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1 TEORIA CRÍTICA DA ARQUITETURA 02 Unidade 02 – INTRODUÇÃO À CRITICA PÓS- MODERNA A CRÍTICA PÓS-MODERNA - Na década de 50, ao mesmo tempo que continuava a tradição do Movimento Moderno, surgiam as primeiras tentativas de uma revisão e crítica a esse movimento; - Na segunda metade da década de 60 já é visível a ocorrência de mudanças radicais, onde uma grande parte da arquitetura está muito distante do Movimento Moderno; - Esse processo de revisão e crítica é emblemático na arquitetura Italiana, em movimentos como o Team 10, o grupo Archigram e a proposta de uma arquitetura comunicativa de Robert Venturi, nos EUA; - Surgimento de novas e autênticas metodologias arquitetônicas baseadas principalmente nas leis da lingüística. 2Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS Arquitetura como linguagem A CRÍTICA PÓS-MODERNA - Há realmente uma mudança radical no final da década de 60, facilitada pela morte dos mestres do Movimento Moderno (Le Corbusier, Mies, e Walter Gropius) e pela evidente renovação formal da arquitetura; - A mudança era incontestável, marcada por novas abordagens teóricas: - A imagem da cidade, Kevin Lynch-1960; - Projeto e destino, Giulio Carlo Argan-1064; - A arquitetura da cidade, Aldo Rossi-1966; - Complexidade e Contradição na arquitetura, Robert Venturi-1966; - Intenções da arquitetura, Christian Norberg-Schultz-1963; - Além de textos teóricos a presença de uma nova proposta arquitetônica era marcante nas constantes demolições e implosões de conjuntos arquitetônicos modernos construídos apenas 20 anos antes; - Surgem diversas vertentes pós-modernas: historicista, tecnológica, ecológica, metabolistas, etc. 3Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS 4Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Aldo Rossi , Complexo Residencial Monte Amiata, Milão, 1967-74. Vertente historicista. A CRÍTICA PÓS-MODERNA Archigram – Living Pod Project, David Greene, 1965. Vertente tecnológica. 5Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart A CRÍTICA PÓS-MODERNA Kisho Kurokawa, Torre-cápsula Nagakin (1972). Vertente dos Metabolistas Japoneses. O DEBATE ITALIANO - Os principais expoentes e teóricos da arquitetura italiana na década de 50 e 60 eram Bruno Zevi, Giulio Carlo Argan e Ernesto Nathan Rogers e posteriormente Aldo Rossi. O principal meio de divulgação de suas teorias arquitetônicas era a revista Casabella-Continuitá; - Propuseram uma revisão dos princípios do Movimento Moderno: defendia que suas utopias e propostas universais deviam ser atualizadas com a maneira de pensar e viver do momento presente; - Havia um idealismo historicista, buscando valorizar a história e a arte como dimensão metodológica obrigatória da arquitetura, em contraposição aos conceitos universais e industriais do movimento moderno; 6Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart REVISÃO DO MOVIMENTO MODERNO Historicismo X Universalismo Arte X Indústria O DEBATE ITALIANO - Na arquitetura italiana dessa época: “Busca-se um delicado e sempre instável equilíbrio entre tradição e inovação, entre o respeito com as preexistências e a introdução de elementos da própria cultura, entre formalismo e capacidade didática (Montaner, 2001). - Segundo, Rogers, se tratava de superar o esquematismo abstrato da linguagem moderna para conferir-lhe um novo grau de modernidade para a arquitetura; - Essa nova abordagem da arquitetura foi extremamente criticada pelos arquitetos ingleses e o TEAM 10, principalmente através da revista inglesa “The Architectural Review”: “todo retorno a períodos anteriores à ruptura propugnada pelo Movimento Moderno constitui uma atitude reacionária e deplorável” (Montaner, 2001). 7Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Críticas ao chamado “Neoliberty italiano” REVISÃO DO MOVIMENTO MODERNO O DEBATE ITALIANO 8Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart BBPR, Belgiojoso, Peressutti e Rogers. Torre Velasca, Milão, 1950-58. O ARCHIGRAM - Propostas radicalmente exageradas, baseadas na extrapolação dos avanços tecnológicos da época e influenciada pelos feitos científicos recentes, como a chegada do homem à Lua; - Grupo constituído na Grã-Bretanha, em 1960. Composto pelos arquitetos Peter Cook, Dennis Crompton, Warren Chalk, David Greene, Ron Herron e Michael Webb. Responsável pela edição da Revista Archigram; - “Apesar das propostas de Archigram serem composições metafóricas que pertencem a um mundo maioritariamente ilusório, assim mesmo as suas propostas formais se converterão em uma referência básica da arquitetura contemporânea” (Montaner, 2001); - Acreditavam que há uma racionalização intrínseca no mundo da tecnologia e da ciência, que solucionaria os problemas que o tempo propões e melhoraria paulatinamente os aspectos sociais. 9Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS O ARCHIGRAM - Alguns de seus escritos propõem claramente uma arquitetura descartável, trocável e produtível como qualquer objeto de consumo; - Warren Chalk considera que: um produto mais apto para o consumidor deve oferecer algo melhor e diferente que a moradia tradicional; deve estar intimamente relacionado com o desenho de carros e geladeiras e em direta competição com a tradição...” (Montaner, 2001); - As propostas do Archigram estão baseadas na identificação da liberdade de escolha com capacidade de consumo de todo tipo de produtos. A arquitetura se converte em Kit, elemento substituível, peça transportável; - Lançaram um desafio histórico: a arquitetura deve abandonar seu reduto artístico, artesanal e histórico e entrar no mundo da produção industrial sem nenhum trato especial. 10Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS O ARCHIGRAM 11Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart PLUG-IN CITY Peter Cook, 1964. - Elevadas torres tecnológicas com cápsulas residenciais, comerciais, etc, conectadas à elas. O ARCHIGRAM 12Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart WALKING CITIES – cidades em movimento Ron Herron, 1964. - Enormes cidades com pés telescópicos que, teoricamente, teria a capacidade de se mover. Idéia baseada nas plataformas de petróleo. O METABOLISMO JAPONÊS - Grupo de arquitetos japoneses, chamado de Metabolismo, cuja proposta é gerar idéias desde o desenho industrial até o urbanismo, nas quais os avanços tecnológicos e os sistemas de agregação de cápsulas residenciais sejam básicos; - As propostas ubanísticas deste grupo surgem como reação à falta de planejamento urbano no Japão dessa época. Daí o surgimento de propostas de urbes oceânicas, cidades aéreas, unidades residenciais móveis, etc. - As propostas arquitetônicas tentavam explorar as possibilidades formais trazidas pelo avanço tecnológico. Utilizaram coberturas gigantes, estruturas pneumáticas, prédios escalonados, pirâmides de cristal, etc. 13Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS 14Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Osaka Expo'70, Pavilhão Kodak & Ricoh(1970). Torre Kiyonari Kikutake‘s, 1970 O METABOLISMO JAPONÊS 15Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Osaka Expo'70, Pavilhão Geral (1970). Osaka Expo'70, Pavilhão Búlgaro, 1970 O METABOLISMO JAPONÊS Osaka Expo'70, Pavilhão Toshiba, 1970 A ARQUITETURA TECNOLÓGICA DOS ANOS 70 - Influenciada pelas propostas do Archigram e do Metabolismo; - Uso da tecnologia da edificação totalmente aparente, como expressão formal, como é o caso do Centro Georges Pompidou. 16Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart CELEBRAÇÃO DA TECNOLOGIA 17Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor:Gilberto Studart Centro Georges Pompidou, Paris (1972-77). Richard Rogers e Renzo Piano. A ARQUITETURA TECNOLÓGICA DOS ANOS 70 Centro Georges Pompidou, Paris (1972-77). Richard Rogers e Renzo Piano. - No final da década de 70 esse otimismo tecnológico entra em decadência. O REGIONALISMO CRÍTICO - Ao mesmo tempo que todas as experiências tecnológicas e historicistas se desenvolviam, uma parte do pensamento arquitetônico começa a aceitar as conseqüências do relativismo cultural e antropológico; - Surge daí uma corrente de pensamento que defendia uma arquitetura objetivada nas suas características culturais e específicas do local; - Uma arquitetura que tentava remediar a indiferença em relação ao lugar onde está situado o objeto arquitetural moderno. Através da utilização das forças do contexto, visa enriquecer a significação da arquitetura; - Em um ambiente (anos 50, 60 e 70) onde o arquiteto, muitas vezes, tenta ser maior que sua obra, os regionalistas davam ênfase maior ao território onde a obra estava inserida. Contra a tendência da ‘civilização universal’ que privilegia o ar-condicionado, fazem da luz, do terreno, das condições climáticas, as bases que sustentariam o projeto. 18Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart ASPECTOS GERAIS 19Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Igreja Bagsvaerd, Copenhague (1976). O REGIONALISMO CRÍTICO O EXEMPLO DE JORN UTZON - A combinação das formas e da luz na igreja de Bagsvaerd sugere a experiência de se estar debaixo das nuvens, sob o céu, com a cruz, que fica entre os dois, revelada em luz e que muda ao inundar as dobras do teto de concreto. A luz estabelece o lugar, sugerindo o território. 20Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart O PÓS MODERNISMO AMERICANO - Para Robert Venturi, a arquitetura é necessariamente complexa e contraditória, não podendo ser reduzida a um só sistema lógico estético, como pretendia o Movimento Moderno; Defendia a ambiguidade e a dualidade de valores simbólicos, funcionais e estéticos; - Na maioria dos projetos desse grupo pós-modernista há um intenso desenvolvimento de fachadas e elementos cenográficos; - Uso de referências históricas clássicas e de elementos da cultura local; -“Trata-se de uma arquitetura hedonista, que se desenvolve na fachada, na epiderme, na ornamentação, na maquiagem, naquilo que é captado pela vista e que permite transmitir o máximo de sensações e referências”(Montaner, 2001). ROBERT VENTURI, PHILIP JOHNSON, CHARLES MOORE E MICHAEL GRAVES 21Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Pátio Franklin, Filadélfia, 1972. ROBERT VENTURI O PÓS MODERNISMO AMERICANO Museu de Arte Allen Memorial (extensão), 1976. 22Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Edifício AT&T, Nova York (1984). PHILIP JOHNSON O PÓS MODERNISMO AMERICANO -Grande diferencial está no coroamento e na indumentária do edifício. Referencias clássicos, com base, coluna e teto, tratamento pesado, sólido, opaco; 23Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Piazza d’italia, Nova Orleans (1978). CHARLES MOORE O PÓS MODERNISMO AMERICANO - Moore usou fontes clássicas, barrocas e romanas, neste caso revestidas da ironia das luzes de neon e capitéis revestidos de latão; 24Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Prefeitura de Portland, Oregon(1982). MICHAEL GRAVES O PÓS MODERNISMO AMERICANO - Amplo repertório de sistemas heterogêneos de janelas, repetitivas, pequenas, historicistas janelas quadradas, juntamente com panos de vidro moderno; 25Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart O PÓS MODERNISMO NO BRASIL - O pós-modernismo tem muito impacto na Europa e nos Estados Unidos, mas no Brasil não existiu esse debate com o mesmo vigor e a grande tradição moderna, mesmo bastante desgastada, não permitiu muito espaço para uma crítica de qualidade da produção arquitetônica. -A chamada "arquitetura pós-moderna" brasileira se reflete em grande parte na adoção dos elementos formais mais óbvios da manifestação norte-americana do "movimento". -Ainda que criticada pela fragilidade de sua base teórica, a adoção do "pós-modernismo" como estilo teve o importante papel de atenuar a hegemonia da arquitetura moderna no Brasil, apontando a possibilidade de novos rumos. ASPECTOS GERAIS 26Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart Centro Empresarial Rio Branco 01, Rio de Janeiro. - No Rio de Janeiro seu exemplo mais conhecido talvez seja o edifício Rio Branco 1, projeto de Edison Musa, que repete o uso do frontão - que se tornou uma marca de Philip Johnson - e subdivide o edifício em base, corpo e coroamento (como na divisão clássica); O PÓS MODERNISMO NO BRASIL 27Tema: Introdução à Crítica Pós-moderna | Professor: Gilberto Studart - O arquiteto mineiro Éolo Maia adota como estilo alguns elementos da arquitetura do americano Michael Graves entre outros (Maia utilizou um largo repertório de referências em sua arquitetura). O PÓS MODERNISMO NO BRASIL 28 Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Teoria Crítica da Arquitetura 02 Carga Horária: 36 Horas / 02 Créditos Professor: Gilberto Studart
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