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FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 AULA 16 LICITAÇÃO - DISPOSIÇÕES GERAIS LICITAÇÃO - FINALIDADES LICITAÇÃO - MODALIDADES LICITAÇÃO - PREGÃO LICITAÇÃO - TIPOS DE LICITAÇÃO LICITAÇÃO - ESPÉCIES LICITAÇÃO - DISPENSADA, DISPENSÁVEL E INEXIGÍVEL DIREITO DO TRABALHO - REFORMA TRABALHISTA 2017 DIREITO DO TRABALHO - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DIREITO DO TRABALHO - REQUISITOS PERÍCIA - CONCEITO PERÍCIA - DIREITOS PERÍCIA - RESPONSABILIDADE DO PERITO DIREITOS AUTORAIS - CONCEITO DIREITOS AUTORAIS - PIRATARIA DIREITOS AUTORAIS - ESPÉCIES 05 09 12 17 22 28 34 38 43 48 54 61 64 68 72 78 FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO A matéria de Direito é um ramo jurídico que regula as relações da sociedade perante às leis, quais são os seus direitos e deveres. Seu estudo deve se iniciar pela apresentação das características essenciais sobre Licitação, permitindo a visualização de seus contornos e peculiaridades próprias e é o que será feito nos capítulos a seguir, onde serão estudados os tópicos como: definição, denominação, conteúdo e função da Licitação, sobre o novo projeto da Lei de Licitações que no caso do Direito Administrativo, que é o que mais nos interessa no momento, veremos suas características com mais precisão ao longo do estudo. Serão examinados os traços que envolvem a relação de emprego noramo do Direito do Trabalho, tratando-se de temas como: a evolução histórica do Direito do Trabalho, autonomia dele, seu posicionamento e os aspectos mais importantes e que se destacam no Direito do Trabalho. De forma resumida, define-se o Direito do Trabalho como: um complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia de trabalho, além de outras relações laborais específicas. Já com relação às perícias e os peritos pode ser definido como um complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam as relações de provas que constituem um processo judicial ou extrajudicial. Dessa forma, interessa-nos saber que no direito é regulado as responsabilidades dos peritos e, por conseguinte, as perícias por eles declaradas. Com relaçãoaos Direitos Autorais, a composição do material tem por finalidade demonstrar que esta matéria tem uma proteção diferenciada e que é crime a utilização irregular das obras. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 AULA 1 LICITAÇÃO - LEIS N.8.666/93 1.1 Disposições Gerais A chamada “Lei de licitações”, a Lei n. 8.666/93,contém as principais regras e procedimentos para as compras dos órgãos brasileiros à AdministraçãoPública. O foco deste livro será as licitações para compras de bens e serviços pela administração pública no Brasil, aindaque boa parte da análise também se aplique às licitações para contratação de obras e contratos de concessão. Licitação é o processo realizado pela Administração Pública, onde consiste na disputa de igualdade entre os interessados em celebrar contrato com ela, e para a escolha da melhor proposta. Esse processo administrativo é para escolher a proposta mais vantajosa para o Poder Público, porém isso não quer dizer que deva ser necessariamente a mais barata. Esse tema responde por mais de 70% das assertivas na matéria referente à Administração Pública. A matéria tem como base legislativa nas Leis n. 8.666/93 e na 10.520/02, portanto é importante destacar que o estudo desse tema deve se basear principalmente na fixação do texto legal. Portanto, este é um procedimento administrativo formal que regra e se estabelece de forma prévia às contratações de serviços, aquisições de produtos ou até para registrar preços para contratações futuras pelos entes da Administração Pública. Esta também pode ser considerada como um pré-contrato que tem como objetivo principal a obtenção das propostas mais vantajosas e justas. Fonte: ROGOSKI (2021). Disponível em:https://www.effecti.com.br/blog/o-que- e-licitacao/#:~:text=%E2%80%9CLicita%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20 o%20procedimento%20administrativo,pr%C3%A9%2Dcontrato%2C%20que%20 tem%20como a) Licitações no Brasil O nosso ordenamento, a Constituição Federal de 1988 em seu art. 37, inciso XX, determinou a obrigatoriedade da licitação para todas as aquisições de bens e contratações de serviços https://www.effecti.com.br/blog/o-que-e-licitacao/#:~:text=%E2%80%9CLicita%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20procedimento%20administrativo,pr%C3%A9%2Dcontrato%2C%20que%20tem%20como https://www.effecti.com.br/blog/o-que-e-licitacao/#:~:text=%E2%80%9CLicita%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20procedimento%20administrativo,pr%C3%A9%2Dcontrato%2C%20que%20tem%20como https://www.effecti.com.br/blog/o-que-e-licitacao/#:~:text=%E2%80%9CLicita%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20procedimento%20administrativo,pr%C3%A9%2Dcontrato%2C%20que%20tem%20como https://www.effecti.com.br/blog/o-que-e-licitacao/#:~:text=%E2%80%9CLicita%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20procedimento%20administrativo,pr%C3%A9%2Dcontrato%2C%20que%20tem%20como Nayara Caroline Urbano Palavra Junta. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 e obras, bem como para alienação de bens, realizados pela Administração no exercício de suas funções, tanto a Administração Direta como a Indireta deverão obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, estes princípios estão disciplinados no artigo 37 e são considerados os princípios base da Administração: Vejamos o que diz o artigo mencionado: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 1.1.1 Nova Lei de Licitações aprovada e o fim das leis licitatórias Em dezembro de 2020 o Senado aprovou o PL 4.253/2020 que, após a sanção presidencial, irá regular as licitações e contratos administrativos, ou seja, a lei mudará. As mudanças na legislação modernizarão a gestão pública e vão desde a ampliação de prazo de contratos à elaboração de planos de compras anuais, sem falar que passam por muitos outros pontos importantes.Contudo, até o momento as leis para os processos licitatórios são as leis federais vigentes, ou seja, as leis 8.666/93 e 10.520/02. O texto propõe um novo marco para o processo licitatório, sendo que a nova lei, se aprovada pelo Presidente da República,unifica as leis das licitações (Lei n. 8.666/93) a do Pregão (Lei n. 10.520/20 e a lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas, o RDC (Lei n. 12.462/11). FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 Lei Aprovada. Fonte: https://www.effecti.com.br/blog/nova-lei-de-licitacoes-e-aprovada-pelo-senado// 1.1.2 Prazo de validade As leis que irão substituí-las contamcom um “prazo de validade” de 2 (dois) anos, ou seja, após a sanção presidencial, a nova lei de licitações terá validade simultânea com as leis que foram substituídas. Cuidado, pois, após o Presidente do Brasil sancionar a nova lei, esta passará a valer junto com as que futuramente serão revogadas, isso em um prazo de 2 (dois) anos. 1.1.3 Principais alterações da nova lei de licitações = criar uma nova modalidade de contratação; = impedir a compra de artigos de luxo; = exigir o seguro - garantia para as obras de grande porte A finalidade foi dar e trazer maior transparência eficácia e agilidade nas execuções dos contratos de licitações. https://www.effecti.com.br/blog/nova-lei-de-licitacoes-e-aprovada-pelo-senado// FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 Nova Lei. Fonte: https://www.contabeis.com.br/noticias/46368/nova-lei-de-licitacoes-segue-para-sancao-presidencial/ https://www.contabeis.com.br/noticias/46368/nova-lei-de-licitacoes-segue-para-sancao-presidencial/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 AULA 2 LICITAÇÃO 2.1 Finalidades O governo compra e negocia de tudoe a todo momento.Essas compras públicas contemplam as áreas da educação, saúde, segurança, energia, infraestrutura,prestação de serviços entre outros. Em um universo muito lucrativo, portanto, a concorrência é inevitável e a depender do caso, poderá ser desleal. Contudo, as compras públicas devem dar oportunidades iguais a qualquer interessado, seja ele fornecedor, prestador, usuário. Finalidades dos certames licitatórios: a) escolher a melhor proposta, o que não quer dizer a mais barata; b) permitir igualdade de participação dos interessados, se preenchidos os requisitos exigidos pelo certame; c) auxiliar na promoção do desenvolvimento nacional. 2.2 Princípios da Licitação Princípios. Fonte:https://www.rcc.com.br/blog/quais-sao-os-principios-das-licitacoes/49&rlz=1C1PRFI_enBR871BR881&hl=pt-BR#imgrc=kQZEdkGpfozrVM https://www.rcc.com.br/blog/quais-sao-os-principios-das-licitacoes/49&rlz=1C1PRFI_enBR871BR881&hl=pt-BR#imgrc=kQZEdkGpfozrVM Nayara Caroline Urbano Palavra Junta. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 Os princípios estão elencados no artigo 3º da Lei 8.666/93 estabelece: Art. 3º - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Analisemos cada um: = Legalidade. O processo das licitações precisa ser previamente estabelecido em uma lei, no caso das licitações será a Lei 8.666/93, a Lei 10.520/02 e a 12.462/11. Este princípio objetiva garantir a observância do princípio constitucional da Isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, de maneira a assegurar a oportunidade igual a todos os interessados e possibilitando um número maior depossíveis concorrentes. = Impessoalidade/Igualdade. É o princípio que garante aos licitantes o mesmo tratamento, ou seja, a igualdade de oportunidades e condições. = Moralidade. É a honestidade das partes e dos interessados dentro de um processo licitatório. = Publicidade. Acima de tudo, todo e qualquer processo licitatório deverá ser público.Podendo qualquer pessoa ter acesso, principalmente, para fins de fiscalização do interesse da coletividade. O próprio artigo 37, caput, da Constituição Federal, diz que os cidadãos têm o direito de acesso às informações dos atos praticados pelo Poder Público. Sendo assim, a licitação não será sigilosa, salvo quanto ao conteúdo das propostas até a data de sua abertura. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 = Probidade Administrativa. O dever de honestidade e fidelidade se estende tanto com relação ao Estado, quanto com a população para que haja uma integridade no desempenho de suas funções por parte da Administração Pública, este princípio possui contornos mais definidos do que a moralidade. = Vinculação ao Instrumento Convocatório. Tanto o edital como o convite vinculam os licitantes e também a Administração aos seus termos. Assim, ambos constituem uma lei interna de licitação, devendo as regras e requisitos serem observados e respeitados. = Julgamento Objetivo. Este princípio afasta a subjetividade, ou seja, afasta o que é pessoal, particular ou de alguma forma íntimo, busca o critério técnico e impessoal para escolher a proposta mais vantajosa, repetindo, é a mais vantajosa, mas nem sempre a mais barata. Há também mais três princípios que podem ser aplicados à Licitação. São eles: O Princípio da Competitividade - onde tornar a licitação muito mais atraente e com maior número de interessados possíveis. O Princípio do Sigilo das propostas - esse princípio existe apenas sigilo até a data de sua regular abertura dos envelopes com as propostas. Após isso, o seu conteúdo passa a receber, como todo o restante do processo, o tratamento de publicidade ampla. Princípio da Adjudicação ao vencedor - onde atribui-se o objeto licitado ao competidor vencedor. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 AULA 3 LICITAÇÃO 3.1 Modalidades de Licitação Um dos temas mais importantes da matéria sobre Licitações sãoas modalidades licitatórias. As modalidades nada mais são do que as categorias de Licitação conforme o preço, tipo de serviço ou produto e também a depender da situação. 3.1.1 Concorrência Modalidade destinada OBRIGATORIAMENTE para as transações de MAIOR VULTO, isso para obras e serviços de engenharia ACIMA de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e para compras e demais serviços, acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). Os prazos dos editais são de 30 dias, como regra geral é de 45 dias para os tipos de melhor técnica ou técnica e preço ou empreitada integral. Quaisquer interessado que preencher os requisitos pode concorrer, ou seja, não há a necessidade que o interessado esteja previamente cadastrado na Administração, nesta modalidade vige o princípio da universalidade. 3.1.2 Tomada de preços É destinada para as transações de MÉDIO valor, isso para obras e serviços de engenharia ATÉ de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e para compras e demais serviços, ATÉ de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). Os prazos dos editais são de 15 dias, como regra geral é de 30 dias para os tipos de melhor técnica ou técnica e preço. Contudo, diferente da concorrência, os interessados devem preencher o requisito de ter cadastro prévio na Administração, isso até o terceiro dia anterior à abertura das propostas. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 Princípios da Licitação. Fonte: https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/401055684/modalidades-de-licitacao-concorrencia 3.1.3 Convite Modalidade está destinada às contratações de BAIXO valor, isso para obras e serviços de engenharia ATÉ de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) e para compras e demais serviços, ATÉ de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Os prazos para apresentação das propostasé de 5 dias úteis. Diferente das anteriores, no convite a Administração convocará pelo menos três interessados que sejam do ramo, sejam eles cadastrados ou não. https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/401055684/modalidades-de-licitacao-concorrencia FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 Licitação Convite. Fonte: https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/402375533/modalidades-de-licitacao-convite 3.1.4 Leilão Modalidade destinada à venda de: a) bens móveis inservíveis para a Administração ou produtos legalmente apreendidos ou penhorados; b) bens móveis adquiridos em processos judiciais ou dação em pagamento; O prazo para o edital é de 15 dias e dispensa a habilitação prévia, sendo necessária apenas a avaliação. https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/402375533/modalidades-de-licitacao-convite FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Licitação Venda de Bens. Fonte: https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/405740823/modalidades-de-licitacao-leilao 3.1.5 Concurso Destinado à disputa entre interessados para que se escolha o trabalho técnico, científico ou artístico, mediante um prêmio ou remuneração ao vencedor, tudo isso conforme os critérios do edital. O prazo para o edital ser publicado na impressa oficial é de 45 dias. Concurso de Pintura. Fonte: https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2020/07/10/concurso-nacional-seleciona-artistas-para-pintar-painel-de-graffiti-em-barra-mansa. ghtml https://triunfolegis.jusbrasil.com.br/artigos/405740823/modalidades-de-licitacao-leilao https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2020/07/10/concurso-nacional-seleciona-artistas-para-pintar-painel-de-graffiti-em-barra-mansa.ghtml https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2020/07/10/concurso-nacional-seleciona-artistas-para-pintar-painel-de-graffiti-em-barra-mansa.ghtml FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 3.1.6 Pregão Destina-se à aquisição de bens e serviços comuns, ou seja, são os definidos nos padrões de desempenho e qualidade no edital. Há algumas peculiaridades referentes a essa modalidade de Licitação, quais sejam: 1- não há limite de valor; 2- há inversão da ordem procedimental; 3- adota o tipo de Licitação “menor preço”. Pregão. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/543880092491154107/ https://br.pinterest.com/pin/543880092491154107/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 AULA 4 LICITAÇÃO 4.1 Pregão Presencial e Eletrônico A) Pregão Presencial No ano de 2002, promulgou-se a Lei 10.520/2002, lei esta que introduziu o pregão presencial, um procedimento administrativo com dois estágios. No primeiro procedimento/estágio ocorre um leilão selado de primeiro preço em que os licitantes entregarão os envelopes lacrados contendo o lance de preço, assim como ocorrecom as três modalidades já citadas e descritas da Lei 8.666/93. No segundo procedimento/estágio, adota-se um leilão que será aberto com parte dos licitantes do primeiro estágio, onde participarão deste o segundo estágio o autor da oferta de valor mais baixo e os autores das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela (inciso VIII, art. 4º da Lei 10.520/2002). Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas dentro dos 10% de intervalo, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), participar do segundo procedimento e oferecer de forma oral novos e sucessivos no leilão descendente (inciso IX do art. 4º). Os participantes que passaram para o segundo estágio fazem novos lances, sendo que estes lances serão a partir do menor valor da primeira fase. O segundo estágio de leilão oral aberto descendente define uma oportunidade para o certame com o primeiro estágio de leilão selado de primeiro preço que dificulta o comportamento cartelizado. Caso haja desdeo primeiro estágio poucos licitantes, digamos três ou dois, o primeiro estágio se torna dispensável, pois todos os participantes já estarão automaticamente “classificados” para o segundo estágio, independente do que façam no primeiro. A competição vai acontecer mesmo é no segundo estágio e o leilão na prática é oral eaberto. Outra importante inovação do pregão foi a inversão das fases da licitação. Pela Lei 8.666/93 todos licitantes devem se habilitar previamente ao certame. A verificação da habilitação ocorrerá apenas para o vencedor, o que reduz o custo operacional da licitação tanto para o Estado quanto para os licitantes (inciso XII do Art. 4, Lei 10.520/2002). FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 Conforme explica Rezende (2011, p. 28), quando a habilitação é verificada antes do leilão todos os licitantes têm potencial interesse de afastar da disputa seus adversários com base em impugnações dos documentos de habilitação. Assim, há espaço para se deflagrar uma guerra de todos contra todos, com multiplicação de recursos contra a habilitação de cada licitante. Esse quadro se modifica significativamente com a inversão de fases, pois, uma vez conhecido o autor da melhor proposta, os eventuais recursos serão dirigidos apenas contra ele, poupando à Administração e aos próprios licitantes tempo e recursos. No entanto, Ceccato (2012) também mostra que a inversão de fases abre espaço para uma estratégia cartelizante quando associada ao mecanismo introduzido neste pregão presencial de filtragem de apenas três licitantes da fase de leilão selado para a de leilão aberto. B) Pregão Eletrônico Já no ano de 2005, outra nova modalidade mais modernafoi introduzida aos procedimentos licitatórios, chamada de “pregão eletrônico”. Esta modalidade foi criada pelo Decreto 5.450/2005 e sua principal característica é ser realizada a distância por meio eletrônico, o que reduz o custo de participação de vários licitantes no certame, e que hoje, em uma situação ímpar que foi e está sendo a pandemia Covid- 19 seria a modalidade mais viável aos órgãos da Administração Pública. Este procedimento é definido no art. 4º do Decreto citado que servepara as licitações para aquisição de bens e serviços será obrigatória a modalidade de pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. O § 1º deste mesmo artigo define que o pregão só não será utilizado na forma eletrônica nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente. Vejamos o quea Lei define: Art. 4º Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua forma eletrônica. § 1º O pregão deve ser utilizado na forma eletrônica, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente. § 2º Na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras integrantes do SISG deverão adotar, preferencialmente, o sistema de cotação eletrônica, conforme disposto na legislação vigente. O pregão eletrônico tornou-se uma das modalidades de licitação mais importantes no nossopaís. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Os dois estágios do pregão eletrônico funcionam de forma similar ao da modalidade de pregão presencial: no primeiro estágio cada licitante faz um lance com a sua proposta em um envelope fechado , onde conterá o respectivo valor. Após a abertura pelo pregoeiro dos envelopes lacrados com as devidaspropostas é iniciado o segundo estágio de leilão oral descendente. A diferença em relação ao pregão presencial é que esta segunda fase no pregão eletrônico não se restringe aos licitantes que estão dentro do intervalo de 10% acima do preço do lance mais baixo, como no pregão presencial, se estendendo para toda e qualquer proposta. Nesse contexto, pode-sedizer que o pregão eletrônico funciona como um leilão oral descendente, ou seja, só o segundo estágio é realmente relevante no leilão. Outra diferença essencial que pode ser citada, em relação ao pregão presencial é dada no § 5º do art. 24 do Decreto n. 5.450/2005, onde apesar de os licitantes serem continuamente informados do valor do menor lance registrado, a identidade do licitante que fez este lance não pode ser realizada até que se encerre a fase de lances. Nesse caso, nem o pregoeiro sabe quem deu os lances, tanto no primeiro quanto no segundo estágios, o que diminui bastante a possível ocorrência de fraude. Vejamos o que diz o artigo: Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará início à fase competitiva, quando então os licitantes poderão encaminhar lances exclusivamente por meio do sistema eletrônico. § 5º Durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real, do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante. 4.2 Consulta Última modalidade de Licitação, porém para muitos essa modalidade de Licitação nem poderia ser considerada uma modalidade, mas ela está no rol. Vejamos, ela é reservada às Agências Reguladoras, por exemplo, são elas: ANATEL, ANAC, ANA etc., onde as Leis n. 9.472/97 e 9.986/00 as regulamentam e servem para a contratação de bens e serviços não abrangidos pela modalidade pregão. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 Modalidade de Licitação. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/11955323/ 4.3 Tipos de Licitação Aparentemente há muitas semelhanças entre os termos modalidade de licitação e tipo de licitação, porém nesse caso eles possuem características distintas. Enquanto as modalidades (concorrência, leilão, concurso etc.) definem critérios para os procedimentos licitatórios, os tipos de Licitação definem critérios de escolha do vencedor, ou seja, os critérios de julgamento das propostas apresentadas pelos participantes interessados. O tipo de Licitação mais usual/comum é o de menor preço que funciona como regra geral nas compras da Administração Pública. É muito comum as pessoas confundirem essas duas características de Licitação, porque se prendem ao termo geral e não buscam entender a técnica do processo licitatório. A Lei n. 8.666/93 define em seu artigo 45 os quatros tipos de licitação, definidos a partir do critério de julgamento que será adotado pela Administração Pública para que esta defina e escolha qual será a proposta mais vantajosa. Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. https://slideplayer.com.br/slide/11955323/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; II - a de melhor técnica; III - a de técnica e preço. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 AULA 5 LICITAÇÃO 5.1 Tipos de Licitação: 5.1.1 Menor Preço Nesse tipo de Licitação que é a mais comum, prepondera a maior economia possível na contratação. O critério básico é de que: vence quem apresentar o menor preço entre os participantes. Contudo, a Administração Pública deve estabelecer requisitos mínimos de qualidade quanto ao objeto a ser contratado. 5.2 Melhor Técnica Esse tipo de Licitação será possível licitar pelo critério de melhor técnica quando versar sobre a contratação de serviços de natureza preponderantemente intelectual, mais relacionado na elaboração de cálculos, fiscalização, projetos, supervisão e gerenciamento e de engenharia em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos e projetos básicos e executivos. Inicialmente, a classificação das propostas se dá pelo quesito técnico. As atividades contratadas por meio desse tipo de licitação envolvem conhecimentos de nível elevado e/ou o domínio de tecnologia avançada, podemos citar como exemplos de serviços de natureza eminentemente intelectual os de elaboração de projetos, cálculos entre outros. Na melhor técnica, a Administração fixará no edital o preço máximo que poderá e se propõe a pagar. É usado quando o serviço ou bem que será adquirido pelo Órgão Público é específico e não pode ser avaliado apenas pelo valor/preço que é o caso dos trabalhos intelectuais. 5.3 Técnica e Preço Esse tipo de Licitação é utilizado para a contratação de serviços de natureza preponderantemente intelectual, mais relacionado na elaboração de cálculos, fiscalização, FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 projetos, supervisão e gerenciamento e de engenharia em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos e projetos básicos e executivos. Na técnica e preço, o que o diferencia da melhor técnica é que a classificação dos proponentes se faz de acordo com a média das propostas técnicas e de preço, de acordo com o que foi preestabelecido no instrumento convocatório. É o critério que alia os dois anteriores tipos de licitação, levando em conta a técnica (Melhor Técnica) e o preço (média de valores). 5.4 Maior Lance ou Oferta Tipo de Licitação utilizado nos casos de alienação de bens ou em casos de concessão de direito real de uso. É cabível em licitações nas modalidades leilão e concorrência. 5.5 Quadro Comparativo Menor Preço Melhor Técnica Técnica e Preço Maior Lance/Oferta Objet iva a maior economia possível para a Administração Pública. Objetiva a contratação d e s e r v i ç o s d e natureza intelectual, m a s c o m p r e ç o máximo pré-fixado no edital. Objetiva a contratação d e s e r v i ç o s d e natureza intelectual, mas com amédia das propostas técnicas e de preço pré-fixado no edital. Utilizado nos casos de alienação de bens ou de concessão de direito real de uso. Muito importantedeixar demonstrado a grande diferença entre as modalidades de Licitação e os tipos Licitatórios, como no quadro a seguir: FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Licitação. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/850195235886469014/ 5.6 Licitação Embora não tenham asnomenclaturas de espécies de Licitações, as Licitações Dispensadas, Dispensáveis e Inexigíveis tenham nomenclaturas muito parecidas, estas são completamente distintas umas das outras. E de forma mais objetiva esta parte da matéria pode ser considerada a mais exigida em provas e também a de dificuldade maisprecisa, pois as nomenclaturas utilizadas para diferenciá-las são muito parecidas e os artigos que onde elas se embasam são relativamente extensos. E muitas vezes, senão observar as suas peculiaridades, fica difícil distingui-las. Temos basicamente três espécies de Licitação, quais sejam: 1. Licitação Dispensada. 2. Licitação Dispensável. 3. Licitação Inexigível. https://br.pinterest.com/pin/850195235886469014/ Nayara Caroline Urbano Palavra junta FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 Hipóteses Legais. Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/378498/ 5.6.1 Licitação Dispensada As principais razões parauma Licitação ser DISPENSADA tem tudo a ver com valores. Sim, isso mesmo, valores! Como já vimos, as modalidades de Licitação estabelecem valores. A dispensa de Licitaçãoocorre quando o objeto tem seu VALOR INFERIOR a determinada percentagem do estabelecido na modalidade, seja esta para serviço ou aquisição, compras, obras e serviços de engenharia. Vamos ver um exemplo para ficar mais fácil de entender. Caso um município de um determinado Estado tenha interesse em reformar uma quadra esportiva, neste caso ele terá que se submeter a realização de um processo licitatório (exemplo relacionado a obras e serviços de engenharia). Mas se essa reforma/obra seja de até 10% do limite previsto na Lei de Licitações, a Lei n. 8.666/93 passa a ser uma Licitação dispensada ou pode-se optar pelo que se chama dispensa de licitação. Podemos verificar o artigo 17 da Lei. https://slideplayer.com.br/slide/378498/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: a) dação em pagamento; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f e h; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “h” e “i”; b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; d) investidura; e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1o do art. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e delicitação, dispensada esta nos seguintes casos: a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 AULA 6 LICITAÇÃO 6.1 Continuação das Espécies de Licitação Neste tópico há a necessidade de fazer a distinção entre as espécies de Licitação, tendo em vista que as três espécies: Dispensadas, Dispensáveis e Inexigíveis exigem do leitor uma atenção especial, pois seus artigos são extensos e cria muita confusão na sua diferenciação. 6.1.1 Licitação Dispensável Há outras situações excepcionais para Licitação ser dispensada Esta é uma espécie de Licitação, que embora seja possível a sua realização, ela não é obrigatória. O extenso artigo 24, incisos I e II, dispensa a licitação por considerar que o valor da contratação não compensa os custos da Administração com todo o procedimento licitatório. O artigo 24 em seus incisos trata dos casos em que a Licitação é dispensável. Destes, destacam-se aqueles que se referem à percentagem mínima da compra ou serviço, contudo, também há outras situações. Mas o que interessa é, principalmente, os objetos cujos valores são inferiores ao estipulado nas modalidades de licitação. Analisemos o extenso artigo 24: Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; I - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sidocriado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei: XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23; XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010). XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013). XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimentoinstitucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015). XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública. § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012). § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 § 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 AULA 7 LICITAÇÃO 7.1 Espécies de Licitação 7.1.1 Licitação Inexigível No caso dessa espécie de Licitação não há possibilidade jurídica de concorrência, cujo motivo pode ser a existência de um único fornecedor e/ou objeto, ou seja, quando há a impossibilidade de competição, sendo inviável a sua realização. O artigo 25 da Lei de Licitações elenca o rol de casos em que é inexigível a Licitação. As nomenclaturas de Licitação Dispensada, Dispensável e Inexigível podem em seus conceitos serem muito semelhantes, porém há uma distinção grande, não só nos conceitos, mas nos procedimentos também. Vejamos o que diz o artigo 25 da Lei: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. § 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos respondem solidariamente pelo de dispensa, se comprovado superfaturamento, dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. Em relação ao inciso I só poderá haver um produtor do serviço ou produto em todo o território nacional para que possa falar em Licitação Inexigível, e com relação ao comerciante, ele deverá ser o único na localidade, no registro cadastral ou no País. Agora com relação ao inciso II, este faz referência aos serviços técnicos do artigo 13, onde analisaremos a seguir: Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. O rol de casos elencados no artigo 25 da Lei em questão é um rol meramente exemplificativo, ou seja, portanto, poderá surgir outras inexigibilidades. A inexigibilidade tem como requisito principal a inviabilidade de competição. Já no caso da dispensa, a competição é viável, contudo, realizar tal disputa traz prejuízos para o Órgão Público. Para sabermos se há ou não viabilidade de competição, deve-se analisar a presença de dois requisitos. O primeiro requisito é de natureza objetiva que vem a ser a natureza singular do serviço que será prestado, por exemplo, uma simples manutenção de eletricidade, ou seja, serviços FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 rotineiros e que podem ser prestados por um número razoavelmente grande de pessoas não requerem a contratação de um especialista, sendo disponível no mercado uma grande quantidade de profissional minimamente qualificado e capacitado. Portanto, serviços passíveis de critérios de ordem objetiva são sujeitos à licitação pública. Veja-se que a singularidade recai sobre o objeto, ou seja, sobre um serviço técnico singular/ diferenciado, não sobre o prestador é o que dispõe a Súmula nº 264/2011 - TCU: A inexigibilidade de licitação para a contratação de serviços técnicos com pessoas físicas ou jurídicas de notória especialização somente é cabível quando se tratar de serviço de natureza singular, capaz de exigir, na seleção do executor de con fiança, grau de subjetividade insuscetível de ser medido pelos critérios objetivos de quali ficação inerentes ao processo de licitação, nos termos do art. 25, inciso II, da Lei nº 8.666/93. O que seria então um serviço singular? O inciso II diz que: São serviços técnicos profissionais especializados e que não podem ser licitados, sendo contratados por inexigibilidade, sendo aqueles em que: a) em virtude de suas peculiaridades especiais, faz com que o grau de subjetividade em relação à sua avaliação, impeça a adoção de critérios objetivos para adequadas mensuração e avaliação; b) o objeto, em face das suas peculiaridades especiais, não permite fixar um critério objetivo de julgamento para a escolha do futuro contratado. A licitação do tipo técnica e preço não seria aplicável à contratação de tal tipo de serviço de natureza singular, porque este tipo de licitação tem como pressuposto necessário a existência de critérios objetivos de julgamento e os serviços singulares não podem ser reduzidos a um padrão objetivo de julgamento. O pressuposto básico da licitação é a possibilidade de dispensar tratamento igualitário aos competidores, foi exatamente em razão de tal impossibilidade que o legislador determinou que os serviços singulares fossem contratados por inexigibilidade. Os atributos singulares não podem ser mensurados objetivamente o que torna impossível a realização da licitação para a seleção de profissionalou empresa para executar serviço considerado singular. O segundo requisito é de ordem subjetiva que é atinente à qualidade do profissional apto a realizar o serviço. Deve o contratado ser notório especialista e essa notoriedade recai sobre a especialização do profissional, não sendo necessário que seja este famoso ou amplamente conhecido. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Ainda que existam várias pessoas notoriamente especializadas isto é plenamente possível, não se pode fixar critério objetivo de escolha para definir entre uma e outra. Só há um tipo de escolha, a subjetiva. A inviabilidade de competição significa a impossibilidade de assegurar os pressupostos da licitação, sendo o principal deles a igualdade de tratamento aos licitantes no julgamento de suas propostas. Licitação. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/565201821984963720/ https://br.pinterest.com/pin/565201821984963720/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 AULA 8 DIREITO DO TRABALHO 8.1 Reforma Trabalhista A expressão reformar é aprimorar, modificar, alterar o que implicaria em consideráveis mudanças, em tese, uma reforma deve vir para melhorar e não piorar uma situação anterior, esperando que fique melhor do que era antes. A Reforma Trabalhista de 2017 foi uma transformação significativa na Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, sendo que um dos seus objetivos foi combater o desemprego e a crise econômica no Brasil que teve início no ano de 2014. Algumas das mudanças foram: contribuição sindical, banco de horas, férias, gravidez, descanso entre outras. Com a nova redação e o seu novo sentido, a Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT, entrou em vigor 120 dias depois de publicada no Diário Oficial, conforme o artigo 6º, mas a sua publicação foi no dia 14 de julho de 2.017, entrando em vigor mesmo no dia 11 de novembro de 2.017. Em razão das constantes mudanças na sociedade, sem dúvidas, a legislação trabalhista necessitava de uma reforma, sendo que o Direito em si evolui a cada momento. Infelizmente não é possível prever todas as situações possíveis e imagináveis a respeito de cada artigo alterado pela reforma. Essa previsão será feita ao longo dos anos, inclusive à medida que forem submetidos à apreciação do Poder Judiciário. Houve várias críticas à Reforma Trabalhista com aalegação de que ela violaria a Constituição Federal e as Convenções Internacionais assinadas pelo Brasil, afirmando a ideia de que a reforma seria um “retrocesso social”. Os que se manifestaram favoráveis a reforma defendiam que ela seria uma forma de regularizar as contas públicas, estimular a economia e criar empregos. Contudo, mais de um ano após a sua aprovação, verificou-se que a queda de desemprego foi mínima e que ao mesmo tempo houve um aumento do trabalho autônomo, intermitente, temporário e terceirizado e que a redução de ações trabalhista foi consideravelmente baixa, o que era um dos fundamentos e objetivos dessa reforma. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 Alguns dos fundamentos da Reforma: a) reduzir o número de ações trabalhistas; b) considerar o empregado uma pessoa capaz de direitos e obrigações e não hipossuficiente; c) prestigiar as negociações coletivas; d) incentivar o diálogo entre empregado e empregador, prestigiando a negociação coletiva; e) permitir que os sindicatos negociem e que isso tenha validade, mas não possa ser alterado pela Justiça do Trabalho; f) utilização de meios alternativos de solução de conflitos. Agora com relação de quem se beneficia mais há controvérsias se seriam os trabalhadores ou os empregadores. As alterações mais significativas foram: compensação da jornada de trabalho, trabalho remoto ou home office, férias, mudanças no acordo sindical e essas mudanças ainda geram diversas discussões. Mas afinal, a Reforma Trabalhista beneficia os trabalhadores? A interpretação é bastante polêmica, pois há quem diga que não e há quem diga que sim. Contudo, em relação a nossa matéria, o que mais nos interessa, por enquanto, são as alterações com relação aos sindicatos e os acordos sindicais, onde essas matérias são fruto de discussões há anos, deixando a cobrança sindical de ser obrigatória com a Reforma Trabalhista. Reforma Trabalhista. Fonte: http://www.nagliatemelo.com.br/artigos-detalhe.asp?cod_artigo=67 http://www.nagliatemelo.com.br/artigos-detalhe.asp?cod_artigo=67 FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 8.2 Aspectos Gerais A expressão trabalho tinha como ideia a escravidão, sofrimento e castigo. Esse tipo de trabalho, se é que podemos chamar de trabalho, existe desde os tempos remotos, no Brasil ele está relacionado a uma herança cultural, a impunidade e a desigualdade de classes e/ ou gêneros. Muitos trabalhadores abandonam suas origens e aceitam propostas, muitas delas sedutoras,no intuito de suprir algumas de suas necessidades básicas, submetendo-se à escravidão ou até mesmo a práticas análogas à escravidão. A Constituição Federal Brasileira dita princípios protetivos com relação à situação de vulnerabilidade e busca a igualdade e dignidade do trabalho, a fim de suprir o que o Estado deveria lhe fornecer. Diversas medidas com o intuito de erradicar o trabalho escravo estão sendo tomadas pelo Estado, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela sociedade. No artigo 1º, o princípio da dignidade da pessoa humana está elencado como fundamento do Estado Democrático deDireito Brasileiro, invocando em vários dispositivos legais e tem por objetivo a garantia da vida digna ao ser humano. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: I -a soberania; II -a cidadania; III -a dignidade da pessoa humana; IV -os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V -o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Mesmo tendo um aspecto abrangente, este princípio constitucional é integrado às diferentes legislações com aspectos próprios de cada área do Direito, por exemplo, a dignidade da pessoahumana no Direito do Consumidor, que terá como foco as questões relacionados a riscos de vida; questões de hipossuficiência do consumidor em relação às grandes empresas. Já no Direito Penal está relacionado às garantias dos investigados/réus/condenados. Nayara Caroline Urbano Palavra juntas. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 Direitos Humanos. Fonte: https://ogirassol.com.br/opiniao/a-curatela-como-garantidor-da-dignidade-humana Atualmente, o trabalho passou a designar toda forma de dispêndio de energia pelo homem, seja ela intelectual e/ou física, com o objetivo de produzir, fornecer ou executar um trabalho. Pode-se conceituar Direito do Trabalho como um ramo que estuda as relações entre empregados e empregadores. Historicamente o Direito do Trabalho teve a sua origem a partir da Revolução Industrial, com o intuito de reduzir as desigualdades existentes entre empregador e empregados, nesse contexto que se pode extrair a característica principal do Direito do Trabalho: a proteção ao trabalhador. Os ramos do Direito do Trabalho, seja o individual ou coletivo visam à proteção do empregado ou dos empregadores, estabelecendo vantagens jurídicas aos trabalhadores como forma de reequilibrar a relação. https://ogirassol.com.br/opiniao/a-curatela-como-garantidor-da-dignidade-humana FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 Revolução Industrial. Fonte: https://economiadeservicos.com/tag/revolucao-industrial/ https://economiadeservicos.com/tag/revolucao-industrial/FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 AULA 9 DIREITO DO TRABALHO 9.1 Evolução Histórica do Direito do Trabalho Durante a escravidão não havia nenhum tipo de proteção à dignidade do ser humano, principalmente relacionado ao empregado. Nessa época predominava que o trabalhador era simplesmente uma coisa, sem possibilidade sequer de se equiparar a sujeito de direito. Foi a partir do século XIX que se deram os principais movimentos operários visando à melhoria das condições de trabalho, limitação da jornada de trabalho, proteção ao trabalho, entre outras reivindicações afins. Em 1988 no Brasil, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil onde constitui um importantíssimo instrumento garantidor dos direitos mínimos do trabalhador, o chamado mínimo existencial, norteado pelo princípio da dignidade humana. O princípio da dignidade humana, em que pese ser o princípio geral do direito, e mais, princípio maior da Constituição da República, define-se como sendo uma noção de que o ser humano é um fim em si mesmo não podendo ser utilizado como meio para atingir determinado objetivo vedando-se assim, a coisificação do homem trabalhador, e, no caso, específico o direito laboral, como ocorreu na época da escravidão. Lumosjuridico. Fonte: http://www.lumosjuridico.com.br/2018/05/22/trabalho-escravo/ http://www.lumosjuridico.com.br/2018/05/22/trabalho-escravo/ FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 Em outras palavras, o homem trabalhador não deve ser usado como mero instrumento na busca incessante do lucro e pelos interesses do capitalismo. Esse princípio se irradia em todas as relações trabalhistas, seja para impor limites ao poder do empregador, seja vedando à discriminação de raças, sexos, religião ou outra característica, por exemplo, na limitação das revistas pessoais e/ou íntimas. Vale ressaltar que esse princípio foi um marco divisor da constitucionalização do direito e do reconhecimento da força normativa dos princípios. Esse movimento teve como estopim as barbaridades ocorridas ao longo de toda a história, por exemplo, a segunda guerra mundial, os movimentos liderados por Hitler e seus seguidores, surgindo dessa forma, a necessidade de agregar valores à figura do ser humano. Há também outros princípios que também são relevantes, tais como: - Valores sociais do trabalho. - Liberdade profissional, liberdade de crença, liberdade de associação, liberdade de reunião. - Inviolabilidade da intimidade e da privacidade; entre outros. 9.1.1 Autonomia do Direito do Trabalho A matéria de Direito do Trabalho é uma matéria independente e autônoma das demais matérias do ramo da ciência jurídica. O papel principal do Direito do Trabalho, seja na forma individual, seja na forma coletiva, é revelar a importância do Direito do Trabalho nas diversas atividades que têm dado maior abrangência a esse ramo do Direito, a fim de solucionar conflitos existentes na órbita das leis trabalhistas. A finalidade precípua do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador para universalizar os princípios de justiça social e promover a cooperação, com a intenção de melhorar as condições de vida deste. Contudo, o Direito do Trabalho é subdividido em Direito do Trabalho Individual e Direito do Trabalho Coletivo. Onde o Direito do Trabalho Individual trata das relações entre empregado e empregador consideradas individualmente, ao passo que, o Direito do Trabalho Coletivo trata das relações de um determinado grupo, classe ou categoria, que se reúne basicamente através dos sindicatos. A base principiológica do Direito do Trabalho está diretamente relacionada a princípios, pelo dicionário Aurélio podemos definir os princípios como um fundamento usado para embasar algo; uma razão; dar uma bússola. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 Os princípios têm um papel importantíssimo na prática, pois é a partir deles que se dará um norte ao caso concreto, servindo eles como uma verdadeira bússola. Dentre vários, vejamos os principais: - Princípio da proteção = os princípios são o alicerce de todo o ordenamento jurídico. Para ressaltar a importância da visão principiológica na aplicação do direito e das garantias dos direitos fundamentais destaca que esse princípio é o guardião de todos os princípios fundamentais dos trabalhadores é ele que dá direção e que norteia todo o sentido da criação do Direito do Trabalho, no sentido de proteger a parte mais frágil na relação jurídica – o trabalhador. - Princípio da boa fé = a boa fé é um princípio de grande alcance e, portanto, aplica-se em vários ramos do direito. Encontramos sua aplicação no direito civil, empresarial, trabalhista e outros. A boa-fé pressupõe que todos se comportem de acordo com um padrão ético, moral, de confiança e lealdade que se espera do homem comum. Assim, num contrato, as partes devem perseguir esse tipo de comportamento, mesmo que esse padrão não esteja previsto na lei ou no contrato. Trata-se de uma espécie de norma de conduta que determina como as partes devem agir quando se firma um contrato. - Princípio da razoabilidade = este princípio é comum a todos os ramos do direito e se dirige não só ao empregado e empregador, mas, sobretudo, ao legislador e aos magistrados (juízes), cada um no seu âmbito de atuação, sugerindo-lhes que atuem sempre pautados no bom senso e coerência. 9.2 Modalidades de Relação de Trabalho As relações de trabalho são estabelecidas de diversas formas, das quais destacam-seas espécies a seguir mencionadas. São as seguintes modalidades: - Relação de trabalho autônomo. - Relação de trabalho eventual. - Relação de trabalho avulso. - Relação de trabalho voluntário. - Relação de trabalho de estágio. - Relação de trabalho institucional. - Relação de trabalho cooperativo. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 Cada uma dessas modalidades apresenta uma característica singular, que as diferenciam das demais. A Relação de Trabalho consiste na prestação de um serviço, de forma remunerada ou não, ou mesmo com ou sem contrato de trabalho firmado entre as partes. Nesse sentido, como vimos, existem diversos tipos de relação de trabalho, vejamos os mais usados por profissionais e empresas: - Relação de trabalho autônomo = neste modelo de trabalho, o que existe é a prestação de serviços onde o trabalhador vende o seu trabalho e também o entrega ao contratante, exemplos: serviços de limpeza; chaveiro; jardineiro. - Relação de trabalho eventual = prestado de forma esporádica a um empregador, ou seja, não há uma rotina no seu serviço, realizando-o uma vez ou outra, um exemplo desse tipo de trabalhador, um eletricista que vai arrumar um problema na fiação, somente realizou o trabalho e nesse modelo de trabalho não configura o vínculo empregatício, visto que este não preencheu os requisitos necessários para caracterizar a relação permanente entre empregado e empregador. - Relação de trabalho avulso = o trabalhador avulso é facilmente confundido com o trabalhador eventual, porém essa modalidade de relação empregatícia é diferente, o trabalhador avulso também presta serviço de forma esporádica, mas presta a vários empregadores ou empresas e também não possui nenhum vínculo empregatício, sendo contratado por órgãos ou sindicatos e não são considerados empregados destes, pois não exerce atividade lucrativa e não recebem remuneração direta desses órgãos ou sindicatos, exemplos dessa modalidade são os: carregadores. Desta maneira é possível observar que ambos os trabalhadores, eventual e avulso, não possuem vínculo empregatício. - Relação de trabalho voluntário = a Lei 9.608/98 estabeleceu que esse tipo de trabalho não gera vínculo empregatício, dessa modalidade de trabalho, a atividade não pode ser remunerada; o que não entra como vínculo empregatício; prestada porpessoa física a entidade pública ou privada sem fins lucrativos, com os seguintes objetivos: culturais, educacionais, cívicos, científicos, recreativos ou de assistência social. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 Trabalhador. Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/trabalhador-com-equipamento-de-protecao_712614.htm https://br.freepik.com/vetores-premium/trabalhador-com-equipamento-de-protecao_712614.htm FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 AULA 10 DIREITO DO TRABALHO 10.1 Requisitos caracterizadores da Relação Empregado x Empregador Conforme o artigo 3º da CLT, Consolidação das Leis Trabalhistas, que é um dos artigos mais importantes do mencionado diploma para definir o que é ou não um empregador. Os requisitos para a caracterização da relação entre empregado e empregador são: Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Vejamos agora de forma separada cada definição dos requisitos acima delimitados: Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Empregado Empregador. Fonte: https://ideias.avancadas.info/index.php?option=com_content&view=article&id=2103:o-que-e-vinculo-empregaticio&catid=8&lang=pt&Itemid=101 https://ideias.avancadas.info/index.php?option=com_content&view=article&id=2103:o-que-e-vinculo-empregaticio&catid=8&lang=pt&Itemid=101 FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 Desmembrado o artigo 3º da CLT Pessoa Física- a primeira característica é a existência de exploração lícita e permitida da energia do trabalho humano, ou seja, de uma pessoa física. Em outras palavras só uma pessoa humana poderá ser empregada. Pessoalidade - o empregador contrata uma determinada pessoa para que execute determinado serviço pessoalmente, sendo vedado ao empregado se fazer substituir por outro, exceto mediante autorização do empregador. Não Eventualidade -o trabalhador não eventual é aquele que executa seu trabalho de forma repetida não havendo a eventualidade na prestação do serviço. Contudo, isso não quer dizer que o trabalhador precisa trabalhar de forma contínua, ou seja, todos os dias, mas deve a atividade se repetir naturalmente junto ao tomador dos serviços para que possa ser considerada não eventual, por exemplo, todas as segundas, quartas e sextas-feiras. Onerosidade - Isso quer dizer que, se de um lado tem a obrigação principal do empregado em oferecer sua força de trabalho, do outro, tem a obrigação principal do empregador de remunerar o empregado pelos serviços prestados. Esquematicamente: Emprego >>>>>>PRESTAÇÃO DE SERVIÇO >>>>>> Empregador Emprego <<<<<< $$$ REMUNERAÇÃO $$$ <<<<< Empregador Subordinação - A subordinação é o requisito mais importante para a caracterização de uma relação de emprego, onde está fixa o vínculo jurídico empregatício. É o grande elemento diferenciador entre a relação de emprego e as demais relações de trabalho. Esta se caracteriza pelo estado em que o indivíduo empregado não tenha a liberdade para tomar suas próprias decisões, mas esta não se confunde jamais com a expressão escravidão, embora o trabalho escravo seja também subordinado. Vale lembrar que a história do trabalho subordinado iniciou-se com a escravidão, persistindo nos dias atuais com a relação de emprego. Serão considerados empregados quaisquer pessoas que utilizem de sua força de trabalho, seja essa força física e/ou intelectual, executando-o para outrem, mediante uma FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 contraprestação, que terá natureza retributiva diante da prestação desempenhada. Portanto, será empregado qualquer pessoa que receba valores em troca do serviço prestado. Contudo, nem todos os trabalhadores serão abrangidos pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), mas somente aqueles que se enquadrarem no conceito de empregado que acima foi desmembrado, onde estes terão garantidos todos os direitos conferidos nesta Lei, como férias, insalubridade, horas extras, periculosidade etc. Empregado será todo trabalhador que, de forma cumulativa, preencha os requisitos: o pessoa física, o pessoalidade, o subordinação, o habitualidade e o onerosidade. Esses são os pressupostos caracterizadores do vínculo empregatíciosem os quais não poderá ser considerado empregado, não sendo abrangido pela legislação trabalhista,a CLT. Algumas são as derivações do vínculo de emprego, tais como: conceder férias, registrar/ assinar a CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), pagar as horas extras, adicional noturno etc. Todos os trabalhadores poderão ajuizar uma ação trabalhista perante à Justiça do Trabalho, onde esta será competente para dirimir lesões ou ameaças aos direitos trabalhistas. Agora falaremos um pouco do conceito de empregador. Conforme o artigo 2º CLT, o empregador é a empresa individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Vejamos o artigo mencionado: Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. § 2oSempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. FUNDAMENTOS JURÍDICOS PROF. FLÁVIA CARRIJO NUNES FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Características do empregador: • Admitir/contratar pessoas qualificadas para executarem os serviços. • Assalariar: pagar o salário respectivo ao empregado pelos serviços prestados. • Dirigir: o empregador deve controlar e administrar a prestação de serviços dos empregados. O empregador têm alguns poderes são eles: • Poder de direção - é a faculdade determinar o modo como a atividade será executada pelo empregado. • Poder de organização: cabe ao empregador organizar e determinar as metas, porém o empregador não pode exigir atividades que possam constranger seus empregados. • Poder de fiscalização: é uma faculdade legal de fiscalizar as atividades desempenhadas, podemos citar, por exemplo, instalar cartão de ponto, fazer revista no fim do expediente nos funcionários, instalar câmeras de vídeo etc. • Poder disciplinar: é o direito de impor sanções disciplinares aos seus empregados. O empregador pode punir o empregado pelas faltas graves cometidas por ele, por exemplo, pode despedir o empregado que não usa proteção adequada para executar determinadas tarefas. (CIPA – controle interno a proteção de acidentes). Há tipos de punições impostas ao empregado pelo empregador, essas punições são meios pelos quais o empregador se utiliza para punir de alguma forma
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