Exercícios dos Vestibulares da UERJ | História do Brasil | Primeira República

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LISTA DE EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA 
VESTIBULARES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO 
(UERJ) 
HISTÓRIA DO BRASIL | PRIMEIRA REPÚBLICA (1889 – 1930) 
 
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Fonte: revista.vestibular.uerj.br 
Vestibular Estadual 2014 | 1º Exame de Qualificação | Questão 51: 
 
Assunto: Interesses sociais e práticas culturais na formação da identidade nacional 
Gabarito: Reposta Correta – Letra A – Valorização da cultura local 
Comentário da Questão: A implantação do regime republicano no Brasil, em finais 
do século XIX, fomentou reflexões e debates acerca dos valores que deveriam 
caracterizar a nacionalidade em tempos de muitas mudanças políticas e sociais. 
Vários escritores da época apresentaram, em suas crônicas e romances, um pouco 
dessa atmosfera de questionamentos, propondo ideias que julgavam ser o caminho 
para a modernização e a verdadeira emancipação do país. Lima Barreto foi um desses 
escritores. Em seu romance Triste fim de Policarpo Quaresma, por exemplo, remete-
se à língua que poderia, de forma autêntica e original, representar o Brasil entre as 
outras nações da época. O personagem principal propõe fazer do tupi guarani a língua 
oficial e nacional, como forma de valorização das tradições da cultura local, em muito 
associadas aos povos indígenas nativos, redimensionando assim as heranças 
portuguesas, nas suas vinculações com a colonização e a influência europeia. 
 
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Vestibular Estadual 2015 | 2º Exame de Qualificação | Questão 53: 
 
Assunto: Processo de Favelização e Expansão Urbana no Rio de Janeiro 
Gabarito: Reposta Correta – Letra A – Mercantilização do solo urbano - segregação 
Comentário da Questão: A expansão de comunidades populares, como as favelas, 
nas cidades capitalistas, é fruto direto do processo de mercantilização do solo urbano, 
principalmente no contexto de sociedades com grandes desigualdades sociais e 
submetidas a processos de urbanização muito acelerados. Esse foi exatamente o 
quadro vivido pelas grandes metrópoles brasileiras ao longo da segunda metade do 
século XX, sendo o Rio de Janeiro um caso exemplar. Há, portanto, uma combinação 
entre crescimento extremamente acelerado das populações de baixa renda e 
incapacidade, por parte do Estado e da iniciativa privada, de prover a cidade com 
infraestrutura e moradias em qualidade e ritmo adequados. Essa situação provoca o 
encarecimento do solo urbano formal, que acaba se tornando inacessível à grande 
parte da população. A consequência é o aprofundamento da segregação urbana, 
gerando o que já foi denominado “cidade partida”, resultado socioespacial das 
extremas desigualdades entre os espaços intraurbanos. 
 
 
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Vestibular Estadual 2015 | Exame Discursivo | Questão 07: 
 
Assunto: Projetos de república 
Padrão de Resposta: Duas das características: • ação antigetulista • retórica 
moralista • defesa do golpismo • oposição ao trabalhismo • defesa dos princípios 
liberais • posicionamento antidemocrático • questionamento dos resultados eleitorais 
• vinculação da imagem dos adversários a práticas corruptas 
Uma das iniciativas / crises: • suicídio de Vargas • oposição ao Estado Novo • 
deposição de João Goulart • renúncia de Jânio Quadros • oposição às reformas de 
base • apoio ao candidato Jânio Quadros • apoio à deposição de Getúlio Vargas • 
apoio ao golpe de 1964 e à Ditadura • apoio à campanha O PETRÓLEO É NOSSO • 
defesa da renúncia ou afastamento de Vargas • Novembrada ou contragolpe do 
general Henrique Lott • tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitschek e João 
Goulart • questionamento da posse de Getúlio Vargas com a “tese da maioria 
absoluta” 
Comentário da Questão: A segunda metade do século XIX foi caracterizada por um 
processo de urbanização, guiado pelas ideias de modernização e civilização, que 
modificou profundamente a geografia dos centros urbanos europeus e a história de 
suas populações. O Brasil sofreu tardiamente os efeitos dessas ideias. Um exemplo 
 
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que se destaca nesse contexto é a reforma Pereira Passos (1903), desenvolvida no 
Rio de Janeiro no início do século XX. O prefeito da capital do Brasil, influenciado 
pelas ideias do Barão Hausmann, que havia projetado a modernização de Paris na 
segunda metade do século XIX, deu início a remodelação do centro da cidade 
buscando transformar o Rio de Janeiro na Paris dos trópicos. Seus principais objetivos 
eram: construir grandes avenidas, fazendo desaparecer as estreitas ruas coloniais da 
cidade; resolver o problema recorrente de insalubridade da área urbana carioca; sanar 
as deficiências de infraestrutura, tendo em vista o crescimento da população da 
cidade; dar um ar mais cosmopolita e europeu às ruas da capital, derrubando as 
inúmeras residências populares existentes no Centro, principalmente os cortiços 
e as residências coletivas conhecidas como “cabeças de porco”; enfim, remodelar os 
prédios e ruas do centro financeiro e comercial da capital, expulsando dali o modelo 
colonial de cidade. Apesar dos benefícios inerentes a esse processo de modernização 
urbana, como a facilitação da mobilidade e do escoamento das importações e 
exportações, a reforma gerou transtornos, em especial para as camadas populares, 
consideradas perigosas. Com a reforma, essa população foi deslocada para as 
periferias, provocando o crescimento do processo de favelização – alternativa 
encontrada, por esse segmento, de moradia próxima a seus empregos e ao centro 
financeiro da cidade. 
 
 
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Vestibular Estadual 2018 | 1º Exame de Qualificação | Questão 59: 
 
Assunto: Processo sócio-histórico de constituição da sociedade brasileira 
Gabarito: Reposta Correta – Letra C – Alusão ao ideário republicano presente em 
episódios anteriores ao grito do Ipiranga 
Comentário da Questão: Os monumentos históricos possibilitam a criação de 
marcos e referências sobre datas, personagens e acontecimentos. No caso do 
Monumento à Independência, sua idealização e criação ocorreram no contexto das 
festas e comemorações promovidas por autoridades governamentais alusivas ao 
centenário da independência do Brasil em 1822. Naquela conjuntura, década de 1920, 
o governo republicano havia se consolidado nos termos da existência de governos 
oligárquicos, destacando-se conflitos e negociações viabilizadores de uma espécie de 
revezamento de presidentes oriundos ora da oligarquia paulista, ora da oligarquia 
 
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mineira, a então denominada “política do café com leite”. Em especial em São Paulo, 
as mobilizações do movimento operário veiculavam críticas à natureza oligárquica 
desse governo, incrementando, no decorrer da década de 1920, demandas por 
reformas e mudanças políticas, abraçadas por outros segmentos sociais, como 
tenentes do Exército e intelectuais.O Monumento à Independência erguido no Parque do Ipiranga em São Paulo, naquela 
conjuntura, deveria não só relembrar o episódio entendido como fundador do estado 
autônomo e da nação brasileira, mas também simbolizar a grandeza adquirida, 
consolidada e mantida pelos governos republicanos. Tal intencionalidade pode ser 
percebida ao se levar em conta a mudança que foi feita no projeto original do 
Monumento à Independência, a qual acarretou a incorporação de mais duas outras 
peças arquitetônicas, uma alusiva aos inconfidentes mineiros e outra alusiva aos 
revoltosos pernambucanos de 1817, exaltando, dessa forma, referências à presença 
do ideário republicano defendido por esses rebeldes, no contexto de ações que 
possibilitaram a independência política instaurada em 1822. 
 
 
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Vestibular Estadual 2020 | Exame Discursivo | Questão 05: 
 
Assunto: Crise do modelo oligárquico de desenvolvimento; nacional-estatismo, 
crescimento industrial e transformações no mundo do trabalho, transição para a 
república no Brasil 
Padrão de Resposta: Duas das características da chamada crise do “Encilhamento”: 
• especulação na Bolsa de Valores; • abertura de empresas-fantasma; • facilidade para 
contratação de crédito; • inflação gerada pela emissão de papel moeda. 
Uma das notícias e sua respectiva consequência: • cartas falsas atribuídas a Arthur 
Bernardes, levando à eclosão do Tenentismo em 1922; • Plano Cohen atribuído aos 
comunistas, provocando o golpe do Estado Novo em 1937; • Carta Brandi atribuída a 
João Goulart, ensejando a tentativa de golpe para impedir a posse de JK em 1955. 
 
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Comentário da Questão: A leitura do decreto do Governo Provisório em 1890 
demonstra que o problema da circulação de falsas notícias atinge a República 
Brasileira desde sua origem. O decreto foi publicado durante a chamada crise do 
“Encilhamento”, caracterizada pela intensa especulação na Bolsa de Valores desde 
os últimos anos dos governos monárquicos. Nos primeiros anos da República, a 
abertura de empresas-fantasma, a facilidade para contratação de crédito e a inflação 
gerada pela emissão de papel moeda indicariam as características desse período, 
que ajudam a compreender a preocupação do Governo Provisório em conter a 
circulação de boatos e falsas notícias. 
Dentre as diversas notícias falsas que circularam na história nacional no século XX, 
algumas das mais conhecidas que impactaram o processo político foram as chamadas 
“cartas falsas”, atribuídas ao então candidato à presidência da República, Arthur 
Bernardes, cujas reações levariam à eclosão do Tenentismo, com a Revolta dos 18 
do Forte de Copacabana em 1922. Outro caso bastante conhecido foi a divulgação do 
Plano Cohen. Exercício de contra-inteligência da Ação Integralista Brasileira, o plano 
atribuído aos comunistas seria usado como justificativa para o golpe do Estado Novo 
em 1937. Na República que emergiu no pós-1945, dois exemplos são bem marcantes: 
a chamada Carta Brandi, atribuída a João Goulart, que foi usada pelos setores 
oposicionistas para tentar forçar uma tentativa de golpe com o objetivo de impedir a 
posse de JK, em 1955. Por fim, as notícias de que uma revolução comunista estava 
em curso no Brasil durante o governo Goulart, com o famigerado “perigo vermelho”, 
não encontram nenhum embasamento empírico, tendo servido aos que promoveram 
o golpe de 1964. 
 
 
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Vestibular Estadual 2020 | Exame Discursivo | Questão 07: 
 
Assunto: Particularidades sócio-históricas do processo de constituição e 
consolidação do Império do Brasil, processo de emancipação política no Brasil em 
1822, movimentos de crítica ao governo republicano no Brasil, por ocasião das 
comemorações do centenário da independência, na década de 1920 
Padrão de Resposta: Uma das características: • D. Pedro como protagonista do “grito 
de independência ou morte”, no sete de setembro de 1822; • D. Pedro como aliado do 
Partido Brasileiro na formalização do rompimento com as Cortes de Lisboa; • D. Pedro 
como liderança que aclamou e negociou a independência. 
Dois dos acontecimentos / movimentos: • Semana de Arte Moderna; • criação do 
Partido Comunista; • protestos do movimento operário fabril; • dissidências entre as 
 
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oligarquias governantes; • revoltas de jovens oficiais (tenentes) do Exército; • críticas 
de intelectuais às contradições da modernidade no Brasil. 
Comentário da Questão: As comemorações de datas cívicas são ocasiões em que 
o evento a ser celebrado é utilizado também como motivação para enaltecer e/ou 
criticar situações do tempo presente no local em que se realiza a comemoração. 
Assim ocorreu nas comemorações do centenário da independência do Brasil em 1922. 
O governo republicano, na pessoa do então presidente Epitácio Pessoa, não mediu 
esforços para celebrar tanto a independência quanto os feitos de seu governo. Foi 
então organizada exposição internacional, a primeira após a Primeira Guerra Mundial, 
inaugurada pelo presidente, simbolizando, anseios de renovação e progresso. Houve 
a cunhagem de moedas comemorativas. A imagem de uma delas, reproduzida no 
enunciado da questão, apresenta numa face os perfis de D. Pedro I e do Presidente 
Epitácio Pessoa, e na outra, os símbolos superpostos da monarquia e da república 
brasileiras. Tais representações não só buscavam apresentar uma continuidade entre 
os regimes políticos brasileiros no que se referia à conquista e preservação da 
soberania nacional, como também indicavam igualmente a valorização das lideranças 
políticas de D. Pedro I e de Epitácio Pessoa. No caso do primeiro, seu protagonismo 
na realização da independência é enaltecido, reiterando, assim, a versão de seu 
protagonismo no grito “independência ou morte”, estando como aliado do Partido 
Brasileiro no processo pacífico do rompimento com Portugal. 
Tal versão valorizadora do protagonismo de D. Pedro I, por outro lado, não 
apresentava a dimensão conflituosa da emancipação, aspecto importante para a 
conjuntura da década de 1920 na sociedade brasileira, marcada por um conjunto de 
movimentos políticos e sociais que desestabilizaram os governos vigentes. Entre 
esses movimentos e acontecimentos, destacaram-se: os protestos e greves do 
movimento operário fabril; a criação do Partido Comunista; as dissidências entre as 
oligarquias governantes; as revoltas de jovens oficiais do Exército (tenentes); a 
realização da Semana de Arte Moderna; as críticas de intelectuais às contradições da 
modernidade no Brasil. 
 
 
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Vestibular Estadual 2021 | Exame Único | Questão 59: 
 
Assunto: Aspectos dos conceitos de pátria e nacionalismo 
Gabarito: Reposta Correta – Letra B – Comunidade imaginada 
Comentário da Questão: O romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, de autoria 
de Lima Barreto,foi publicado como livro em 1915. Em sua trama, apresenta 
personagens vivendo os primeiros tempos do Brasil republicano, em finais do século 
XIX. O protagonista do romance, Policarpo Quaresma, vivencia diretamente uma série 
de situações conflituosas, em contexto de instabilidade política e de revisões dos 
ideais de nação, herdados da monarquia e postos em xeque pelos adeptos do 
republicanismo. 
Merece destaque a atuação de Policarpo Quaresma na repressão perpetrada pelo 
Governo do Marechal Floriano Peixoto à Revolta da Armada (1893-94), movimento 
em que oficiais da Marinha lideraram sublevação contra o governo, em confrontos 
armados que afetaram a cidade do Rio de Janeiro. A atuação de Policarpo neste 
episódio culmina na sua desilusão com a ordem republicana então vigente, e com seu 
“triste fim”, ao ser condenado à morte por suposta traição ao governo de Floriano 
Peixoto. 
 
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O trecho do romance transcrito no enunciado da questão se insere neste momento de 
profunda desilusão do então Major Quaresma com a república. Sua indagação sobre 
a pátria expressa seus questionamentos sobre conceito que havia movido muitas de 
suas ações na vida, destaque para seu entusiasmo e seu apoio ao que foi 
apresentado como ordem e progresso pelos primeiros governos republicanos. Ao 
rever a história de outros povos, Major Quaresma percebeu o caráter conflituoso e 
incerto das lógicas de pertencimento que constituíram identidades nacionais e 
sentimentos patrióticos, nos processos associados a disputas políticas e territoriais, 
compreendendo a ideia de pátria como algo concebido nos termos de uma 
comunidade imaginada.