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MÓDULO 1 - UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE O RÁDIO
História do Rádio e o Radiojornalismo Brasileiro
Como dica para saber mais detalhes sobre a História do Rádio Brasileiro, convido-o a assistir o filme: RÁDIO NO BRASIL / 1922-1990.
•        Criação e Direção Geral: Carlos Alberto Vizeu
•        Realização: Tele Tape
•        Supervisão: Art Plan Publicidade
•        Apoio cultural: Banco do Brasil
–       Projeto Produzido com incentivos da Lei 7505 de 02/07/1986 (Lei Sarney)
Para que você se torne um profissional completo em radiojornalismo é importante conhecer os detalhes que anteciparam o surgimento desse importante veículo de comunicação. Tudo começou com estudos e descobertas realizadas por pesquisadores e cientistas, que permitiram, através de sua dedicação, uma evolução da tecnologia. Os primeiros passos na direção do rádio foram dados no final do século 18 quando da descoberta do:
•        Telégrafo – que permitiu a transmissão de sinais à distância
•        Entre 1832-1837 – ocorreu a invenção do Código Morse
•        Na década de 1840 – houve popularização do telégrafo, como surgimento em 1844, a linha experimental nos EUA.
•        Somente mais tarde, em 1876, Alexander Graham Bell recebe carta patente do telefone.
Esses experimentos contribuíram para a formatação do que hoje chamaríamos de tecnologia do meio, ou seja, o produto que seria utilizado para a emissão de mensagens através de ondas invisíveis aos nossos olhos, mas capazes de reproduzir sons. Foi exatamente com esses estudos e engenhocas produzidas e criadas em experimentos que o rádio se tornou possível e se transformou num dos mais importantes veículos de comunicação.
Continuamos com o Módulo Um, lembre-se que ele é dividido em capítulos e que você deve ler atentamente os textos sugeridos. No texto a seguir vamos encontrar alguns dados sobre os experimentos feitos por cientistas que lebvaram a descoberta de que a voz poderia ser levada pelo ar, através de ondas eletromagnéticas. Leia o TEXTO 2:
Os experimentos 
Entre os importantes experimentos produzidos para se criar o rádio podemos citar:
- Em 1863 em Cambridge, na Inglatrerra, o professor de física experimental James Clerck Maxwell demonstra teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas e sua revelação interessa outros pesquisadores entre os quais o alemão Henrich Rudolph Hertz, que em 1887 fez saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre mostrando o princípio da propagação radiofônica, mudando os antigos "quilociclos"  para "ondas hertzianas" ou "quilohertz".
As indicações ou endereços das rádios AMs ou FMs (Amplitude Modulada) e (Frequencia Modulada) respectivamente são relacionadas ás ondas hertzianas, por isso, quando um locutor dava o indicativo de frequência da emissora no dial (sintonizador) ele normalmente diziaa frequência utilizada sendo, por exemplo, Kilohertz e Megahertz.   
Já a industrialização de equipamentos ocorreu quando se criou a primeira companhia de rádio, fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano Guglielmo Marconi.  Segundo os relatos, em 1896 Marconi demonstrou o funcionamento de seus aparelhos de emissão e recepção de sinais, quando percebeu a importância comercial da telegrafia.
Até então o rádio era exclusivamente "telegrafia sem fio", algo já bastante útil e inovador para a época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu funcionamento como tal.
Agora responda a pergunta:
Dê prosseguimento ao estudo lendo o TEXTO 3 deste Módulo, que vai lhe mostrar como foram os experimentos nesta área feitas no Brasil.
As atividades da produção de experimentos no rádio aqui no Brasil:
•        Telégrafo: “Em 1868, o Brasil contava com 2089 quilômetros de linhas construídas, 40 em construção e 75 autorizadas.
•        Em 1873, o Brasil é ligado pela telegrafia à Europa através de cabos submarinos." ALBUQUERQUE (1985, p.40)
Para lembrarmos - Ondas de rádio:
•        Em 1887 – Heinrich Rudolph Hertz comprovou a propagação de ondas de rádio
•        Em 1894 – Guglielmo Marconi demonstrou a comunicação sem fio e em 1896 criação da primeira companhia de rádio clom emissão e recepção de sinais.
E no Brasil?
A partir das descobertas dos cientistas a invenção do rádio tornou-se iminente, especialmente a partir de experimentos feitos por um padre-cientista brasileiro. Roberto Landell de Moura(1861 - 1928), padre-cientista gaúcho, construiu diversos aparelhos importantes para a história do rádio e que foram expostos ao público de São Paulo em 1893. 
Entre esses aparelhos estão:
Teleauxiofono (telefonia com fio)
Caleofono (telefonia com fio)
Anematófono (telefonia sem fio)
Inicialmente o rádio era visto como o telégrafo sem fio e o padre-cientista Landell de Moura foi, portanto, o precursor nas transmissões de vozes e ruídos. Após sua descoberta e seus testes, foram apresentados diversas teses sobre a nova forma de comunicação:
•        1890 – tese prevê a "telegrafia sem fio", "radiotelefonia", "radiodifusão", "satélites de comunicações" e "raios laser".
•        1900 - obteve carta patente que reconhece méritos de pioneirismo científico, universal, nas telecomunicações.
•        1904 – EUA dá cartas patentes: telégrafo sem fio, telefone sem fio e transmissor de ondas sonoras.
Mas, apesar de todos os seus estudos e demonstrações, a descoberta do rádio é dada, historicamente, ao italiano Guglielmo Marconi.
Na próxima unidade deste Módulo, no TEXTO 4 acompanhe uma introdução histórica do Radiojornalismo no Brasil.
O padre-cientista gaúcho, Landell de Moura, teve participação importante na invenção do rádio, mas a patente foi dada ao italiano Guglielmo Marconi, outro cientista que também teve papel fundamental na invenção do rádio.
Assim, vamos ver um pouco dos pioneiros na radiodifusão.
Se a transmissão havia sido feita, a recepção foi possível através de uma conjunção entre o aparelho de transmissão via ondas de rádio, descoberto inicialmente por um coronel norte americano: Henry H. C. Dunwoody, em 1906
•        Receptor funcionava de forma elementar, de fabricação caseira.
•        Um fragmento de galena (sulfeto de chumbo natural) era ligado a uma antena por meio de um arame fino (bigode de gato).
•        O som era captado pela antena, passava pelo cristal e era ouvido através de um par de auriculares.
Primeira estação
•        Em 1916 - foi instalada a primeira "estação-estúdio" de radiodifusão, em Nova Iorque (EUA).
Nela foi transmitido:
–       O 1º programa de rádio, que tinha conferências, música de câmara e gravações.
-       Nesta estação se tem o 1º registro de radiojornalismo, pois ocorreu a transmissão das apurações eleitorais à presidência dos EUA.
MÓDULO 2 - O RÁDIO NO BRASIL
O Rádio no Brasil
Em 07/09/1922 – ocorrem as comemorações do Centenário da Independência – e o evento tem transmissões feitas do alto do Corcovado, no Rio de Janeiro. A Westinghouse é convidada pela Repartição Geral dos Telégrafos para fazer uma demonstração pública de radiodifusão sonora. Para que a recepção fosse possível, a empresa mãe Westinghouse International Company distribuiu 80 receptores às autoridades civis e militares que os posicionaram em várias áreas públicas.
A Western Eletric Company expõe dois transmissores de 500 watts no mesmo evento. Foi nessa exposição que Edgard Roquette Pinto e outros pioneiros se interessam pelo invento e dedicam-se a implantá-lo no País.
Surge então a Rádio Sociedade do Rio Janeiro, em 20/04/1923, 1ª emissora regular brasileira, fundada por Roquette Pinto. A rádio tem como característica:
–       Programação fortemente ligada à cultura, música e artes.
–       Havia poucos aparelhos receptores e, portanto, poucos ouvintes.
–       A RSRJ – realiza as primeiras transmissões regulares no país com base em sociedade onde todos contribuem para sua permanência no ar.
Rádio em Pernambuco
Como vimos no conteúdo anterior, em 06/04/1919, às 21 horas, é fundada a Rádio Clube de Pernambuco. A iniciativa  foi tomada por jovens da elite de Recife. A intenção do grupo era a derealizar experiências de recepção radiotelefônicas. Somente quatro anos mais tarde, em 1922, durante o mesmo evento no Rio de Janeiro, o grupo adquire os equipamentos da Westinghouse, mas só começa a operá-los definitivamente e de forma regular em 17/10/1923.
Bibliografia
FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.
MCLEISH, Robert. Produção em rádio: um guia abrangente da produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001.
Agora, vamos dar sequencia seguindo para o texto dois.
TEXTO 2
Apesar de toda a evolução dos estudos sobre radiodifusão, o rádio ainda era pouco utilizado como veículo de informação. No início, as transmissões se restringiam a novelas e poucos filmes ou programas de auditório com concursos musicais e apresentação de calouros.
A radiodifusão comercial teve início no Brasil em 1919, com a fundação da Rádio Clube de Pernambuco. Alguns anos mais tarde, em 1923, o Governo autorizou a veiculação de publicidade comercial, que gerou recursos para a sobrevivência das poucas emissoras da época. Os “reclames”, como eram chamados, garantiu um bom momento para o rádio nesta época e um novo impulso. Surge então a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (Roquete Pinto) e a indústria produz os primeiros receptores movidos a válvulas alimentadas por energia elétrica, que gerou uma procura maior e o Rádio começa a ocupar uma vaga especial nos móveis das salas de visita, onde todos se reuniam para ouvir os programas. Na década de 1940  consolidava-se como o mais importante meio de comunicação.
Desde a década anterior, uma das emissoras que mais se destacava era a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, situada na Praça Mauá. A transmissão da Rádio Nacional começou em 12 de setembro de 1936, exatamente às 21 horas. Era uma empresa poderosa com 10 maestros, 124 músicos, 33 locutores, 55 radiatores, 39 radiatrizes, 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores, 13 repórteres, 24 redatores, 4 secretários de redação e 240 funcionários administrativos. Os programas iam ao ar em seis estúdios e um auditório de 500 lugares.
A Rádio Nacional operava com dois transmissores para ondas médias OM de 25 e 50 kW e dois para ondas curtas OC cada um com 50 kW. Conseguia assim cobrir todo o território nacional e atingia continentes como África, Europa e países como os EUA. Durante a 2ª Guerra Mundial, em 1941, dois programas marcariam definitivamente a radiofonia brasileira: O Repórter Esso e a  radio novela Em Busca da Felicidade. O país praticamente parava nestes horários em que entrava no ar o prefixo característico: “Senhoras e Senhoritas, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro apresenta Em Busca da Felicidade, emocionante novela de Leandro Blanco”, conforme registros de Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva em “Rádio: oralidade mediatizada” (São Paulo: Annablume, 1999).
Em 1948, o transistor substitui as válvulas e o rádio sai da parede para bolsos e se torna o companheiro do brasileiro em qualquer lugar, no trabalho, na cozinha, na rua. A substituição das válvulas elétricas por pilhas comuns transforma o rádio em miniatura e o veículo começa a viver a chamada Idade de Ouro do Rádio Brasileiro, entre as décadas de 40 e 50, período que antecede também o surgimento da televisão nos anos 50. A radio novela e os programas humorísticos, grandes musicais, programas de auditório, patrocinados por grandes anunciantes como General Motors, Laboratório Sidney Ross, Gessy Lever, fazem sucesso na grande de programação das emissoras.
Encerramos mais este rápido conteúdo, seguimos para a terceira etapa da história:
TEXTO 3
Com a televisão, o rádio perdeu o indispensável apoio dos anunciantes. Ocorreu a substituição da preferência dos “reclames falados”, ou cantados em deliciosas vinhetas, pela garota-propaganda na telinha de TV que surgira em 1950 com a PRF-3, TV Tupi de São Paulo. Iniciava-se uma escalada de audiência que viria a tirar a primazia do rádio dez anos mais tarde.
Na impossibilidade de acompanhar a televisão – veículo de integração nacional, com audiência maciça – as principais emissoras de rádio abandonaram, no final do século XX, o conceito de “público geral”, assumindo sua audiência atomizada e partindo para a  exploração de segmentos cada vez mais específicos (conforme Roberto P. Queiroz e Silva. “Questão de Publicidade no Rádio brasileiro”. Revista Comunicarte, nº 2. São Paulo: Educ, citado por Silva, 1999). Na capital paulista surgiram emissoras especialmente direcionadas para gêneros musicais como Rock, MPB, Samba, tendo como meta atingir um público de perfil bem delineado.
Outro caminho trilhado pelos grupos empresariais do Rádio foi a formação de redes de retransmissão por satélite para diferentes regiões do país. No final da década de 90 o país contava com 10 grandes redes: Líder-SAT (92 emissoras), Jovem Pan-SAT-FM (41), Rede Bandeirantes-AM(31), Transamérica-TransSAT(30), Antena 1-SAT (30), CBN (25), Gaúcha-SAT (22), Jovem Pan SAT-AM (19), Atlântica-SAT (12) e Bandeirantes-FM (6).
Paulo Machado Neto, diretor da Rede Jovem Pan SAT, delineia assim o futuro da radiofonia: “O Rádio, enquanto veículo de entretenimento deve ser universalizado. O futuro do veículo será por via satélite, até com a possibilidade de sintonia internacional através da banda digital (“Meio e Mensagem”. Abril, 1997).
Prestes a completar cem anos, daqui a  menos de duas décadas, o rádio consolida-se como o grande veículo de notícias e prestação de serviço, sendo insubstituível como mídia que se pode acessar a qualquer momento, em qualquer lugar, enquanto se faz outra coisa: As mãos que operam o teclado da Internet podem estar no volante, os olhos que se fixam na tela da TV podem perscrutar a estrada, a atenção necessária à leitura do impresso transforma-se no lazer de ouvir sem esforço.
Agora, guarde um pouco do conteúdo do texto 3. Relaxe, analise o texto e siga para a próxima etapa, no texto 4.
Vamos adiante, dando prosseguimento a esta disciplina no texto a seguir:
 TEXTO 4
O texto radiofônico
A entrada da TV com uma linguagem mais direta causou mudanças na oralidade do rádio. A redundância, processo que é combatido no texto de TV e também no impresso, é, porém, uma necessidade no Rádio, pela fugacidade do sonoro. Para Walter Ong (“Oralidad y escritura-tecnologia de la palabra”. México: Fondo de Cultura Econômica, 1987, citado por Silva,1999) é conveniente que o locutor diga o mesmo ou algo equivalente pelo menos duas ou três vezes. Afinal, o texto radiofônico está baseado na memorização, completamente diferente do processo visual e auditivo da TV ou visual e de memorização no impresso. Assim, no Rádio a mensagem utiliza expressões metricamente adequadas à memorização.
O texto escrito exige atenção exclusiva do leitor, assim como a TV exige pelo menos a atenção visual. No rádio, não é necessária atenção exclusiva. Ninguém precisa parar suas atividades para ouvir rádio. Por isto o texto radiofônico precisa captar a atenção do ouvinte com frases concisas, de forma atraente, clara, persuasiva. Trata-se de linguagem que deve combinar elementos verbais (o texto) e não-verbais  como a sonoplastia e até mesmo a voz de quem faz a narração/locução/leitura do texto e ou informação, cuja missão é entreter, informar e persuadir.
A voz no Rádio
A voz (locução) tem papel fundamental no Rádio. Ao ser vocalizado, o texto adquire identidade diferente, pois entra em ação o desempenho, a performance de quem lê/interpreta. Uma das vozes mais conhecidas do Rádio paulista é a de Eli Corrêa, apresentador/locutor da Rádio Capital AM. Com, sua frase bordão: “Oi Gente!” ele recria, reinterpreta, reinventa uma combinação de palavras que podem significar sua atuação em um grupo de pessoas e parta as quais ele faz sua identificação matinal para que elas possam recebê-lo em casa, no trabalho, no carro ou onde estiverem naquele instante em que o ouvem. Ele o faz com ritmo, clareza e emoção, que são as marcas do Rádio.
Também é importante saber improvisar para atuar no Rádio. A maioria dos textos, principalmente nasemissoras de Frequência Modulada, as FMs, não possui script/lauda textualizada, escrita. O locutor fala de improviso, de forma coloquial, o que o torna um grande improvisador. Mas Há ocasiões em que o texto é lido retirado de mídia impressa, ou os chamados "Gilete-press", como chama Heródoto Barbeiro.
MÓDULO 3 - OS PRIMEIROS MOMENTOS DA PRODUÇÃO RADIOFÔNICA NO BRASIL
O rádio no Brasil
•        Nos anos de 1920 – tivemos a fundação das primeiras emissoras brasileiras. Você se lembra quais foram?
A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e a Rádio Clube de Pernambuco...
Em forma de sociedade, as primeiras estações brasileiras podiam  manter-se de forma financeira para pagamento de pequenos custos operacionais, mesmo porque boa parte dos funcionários fazia parte da sociedade.
Mas durante os primeiros anos, o rádio se espalha pelo Brasil e mesmo se espalhando pelo país não é veículo de entretenimento de massa. Para entender como funcionava uma rádio sociedade você precisa saber que naquela época:
–       Quem tinha aparelho receptor pagava mensalidade.
–       As rádios recebiam doações
–       Sócios contribuíam 
–       Os anúncios eram raros e pouco colaboravam na manutenção financeira das emissoras.
•        Já nos anos 1930 – houve transformação radical –
Podemos dizer que as rádios sofrem um IMPACTO.
–       As rádios descobrem os meios financeiros que podiam ser recebidos através dos “reclames”. Os comerciais no rádio (mensagens publicitárias eram assim chamadas).
•        “O governo mostra, a partir dos anos 30, preocupar-se seriamente com o novo meio, que definia como ‘serviço de interesse nacional e de finalidade educativa’, regulamentando o seu funcionamento e passando a imaginar maneiras de proporcionar-lhes bases econômicas mais sólidas.”  ORTRIWANO, 1985, p. 15.
Por isso, surge na década de 30, a legislação para radiodifusão através do Decreto no 16.657 (11/1924), que regulamentou a radiotelegrafia e deu as Licenças de funcionamento para as primeiras emissoras.
•        Decreto no 20.047 (05/1931) – Licença para radiodifusão (diploma)
•        Decreto no 21.111 (03/1932) – Autorização veiculação de propaganda
Muito bem, passemos adiante. Vamos ao conteúdo 2 deste Módulo: 
TEXTO 2
Governo muda funcionamento das rádios
As mudanças e as preocupações do governo alteram de forma rápida o funcionamento das rádios nos anos de 1930:
•        As emissoras começam a se organizar como EMPRESAS.
•        A competição começava a ditar como seria a programação das rádios.
•        A faceta EDUCATIVA é deixada de lado.
•        O RÁDIO se torna meio EFICAZ para estimular o CONSUMO.
•        Empresas de diversos setores, na época, impulsionadas pela industrialização, descobrem o poder do rádio como mídia.
•        O rádio descobre seu poder como veículo de massa, que possibilita a integração nacional, para todos, descobre sua característica popular
As reformulações não ocorrem somente no campo conceitual e empresarial das emissoras, mas também na equipe técnica. Os PROGRAMISTAS (apresentadores da época, que atuavam quase sempre de improviso), compram espaços nas emissoras e produzem programas
Outros funcionários são incorporados às empresas:
•        Contato – publicitário para venda de espaços comerciais (reclames)
•        Redação – produção jornalística, reportagens
•        Produção – programas mais elaborados, que falassem diretamente ao público ouvinte 
•        Apresentação – mais apurada, sem improviso.
–       As emissoras revendem intervalos para publicidade e descobrem que podem sobreviver como empresas comerciais e não mais como sociedades.
Após as mudanças implantadas pelo Governo as emissoras de rádio sofrem profundas alterações desde questões técnicas como também de programação e descobre um de seus maiores poderes em termos de comunicação, o de poder falar para uma grande quantidade de pessoas simultaneamente.  Talvez, por essa razão, o Governo decidiu implantar mudanças que transformariam as rádios sociedades em empresas de radiodifusão e também a controlar o meio, permitindo, como vimos no texto anterior, que as empresas recebessem um diploma para atuar na radiodifusão e outra para gerar e veicular propaganda.
Assim, terminamos este texto.
TEXTO 3
Novos investimentos
Os investimentos – geram empregos para ARTISTAS e PRODUTORES até então estes trabalhavam como forma de sobrevivência sem muitos deles receberem salários apenas um tipo de ajuda. O grande passo das emissoras de rádio nesta época foi saber como produzir programas que tivesse apelo comercial e atraiam audiência suficiente para as empresas investirem recursos em publicidade. O filão aberto com a publicidade deu novo ânimo e novo fôlego para as rádios que viviam em dificuldades para manter sua programação.
A Rádio Record foi a primeira emissora a ter quadro fixo de funcionários, principalmente artistas e produtores. A produção, mais bem definida, busca a audiência. Assim, o pensamento foca exclusivamente em produções que tivessem apelo popular.
Nesta época, o rádio recupera sua importância e sofre pequenas mas importantes alterações.
Também nos anos 30, ocorrem inovações marcantes no rádio brasileiro:
•        A VOZ DO BRASIL – criado pelo Departamento de Propaganda e Difusão Cultural. 
•        1935 - Rádio Kosmos SP - Cria o primeiro auditório para acompanhamento de programas transmitidos pela emissora.
*       Rádio Jornal do Brasil começa a ser transmitida no Rio de Janeiro tendo como base programas de informação.
•       Em 1936 é cria em 12/09 a RÁDIO NACIONAL do Rio de Janeiro, maior lenda do rádio do Brasil.
Vamos em frente?
TEXTO 4
Cronograma do rádio no Brasil
São alguns poucos relatos, mas eles são importantes para você ter todas as informações sobre esse veículo de comunicação, sua história e sua contribuição para o jornalismo brasileiro. Siga as informações neste capítulo... 
Rádio nos anos de 1940:
•        Considerada a época de OURO do rádio brasileiro, pois foi um período em que a concorrência se acirrou entre as emissoras, com o objetivo de conquistar mais público.
•        Nesta época ocorre a popularização da programação e algumas emissoras baixam o nível das produções com programas apelativos para conquistar a audiência popular.
•        Em 1941 surge o Repórter Esso, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, programa que alinhava produção de notícias e tinha a célebre frase-slogan “testemunha ocular da história”. 
*O jornalístico ficou 27 anos no ar e foi um dos mais importantes do radiojornalismo brasileiro.
•        Em 1942 foi produzida a primeira radionovela - Em busca da felicidade – transmitida pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Como já vimos em Módulos anteriores, o fim da época de ouro ocorre na década seguinte, quando a TV é implantada (1950). Os profissionais e anunciantes migram para o novo meio de comunicação que ganha todos os investimentos e recursos publicitários. O rádio sofre com recursos esparsos para compra de equipamentos e renovação de contratos de profissionais.
Novos rumos para o rádio:
Com falta de programadores, apresentadores, artistas, o rádio assume o VITROLÃO - Pouca produção e muita música que virou especialidade do meio. Somente com a implantação de modelos de programas diferenciados, nas áreas de Jornalismo e Variedades, o rádio encontra um novo rumo.
•        Em 1954 – a Rádio Bandeirantes de São Paulo implanta um modelo de noticiário intensivo
•        As mudanças no rádio começaram em 1947 quando houve a invenção do TRANSISTOR, que permitiu uma revolução do mercado. Já vimos em Módulos passados que o transistor levou o Rádio da sala para o bolso, mão ou bolsa do ouvinte o que propagou intensamente sua utilização como companheiro, seja da dona de casa, seja do trabalhador, onde estivessem.
Em fins dos anos 1950 as mudanças permitiram uma melhoria da tecnologia:
•        Equipamentos menores e menos pesados
•        1959 - Unidades móveis (transmissores volantes) permitiram a aplicação de serviços de utilidade pública; achados e perdidos; meteorologia; tráfego.
Nos anos60:
•        Começam a funcionar rádios FM (Freqüência Modulada) e os primeiros canais fechados (assinatura por gosto musical - ambiente).
•        Rádio Imprensa – 1ª emissora a explorar este serviço
Nos anos 70
•        FM usa canais abertos – dedicada à música, com diálogo com o público, troca de idéias e informações em formato de shows. A nova programação se identifica com faixas sócio-econômicas maiores e há uma especialização marcante nos profissionais do mercado de rádio.
•        Grandes emissoras – querem diferentes públicos para horários diferentes.
•        Agências de produção radiofônica – vendem programas.
•        Em 1976 – é criada a Radiobrás – Empresa Brasileira de Radiodifusão .
Na década seguinte as emissoras dão destaque para a informação – usam rádio ao vivo, nos moldes all news norte-americano, surgem as redes de rádio (produção de programação integrada) transmitida simultaneamente para todo o território nacional.
–       Em 1983 – A Rede L & C de Rádio lança o 1º Jornal Nacional de Rádio – para 60 emissoras (16 estados)
•        Problemas das redes de rádio - programação homogênea mantém a cultura do estado gerador e não preserva as características culturais e a realidade local e regional.
Anos 90 e 2000
•        O rádio entra na era digital e é transmitido e acessado na Internet
MODULO 4 - ASPECTOS E CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO RÁDIO
TEXTO 1
Entre as áreas técnicas de uma emissora de rádio destacamos a principal delas, o estúdio. 
Podemos considerar que o ESTÚDIO:
–       É a base funcional da emissora de rádio.
Sendo assim, o estúdio é de onde se transmite as informações.
O ouvinte, receptor das transmissões efetuadas quer um som claro, que seja possível entender, onde a mensagem transmitida não tenha nenhuma distorção ou interferência.
Dessa forma, qualquer DISTORÇÃO prejudica a COMUNICAÇÃO
Por isso: uma técnica operacional ruim coloca em risco:
–       As boas ideias, as produções bem pensadas e trabalhadas bem como restringe a apresentação.
•        O radialista ou jornalista deve se concentrar na radiodifusão propriamente dita cuidar para que suas ideias, sua produção e sua apresentação seja a mais clara possível. Quanto melhor as condições de transmissão, melhor será a captação (recepção). As ideias serão recebidas e compreendidas de maneira mais fácil e melhor compreendidas.
Quando falamos em aspectos técnicos, eles devem ser:
•        Tão bons a ponto de não aparecer:
–       A edição – cortes nas sonoras ou na narrativa feita pelo repórter/apresentador.
–       Fading – saída de áudio para entrada de outro áudio.
–       Controle de níveis (volume) – sobe ou desce de uma gravação dentro da edição.
–       Qualidade de som – deve ser sempre perfeita, mesmo com ruídos, se houver, devem as palavras e a mensagem principal ser clara e não ser prejudicada pelos sons externos e ou sons do ambiente onde foi feita a gravação.
Se qualquer distorção pode prejudicar a comunicação, é melhor avaliarmos, neste momento,  se nossa comunicação com você de um bom resultado ou se houve alguma distorção e, consequentemente, prejuízo para seu aprendizado.
Por isso, sugiro que siga para o próximo texto.
Muito bem, vamos prosseguir então com nossa comunicação, sem distorções?
O próximo conteúdo (texto 2) apresenta dados relativos a como montar um estúdio, de forma que ele seja funcional como exigido.
Vamos em frente!!
 TEXTO 2
Ferramentas de estúdio de rádio
Quem trabalha em rádio tem como “ferramentas do ofício”:
Algumas delas:
1)     Microfones; 
2)     computadores; 
3)     gravadores; 
4)     mixador de áudio; 
5)     aparelhos de CD, pen drives ou diretamente nos programas de edição de áudio digital que ficam acomodados em pastas nos computadores que levam a programação para a transmissão.
O estúdio tem como papel a transmissão ou gravação. Ele pode ser de gravação automática ou com mais de uma sala, como , por exemplo:
 
–       ESTÚDIO DE OPERAÇÃO AUTOMÁTICA: pode ser uma única sala, para uso de uma só pessoa.
–       ESTÚDIO COM MAIS DE UMA SALA: duas ou mais salas são usadas em conjunto.
•        SALA DE CONTROLE – sala de mixagem e outros equipamentos. Com um microfone, pode ser estúdio de operação automática. 
 
Modelo de estúdio de operação automática
   Estúdio com duas salas
 A MESA DE ESTÚDIO é formada por:
•        MIXADOR DE ÁUDIO
Sua utilidade:
–       Mistura várias fontes que compõem um programa
–       Controla nível ou volume
–       Envia produto final para determinado destino
Concluímos assim mais um conteúdo do Módulo 4 da Oficina de Radiojornalismo e iniciamos o texto 3 que apresenta uma mesa de mixagem e sua utilidade.
Prossiga!!
TEXTO 3
Vamos então dar início ao conteúdo 3 do Módulo 4.
Mesa de Mixagem
•        Cada fonte do programa é conectada a mixador para que tenha seu próprio fader de canal e controles associados.
 A chegada dos computadores facilitou o armazenamento e a edição, pois grava, armazena, manipula e executa material de áudio na forma digital, oferecendo 100% de precisão.
Para captação e armazenamento, são utilizados como suportes de áudio:
•        CD (Compact Disc)
•        Albúns de vinil
•        MD (Minidisco)
•        HD (Hard Disc) 
As fitas magnéticas ainda são usadas, especialmente para captação jornalística:
–       Fita de áudio digital (Digital Audio Tape - DTA)
–       Fita cassete de áudio, usada em gravadores manuais
Os microfones:
•        Devem ter tamanho, peso, aparência, facilidade no manejo e uso, além de custo razoável. 
•        Os bons microfones convertem energia acústica em energia elétrica com precisão, são sensíveis aos sons mais discretos e não geram ruído.
Existem alguns tipos específicos de microfones com formas de captação:
–       MULTIDIRECIONAL – sensível a sons que chegam de todas as direções, muito usado em entrevistas coletivas, entrevistas realizadas em ambientes externos para captação da reação popular “povo fala”.
–       BIDIRECIONAL – são usados em perguntas e respostas durante entrevistas realizadas em ambientes fechados, quando o entrevistado e entrevistador, mesmo em ambientes abertos, estão frente à frente.
“O microfone é sensível a sons que se manifestam dentro da sua área de captação.” McLeish (2001, p. 39).
Ao encerrar mais um conteúdo, sempre é bom lembrar que ao final do Módulo você encontrará os exercícios de fixação para verificar o quanto você conseguiu apreender das informações e conhecimentos coletados. Então, vamos ao próximo conteúdo.
TEXTO 4
Toda a informação passada de forma técnica nos textos anteriores tem o objetivo de fazê-lo imaginar o funcionamento de uma estação de rádio, mais precisamente seus estúdios, pois neles são produzidas as tarefas que levarão ao ouvinte, o que foi ali produzido.
Por isso, em muitos lugares se trata da montagem da programação ou daquilo que será apresentado ou montagem dos registros.
A montagem é a preparação dos sons recolhidos, onde inicialmente deve-se ouvir o que foi gravado, tomar notas e registrar a duração para não se perder tempo. Por fim, selecionar os sons que devem ser usados. No caso do radiojornalismo, isso representaria a edição da reportagem sonora, aquela que será ouvida.
Antes da montagem das notícias, o repórter ou o técnico de som, deve montar os registros não somente para reduzir a duração da gravação ou selecionar um extrato, mas principalmente porque o material recolhido não está condensado. Assim, o material recolhido deve ser organizado de modo a tornar-se coerente e perceptível pelo público (Ganz, s.d.).
Após a seleção das notícias o responsável pelos boletins informativos terá de proceder à montagem dos registros e das notícias,transmitindo o que foi selecionado. Assim, na edição, costumamos aplicar o critério da importância das notícias, dispondo da pirâmide invertida, isto é, em ordem decrescente de importância (fatos mais relevantes para os menos relevantes).
No caso de boletins de cinco a dez minutos, é recomendável que a notícia mais importante seja colocada no final do programa para se obter um maior impactojunto do público. O mesmo já não deve acontecer em noticiários de maior duração, aplicando-se então o critério geral, isto é, iniciando pelas notícias mais importantes (Ganz, s.d.).
Em rádio o tempo é fundamental e deve ser seguido rigorosamente para se saber o tempo disponível para as montagens. Na fixação da relação tempo-espaço nas notícias radiofónicas interferem três fatores: o texto redigido, a velocidade do locutor e a sonoplastia (Sampaio, 1971). Para estabelecer o tempo de duração do boletim informativo de rádio, o tempo ocupado pela sonoplastia, ou seja, características, sonoras, som ambiente, passagens, trilhas e outros recursos, deve ser rigorosamente cronometrado (Sampaio, 1971).

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