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Concurso de Crimes - Noções e Tipos

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Aula 04
PC-AM (Investigador) Direito Penal -
2021 (Pós-Edital)
Autor:
Equipe Penal e Processo Penal,
Renan Araujo
30 de Dezembro de 2021
Equipe Penal e Processo Penal, Renan Araujo
Aula 04
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Noções Iniciais sobre Concurso de Crimes 3
..............................................................................................................................................................................................2) Concurso Material de Crimes 4
..............................................................................................................................................................................................3) Concurso Formal de Crimes 5
..............................................................................................................................................................................................4) Crime Continuado 7
..............................................................................................................................................................................................5) Disposições Finais sobre Concurso de Crimes 10
..............................................................................................................................................................................................6) Questões Comentadas - Concurso de Pessoas - FGV 11
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Concurso de Crimes - FGV 18
..............................................................................................................................................................................................8) Lista de Questões - Concurso de Pessoas - FGV 22
..............................................................................................................................................................................................9) Lista de Questões - Concurso de Crimes - FGV 26
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 CONCURSO DE CRIMES 
Conceito e natureza 
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso formal, concurso material e crime 
continuado. A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante importante, pois isso 
influenciará na adoção do sistema de aplicação da pena. 
Três também são os sistemas de aplicação da pena: 
 Sistema do cúmulo material – Aqui, ao agente é aplicada a pena correspondente ao 
somatório das penas relativas a cada um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado 
no que tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso formal impróprio ou 
imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no concurso de penas de multa (art. 72 do CP); 
 Sistema da exasperação – Aplica-se ao agente somente a pena da infração penal mais grave, 
acrescida de determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao concurso formal 
próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do 
CP); 
 Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da infração penal mais grave, dentre todas 
as praticadas, sem que haja qualquer aumento. Foi adotado (jurisprudencialmente) em 
relação aos crimes falimentares, quando da legislação falimentar anterior. Não tem previsão 
no CP. 
 
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Concurso material (ou real) de crimes 
Está regulado pelo art. 69 do CP: 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas 
de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa 
de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a 
substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz dois ou mais resultados. Pode 
ser homogêneo, quando todos os crimes praticados são idênticos (ex.: dois homicídios), ou 
heterogêneo, quando os crimes são diferentes (ex.: um homicídio e uma lesão corporal). 
EXEMPLO: José vai à casa de Maria e atira nesta, matando-a. Após, procura o marido 
de Maria, que se banhava. Abre a porta do banheiro e dispara contra o marido de Maria, 
matando-o também. Nesse caso, temos duas condutas e dois resultados, logo, há 
concurso material de delitos. 
A solução neste caso é o sistema do cúmulo material, ou seja, as penas serão somadas. O Juiz irá 
aplicar a pena do crime 1, aplicar a pena do crime 2 e, ao final, irá proceder à soma das duas penas 
fixadas, chegando ao montante final. 
 
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Concurso Formal de crimes 
No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não. Nos termos do art. 70 do CP: 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se 
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até 
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão 
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o 
disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 
69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver unidade de conduta e pluralidade de 
resultados. No entanto, a unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas 
que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém que mata outra pessoa 
com diversas pauladas na cabeça. Embora neste caso haja diversos atos, há unidade de conduta. 
O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos mediante a conduta única forem 
idênticos, e será heterogêneo se os crimes praticados forem diversos. 
O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito: 
 Concurso formal perfeito (próprio) – Aqui o agente pratica uma única conduta e acaba por 
produzir dois resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há desígnios 
autônomos (Ex.: agente perde a direção do veículo e acaba atropelando e matando dois 
pedestres que estavam na calçada); 
 Concurso formal imperfeito (impróprio) – Aqui o agente se vale de uma única conduta para, 
dolosamente, produzir mais de um crime (ex.: Agente quer matar duas vítimas. Para poupar 
seu trabalho, amarra as duas vítimas juntas, coloca ambas no porta-malas de um veículo e 
ateia fogo). 
Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da exasperação, utilizando-se como base 
a pena do crime mais grave, aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte, 
do CP). Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a beneficiar o réu, em 
razão do menor desvalor de sua conduta. 
Entretanto, se estivermos diante de concursoformal imperfeito (impróprio), aplica-se a regra 
estabelecida pelo art. 70, segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois o 
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agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de maneira dolosa, agindo 
com intenções autônomas (desígnios autônomos). 
Há, ainda, a figura que se denominou de cúmulo material benéfico, que ocorre quando o sistema 
da exasperação se mostra prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação. 
EXEMPLO: Imaginem que o agente tenha cometido homicídio doloso simples (pena de 
06 a 20 anos) e tenha, culposamente, com a mesma conduta, lesionado levemente uma 
terceira pessoa, cometendo o crime de lesões corporais culposas em concurso formal 
com o homicídio (art. 129, § 6° do CP, pena de 02 meses a um ano de detenção). 
Nesse exemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial ao réu. Imagine que pelo 
homicídio doloso o agente tenha recebido pena de 10 anos de reclusão, e pelo crime de lesão 
corporal leve, tenha recebido pena de 06 meses de detenção. Nesse caso, aplicar o sistema da 
exasperação será péssimo para o agente, pois resultará em uma pena de 10 anos + 1/6 (pelo 
menos) = 12 anos. Somar as penas se mostra mais benéfico, logo, deverá o Juiz somar as penas 
(ao final, ficará em 10 anos e 06 meses). 
 
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Crime continuado
Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de concurso de crimes na qual o
agente pratica diversas condutas, praticando dois ou mais crimes, que por determinadas
condições são considerados pela Lei (por uma ficção jurídica) como crime único. Nos termos do
art. 71 do CP:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira
de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas,
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo
único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a consideração dos diversos delitos como um
único crime se dá apenas para fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição,
eles são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do CP.
A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado: a) pluralidade de condutas; b)
pluralidade de crimes da mesma espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de
execução e outras semelhanças.
A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala em “mediante mais de uma
ação ou omissão”.
A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes da mesma espécie? A Doutrina e a
Jurisprudência não são pacíficas. Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são
aqueles que tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto, estelionato,
apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma espécie, pois seriam todos “crimes
contra o patrimônio”.
No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de que crimes da mesma espécie são
aqueles tipificados pelo mesmo dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada,
consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie roubo e roubo qualificado.
Devem, ainda, proteger o mesmo bem jurídico (ex.: Roubo e Latrocínio NÃO são da mesma
espécie, pois no latrocínio se protege também a vida humana ).1
1 HC 449.110/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 02/06/2020, DJe 10/06/2020
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Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão de quatro gêneros: temporal,
espacial, modal e ocasional.
A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos na mesma época. Mesma
época não implica mesmo momento. A jurisprudência tem entendido que os crimes não podem
ter sido cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que se refere aos
crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que pode haver continuidade delitiva desde
que os delitos tenham sido cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos.
A conexão espacial indica que, para que seja considerada continuidade delitiva, os crimes devem
ser cometidos no mesmo local. A Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará
presente se os crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma região
metropolitana.
A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime sempre da mesma maneira, seja
pelo modo de execução, pela utilização de comparsas, etc.
A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas parte da Doutrina a entende como
a necessidade de que os primeiros crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a
prática dos crimes subsequentes.
Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que todos os crimes praticados
na verdade tenham sido partes de um único projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a
maioria da Doutrina, bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa unidade de
desígnios, de forma que a mera reunião dos demais requisitos não configura a continuidade
delitiva se os crimes foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vínculo entre eles. Isso
significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam a teoria objetivo-subjetiva,
desprezando a teoria objetiva pura, que não prevê a necessidade de unidade de desígnios.
Aplicação da pena no crime continuado
Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e específico. Entretanto, em
todos os casos se aplica o sistema da exasperação.
No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as mesmas. Exemplo: 10 furtos
simples praticados em continuidade delitiva. Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles,
acrescida de 1/6 a 2/3 (varia conforme a quantidade de delitos).
No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são diferentes, de modo que se
aplica a pena do mais grave deles, aumentada de 1/6 a 2/3.
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Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do art. 71 do CP, que trata de
crimes dolosos praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, com vítimas diferentes (ex.:
03 estupros, contra vítimas diferentes, mas em continuidade delitiva). Nesses crimes, havendo
continuidade delitiva, poderá o Juiz aplicar a pena de um deles (ou a mais grave, se diversas),
aumentada até o triplo. Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o §
único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não estabelece a quantidade
mínima nesse caso, mas a Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui também é
de 1/6.
No crime continuado, é bom frisar, também se aplica a regra do “concurso material benéfico”, ou
seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser aplicado o sistema do
cúmulo material.
Crime continuado e conflito de leis penais no tempo
Se durante a execução do crimecontinuado sobrevir lei nova, mais gravosa ao réu, esta última é
aplicada, pois se considera que o crime continuado está sendo praticado enquanto não cessa a
continuidade delitiva. Assim, sendo o tempo do crime o momento em que cessa a continuidade,
a lei nova chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a lei vigente
ao tempo do crime.
Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF (súmula 711).
Crime continuado e prescrição
Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime único, apenas para fins de
aplicação da pena, a prescrição é calculada em relação a cada crime isoladamente.
Entretanto, para o cálculo da prescrição RETROATIVA (a que leva em consideração a pena “em
concreto”), leva-se em conta a pena mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o
acréscimo que seria aplicado em decorrência da continuidade delitiva (ex.: José praticou dois
furtos em continuidade delitiva, tendo recebido pena de 01 ano para cada um, mas o Juiz aplicou
a exasperação e a pena final ficou em 01 ano + 1/6 = 01 ano e 02 meses. Nesse caso, para fins
de prescrição, será considerada somente a pena isolada de cada crime, ou seja, 01 ano, sem o
acréscimo dos “dois meses”).
Esta previsão consta na súmula 497 do STF.
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Disposições Finais
Prescrição e concurso de crimes
O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a consideração dos diversos delitos como um
único crime se dá apenas para fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição,
eles são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do CP:
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá
sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Aplicação da pena de multa no concurso de crimes
Prevê o art. 72 do CP que, no concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e
integralmente. Assim, ainda que se trate de concurso formal, por exemplo, não haverá aplicação
do sistema da exasperação para a pena de multa.
Essa aplicação é inquestionável no concurso material e no concurso formal. No entanto, no que
se refere ao crime continuado, há forte divergência.
Prevalece na Doutrina e na Jurisprudência, inclusive no STJ, que, nesse caso, não se aplica a
regra do art. 72, por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante ficção jurídica.
Logo, o agente receberia somente uma das multas.
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um 
crime de furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, 
subtrair bens do imóvel em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários 
estariam viajando, pois assim ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam 
qualquer ameaça ou violência. 
No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair 
bens. Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao 
comparsa para que este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava 
ocupada, decide empregar violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. 
Descobertos os fatos, Francisca e Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo 
majorado. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar 
A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado. 
 
B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução 
de pena. 
 
C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena 
do furto qualificado. 
 
D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa 
de diminuição de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. 
 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, o advogado deve buscar o reconhecimento da “cooperação dolosamente distinta” ou 
“participação em crime menos grave”, prevista no art. 29, §2º do CP, pois Francisca quis participar 
apenas de um furto, não de um roubo. Neste caso, Francisca deve responder pelo crime de furto, 
que foi aquele que efetivamente quis praticar. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
2. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes 
que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que 
o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em 
ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre 
essa tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria: 
a) Pluralista, com exceções; 
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b) Dualista, sem exceções; 
c) Monista, com exceções; 
d) Dualista, com exceções; 
e) Monista, sem exceções. 
COMENTÁRIOS 
O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de uma 
empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo 
crime). Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o 
consentimento da gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante 
responde por outro (art. 124 do CP). 
Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
3. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto 
afirmar que: 
a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda 
que o instigado não tenha iniciado a execução do delito; 
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando 
elementares do crime; 
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver 
praticado uma conduta que seja típica, ilícita e culpável; 
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, 
com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave; 
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se 
participação culposa em crime doloso. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Se o agente sequer inicia a execução, não há fato punível, na forma do art. 31 do CP. 
b) ERRADA: As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, quando elementares do crime, se 
comunicam aos demais agentes, na forma do art. 30 do CP. 
c) ERRADA: Para a teoria da acessoriedade limitada, haverá a punição do partícipe se o autor 
houver praticado uma conduta que seja, pelo menos, típica e ilícita. 
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d) ERRADA: O item foi dado como correto, mas está errado. Tal item trata da cooperação 
dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º do CP: 
Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, 
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Como se vê, o agente que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua 
pena será aumentada ATÉ a metade caso fosse previsível o resultado mais grave. O item fala em 
aumento DE METADE. Isso está errado, pois aumentar a pena DE METADE significa, 
necessariamente, mais 50% de pena,ao passo que aumentar ATÉ A METADE significa que o 
aumento pode CHEGAR A 50% (mas não necessariamente). 
Item errado, ao meu ver, o que geraria a anulação da questão. 
e) ERRADA: Item errado, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, 
os agentes devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver 
participação dolosa em crime culposo, e vice-versa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D (MERECIA ANULAÇÃO) 
4. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no 
concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta. 
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua 
culpabilidade. 
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave 
responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente. 
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3. 
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo 
todos os participantes responder pelo mesmo crime. 
e) Não há participação dolosa em crime culposo. 
COMENTÁRIOS 
a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 29 do CP. 
b) CORRETA: Tal item trata da cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º do CP. Se 
o agente que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua pena será 
aumentada ATÉ a metade caso fosse previsível o resultado mais grave. 
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c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 29, §1º do CP. 
d) ERRADA: O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que 
participam de uma empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo 
penal (mesmo crime). Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por 
terceiro com o consentimento da gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do 
CP) e a gestante responde por outro (art. 124 do CP). 
Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções (também chamada de “teoria monista 
mitigada”). 
e) CORRETA: Item correto, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, 
os agentes devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver 
participação dolosa em crime culposo, e vice-versa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
5. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede 
ajuda a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o 
melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma 
mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. 
A amiga prontamente atende ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo 
correr conforme o planejado, executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, 
apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela polícia. 
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido 
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por 
homicídio, sem a presença da circunstância agravante. 
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a 
circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. 
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de 
ter sido, o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia. 
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, 
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante 
também lhe será aplicada. 
COMENTÁRIOS 
A teoria restritiva sustenta a tese de que autor do delito é aquele que pratica a conduta descrita 
no núcleo do tipo penal (no caso em tela, o verbo “matar”), sendo partícipes todos aqueles que, 
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não praticando a conduta descrita no núcleo do tipo, prestam algum tipo de auxílio (moral ou 
material). 
No caso em tela, apenas Sofia praticou a conduta descrita no núcleo do tipo penal (matar), de 
forma que apenas esta é considerada AUTORA do delito. 
Lara, por sua vez, não é considerada autora do delito, mas PARTÍCIPE, por ter prestado auxílio 
material (emprestando a faca) à Sofia. 
Com relação à agravante (de ter sido praticado contra ascendente), esta não é extensível à Lara, 
pois se trata de circunstância agravante de caráter pessoal, aplicável apenas ao infrator que possui 
laço de parentesco com a vítima, nos termos do art. 65, II, e, C/C art. 30 do CP. 
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
6. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de 
uma residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta 
sua conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os 
dias de semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta 
ao sair do trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava 
destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência 
diversos objetos. 
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de 
Maria Joaquina. 
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu 
de alguma forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano. 
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a 
qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu 
conhecimento. 
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o 
sucesso da empreitada criminosa. 
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela, Maria Joaquina não deverá responder por qualquer infração penal, já que sua 
conduta foi absolutamente irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. A colaboração de 
Maria Joaquina não teve qualquer relevância para o fato criminoso, de maneira que não é punível 
(um dos requisitos da punibilidade da participação é a relevância causal). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
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7. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes 
situações: 
Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. 
Imbuído de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do 
estuprador. O serviço é regularmente executado. 
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro 
– o que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do 
estado puerperal. 
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus 
delinquentium), é correto afirmar que 
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de 
infanticídio. 
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldopelo crime de 
homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). 
No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, 
e Julieta pelo crime de infanticídio. 
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). 
No exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade 
simples, ela na modalidade privilegiada em razão da influência do estado puerperal). 
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo 
estado puerperal, responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio. 
COMENTÁRIOS 
Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo após injusta provocação da 
vítima, Amarildo responde por homicídio privilegiado, mas essa circunstância, por ser de caráter 
pessoal, não se comunica a Ronaldo, que responde por homicídio qualificado pelo motivo torpe 
(mediante paga ou promessa de recompensa); 
Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode ser praticado pela mãe 
contra o próprio filho, durante o estado puerperal, é atualmente pacífico o entendimento no 
sentido de que é possível concurso de agentes, desde que o comparsa saiba da condição de sua 
comparsa, ou seja, saiba que ela está matando o próprio filho sob a influência do estado puerperal. 
Assim, ambos responderão por infanticídio; 
Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV – 2018 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE) 
Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de 
seus ricos pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único 
disparo de fuzil em direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele 
único tiro seria suficiente para causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre. 
Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática 
de dois crimes de homicídio qualificado em 
A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas; 
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada; 
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada; 
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas; 
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela, Tício pretendeu alcançar os dois resultados mediante uma só conduta dolosa. 
Ou seja, havia desígnios autônomos em relação aos resultados. Aqui temos o chamado concurso 
formal impróprio ou imperfeito, previsto no art. 70, parte final, do CP, motivo pelo qual será 
aplicado o sistema do cúmulo material (soma das penas). 
GABARITO: LETRA D 
2. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - PRIMEIRA FASE) Otelo objetiva 
matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para tanto, 
desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa 
o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. 
Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a 
Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime 
de lesão corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto 
afirmar que 
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade. 
b) o juiz deverá somar as penas. 
c) é caso de concurso formal homogêneo. 
d) é caso de concurso formal impróprio. 
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COMENTÁRIOS 
O Juiz, neste caso, deverá somar as penas, ou seja, aplicar o chamado CONCURSO MATERIAL 
BENÉFICO. Isso porque, no caso em tela, temos uma espécie de concurso formal, no qual o agente 
mediante uma só conduta, e com um só intento, acaba por produzir dois resultados. Pela redação 
do art. 70 do CP, deveria o Juiz tomar a pena do crime mais grave como base e sobre ela aplicar 
um percentual de exasperação. Contudo, ainda que o Juiz aplicasse o percentual mínimo (1/6), a 
quantidade de “exasperação” ficaria muito acima daquilo que o agente receberia de pena se estas 
fossem somadas (dois anos ao invés de dois meses), de forma que a exasperação, no caso, se 
mostra como um sistema mais prejudicial que o cúmulo material, de forma que deve ser aplicado 
este, nos termos do art. 70, § único do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
3. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) As regras do 
concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da exasperação da pena) foram adotadas 
pelo Código Penal com o objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou 
dois ou mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao acusado, 
deverá prevalecer o sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais vantajosa do 
que o aumento de uma delas com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo). 
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de 
a) concurso material benéfico. 
b) concurso formal imperfeito. 
c) concurso formal heterogêneo. 
d) exasperação sui generis. 
COMENTÁRIOS 
Quando a conduta, por si só, seja hipótese de concurso formal, mas o cálculo de aplicação da pena 
pelo sistema da exasperação (art. 70 do CP) se demonstrar mais prejudicial que o cálculo de 
aplicação pelo sistema do cúmulo material (art. 69 do CP), o art. 70, § único do CP, determina que 
se aplica o sistema do cúmulo material. 
A esse sistema foi dado o nome de cúmulo material benéfico (concurso material benéfico). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
4. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II - PRIMEIRA FASE) Com relação ao 
concurso de delitos, é correto afirmar que: 
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida. 
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b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes. 
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o agente, por meio 
de uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em que as penas serão 
somadas. 
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os 
concursos material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime 
continuado. 
COMENTÁRIOS 
A afirmativa A está errada, eis que no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distinta 
e integralmente, nos termos do art. 72. A afirmativa B também está errada, que não há 
dependência jurídica entre eles. Há, apenas, dependência fática (devem ser praticados num 
mesmo contexto fático). A letra C caracteriza bem o concurso formal, no entanto, peca quanto às 
consequências, já que as penas não são somadas, aplicando-se o sistema da exasperação, nos 
termos do art. 70 do CP. 
Já a letra D está correta, eis que o sistema do cúmulo material(soma das penas) é aplicado ao 
concurso material e ao concurso formal imperfeito (agente pratica uma só conduta, atingindo mais 
de um bem jurídico, só que com a intenção de lesionar os dois), nos termos dos arts. 69 e 70, 
segunda parte, do CP. Já o sistema da exasperação é previsto para o concurso formal próprio ou 
perfeito (com uma só conduta atinge dois bens jurídicos, sem a intenção de lesionar ambos) e ao 
crime continuado, conforme podemos extrair dos arts. 70 e 71 do CP. 
Portanto, a AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA D. 
5. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM) Roberto estava dirigindo seu automóvel 
quando perdeu o controle da direção e subiu a calçada, atropelando dois pedestres que estavam 
parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-se em consideração o concurso de crimes, 
assinale a opção correta, que contempla a espécie em análise: 
a) concurso material. 
b) concurso formal próprio ou perfeito. 
c) concurso formal impróprio ou imperfeito. 
d) crime continuado. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela temos o clássico exemplo de concurso formal perfeito, ou concurso formal próprio, 
pois o agente, mediante uma única ação ou omissão, e agindo sem desígnios autônomos, produziu 
mais de um resultado, nos termos do art. 70 do CP. 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
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 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
1. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um 
crime de furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, 
subtrair bens do imóvel em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários 
estariam viajando, pois assim ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam 
qualquer ameaça ou violência. 
No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair 
bens. Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao 
comparsa para que este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava 
ocupada, decide empregar violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. 
Descobertos os fatos, Francisca e Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo 
majorado. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar 
A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado. 
 
B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução 
de pena. 
 
C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena 
do furto qualificado. 
 
D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa 
de diminuição de pena sobre a pena do crime de roubo majorado. 
 
2. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes 
que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que 
o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em 
ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre 
essa tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em regra, a Teoria: 
a) Pluralista, com exceções; 
b) Dualista, sem exceções; 
c) Monista, com exceções; 
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2 
d) Dualista, com exceções; 
e) Monista, sem exceções. 
3. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é 
correto afirmar que: 
a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda 
que o instigado não tenha iniciado a execução do delito; 
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando 
elementares do crime; 
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver 
praticado uma conduta que seja típica, ilícita e culpável; 
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, 
com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave; 
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se 
participação culposa em crime doloso. 
4. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no 
concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta. 
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua 
culpabilidade. 
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave 
responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente. 
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3. 
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo 
todos os participantes responder pelo mesmo crime. 
e) Não há participação dolosa em crime culposo. 
5. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede 
ajuda a Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o 
melhor horário, local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma 
mais eficiente possível, a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. 
A amiga prontamente atende ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo 
correr conforme o planejado, executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, 
apesar dos cuidados, tudo é descoberto pela polícia. 
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa 
correta. 
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A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido 
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por 
homicídio, sem a presença da circunstância agravante. 
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a 
circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente. 
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de 
ter sido, o crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia. 
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, 
praticado contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante 
também lhe será aplicada. 
6. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de 
uma residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta 
sua conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os 
dias de semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta 
ao sair do trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava 
destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência 
diversos objetos. 
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de 
Maria Joaquina. 
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu 
de alguma forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano. 
b) Deverá responderpelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a 
qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu 
conhecimento. 
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o 
sucesso da empreitada criminosa. 
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro. 
7. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes 
situações: 
Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. 
Imbuído de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do 
estuprador. O serviço é regularmente executado. 
Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro 
– o que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do 
estado puerperal. 
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Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus 
delinquentium), é correto afirmar que 
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de 
infanticídio. 
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). 
No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, 
e Julieta pelo crime de infanticídio. 
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio simples (ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). 
No exemplo 2, tanto Lucas quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade 
simples, ela na modalidade privilegiada em razão da influência do estado puerperal). 
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de 
homicídio qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo 
estado puerperal, responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio. 
 GABARITO 
 
1. ALTERNATIVA C 
2. ALTERNATIVA C 
3. ALTERNATIVA D 
4. ALTERNATIVA D 
5. ALTERNATIVA A 
6. ALTERNATIVA C 
7. ALTERNATIVA A 
 
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 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
1. (FGV – 2018 – MPE-RJ – ESTÁGIO FORENSE) 
Pretendendo matar seus dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de 
seus ricos pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e Caio estarem enfileirados e efetua um único 
disparo de fuzil em direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do material bélico, aquele 
único tiro seria suficiente para causar a morte dos dois colaterais, o que efetivamente ocorre. 
Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática 
de dois crimes de homicídio qualificado em 
A) concurso material, diante dos dois resultados mortes, devendo as penas serem somadas; 
B) concurso formal próprio, devendo a pena de um deles (mais grave) ser aumentada; 
C) concurso formal impróprio, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada; 
D) concurso formal impróprio, devendo as penas serem somadas; 
E) continuidade delitiva, devendo a pena de um deles (a mais grave) ser aumentada. 
2. (FGV - 2012 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - VI - PRIMEIRA FASE) Otelo objetiva 
matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para tanto, 
desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa 
o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. 
Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a 
Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime 
de lesão corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto 
afirmar que 
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade. 
b) o juiz deverá somar as penas. 
c) é caso de concurso formal homogêneo. 
d) é caso de concurso formal impróprio. 
3. (FGV - 2011 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - V - PRIMEIRA FASE) As regras do 
concurso formal perfeito (em que se adota o sistema da exasperação da pena) foram adotadas 
pelo Código Penal com o objetivo de beneficiar o agente que, mediante uma só conduta, praticou 
dois ou mais crimes. No entanto, quando o sistema da exasperação for prejudicial ao acusado, 
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deverá prevalecer o sistema do cúmulo material (em que a soma das penas será mais vantajosa do 
que o aumento de uma delas com determinado percentual, ainda que no patamar mínimo). 
A essa hipótese, a doutrina deu o nome de 
a) concurso material benéfico. 
b) concurso formal imperfeito. 
c) concurso formal heterogêneo. 
d) exasperação sui generis. 
4. (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II - PRIMEIRA FASE) Com relação ao 
concurso de delitos, é correto afirmar que: 
a) no concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida. 
b) o concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes. 
c) o concurso formal perfeito, também conhecido como próprio, ocorre quando o agente, por meio 
de uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes idênticos, caso em que as penas serão 
somadas. 
d) o Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os 
concursos material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime 
continuado. 
5. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM) Roberto estava dirigindo seu automóvel 
quando perdeu o controle da direção e subiu a calçada, atropelando dois pedestres que estavam 
parados num ponto de ônibus. Nesse contexto, levando-se em consideração o concurso de crimes, 
assinale a opção correta, que contempla a espécie em análise: 
a) concurso material. 
b) concurso formal próprio ou perfeito. 
c) concurso formal impróprio ou imperfeito. 
d) crime continuado. 
 GABARITO 
 
1. ALTERNATIVA D 
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PC-AM (Investigador) Direito Penal - 2021 (Pós-Edital)
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2. ALTERNATIVA B 
3. ALTERNATIVA A 
4. ALTERNATIVA D 
5. ALTERNATIVA B 
 
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Aula 04
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