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1 GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CAMPUS PROFESSOR ALEXANDRE ALVES DE OLIVEIRA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO Forma de indicação ao Supremo Tribunal Federal: subjetividade e abstratividade de criterios constitucionais. Maria Lara Lima dos Santos Parnaíba – PI 2021 2 Maria Lara Lima dos Santos Forma de indicação ao Supremo Tribunal Federal: subjetividade e abstratimos de criterios constitucionais. Trabalho de Conclusão de Curso submetido à disciplina Monografia II, como requisito para aprovação na disciplina, sob a orientação da professor Itamar . 3 MARIA LARA LIMA DOS SANTOS Forma de indicação ao Supremo Tribunal Federal: subjetividade e abstratividade de criterios constitucionais. BANCA EXAMINADORA _________________________________________ Nome - Presidente _________________________________________ Nome _________________________________________ Nome Parnaíba -2021 4 AGRADECIMENTOS 5 PENSAMENTO ” A Base da sociedade é a justiça, o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o jugamento é a aplicação da justiça” Aristoteles RESUMO O presente trabalho terce sobre a evolução da Suprema corte Brasileira, passeando das capitanias hereditarias a atua formação, demonstrando 6 LISTA DE ABREVIATURAS Art. – Artigo CF – Constituição Federal CPM – Código Penal Militar MP – Ministério Público PEC - Proposta de Emenda Constitucional 7 LISTA DE APÊNCIES 8 LISTA DE ANEXOS 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPITULO I ..................... 1.1 A construção do Estado moderno e a materialidade no Estado Democrático 1.1.1 Estado liberal de direito 1.1.2 Estado social de direito CAPITULO II............................ 2. 2.1 Direito penal militar: prolegómenos 2.1.2 Origem e finalidade METODOLOGIA ANÁLISES E DISCUSSÕES CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÕES REFERENCIAS 10 11 INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende mostrara evolução historica do Supremo Tribunal Federal e como a forma de indicação atual para a Suprema Corte Brasileira pode acarretar um aparelhamento político, dentro de um sistema que deveria ser independente e igualitario com os outros dois poderes. A separação dos poderes surge como um ideal de limitação do poder político existente, de forma que nenhum poder se torne soberano sobre o outro, Montesquieu expressa a forma mais difundida de separação dos três poderes: “Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do povo, exercesse este três poderes o de fazer leis; o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as demandas dos particulares”. (MONTESQUIEU, 1979) A Constituição Federal de 1988 traz como cláusula pétrea, em seu artigo 2º, que são poderes da união, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário e que os mesmos são harmônicos e independentes. Essa harmonia é demonstrada pelo “sistema de freios e contrapesos”. Com esse sistema, se monta um mecanismo em que, ao mesmo tempo, um poder controla e é controlado pelo outro. Dessa forma, pode se encontrar uma maneira de controlar o poder pelo poder, e esse método tem sido um dos pilares de sustentação da democracia brasileira. A denominação Supremo Tribunal Federal, foi criada por meio do Decreto nº 510, de 22 de junho de 1890, e repetiu-se no Decreto nº 448, de 11 de outubro do mesmo ano. A Constituição de 1988 realçou expressamente a sua competência para ser o órgão superior do poder judiciário, e o guardião da constituição, dedicando os artigos 101 a 103 a esse assunto. Atualmente o STF é composto por 11 ministros, os quais são escolhidos por indicação do chefe do Poder Executivo. Depois, sua escolha deve ser aprovada por maioria absoluta do Senado Federal, respeitando os critérios do artigo 101º da Carta Magna. Tais critérios são dotados de subjetivismo e abstratismo, tornando certas indicações repletas de conotações políticas o que pode levar a um aparelhamento político da suprema corte. O atual Presidente poderá indicar ao menos dois nomes para ocupar o cargo de ministro do STF. Nesse sentido, podem ser escolhidas determinadas pessoas com linhas de pensamentos alinhados ao do Chefe do Executivo, podendo assim impactar, 12 indiretamente ou não, nas decisões a serem tomadas no curso da investidura do cargo de ministro. Hodiernamente, há pelo menos 20 propostas de emenda constitucional que propõem a alteração da forma de indicação para o cargo de Ministro do STF. Estando a ser analisada pela CCJ (comissão de constituição e justiça do Senado), a PEC 35/2015 apresenta uma nova proposta de indicação. Ela seria feita entre cidadãos, com pelo menos 15 anos de vida jurídica, a partir de uma lista tríplice, feita pelos próprios ministros do STF, a ordem dos advogados (OAB) e a procuradoria geral da república. Assim, não caberia ao Presidente da República indicar os ministros do STF. O mandato passaria a ser então de 10 anos e haveria uma inelegibilidade de 5 anos após o seu término. O assunto é de extrema importância e atual, pois não é difícil encontrar matérias em jornais e revistas questionando as escolhas e critérios de ministros do STF, decisões que muitas vezes são repletas de uma visão ideológica preponderante. Por ser a instituição máxima do poder judiciário, suas decisões não são passiveis de recursos, e tem como atribuições agir como árbitro do Poder Legislativo e Executivo, não podendo ser assim arbitrário em suas decisões. O interesse desse artigo é analisar de fato a evolução do Sistema Judiciario Brasileiro com enfoque na sua Suprema Corte Federal e a forma de indicação ao STF atual , sob o olhar também das propostas de emendas constitucionais que estão a ser analisadas pela CCJ. Além disso, compreender como as indicações podem interferir ou não na forma de julgar dos ministros, se assuntos políticos interferem nas decisões, se existe ou não um aparelhamento ou interesse político por trás de tais indicações, dessa maneira, adquirindo uma visão mais detalhada do assunto. 13 Capitulo 1 1. Evolução do sistema Judiciario Brasileiro e da Corte Suprema 1.1 As capitanias Hereditarias e o Capitão-Mor Ao longo da historia Brasileira a Suprema corte e o sistema judiciaro Brasileiro foram alvo de diversas mudanças, tais como de denominações, de numeros de ministro ,alcance e funções da Corte. Com a Chegada dos Portugues em Terras de Santa Cruz, o Rei Emanuel I determinava medidas através de alvaras, esses que em regra tinham a duração de um ano, para o que seria o Inicio da colonização, eram dirigidos a Casa das índias , orgão que seria o de maior importancia na colonização portuguesa. No começo da colonização foram inscritas tres cartas-Regias, que ao passo se tornariam os primeiros atos de legislaçao no Brasil, Conferindo a Martim Afonso o poder de ser alem de Governador de Terras ecapitão-Mor das armadas, plenos porderes sobre a jurisdição de pessoas que nelas se encontrassem,fazendo com isso que o primeiro modo de organização e administração clonial fosse definidios O Rei João III para que a colonização acontecesse de forma mais rapida, constituiu as capitanias hereditarias ou donatárias, as quais formaram a primeira organização politica e judiciaria do Brasil, nesse sistema de organização o capitão-Mor,titulo dado ao governador de uma capitania hereditaria, fazia uso de grandes poderes que tambem teria obrigações, deveres para com a Coroa. Os donatarios das Terras, teriam a posse da terra e a propriedade continuaria com a coroa Portuguesa, teriam que colonisar, organizar e administrar suas terras, cumprindo tais requisitos passariam ater o direito de explorar tais terras, seguindo pre requisitos impostos pela coroa. “os donatários seriam de juro e herdade senhores de suas terras, teriam jurisdição civil e criminal, com alçada até cem mil réis da primeira, com alçada no crime até por morte natural para escravos, índios, peões e homens livres, para pessoas de mor qualidade até 14 dez anos de degredo ou cem cruzados de pena; na heresia (se o herege fosse entregue pelo eclesiástico), traição, sodomia, a alçada iria até morte natural, qualquer que fosse a qualidade do réu (dando-se-lhe apelação ou agravo somente se a pena não fosse capital)” (Capistrano de Abreu, (in Capítulos de História Colonial) A justiça nessa época entao, ficava na mao desses oficiais militares ,capitães-Mor, que tinham o poder demonstrado em dois documentos legais basicos: a carta de doação e o foral da capitania, naquela se estabelecia a doação das terras, e a informação que as terras seriam herdadas por seus decendentes apos a morte do donatario, essa declarava os deveres e direitos dos donatarios para com a terra que tinham ganhado posse. Dessa forma se demonstra que o capitão-mor é uma das primeiras figuras juridicas do Brasil colonial, pois dele vinha o poder de conceder couto ou homizio. O sistema nao prosperou, e teve seu fim em 1548. 1.2 A Casa da suplicancia do Brasil A transferencia da corte portuguesa e mudança pro Brasil da sede da monarquia portuguesa em 1808, viria a ocasionar mudanças profundas na organização do sistema judiciario colonial, levando o principe regente, por meio de alvara, no dia 10 de maio de 1808, a transformação da Relação do Rio de Janeiro em Casa da Suplicancia do Brasil, tendo assim, sido criado o tribunal de ultima instancia do Brasil. I. Relação desta Cidade se denominará Casa da Supplicação do Brazil e será considerada como Superior Tribunal de Justiça, para se findarem alli todos os pleitos em ultima instancia, por maior que seja o seu valor, sem que das ultimas sentenças proferidas em qualquer das Mesas da sobredita Casa se possa interpor outro recurso que não seja o das revistas nos termos restrictos do que se acha disposto nas minhas Ordenações, Leis e mais disposições. E terão os Ministros a mesma alçada que têm os da Casa da Supplicação de Lisboa.”(alvara de 10 de maio de 1808) Esse então seria o marco que criou um sistema estrutural judiciario Brasileiro de segunda estancia, pois elevava a Relação do Rio de Janeiro a Casa de Suplicancia que teria a mesma alçada da Casa de Suplicancia de Lisboa,regendo-se com os 15 mesmos regimentos dessa,salvo mudanças expressas no alvara de 10 de maio de 1808, com competencia pra julgar todos os recursos, O novo Tribunal era formado por 23 ministros, tinha como presidente o regedor da justiça, e sua composição se daria: “IV. A Casa da supplicação do Brazil se comporá além do Regedor que eu houver por bem nomear, do Chanceller da Casa, de oito Desembargadores dos aggravos, de um Corregedor de Crime da Côrte e Casa, de um Juiz dos Feitos da Coroa e Fazenda, de um Procurador dos Feitos da Coroa e Fazenda, de um Corregedor do Civil da Côrte, de um Juiz da Chancellaria, de um Ouvidor do Crime, de um Promotor da Justiça e de mais seis Extravagantes. “(alvara de 10 de janeiro 1808) Com a interrupção da comunicação com Portugal, os novos desígnios da Monarquia e a mudança para Terras brasileiras ,a casa de suplicancia do Brasil passaria a ser responsavel pela apreciaçao de recursos ordinarios e tambem processos vindo das relações da Bahia, Pará e Maranhao. Com isso acabaria-se a subimissão das Relações com a Casa de Lisboa. “considerada como o Superior Tribunal de Justiça, para se findarem ali todos os pleitos em última instância, por maior que seja seu valor, sem que das últimas sentenças proferidas da sobredita Casa, se possa interpor outro recurso que não sejam das revistas (...). O príncipe regente tomou essa decisão em virtude das novas exigências que as circunstâncias exigiam: tanto por estar a corte no Rio de Janeiro, como também “por estar interrompida a comunicação com Portugal e ser por isso impraticável seguirem?se os agravos ordinários e apelações que até aqui se interpunham para a Casa da Suplicação de Lisboa (...)” – (v. Francisco Luiz Teixeira Vinhosa, in História Administrativa do Brasil, v. 8 – Brasil sede da Monarquia. Brasil Reino, 2ª Parte, ed. FUNCEP, Brasília, 1984). A casa de Suplicancia do Brasil, traria uma segurança juridica e uma dita celeridade ao processo, dita as necessecidades que o contexto social e politico da epoca colonial. O triibunal seria formado por um Regedor, um chanceler, oito desembargadores dos agravos, um corregedor do crime da corte e da casa, de um juiz e, igualmente, um procurador dos, feitos da coroa e da fazenda, um corregedor do cível da Corte, um juiz de chancelaria, um ouvidor do crime e de seis extravagantes, isso posto no alvara. Na época ja é vizivel a preocupação e complexidade da escolha do Regedor da justiça que presidiria a Casa, como consta no livro I, titulo I das ordenações das Filipinas: “– o maior Tribunal de Justiça de nossos reinos, e em que as causas de maior importância se vêm a apurar e decidir – deveria ser alguém que tivesse as qualidades requeridas para cargo de tanta confiança e autoridade: homem 16 fidalgo, de limpo sangue, de sã consciência, prudente e de muita autoridade, e letrado, se for possível; e sobretudo, tão inteiro, que sem respeito de amor, ódio ou perturbação outra de ânimo, possa a todos guardar justiça igualmente.(..)” A escolha dos integrantes do Tribunal serida dada a partir da antiga tradição nobiliárquica, era então buscados, membros de famillias nobres e influentes das Aritocracia portuguesa. Eram tambem levado em contas criterios e valores como os de cunho religioso, social, racial e cultural. 1.3 O advento da Independencia Com a independencia do Brasil e a criação do Imperio, e com isso a constituição de 1824 é autorgada por Dom Pedro I e a promulgação da lei de 18 de setembro de 1828,levando a Casa de Suplicancia do Brasil a ser abolida e em seu lugar é criado o Supremo Tribunal de Justiça, levando assim a estruturaçã do judiciario Brasileiro. Art. 163. Na Capital do Imperio, além da Relação, que deve existir, assim como nas demais Provincias, haverá tambem um Tribunal com a denominação de - Supremo Tribunal de Justiça - composto de Juizes Letrados, tirados das Relações por suas antiguidades; e serão condecorados com o Titulo do Conselho. Na primeira organisação poderão ser empregados neste Tribunal os Ministros daquelles, que se houverem de abolir. A lei de 18 de setembro de 1828, determina como seria a composição do Tribunal, sendo composto por 17 juizes letrados, que eram tirados das Relações por antiguidade, nao podendo receber mais do que 4:000$000, impedidosde exercer qualquer outro emprego, recebendo ou nao qualquer tipo de remuneração, podendo apenas exercer outro cargo de membro do legislativo . Na presidencia do Tribunal haveriam de ter mudanças a cada três anos e ee a propria escolha do Imperador. “ Art. 2º O Imperador elegerá o Presidente d'entre os membros do Tribunal, que servirá pelo tempo de tres annos. No impedimento, ou falta do Presidente, fará suas vezes o mais antigo, e na concurrencia de dous de igual antiguidade a sorte decidirá. 17 Art. 3º O Presidente prestará nas mãos do Imperador, e os outros membros nas do Presidente o seguinte juramento - Juro cumprir exactamente os deveres do meu cargo.” Esse Tribunal de Justiça fica marcado por marcar a estruturação do judiciario Brasileiro, e de que conferindo poderes aos Ministro, esses deveriam ser juizes, letrados, estudados e com Pratica juridica. O tribunal teria competencia para: Conceder, ou denegar Revistas nas Causas,conhecer dos delictos, e erros do Officio, que cometerem os seus Ministros, conhecer, e decidir sobre os conflictos de jurisdição, e competencia das Relações Provinciaes.(BRASIL. Constituição (1824), art. 164. Esperava-se dos juízes um comportamento e reputação ilibadas, que cumprisse suas demandas, nao podendo cometer maiores ingerencias que pudessem a vir de algum modo comprometer o posto de juiz.. 1.4 A Republica e o Supremo Tribunal Federal Chega ao fim o Regime Monarquico e é instaurada a Republica e como ela o decreto 19.656 criando assim o Supremo Tribunal Federam, mudando o numero de ministros pra 11. Com a constuição de 1934, que inspirada na carta magna americana, mudandando a denominação para Corte Suprema, ampliando a faixa de competencia do Tribuna para julgar e processar, mantendo o mesmo numero de ministros (11), Em 1937, com o advento na norva carta, a antiga denominação Supremo Tribunal Federal volta ser usada, impondo como condição pra investidura no cargo a idade maxima de cinquenta e oito anos e aprovação do conselho federal (orgão substituto do Senado na era Vargas). Na constituição de 1946 os ministros passariam a ser indicado e nomeados pelo Presidente e coma provação de maioria simples pelo Senado Federal e com idade minima de 35 anos, notavel saber juridico e 1.5 A ditadura Militar 18 1.ESTRUTURA DO ESTADO BRASILEIRO ATUAL 1.1. Divisão dos três poderes Desde os primórdios da civilização, filósofos procuravam formas de controlar a possibilidade de nascerem governos tiranos e autoritários, dissertando sobre formas de tornar o poder equilibrado. Dos espíritos das leis é o livro em quem Montesquieu conceitua sobre formas de governo e exercícios da autoridade política. Essas definições se tornaram pontos doutrinários básicos da política e o modelo mais difundindo na separação de poderes. “Quando na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade, pois pode-se temer o que o mesmo monarca ou o mesmo senado apenas estabeleçam leis tirânicas para executa-las tiranicamente. Não haverá também liberdade, se o poder de julgar não estiver separado do executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria o legislador. Se estivesse ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter força de um opressor. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências entre os indivíduos.” (MONSTESQUIEU, 1979) Destarte, podemos perceber que o equilíbrio e a harmonia são necessários para mantenção da ordem. Dá-se início a um processo no qual um poder apoia outro e ao mesmo tempo o fiscaliza. Isso é previsto na Constituição Federal, em seu Art. 2°: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” 5.1.2 Sistema de freios e Contrapesos https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo https://pt.wikipedia.org/wiki/Governo 19 O sistema de freios e contrapesos surgiu na Inglaterra a partir da Câmara dos Lordes. Buscava-se equilibrar os projetos de leis que vinham da Câmara dos Comuns, evitando-se que leis fossem aprovadas apenas pela pressão popular. Esse sistema serve para que nenhum dos três poderes cometa qualquer tipo de abuso e assim um acabe se sobressaindo sobre os outros poderes. Ele existe para que, como outrora afirmado na constituição, haja a harmonia entre os três poderes. José Afonso da Silva, expõe sua definição sobre poder, como sendo: “Um fenômeno sociocultural. Quer isso dizer que é fato da vida social. Pertencer a um grupo social é reconhecer que ele pode exigir certos atos, uma conduta conforme com os fins perseguidos; é admitir que pode nos impor certos esforços custosos, certos sacrifícios; que pode fixar, aos nossos desejos, certos limites e prescrever, às nossas atividades, certas formas. Tal é o poder inerente ao grupo, que se pode definir como uma energia capaz de coordenar e impor decisões visando à realização de determinados fins”. (DA SILVA, 2002) .2. Sistema Judiciário Brasileiro e o STF 2.1. Sistema Judiciário Brasileiro O Sistema judiciário Brasileiro é regulado pelos artigos 92 a 126 da Constituição Federal, formado por diversos órgãos: Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A - o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI - os Tribunais e Juízes Militares; 20 VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Via de regra, os processos se originam na primeira instância, podendo ser levados, por meio de recursos, para a segunda instância e para o STJ (ou demais tribunais superiores) ou o STF. Há ações que podem se originar na segunda instância e até nas Cortes Superiores. É o caso de processos criminais contra autoridades com prerrogativa de foro. Aos Tribunais é assegurada a autonomia administrativa e financeira, ou seja, os Tribunais elaboram suas próprias propostas orçamentarias que devem estar dentro dos limites estipulados em conjunto com os outros poderes. 2.2. O Supremo Tribunal Federal O Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição Federal e o órgão responsável para fiscalizar se ela está sendo cumprida e respeitada. Ele é regulamentado pelos artigos 101 a 103-B da CF: Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. O Supremo Tribunal Federal tem como principais atribuições: julgar as ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal; ações declaratórias de constitucionalidade de lei; a arguição de descumprimento de preceito fundamental, entre outras. A Emenda Constitucional n º 45/2014 deu a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, produzir 21 súmulas com efeito vinculante em perspectiva de outros órgãos do poder judiciário e a administração pública. A ConstituiçãoFederal, visando a garantir a total independência do STF, assegurou a auto governabilidade do órgão, além de possuir a prerrogativa de elaborar suas propostas orçamentarias juntamente com os demais poderes. 3.Da indicação e propostas de emendas constitucionais 3.1. Formas de indicação para o cargo de ministro do STF O Supremo Tribunal Federal é formado por 11 ministros indicados pelo chefe do executivo, o presidente da República, tendo que ter mais de 35 anos e menos de 65 anos dentre cidadãos brasileiros, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Após a indicação cabe ao senado a “sabatina” do candidato, para ser questionado sobre a sua trajetória pessoa e profissional, para a investidura no cargo o candidato precisa ser aprovado por maioria absoluta dos senadores. 5.3.2. Propostas de emenda constitucional Existem ao menos 20 Propostas de Emendas Constitucionais as quais procuram mudar a forma de indicação para investidura no cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. A sua justificativa são os critérios de escolha serem abstratos e subjetivos, dando margens para indicações políticas que poderão interferir em julgamentos ou em ações futuras por pensamentos políticos Atualmente está pronta para pauta na comissão a analise da proposta de emenda constitucional n 35/2015: 22 Altera o art. 101 da Constituição Federal, para determinar que os Ministros do Supremo Tribunal Federal são escolhidos dentre cidadãos com pelo menos quinze anos de atividade jurídica, a partir de lista tríplice elaborada pelos presidentes dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União, pelo Procurador- Geral da República e pelo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Estabelece prazos para o processo de escolha, mandato de dez anos e inelegibilidade por cinco anos após o término do mandato. A última mudança vista na estrutura organizacional do Supremo Tribunal Federal, não alterou a forma de indicação. Ela teve reflexos diretos nas prerrogativas presidenciais foi a aprovação da chamada PEC da Bengala, em maio de 2015, que aumentou a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do STF que antes era de 70 e passou a ser de 75 anos. Portanto, é interessante o questionamento: a forma de indicação de ministros para esse cargo tão importante é realmente livre de interesses políticos, demonstrando um retrato do cenário político atual do Brasil. 23 METODOLOGIA A metodologia é um dos elementos mais importantes de um projeto de pesquisa, pois é através dela que será definido o caminho percorrido até o resultado. O objetivo da pesquisa explicativa é conectar ideias de forma a tentar explicar as causas e os efeitos de determinado fenômeno. No presente trabalho, o objetivo é mostrar como as indicações dos ministros do Supremo Tribunal Federal podem afetar em futuras decisões da corte. Quanto aos métodos utilizados, o trabalho faz uso de análises de dados, dedução e sínteses de informação. Quanto ao levantamento de dados, faz-se uso de pesquisa bibliográfica, com a utilização de materiais anteriormente elaborados, a exemplo de doutrinas, códigos, meios eletrônicos, dentre outros. 24 ANÁLISES E DISCUSSÕES 25 REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República,. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 12 março. 2021. BRASIL, Constituição Política do Império do Brazil, de 25 de março de 1824. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm Acesso em 12 de março de 2021 CHAGAS, Inara. O que faz o Supremo Tribunal Federal. Politize!, 26 de abr. de 2019. Disponível em: <https://www.politize.com.br/6-coisas-para-saber-sobre-o-stf/>. Acesso em: 22 de dez. de 2019. 26 DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo, 22°Edição. Editora Malheiros, 2002. FERNANDA, Maria. Teoria da tripartição dos poderes: funções tipicas e atípicas. Jus.com.br. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/40071/teoria-da- triparticao-dos-poderes-funcoes-tipicas-e-atipicas>. Acesso em 10 de jan. de 2020. MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, Baron de la. Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979. SENADO. PEC 35/2015. Disponível em: <https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/120337>. Acesso em: 21 de jan. de 2020. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Edições 7. Lisboa, 1977 CERVO, A. L.; BERVIAN, P.A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 2001. CRUZ, C. ; RIBEIRO, U. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Axel books, LAKATOS, E.M. Fundamentos de Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.2003. MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes. 2005. MORAES, Alexandre José de Mello. História da trasladação da Corte Portugueza para o Brasil em 1807-1808; que contém a história da descoberta e fundação da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, e diversos nomes que tiveram as suas ruas e chácaras, por onde passaram, precedido pela phsionomia social, moral e política. Rio de Janeiro: Livraria da Casa Imperial de E. Dupont, 1872.
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