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Universidade Federal de Goiás – UFG Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia – FACE Curso de Administração Profa. Dra. Daiana Paula Pimenta Goiânia - GO 2021 Finanças de Longo Prazo INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital 1.1 Processo de decisão de orçamento de capital A decisão de investimento de longo prazo é a decisão financeira mais importante que o administrador financeiro pode tomar, devido a uma série de fatores: - O impacto da decisão é de longo prazo; - Risco envolvido; - Dificuldades de conhecer o momento adequado; - O orçamento de capital é um processo que proporciona a melhoria da decisão; - O orçamento de capital pode melhorar a decisão de financiamento. O Orçamento de Capital procura atender a uma série de objetivos empresariais estratégicos, os quais são fundamentais, na determinação do sucesso ou fracasso das empresas: 1. Maximizar a riqueza do acionista mediante investimentos nos projetos mais rentáveis; 2. Criar sinergia entre os diversos projetos. 3. Substituir ativos obsoletos, desgastados e antieconômicos. 4. Proteger mercado. 5. Conhecer e dominar novas tecnologias. 6. Dominar novos mercados. 7. Inibir concorrentes. 8. Aproveitar recursos existentes e potencial de crédito e de novas captações. 9. Reduzir custos e deficiências. 10. Aproveitar novas oportunidades. De acordo com Gitman (1997), as empresas geralmente costumam fazer investimentos a longo prazo, mas o investimento mais comum em uma empresa industrial é em ativos imobilizados, que incluem imóveis, instalações e equipamentos. Esses ativos muitas vezes são denominados ativos rentáveis, pois geralmente fornecem a base para a geração de lucro e valor à empresa. ➢ Gastos de Capital e Gastos Operacionais Gastos de Capital Desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de gerar benefícios após um ano. Gastos Operacionais Desembolso de fundos feito pela empresa, resultando em benefícios obtidos em prazo inferior a um ano. Ex. Compras de matérias-primas, salários e diversas despesas ➢ Motivos para os Gastos de Capital • Expansão – Expandir o nível de operações atual da empresa, geralmente com a aquisição de ativos imobilizados. • Substituição – Substituir ou renovar ativos obsoletos ou gastos. • Modernização – Inclui a reconstrução, o recondicionamento ou a adaptação de uma máquina ou das instalações existentes. • Desenvolvimento de produtos – Novos ativos com o objetivo de produzir novos produtos para a empresa. • Exigência Legal – Ativos que visam atender exigências governamentais. Orçamento de Capital – Processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos a longo prazo, que sejam coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus proprietários ➢ Processo de Orçamento de Capital Consiste em cinco etapas distintas, porém inter-relacionadas ➢ Terminologia Básica Projetos Independentes X Projetos Mutuamente Exclusivos • Projetos Independentes – São projetos cujos fluxos de caixa não estão relacionados ou são independentes entre si; a aceitação de um deles não exclui a consideração posterior dos demais projetos. Ex.: Instalação de ar condicionado na fábrica; a compra de um novo software para o “chão da fábrica”; a aquisição da empresa de um pequeno fornecedor; troca da frota de veículos. • Projetos Mutuamente Exclusivos – São projetos que possuem a mesma função e, consequentemente, competem entre si; a aceitação de um projeto elimina a consideração dos demais. Ex.: Expansão da fábrica; aquisição de outra empresa; a contratação de outra empresa para a fabricação. Fundos Ilimitados X Racionamento de Capital • Fundos Ilimitados – É a situação financeira na qual a empresa é capaz de aceitar todos os projetos independentes que propiciam retorno aceitável para a empresa. • Racionamento de Capital – É a situação financeira na qual a empresa tem somente um valor monetário fixo para alocar entre alternativas de investimento que competem entre si. Aceitação-Rejeição e Classificação de projetos • Aceitação-Rejeição – Envolve a avaliação de propostas de orçamento de capital para determinar se atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa. • Classificação de projetos – Envolve o ordenamento dos projetos com base em alguma medida predeterminada, como a taxa de retorno. Padrões de Fluxos de Caixa convencionais X não convencionais • Fluxo de Caixa Convencional – Consiste em uma saída inicial de caixa seguida por uma série de entradas. Geração de Propostas Avaliação e Análise Tomada de decisão Implementaç ão Acompanhame nto 1 2 3 4 5 6 7 8 0 Tempo (anos) Saídas de caixa Entradas de caixa R$10 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 • Fluxo de Caixa não-convencional – É o padrão em que uma saída inicial não é seguida por uma série de entradas. 1.2 Fluxo de Caixa relevantes para análise de projetos de investimento ➢ Principais Componentes de fluxo de caixa - Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a um projeto proposto a longo prazo. - Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais, após os impostos, originárias do projeto ao longo de usa vida. - Fluxo de caixa residual – É o fluxo de caixa não operacional, após o imposto de renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto. 1 2 3 4 5 6 7 8 0 Tempo (anos) Saídas de caixa Entradas de caixa R$20 R$5 R$5 R$5 R$5 R$8 R$5 R$5 R$5 9 10 R$5 R$5 Fluxo de Caixa Relevantes – É a saída de caixa incremental, após os impostos (investimentos) e as entradas de caixa subsequentes resultantes, associados a um gasto de capital proposto. R$10 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 Investimento inicial Entradas de caixa operacionais R$5 Fluxo de caixa residual Tempo (anos) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 ➢ Fluxo de caixa de expansão e Fluxo de caixa de substituição ➢ Determinação do Investimento Inicial - Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a um projeto proposto a longo prazo. ➔ Variáveis básicas - custos de instalação do novo ativo - recebimentos (se houver) pela venda do ativo antigo descontado o IR - mudanças (se houver) no capital circulante líquido. * O imposto de renda incidente sobre a venda de um ativo velho depende da relação entre o preço de venda desse ativo, seu preço inicial de compra e o seu valor contábil. EXEMPLO: Uma grande e diversificada fabricante de componentes aeronáuticos, está tentando determinar o investimento inicial necessário para substituir uma máquina antiga por um modelo novo e muito mais sofisticado. O preço de compra da nova máquina é R$ 380.000, e R$20.000 adicionais serão exigidos para instalá-la. Ela será depreciada pelo método de depreciação linear durante cinco anos. A máquina atual(antiga) foi comprada há três anos por R$240.000 e está sendo depreciada Custo do novo ativo instalado = Custo do novo ativo + custo de instalação (-) Recebimentos, após IR, obtido com a venda do ativo antigo = recebimento com a venda do ativo antigo imposto de renda* Variação no capital circulante líquido ___________________________________________ = Investimento inicial Investimento Inicial Investimento Inicial necessário para adquirir um novo ativo Entradas decaixa, após o IR, da liquidação do antigo ativo = - Entradas de caixa operacionais Entradas de caixa operacionais do novo ativo Entradas de caixa operacionais do antigo ativo = - Fluxo de caixa residual Fluxo de caixa, após o IR, do término do novo ativo Fluxos de caixa, após o IR do término do antigo ativo = - Fluxo de caixa para decisões de substituição O investimento inicial, as entradas operacionais e o fluxo de caixa residual são simplesmente as saídas e entradas associadas à própria proposta de gasto de capital Fluxo de caixa para decisões de expansão pelo método linear, pelo período de cinco anos. A empresa encontrou um comprador disposto a pagar R$280.000 pela máquina atual e a arcar com os custos de sua remoção. A empresa espera que haja um aumento de R$35.000 nos ativos circulantes e de R$18.000 nos passivos circulantes, em conseqüência da substituição; essas variações acarretarão um aumento de R$17.000 (35.000 – 18.000) no capital circulante líquido. A empresa está na faixa de 25% de imposto de renda, tanto para o resultado operacional quanto para os ganhos de capital. a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente. b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente. c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição de equipamento. Resolução: a) Valor contábil = custo histórico (valor de compra) – depreciação acumulada Custo histórico = R$240.000 Depreciação anual = Valor de compra/ Vida útil do ativo Depreciação anual = 240.000/5 = R$48000 Depreciação acumulada após 3 anos = 48.000*3 = R$144.000 Valor contábil = 240.000 - 144.000 = R$ 96.000 b) Impostos sobre a venda do equipamento existente: - Ganho de capital = preço de venda – preço de compra Ganho de capital = R$280.000 – R$240.000 = R$40.000 - Depreciação recuperada = preço de compra – valor contábil Deprec. Recuperada = R$240.000 – R$96.000 = R$ 144.000 - Imposto = [0,25 * (ganho de capital + depreciação recuperada)] Imposto = [0,25 * (40.000 + 144.000)] = R$46.000 c) Investimento Inicial Custo do novo ativo instalado Custo do novo equipamento 380.000 + Custos de instalação 20.000 = Custo total do novo ativo instalado 400.000 - Recebimento após IR sobre a venda do ativo existente Recebimento da venda do ativo existente 280.000 - Imposto de renda sobre a venda do ativo existente (46.000) Recebimento após IR sobre a venda do ativo existente (234.000) + Variação no capital circulante líquido 17.000 = Investimento inicial * 183.000 * Este valor representa a saída de caixa líquida necessária no instante zero ➢ Determinação das entradas de caixa operacionais - Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais após o imposto de renda, originárias do projeto ao longo de sua vida. Receita - Despesas (excluindo a depreciação) = Lucro antes da depreciação e do imposto de renda - Depreciação = Lucro líquido antes do imposto de renda - Imposto de Renda = Lucro líquido após o imposto de renda + Depreciação = Entradas de caixa operacionais EXEMPLO: As estimativas de receitas e despesas (excluindo a depreciação), da indústria do exemplo anterior, com a nova máquina proposta e com a máquina atual, são fornecidas abaixo. A vida útil da máquina proposta e a vida útil restante da máquina atual são iguais a 5 anos. Utilizando o método de depreciação linear, e uma alíquota de IR de 25%, calcule: a) As entradas de caixa da máquina proposta. b) As entradas de caixa da máquina atual. c) As entradas de caixa incrementais do projeto proposto. Máquina proposta Máquina atual Ano Receita Despesa Receita Despesa 1 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.200,00 R$ 1.990,00 2 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.300,00 R$ 2.110,00 3 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.230,00 4 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.250,00 5 R$ 2.520,00 R$ 2.300,00 R$ 2.250,00 R$ 2.120,00 Resolução: a) Máquina Proposta Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receita R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 R$ 2.520,00 (-) Despesas (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) (R$ 2.300,00) Lucro antes da deprec e IR R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00 R$ 220,00 (-) Depreciação (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00) (R$ 80,00) Lucro antes do IR R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00 R$ 140,00 (-) IR (25%) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00) (R$ 35,00) Lucro líquido depois do IR R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00 R$ 105,00 (+) Depreciação R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 80,00 Entradas de caixa operacionais R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00 R$ 185,00 b) Máquina Atual Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receita R$ 2.200,00 R$ 2.300,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.250,00 (-) Despesas R$ 1.990,00 R$ 2.110,00 R$ 2.230,00 R$ 2.250,00 R$ 2.120,00 Lucro antes da deprec e IR R$ 210,00 R$ 190,00 R$ 170,00 R$ 150,00 R$ 130,00 (-) Depreciação R$ 48,00 R$ 48,00 R$ - R$ - R$ - Lucro antes do IR R$ 162,00 R$ 142,00 R$ 170,00 R$ 150,00 R$ 130,00 (-) IR (25%) R$ 40,50 R$ 35,50 R$ 42,50 R$ 37,50 R$ 32,50 Lucro líquido depois do IR R$ 121,50 R$ 106,50 R$ 127,50 R$ 112,50 R$ 97,50 (+) Depreciação R$ 48,00 R$ 48,00 R$ - R$ - R$ - Entradas de caixa operacionais R$ 169,50 R$ 154,50 R$ 127,50 R$ 112,50 R$ 97,50 c) Entradas de Caixa Incrementais Ano Máq. Proposta Máq. Atual Incrementais 1 R$ 185.000,00 R$ 169.500,00 R$ 15.500,00 2 R$ 185.000,00 R$ 154.500,00 R$ 30.500,00 3 R$ 185.000,00 R$ 127.500,00 R$ 57.500,00 4 R$ 185.000,00 R$ 112.500,00 R$ 72.500,00 5 R$ 185.000,00 R$ 97.500,00 R$ 87.500,00 ➢ Cálculo do Fluxo de Caixa Residual - Fluxo de Caixa Residual – É o fluxo de caixa relevante, resultante do encerramento e da liquidação de um investimento a longo prazo no final de sua vida útil. ➔ Variáveis básicas - Resultados com a venda de ativos - Impostos incidentes na venda de ativos - mudanças (se houver) no capital circulante líquido. * A variação no capital circulante líquido reflete a reversão para sua situação original, de qualquer investimento no capital circulante líquido, refletido como parte do investimento inicial. Exemplo: Prosseguindo com o exemplo anterior, vamos supor que a empresa espere ser capaz de vender a nova máquina no final de seu quinto ano de vida útil pelo valor líquido de R$50.000, após pagar custos de vendas e remoção. A máquina velha pode ser liquidada no final de seu quinto ano de vida por R$0, pois estará completamente obsoleta. A empresa espera recuperar os R$17.000 de investimento em capital circulante líquido ao término do projeto. Como foi mostrado antes, tanto os ganhos operacionais como os ganhos de capital são taxados à mesma alíquota de imposto de renda de 25%. Calcule o fluxo de caixa residual associado à decisão de substituição proposta. Resolução: Valor contábil da máquina proposta = custo histórico – depreciação acumulada Valor contábil = R$400.000 – R$400.000 = R$0,00 (totalmente depreciada) Valor Contábil da máquina velha = 0 (totalmente depreciada) Imposto sobre a venda da máquina proposta: - Ganho de capital = preço de venda – valor contábilGanho de capital = R$50.000 – R$0,00= R$ 50.000 - Imposto = 0,25 * (ganho de capital) Imposto = 0,25 * (50.000) = R$12.500 Imposto sobre a máquina velha = 0, pois Valor contábil = 0 e Valor = 0 Recebimento pela venda do novo ativo após o IR = Recebimentos pela venda do novo ativo Imposto de Renda (-) Recebimento pela venda do ativo velho após o IR = Recebimento pela venda do ativo velho Imposto de renda + Variação no capital circulante líquido* ___________________________________________ = Fluxo de Caixa Residual Recebimento pela venda do novo ativo após IR Recebimento pela venda do novo ativo 50.000 - Impostos incidentes na venda do novo ativo 12.500 = Resultado final pela venda do ativo após o IR 37.500 - Recebimento após IR sobre a venda do ativo velho Recebimento da venda do ativo velho 0 Imposto incidente sobre a venda do ativo velho 0 Resultado final pela venda do ativo velho após o IR 0 + Variação no capital circulante líquido 17.000 = Fluxo de Caixa Residual 54.500 Os fluxos de caixa relevantes da empresa para a proposta de dispêndio de capital com a substituição de equipamento podem ser representados na linha do tempo: 0 R$183.000 R$15.500 R$30.500 R$57.500 R$72.500 R$142.000 Investimento inicial Entradas de caixa operacionais R$87.500 Fluxo de caixa total Tempo (anos) 1 2 3 4 5 R$54.500 Fluxo de caixa residual QUESTÕES PARA REVISÃO 1. O que é Orçamento de capital? 2. Por que as decisões de orçamento de capital são essenciais para o sucesso da empresa? 3. Qual é a importância das decisões de investimentos a longo prazo para a empresa e para a economia como um todo? 4. Conceitue gastos de capital, e em que se distingue dos gastos operacionais. Cite exemplos. 5. Todos os gastos de capital envolvem ativos imobilizados? Explique. 6. Quais são os motivos básicos para se fazer gastos de capital? Explique, discuta e compare esses motivos. 7. Descreva quais as etapas do processo de orçamento de capital. 8. Defina e diferencie cada um dos grupos de termos associados ao orçamento de capital. a) Projetos independentes e projetos mutuamente exclusivos. b) Fundos ilimitados e racionamento de capital. c) Padrões de fluxos de caixa convencionais e não convencionais. 9. O que são fluxos de caixa relevantes? 10. Descreva quais são os principais componentes do fluxo de caixa. 11. Explique quais são as diferenças entre os fluxos de caixa nas decisões de expansão versus decisões de substituição de investimento. 12. Quais são as variáveis básicas para o cálculo do investimento inicial em uma proposta de investimento. Qual o formato básico para este cálculo? 13. Com os dados de receitas, despesas (excluindo depreciação), e depreciação do ativo atual e do ativo proposto, como seriam calculadas as entradas de caixa operacionais incrementais para efeito de decisão? 14. O que é fluxo de caixa residual? Use o formato básico apresentado para explicar como o valor desse fluxo de caixa é calculado em projetos de substituição. EXERCÍCIOS PRÁTICOS 1. Uma indústria está considerando a compra de um novo equipamento para substituir o existente. O novo equipamento custará R$75.000 e exigirá R$5.000 em custos de instalação. Ele será depreciado pelo método linear utilizando um período de depreciação de cinco anos. O equipamento existente foi adquirido a um custo total de R$50.000, quatro anos atrás; ele está sendo depreciado pelo método linear, utilizando um período de depreciação de cinco anos. Esse equipamento pode ser vendido hoje por R$55.000, líquidos de quaisquer despesas com venda ou remoção. Como resultado dessa proposta de substituição de equipamento, espera-se que o investimento em capital circulante líquido aumente em R$15.000. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%, tanto nos seus ganhos normais, quanto nos seus ganhos de capital. a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente. b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente. c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição do equipamento. 2. Uma indústria está considerando a compra de uma nova máquina para substituir uma já existente. A máquina atual foi comprada há 3 anos por um custo total de R$20.000; ela está sendo depreciada pelo método linear por um período de 5 anos. A nova máquina custaria R$35.000 e exigiria mais R$5.000 para instalação; ela seria depreciada por um período de cinco anos pelo método de depreciação linear. A máquina existente pode ser vendida hoje por R$25.000, livres de custos de venda ou remoção. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%, tanto para os ganhos normais quanto para os ganhos de capital. Calcule o investimento inicial associado a compra da máquina nova. 3. Uma empresa está considerando a reforma de seu equipamento para atender à crescente demanda por seus produtos. O custo para as modificações no equipamento será de R$1,9 milhão mais R$100.000 de instalação. A empresa depreciará as modificações no equipamento por um período de cinco anos. As receitas de vendas adicionais proporcionadas pela reforma seriam de R$1,2 milhão por ano, e as despesas operacionais adicionais e outros custos (excluindo a depreciação) serão no montante de 25% das vendas adicionais. A empresa tem uma alíquota de imposto de renda de 25%. Responda as questões: a) Quais serão os lucros incrementais antes da depreciação e impostos gerados pela reforma? a) Quais serão os lucros incrementais após os impostos gerados pela reforma? b) Quais serão as entradas de caixa operacionais incrementais geradas pela reforma? 4. Uma indústria está considerando a substituição de um torno mecânico totalmente depreciado, que vai durar outros cinco anos. O novo torno deverá ter vida útil de cinco anos e despesas com depreciação de R$2.000 por ano. A empresa estima as receitas e despesas (excluindo a depreciação para o torno novo e para o usado apresentado no quadro a seguir. A empresa está sujeita a uma alíquota de IR de 25%). a) Calcule as entradas de caixa operacionais associadas a cada torno. b) Calcule as entradas de caixa incrementais resultantes da proposta de substituição. Torno Novo Torno usado Ano Receitas Despesas Receitas Despesas 1 40.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00 2 41.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00 3 42.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00 4 43.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00 5 44.000,00 30.000,00 35.000,00 25.000,00 5. Uma máquina que está sendo usada atualmente foi comprada dois anos atrás por R$40.000. Ela está sendo depreciada pelo método linear, usando-se um período de depreciação de cinco anos, e tem três anos de vida útil remanescente. Essa máquina pode ser vendida hoje por R$42.000, líquidos de quaisquer custos de venda ou remoção. Uma nova máquina, utilizando o método linear de depreciação por três anos pode ser adquirida pelo preço de R$140.000. São necessários R$10.000 para instalá-la e ela tem três anos de vida útil. Se a nova máquina for adquirida, espera- se que o investimento em duplicatas a receber aumente em R$10.000, o investimento em estoques cresça em R$25.000, e as duplicatas a pagar cresçam em R$15.000. Espera-se que os lucros antes da depreciação e imposto de renda sejam de R$70.000 para cada um dos próximos três anos, com a máquina existente, e de R$120.000 no primeiro ano e R$130.000 no segundo e terceiro anos, com a nova máquina. Ao final dos três anos, o valor de mercado da máquina existente, seria igual a zero, mas a nova máquina poderia ser vendida por R$35.000, antes dos impostos. Tanto os ganhos normais quanto os ganhos de capital são taxados a uma alíquota de 25% de impostode renda. a) Determine o investimento inicial associado à decisão de substituição proposta. b) Calcule as entradas de caixa operacionais incrementais para os anos 1 a 3, associadas à proposta de substituição. c) Calcule o fluxo de caixa residual associado à decisão de substituição proposta. (Obs.: isso ocorre no final do terceiro ano.). d) Trace o diagrama dos fluxos de caixa relevantes encontrados em a, b e c, associados a decisão de substituição proposta, supondo que seu término seja no final do terceiro ano. 6. Uma empresa está analisando a compra de um novo triturador super-rápido para substituir o existente. Ele foi comprado dois anos atrás, a um custo instalado de R$60.000; está sendo depreciado em um período de cinco anos pelo método linear. A nova máquina irá custar R$105.000 e irá exigir R$5.000 para instalação; ela tem uma vida útil de cinco anos e seria depreciada pelo método linear por igual período. A máquina usada poderia ser vendida hoje por R$70.000, sem incorrer em custos de venda ou remoção. Para sustentar o aumento nos negócios, resultante da compra do novo triturador, as duplicatas a receber iriam crescer em R$40.000, os estoques em R$30.000, e as duplicatas a pagar em R$58.000. Ao final dos cinco anos, espera-se que a máquina existente tenha um valor de mercado de zero, e a nova poderia ser vendida por R$29.000 antes dos impostos. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%. Os lucros estimados antes da depreciação e imposto de renda para os próximos cinco anos, tanto para o triturador novo como para o existente são apresentados no quadro abaixo: Lucro antes da depreciação e do IR Ano Triturador Novo Triturador usado 1 43.000 26.000 2 43.000 24.000 3 43.000 22.000 4 43.000 20.000 5 43.000 18.000 a) Calcule o investimento inicial associado à substituição do triturador existente pelo novo. b) Determine as entradas de caixa operacionais incrementais associadas à proposta de substituição. c) Determine o fluxo de caixa residual esperado para a proposta de substituição. d) Faça o diagrama do fluxo de caixa relevante, associado à decisão de substituição. 16% VPL e TIR 7. A Atlantic Drydock está analisando a possibilidade de substituir um guindaste por um equipamento mais novo e eficiente. O guindaste atual tem três anos de uso, custou R$32.000 e está sendo depreciado pelo método linear por um período de cinco anos. O guindaste A, uma das alternativas de substituição, custa R$40.000 e envolve despesas de instalação de R$8.000; tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco anos. O guindaste B (a outra alternativa), pode ser comprado por R$54.000 e instalado por R$6.000; também tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco anos. Investimentos adicionais em capital de giro líquido acompanharão a decisão de adquirir o guindaste A ou o B. A compra de A resultaria em um aumento de capital de giro líquido de R$4.000; a compra de B resultaria em mais R$6.000 de capital de giro líquido. As projeções de lucro antes da depreciação e do imposto de renda para cada alternativa de compra e para o guindaste atual são fornecidas na tabela a seguir. Lucro antes da depreciação e do IR Ano Guindaste A Guindaste B Guindaste atual 1 21.000 22.000 14.000 2 21.000 24.000 14.000 3 21.000 26.000 14.000 4 21.000 26.000 14.000 5 21.000 26.000 14.000 O guindaste já existente pode ser vendido agora por R$18.000 e não provocará custos de remoção nem de limpeza; ao final de cinco anos poderá ser vendido pelo preço líquido de R$1.000 antes do imposto de renda. Os guindastes A e B poderão ser vendidos pelo preço líquido de R$12.000 e R$20.000, respectivamente, antes do IR, também no final de cinco anos. A empresa está sujeita à alíquota de 25% de imposto sobre rendimentos ordinários e ganhos de capital. a) Calcule o investimento inicial associado a cada alternativa. b) Calcule as entradas operacionais incrementais de caixa associadas a cada alternativa. c) Calcule o fluxo de caixa residual no final do ano 5 associada a cada alternativa. d) Represente, em uma linha de tempo, os fluxos de caixa associados a cada alternativa. DECISÕES DE FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO 1. Custo de Capital - Funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento em longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado. - A capacidade que uma empresa tem de obter um custo de capital menor que o de uma concorrente pode dar-lhe vantagem competitiva. - No Brasil, o custo de capital é elevado em relação aos países desenvolvidos e mesmo em relação a outros países emergentes. Isso torna as empresas brasileiras menos competitivas no mercado internacional. - Se a empresa subestimar o custo de capital(k), poderá decepcionar seus acionistas. Se o custo de capital(k), for superavaliado, bons projetos podem ser abandonados. - É afetado por fatores externos, como as condições gerais da economia e de mercado; e fatores internos à empresa, como os riscos de negócios, riscos financeiros e o volume de recursos a serem financiados. • Risco de negócio é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para cobrir seus custos operacionais. • Risco financeiro é o risco que a empresa corre por utilizar capital de terceiros. - O custo de capital é medido depois do imposto de renda, devido ao enfoque adotado na tomada de decisões de orçamento de capital. - O custo de capital deve refletir a inter-relação das atividades de financiamento da empresa, que deve buscar uma combinação ótima desejada de capital de terceiros e capital próprio, conhecida como estrutura meta de capital. Balanço Patrimonial Ativos Passivos Circulantes Empréstimos a LP Patrimônio Líquido Ações preferenciais Capital social Ações ordinárias Lucros retidos Custo de capital é a taxa de retorno que a empresa precisa obter sobre os seus projetos de investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações e atrair os recursos necessários para a empresa. Fontes de recursos a longo prazo. O financiamento de longo prazo sustenta os investimentos em Ativos Permanentes da empresa. 2. Custo de capital de terceiros(kt) Cálculo: c k t t j = Onde: kt = custo de capital de terceiros j = juros ct = capital de terceiros EXEMPLO: A LG Empreendimentos paga juros de R$150.000 por ano sobre um empréstimo de R$1.000.000. O seu custo de capital de terceiros, kt, seria encontrado assim: %15 000.000.1 000.150 ==k t O custo de capital de terceiros, deve ser considerado após o imposto de renda, tendo em vista que os juros são dedutíveis. Sendo assim, deve-se deduzir dos juros a parte referente à alíquota de imposto de renda. Cálculo do custo de capital de terceiros, kt, depois do imposto de renda, ktir: c k t tir IRj )1( − = Onde: ktir = custo de capital de terceiros depois do IR j = juros ct = capital de terceiros IR = alíquota de imposto de renda EXEMPLO: A LG Empreendimentos paga juros de R$150.000 por ano sobre um empréstimo de R$1.000.000 e está sujeita ao IR de 25%. Qual o custo de capital de terceiros depois do imposto de renda, ktir? %25,11 000.000.1 )25,01(000.150 = − =k tir Teoricamente, o custo de capital de terceiros, kt, deverá ser sempre menor que o custo de capital próprio, kp, por dois motivos: 1. O risco do capital próprio é maior. 2. Só tem sentido utilizar-se de capital de terceiros se houver vantagem financeira. Na prática, devido aos benefícios tributários proporcionados por um maior endividamento, permitindo abater os juros como despesas, muitas empresas decidem por aumentar a participação de capital de terceiros em relação ao capitalpróprio, para reduzir o custo de capital da empresa, ke. 3. Custo da dívida a longo prazo ou custo de debêntures (kd) A dívida a longo prazo é composta de fontes de recursos de terceiros. A composição se dá através de empréstimos e financiamentos captados em bancos, instituições financeiras, ou no mercado de capitais através da emissão de títulos de longo prazo (debêntures). Custo de capital de terceiros, kt, é o retorno que os banqueiros exigem de seus recursos. ➔ Variáveis básicas para o cálculo do custo da dívida a longo prazo: - Recebimentos líquidos(Nd): São os fundos efetivamente recebidos com a venda de uma obrigação ou de qualquer título. - Custos de lançamento: São os custos totais de emissão e venda de um título – reduzem os recebimentos líquidos proporcionados pela venda de um título. - Prazo(n): período da dívida - Taxa de juros(J): taxa anual de juros paga sobre o valor de face do título. Cálculo: 1. Calcular a TIR dos fluxos de caixa da obrigação – uso da calculadora financeira. 2. Utilizando a fórmula de aproximação do custo 2 VF n VF J N N k d d d + − + = , onde EXEMPLO: Uma empresa está estudando a possibilidade de vender obrigações com prazo de vinte anos, com uma taxa de juros de 9% ao ano sobre o valor de face do título de R$1.000, no valor total de R$10 milhões. Como as obrigações com risco semelhante rendem mais do que 9%, a empresa deve vender suas obrigações por R$980 para compensar a taxa de juros mais baixa. Os custos de lançamento correspondem a 2% do valor de face do título. A empresa é tributada à alíquota de IR de 25%. Calcule o custo da dívida antes e depois do IR. Calcule o custo da dívida através da TIR e da fórmula de aproximação. VF = R$1000 J = 9%a.a sobre VF Custos de lançamento = 2% do VF n = 20 anos Preço de venda = R$980 Recebimentos líquidos: Nd = Preço de venda – Custos de lançamento Nd = 980 – (0,02*1000) Nd = 980 – 20 = R$960 Juros: J = tx de juros * VF J = 0,09*1000 = R$90 por ano O custo da dívida de longo, é o custo, após o imposto de renda, para levantar recursos a longo prazo através de títulos de dívida. Debênture é um certificado indicando que uma empresa tomou em empréstimo uma certa quantia, com a promessa de devolvê-la no futuro. Debêntures são instrumentos de empréstimos a longo prazo que podem ser usados para se obter grandes importâncias de um grupo de credores. J = juros anuais Nd = Recebimentos líquidos com a venda do título N = número de anos até a data de vencimento do título 1. Cálculo do custo (TIR) O custo da dívida antes do IR(kd) é 9,4524% ao ano. 2. Uso da fórmula de aproximação %4,9 980 92 980 290 2 1000960 20 9601000 90 == + = + − + =k d ao ano O custo da dívida depois do IR pode ser calculado através da fórmula: )1( IRkk di −= então: )25,01(452,9 −=k i %089,7=k i ao ano 4. Custo das Ações Preferenciais (kp) Cálculo: É o quociente entre o dividendo da ação pago anualmente e o recebimento líquido com a venda da ação pela empresa. N D k p p p = , onde * Como os dividendos de ações preferenciais são pagos com os fluxos de caixa da empresa depois do IR, não é necessário fazer nenhum ajusto por causa do imposto. 20 1 0 R$1090 J = R$90 por ano R$960 Tempo 960 chs g CF0 90 g Cfj 19 g Nj 1090 g Cfj f IRR TIR = 9,4524% Este custo aproximado da dívida antes do IR está próximo do valor de 9,452% calculado com exatidão na calculadora. Ação Preferencial representa um tipo especial de participação na propriedade da empresa. Ela proporciona aos acionistas preferenciais o direito de receber seus dividendos estipulados antes da distribuição de quaisquer lucros aos acionistas ordinários. O Custo das ações preferenciais, Kp, é o retorno que os acionistas de ações preferenciais esperam obter sobre seu capital. Dp = Dividendo preferencial Np = Recebimentos líquidos com a venda da ação * As ações preferenciais tendem a ter um custo menor que o das ações ordinárias, porque são menos arriscadas que aquelas, quanto ao recebimento de dividendos. Os acionistas preferenciais ao exigem uma remuneração, a empresa é que a oferece; no entanto se esta não for satisfatória, provavelmente ao comprarão ações da empresa. EXEMPLO: Uma empresa está examinando a possibilidade de emitir uma ação preferencial pagando um dividendo de 10%. A empresa espera vender a ação pelo valor de face de R$87,00. O custo de emissão e venda está previsto em R$5,00 por ação. Calcule o custo de capital obtido com a venda das ações preferenciais. Dividendo preferencial: Dp = 10% do valor de face da ação Dp = 0,10 * 87 Dp = R$8,70 por ação Recebimentos líquidos Np = preço de venda – custos de emissão e venda Np = 87,00 – 5,00 Np = R$82,00 por ação %60,10 82 70,8 === N D k p p p O custo de ações preferenciais de 10,6% é bem superior ao custo de capital de terceiros de LP 7,08%. Isso se dá principalmente porque o custo de capital de terceiros (juros) é dedutível para fins de imposto de renda. 5. Custo do Capital Próprio ou custo da Ação Ordinária (kao) Existem duas formas de financiamento com ações ordinárias: 1. Retenção de lucros 2. Emissão de novas ações ordinárias Cálculo: ➢ Modelo de avaliação com crescimento constante de dividendos: g P D k ao += 0 1 , onde O custo de capital próprio pode ser obtido dividindo-se o dividendo esperado ao final do ano 1 pelo preço corrente da ação e somando a taxa esperada de crescimento. Como os dividendos de ações ordinárias são pagos com lucro após o imposto de renda, não é necessário fazer nenhum ajuste por causa do imposto. O Custo da Ação Ordinária, é o retorno mínimo que os acionistas ordinários exigem por sua participação no financiamento permanente da empresa. P0 = Valor da ação ordinária D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1 Kao = retorno exigido da ação ordinária g = taxa constante de crescimento dos dividendos EXEMPLO: Uma empresa deseja determinar seu custo de capital próprio, kao. O preço de mercado de sua ação ordinária, P0, é igual a R$50,00. A empresa espera pagar um dividendo, D1, de R$4,00 no final do próximo ano, 2004. Os dividendos pagos aos acionistas nos últimos seis anos foram: Anos 2003 2002 2001 2000 1999 1998 Dividendos R$3,80 R$3,62 R$3,47 R$3,33 R$3,12 R$2,97 Taxa de crescimento (g): Uso da calculadora – 2,97 chs PV 3,80 FV 5 n i = g = 5,05% %1305,0 00,50 00,4 0 1 =+=+= g P D k ao O custo da ação ordinária de 13% é o custo do capital próprio, e representa o retorno exigido em sua aplicação pelos acionistas. Se o retorno efetivo for inferior a esse, os acionistas tenderão a vender suas ações. 5.1 Custo dos Lucros Retidos (kr) Se os lucros não fossem retidos, seriam pagos aos acionistas comuns como dividendos. O custo dos lucros retidos para a empresa, é o mesmo que o custo de uma emissão adicional de ações ordinárias inteiramente subscrita. Isso quer dizer que os lucros retidos aumentam o patrimônio líquido dos acionistas, da mesma forma que uma nova emissão de ações ordinárias. Cálculo: kk aor = 5.2 Custo de novas emissões de ações ordinárias (kn) Na subscrição de novas ações ordinárias, a empresa incorre nos custos de lançamento – emissão, corretagem, deságios – que resultam num custo de capital superior ao das ações ordinárias existentes. Espera-se, portanto, que os recebimentos líquidos com a venda de novas ações sejam inferiores ao preço de mercado das ações existentes. Cálculo: Utiliza a expressão do modelo de avaliação com crescimento constante. g N Dk n n += 1 , onde Custo dos lucros retidos, Kr, é o retorno que os acionistas exigem sobre o capital próprio obtido através da retenção de parte dos lucros gerados pela empresa. Custo de novas emissões de ações ordinárias, Kn, é a taxa de retorno exigida pelos acionistas de ações ordinárias, considerando os custos de lançamento das ações no mercado. Nn = Recebimento líquido com a venda de novas ações D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1 Kn = retorno exigido da ação ordinária depois dos custos de lançamento g = taxa constante de crescimento dos dividendos O custo da nova ação ordinária é normalmente maior que o custo de qualquer outro financiamento a longo prazo. Uma vez que os dividendos da ação ordinária são pagos do fluxo de caixa após o imposto de renda, nenhum ajuste devido aos impostos é necessário. EXEMPLO: Considerando o custo do capital próprio de 13%, usando os valores: D1 = R$4,00; P0 = R$50,00, e uma taxa esperada de crescimento dos dividendos de 5%. Para determinar o custo de novas ações ordinárias, kn, a empresa estimou que, em média, elas podem ser vendidas por R$47,00. O deságio de R$3,00/ação deve-se á natureza competitiva do mercado. Um segundo custo associado ao lançamento dos títulos é de R$ 2,50/ação. Recebimentos líquidos (Nn) = Preço de venda da ação – Custos de lançamento Nn = 47,00 – 2,50 Nn = R$44,50 por ação %1405,009,005,0 50,44 00,4 =+=+=k n O custo de obtenção de capital próprio com a emissão de novas ações ordinárias é igual a 14%. 1. Custo Médio ponderado de Capital (CMPC) ou Custo de Capital da empresa (ke) É comum existirem diversos tipos de fontes de financiamento numa estrutura de capital. Cada uma delas com custos específicos. Para calcularmos o custo de capital da empresa, é preciso obter a média ponderada dos custos de capital das diversas fontes. É importante lembrar que o custo de capital da empresa é sempre obtido depois do imposto de renda. Cálculo: )()()( kkwkwkwk nraopptte ou++= onde: Devem ser considerados alguns pontos em relação a equação: Converter os pesos em números decimais e deixar os custos específicos sob a forma de porcentagem. A soma dos pesos deve ser igual a 1, ou seja, todos os componentes da estrutura de capital devem ser levados em conta. O peso do capital próprio, ws, é multiplicado pelo custo de lucros retidos, kr, ou pelo custo de emissão de novas ações ordinárias, kn. O custo de capital da empresa, Ke, é a média ponderada dos custos das várias fontes de financiamento de longo prazo da empresa. wt = proporção de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital. wp = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital. ws = proporção de capital próprio na estrutura de capital EXEMPLO: Nos exemplos precedentes, encontramos os seguintes custos para os diferentes tipos de capital da empresa: Custo de capital de terceiros, ki = 7,089% Custo de ações preferenciais, kp = 10,6% Custo de lucros retidos, kr = 13% Custo de novas ações ordinárias, kn = 14% A empresa usa os seguintes pesos ao calcular seu custo médio ponderado de capital: Fonte de capital Peso Capital de terceiros de LP 40% Ações preferenciais 10% Capital próprio 50% A empresa planeja usar seu custo de lucros retidos, kr, como custo de capital próprio. Calcule o custo médio ponderado de capital da empresa. )1350,0()6,1010,0()089,740,0( ++=k e %39,105,606,18356,2 =++=k e O custo de capital da empresa é 10,39%. Supondo que não seja alterado seu nível de risco, ela deve aceitar todos os projetos que tenham retorno superior a 10,39%. 7. Custo Marginal e decisões de investimento Isso ocorre porque o mercado pode acreditar que a empresa está captando recursos para solucionar problemas financeiros, ou por verificar que a empresa está ficando mais endividada, exigindo retornos maiores sob a forma de juros, dividendos ou crescimento como remuneração pelo risco adicional introduzido por volumes maiores de financiamento novo. Pontos de quebra: O nível do novo financiamento total, no qual o custo de um dos componentes de financiamento se eleva, elevando custo marginal de capital. Cálculo do ponto de quebra: wi VF PQ = , onde EXEMPLO: A esgotar seus lucros retidos disponíveis de R$300.000 (kr = 13%), a empresa do exemplo anterior é forçada a usar o financiamento mais caro, obtido com a emissão de novas ações ordinárias (kn = 14%), para satisfazer suas necessidades de capital próprio. Além disso, a empresa espera obter apenas R$400.000 de capital de terceiros ao custo de 7,089%. O endividamento adicional terá um custo, depois do IR (ki) de 8,4%. Portanto, há dois pontos de quebra: quando são esgotados os R$300.000 de lucros retidos ao custo de 13%; e outro quando é ultrapassado o limite de R$400.000 de capital de terceiros a LP a 7,089%. Calcule os pontos de quebra. O custo médio ponderado de capital pode variar com o tempo, dependendo do volume de financiamento que a empresa espera obter. À medida que esse volume cresce, os custos dos vários tipos de financiamento elevam-se, aumentando o custo médio ponderado de capital. Por essa razão, é útil calcular o custo marginal do capital, que é o custo de se obter R$1,00 adicional de financiamento novo. PQ = ponto de quebra para a fonte de financiamento VF = volume de fundos disponível da fonte de financiamento a um dado custo. wi = peso da fonte de financiamento na estrutura de capital (em formato decimal) 000.600$ 50,0 000.300 RPQ priocapitalpró == 000.000.1$ 40,0 000.400 RPQ ceiroscapitalter == Cálculo do Custo Marginal de capital: Uma vez determinados os pontos de quebra, para o cálculo do custo marginal, devem-se calcular o custo médio ponderado de capital no intervalo de financiamento novo total entre os pontos de quebra. Para cada um dos intervalos de financiamento novo total os custos dos tipos de capital se elevarão, fazendo com que o custo médio ponderado de capital suba a um nível superior ao do intervalo precedente. EXEMPLO: Em uma tabela será calculado o CMPC da empresa nos três intervalos de financiamento novo criados pelos dois pontos de quebra. Intervalo de financiamento novo total Fonte de Capital Peso Custo CMPC (ke) R$0 a R$600.000 Capital de terceiros 0,40 7,09% 2,83 Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06 Capital próprio 0,50 13% 6,5 Custo médio ponderado de capital 10,39% R$600.000 a R$1.000.000 Capital de terceiros 0,40 7,09% 2,83 Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06 Capital próprio 0,50 14% 7,0 Custo médio ponderado de capital 10,89% Acima de R$1.000.000 Capital de terceiros 0,40 8,4% 3,36 Ações preferenciais 0,10 10,6% 1,06 Capital próprio 0,50 14% 7,0 Custo médio ponderado de capital 11,42% Os dados acima descrevem o custo marginal de capital que aumenta com o crescimento do nível de financiamento novo total. Com esses dados fica claro através do gráfico abaixo que o Cmc é uma função crescente do financiamento novo total obtido. Custo marginal de capital (Cmc) 600.000 1.000.000 1.600.000 10 10,5 11 11,1 11,42 10,39% 10,89% 11,42% CMPC (%) ➢ Custo Marginal e Decisões de Investimento A empresa dispõe de oportunidades e investimento, as quais diferem entre si quanto à magnitude do investimento, ao risco e ao retorno. Perfil de oportunidades de investimento: É uma classificação de possibilidades de investimento em ordem decrescente, indo da melhor (retorno mais alto) à pior (retorno mais baixo). Regra de decisão: Aceitar projetos até o ponto em que o retorno marginal de um investimento é igual a seu custo marginal de capital. Além desse ponto, o retorno do investimentoserá menor que seu custo de capital. EXEMPLO: A tabela abaixo, mostra a atual escala de oportunidades de investimento de uma empresa, enumerando as possibilidades desde a melhor a pior. Oportunidades de investimento TIR (%) Investimento Inicial Investimento acumulado A 15,0 R$100.000 R$100.000 B 14,5 R$200.000 R$300.000 C 14,0 R$400.000 R$700.000 D 13,0 R$100.000 R$800.000 E 12,0 R$300.000 R$1.100.000 F 11,0 R$200.000 R$1.300.000 G 10,0 R$100.000 R$1.400.000 A B C D E F G Financiamento novo total Custo marginal de capital (Cmc) 500 1.000 1.500 10,39% 10,89% 12,31% CMPC e TIR(%) 10 10,5 11 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15 800 Captando R$800.000 de financiamento novo e aplicando esses fundos nos projetos A, B, C e D, a empresa deverá maximizar a riqueza de seus proprietários porque esses projetos resultam no VPL total máximo. O retorno de 13% do projeto D excede o custo médio de 12,31%. O investimento no projeto E não é viável porque seu retorno de 12% é inferior ao custo de capital de 12,31%. O orçamento ótimo de capital da empresa é de R$800.000. Nesse ponto, a TIR = ke, e o tamanho da empresa e o valor para o acionista serão maximizados. Na prática, a maioria das empresas atua sob condições de racionamento de capital. Ou seja, a administração impõe restrições que mantêm o orçamento de gastos de capital aquém do nível ótimo (TIR = ke). QUESTÕES PARA REVISÃO 1. O que é custo de capital? Qual papel que ele desempenha nas decisões de investimento de longo prazo? 2. O que ocorrerá se uma empresa subestimar ou subavaliar o custo de capital em suas decisões de investimento? 3. Por que o custo de capital é medido depois do imposto de renda? 4. O que é risco de negócio e risco financeiro? Como esses dois riscos afetam o custo de capital da empresa? 5. “Como iremos financiar este projeto com capital de terceiros, a taxa de retorno exigida deve ser superior ao custo de capital de terceiros”. Você concorda ou discorda? Explique a resposta. 6. Conceitue custo de capital de terceiros e custo da dívida a longo prazo (debêntures). Determine suas fórmulas e explique como uma evolução nesses custos pode afetar o risco financeiro da empresa. 7. Por que, teoricamente, o custo de capital de terceiros é menor que o custo de capital próprio? 8. Por que se utiliza o custo de capital de terceiros depois dos impostos, em vez dos custos antes dos impostos para calcular o custo de capital da empresa? 9. O que são os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação? O que são os custos de lançamento e como afetam os recebimentos líquidos da venda de uma obrigação? 10. Conceitue ações preferenciais e explique como se calcula o seu custo. 11. Por que o custo das ações preferenciais deve ser menor que o custo das ações ordinárias? 12. Conceitue custo de capital próprio ou custo da ação ordinária e cite quais as formas de financiamento com as ações ordinárias. 13. Conceitue custo dos lucros retidos e o custo de novas ações ordinárias e mostre como calculá- los. 14. Por que o custo de financiar um projeto com lucros retidos é inferior ao custo de financiá-lo com uma emissão de novas ações ordinárias? 15. O que é o custo médio ponderado de capital (CMPC) ou custo de capital da empresa (ke)? Como é calculado? 16. O que é o custo marginal de capital (Cmc)? Como é calculado? 17. O que é o perfil de oportunidades de investimento? 18.Por que muitas empresas escolhem níveis de financiamento e investimento abaixo do nível ótimo (ponto onde a TIR = ke)? EXERCÍCIOS PRÁTICOS 1. Atualmente, uma indústria pretende vender obrigações com prazo de quinze anos, a um valor de face de R$1.000, pagando juros anuais de 12%. Em consequências das taxas de juros vigentes, as obrigações podem ser vendidas a R$1.010 cada; os custos de lançamento correspondem a R$30 por obrigação. A empresa é tributada à alíquota de imposto de renda de 25%. a) Calcule os recebimentos líquidos obtidos com a venda das obrigações, Nd. b) Apresente os fluxos de caixa, do ponto de vista da empresa, ao longo do prazo da obrigação. c) Use o enfoque da TIR para calcular os custos de capital de terceiros antes e depois do imposto de renda. d) Use a fórmula de aproximação para estimar os custos de capital de terceiros antes e depois do imposto de renda. 2. A Tecidos Champagnat tem uma debênture de 4 anos, faltando 1 ano para vencer, com uma taxa de juros de 19,5% ao ano, valor nominal de R$1.000 e que gera um recebimento líquido após despesas de lançamento e deságio de colocação de R$940. Sua alíquota de imposto de renda é de 25%. Qual é o custo de debêntures depois do imposto de renda? Desenhe o fluxo de caixa e resolva utilizando a HP12C demonstrando os passos utilizados. 3. Uma empresa está discutindo com seu banco de investimentos a emissão de novas obrigações. O banco informou à empresa que títulos com prazos de vencimento diferentes terão taxas distintas e serão vendidos a preços diferentes. A empresa precisa escolher entre várias alternativas. Em cada um dos casos, as obrigações terão o valor de face de R$1000,00 e os custos de lançamento serão de R$30,00 por obrigação. A empresa é tributada à alíquota de 20%. Calcule o custo de financiamento, depois do IR para cada uma das seguintes alternativas. Alternativas Taxas Prazo Ágio/Deságio A 9% 16 anos R$ 250,00 B 7% 5 anos R$ 50,00 C 6% 7 anos 0 D 5% 10 anos - R$ 75,00 4. A Cia FPU acaba de emitir ações preferenciais. O título promete um dividendo anual de 12% e seu valor de face é igual a R$100,00. Foi vendido a R$97,50 por ação. Além disso, devem ser pagos custos de lançamento de R$2,50 por ação. a) Calcule o custo de capital obtido com a emissão de ações preferenciais. b) Se a empresa lançar a ação com dividendo anual de 10% e receber R$90 após os custos de lançamento, qual será seu custo? 5. Uma empresa deseja medir seu custo de capital próprio. A ação da empresa está atualmente cotada a R$ 57,50. Ela espera pagar um dividendo de R$3,40 no final do ano. Os dividendos dos últimos cinco anos serão apresentados na tabela a seguir. Ano Dividendo (R$) 2003 3,10 2002 2,92 2001 2,60 2000 2,30 1999 2,12 Depois de levar em conta o deságio e os custos de lançamento, a empresa espera receber R$52,00 por ação, caso faça uma nova emissão. a) Determine a taxa de crescimento dos dividendos. b) Usando o modelo de avaliação com crescimento constante, determine o custo de lucros retidos, kr . c) Determine o custo de novas ações ordinárias. 6. A companhia Criativa de Computadores pretende lançar novas ações ordinárias no mercado. Suas ações ordinárias atuais estão cotadas a R$13,45 cada; espera-se pagar um dividendo no ano 1 de R$1,80/ação; haverá um deságio de 0,45/ação, e um custo de lançamento de R$0,40/ação. A taxa anual de crescimento de dividendos da empresa esperada para os próximos anos é de 4,55%. Qual será o custo das novas ações ordinárias? Supondo ainda, que se fossem lançadas também ações preferenciais da empresa, elas teriam um recebimento líquido de caixa de R$11,20, qual seria o custo destas ações? 7. Após cuidadosa análise, uma indústria determinou que sua estrutura ótima de capital é composta das fontes e pesos de valor de mercado indicados abaixo. Fonte de Capital Peso ideal Capital de terceiros a LP 30% Ações preferenciais 15% Capital Próprio 55% Total 100% O custo de capital de terceiros é estimado em 7,2%; o custo estimado de ações preferenciais é de 13,5%; o custo de lucros retidos é estimado em 16%, e o custo de novas ações ordinárias é estimado em 18%. Todas essas taxas são custos depois do imposto de renda. A empresaespera dispor de um volume substancial de lucros retidos e não planeja vender novas ações ordinárias. Calcule o custo médio ponderado de capital com base nos pesos ideais de valores de mercado. 8. Uma indústria está interessada em medir seu custo geral de capital. Investigações correntes produziram os dados a seguir. A empresa está tributada ‘a alíquota de IR de 40%. - Capital de terceiros: A empresa tem condições de captar um volume ilimitado de capital de terceiros vendendo obrigações com valor de face de R$1000,00, com taxa de 8% e prazo de vinte anos, pagando juros anuais. Para vender as obrigações, seria necessário um deságio médio de R$30,00 por título. A empresa também deve pagar custos de lançamento de R$30,00 por título. - Ações preferenciais: A empresa poderia lançar ações preferenciais com dividendo de 8%, vendendo-as a seu valor de face de R$95,00. O custo de emissão e venda das ações preferenciais é da ordem de R$5,00 cada uma. - Capital Próprio (Ação Ordinária): As ações ordinárias da empresa estão atualmente sendo negociadas a R$90,00 cada. A empresa espera pagar dividendos de R$7,00 por ação no próximo ano. Os dividendos da empresa têm crescido a uma taxa anual de 6% e espera-se que essa taxa continue no futuro. Para serem vendidas, as ações precisariam sujeitar-se a um deságio de R$7,00 por ação e são previstos custos de lançamento de R$5,00 por ação. - Capital Próprio (Lucros Retidos): A empresa espera ter disponíveis 100.000 de lucros retidos no próximo ano, uma vez que, quando esses lucros retidos forem totalmente utilizados, a empresa vai usar novas ações ordinárias como forma de financiamento. a) Calcule o custo específico de cada fonte de financiamento. b) Os pesos que a empresa utiliza para calcular o custo médio ponderado de capital são apresentados na tabela abaixo. Fonte de Capital Peso ideal Capital de terceiros a LP 30% Ações preferenciais 20% Capital Próprio 50% Total 100% (1) Calcule o único ponto de ruptura associado com a situação de financiamento da empresa (esse ponto resulta da utilização total dos lucros retidos da empresa). (2) Calcule o CMePC associado com o financiamento total abaixo do ponto de ruptura calculado em (1). (3) Calcule o CMePC associado com o financiamento total acima do ponto de ruptura calculado em (1). 9. Uma indústria está interessada em medir seu custo geral de capital. A empresa está situada na faixa de imposto de renda de 25%. Investigações recentes recolheram as seguintes informações: - Capital de terceiros: A empresa tem condições de captar um volume ilimitado de capital de terceiros vendendo obrigações com valor de face de R$1000,00, com taxa de 10% e prazo de dez anos. Os pagamentos de juros seriam anuais. Para vender as obrigações, seria necessário um deságio médio de R$30,00 por título. A empresa também deve pagar custos de lançamento de R$20,00 por título. - Ações preferenciais: A empresa pode vender ações preferenciais com dividendo anual de 11%, ao valor de face de R$100,00. O custo esperado de emissão e venda das ações preferenciais é da ordem de R$4,00 cada uma. Um volume ilimitado de ações preferenciais pode ser vendido nessas condições. - Capital Próprio: As ações ordinárias da empresa estão atualmente cotadas a R$80,00 por unidade. A empresa espera pagar dividendos em dinheiro de R$6,00 por ação no próximo ano. Os dividendos da empresa têm crescido a uma taxa anual de 6% e espera-se que essa taxa continue no futuro. Para serem vendidas, as ações precisariam sujeitar-se a um deságio de R$4,00 por ação e são previstos custos de lançamento de R$4,00 por ação. - Lucros retidos: A empresa espera obter lucros retidos de R$225.000, disponíveis no próximo ano. Esgotados esses lucros, recorrerá à emissão de novas ações ordinárias como forma de obtenção de capital próprio. a) Calcule o custo específico de cada fonte de financiamento. b) Sabendo que a empresa utiliza os pesos apresentados na tabela a seguir baseados nas proporções da estrutura ideal de capital, calcule o custo médio ponderado de capital. Fonte de Capital Peso ideal Capital de terceiros a LP 40% Ações preferenciais 15% Capital Próprio 45% Total 100% b.1) Determine o único ponto de quebra associado à situação financeira da empresa. (Esse ponto resulta do esgotamento dos lucros retidos da empresa.) b.2) Calcule o custo médio ponderado de capital associado ao financiamento novo total abaixo do ponto de quebra. b.3) Calcule o custo médio ponderado de capital associado ao financiamento novo total acima do ponto de quebra. c) Usando os resultados do item anterior, assim como as informações fornecidas na tabela que se segue a respeito das oportunidades de investimento disponíveis, desenhe a escala do custo marginal de capital e o perfil de oportunidades de investimento. Oportunidades de investimento TIR (%) Investimento Inicial A 11,2 R$100.000 B 9,7 R$500.000 C 12,9 R$150.000 D 16,5 R$200.000 E 11,8 R$450.000 F 10,1 R$600.000 G 10,5 R$300.000 d) Que investimento você recomendaria para a empresa? Explique sua resposta. Qual é o volume total de financiamento novo necessário? ALAVANCAGEM E ESTRUTURA DE CAPITAL 1. Alavancagem Flutuações nas receitas de vendas, associadas à existência de custos fixos, provocam mudanças significativas nos resultados das empresas. Uma queda de 10% no faturamento poderá causar um decréscimo muito maior no lucro. Inversamente, a elevação das vendas em proporção superior ao crescimento dos custos fixos beneficiará significativamente os resultados. Tipos de Alavancagem: - Alavancagem Operacional: relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e IR ou LAJIR (resultado operacional). - Alavancagem Financeira: relação entre o LAJIR e o lucro líquido por ação ordinária da empresa (LPA) - Alavancagem total: relação entre a receita de vendas e o LPA ➢ Conceito e Análise do Ponto de Equilíbrio Os elementos envolvidos na análise do ponto de equilíbrio são: - Quantidades produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das receitas de vendas; - Os custos e despesas variáveis e fixas. Alavancagem é o resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar retornos para os proprietários da empresa. Alavancagem Operacional Alavancagem Financeira Receita de vendas (-) Custo dos produtos vendidos = Lucro bruto (-) Despesas operacionais = Lucro antes de juros e IR (LAJIR) (-) despesas financeiras = Lucro líquido antes do IR (-) Imposto de Renda = Lucro líquido depois do IR (-) Dividendos de ações preferenciais = Lucro líquido disponível para acionistas ordinários Lucro por ação (LPA) Alavancagem Total Ponto de equilíbrio consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais. (LAJIR = 0) Análise do ponto de equilíbrio (Análise custo-volume-lucro), é usada para determinar o nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e avaliar a rentabilidade associada a níveis diversos de vendas. Classificação dos custos: - Custos fixos: são os que permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo, independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante esse período. Ex.: salários e encargos sociais, aluguel, etc. - Custos variáveis: são aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas. Ex.: consumo de matérias-primas, mão de obra, etc. Cálculo do Ponto de equilíbrio: Quantidade cvpv PE uu Q CF − = , onde Valores pv cvpv PE u uu RT CF − = EXEMPLO: Vamos supor que uma pequenaloja tenha custos operacionais fixos de R$2500, que seu preço de venda por unidade seja de R$10 e que seu custo operacional variável por unidade seja de R$5. Calcule o ponto de equilíbrio operacional e em receita de vendas. unidadesPE Q 5005 2500 510 2500 == − = 00,5000$ 50,0 2500 10 510 2500 RPE RT ==− = ➢ Alavancagem Operacional PEQ = número de unidades vendidas pvu = preço unitário de venda cvu = custo variável unitário CF = custo fixo Com as vendas de 500 unidades, o LAJIR da empresa deve ser exatamente igual a R$0. Ela terá LAJIR positivo com vendas superiores a 500 unidades e LAJIR negativo, ou prejuízo, com vendas inferiores a essa quantia. Alavancagem Operacional é a possibilidade de uso dos custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda. EXEMPLO: Utilizando os dados do exemplo anterior (pvu = R$10; cvu = R$5 e CF = R$2500), calcule o LAJIR da empresa para 500, 1000 e 1500 unidades vendidas; e utilizando 1000 unidades como referência, quais as variações percentuais das vendas e do LAJIR, à medida que as vendas vão do nível de referência aos outros níveis usados. Vendas em unidades (Q) 500 1000 1500 Receita de Vendas (pv * Q) R$5000 R$10000 R$15000 (-) Custos variáveis (cv * Q) (R$2500) (R$5000) (R$7500) (-) Custo fixo (CF) (R$2500) (R$2500) (R$2500) = LAJIR 0 R$2500 R$5000 Caso 1. Um aumento de 50% das vendas resulta em um aumento de 100% do LAJIR. Caso 2. Uma redução de 50% das vendas resulta em uma queda de 100% do LAJIR. Vimos que os custos fixos permanecem constantes dentro de intervalos de variação do volume de operações. Mantidos os preços de venda dos produtos, constatamos que, para cada aumento no volume de vendas, corresponderão idênticas taxas de aumento nas receitas de vendas e nos custos variáveis. Entretanto, a maior absorção dos custos fixos fará com que o lucro cresça mais do que proporcionalmente; uma redução nas vendas acarretaria decréscimo muito maiores nos lucros. Grau de Alavancagem Operacional – É o índice que mostra a variação dos lucros em função das vendas. É a medida numérica da alavancagem operacional. Vendas LAJIR GAO % % = CFQ Q GAO cvpv cvpv uu uu −− − = ) ) (* (* EXEMPLO: Aplicando as fórmulas aos casos 1 e 2: 2 %50 %100 = + + =GAO 2 2500)510(*1000 )510(*1000 = −− − =GAO Como o resultado é maior que 1, há alavancagem operacional. A empresa ao manter a mesma estrutura de custos, para cada 1% de variação nas vendas, verificará uma variação de 2% no seu lucro operacional. Quanto mais perto o volume de vendas estiver do ponto de equilíbrio, maior será o seu GAO, entretanto o risco de ela operar com prejuízo aumentará consideravelmente. ➢ Alavancagem Financeira -50% +50% -100% +100% Alavancagem Financeira é a possibilidade de uso dos custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação. Resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultado da empresa. EXEMPLO: Uma pequena empresa de comida oriental, espera ter LAJIR de R$10.000 no ano em curso. Tem uma obrigação de R$20.000 com cupom anual de 10% e 600 ações preferenciais com dividendos anuais de R$4,00 por ação. Também existem mil ações ordinárias. Os juros anuais da obrigação são iguais a R$2.000. Os dividendos anuais das ações preferenciais são de R$2.400. A tabela abaixo apresenta o LPA correspondente aos níveis de LAJIR de R$6.000, R$10.000 e R$14.000, supondo alíquota de IR de 25%. LAJIR R$6000 R$10.000 R$14.000 (-) juros (R$2.000) (R$2.000) (R$2.000) = LAIR R$4.000 R$8.000 R$12.000 (-) IR (40%) (R$1.600) (R$3.200) (R$4.800) = Lucro líquido depois IR R$2.400 R$4.800 R$7.200 (-) dividendos preferenciais (R$2.400) (R$2.400) (R$2.400) = Lucro disponível p/ acionista ordinários R$ 0 R$2.400 R$4.800 Lucro por ação (LPA) R$ 0 R$2,40 R$4,80 Caso 1. Um aumento de 40% do LAJIR resulta em um crescimento de 100% no LPA. Caso 2. Uma redução de 40% do LAJIR resulta em um decréscimo de 100% do LPA. Grau de Alavancagem Financeira – É o índice que mostra a variação do LPA em função da variação do LAJIR. É a medida numérica da alavancagem financeira. LAJIR LPA GAF % % = − −− = IR DPJLAJIR LAJIR GAF 1 1 * EXEMPLO: Aplicando as fórmulas aos casos 1 e 2: 5,2 %40 %100 = + + =GAF 5,2 000.4 000.10 40,01 1 *400.2000.2000.10 000.10 == − −− =GAF Como o resultado é maior que 1, há alavancagem financeira. Quanto maior o valor, mais alto o grau d alavancagem financeira. Se a empresa mantiver o nível de encargos fixos para cada 1% de aumento do LAJIR, haverá um aumento de 2,5% do LPA. -40% +40% -100% +100% ➢ Alavancagem Total EXEMPLO: Uma empresa fabricante de cabos para computadores, prevê vendas de 20.000 unidades a R$5,00 no próximo ano e precisa cobrir as seguintes obrigações: custos variáveis de R$2,00 por unidade, custos fixos de R$10.000, juros de R$20.000 e dividendos preferenciais de R$12.000. A empresa é tributada à alíquota de IR de 40% e seu capital é formado por 5.000 ações ordinárias. A tabela abaixo apresenta os níveis de LPA correspondentes às vendas esperadas de 20.000 unidades e de 30.000 unidades. Vendas (em unidades) 20.000 30.000 Receita de vendas (PVu * Q) R$100.000 R$150.000 (-) Custos operacionais variáveis (Cvu*Q) (R$40.000) (R$60.000) (-) Custos operacionais fixos (R$10.000) (R$10.000) = LAJIR R$50.000 R$80.000 (-) juros (R$20.000) (R$20.000) = LAIR R$30.000 R$60.000 (-) Imposto de renda (40%) (R$12.000) (R$24.000) = LL depois do IR R$18.000 R$36.000 (-) Dividendos preferenciais (R$12.000) (R$12.000) = Lucro disponível p/ acionistas R$6.000 R$24.000 LPA (lucro por ação) R$1,20 R$4,80 A tabela mostra que em conseqüência de um aumento de 50% das vendas, a empresa teria um aumento de 300% do lucro por ação. Grau de Alavancagem Total – É o índice que mostra a variação do LPA em função da variação das vendas. É a medida numérica da alavancagem total. Vendas LPA GAT % % = − −−−− − = IR DPJCFCVPQ CVPQ GAT 1 1 *)(* )(* * *Fórmula direta para calcular o GAT em certo nível de vendas de referência. EXEMPLO: Aplicando as fórmulas no caso anterior: 0,6 %50 %300 = + + =GAT Alavancagem Total é o efeito combinado da alavancagem operacional e financeira sobre o risco da empresa. È o uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar o efeito de variações do faturamento sobre o LPA da empresa. +50 % +60 % +300 % 0,6 000.10 000.60 40,01 1 *000.12000.20000.10)25(*000.20 )25(*000.20 * == − −−−− − =GAT *GAT a o nível de vendas de 20.000 unidades Como o resultado é maior que 1, há alavancagem total. Quanto maior o valor, mais alto o grau de alavancagem total. Se a empresa mantiver o nível de encargos fixos para cada 1% de aumento das vendas, haverá um aumento de 6% do LPA. ➢ EFEITO COMBINADO DA ALAVANCAGEM OPERACIONAL E ALAVANCAGEM FINANCEIRA – ALAVANCAGEM TOTAL GAFGAOGAT *= A relação entre alavancagem operacional e alavancagem financeira é multiplicativa, a alavancagem total reflete o impacto combinado das alavancagens operacional e financeira na empresa. Graus elevados de alavancagem operacional e financeira fazem com que a alavancagem total seja alta. 2. Estrutura de Capital da Empresa As decisões de investimento, de financiamento e de remuneraçãodos acionistas buscam maximizar o valor das ações da empresa e, nesse sentido, a escolha adequada da estrutura de capital envolve todas os três, abrangendo amplos conhecimentos de conceitos de risco, retorno, custo de capital, alavancagem financeira e valor. A empresa se depara constantemente com novos projetos, novos negócios, novas demandas, novos desafios, que determinam a necessidade de captação de recursos financeiros. Para suprir essa necessidade ela seleciona várias fontes de financiamento. Nesse processo, avalia as condições da economia, conhece o mercado financeiro, analisa as decisões operacionais e financeiras a serem tomadas, dimensiona as necessidades de recursos a serem financiados e escolhe a estrutura de capital. Os índices que fornecem informações a respeito da alavancagem financeira na estrutura de capital são: Incides de endividamento e índice de cobertura de juros. Em geral, quanto mais baixos eles são, maior a alavancagem financeira da empresa e menor sua capacidade de fazer pagamentos à medida que vencem. ➢ TIPOS DE CAPITAL Balanço Patrimonial Ativo Passivo Circulante Exigível a longo prazo Patrimônio Líquido Ações Preferenciais Capital Ordinário Ações Ordinárias Lucros retidos Essas fontes apresentam diferentes características, principalmente quanto a custos, prazos, atualização monetária, riscos... Capital de Terceiros Capital Próprio - Assume um risco menor por ter preferência sobre lucros/ativos disponíveis para pagamento; - Podem exercer pressão legal maior contra a empresa para receber pagamentos; - Custo de capital menor, devido a possibilidade de dedução de juros para fins fiscais; - Prazo de vencimento determinado. - Assume um risco maior em relação ao recebimento de sua remuneração, devido a posição subalterna em relação ao capital de terceiros, de direitos sobre resultados e ativos; - As fontes básicas são ações preferenciais e ações ordinárias; - A emissão de novas ações é a forma mais cara de capital próprio, seguido pelos lucros retidos e ações preferenciais; - Prazo de vencimento indeterminado. Estrutura de Capital é a combinação de todas as fontes de financiamento de longo prazo, dívida ou capital próprio, utilizada pela empresa. Capital é o total de recursos, próprios ou de terceiros, que financiam as necessidades de longo prazo da empresa. Capital de terceiros Capital próprio Estrutura de Capital total ➢ FATORES DETERMINANTES NA ESCOLHA DA ESTRUTURA DE CAPITAL 1. Risco de negócio – O mercado avalia o comportamento das receitas e dos custos e despesas da empresa, visando calcular as tendências de lucros. Avalia também, a capacidade de a empresa gerar caixa suficiente para cumprir suas obrigações. 2. Risco financeiro – A obtenção de lucros operacionais para pagar juros e devolver empréstimos é fundamental para que a empresa não corra o risco de insolvência. Um baixo risco financeiro propicia condições para a tomada de novos financiamentos ou lançamentos de ações. 3. Posição tributária da empresa – Uma das grandes vantagens da utilização do capital de terceiros é o benefício da dedução do imposto de renda. Se por qualquer motivo, a empresa não puder se beneficiar dessa vantagem, o endividamento deixa de ser interessante. 4. Condições dos agentes – Uma série de restrições contratuais ou de políticas empresariais podem dificultar que a empresa emita novas ações, assuma novas dívidas, retenha lucros ou até dilua seu controle acionário. 5. Informações – A empresa deve preocupar-se em prestar informações que possam permitir ao mercado avaliar adequadamente a sua posição de risco. Por outro lado, deve estar bem informada sobre as condições dos mercados de capital e financeiro, em termos de fontes de financiamento disponíveis e a melhor oportunidade para capta-las. 6. Sincronia – Deve haver equilíbrio entre o vencimento dos juros e do principal, e entrada de recursos, para que os compromissos sejam honrados nos prazos e condições contratadas. 7. Vontade do acionista controlador – A preferência do acionista deve ser levada em consideração na determinação da estrutura de capital. ➢ TEORIA DA ESTRUTURA DE CAPITAL A política da estrutura de capital envolve uma troca entre risco e retorno: - utilização de mais dívida eleva o fator risco da corrente de ganhos da empresa; - Um índice mais alto de endividamento geralmente leva a uma taxa de retorno esperada mais alta. Portanto, a estrutura ótima de capital é aquela que faz com que haja um equilíbrio entre risco e retorno para maximizar o preço das ações no mercado. Benefícios fiscais – Permite às empresas a dedução dos juros de dívidas do lucro tributável, reduzindo o volume de impostos pagos sobre os lucros, aumentando os lucros disponíveis aos donos da empresa. Custos Risco Econômico – Risco de que a empresa não consiga cobrir seus custos operacionais. Ele depende de uma série de fatores: 1. Variabilidade da demanda; 2. Variabilidade do preço de venda; 3. Variabilidade dos preços dos insumos; 4. Alavancagem operacional, quanto maior o GAO, maior o risco econômico. O risco econômico varia de empresa para empresa, independente do ramo de atividade, e não é afetado por decisões quanto a estrutura de capital. Risco Financeiro – Risco de que ela não seja capaz de cobrir suas obrigações financeiras. E a penalidade pelo descumprimento de obrigações financeiras é a falência. Quanto mais financiamentos com custos fixos (capital de terceiros e ações preferenciais) uma empresa tiver em sua estrutura de capital, maior será sua alavancagem financeira e mais alto será seu risco financeiro. Resultado de uma estrutura ótima de capital Balanceamento dos benefícios e custos de empréstimos Risco Total – A combinação do risco econômico e risco financeiro, determina a probabilidade de falência da empresa. EXEMPLO: Uma empresa está se preparando para tomar uma decisão quanto à sua estrutura de capital. Obteve as seguintes estimativas de vendas e níveis correspondentes de lucro antes de juros e imposto de renda da sua equipe de previsão: Probabilidade de Vendas 0,25 0,50 0,25 Receita de vendas R$400.000 R$600.000 R$800.000 (-) Custos fixos (R$200.000) (R$200.000) (R$200.000) (-) Custos variáveis (50% das vendas) (R$200.000) (R$300.000) (R$400.000) = LAJIR 0 R$100.000 R$200.000 - Os dados do LAJIR refletem efetivamente certo nível de risco econômico que decorre da alavancagem operacional, da variabilidade da receita de vendas e da previsibilidade dos custos da empresa. Estrutura de Capital Atual Capital de terceiros R$0 Ações ordinárias (25 mil ações a R$20) R$500.000 Capital total (ativos) R$500.000 Imaginemos que a empresa esteja analisando sete estruturas de capital alternativas. Se as medirmos usando o índice de endividamento, descobriremos que estão associadas a índices iguais a 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60%. Suponha que: 1. A empresa não tenha passivos circulantes; 2. Sua estrutura de capital contenha apenas capital próprio; 3. O volume de capital permaneça constante em R$500.000; 4. As taxas de juros associadas a cada nível de endividamento estão apresentadas na tabela abaixo, e são crescentes de acordo com o aumento da alavancagem financeira. 5. A tabela mostra também o número de ações ordinárias existentes de acordo com cada alternativa. Índice de Endividamento Total de Ativos (R$) Capital de terceiros (R$) Capital Próprio(R$) Ações existentes Taxa de juros (%) Juros (R$) 0 500.000 0 500.000 25.000 0,0 0,00 10% 500.000 50.000 450.000 22.500 9,0 4.500 20% 500.000 100.000 400.000 20.000 9,5 9.500 30% 500.000 150.000 350.000 17.500 10,0 15.000 40% 500.000 200.000 300.000 15.000 11,0 22.000 50% 500.000 250.000
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