, considerando-o como 
sujeito de aprendizagem. Além disso, a educação integral também propõe a 
promoção de uma educação que acolha, reconheça e desenvolva plenamente 
os estudantes nas suas necessidades e singularidades.
Portanto, a escola deve ser vista e reconhecida como um espaço de 
aprendizagem, ou seja, um local privilegiado no qual o ser humano está em 
processo de desenvolvimento e que lhe permite errar e acertar. Além disso, 
deve ser um espaço para a democracia inclusiva, pois o aperfeiçoamento da 
sociedade perpassa a inclusão de todos na compreensão, nas atividades e 
nos processos democráticos. A escola, como espaço próprio para a formação 
integral do indivíduo, deve fortalecer-se robustamente na prática coercitiva 
de não discriminação, não preconceito, que destroem as relações sociais e 
esfacelam a sociedade, promovendo, com muita força e coercitivamente, o 
respeito às diferenças e diversidades.
Todos esses elementos citados, tanto a visão quanto o espaço da educação 
integral, não podem acontecer de modo acidental, esporádico, aleatório; para 
uma educação integral, devehaver intencionalidade, que é preciso incorpoar 
na prática da escola inteira, incluindo gestores, funcionários, docentes e 
comunidade escolar.
Vale destacar, nesse contexto, que o conceito de educação integral não 
está associado ao conceito de uma escola de tempo integral — são termos 
completamente diferentes, embora possam ser complementares. A escola de 
tempo integral diz respeito ao maior tempo que o estudante passa na escola. Já 
a educação integral é compreendida no fornecimento uma educação que atenda 
à integralidade das necessidades da multidimensionalidade humana. Por isso:
Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação in-
tegral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional 
de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as ne-
cessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes (BRASIL, 2017, p. 14). 
Além disso, devem estar sempre sintonizadas com os desafios que a 
realidade apresenta, e “[...] isso supõe considerar as diferentes infâncias e 
juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas 
de existir” (BRASIL, 2017, p. 14).
A educação integral exige um currículo integrado, e a BNCC “[...] propõe 
a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o 
estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar 
sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendi-
zagem e na construção de seu projeto de vida” (BRASIL, 2017, p. 15).
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 9
O conhecimento religioso e o ensino religioso na 
BNCC
Atender o aluno em sua multidimensionalidade na educação básica inclui, 
também, o aspecto religioso. O ensino religioso tem como objeto o estudo o 
fenômeno religioso em sua multiplicidade; porém, tem, também, uma das mais 
salutares formas — embora não a única — de desenvolver a consolidação do 
caráter das crianças, adolescentes e jovens, principalmente no que tange à 
tolerância e ao respeito ao outro e suas escolhas. Esse tipo de ensino propor-
ciona fortalecimento de valores, independentemente da opção religiosa do 
aluno, que tem sempre o poder de ensinar valores culturais para os discentes.
O artigo 33 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, alterado pela Lei 
n. 9.475, de 22 de julho de 1997, passou a ter a seguinte redação:
O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica 
do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do 
Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo (BRASIL, 1997, documento on-line).
O ensino religioso, embora seja opcional ao estudante, deve ser oferta 
dos sistemas e redes de ensino e é parte integrante da formação básica do 
aluno, contribuindo para sua educação integral. O segmento da educação 
básica para a sua oferta é o ensino fundamental. 
O artigo enfatiza a importância do respeito à diversidade religiosa no Brasil, 
que permite a educação para a tolerância religiosa, evitando-se conflitos e 
estremecimentos na relação intersubjetiva e entre grupos, que, historicamente, 
desembocam em violência e estreitamento democrático. Por isso, o ensino 
religioso não pode, em hipótese alguma, ser proselitista, justamente para que se 
evite o uso do espaço público do educar para propósitos diferentes daqueles que 
não sejam para a educação integral do aluno, na construção de sua cidadania.
Nesse mesmo artigo, no §1º, a lei determina que “Os sistemas de ensino 
regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do en-
sino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos 
professores” (BRASIL, 1997, documento on-line). A formação dos professores, 
embora seja atribuição dos sistemas de ensino, não está dissociada da for-
mação voltada para o ensino que leve em conta o currículo mínimo comum 
previsto na BNCC. No caso do componente curricular ensino religioso, para 
evitar desvirtuamento, a Resolução n. 5, de 28 de dezembro de 2018 (BRASIL, 
2018), do CNE, instituiu as DCNs para o curso de licenciatura em ciências da 
religião no Brasil.
Base Nacional Comum Curricular como política educacional10
Considerando os marcos normativos, a BNCC, em conformidade com as dez 
competências gerais, estabelece os seguintes objetivos para o ensino religioso:
a) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, 
a partir das manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos; b) 
Propiciar conhecimentos sobre o direito à liberdade de consciência e de cren-
ça, no constante propósito de promoção dos direitos humanos; c) Desenvolver 
competências e habilidades que contribuam para o diálogo entre perspectivas 
religiosas e seculares de vida, exercitando o respeito à liberdade de concepções 
e o pluralismo de ideias, de acordo com a Constituição Federal; d) Contribuir para 
que os educandos construam seus sentidos pessoais de vida a partir de valores, 
princípios éticos e da cidadania (BRASIL, 2017, p. 436).
O objetivo do ensino religioso na educação básica é proporcionar a apren-
dizagem de conhecimentos a partir das manifestações religiosas e o conheci-
mento dos direitos à liberdade religiosa a fim de desenvolver competências 
para o diálogo interreligioso, no sentido de respeitar as liberdades alheias 
de consciência e crenças, contribuindo, assim, para a formação de sentidos 
pessoais, a partir de valores, princípios éticos e da cidadania.
Para tanto, é muito importante compreender o que é o conhecimento reli-
gioso. Na BNCC, o conhecimento religioso é objeto da área do ensino religioso. 
Esse tipo de conhecimento “[...] é produzido no âmbito das diferentes áreas 
do conhecimento científico das Ciências Humanas e Sociais, notadamente 
da(s) Ciência(s) da(s) Religião(ões)” (BRASIL, 2017, p. 436).
As ciências da religião investigam as múltiplas manifestações dos fenô-
menos religiosos que aparecem em diferentes sociedades e culturas. Esse 
conhecimento é resultado da busca humana por respostas aos enigmas do 
mundo, da vida e da morte, que se traduzem em bens simbólicos das religio-
sidades plurais no mundo todo. Esses fenômenos se manifestam de modo 
único, com complexidades e diversidades específicas, e possuem sentidos 
próprios e significados diferentes relacionados à vida e as múltiplas ideias 
de divindade(s). É em relação aos fenômenos religiosos que se alicerça a 
formatação das religiões, sejam formais ou informais, “[...] em torno das 
quais se organizaram cosmovisões, linguagens, saberes, crenças, mitologias, 
narrativas, textos, símbolos, ritos, doutrinas, tradições, movimentos, práticas 
e princípios éticos e morais” (BRASIL, 2017, p. 436).
Os fenômenos religiosos, em suas múltiplas manifestações, por sua natu-
reza, fazem parte da cultura humana e, por isso, impactam na construção das 
sociedades e das relações entre elas, influenciando posturas etnocêntricas, 
mas que podem ser transmutadas evolutivamente para posturas pautadas 
no relativismo cultural — posturas que refletem a tolerância, o respeito e 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 11
as aproximações com religiosidades diferentes, contribuindo, desse modo, 
com a construção de um cotidiano de paz nos espaços privados e públicos.
Segundo a BNCC, cabe ao ensino religioso abordar os conhecimentos 
religiosos em uma perspectiva imparcial quanto a crenças e convicções, com 
pressupostos éticos e científicos, sem privilegiar nenhuma expressão religiosa 
ou filosofia de vida. Assim, são necessários cuidados éticos na abordagem 
dos conhecimentos religiosos, de modo que se possa “[...] abordar esses 
conhecimentos com base nas diversas culturas e tradições religiosas, sem 
desconsiderar a existência de filosofias seculares de vida” (BRASIL, 2017, p. 
436).
A Lei n. 9.475, que mudou a redação do artigo 33 da Lei n. 9.394, determina 
queo ensino religioso “[...] constitui disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental” (BRASIL, 1997, documento on-line). 
Portanto, é especificamente no ensino fundamental que deve ser oferecido 
o ensino religioso, que “[...] adota a pesquisa e o diálogo como princípios 
mediadores e articulares dos processos de observação, identificação, análise, 
apropriação e ressignificação de saberes, visando o desenvolvimento de 
competências e habilidades específicas” (BRASIL, 2017, p. 436).
Uma característica importante apresentada na BNCC quanto ao ensino 
religioso é a problematização de “[...] representações sociais preconceituosas 
sobre o outro, com o intuito de combater a intolerância, a discriminação e a 
exclusão” (BRASIL, 2017, p. 436). Nesse sentido, o ensino religioso contribui 
com um dos quatro pilares da educação da UNESCO: aprender a viver juntos 
(WERTHEIN; CUNHA, 2005).
Fundamentado na dialética do sujeito, esse pilar é um dos mais desafiado-
res, uma vez que a história demonstra que as relações humanas sempre foram 
conflituosas e que, com o avanço tecnológico, esses conflitos se acentuam 
ainda mais, criando possibilidades de autodestruição humana. A tendência na 
hipervalorização própria e de seu grupo traz consequências preconceituosas 
desfavoráveis aos demais grupos e pessoas.
Enfatiza-se, assim, que “[...] a interculturalidade e a ética da alteridade 
constituem fundamentos teóricos e pedagógicos do ensino religioso, porque 
favorecem o reconhecimento e respeito às histórias, memórias, crenças, 
convicções e valores de diferentes culturas, tradições religiosas e filosofias de 
vida” (BRASIL, 2017, p. 437). A partir do diálogo, do acolhimento e do respeito, 
o ensino religioso articula elementos para preparar o estudante na busca de 
bem-estar na sociedade.
Base Nacional Comum Curricular como política educacional12
O ensino religioso busca construir, por meio do estudo dos conhecimentos religio-
sos e das filosofias de vida, atitudes de reconhecimento e respeito às alteridades. 
Trata-se de um espaço de aprendizagens, experiências pedagógicas, intercâmbios e 
diálogos permanentes, que visam o acolhimento das identidades culturais, religiosas 
ou não, na perspectiva da interculturalidade, direitos humanos e cultura da paz. 
Tais finalidades se articulam aos elementos da formação integral dos estudantes, 
na medida em que fomentam a aprendizagem da convivência democrática e cidadã, 
princípio básico à vida em sociedade (BRASIL, 2017, p. 437).
Esses pressupostos fazem do ensino religioso uma disciplina importante 
da educação básica; em articulação com as dez competências gerais da 
BNCC, o componente curricular do ensino religioso permite uma sociedade 
mais tolerante quanto ao outro ao garantir o desenvolvimento de compe-
tências específicas em sintonia com a educação integral do estudante em 
sua multidimensionalidade.
Competências gerais e específicas articuladas para 
uma educação integral
As competências específicas no ensino religioso em consonância com as 
competências gerais contribuem para uma educação integral do estudante. 
Tomemos como exemplo a competência geral 9, cujo texto diz o seguinte:
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-
-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos com 
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus 
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer 
natureza (BRASIL, 2017, p. 10).
 Essa competência geral enfatiza o diálogo para o respeito ao outro di-
ferente de si. Nesse sentido, o componente curricular ensino religioso, em 
consonância com as competências gerais, contribui com a sua competência 
específica 2, que forma o estudante para “[...] compreender, valorizar e res-
peitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas experiências e 
saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios” (BRASIL, 2017, p. 437). 
Essa articulação entre competências gerais e específicas do ensino religioso 
demonstra a importância de uma cultura de tolerância entre as multifacetadas 
expressões e experiências religiosas.
Para o desenvolvimento dessas competências que se articulam, é neces-
sário o desenvolvimento de habilidades em cada componente curricular. No 
caso específico do ensino religioso, para alcançar as competências, a BNCC 
sugere o seu desenvolvimento nas várias etapas do ensino fundamental, 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 13
cujas habilidades são associadas a conteúdos que facilitam a compreensão 
e o desenvolvimento das competências.
No exemplo mencionado, como vimos, o ensino religioso contribui para 
uma educação integral na medida em que o aluno compreende, valoriza e 
respeita as manifestações religiosas e exerce empatia e diálogo para supera-
ção da intolerância religiosa que existe no Brasil, de forma cooperativa, com 
acolhimento e valorização da diversidade sem preconceitos. Para alcançar tais 
competências, a BNCC propõe o desenvolvimento de habilidades no 2º ano do 
ensino fundamental que incluem “[...] (EF02ER02) identificar costumes, crenças 
e formas diversas de viver em variados ambientes de convivência” (BRASIL, 
2017, p. 445) e “[...] (EF02ER05) identificar, distinguir e respeitar símbolos reli-
giosos de distintas manifestações, tradições e instituições religiosas” (BRASIL, 
2017, p. 445). Para o 7º ano, a BNCC aponta a habilidade de “[...] (EF07ER08) 
reconhecer o direito à liberdade de consciência, crença ou convicção, ques-
tionando concepções e práticas sociais que a violam” (BRASIL, 2017, p. 455).
Esse exemplo permite compreender como o ensino religioso pode con-
tribuir com a formação integral do estudante ao proporcionar conhecimento 
para reconhecer a diversidade e produzir, no aluno, atitudes de tolerância e 
respeito às manifestações religiosas diferentes da sua, o que, consequente-
mente, promove uma sociedade mais igualitária e humana.
Competências específicas do ensino religioso para o ensino funda-
mental (BRASIL, 2017, p. 437):
 � Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos 
religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosó-
ficos, estéticos e éticos.
 � Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de 
vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios.
 � Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto 
expressão de valor da vida.
 � Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos 
de ser e viver.
 � Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da 
política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente.
 � Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de in-
tolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar 
os direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz.
Base Nacional Comum Curricular como política educacional14
A BNCC e a elaboração do currículo
Na implantação da BNCC no Brasil, devido às características autônomas dos 
estados, há a exigência de um pacto interfederativo, pautado na igualdade, 
na diversidade e na equidade. O documento aponta que, no Brasil, há um 
enorme diversidade cultural, bem como profundas desigualdades sociais, 
e que, para superá-las, é imprescindível que os sistemas e redes de ensino 
construam currículos e que orientem suas escolas na elaboração de propostas 
pedagógicas que levem isso em conta. Ou seja, para a superação das desi-
gualdades, urge considerar as necessidades, possibilidades e os interesses 
dos estudantes, bem como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais.
Nesse sentido, a BNCC é muito importante e inclui orientações explíci-
tas das aprendizagens essenciais que os alunos devem desenvolver. Desse 
modo, cresce a possibilidade de, na prática,promover igualdade educacional, 
considerando suas singularidades e peculiaridades. Entretanto, para tal 
empreitada, o acesso e a permanência são importantes: “Essa igualdade 
deve valer também para as oportunidades de ingresso e permanência em 
uma escola de Educação Básica, sem o que o direito de aprender não se 
concretiza” (BRASIL, 2017, p. 15).
A naturalização das desigualdades educacionais no país cerceou o acesso 
dos estudantes à escola e sua respectiva permanência, comprometendo ainda 
mais sua aprendizagem ao longo da vida. A desigualdade, no Brasil, tem etnia, 
gênero e condição socioeconômica. Grupos sociais são preteridos e seu direito 
a educação básica é restritivo. Diante dessa realidade social, é imprescindí-
vel que as decisões curriculares e didático-pedagógicas das Secretarias de 
Educação dos estados e municípios de todo país expressem a necessidade 
de superação dessas desigualdades, realizando um adequado planejamento 
nas instituições escolares, bem como de suas rotinas e eventos. Isso só é 
possível com um claro foco na equidade, “[...] que pressupõe reconhecer que 
as necessidades dos estudantes são diferentes” (BRASIL, 2017, p. 15).
Esse planejamento não pode permitir a exclusividade no atendimento 
educacional somente para um agrupamento humano. 
De forma particular, um planejamento com foco na equidade também exige um 
claro compromisso de reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza 
grupos – como os povos indígenas originários e as populações das comunidades 
remanescentes de quilombos e demais afrodescendentes – e as pessoas que não 
puderam estudar ou completar sua escolaridade na idade própria. Igualmente, 
requer o compromisso com os alunos com deficiência, reconhecendo a necessidade 
de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular, conforme estabe-
lecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015) 
(BRASIL, 2017, p. 15-16).
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 15
Fundamentada na LDB e nas DCNs, a BNCC e os currículos se identifi-
cam nos seus pressupostos, princípios e valores, que buscam reconhecer 
o compromisso com a formação e o desenvolvimento integral e pleno em 
suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. 
Os currículos e a BNCC se complementam com a finalidade de assegurar as 
aprendizagens estabelecidas na educação básica, respeitando suas respec-
tivas etapas, materializadas no currículo em ação.
Esses currículos têm em seu bojo decisões que propõem a adequação 
das propostas da BNCC à realidade local, “[...] considerando a autonomia dos 
sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, como também 
o contexto e as características dos alunos” (BRASIL, 2017, p. 16).
O documento apresenta algumas decisões que envolvem a comunidade 
escolar, tais como: contextualizar e significar os conteúdos; definir formas 
de organização interdisciplinar; promover metodologias e estratégias de 
didáticas e pedagogias diversificadas, entre tantas outras decisões. Essas 
decisões devem considerar as diferentes modalidades de ensino, tendo como 
base as orientações das DCNs.
As modalidades de ensino da educação básica, segundo a BNCC, são: 
educação especial, educação de jovens e adultos, educação do campo, 
educação escolar indígena, educação escolar quilombola e educação a distância.
Para exemplificar essa importância, vejamos o caso relatado no documento 
sobre a educação escolar indígena:
No caso da Educação Escolar Indígena, por exemplo, isso significa assegurar 
competências específicas com base nos princípios da coletividade, reciprocidade, 
integralidade, espiritualidade e alteridade indígena, a serem desenvolvidas a partir 
de suas culturas tradicionais reconhecidas nos currículos dos sistemas de ensino 
e propostas pedagógicas das instituições escolares. Significa também, em uma 
perspectiva intercultural, considerar seus projetos educativos, suas cosmologias, 
suas lógicas, seus valores e princípios pedagógicos próprios (em consonância com 
a Constituição Federal, com as Diretrizes Internacionais da OIT – Convenção 169 e 
com documentos da ONU e Unesco sobre os direitos indígenas) e suas referências 
específicas, tais como: construir currículos interculturais, diferenciados e bilíngues, 
seus sistemas próprios de ensino e aprendizagem, tanto dos conteúdos universais 
quanto dos conhecimentos indígenas, bem como o ensino da língua indígena como 
primeira língua (BRASIL, 2017, p. 17-18).
Na implementação da BNCC, os estados e municípios não podem menos-
prezar a sua experiência no desenvolvimento das elaborações curriculares. 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional16
Ao elaborar os currículos estaduais ou municipais, devem considerar as 
suas especificidades locais nas diferentes modalidades. Elencar e avaliar 
as próprias experiências elaborativas curriculares auxilia na superação de 
equívocos e na incorporação de resultados positivos.
O documento também orienta que é preciso “[...] incorporar aos currículos 
e às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que 
afetam a vida humana em escala local, regional e global, preferencialmente 
de forma transversal e integradora” (BRASIL, 2017, p. 19). Essas temáticas 
já são contempladas na BNCC em forma de habilidades dos componentes 
curriculares, mas cabe aos sistemas de ensinos e escolas, em conformidade 
com suas especificidades, contextualizá-las às suas realidades.
Temas contemporâneos que afetam a vida humana:
 � Direitos da criança e do adolescente (Lei n. 8.069/199016);
 � Educação para o trânsito (Lei n. 9.503/199717);
 � Educação ambiental (Lei n. 9.795/1999, Parecer CNE/CP n. 14/2012 e Resolução 
CNE/CP n. 2/201218);
 � Educação alimentar e nutricional (Lei n. 11.947/200919);
 � Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso (Lei n. 
10.741/200320);
 � Educação em direitos humanos (Decreto n. 7.037/2009, Parecer CNE/CP nº 
8/2012 e Resolução CNE/CP n. 1/201221);
 � Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-
-brasileira, africana e indígena (Leis n. 10.639/2003 e 11.645/2008, Parecer 
(2017:19) CNE/CP n. 3/2004 e Resolução CNE/CP n. 1/200422);
 � Saúde, vida familiar e social, educação para o consumo, educação financeira 
e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e diversidade cultural (Parecer CNE/
CEB n. 11/2010 e Resolução CNE/CEB n. 7/201023).
A colaboração para a implementação e para o 
funcionamento da BNCC
Para a implementação e o bom funcionamento da BNCC, é necessário um 
regime de colaboração com os estados, com o Distrito Federal e municípios 
em conformidade com a Lei n. 13.005/2014 (BRASIL, 2014), que promulgou o 
PNE. Essa colaboração já se realizou na fase de elaboração da BNCC, sob a 
coordenação do MEC.
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 17
O grande desafio, após a homologação da BNCC, é a construção dos cur-
rículos por parte dos entes federados, embora muitos deles já estejam com 
esses processos bem adiantados ou até mesmo concluídos. Esses currículos, 
que devem ser baseados nas aprendizagens essenciais conforme a BNCC, 
passarão para o plano de ação e gestão e são definidores no currículo e em 
sua dinâmica (BRASIL, 2017).
Mesmo na implementação, após coordenar a elaboração da BNCC, não 
cabe tão somente aos estados e municípios, mas, sim, ao Governo Federal, 
diante da enorme dimensão e complexidade, somar esforços colaborativos 
para o efetivo funcionamento do sistema educacional sob as bases da BNCC. 
Nessa colaboração, a União exercerá o papel de coordenação e correção 
das desigualdades, e o fará revisando a formação inicial e continuada dos 
docentes para um alinhamento com a BNCC. Essa ação perpassará a regulação 
do ensino superior, uma ação considerada fundamental.
O Governo Federal também precisa promover e coordenar ações políticas 
nas várias esferas do Estado (municipal, estadual e federal) referentes a 
avaliaçãoe elaboração de materiais pedagógicos e aos critérios para a oferta 
de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação 
integral em todo país.
A colaboração do MEC com organismos nacionais e seu monitoramento 
se reveste de uma importância essencial para que o Brasil, um país com 
dimensões continentais e com uma descomunal desigualdade, consiga que a 
permanência e a sustentabilidade de um projeto como a BNCC sejam possíveis 
a partir “[...] da criação e do fortalecimento de instâncias técnico-pedagógicas 
nas redes de ensino, priorizando aqueles com menores recursos, tanto técnicos 
quanto financeiros” (BRASIL, 2017, p. 21).
Unidades temáticas do ensino religioso na BNCC
A BNCC prevê a especificidade do ensino religioso a partir de unidades te-
máticas, que são agrupadas em: identidades e alteridade; manifestações 
religiosas; e crenças religiosas e filosofias de vida.
Identidades e alteridade
A construção de si — característica do ser humano — se faz a partir de contex-
tos histórico-sociais, de apropriação e produção de cultura. Ao se constituir 
como ser imanente com dimensão concreta e biológica, também transcende, 
ou seja, realiza-se na dimensão subjetiva e simbólica da vida. Essa multidimen-
Base Nacional Comum Curricular como política educacional18
sionalidade cria possibilidades de comunicações com o outro, com a natureza 
e com as divindades, e nesse processo são percebidas as semelhanças e 
diferenças. Na percepção das diferenças, emergem distinções entre os seres, 
de forma que o diálogo seja mediado por referenciais simbólicos diversos — e 
nisso está a construção de identidades.
Essa temática é abordada nos anos iniciais do ensino fundamental, quando 
se espera que “[...] os estudantes reconheçam, valorizem e acolham o caráter 
singular e diverso do ser humano, por meio da identificação e do respeito às 
semelhanças e diferenças entre o eu (subjetividade) e os outros (alteridades)” 
(BRASIL, 2017, p. 438).
Manifestações religiosas
Os rituais, cultos, ritos, símbolos e espaços religiosos são práticas locais e 
usos coletivos que caracterizam a religião e suas manifestações. Nos locais 
de culto, ocorre a “[...] difusão das crenças e doutrinas, organização dos ritos, 
interpretação de textos e narrativas, transmissão de práticas, princípios e 
valores, etc.” (BRASIL, 2017, p. 439).
Toda essa manifestação religiosa faz parte da dessa unidade temática, “[...] 
em que se pretende proporcionar o conhecimento, a valorização e o respeito 
às distintas experiências e manifestações religiosas, e a compreensão das 
relações estabelecidas entre as lideranças e denominações religiosas e as 
distintas esferas sociais” (BRASIL, 2017, p. 439).
Crenças religiosas e filosofias de vida
Aqui são tratados os elementos que estruturam as diferentes tradições e 
movimentos religiosos, bem como filosofias de vida. Os mitos, as divindades, 
crenças e doutrinas de caráter religioso, bem como suas tradições – sejam 
orais e escritas —, as ideias sobre a vida pós-morte, princípios e valores éti-
cos são estudados nessa unidade temática. Como elementos estruturantes, 
temos: os mitos, explicações sobre a natureza, vida e morte, histórias sobre 
deuses ou mesmo sobre os heróis considerados divinos, seus contextos 
entre a existência concreta (imanência) e o caráter simbólico dos eventos 
(transcendência), além de elementos imaginários e enredos míticos.
Todos esses elementos, além de cosmovisões, crenças, divindades, histó-
rias, narrativas e mitos sagrados, constituíram tradições específicas, princípios 
éticos e morais, bem como as filosofias de vida. Os sem religião têm em 
comum princípios coincidentes pautados nos valores de bem, como “[...] o 
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 19
respeito à vida e à dignidade humana, o tratamento igualitário das pessoas, 
a liberdade de consciência, crença e convicções, e os direitos individuais e 
coletivos” (BRASIL, 2017, p. 441).
Vale ressaltar que os critérios de organização das habilidades como se 
apresentam na BNCC não precisam, necessariamente, ser reproduzidos nas 
elaborações curriculares dos estados e municípios na mesma ordem em que 
se apresentam, sendo um arranjo possível, mas apenas sugestivo. Assim, não 
devem ser vistos com um olhar de agrupamento obrigatório, cabendo aos 
sistemas e redes de ensinos estaduais e municipais verificar seus respectivos 
desenhos e sequências didáticas.
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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educação nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 4 jan. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.475, de 22 de julho de 1997. Dá nova redação ao art. 33 da Lei n. 9.394, de 
20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
Brasília: Presidência da República, 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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BRASIL. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação 
- PNE e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2014. Disponível 
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BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. 
Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/
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BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 4, de 13 de julho de 2010. Define Dire-
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BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 5, de 28 de dezembro de 2018. Institui as 
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dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 64, 31 dez. 2018. 
Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/con-
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BRASIL. Ministério da Educação. Resolução n. 7, de 14 de dezembro de 2010. 
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WERTHEIN, J.; CUNHA, C. Fundamentos da nova educação. Brasília: UNESCO, 2005. 
(Cadernos UNESCO. Série Educação, n. 5). Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/
ark:/48223/pf0000129766. Acesso em: 4 jan. 2021.
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integralidade das informações referidas em tais links.
Base Nacional Comum Curricular como política educacional 21
DICA DO PROFESSOR
A liberdade na elaboração dos currículos é uma das características da BNCC. Isso permite aos 
sistemas e redes de ensino, bem como às escolas, uma flexibilização na construção dos 
currículos e projetos político-pedagógicos em consonância com as demandas cotidianas de suas 
realidades locais. Essa construção, entretanto, precisa estar articulada com as competências 
gerais, as específicas do Ensino Religioso, as unidadestemáticas e as habilidades; não 
necessariamente na mesma ordem apresentada na BNCC, mas de maneira que faça sentido aos 
alunos e permita a construção integral dos conhecimentos.
Na Dica do Professor, você verá um exemplo de como podem ser articulados todos esses 
elementos na construção do conhecimento para um currículo vivo na educação básica.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Sendo um documento que normatiza as aprendizagens essenciais ao estudante, a 
BNCC assegura o direito a uma educação integral em um processo de 
desenvolvimento das competências, durante a educação básica, nas suas diferentes 
etapas e modalidades.
Assinale a alternativa que contém a lei que estabelece as competências e diretrizes 
norteadoras dos currículos e conteúdos mínimos.
A) Resolução CNE 5/2018.
B) Lei no 14.113/20.
C) Lei no 9.394/96.
D) Deliberação CEE 169/2019.
E) Lei Complementar no 836/97.
2) A BNCC, em sua constituição, a partir dos marcos normativos, determinou, em 
consonância com as competências gerais da educação básica, os objetivos para a área 
de Ensino Religioso.
Assinale a alternativa que identifica corretamente um dos objetivos do Ensino 
Religioso na educação básica:
A) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e 
também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
B) Proporcionar a aprendizagem dos conhecimentos religiosos, culturais e estéticos, a partir 
das manifestações religiosas percebidas na realidade dos educandos.
C) Aprender a viver juntos. Trata-se de um dos maiores desafios da educação para o século 
XXI, que é uma educação para a solidariedade.
D) Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da 
economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente.
E) Reconhecer o direito à liberdade de consciência, crença ou convicção, questionando 
concepções e práticas sociais que a violam.
A Base Nacional Comum Curricular estabeleceu compromisso com um tipo de 
educação que reconhece a possibilidade de um desenvolvimento humano global e que 
forma o aluno para os desafios da contemporaneidade, cuja dinâmica exige 
conhecimento de si, compreensão do mundo, comunicar-se, criar, analisar, 
participar, colaborar, produzir e decidir com independência, permitindo ao aluno 
buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e diversidades.
3) 
Assinale a alternativa que contém o tipo de ensino com o qual a BNCC firmou 
compromisso para a formação dos estudantes na educação básica em todo o país:
A) Educação afetiva.
B) Educação cognitiva.
C) Educação integral.
D) Educação socioemocional.
E) Educação em tempo integral.
4) A BNCC estabelece o conhecimento religioso como objeto da área do Ensino 
Religioso, e as Ciências da Religião formam os professores para esse componente 
curricular que investiga as múltiplas manifestações dos fenômenos religiosos nas 
diferentes sociedades e culturas. Preencha as lacunas do texto abaixo. “As Ciências 
da Religião investigam as múltiplas manifestações dos __________________ que 
aparecem em diferentes sociedades e culturas. Esse conhecimento é resultado da 
busca humana por respostas aos _________________ do mundo, da vida e da morte, 
que se traduzem em bens simbólicos das religiosidades plurais no mundo todo. Esses 
fenômenos se manifestam de modo único, com complexidades e diversidades 
específicas e possuem ________________ próprios e significados diferentes 
relacionados à vida e às múltiplas ideias de divindade(s). É em torno dos fenômenos 
religiosos que se alicerçam a formatação das religiões, sejam formais ou informais, 
“em torno dos quais se organizaram cosmovisões, linguagens, saberes, crenças, 
mitologias, narrativas, textos, símbolos, ritos, doutrinas, tradições, movimentos, 
práticas e princípios éticos e morais” (BRASIL, 2017, p. 441). 
Assinale a alternativa que identifica corretamente o objeto da área de Ensino 
Religioso no texto acima: 
A) Fenômenos religiosos – enigmas – sentidos.
B) Enigmas – fenômenos religiosos – sentidos.
C) Fenômenos religiosos – sentidos – enigmas.
D) Sentidos – fenômenos religiosos – enigmas.
E) Enigmas – sentidos – fenômenos religiosos.
5) Leia o texto abaixo e responda a pergunta a seguir.
Todos esses elementos, além das cosmovisões, crenças, divindades, histórias, 
narrativas e mitos sagrados, constituíram tradições específicas, princípios éticos e 
morais, bem como as filosofias de vida. Os Sem Religião têm em comum princípios 
coincidentes pautados nos valores de bem, como: “o respeito à vida e à dignidade 
humana, o tratamento igualitário das pessoas, a liberdade de consciência, crença e 
convicções, e os direitos individuais e coletivos” (BRASIL, 2017, p. 439).
Qual unidade temática do Ensino Religioso corresponde ao texto acima? Assinale a 
alternativa correta.
A) Identidades e alteridade.
B) Crenças religiosas e filosofias de vida.
C) O sujeito e seu lugar no mundo.
D) Manifestações religiosas.
E) Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo social.
NA PRÁTICA
Segundo a BNCC, o Ensino Religioso tem sua história ligada às diferentes perspectivas teórico-
metodológicas confessionais ou interconfessionais. Porém, na década de 1980, as mudanças 
paradigmáticas ocorridas na educação mudaram, também, o Ensino Religioso.
“Em função dos promulgados ideais de democracia, inclusão social e educação integral, vários 
setores da sociedade civil passaram a reivindicar a abordagem do conhecimento religioso e o 
reconhecimento da diversidade religiosa no âmbito dos currículos escolares” (BRASIL, 2017, p. 
435). Desse modo, o Ensino Religioso nas escolas públicas, como parte integrante da formação 
básica do cidadão, assegura o respeito à diversidade cultural religiosa sem proselitismos 
(BRASIL, 2017).
Veja, Na Prática, como o professor Bruno, em uma escola pública de Londrina, esteve diante da 
incompreensão de seus colegas de trabalho que entendiam o Ensino Religioso com caráter não 
confessional e, portanto, não proselitista. 
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SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O currículo e o Ensino Religioso na BNCC: reflexões e perspectivas
Neste artigo, você conhecerá os desafios e as perspectivas do Ensino Religioso como área de 
conhecimento na Base Nacional Comum Curricular. Terá a oportunidade de discutir como essa 
disciplina pode ser uma ação pedagógica dialógica, reflexiva, crítica e emancipadora.
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Ensino religioso e escola pública laica
Neste artigo, você conhecerá uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo principal é debater a 
laicidade do Estado brasileiro, discutindo suas vertentes a partir da Base Nacional Comum 
Curricular referente ao Ensino Religioso.
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O Ensino Religioso e a BNCC: possibilidades de se educar para a paz
Neste artigo, você entrará em contato com uma reflexão sobre a necessidade de proposições 
pedagógicas para implementação dos pressupostos de uma cultura da paz e para a paz, previstos 
na BNCC para o Ensino Religioso.
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