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FILOSOFIA

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FILOSOFIA
PRÉ-VESTIBULAR 7PROENEM.COM.BR
MITO E SENSO COMUM01
O QUE É FILOSOFIA?
Quando a Filosofia é apresentada no Ensino Médio, a primeira 
dificuldade que os alunos têm é relativa à compreensão do que é a 
Filosofia. Afinal, muitos de vocês, estudantes secundaristas, nunca 
estudaram a disciplina anteriormente, e poucos já leram algum 
livro de iniciação à Filosofia. Um bom modo de introduzi-la na sala 
de aula é demarcá-la frente a outras disciplinas. É importante que 
se perceba, logo de início, as particularidades da Filosofia, e em que 
aspectos ela é diferente das outras matérias. A partir daí, é possível 
compreender o que é a Filosofia.
COMO COMEÇAR?
Em primeiro lugar, definindo um ponto de partida em comum 
com as outras disciplinas. Todas as disciplinas têm um objeto e 
um método. O objeto da Biologia, por exemplo, é o conjunto de 
fenômenos da vida. O objeto da Física é o conjunto de fenômenos 
da natureza, de fenômenos do universo. O objeto da História é 
o conjunto de registros do homem no tempo passado que se 
apresentam em nosso tempo. 
A palavra filosofia compõe-se de dois termos gregos: philia, 
que significa amor, e sophia, que significa sabedoria. Portanto, 
etimologicamente, filosofia significa amor à sabedoria. Contudo, 
isso não explica muita coisa. O que, de fato, é a Filosofia?
A filosofia é uma atividade que tem um objetivo determinado: 
resolver problemas por meio da argumentação. Problemas 
filosóficos são os problemas a priori, independentes da 
experiência e conceituais, pois referem-se aos conceitos que 
utilizamos em nosso dia a dia e nas ciências. Diferentemente 
dos problemas científicos, que são resolvidos por meio da 
experimentação, os problemas filosóficos somente podem ser 
resolvidos pelo debate, pelo diálogo, pela controvérsia: o método 
da filosofia é argumentativo.
Todas as disciplinas têm, também, um método. O método da 
Biologia e da Física é o método experimental, ou o método hipotético-
dedutivo. O método da História é a análise documental, ou a análise 
arqueológica, ou o estudo dos registros de várias espécies que podem 
ser encontrados no momento em que se faz a história.
A Filosofia tem o objetivo de alcançar a verdade acerca das 
noções, dos conceitos e das ideias mais fundamentais. Mas a 
verdade não é, necessariamente, absoluta. A verdade é provisória. 
A verdade é a melhor resposta que se tem atualmente. Isso não faz 
a verdade ser relativa; a verdade é uma consequência necessária 
da melhor argumentação possível hoje.
Por isso, é melhor estudar Filosofia do que não estudar. Ter 
a certeza de chegar a uma verdade válida, ainda que provisória, 
é melhor do que não chegar à verdade e viver cheio de opiniões 
frágeis fundamentadas em preconceitos. Viver com uma verdade 
provisória, aberta à discussão, é melhor do que viver sem verdade 
alguma, achando que se tem todas as verdades do mundo.
A Filosofia não é, portanto, mera opinião. Não é, também, 
qualquer argumentação. É a busca pela melhor argumentação, é 
o contrário da opinião – isso quer dizer que o filósofo não é uma 
pessoa cheia de opiniões sobre tudo, mas uma pessoa que investiga 
ideias e noções, utilizando uma técnica (lógica e argumentativa) 
para estudá-las.
Por esse motivo é importante o estudo da lógica e da técnica 
argumentativa. Você, aluno, deve saber utilizar os argumentos com 
propriedade na construção de ensaios sobre temas filosóficos. 
Afinal, a primeira função do estudo da Filosofia é tornar os 
estudantes capazes de filosofar com alguma competência.
Finalmente, a filosofia é uma atividade que todos praticam em 
vários momentos de todos os dias. A única diferença entre o leigo 
e filósofo profissional é que este último aprendeu a utilizar uma 
série de técnicas filosóficas que tornam o filosofar mais eficiente. 
Aprender algumas dessas técnicas é a primeira tarefa que um 
aluno de filosofia – quer no Ensino Médio, quer na faculdade – 
deve cumprir. Para estudar o objeto da filosofia é necessário um 
método filosófico, método que conduz ao objetivo de encontrar 
algumas verdades (ainda que provisórias). Em nossa matéria, 
aprenderemos justamente as ferramentas mais básicas para que 
possamos filosofar melhor: a lógica, a técnica argumentativa crítica 
e a história da Filosofia.
O MITO 
Como vimos, a reflexão sistemática, metodológica e 
argumentativa sobre a realidade é uma característica da Filosofia, 
mas nem sempre foi esse o caminho utilizado pelos seres humanos 
à procura de explicações sobre o mundo. 
O homem tem sua vivência cotidiana, natural, material, 
psicológica e emocional repleta de dúvidas, insegurança, medos, 
e angústias. Em outras palavras, a trajetória do ser humano é 
permeada por eventos e fenômenos que carecem de explicações 
racionais, palpáveis e claras. Nessa demanda por explicações, 
surgem os mitos. 
Os mitos são narrativas em formato de lendas permeadas 
por elementos sobrenaturais, simbólicos, fantasiosos, deuses e 
entidades místicas que, ao contrário da lógica racional, não exigem 
comprovação ou explicação metódica. O mito dá conta de explicar 
aquilo que o ser humano não entende, mas que o assusta, gera 
insegurança acerca do desconhecido, daquilo que não é visto, 
ouvido ou tocado.
https://pixabay.com/pt/photos/grécia-estátua-mitologia-grega-1358644/
A tradição filosófica abre caminho para novas formas de 
compreensão e explicação do mundo, entretanto, cabe destacar 
que o surgimento da Filosofia não exclui a presença de mitos. 
As narrativas mitológicas ainda são presentes e vivas em nosso 
cotidiano com lendas e histórias envolvendo, fantasias, deuses e 
entidades sobrenaturais.
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FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Aponte a origem da palavra filosofia.
02. Aponte o objetivo da Filosofia.
03. Qual a principal característica do método filosófico?
04. Aponte as características do mito.
05. Aponte as características do senso comum
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01.(UNICAMP) A dúvida é uma atitude que contribui para 
o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste 
comportamento, a verdade é atingida através da supressão 
provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado 
como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico 
próprio da Filosofia.
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. 
Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)
A partir do texto, é correto afirmar que:
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade 
são conceitos equivalentes.
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser 
espontânea e dispensar o rigor metodológico.
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge 
quando opiniões e verdades são coincidentes.
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são 
fundamentos do pensamento filosófico moderno.
02. (UPE) A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na vida 
humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente 
compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu 
ser efetivo.
VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20.
Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO 
afirmar que
a) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para 
avaliar os fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais 
eles se destinam.
b) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de 
conhecer as raízes da realidade, investigando-lhe o sentido, o 
valor e a finalidade.
c) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do 
conhecimento particular.
d) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter 
assistemático, pois se contenta com as respostas para as 
questões colocadas.
e) a filosofia é a consciência intuitiva sensível que busca a 
compreensão da realidade por meio de certos princípios 
estabelecidos pela razão.
03. (UEG) O ser humano, desde sua origem, em sua existência 
cotidiana, faz afirmações,nega, deseja, recusa e aprova coisas e 
pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais 
procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, 
houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser 
humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações 
e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e 
escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio 
da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios 
humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou 
uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza 
a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica 
e exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as 
certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela 
sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e 
justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, 
seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade 
revelada pela codificação mítica.
04. (UEMA) Leia a fábula de La Fontaine, uma possível explicação 
para a expressão ¯ ”o amor é cego”.
No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua 
infância eterna. Mas por que o amor é cego? Aconteceu que num certo 
dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. 
Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o 
Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. 
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe 
privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos 
gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança – e de todos 
os juízos do inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu 
filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o caso, a 
sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura 
a servir de guia ao Amor.
Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores contos de loucura. 
Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma 
realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como
a) estética.
b) filosófica.
c) mitológica.
d) científica.
e) crítica.
05. (UEM-PAS 2011- adaptada) Aquilo que se estuda hoje como 
filosofia nas escolas nasceu na Grécia antiga (aproximadamente 
no séc. VII a.C.), em um contexto cultural de predomínio do 
pensamento mítico e da religião politeísta grega. Refletindo sobre 
a ciência, questiona Chauí: “a Filosofia nasceu realizando uma 
transformação gradual nos mitos gregos ou nasceu por uma 
ruptura radical com os mitos?” 
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, p. 34). 
A respeito do surgimento da filosofia e suas relações com o 
discurso mítico neste contexto grego, é correto afirmar que 
a) o discurso filosófico jamais se opôs ao discurso mítico, pois 
os filósofos eram sábios e sacerdotes; logo, defensores das 
explicações míticas. 
b) os primeiros filósofos gregos buscaram construir uma explicação 
que se aproximasse ao máximo das explicações mítica. 
c) houve uma ruptura radical entre a mitologia e a filosofia, pois a 
filosofia dedica-se a problemas distintos da mitologia. 
d) filosofia e mitologia são discursos contrários, pois a filosofia 
nega o sobrenatural e busca sempre combater qualquer tipo 
de divindade. 
e) nas origens do pensamento filosófico grego se verifica uma 
substituição gradual, porém, evidente, entre as explicações de 
natureza mítica, por explicações de caráter racional. 
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01 MITO E SENSO COMUM
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FILOSOFIA
06. (UFU) A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir 
do séc. VI a.C. está substancialmente ancorada num exercício 
especulativo-racional. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica 
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer 
uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico 
de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, 
assinale a alternativa correta.
a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um 
intelecto primitivo, próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua 
especulação teórica e adotando a sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de 
difusão e manutenção de um saber prático fundamental para 
a vida cotidiana.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais 
típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e 
radical, baseada no logos.
07.(UEG) A cultura grega marca a origem da civilização ocidental 
e ainda hoje podemos observar sua influência nas ciências, nas 
artes, na política e na ética. Dentre os legados da cultura grega para 
o Ocidente, destaca-se a ideia de que
a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e 
universais que podem ser plenamente conhecidos pelo nosso 
pensamento.
b) nosso pensamento também opera obedecendo a emoções e 
sentimentos alheios à razão, mas que nos ajudam a distinguir 
o verdadeiro do falso.
c) as práticas humanas, a ação moral, política, as técnicas e as 
artes dependem do destino, o que negaria a existência de uma 
vontade livre.
d) as ações humanas escapam ao controle da razão, uma vez 
que agimos obedecendo aos instintos como mostra hoje a 
psicanálise.
08. (IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar 
o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo 
narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na 
razão humana, sendo independente da pessoa do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de 
realidades passadas a partir da interação entre forças naturais 
personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da 
história e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial 
da realidade, limitando-se ao universo da cultura grega, a 
filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as 
inquietações de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas 
e são, em essência, faces distintas do mesmo processo de 
conhecimento que culminou com o desenvolvimento do 
pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições 
ou fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser 
comprovadas pela observação direta ou pela experiência.
09.(UEL) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamente, de 
Platão e de Aristóteles:
[...] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem 
outra origem a filosofia.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 
Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.)
Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram a 
filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, ante as 
dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e enunciaram 
problemas a respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do 
Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo.
E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se 
ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um 
filósofo, pois também o mito é tecido de maravilhas); portanto, 
como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam 
a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária.
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro. 
Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem 
da filosofia, é correto afirmar:
a) A filosofia surgiu, como a mitologia,da capacidade humana 
de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade do 
conhecimento que os homens fugiram da ignorância.
b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque 
ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o 
conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisição 
de novas técnicas.
c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam 
os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a 
impossibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão.
d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se 
surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo e as 
coisas nele contidas, os homens foram tomados de espanto, o 
que deu início à filosofia.
e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram 
com que a reflexão racional se restringisse às explicações 
fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de pensar 
intrínseca às elaborações mitológicas.
10. (UEL 2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia 
Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus 
componentes, já contêm características essenciais da 
compreensão de mundo grega que, posteriormente, se 
revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se 
evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que 
nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende 
movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu 
para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando 
o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, 
devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos 
povos orientais, sabedoria esta desvinculada de, qualquer base 
religiosa.
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV. 
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FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
11. Sobre a singularidade do pensamento filosófico, atente ao texto 
a seguir:
Ao fazer filosofia, o pensamento aprimora sua força de busca, 
quer dizer, aprende a pensar. Aprender a pensar significa promover 
o nascimento da realidade.
(BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao Pensar. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 25)
O autor na citação acima sinaliza, com clareza e distinção, que
a) o pensamento filosófico aprende a pensar, declinando da 
realidade.
b) o aprender a pensar promove a dimensão acrítica.
c) o pensamento crítico substitui a realidade.
d) o pensamento filosófico está dissociado da realidade.
e) aprender a pensar fomenta o entendimento da realidade na sua 
inteireza.
12. Referindo-se à Filosofia, Montaigne escreve:
“É singular que em nosso século as coisas sejam de tal forma que 
a filosofia, até para as pessoas inteligentes, seja um nome vão e 
fantástico, que se considera de nenhum uso e de nenhum valor, 
tanto por opinião como de fato. Creio que a causa disso são esses 
ergotismos [que significa abuso de silogismos na argumentação] 
que invadiram seus caminhos de acesso. É um grande erro pintá-
la inacessível às crianças e com um semblante carrancudo, 
sobranceiro e terrível. Quem a mascarou com esse falso semblante, 
lívido e medonho? Não há nada mais alegre, mais jovial, mais vivaz 
e quase digo brincalhão. Ela só prega festa e bons momentos. Uma 
fisionomia triste e inteiriçada mostra que não é ali sua morada”
(MONTAIGNE I, 26, p. 240).
Depois de ler o texto acima, atentamente, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) Montaigne entende que a filosofia destina-se somente a 
algumas pessoas muito inteligentes, pois é inacessível para a 
maioria delas.
b) Montaigne considera que a filosofia é carrancuda e triste 
porque é crítica e precisa assustar as pessoas.
c) Montaigne concorda que a filosofia é um nome vão e fantástico: 
não tem nenhum uso e nenhum valor para as pessoas inteligentes.
d) Montaigne argumenta que a filosofia é brincalhona e jovial, 
aberta a muitos, inclusive para as crianças.
e) Montaigne julga que a filosofia deve ser sempre terrível e se 
contrapor à festa e à alegria.
13. (UFMA 2008) O senso comum se caracteriza por ser:
I. um conhecimento valorativo, em que cada coisa ou fato nos 
afeta de maneira diferente.
II. um conhecimento generalizador, pois reúne um certo número 
de fenômenos sob as mesmas leis.
III. um conhecimento subjetivo que expressa um saber da nossa 
sociedade ou do nosso grupo social.
Dos itens acima, pode-se concluir: 
a) somente I e III estão corretos. 
b) somente II e III estão incorretos. 
c) somente I está incorreto. 
d) todos estão incorretos. 
e) todos estão corretos. 
14. Diante do desprezo dos pragmáticos de plantão, acenamos 
com a impossibilidade e a necessidade de reflexão filosófica. Com 
relação à filosofia, pode-se afirmar: 
a) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é a admiração.
b) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para 
problematizar. Platão e Aristóteles disseram que a primeira 
virtude do filósofo é a loucura.
c) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é o sonho.
d) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é o destemor.
15. (UEL 2015) Leia os textos a seguir.
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo 
seio, de todos sede irresvalável sempre.
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: 
Iluminuras, 1995. p.91. 
Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois 
mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos 
homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus 
supremo, o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com 
ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o 
oceano para garantir morada e sustento aos homens.
“A Criação do Mundo”. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: <http://super.abril.
com.br/religiao/criacaomundo-447670.shtm>. Acesso em: 1 abr. 2014. 
No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de 
um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e Yang, as duas 
forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão 
e luz, feminino e masculino, frio e calor, seco e molhado.
PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh 
Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22.
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do 
mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas a seguir.
I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres 
e das coisas são genealogias que concebem o nascimento 
ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que 
causa e ordena tudo que existe.
II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam 
ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral 
grandes feitos apresentados como fundamento e começo da 
história de dada comunidade.
III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa 
medida, um modo de expressar determinadas verdades que 
fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que 
uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser.
IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a 
um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com 
algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o 
real e o narrado.
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FILOSOFIA
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
16. (UNIOESTE 2013) “Não é fácil definir se a ideia dos poemas 
homéricos, segundo a qual o Oceano é a origem de todas as coisas, 
difere da concepção de Tales, que considera a água o princípio 
original do mundo; seja como for, é evidente que a representação 
do mar inesgotável colaborou para a sua expressão. Em todas as 
partes da Teogonia, de Hesíodo, reina a vontade expressa de uma 
compreensão construtiva e uma perfeita coerência na ordem racional 
e na formulação dos problemas. Por outro lado, a sua cosmologia 
ainda apresenta uma irreprimível pujança de criação mitológica, 
que, muito mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”, 
nos primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia 
conceber a atividade prodigiosa que se expande na criação das 
concepções filosóficas do período mais antigo da ciência” 
Werner Jaeger.
Considerando o texto acima sobre o surgimento da filosofia na 
Grécia, seguem as afirmativas abaixo:
I. O surgimento da filosofia não coincide com o início do uso do 
pensamento racional.
II. O surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do 
pensamento mítico.
III. Tales de Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como 
princípio original do mundo, rompe, definitivamente, com o 
pensamento mítico.
IV. Mitos estão presentes ainda nos textos filosóficos de Platão 
(século IV a.C.), como, por exemplo, o mito do julgamento 
das almas.
V. Os primeiros filósofos gregos, chamados “pré-socráticos”, em 
sua reflexão, não se ocupavam da natureza (Physis).
Das afirmativas feitas acima 
a) apenas a afirmação V está correta.
b) apenas as afirmações III e V estão corretas.
c) apenas as afirmações II e IV estão corretas.
d) apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.
e) apenas as afirmações I, III e V estão corretas.
17. (UEL 2007) “Há, porém, algo de fundamentalmente novo na 
maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último 
– da origem e essência das coisas – as observações empíricas que 
receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem 
como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino 
dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do 
mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.”
Fonte: JAEGER, W. Paideia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito 
e filosofia na Grécia, é correto afirmar: 
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a 
filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas 
posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, 
representando uma nova forma de pensamento plenamente 
racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula 
dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de 
interdependência, uma vez que o pensamento filosófico 
necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para 
problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.
18. (UPE-SSA 2 2018) Sobre o conhecimento filosófico, considere 
o texto a seguir: 
O saber é infinito e difuso; dele se valendo, procura a filosofia aquele 
centro a que fazíamos referência. O simples saber é uma acumulação; 
a filosofia é uma unidade. O saber é racional e igualmente acessível 
a qualquer inteligência. A filosofia é o modo de pensamento, que 
termina por constituir a essência mesma de um ser humano. 
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 13) 
O autor enfatiza a singularidade do conhecimento filosófico. No 
alinhamento dessa reflexão, tem-se como CORRETO que 
a) o conhecimento filosófico se adquire sem ser procurado, surge 
espontânea e naturalmente, no âmbito da razão.
b) a filosofia é um saber de acumulação, bastando tão somente 
adquiri-lo.
c) o conhecimento filosófico é a posse do saber racional no 
âmbito existencial.
d) o saber filosófico é infinito e difuso, valendo-se da sensação 
para se constituir em essência do ser humano.
e) o conhecimento filosófico caracteriza-se pela sua dimensão 
crítica e sonda a essência mesma das coisas.
19. (UNICENTRO 2012) A prática filosófica exige do sujeito 
disposição para o questionamento e a indagação. Desconfiar 
do óbvio é uma das exigências da reflexão filosófica. Com base 
nessa afirmativa e em seus conhecimentos filosóficos, é correto 
afirmar que a prática filosófica 
a) é necessária, pois promove a abertura mental, possibilitando 
mudanças na vida do ser humano. 
b) não enxerga nada da realidade, pois seu objeto é apenas 
transcendental. 
c) é igual a qualquer outra prática humana, por ser apenas 
informação. 
d) não trabalha com o pensamento racional. 
e) necessita apenas de bom-senso. 
20. (UPE 2012) Que representa a Filosofia? É uma das raras 
possibilidades de existência criadora. Seu dever inicial é tornar as 
coisas mais refletidas, mais profundas (Heidegger, Martin). Nessa 
perspectiva, é correto afirmar que a Filosofia 
a) é uma atividade de crítica e de análise dos valores de uma 
dada sociedade, na perspectiva de reorientação dos sentidos/
significados da vida e do mundo. 
b) começa dizendo sim às crenças e aos preconceitos do senso 
comum e, portanto, começa dizendo que sabemos o que 
imaginávamos saber. 
c) não se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto 
em todos os setores do conhecimento e da ação. 
d) é a impossibilidade da transcendência humana, ou seja, a 
capacidade que só o homem tem de superar a situação dada 
e não escolhida. 
e) sempre se confronta com o poder, e sua investigação fica 
alheia à ética e à política
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FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UDESC) Os atuais filósofos da educação afirmam que o 
fundamental na educação de nossos alunos é filosofar e não só 
filosofia. O que é filosofar?
02. (UDESC) Afirma-se, comumente, que as principais características 
da filosofia são a reflexão e a atitude crítica. Nesse horizonte, 
estabeleça a diferença entre a filosofia e o senso comum.
03. (UFU) Quais são as principais diferenças entre Filosofia e mito?
04. (UNESP) À medida que a ciência se mostrou capaz de 
compreender a realidade de forma mais rigorosa, tornando possível 
fazer previsões e transformar o mundo, houve a tendência a 
desprezar outras abordagens da realidade, como o mito, a religião, 
o bom senso da vida cotidiana, a vida afetiva, a arte e a filosofia. A 
confiança total na ciência valoriza apenas a racionalidade científica, 
como se ela fosse a única forma de resposta às perguntas que o 
homem se faz e a única capaz de resolver os problemas humanos.
Maria L. de A. Aranha e Maria H.P. Martins. Temas de filosofia, 1992.
Com base na ideia de “verdade absoluta”, explique a diferença 
entre mito e ciência. Considerando a expressão “confiança total na 
ciência”, explique como o próprio conhecimento científico pode se 
transformar em mito.
05. (UNESP) O pensamento mítico consiste em uma forma pela 
qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que 
vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e as origens 
desse povo, bem como seus valores básicos. As lendas e narrativas 
míticas não são produto de um autor ou autores, mas parte da 
tradição cultural e folclórica de um povo. Sua origem cronológica 
é indeterminada e sua forma de transmissão é basicamente 
oral. O mito é, portanto, essencialmente fruto de uma tradição 
cultural e não da elaboração de um determinado indivíduo. O mito 
não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao 
questionamento, à crítica ou à correção. Um dos elementos centrais 
dopensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o 
apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas 
dos fenômenos naturais são explicadas por uma realidade exterior 
ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina, a qual só 
os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de interpretar, 
ainda que apenas parcialmente.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001. Adaptado.)
A partir do texto, explique como o pensamento filosófico característico 
da Grécia clássica diferenciou-se do pensamento mítico.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1.D
2.B
3.D
4.C
5.E
6.C
7.A
8.A
9.D
10.D
11.E
12.D
13.A
14.A
15.D
16.D
17.C
18.E
19.A
20.A
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. Filosofar pode ser considerado como a atitude de reflexão e de problematização das 
verdades incorporadas pelo senso comum e pelo pensamento dogmático, além da busca 
por critérios válidos de investigação das verdades e da origem das coisas para que os 
estudantes criem uma autonomia no seu pensamento e não sejam facilmente enganados 
e manipulados.
02. A Filosofia propriamente dita surge no momento em que o exercício do pensar torna-
se objeto de reflexão, ou seja, no instante em que o homem retoma o significado de seus 
atos e dos seus pensamentos e nesta hora é chamado a pensar o já pensando. A atitude 
crítica na filosofia não faz afirmação apenas, mas se obriga a justificar o pensamento com 
argumentos que evita contradições e ambiguidades.
Senso comum é aquele conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados 
ao qual, ao longo da experiência vivida acrescentamos seus resultados a partir do coletivo 
em que vivemos. Este conjunto de ideias permite-nos interpretar a realidade, bem como 
de um corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e agir.
03. A filosofia possui uma tendência à racionalidade, isto é, a razão é o seu critério de 
verdade. Já o mito não possui uma tendência à racionalidade, e sim uma tendência à 
irracionalidade, isto é, os deuses e as fantasias sobre coisas incontroláveis que não 
podemos acessar normalmente, definem o valor da crença.
04. A diferença entre mito e ciência consiste no modo a partir do qual cada um entende que 
se dá o processo do conhecimento acerca da realidade: enquanto no mito esse processo 
se fundamenta no sobrenatural e no dogmatismo, na ciência é a experimentação metódica 
e a formulação de teorias e leis gerais que possibilita o conhecimento. Com o aumento 
da importância da ciência como paradigma da vida humana e do universo, sobretudo a 
partir do século XIX, passou a predominar a ideia de que apenas o conhecimento científico 
possuiria legitimidade e seria capaz de fornecer uma verdade absoluta. No entanto, a 
confiança total na ciência pode levar a um processo contraditório no qual ocorre a 
mitificação da ciência, na medida em que busca-se explicações científicas para aspectos 
da condição humana que escapam ao entendimento da mesma e/ou entende-se as 
produções da ciência como verdades absolutas inquestionáveis, ou seja, como dogmas.
05. O pensamento mítico e o pensamento filosófico buscam responder a 
questionamentos acerca da natureza e do homem que muitas vezes coincidem, ou seja, 
ambos os pensamentos buscam o entendimento do mundo que cerca os indivíduos. No 
entanto, enquanto o pensamento mítico se baseia na atribuição de caráter sobrenatural 
às explicações fornecidas, o que dispensa o uso da postura crítica investigativa, o 
pensamento filosófico é fundamentado na aplicação do paradigma do raciocínio lógico na 
formulação das interpretações acerca dos questionamentos considerados, o que impõe o 
uso de uma perspectiva racional na observação dos fenômenos. 
ANOTAÇÕES
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FILOSOFIA
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SURGIMENTO DA FILOSOFIA02
O CONTEXTO GREGO E A FILOSOFIA
A Filosofia surge na Grécia, mas não por acaso, essa pequena 
parte da atual Europa conjugava uma série de fatores necessários 
para surgimento dessa disciplina.
• Existência da pólis.
• Viagens Marítimas.
• Uso da escrita.
• Uso do calendário.
• Uso da moeda.
• Não existência de um livro sagrado da religião grega.
A PÓLIS E A DEMOCRACIA GREGA
A consolidação da pólis, a cidade-Estado grega no contexto do 
início do séculoVII a.C é um acontecimento fundamental para entender 
o surgimento da Filosofia. Nela foram apresentados elementos que 
compuseram e até hoje compõem o pensar filosófico. 
A pólis era espaço do debate. As discussões nas ágoras eram 
permeadas por questões acerca da justiça, poder e moral. Esses 
debates tinham como característica fundamental a natureza 
política do processo, em outras palavras, os temas discutidos 
eram de natureza coletiva, isto é, falavam sobre a dinâmica da 
coletividade, das cidades, daquilo que era comum a todos. 
Além disso, o espaço da ágora era o local da palavra, da 
primazia da argumentação e da oposição de ideias. A natureza do 
debate colocava de lado as explicações mitológicas, aquilo que era 
proferido por deuses e as verdades absolutas e inquestionáveis.
Outro elemento importante trata de como ocorria o processo de 
participação no debates. A democracia ateniense, que influenciou 
as outras cidades-Estado, é marcada pela participação direta, isto é, 
cada pessoa tinha a possibilidade de falar diretamente nos espaço 
de discussão, ao contrário da lógica da escolha de representantes. 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ad/Parthenon_from_west.
jpg/800px-Parthenon_from_west.jpg
É sabido que a participação não era direito de todos, era 
vetada a segmentos da sociedade como mulheres, estrangeiros 
e escravos, mas vale ressaltar a relevância de uma lógica de 
participação na qual o poder da palavra e da tomada de decisões 
estavam garantidos a diversos membros da coletividade e não 
apenas a um grupo específico.
O USO DA ESCRITA E A MOEDA
A escrita não surgiu associada à pólis, ela já existia antes do 
século XII a.C, mas voltou a ganhar força por volta do século VIII 
a.C. 
O uso da escrita tem relevância para o surgimento da lógica 
filosófica por diversos motivos como:
• os escritos eram submetidos à avaliação pública
• aquilo que estava escrito era passível de crítica, debate e 
oposição
• na escrita, a palavra dita ganha uma natureza perene, que 
dura
• a permanência do escrito exigiu maior rigor sobre o que era 
dito, cobrando reflexões mais profundas.
 De modo paralelo ao fortalecimento da pólis e do 
estabelecimento da democracia, surge a moeda. O contexto 
grego era marcado por uma aristocracia que devia, em grande 
medida, parte da sua posição social de superioridade baseada em 
argumentos divinos e ancestrais. Dessa maneira, as noções de 
valor no sistema de troca de mercadorias eram afetadas por esses 
privilégios e visões de superioridades. 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8a/Naxos-02.jpg
O surgimento da moeda grega, por volta do século VII a.C, teve 
a função de estabelecer um padrão para o cálculo dos valores que 
tinha como grande novidade ter sido construído e estabelecido pelo 
homem, tirando de critérios sagrados o papel dessas convenções 
que favoreciam valores aristocráticos.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Aponte duas características que contribuíram para o 
surgimento da Filosofia.
02. Apresente uma importante característica da democracia grega
03. Aponte uma contribuição do uso da escrita no mundo grego
04. Aponte uma elemento importante do surgimento da moeda na 
Grécia.
05. O que eram as ágoras?
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FILOSOFIA 02 SURGIMENTO DA FILOSOFIA
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01.(UNIMONTES) A passagem da mentalidade mítica para 
o pensamento racional e filosófico foi gestada por fatores 
considerados relevantes para a construção de uma nova 
mentalidade. Algumas novidades do período arcaico ajudaram 
a transformar a visão que o mito oferecia sobre o mundo e aexistência humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes:
a) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a imprensa.
b) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o nascimento 
da pólis.
c) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o nascimento 
da pólis.
d) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o nascimento 
da pólis.
02. (UEAP) A filosofia surge na Grécia por volta do século VI a.C. 
Mudanças sociais, políticas e econômicas favoreceram o seu 
surgimento. Dentre estas mudanças, pode-se mencionar:
a) a estruturação do mundo rural, desenvolvimento do sistema 
escravagista e o estabelecimento de uma aristocracia 
proprietária de terras.
b) a expansão da economia local fundada no desenvolvimento 
do artesanato, o fortalecimento dos “demos” e da organização 
familiar patriarcal.
c) as disputas entre Atenas e Esparta, o desenvolvimento de 
Mecenas e do comércio jônico.
d) o uso da escrita alfabética, as viagens marítimas e a evolução 
do comércio e do artesanato.
e) o predomínio do pensamento mítico.
03. (UNICENTRO) A passagem do Mito ao Logos na Grécia antiga 
foi fruto de um amadurecimento lento e processual. Por muito 
tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem 
que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa 
afirmativa, é correto afirmar:
a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a passagem 
do Mito ao Logos.
b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi responsabilidade 
dos tiranos de Siracusa.
c) A economia grega estava baseada na industrialização, e isso 
facilitou a passagem do Mito ao Logos.
d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com outros 
povos com as mesmas preocupações e culturas, o que 
contribuiu para a passagem do Mito ao Logos.
e) A atividade comercial e as constantes viagens oportunizaram 
a troca de informações/conhecimentos, a observação/
assimilação dos modos de vida de outros povos, contribuindo, 
assim, de modo decisivo, para a construção da passagem do 
Mito ao Logos.
04. (UEG) Tales foi o iniciador da reflexão sobre a physis, pois foi 
o primeiro filósofo a afirmar a existência de um princípio originário 
e único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que 
esse princípio de tudo é a água. Tudo se origina a partir dela. Essa 
proposta é importantíssima [...] podendo com boa dose de razão 
ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se 
costuma chamar de começo da formação do universo.
REALE, Giovanni. História da filosofia. São Paulo: Loyola, 1990.
A passagem do mito à filosofia iniciou-se com os pré-socráticos. 
O primeiro deles foi Tales de Mileto, que iniciou o estudo da 
cosmologia. A cosmologia é definida como:
a) a investigação racional do agir humano.
b) a investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
c) o estudo do belo na arte.
d) o estudo do estado civil e natural e seu ordenamento jurídico.
05. (UNIOESTE) “O mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. 
É uma forma de as sociedades espelharem suas contradições, 
exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações. Pode ser visto 
como uma possibilidade de se refletir sobre a existência, o cosmos, 
as situações de ‘estar no mundo’ ou as relações sociais”.
Everardo Rocha.
Mediante essa definição geral de mito é correto afirmar que
a) as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e 
filosófico complexamente constituídos não possuem mitos, 
pois eliminaram as dúvidas e os paradoxos.
b) Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do 
pensamento ocidental, não recorria aos mitos em seus diálogos, 
apesar de ter sido o primeiro a utilizar o termo mitologia.
c) alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como 
referências para a vida de muitas pessoas mesmo no século XXI.
d) as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas 
sobre o mesmo mito primitivo, variando, apenas, os nomes de 
seus personagens.
e) todas as afirmações acima estão corretas.
06. (ENEM PPL 2016) O aparecimento da pólis, situado entre os 
séculos VIII e VII a.C., constitui, na história do pensamento grego, 
um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como 
no domínio das instituições, a vida social e as relações entre os 
homens tomam uma forma nova, cuja originalidade foi plenamente 
sentida pelos gregos, manifestando-se no surgimento da filosofia.
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 2004 (adaptado).
Segundo Vernant, a filosofia na antiga Grécia foi resultado do(a) 
a) constituição do regime democrático.
b) contato dos gregos com outros povos.
c) desenvolvimento no campo das navegações.
d) aparecimento de novas instituições religiosas.
e) surgimento da cidade como organização social.
07. (UEL 2014)Observe a figura a seguir e responda à questão.
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02 SURGIMENTO DA FILOSOFIA
15
FILOSOFIA
A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da 
Acrópolis – onde ficavam os templos como o Parthenon –, o Teatro 
de Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça Pública) e as 
casas dos moradores.
 Sobre a relação entre a organização da cidade de Atenas, a ideia 
de polis e o aparecimento da filosofia na Grécia Clássica, considere 
as afirmativas a seguir.
I. A filosofia surgiu simultaneamente à cidade-Estado, ambiente 
em que predominava o discurso público baseado na troca de 
opiniões e no desenvolvimento da argumentação.
II. A filosofia afastava-se das preocupações imediatas da 
aparência sensível e voltava-se para as questões do espírito.
III. O discurso proferido pelo filósofo era dirigido a pequenos 
grupos, o que o distanciava da vida pública.
IV. O discurso da filosofia no contexto da polis restringia-se ao 
mesmo tipo de discurso dos guerreiros e dos políticos ao 
desejar convencer em vez de proferir a verdade.
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
08. (UPE-SSA 1 2017) Observe o texto a seguir sobre a gênese do 
pensamento filosófico.
Com a filosofia, novo critério de verdade se impunha: o critério da 
logicidade. Verdade é aquilo, que concorda com as leis do lógos 
(pensamento, razão). É a razão, que nos dá garantia da verdade, 
porque o real é racional. 
LARA, Tiago Adão. A Filosofia nas suas origens gregas, 1989, p. 54.
Sobre a gênese do pensamento filosófico, está CORRETO afirmar que 
a) a evidência da verdade com o crivo da racionalidade tem 
resposta no mito.
b) o critério da logicidade está presente na adesão à crença e ao 
mito.
c) a gênese do pensar filosófico e a inspiração criadora de 
sentidos consistem na fantasia.
d) a origem do pensamento filosófico surge entre os gregos, no 
século VI a.C., na busca por explicação do sobrenatural com a 
força do divino.
e) o despertar da filosofia grega surge na verdade argumentada 
da razão com o critério da interpretação.
09. (UNIOESTE) “Reflexão significa movimento de volta sobre 
si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é 
o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, 
interrogando a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque 
é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para 
conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio 
pensamento. Não somos, porém, somente seres pensantes. 
Somos também seres que agem no mundo. [...] A reflexão filosófica 
também se volta para essas relações que mantemos com a 
realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que 
realizamos nessas relações.” (M. Chauí)
Sobre a Filosofia, conforme o texto acima, seguem as seguintes 
afirmações:
I. Independentemente de seu conteúdo ou objeto, uma característica 
fundamental da Filosofia é a indagação, a interrogação.
II. A Filosofia direciona perguntascomo “o que é?”, “por que é?” 
e “como é?” ao mundo que nos cerca, ao próprio homem e às 
relações que o homem estabelece.
III. A Filosofia não é algo importante porque não somos apenas 
seres pensantes.
IV. A reflexão sobre o conhecer e o agir humanos fazem parte da 
reflexão filosófica.
V. A reflexão filosófica é radical porque é feita sem nenhum tipo 
de objetivo.
Das afirmações feitas acima
a) apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas I, II, III e V estão corretas.
d) todas as afirmativas estão corretas.
e) todas as afirmativas estão incorretas.
10. (UEL 2007) Leia o texto a seguir:
“Sim bem primeiro nasceu Caos,
depois também
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável
sempre
dos imortais que têm a cabeça do
Olimpo nevado
e Tártaro nevoento no fundo do chão
de amplas vias
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais.”
Fonte: HESÍODO. Teogonia. Tradução de Jaa Torrano. 3ª ed. São Paulo: Iluminuras, 1995, 
p. 111.
Sobre o exposto acima, podemos afirmar que se trata de um texto:
I. Do período cosmológico, que compreende as escolas pré-
socráticas, cujo interesse era perseguir a unidade que garantia 
a ordem do mundo e a possibilidade do conhecimento humano.
II. De caráter ético, cuja narrativa revela a preocupação com a 
conduta dos homens e dos deuses.
III. De caráter cosmogônico, cuja reflexão busca tornar concebível 
a origem das coisas e a força que as produziu.
IV. Anterior à cosmologia filosófica, cuja narrativa reflete ainda a 
mentalidade mítica.
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e III. 
b) III e IV. 
c) II e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, II e IV. 
11. (UNICENTRO 2010) No século V a.C. Atenas esteve sob o 
governo de Péricles, um dos grandes estrategos do mundo grego. 
Naquele período, Atenas vivenciou o grande florescimento das 
artes, ciência, filosofia e política. Segundo alguns autores, é a partir 
do governo de Péricles que os gregos traçaram as linhas mestras 
daquilo que viria a ser a política enquanto atividade (e dever) de 
todos os cidadãos que vivem na pólis (cidade-estado).
A partir desta e outras informações sobre o governo de Péricles, 
assinale a alternativa correta. 
a) No governo de Péricles, somente as classes mais favorecidas 
tinham direito a voz nas assembleias. 
b) Somente aos sábios caberia o dever de governar a pólis 
grega, porque apenas eles teriam condições de “contemplar” a 
verdadeira ideia de justiça. 
c) Péricles propõe, como melhor regime político, a sofocracia, 
governo nas mãos do sábio. 
d) Péricles desenvolveu uma concepção política muito restrita, 
na qual o governo da pólis seria mantido somente por um 
pequeno número de pessoas. 
e) O governo, próprio de Atenas, recebeu, a partir de Péricles, o 
nome de “democracia”, porque a sua direção (poder - cratós) 
não está na mão de um pequeno grupo, mas sim da maioria 
(o demos). 
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FILOSOFIA 02 SURGIMENTO DA FILOSOFIA
12. Sobre o conceito Filosofia, assinale a alternativa CORRETA. 
a) É o exame do conhecimento em sua generalidade que 
se desdobra por meio da dialética humana: da prática ao 
conhecimento e desse conhecimento de retorno à prática.
b) É um exercício sistemático do pensar com clara inspiração 
científica.
c) É, por si mesma, uma interface sistemático-conceitual 
que busca ser a extensão do conhecimento rigoroso e 
sistematizado.
d) É uma análise lógico-crítica da realidade.
13. 
Texto 1
Eis aqui, portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o homem, 
e quando se buscou o que devia entrar na carne do homem.
Havia alimentos de todos os tipos. Os animais ensinaram o caminho. 
E moendo então as espigas amarelas e as espigas brancas, 
Ixmucaná fez nove bebidas, e destas provieram a força do homem. 
Isto fizeram os progenitores, Tepeu e Gucumatz, assim chamados.
A seguir decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira 
mãe e pai. De milho amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de 
massa de milho foram feitos seus braços e as pernas do homem. 
Unicamente massa de milho entrou na carne de nossos pais.
(Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito dos Quiché da Guatemala sobre sua origem 
do milho e a criação do mundo. In: A conquista espiritual da América Espanhola: 200 
documentos – Século XVI. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 32-33.)
Texto 2
“Se você é o que você come, e consome comida industrializada, 
você é milho”, escreveu Michael Pollan no livro O Dilema do 
Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele estima que 25% da comida 
industrializada nos EUA contenha milho de alguma forma: do 
refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma 
importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e 
galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão.
O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no 
mercado e também porque os EUA produzem mais da metade do 
milho distribuído no mundo.
(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super 
Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.) 
Com base nos textos 1 e 2 e nos conhecimentos sobre as relações 
entre organização social e mito, é correto afirmar.
a) Os deuses maias criaram os homens dotados de livre arbítrio 
para, a partir dos princípios da razão e da liberdade, ordenarem 
igualitariamente a sociedade.
b) A exemplo das narrativas que predominavam no período 
homérico da Grécia antiga, os mitos expressam uma forma de 
conhecimento científico da realidade.
c) Na busca de um princípio fundante e ordenador de todas as 
coisas, como ocorre na mitologia grega, a narrativa mítica 
justifica as bases da legitimação de organização política e de 
coesão social.
d) Assim como nos povos Quiché da Guatemala, também os 
mitos gregos procuram explicar a arché, a origem, a partir de 
um elemento originário onde está presente o milho.
e) Para certas tradições de pensamento, como a da escola de 
Frankfurt, o iluminismo representa a superação completa do mito.
14. “A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e 
espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações 
que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar 
respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres 
humanos, os acontecimentos materiais e as ações dos seres 
humanos podem ser conhecidos pela razão humana”
(CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p.32).
Considerando o exposto, assinale o que for correto.
a) A filosofia surgiu na Grécia durante o séc. VI a.C.. Apesar de 
seu nascimento ser considerado o “milagre grego”, é conhecida 
a frequentação de Atenas por outros sábios que viveram no 
século VI a.C., como Confúcio e Lao Tse (provenientes da 
China), Buda (proveniente da Índia) e Zaratustra (proveniente da 
Pérsia), fazendo da filosofia grega uma espécie de comunhão 
dos saberes da antiguidade.
b) O surgimento da filosofia é coetâneo ao advento da pólis 
(cidade). Novas estruturas sociais e políticas permitiram o 
desenvolvimento de formas de racionalidade, modificadoras 
da prática do mito.
c) Por serem os únicos filósofos a praticar a retórica, os sofistas 
representam, indiscutivelmente, o ponto mais alto da filosofia 
clássica grega (séculos V e IV a.C.), ultrapassando Sócrates, 
Platão e Aristóteles.
d) Filósofo é aquele que busca certezas sem garantias de possuí-
las efetivamente. Por essa razão, o filósofo não deseja o 
conhecimento do mundo e das práticas humanas por meio 
de critérios aproximativos e compartilhados (de aceitação 
comum), através do debate.
e) A atividade filosófica pode ser definida, entre outras habilidades, 
pela capacidade de generalização e produção de conceitos, 
encontrando, sob a multiplicidade de objetos do mundo, 
relações de semelhança e de identidade.
15. Leia o texto a seguir:
Mesmo quando se pretendeu a política, a filosofia sempre teve 
significado político. Filosofando,o homem chega a si mesmo e 
encontra razão para moldar e julgar politicamente sua associação 
com os outros homens.
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico, São Paulo: Cultrix, 1999, p. 55. 
Adaptado)
O texto acima retrata, com clareza, a dimensão do saber filosófico 
no âmbito da política. Sobre esse assunto, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) No âmbito da política, a filosofia tem valor secundário no julgar 
politicamente.
b) Julgar politicamente é declinar do filosofar no moldar a 
experiência coletiva.
c) A filosofia e a política estão ligadas ao julgar e moldar a esfera 
dos assuntos públicos.
d) A política e a filosofia dão ênfase ao espaço do individual em 
detrimento do coletivo.
e) No julgar politicamente, a esfera do individual se sobrepõe ao 
valor da significância do coletivo.
16. (UPE-SSA 1 2016) Sobre a gênese da filosofia entre os gregos, 
observe o texto a seguir:
Seja como termo, seja como conceito, a filosofia é considerada 
pela quase totalidade dos estudiosos como uma criação própria 
do gênio dos gregos. Quem não levar isso em conta não poderá 
compreender por que, sob o impulso dos gregos, a civilização 
ocidental tomou uma direção completamente diferente da oriental.
(ANTISERI, Dario e RELAE, Giovanni. História da Filosofia, 1990, p. 11).
Sobre a gênese do pensamento filosófico entre os gregos, é 
CORRETO afirmar que 
a) a experiência concreta da racionalidade estava isenta da vida 
política na Pólis Grega.
b) a prática político-democrática, atrelada ao enfoque irracional 
da vida em sociedade, foi o terreno fértil para a gênese do 
pensamento filosófico.
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02 SURGIMENTO DA FILOSOFIA
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FILOSOFIA
c) sob o impulso dos gregos, a dimensão racional se impõe como 
critério de verdade. A filosofia é fruto desse projeto da razão.
d) a filosofia é fruto do momento cultural em que a sensibilidade e 
a fantasia impõem-se sobre a razão.
e) na gênese do pensamento filosófico grego, na civilização 
ocidental, a forma de sabedoria que se sobrepunha à ciência 
filosófica, eram as convicções religiosas fundamentadas na 
razão pura.
17. (UPE-SSA 1 2016) Atente ao texto a seguir:
Sobre o pensamento grego
Apesar de a filosofia possuir data e local de nascimento, suas 
origens não são um fato simples, mas, objeto de controvérsias (o 
que, aliás, é muito próprio da filosofia). A causa da controvérsia é, 
justamente, o conteúdo da filosofia nascente, isto é, a cosmologia.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia, 1994.
No tocante ao pensamento grego, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O pensamento grego, no enfoque da filosofia, é a expressão 
máxima da racionalidade no trato com o conhecimento.
b) No pensamento grego, a singularidade da filosofia está imbuída 
na tarefa de uma explicação sensível sobre a origem e a ordem 
do mundo.
c) Os primeiros filósofos gregos pretenderam explicar, apenas, a 
origem das coisas e da ordem do mundo sem atentar para o 
fluxo das mudanças e repetições. Eles buscavam, pelo simples 
discurso, o estudo do cosmos.
d) Desde o seu início, o problema cosmológico é o último a destacar-
se claramente como objeto de pesquisa e sistematização. Ou 
seja, a cosmologia estava em segundo plano.
e) No pensamento grego, os primeiros filósofos acreditavam que o 
princípio de todas as coisas se encontrava na substância imaterial 
e desprezavam a natureza material – o enfoque na cosmologia.
18. (UNCISAL 2011) Segundo Marilena Chauí, a resposta à pergunta 
“O que é filosofia?” poderia ser: “a decisão de não aceitar como 
óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os 
valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais 
aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido”.
(Convite à filosofia)
Após ler com atenção essa definição, assinale a alternativa correta. 
a) A filosofia identifica-se inteiramente com o senso comum.
b) As reflexões filosóficas apresentam o mesmo nível qualitativo 
das reflexões cotidianas.
c) Filosofar significa apresentar um ponto de vista crítico sobre 
a realidade. 
d) A filosofia deve, necessariamente, apresentar um ponto de 
vista místico ou religioso sobre a realidade.
e) Todo filósofo é necessariamente ateu.
19. (UECE 2019) “É no plano político que a Razão, na Grécia, 
primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência 
social só pôde tornar-se entre os gregos objetos de uma reflexão 
positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de 
argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros 
Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram 
defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis à sua 
inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida.”
VERNANT, J.-P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 
1989, p. 94.
Com base nessa citação, é correto afirmar que a filosofia nasce 
a) após o declínio das ideias mitológicas, não havendo nenhuma linha 
de continuidade entre estas últimas e as novas ciências gregas.
b) das representações religiosas míticas que se transpõem nas 
novas representações cosmológicas jônicas.
c) da experiência do espanto, a maravilha com um mundo 
ordenado e, portanto, belo.
d) da experiência política grega de debate, argumentação e contra-
argumentação, que põe em crise as representações míticas.
e) da racionalidade intuitiva e natural do ser humano que 
gradualmente exclui as explicações mitológicas do seu cotidiano.
20. (UFPA 2013) “Em Atenas [...] o povo exercia o poder, diretamente, 
na praça pública [...]. Todos os homens adultos podiam tomar 
parte nas decisões. Hoje elegemos quem decidirá por nós. A 
democracia antiga é vista, geralmente, como superior à moderna. 
Mas a democracia moderna não é uma degradação da antiga: ela 
traz uma novidade importante – os direitos humanos. A questão 
crucial dos direitos humanos é limitar o poder do governante. Eles 
protegem os governados dos caprichos e desmandos de quem 
está em cima, no poder.”
JANINE, Renato. A democracia, São Paulo, Publifolha, 2001, p. 8-10, texto adaptado.
A superioridade da democracia antiga com relação à moderna 
pode ser atribuída ao (à) 
a) poder dado aos homens mais velhos, dotados de virtude e 
sabedoria, para decidirem sobre os destinos da cidade. 
b) condução, de forma justa, da vida em sociedade e garantia do 
direito de todos os habitantes da cidade de participarem das 
assembleias.
c) poder dado aos homens que se destacaram como os mais 
corajosos nas guerras e aos mais capazes nas ciências e 
nas artes, para estes tomarem as decisões nas assembleias 
realizadas em praça pública.
d) fato de o povo eleger seus representantes políticos para tomar 
decisões sobre os destinos da cidade e definir os seus direitos, 
em praça pública, de modo a evitar atitudes arbitrárias e 
injustas dos governantes.
e) participação direta dos cidadãos nas decisões de interesse do 
todo no âmbito do espaço público.
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UNESP) Dogmatismo vem da palavra grega dogma, que 
significa: uma opinião estabelecida por decreto e ensinada como 
uma doutrina, sem contestação. O dogmatismo é uma atitude 
autoritária e submissa. Autoritária porque não admite dúvida, 
contestação e crítica. Submissa porque se curva a opiniões 
estabelecidas. A ciência distingue-se do senso comum porque 
esta é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições 
cristalizadas, enquanto a ciência baseia-se em pesquisas, 
investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as 
teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a 
realidade.
(Marilena Chaui. Convite à filosofia, 1994. Adaptado.)
a) Cite duas implicações políticas do dogmatismo.
b) Do ponto de vista da objetividade, explique por que o 
conhecimento científico é superior ao senso comum.
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FILOSOFIA02 SURGIMENTO DA FILOSOFIA
02. (UFPR) Leia o excerto a seguir:
“A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo 
de reflexão que define a seus próprios olhos sua originalidade, 
sua superioridade sobre o mundo bárbaro. No lugar do Rei cuja 
onipotência se exerce sem controle, sem limite, no recesso de 
seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto de um 
debate público em plena luz do sol, na ágora, da parte de cidadãos 
definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum [...]”. 
(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: DIFEL, 2013.) 
Tendo como base as afirmações expostas por Vernant, identifique 
os traços principais da polis grega, o sistema político que ela 
substituiu e os principais problemas que ela apresenta. 
03. (UNIFESP) (...) é no último quartel do século VII [a.C.] que a 
economia das cidades (...) volta-se decididamente para o exterior; 
o tráfico por mar vai então amplamente ultrapassar a bacia oriental 
do Mediterrâneo, entregue a seu papel de via de comunicação. A 
zona dos intercâmbios estende-se a oeste até a África e à Espanha, 
a leste até ao Mar Negro.
(Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 1991.)
O texto fala da expansão das cidades gregas no século VII a.C. 
Explique
a) por que o autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de 
comunicação”.
b) os principais motivos dessa expansão.
04. (UFJF-PISM 1) Leia atentamente o trecho e as informações no 
quadro a seguir:
Nas cidades gregas e em Roma durante a Antiguidade, existiram duas 
principais maneiras de governar. Numa, a sociedade era governada 
por uma só pessoa: o rei ou monarca. Era a monarquia. Noutra, a 
sociedade era dirigida por um grupo pequeno de homens ricos. Era 
a aristocracia. Em algumas cidades da Grécia, como em Atenas, foi 
experimentada uma terceira forma de governo. Era a democracia.
KONDER, Leandro. Muito além das Urnas. Revista Ciência hoje das crianças, nº 64. 
Adaptado
Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/muito-alem-das-urnas - Acessado 
04/09/2015
Dados 
estatísticos 
aproximados
População 
Total
Indivíduos com direito a 
voto
Números 
absolutos %
ATENAS (Vº 
século a.C.) 240 mil 38 mil 15,8%
Brasil – 2014 203 milhões 143 milhões 70,4%
Com base no texto, no quadro e em seus conhecimentos, responda 
ao que se pede:
a) O que era necessário para que um indivíduo participasse das 
decisões políticas durante a democracia em Atenas?
b) Analise as motivações que explicam a diferença do percentual 
existente entre indivíduos com direito a voto na democracia 
ateniense e no modelo democrático existente no Brasil atual. 
05. (UFPR) Estabeleça duas diferenças entre o conceito de 
democracia vigente em Atenas no período antigo e o conceito de 
democracia vigente no Brasil atual.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1.C
2.D
3.E
4.B
5.C
6.E
7.A
8.E
9.A
10.B
11.E
12.A
13.C
14.B
15.C
16.C
17.A
18.C
19.D
20.E
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01.
a) O dogmatismo pode gerar uma submissão a regimes autoritários e totalitários, 
na medida em que não reconhece a existência da pluralidade entre os homens. 
Além disso, ele também pode impedir o desenvolvimento da ciência, uma vez que 
estabelece uma série de verdades incontestes. 
b) O conhecimento científico é baseado na comprovação metódica, empírica e racional. 
Além disso, um dos seus princípios é a falseabilidade. Ou seja, uma teoria, uma 
vez provada falsa, pode ser abandonada em prol de outra. O senso comum, em 
contrapartida, corresponde a verdades tradicionais, surgidas de forma irrefletida e 
imediata, que independem de comprovação empírica e racional.
02. Durante o período Arcaico da Grécia, VIII-VI a.C, predominava um governo 
aristocrático monopolizado pela elite agrária que possuía o domínio político e econômico. 
No período Clássico, V-IV a.C, foi implantada a democracia e o poder foi transferido 
para os cidadãos. A ágora, praça pública, passou a ser o cenário do debate político dos 
cidadãos visando criar leis para a polis. Vale lembrar que polis era uma cidade estado que 
possuía autonomia política, a democracia era direta e participativa e a cidadania era muito 
restrita, apenas 10% da população exercia seus direitos políticos. Mulheres, escravos e 
estrangeiros estavam excluídos
03. Porque o mar Mediterrâneo era a principal via de circulação de navios do mundo 
antigo, integrando diferentes regiões e povos da Europa, Ásia e África.
Muitos historiadores contemporâneos apontam como causa para a expansão das cidades 
gregas no século VII a.C, necessidades comerciais e o grande crescimento demográfico 
que se iniciara no final do Período Homérico. Porém, há discordância quanto aos motivos 
comerciais, pois muitas das regiões colonizadas não tinham nenhum atrativo comercial 
para os gregos. Observa-se que bons portos, excelentes pontos para o desenvolvimento 
da atividade comercial, não foram ocupados por nenhuma colônia grega, indicando que 
nem sempre o objetivo mercantil era o principal para a expansão das cidades. Assim 
sendo, pode-se apontar que o principal motivo da expansão territorial grega tenha sido 
a busca de uma solução para a crise decorrente da explosão populacional iniciada no 
século VIII a.C. As condições geográficas da área continental da Grécia, um solo pouco 
fértil e pedregoso e o relevo montanhoso, não atendiam as demandas de uma população 
crescente. Esse movimento é conhecido como Segunda Diáspora Grega.
04. Em Atenas eram considerados cidadãos os homens, maiores de 21 anos e que 
fossem atenienses natos, ou seja, 15% da população; 
No Brasil atual, o acesso à cidadania, no que tange ao direito ao voto, é amplo: todo 
e qualquer cidadão brasileiro (nascido ou naturalizado), ao atingir a idade mínima 
necessária, pode votar.
05. O conceito de democracia ateniense era direto e excludente: os poucos cidadãos 
(homens, maiores de 21 anos e atenienses natos) participavam diretamente das tomadas 
de decisão da cidade-Estado. 
O conceito de cidadania do Brasil atual é indireto ou representativo e abrangente: todos 
somos cidadãos e elegemos um representante para tomar as decisões políticas.
ANOTAÇÕES
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FILOSOFIA
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PRÉ-SOCRÁTICOS I03
O INÍCIO DO FILOSOFAR
Os primeiros filósofos eram naturais da cidade de Mileto. 
Foram chamados por Aristóteles, tempos depois, de “físicos” 
porque o problema central com o qual lidavam era a questão da 
physis. Atualmente, damos aos primeiros filósofos a qualidade 
de “pré-socráticos”, pois investigam questões diferentes das que 
passaram a ser abordadas pela filosofia após Sócrates. As mais 
importantes perguntas que os pré-socráticos faziam eram:
• Como surgiu o cosmos?
• Como a physis é ordenada?
• Quais são os elementos fundamentais da physis, ou seja, 
qual é o arché?
A resposta apresentada por cada um dos três principais 
filósofos milesianos foi baseada na ideia de que a physis tinha um 
arché unitário. Em outras palavras, um único princípio deve ser 
utilizado para explicar todas as coisas no cosmos.
O "PRINCÍPIO” DE TODAS AS COISAS
Tales (624-546 a.C.) foi considerado o primeiro filósofo. Em 
contraste com as antigas explicações mitológicas, Tales tentou 
encontrar explicações naturalistas para o mundo, sem referência 
a coisa alguma sobrenatural. Explicou, por exemplo, os terremotos 
por meio da teoria de que a Terra flutua na água; os terremotos 
seriam causados pelo encontro da Terra com ondas.
Tales procurava pelo “princípio” de todas as coisas, ou seja, 
pelo arché. O arché seria aquilo de que todas as coisas seriam 
compostas, em que todas as coisas subsistem e para que todas 
as coisas tendem.
Segundo a cosmologia de Tales, a arché seria a água. Todas 
as coisas seriam compostas por água. Devido ao  fato de ter sido o 
primeiro pensador a procurar um princípio natural observável (a água) 
para explicar todas as coisas, muitas vezes, Tales é consideradoo primeiro cientista. Contudo, provavelmente o que Tales tinha em 
mente com a ideia de água não era o mesmo que nós, que pensamos 
na  substância H2O. Provavelmente, o que Tales tinha em mente era
algo como o elemento líquido, o princípio líquido como a fonte de todas 
as coisas na natureza. Este elemento ou princípio líquido, considerado 
de modo unitário, seria a fonte, o fim e o substrato de todos os seres 
individuais e múltiplos. Assim, o princípio líquido universal é aquilo de 
que todas as coisas surgem, em que todas as coisas existem e para o 
que todas as coisas se encaminham.
Evidentemente, esta ideia, embora seja naturalista, pois o 
princípio líquido é parte da natureza, não é materialista. Tales não 
era um filósofo para quem a única realidade era material; na verdade, 
a realidade substancial é natural, é una, mas não é material. Note-
se que não material não significa sobrenatural. Mesmo quando 
diz que o ímã tem alma, não utiliza aqui um princípio sobrenatural; 
apenas justifica o movimento do ímã na direção do ferro (ou o 
contrário) por um princípio natural, o princípio da vida (a alma), pois 
apenas o que tem vida poderia mover-se autonomamente. Embora 
não material, o princípio fundamental é parte da physis.
Neste sentido, podemos também compreender a tese mais 
conhecida de Anaximandro (610-546 a.C.). Aluno de Tales, 
professor de Anaxímenes e de Pitágoras, foi o primeiro filósofo 
a escrever seus estudos, embora apenas um fragmento de seu 
trabalho ainda exista. Anaximandro seguiu a mesma linha de 
Tales e foi além. Afirmou que a natureza é regida por leis, como as 
sociedades humanas, e nada que cause distúrbio ao balanço da 
natureza pode durar muito tempo.
Suas contribuições à filosofia envolvem várias disciplinas. Na 
astronomia, tentou descrever a mecânica dos corpos celestes em 
relação à Terra. Também desenhou um mapa do mundo que contribuiu 
grandemente para o avanço da geografia. Esteve envolvido com a 
política de Mileto e foi enviado como líder de uma de suas colônias. 
Contudo, foi a respeito do princípio fundamental que Anaximandro fez 
suas mais duradouras contribuições para a filosofia.
Ao contrário de Tales, que propôs que o arché fosse o princípio 
líquido, ou seja, a água, Anaximandro defendeu que o princípio 
não era líquido, nem sólido, nem gasoso (mesmo que líquido, 
sólido ou gasoso fossem tomados como princípios muito gerais 
e quase metafóricos). Sua proposta foi de que o arché não pode 
ter limite, determinação nem forma. Afinal, se o arché tiver forma, 
todas as coisas criadas dele terão necessariamente a forma do 
arché. Contudo, se o arché não tiver forma, limite ou determinação, 
pode vir a se tomar a forma, ter o limite e determinar-se como 
qualquer outra coisa. Anaximandro deu a esse arché indefinido, 
indeterminado e ilimitado o nome ápeiron. O ápeiron está presente 
em todos os lugares; assim como o líquido para Tales, é do ápeiron 
que tudo surgiu, é no ápeiron que tudo existe e para o ápeiron tudo 
segue – o ápeiron é o início, o meio e o fim. Aqui torna-se evidente 
que estamos diante de algo novo: o ápeiron é um princípio natural 
que nos lembra a ideia de Deus – num momento em que ninguém 
ainda havia pensado em Deus desse modo.
Mesmo a primeira religião monoteísta, o judaísmo, não tinha 
ainda naquela época adotado de modo inequívoco a concepção 
da tradição sacerdotal hebraica de um Deus universal, onisciente, 
onipresente e onipotente, a concepção que ficaria consagrada 
após alguns séculos. Em outras palavras, a concepção racional 
e naturalista de Anaximandro a respeito do arché precedeu 
e, possivelmente, influenciou a concepção de Deus que se 
teria posteriormente na Grécia, no judaísmo e no cristianismo. 
Estamos diante de uma concepção naturalista de Deus – um 
Deus desumanizado, desantropomorfizado, universal, fonte, fim e 
substrato de todos os seres; em suma, estamos diante da primeira 
concepção de um Ser que puramente É – conceito que a Escola 
Eleata desenvolveu mais profundamente ainda nos primórdios da 
filosofia grega.
Anaxímenes (585-525 a.C.) foi aluno de Anaximandro. Suas 
ideias são próximas a dos dois outros milesianos, mas em lugar do 
princípio líquido ou do ápeiron, era o ar a ser tomado como arché. Esta 
ideia parece, à primeira vista, um retrocesso de um princípio bastante 
complexo, como o ápeiron, de volta a um princípio material (como 
aparentemente é a água). Contudo, assim como a água a que Tales 
faz referência não é o que nós chamamos comumente água, o que 
Anaxímenes chama ar não é o que nós chamamos ar. Anaxímenes 
não se referia à mistura química gasosa entre o oxigênio, o nitrogênio 
e o gás carbônico: o ar, para os gregos, era considerado algo infinito 
que preenche todos os lugares em todo o cosmos.
Além disso, tanto para os gregos quanto para talvez todas as 
civilizações da Antiguidade, o ar, o sopro, o hálito, era considerado 
o princípio vital. Isso parece evidente: a respiração, ou a falta dela, 
indica se um ser vivo vive ou morre; quando um bebê nasce, precisa 
começar a respirar; a morte vem frequentemente acompanhada de 
um último suspiro; e é muito comum na religiosidade antiga que a 
vida seja dada pela divindade com um sopro vital (“Então Iahweh 
Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas 
narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente”; 
Gn 2,7); na própria tradição judaica e cristã, Deus é, às vezes, visto 
como uma brisa ou um vento suave (“e depois do terremoto um 
fogo, mas Iahweh não estava no fogo; e depois do fogo o murmúrio 
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FILOSOFIA 03 PRÉ-SOCRÁTICOS I
de uma brisa suave. Quando Elias o ouviu, cobriu o rosto com o 
manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta”; I Reis 19,12-13).
Isso significa que também Anaxímenes propõe um princípio 
natural que não é, a despeito do que possa parecer à primeira vista, 
material. Pode-se dizer que este princípio, assim como o proposto 
por Tales, tem uma manifestação material – mas o princípio uno e 
universal não o é. Grande parte dos textos dos primeiros filósofos 
milesianos se perdeu no tempo. A maior fonte de conhecimento 
sobre suas teses vem de filósofos e historiadores posteriores que 
relataram as posições defendidas pelos filósofos anteriores.
Esses relatos foram chamados doxografia, palavra que deriva de 
doxa, que significa opinião na língua grega, e graphia, que significa 
escrita. Então, doxografia de um filósofo é o conjunto de opiniões 
sobre a filosofia de um determinado filósofo da Antiguidade.
TALES DE MILETO
Afirmava que a ÁGUA é a substância básica, “tudo é água”, 
filósofo e matemático, é considerado o pai da filosofia, sendo o 
primeiro a expor a ideia de um princípio original. 
ANAXÍMENES DE MILETO
Anaximenes, discípulo de Tales, acreditava que o AR era 
o princípio original, que através de processos de rarefação e 
condensação formava o mundo em que vivemos.
ANAXIMANDRO DE MILETO
Anaximandro acredito que tudo é ÁPEIRON, o infinito, o 
indeterminado, na falta de uma matéria específica que deu origem 
a tudo, Anaximandro acreditava em uma matéria indeterminada. 
PITÁGORAS DE SAMOS
Acreditava que a origem de tudo são os NÚMEROS, o famoso 
matemático acreditava que tudo pode ser calculado, matematizado 
e respondido através de cálculos, sendo assim somente os 
números poderiam trazer a resposta da origem do universo.
DEMÓCRITO DE ABDERA
Acreditava na ideia de ÁTOMO, entendendo como 
princípio original, Demócrito acreditava que o átomo estava 
presente em todas as coisas, partículas indivisíveis e de 
variadas formas.
EMPÉDOCLES DE ARIGENTO 
Acreditava que a árche é uma conjunção de elementos, água, 
fogo, ar e terra, como fundamentais para o mundo e a concepção de 
universo que possuímos. Tudo existia na junção desses 4 elementos.
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. O que é a physis?
02. Defina arché.
03. Aponte o arché para Tales de Mileto
04. Aponte o arché para Pitágoras de Samos

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