Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tomografia 2 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - TC MODULO 1 HISTÓRICO Em 1961, o neurologista Willian H. Oldendorf abriu caminho para a TC descrevendo um sistema experimental que, em teoria, seria capaz de reproduzir as secções transversais de estruturas intracranianas de radiodensidades diferentes. Do que se pode extrair da literatura, foi Oldendorf um dos grandes iniciadores teóricos da TC, cabendo, contudo, todo o mérito a Hounsfield que teve a felicidade de introduzir o computador ao sistema básico e promover sua aplicação prática. Em 1967, o primeiro equipamento foi construído e o objeto a ser examinado constituía- se de um conjunto de peças de plástico fixadas numa porção móvel que durante o teste girava a ângulos desejados. O processamento levou 9 dias para ser concluído, dada a baixa intensidade da fonte de irradiação. Ainda em 1967, Hounsfield e Ambrose fizeram uma segunda experimentação, desta vez utilizando um tubo comercial de raio X para reprodução de uma peça cerebral retirada de um cadáver e colocada num recipiente de plástico. Havia um tumor no terceiro ventrículo que podia ser perfeitamente visualizado, após reconstrução computadorizada da imagem. Em 1969, foi iniciada a construção do primeiro protótipo de um tomógrafo para utilização clínica. O primeiro aparelho ficou pronto e instalado em outubro de 1971. A primeira tomografia computadorizada foi realizada em um paciente do sexo feminino, de 41 anos, com suspeita de um tumor no lobo frontal esquerdo, e o exame mostrou com perfeição a localização e as reais dimensões do tumor. Godfrey Hounsfield, inglês nascido em 1919 foi o inventor da tomografia computadorizada em 1972. Em 1979, Cormack e Hounsfield ganharam Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina O método foi bem recebido pela comunidade científica e de imediato passou a ser incorporado nos principais centros de radiologia no mundo. Atualmente a tomografia ainda é objetivo de constantes pesquisas, todas voltadas para agilização na obtenção dos cortes tomográficos e no desenvolvimento de software gráficos para o processamento e manipulação das imagens. DEFINIÇÃO: TC é um exame radiológico que exibe imagens tomográficas do tecido corporal através do computador. 3 O termo radiográfico tomografia deriva da palavra grega tomos, que significa "cortes". A TC proporciona imagens de cortes anatômicos nos planos axial, sagital ou coronal. As imagens são adquiridas no plano axial podendo ser reconstruídas nos planos coronal, sagital, oblíqua ou 3D. PRINCÍPIOS FÍSICOS A unidade de TC utiliza um tubo de raios-x de alta potência e um conjunto de detectores para capturar a informação anatômica do paciente. Essas informações são reconstruídas em uma imagem. Cada estrutura do corpo humano tem uma capacidade de absorver a radiação. As estruturas mais densas absorvem mais radiação; os detectores são menos sensibilizados formando imagens claras. As estruturas menos densas absorvem pouca radiação; os detectores são mais sensibilizados, formando imagens escuras. FORMAÇÃO DA IMAGEM O tubo de raios-x emite um feixe de radiação que atravessa o corpo do paciente; é captado pelos detectores dependendo da densidade, medindo essa densidade e atribuindo um valor para cada órgão; é enviado para o computador onde será transformado em imagem através de cálculo matemático. RECONSTRUÇÃO DA IMAGEM As imagens da TC mostram uma variedade de tons de cinza. A radiação incidente é atenuada pelo paciente de forma diferente e a radiação restante é medida pelos detectores. As estruturas de baixa densidade ( pulmões, estruturas preenchidas com ar) atenuam pouco a radiação, apresentando imagens de tons de cinza claro e escuro, enquanto as estruturas de alta densidade (ossos, meio de contraste) absorve toda ou quase toda a radiação, apresentando imagens claras. Os valores de atenuação serão armazenados no computador. Através de equações matemáticas a imagem de cada fatia é reconstruída, e consiste em uma matriz de valores de atenuação demonstrados em tons de cinza. GERAÇÕES DE EQUIPAMENTOS DA TC A partir do início dos anos de 1970, os sistemas evoluíram quatro gerações. A diferença entre as gerações está relacionada primeiramente com o número e forma de arranjo dos detectores. Primeira geração (1971): usavam um feixe de raios-x e um detector. Translação em toda a extensão. Precisava de 4,5 minutos de tempo de exposição para pegar informações para um corte de 180° de rotação do tubo e do detector; a qualidade da imagem era muito ruim. Só eram capazes de fazer TC de crânio. 4 (1975): os tomógrafos de segunda geração foram melhorados com o feixe de raios-x em forma de leque com 30 ou mais detectores; com um tempo de exposição de 15 segundos por corte, ou 10 minutos para um exame de 40 cortes. Terceira geração: feixe largo do tamanho do objeto, não necessitando de translação. Inclui um conjunto de até 960 detectores opostos ao tubo de raios-X, que giram juntos em torno do paciente em um ciclo completo de 360° para demonstrar uma fatia do tecido, reduzindo o tempo de exposição para três a dez segundos. Esses aparelhos trouxeram uma melhora na qualidade da imagem. Quarta geração: desenvolvidos durante os anos de 1980, possui um anel fixo de 4800 detectores ou mais cobrindo totalmente um círculo completo no gantry. Um tubo de raio-x gira em um arco de 360° durante a coleta de dados, emitindo curtos feixes de radiação com um tempo de corte de um minuto para todo um exame. 5 TOMÓGRAFOS HELICOIDAIS Nos primeiros tomógrafos o movimento do tubo de raio-x foi limitado por cabos de alta tensão. O tubo de raio-x girava 360° em uma direção para obter um corte; a mesa avançava, depois o tubo giraria 360° na direção oposta para obter outro corte. No sistema convencional, ainda, os dados são transmitidos aos computadores através de cabos fixos conectados aos detectores, sendo os outros cabos ligados ao tubo de raios-X. Esta tecnologia, por mais veloz que seja, limita a velocidade dos exames, face ao reposicionamento constante das partes que constituem o sistema e das limitações dos cabos. As paradas periódicas, mudanças de direção do movimento e reposicionamento do tubo e detectores dentro do Gantry produzem uma demora de 5 a 10 segundos entre os cortes. A tecnologia slip ring, anéis deslizantes, descoberta em 1990 substituiu os cabos de alta tensão e permitiu a rotação contínua do tubo de raios-X, combinando ao movimento do paciente no gantry, ou seja, enquanto o tubo está rodando, a mesa do paciente também se move continuamente para o interior do gantry e um grande volume de tecido pode ser irradiado, com tempos mais curtos, a partir de uma única exposição, adquirindo informações de modo espiral ou helicoidal. Os dados de atenuação dos raios-X que chegam ao detectores de um equipamento de TC helicoidal emitem um sinal analógico que, convertido em digital, podem sem reformatados pelo computador, fornecendo as imagens axiais. 6 TOMÓGRAFOS MULTISLICE Os tomógrafos de terceira e quarta gerações desenvolvidos antes de 1992 faziam um corte de cada vez. No final de 1998 os novos tomógrafos multislice possuem mais de uma fileira de detectores, ou seja, possuem várias linhas ativas de detectores associadas à alta velocidade de rotação do sistema tubo-detetor. Assim, para cadavolta completa do tubo de raios-x em torno do paciente, quatro cortes são gerados simultaneamente, sendo quatro imagens por rotação do tubo de raios-X. Possibilitam a aquisição de imagens de um grande volume de tecido em tempo muito curto. Porém, há um potencial aumento da dose para o paciente. Foram progredindo rapidamente e atualmente fazem até 64 cortes por rotação. Tipos de Tomógrafos Três tipos de TC, (A) convencional; (B) helicoidal e (C) helicoidal multi-cortes. 7 VANTAGENS EM RELAÇÃO À RADIOGRAFIA CONVENCIONAL 1- As informações tridimensionais são apresentadas na forma de cortes finos de estruturas interna. 2- Não há sobreposição de estruturas porque o feixe de raios-x é colimado para cada corte; a imagem não é degradada pela radiação secundária. 3- A TC detecta melhor a diferença de densidade entre dois tecidos. A radiografia convencional pode mostrar tecido com pelo menos 10% de diferença de densidade, enquanto a TC detecta diferenças de densidade de 1% ou menos, auxiliando no diagnóstico das doenças. Ex.: uma massa sólida pode ser diferenciada de um cisto. 4- MPR - Reconstrução Multiplanar: A informação adquirida pode ser reconstruída e vista em vários planos sem uso de exposição adicional para o paciente. 5- Manipulação dos dados de atenuação: as informações coletadas pelos detectores podem ser manipuladas (ajustando o brilho e contraste com melhor resolução de imagem). As lesões vistas na imagem podem ser medidas e os valores numéricos (números de TC) podem ser analisados quanto a sua composição (gordura, cálcio, água, etc.) ESCALA DE HOUNSFIELD É uma representação numérica das densidades das estruturas em TC. Nessa escala as unidades assumem valores pré estabelecidos à partir da atribuição do valor zero, correspondente a água, ou seja, as análises de densidade começam à partir da água na escala, pois a água é estrutura intermediária. Tecidos com densidade maior que a água assumem valores positivos e os tecidos com densidade menor que a água, assumem valores negativos; numa escala entre -1000 (ar) até 1000 (osso). 1000 0 -1000 osso água ar REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA DAS DENSIDADES DAS ESTRUTURAS EM TC Tecido Unidades Hounsfield Tom de cinza Osso 1000 branco Fígado 60 Cinza claro Pâncreas 50 Cinza claro Parênquima Cerebral 35 Cinza claro Músculo 20 Cinza claro Água 0 Cinza escuro Gordura 20-80 Cinza escuro Pulmão 500-800 Cinza muito escuro Ar -1000 preto 8 TOMÓGRAFO O tomógrafo é composto por um conjunto de sistemas: - Sistema gerador de raios-x: responsável pela geração do feixe e emissão da radiação. - Sistema eletroeletrônico: composto pelo bloco de alimentação do aparelho e dispositivo que controla o movimento da mesa, do gantry, do arco detector, etc. - Sistema Mecânico: responsável pela parte externa do aparelho, dispositivos pneumáticos, engrenagens, etc. - Sistema de Informática: aquisição dos dados, geração, apresentação, armazenamento e impressão das imagens. COMPONENTES DA TC Gantry, mesa de exame, gerador (tubo de raios-x), mesa de comando, computador 9 GANTRY É um dispositivo em formato de rosca. Em seu interior encontram-se o tubo de raios-x, os detectores, os colimadores, o sistema de refrigeração do tubo de raios-x e os motores para angulação do conjunto. pode ser angulado entre -30º e +30º em relação ao eixo vertical. O gantry possui uma abertura central com um diâmetro entre 60 e 70 cm que envolve o paciente; ele permanece dentro dessa abertura durante o exame. Na parte frontal do gantry há um painel de comandos manuais que possibilita a movimentação da mesa, a angulação do gantry, o deslocamento da mesa, a regulagem da altura da mesa, além de um botão para desconexão de emergência. Existem, também, marcadores digitais que informam a angulação em graus e, a partir do ponto zero, a posição em que se encontra a mesa com o paciente (em milímetros). O posicionamento do paciente é realizado com o auxílio de eixos luminosos vertical e horizontal com os quais se pode situar o paciente de acordo com a exploração desejada. Um sistema de megafonia permite ao operador se comunicar com o paciente durante o exame. MESA DE EXAME É o local onde o paciente é posicionado para a realização do exame. É regulável em altura e profundidade em relação ao gantry, com altura de 38 a 93 cm do solo. Para cada imagem gerada, há um pequeno deslocamento da mesa, o sentido de deslocamento será pré-fixado de acordo com a programação dos planos de corte definidos para o estudo desejado. A mesa permite a utilização de acessórios, como suporte para exames do crânio, extensão e prolongamento da mesa para alguns exames, dispositivos de contenção do paciente. O material de confecção deve apresentar pouca absorção dos raios-x ou radiotransparente para não interferir na reconstrução da imagem nem gerar artefatos. A mesa possui um tampo deslizante, sistema de elevação do tampo e suporta até 180 kg. 10 TUBO DE RAIOS-X É semelhante ao tubo utilizado nos aparelhos radiológicos convencionais, porém existem modificações de modelo para garantir que o tubo seja capaz de suportar o calor adicional provocado pelo aumento dos tempos de exposição. Os aparelhos de TC necessitam de um sistema de refrigeração que utilize líquido refrigerante com circulação forçada, além de um sistema de radiador para a transferência do calor retirado pelo líquido do tubo para o meio externo. Os tubos apresentam anodos giratórios com rotações acima de 10.000rpm para auxiliar na dissipação de calor. DETECTORES Dispositivos posicionados ao lado oposto da fonte de raios-x, dispostos em arco em torno da circunferência da abertura. Eles convertem os fótons de raios-x em sinais elétricos que são enviados para o computador e transformados em imagem. Quanto maior o número de detectores, maior a resolução. Os detectores nos equipamentos de tomografia são tão importantes quanto o tubo de raios-x. Suas principais características estão relacionadas com o custo, eficiência, estabilidade e velocidade. Os aparelhos de TC apresentam dois tipos de detectores de radiação: os detectores de câmara de ionização e os detectores de cristais de cintilação. Os detectores de câmara de ionização são formados por tubos que possuem gás nobre (xenônio) em seu interior. Quando a radiação atinge os detectores, esse gás em contato com a radiação sofre uma ionização, formando uma corrente elétrica que levará a informação ao computador. Os detectores de cristais de cintilação são formados a partir de cristais de Iodeto de Sódio. A radiação vai atingir os cristais que emitirá uma luz na mesma proporção que a radiação incidente, e será transformada em corrente elétrica pelos fotomultiplicadores. Em seguida é levada ao computador, vai formar a imagem. 11 MESA DE COMANDO (CONSOLE) Permite o comando do aparelho de TC. Através do teclado, introduzem-se os dados. O monitor permite visualizar o planejamento dos exames, protocolo de exame e também as imagens obtidas. O mouse ou trackball facilita o trabalho com as imagens.DESCRIÇÃO DO MÉTODO O tubo de raios-x é posto em movimento em trilho circular (gantry) sobre uma mesa de exame móvel. O feixe de raios-x é colimado para um fino leque que atravessa o paciente e interage com os detectores dispostos em espaços próximos montados no trilho, para acompanhar o movimento circular do tubo. Após completar um "corte", a mesa móvel desloca-se para frente ou para trás, dando início a outro "corte". Nos equipamentos de terceira geração os tubos apresentam uma vida média de 80.000 cortes. Nos equipamentos helicoidais e nos Multislice, os tubos são projetados para uma vida média de 500.000 cortes DADOS TÉCNICOS SOBRE A TC Para que possamos realizar um exame de TC é preciso trabalhar alguns parâmetros que os equipamentos nos oferece. Com esses parâmetros conseguimos retirar o máximo de informação, levando em conta que cada marca e tipo de aparelho varia em nome e variedade de seus parâmetros. Descrevemos abaixo alguns dados em que todos se assemelham: Espessura de Corte: a espessura de corte ou colimação do feixe está relacionado com o tamanho dos cortes. Assim, uma colimação de 5mm implica a geração de um corte de 5mm 12 de espessura de tecido irradiados pelo feixe primário. A escolha de uma espessura de feixe maior pode fazer com que pequenas alterações no tecido não sejam percebidas na imagem, e espessuras muito pequenas exige um maior número de imagens; isso implicará aumento no tempo de exame.O uso de pequenas espessuras é fundamental para a qualidade da imagem, porém, aumenta a dose de radiação no paciente. Assim, é de grande importância a escolha da espessura do feixe. Os aparelhos mais modernos permitem uma colimação de até 0,5mm, sendo comuns espessuras de 1 mm a 10mm. Incremento ou Index: é o espaço entre os cortes, onde a mesa se desloca após um corte, variando entre 0,5mm a 20 mm. A escolha das distâncias dos eixos de corte e espessura do feixe estão relacionadas por um fator denominado pitch, que é a relação entre o deslocamento da mesa e a espessura do corte. Quanto maior a relação, menor tempo de exame, menos exposição aos raios-x e menor qualidade de imagem. Recomenda-se que uma seqüência de cortes apresente um valor de pitch maior que um. Neste caso o deslocamento da mesa é maior que a espessura do corte, e menor dose de radiação para o paciente. Porém, se o valor do pitch for muito maior que um, significa que áreas entre os eixos de corte não estão sendo irradiadas e, alterações nessas áreas não poderão ser apresentadas nas imagens. A alta-tensão ( KV): significa penetrabilidade.Quanto maior o valor do KV, mais elétrons serão acelerados e o feixe de raios-x será mais penetrante,fazendo com que chegue um maior número de fótons nos detectores. O KV varia de 80 a 100. MA: quantidade de elétrons produzidos no filamento do catodo, variando de 150, 200, 300. Serve para detalhar as estruturas. MAs: quantidade de elétrons passando pelo tubo num determinado tempo; quantidade de radiação produzida para formar uma imagem. F.O.V. (Field of View) - campo de visão: é o diâmetro de apresentação das imagens adquiridas. Refere-se à área examinada pela tomografia. Normalmente o FOV é definido em centímetros. Assim, é normal estabelecer um FOV de 22 cm para o estudo tomográfico do crânio. Quanto maior o tamanho, mais estruturas visualizadas, porém em tamanho menor. ZOOM: aumento da imagem a partir de dados de aquisição de imagem. ROI: dispositivo que serve para medir a densidade. PIXEL: é a unidade da matriz, elemento de área que forma a matriz. Quanto mais pixels, maior a matriz. Cada unidade de matriz corresponde a um valor numérico binário que entra no sistema de processamento, indicando o valor de atenuação do feixe de raios X correspondente a igual volume de tecido no crânio do paciente. MATRIZ: arranjo de linhas sobre colunas composta de pixels dispostos em colunas e linhas. É responsável pela formação da imagem. Quanto maior a matriz, menor pixel e melhor qualidade de imagem. Os aparelhos de TC apresentam matrizes padronizadas em diversos 13 tamanhos, porém, as mais utilidazadas são as de 340 x 340 e 512 x 512. VOXEL: elemento de volume tridimensional da imagem. Imagem matricial: pixel (elemento de imagem) e voxel (volume de imagem) AJUSTES DE JANELAS: são ajustes que nos permite melhorar e evidenciar alguma estrutura desejada, ou seja, através da janela a imagem vai ser manipulada, ajustando brilho, contraste, nitidez, granulação. FILTRO: proporciona o estudo específico dos tecidos, dando-lhes maiores características de evidência nas imagens. São utilizados para partes moles e partes ósseas. 14 MODULO 2 TERMINOLOGIA - Aquisição de dados: os detectores captam a radiação dependendo das densidades das estruturas. - Varredura: está relacionada com o tempo de aquisição da imagem. - Feet First: (pés primeiro) indica que os pés estão posicionados primeiro em relação ao gantry. - Head First: (cabeça primeiro) indica que o paciente está posicionado com a cabeça em direção ao gantry. - Disque drive: disco que armazena as imagens dentro do computador. - Disco Óptico: disco de leitura das imagens. - Reconstrução Multiplanar: é a reconstrução da imagem em outros planos como: coronais, sagitais, oblíquos. - Reconstrução em tempo real: é a reconstrução da imagem ao mesmo tempo em que os cortes estão sendo feitos. -TC de alta resolução: são TC capazes de gerar 300 imagens por segundo com alta resolução, de acordo com o protocolo aplicado. - Ruído: está relacionado com a variação dos números de TC. Pode ser gerado de acordo com a espessura do corte, tamanho de objeto e detectores. - Artefatos: representações na imagem que não se originam das estruturas do corpo do paciente, são causados pelo movimento do paciente, meios de contraste, falta de calibração do equipamento, objetos metálicos, entre outros. - Calibração: É a mensuração da intensidade do feixe e ajuste dos detectores. - Escanograma ou Scout: imagem digital radiológica que serve para realizar o planejamento dos cortes. Pode ser de frente ou perfil, também chamada de imagem piloto. - Magazine: Dispositivo com capacidade para 100 filmes, utilizado para o transporte dos filmes para a câmera escura, onde serão revelados. - Fator Pitch: relação entre o deslocamento da mesa e a espessura de corte. - Delay: É o tempo de espera para iniciar aquisição de imagens após o início da injeção do MC venoso. - Bomba Injetora: Equipamento que realiza a injeção do MC por via arterial ou venosa, (sendo a venosa habitual para TC). Por meio de punção venosa é ligada por um cateter a uma seringa com contraste, que conectada ao equipamento em que está planejada a velocidade, quantidade e delay para esta injeção. 15 MEIOS DE CONTRASTE Antes do exame é necessária a realização da anamnese que é uma entrevista onde o paciente é informado da finalidade do exame e sobre o uso dos meios de contraste; riscos e efeitos adversos desses produtos. Os riscos inerentes ao uso do iodo vão desde simples desconfortos a choques anafiláticos e parada cárdio- respiratória. Os serviços de tomografia utilizam questionários para rastrear antecedentes alérgicos ao uso do iodo, obtendo autorização formal mediante assinatura em formulário próprio. Os meios de contraste mais utilizadossão os compostos à base de iodo, aplicados na grande maioria dos exames. Eventualmente, contrastes positivos de compostos de bário podem ser aplicados em estudos do trato digestório, e meios negativos, como ar e a água, no trato digestório, em vísceras ocas. São grandes contribuintes no estudo de níveis líquidos e aéreos nas TCs de tórax, abdome entre outras. A dose recomendada pelos laboratórios é de 1 a 2 ml de iodo por kg de peso e, no caso do sulfato de bário, a dose é de 1g/ml REAÇÕES ADVERSAS AO MEIO DE CONTRASTE As reações adversas são raras; a maioria aparece durante os primeiros 30 minutos, 70% dos casos ocorrem dentro dos primeiros 5 minutos depois da injeção do MC. Somente pacientes de alto risco precisam ser supervisionados por mais do que 30 minutos. Como tais pacientes podem geralmente ser reconhecidos por meio de uma anamnese adequada, eles podem ser pré-medicados. 16 PREPARO DO PACIENTE - Pacientes que se submetem ao exame sem meio de contraste não necessitam de preparo - Pacientes que se submetem ao exame com contraste iodado devem fazer jejum de no mínimo quatro horas. O jejum é necessário porque os meios de contraste à base de iodo podem provocar náuseas e vômitos. - Orientar o paciente para que se mantenha imóvel durante a aquisição das imagens. - Remover objetos metálicos. - Explicar ao paciente sobre o procedimento do exame e a importância de sua colaboração. - Esclarecer dúvidas. - Orientá-lo sobre a posição do tomógrafo e a provável injeção de contraste. - Realizar anamnese em relação ao contraste e o motivo do exame. PROCEDIMENTO - Posicionar o paciente de acordo com o tipo de exame. - Registrar os dados do paciente ( nome, idade, sexo e exame que será realizado). - Escolher o protocolo do exame que encontram-se gravados no sistema. - Realizar uma radiografia digital (scout) para o planejamento dos cortes. - Injetar o meio de contraste, se necessário. - Iniciar a aquisição das imagens. PROCESSAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DAS IMAGENS Após a formação da imagem, as mesmas serão janeladas e fotografadas. Em seguida vão para a câmara laser onde será impressas no filme ou arquivadas em mídias, como CDs, DVDs, discos ópticos, fitas magnéticas. A documentação dos exames é muito importante para o diagnóstico. As imagens precisam ser documentadas levando-se em consideração o tecido de interesse e o contraste da imagem. O valor “nível“ ( WL – Width Level ) está associado a densidade do tecido e representa o brilho da imagem. O contraste da imagem é representado pelo valor “janela” ( WW – Width Window ) que está relacionado com a escala de cinzas que comporá a imagem. 17 ASPECTOS DE SEGURANÇA O equipamento de tomografia opera com raios-X e por isso requer os cuidados comuns de proteção radiológica previstos na Portaria 453, de 02/06/98, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Para prolongar a vida útil, o tubo de raios-X deve ser aquecido após duas horas de inatividade. Após o aquecimento do tubo, é conveniente, pelo menos uma vez ao dia fazer a calibração dos detectores. Este procedimento evita o aparecimento de artefatos na imagem, especialmente os do tipo anelar. Nos equipamentos dotados de lâmpadas laser, para posicionamento do paciente, deve- se tomar o cuidado para não direcionar o feixe luminoso nos olhos do paciente. O limite de peso estipulado pelo fabricante deve ser respeitado, evitando-se assim, danos à mesa de exames e problemas no seu deslocamento durante o procedimento. Alguns equipamentos são dotados de mecanismos de segurança especiais que permitem interromper a alimentação elétrica do conjunto gantry/mesa. Estes mecanismos são particula rmente importantes quando se observa a presença de fumaça, fogo ou faíscas nestes componentes. Equipamentos que eventualmente apresentem problemas de desempenho do software necessitam ser totalmente desligados. Após algum tempo, levanta-se o sistema (startup) e observa-se se o problema foi solucionado. Não se obtendo resultado satisfatório, contrata-se o fabricante. Cuidado especial deve ser dado às angulações do gantry durante exames. Alguns pacientes podem ter parte do corpo pressionada pelo equipamento ou, até mesmo, apresentar fobia apor causa da proximidade do equipamento. Alguns fabricantes obrigam os operadores a fazer angulações somente no painel do gantry. PROTOCOLOS DE EXAMES DA TC Os protocolos e planejamentos são aplicados às características do equipamento e rotina do serviço. PROTOCOLO TC ABDOME PRINCÍPIOS GERAIS: - PREPARO: - jejum absoluto 6 horas - Esvaziar a bexiga antes de iniciar o preparo V.O, não urinar mais. PREPARO V.O. - Abdome- 1 Hora. - Abdome + Pelve 2 Horas. 18 VOLUME DE CONTRASTE V.O. - Abdome 1 L - Abdome + Pelve 1 L - Administrar 1 copo(150 ml) de 10 em 10 minutos + 1 copo na mesa de exame. - Utilizar contraste iodado iônico á 3%(30 ml em 1 litro de água. CONTRASTE E.V. - Usar Bomba Injetora sempre que possível -Volume: 2ml Kg(60% ou 76%) até 100 Kg. - Velocidade da Injeção: . Portal- 3ml p/ seg. . Arterial 4/5 ml p/seg. - Utilizar gelco nº 18-22 - Usar somente contraste não iõnico em bomba injetora. FASES DA AQUISIÇÃO: - Arterial: 25 seg. após a injeção E.V. do contraste - Portal: 60 seg. após a injeção e.v. do contraste - Equilíbrio: 3-5 minutos, após o início da injeção E.V. do contraste. - Fases tardias: 15 Min. Após o início da injeção E.V. do contraste. INDICAÇÕES DO CONTRASTE E.R ENDO RETAL: - Diverticulite Aguda - Apendicite aguda - Neoplasia Neoretal - Tumores pélvicos. MÉTODO DE INTRODUÇÃO DO CONTRASTE ENDORETAL: - Utilizar contraste iodado iônico, diluído á 5%(50 ml em 1000 ml de soro). - Passar sonda uretral 16 ou 18 por via retal ou sonda retal nº 10 - Deixar correr todo o soro antes de iniciar o exame. 19 ESPESSURA DO CORTE. - Cortes contíguos de 5/7 mm de espessura - Cortes finos contíguos de 3mm EXTENSÃO DO EXAME - ABDOME: - Cúpula diafragmática até crista ilíaca ou pólo inferior dos rins. - Crista ilíaca até sínfise púbica - ABDOME + PELVE: - Cúpula Diafragmática até a sínfise púbica PROTOCOLO TC CRÂNIO POSICIONAMENTO - Paciente posiciondo em decúbito dorsal, com a cabeça encaixada ao suporte de crânio. A cabeça deve estar bem posicionada para haver simetria dos lados e não ocasionar imagens duvidosas. SINTOMATOLOGIA E ANAMNESE -Sintomas Apresentados ( tonturas, enjôos, distúrbios visuais, dormências em membros, desmaios, convulsões, enxaqueca, sinusite, teve trauma). EXTENSÃO DO EXAME - Início: linha supra-orbitomeatal e base do crânio - Término: vértice 20 MÉTODO DE INTRODUÇÃO DO CONTRASTE - Contraste: Via venosa - Quantidade: 1 a 1,5ml/Kg de peso - Injeção: manual - Escanograma: perfil - Espessura de corte: 3-5mm/7-10mm - Incremento: 5mm/10mm - Nº de cortes: 9 fossa posterior/ 12 supra-tentorial - KV: 120; mAs: 150; FOV: 25cm; Filtro: partes moles; Pitch: aquisiçãosequencial PÓS-PROCESSAMENTO - WL (nível): 38 - WW (amplitude): 200-80 PROTOCOLO TC TÓRAX POSICIONAMENTO - Paciente posicionado em decúbito dorsal com os MMSS para cima, junto ao crânio. SINTOMATOLOGIA E ANAMNESE - Quais sintomas vêm apresentando? Tosse, dores no peito,dores nas costas, escarros (cor), falta de ar, cansaço. Se fumante: pneumonia, tuberculose. Trabalha com excesso de poeira? Ha quanto tempo apresenta os sintomas? EXTENSÃO DO EXAME - Início: ápice de Tórax - Término: região supre-renal 21 MÉTODO DE INTRODUÇÃO DO CONTRASTE - Contraste: Via venosa - Quantidade:1,5ml/Kg de peso - Injeção: 2,5 a 3ml/seg - Escanograma: frente - Espessura de corte: 7mm a 10mm - KV: 120; mAs: 150; FOV: 35cm; Filtro:partes moles e pulmão; Pitch:1 a 1,5; delay:25seg. PÓS-PROCESSAMENTO (JANELAMENTO) Mediastino - WL (nível): 20 - WW (amplitude): 300 Pulmão - WL (nível): 800 - WW (amplitude): 1.800
Compartilhar