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DCONSTITUCIONAL I

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Direito Constitucional I - 2017 
Toledo Prudente Centro Universitário 
 
Sofia Blazquez Barberio 
Página 1 
 
 
PROVA DE 3 PONTOS 
O que é o Direito Constitucional? É o ramo do Direito Público onde estão as regras de 
estruturação e organização do Estado (nação). É aplicado não somente ao Estado, mas 
também ao cidadão, pois este faz parte do Estado. Começa de forma vertical, pois 
quem mais violava as regras era o Estado, até chegar num ponto onde o Estado 
respeitava o cidadão, mas o cidadão não respeitava o Estado – aí surge o controle 
horizontal, destinado aos cidadãos (ex – foi necessário crias regras de assentos 
preferenciais pois o cidadão não respeitava isso se não por meio de imposição). 
O que é Constituição? É o instrumento normativo onde estão as regras da sociedade, 
as regras de estruturação do estado (organização). 
Objeto da Constituição: direitos e garantias fundamentais; estrutura e organização do 
Estado e de seus órgãos; modo de aquisição e a forma de exercício do Poder; defesa da 
Constituição, do Estado e das instituições democráticas; e os fins socioeconômicos do 
Estado. 
Sentido político – Constituição como algo que emana de um ato de poder soberano, 
que determina a estrutura mínima do Estado, ou seja, as regras que definem a 
titularidade do poder, a forma de seu exercício os direitos individuais, entre outros. 
Constituição como decisão política fundamental. 
Sentido sociológico – Constituição como fato social, e não propriamente como 
norma. O texto positivo da Constituição seria resultado da realidade social do país, das 
forças sociais que imperam na sociedade em determinado período histórico. Caberia à 
Constituição escrita, tão somente, reunir e sistematizar esses valores sociais num 
documento formal – que apenas teria eficácia se correspondesse aos valores presentes 
na sociedade. Duas concepções sociológicas merecem destaque: Lassalle: aponta a 
necessidade da Constituição ser o reflexo das forças sociais que estruturam o poder, 
sob pena de encontrar-se apenas uma folha de papel ; Luhmann: Constituição como 
uma espécie de acoplamento estrutural dos sistemas jurídico e político. 
Sentido formal – Constituição como um conjunto de normas que se situa num plano 
hierarquicamente superior a outras normas. Diz respeito aos procedimentos 
legislativos. A relevância é a forma pela qual ela foi introduzida no ordenamento 
jurídico. 
Sentido material – Constituição como conjunto de normas, escritas ou não escritas, 
cujo conteúdo seja considerado propriamente constitucional, isto é, essencial à 
estruturação do Estado, à regulação do exercício do poder e ao reconhecimento de 
direitos fundamentais aos indivíduos. A relevância é o conteúdo. 
Sentido jurídico – Constituição como pura norma jurídica, como norma fundamental 
do Estado e da vida jurídica de um país, paradigma de validade de todo o ordenamento 
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jurídico e instituidora da estrutura primacial desse Estado. A Constituição consiste, 
pois, num sistema de normas jurídicas. 
Elementos do Estado: 1. Soberania (Poder Soberano) 
 2. Território 
 3. Povo (Diferente de população). 
 4.*Finalidade 
Poder Soberano – Poder para o Estado criar suas próprias leis, ser independente e não 
sofrer interferência externa. 
Território – Base geográfica onde é exercido o poder soberano. 
Povo – Indivíduo que possui vínculo com o país, que pertence à nação, tem origem no 
país ou adquire a nacionalidade – assim, povo possui direitos e deveres. População são 
todos os que habitam no local, incluindo estrangeiros. 
Finalidade – cada Estado tem um objetivo, existe por um objetivo – Ex: Estado do 
Vaticano – propagar a religião católica, a paz, a solidariedade. Obs: elemento 
acrescentado pelo autor José Afonso. Finalidade do Estado Brasileiro – art 3º CF: 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Estado só com território e soberania: Vaticano 
Estado só com povo e soberania: Palestina 
Estado só com território e povo: Nova Zelândia, Austrália (a soberania é da Grã-
Betanha), entre outros. 
 
Observação: A ausência de mais de dois elementos descaracteriza o Estado (não é 
reconhecido como Estado). Ex: país Basco – não é um Estado, todos são espanhóis e 
assim possuem direitos e deveres assim como os Espanhóis. Podem até se intitularem 
bascos, mas são espanhóis. 
 
No Brasil, há divisão dos poderes: Chefe do executivo: presidente da República, Chefe 
do legislativo: presidente da câmara e presidente do Senado, Chefe do Judiciário: 
presidente do STF. Já no Vaticano, por exemplo, não há divisão de poderes – o chefe 
de todos os poderes é o Papa, sumo pontífice de todos os poderes. Isso prova que as 
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regras de estruturação de Estruturação de Estado variam de nação pra nação, devido 
ao poder soberano de cada um. 
Tudo o que está na Constituição é de Direito Constitucional? Não, na constituição 
existem leis além das que estruturam o Estado. Nossa constituição se preocupou em 
tratar de todo tipo de assunto, incluindo Direito Constitucional. Essas normas que não 
são de estruturação do Estado estão na CF pois alguém teve a ideia de colocar lá – 
porém, essa decisão teve consequências. Exemplo: artigo 242 parágrafo 2º: 
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais 
criadas por lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta 
Constituição, que não sejam total ou preponderantemente mantidas com recursos 
públicos. 
 
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes 
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro. 
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita 
federal. 
 
Retirando o parágrafo 2º, alguma consequência seria gerada ao andamento do país? 
Não, assim prova-se a inutilidade de introduzir esse artigo no projeto constitucional. 
Essa norma só é justificada ao se verificar o parágrafo único do artigo 1º: 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Esse artigo prova que aquela norma existe pois alguém pediu para seu representante 
colocá-la lá. O lugar mais correto para essa norma seria a parte administrativa. 
Outro exemplo: Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto nesta Constituição. 
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade 
de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o 
disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. 
§ 3º Compete à lei federal: 
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar 
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários 
em que sua apresentação se mostre inadequada; 
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se 
defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o 
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disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que 
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. 
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, 
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do 
parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios 
decorrentes de seu uso. 
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto 
de monopólio ou oligopólio. 
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de 
autoridade. 
 
O parágrafo 4º fala sobre restrições legais, e não constitucionais. O lugar mais 
correto para essa norma seria o Código Comercial. Porém, assim como essa norma 
alguém pediu para seu representante colocar essa norma na CF. 
Essas normas geram questionamentos sobre o que é constitucional. 
Tudo o que está na Constituição é constitucional? Sim. O problema é o que essa 
resposta gera na prática. O instrumento jurídico capaz de alterar a Constituição é a 
Emenda Constitucional. Assim, ao colocar normas que não deveriam ser 
constitucionais na CF, gera-se uma proteção sobre aqueles assuntos, pois só podem 
ser alterados por emendas – o instrumento mais rígido. Isso prova um dos motivos 
para essas normas estarem lá – os empresários que pediram para colocá-las lá 
conseguiram essa proteção para os assuntos nos quais atuam. Todos os dispositivos 
que nasceram com a CF em 1988 são normas originárias e não admitem controle 
constitucional (impossibilidade de pedido de controle de constitucionalidade – o 
ministro nem olha o caso quando percebe que é norma originária). Diferentemente 
acontece na Alemanha, onde são permitidos o controle das normas originárias – 
mecanismo criado para evitar que qualquer dispositivo na norma alemã, mesmo que 
dentro da Lei Fundamental Alemã (nome dado à Constituição alemã), viole os direitos 
fundamentais – isso em decorrência do ocorrido nas Guerras Mundiais. 
O problema gerado na CF brasileira por estar tudo na constituição é que as normas 
acabam ficando em um mesmo patamar – assim, seja para discutir algo do Direito de 
Família ou algo do tabagismo é o mesmo procedimento – emenda constitucional. 
Exemplo: Artigo 29 - XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais 
privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo 
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. 
De maneira alguma o assunto marca e patente deveria estar nos direitos 
fundamentais, porém o parágrafo 4º do artigo 60 proíbe que seja deliberado sobre o 
capítulo dos direitos fundamentais. Assim, além de estar na CF, esse tema está no 
capítulo dos Direitos Fundamentais (que nunca podem sofrer alteração para restringir, 
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apenas para ampliar). Além disso, o problema de uma CF extensa é uma corte 
sobrecarregada. Ex – Se a CF é pequena, o único trabalho da Corte é verificar se as 
normas infraconstitucionais estão de acordo com a Cf (ex. Cf do Vaticano). Agora, no 
Brasil, a corte é extremamente sobrecarregada – e no cenário atual, nunca a corte vai 
parar pra discutir sobre o Colégio Dom Pedro II. 
Classificação das Constituições 
1) Quanto ao conteúdo 
 Material: Constituições que trazem apenas assuntos de estruturação do Estado – 
assuntos de Direito Constitucional (assuntos essenciais à organização do Estado e os 
que estabelecem direitos fundamentais). 
 
 Formal: Constituições que tratam de todo tipo de assunto, seja de Direito 
Constitucional não – exemplo: CF brasileira: a mesma CF que trata de Direitos 
fundamentais, Direito de família trata de tabagismo e terapia. Aqui leva-se em conta o 
processo de elaboração da norma – todas as normas integrantes de uma Constituição 
escrita, solenemente elaborada, serão constitucionais. Não importa, em absoluto, o 
conteúdo da norma. 
 
2) Quanto ao modo de elaboração 
 Dogmáticas: Feita de acordo com os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política 
e do Direito então imperantes – como que a sociedade vive naquele determinado 
período. Segue o momento da sociedade, a situação atual do país (monarquia, 
ditadura, república etc. Não é possível uma constituição monárquica em um país 
republicano etc). O Brasil é um clássico caso, a CF se alterou diversas vezes, 
acompanhando assim a evolução da sociedade: 
 
-Monarquia (1824) – obs: durante 1 ano, 6 meses e 24 dias (pois a independência foi 
em 1822 e a constituição só surgiu em 1824) o Brasil não possuía leis de estruturação 
do Estado, sendo regido por meio de Decretos Imperiais (e um desses decretos dizia 
que seriam utilizadas as leis portuguesas); 
-República (1891) – obs: O Brasil se torna independente em 1889, porém só 2 anos 
depois surge a Constituição – assim durante esse tempo o Brasil foi regido pelo 
Decreto Presidencial (que alterou o Decreto Imperial (hoje em dia é por emendas 
constitucionais que essa alteração ocorre)); 
-1934 - Revolução Constitucionalista de 9 de julho de 1932. 
-Constituição Polaca (1937) – Baseada na CF Polonesa – uma CF nazista/fascista. O 
problema é que o Brasil lutava do lado democrático/capitalista na Guerra de 1945, 
assim os EUA obrigam a ocorrência de mudança na nossa CF, e assim em 1946 ela se 
altera (por pouco o Brasil não luta do lado do Eixo – e por não entrarem sofreram 
vários ataques dos alemães, pois esses tinham feitos vários investimentos no país). 
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-1946 – redemocratização pós 2ª Guerra Mundial e fim do Estado Novo. 
-1967 – outorgada, inspirada na Carta de 1937, pós golpe militar; 
-1969 – Ato institucional que dá ao presidente da república o direito de tirar a 
imunidade dos parlamentares, cassando o mandato de várias pessoas e o presidente 
recebe poder para criar uma nova emenda constitucional por decreto, alterando 80% 
da CF (e assim impondo uma nova CF sob a alegação de que era uma emenda (a de 
1969). O STF decidiu que a emenda de 1969 é uma nova constituição (poder 
constituinte originário (cf) e não somente derivado (emenda)), e não somente uma 
emenda – os militares achavam que impondo regras mais rígidas seu poder seria 
maior. Porém não foi bem assim que aconteceu. 
-República nova (1988) – redemocratização do país. 
 
 Históricas: Resultam da lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos 
fatos sociopolíticos, representando uma síntese histórica dos valores consolidados pela 
própria sociedade. Constituições onde quase nada se alterou. Ex: Estados Unidos – 
desde 4 julho de 1976 é um sistema presidencialista/ republicano e o sistema de 
eleição continua o mesmo. Ex 2: Inglaterra: Desde sempre é monárquico. Ex 3: 
Vaticano, desde sempre o papa que governa. 
3) Quanto à origem 
 Promulgadas (também chamadas de democráticas ou populares): Constituições que 
possuem participação direta do povo (através de seus representantes), o povo é 
ouvido – Todo poder emana do povo . Exemplo: CF brasileira 1891, 1934, 1946, 1988. 
 
 Outorgadas: Constituições impostas pelo governante, não há participação popular. 
Resultam de ato unilateral de uma vontade política soberana. Ex: CF brasileira 1824, 
1937, 1967 e 1969. 
 
 Ditatoriais: Nas CFs outorgadas o governante não deixa nenhuma dúvida de que está 
impondo a constituição. Já na CF ditatorial, o ditador busca justificativas para o que ele 
fez, e muitas vezes essas justificativas possuem o aval da população (que na verdade 
concorda por medo). Na ditadura há uma máscara escondendo a imposição de nova 
constituição, enganando a sociedade. Ex.CF chilena. 
 
4) Quanto à mutabilidade 
 Rígidas: Procedimento único/exclusivo/especial para alteração do texto constitucional. 
Ex: todas as CFs brasileiras exceto a de 1824. 
 
 Semi-rígidas: Mescla entre rígida e semi-rígida (2 sistemas para alteração – 1 rígido e 1 
flexível, e não apenas 1 como nas rígidas ou flexíveis). Seria o mais correto para CFs 
formais, pois acabaria com a regra de colocar tudo num saco só , e separaria os 
assuntos constitucionais dos não-constitucionais. Assim as regras rígidas serviriam para 
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os assuntos constitucionais (direitos dos cidadãos e regras de organização do Estado), 
e as regras flexíveis para os assuntos infra-constitucionais. Ex: CF brasileira 1824 (única 
brasileira semi-rígida). 
 
 Flexíveis: Procedimento único para tudo, e não só pra emenda. O mesmo 
procedimento utilizado para emendas é o mesmo utilizado para leis ordinárias por 
exemplo. É aquela que permite sua modificação pelo mesmo processo legislativo de 
elaboração e alteração das demais leis do ordenamento, como ocorre na Inglaterra, 
em que as partes escritas de sua Constituição podem ser juridicamente alteradas pelo 
Parlamento com a mesma facilidade com que se altera a lei ordinária. Assim, uma lei 
ordinária poderia revogar uma lei constitucional (se ambas conflitassem) – pois lei 
nova revoga lei anterior. Ex atual: CF venezuelana, ex antigo: Constituição de Weimar. 
 
 Imutáveis* (Alexandre de Morais): O autor defende que a CF brasileira seria mista 
(rígida + imutável). Constituição imutável é aquela que não admite modificação do seu 
texto. Essa espécie de Constituição está em pleno desuso, em razão da impossibilidade 
de sua atualização diante da evolução política e social do Estado. 
 
Alteração significa: redução, mudança ou ampliação. Assim, todas as leis brasileiras 
podem ser alteradas, inclusive as cláusulas pétreas – pois é possível ampliar os direitos 
(só não é possível reduzir). Nenhuma lei constitucional brasileira é imutável. 
 
-Imutabilidade absoluta: Nunca há alteração – Nem pra reduzir nem pra aumentar. 
Isso é uma inverdade, não existe essa imutabilidade na constituição. 
-Imutabilidade relativa: Pode haver alteração – pode alterar para ampliar os direitos, 
mas nunca para diminuir. Assim, a cf possui imutabilidade relativa. Esse tipo de 
alteração segue o procedimento comum de alteração do texto constitucional 
(mutabilidade rígida) – não há um procedimento especial. 
 
 Observação: 4 pontos na CF que são absolutos - tortura, sigilo de fonte do jornalista, 
escravidão, princípio da legalidade e da anterioridade (nunca se retroage um fato para 
punir alguém). 
 
5) Quanto à forma 
 Escritas: Texto positivado. 
 
 Não-escritas: Não estão positivadas, não possui materialidade (não confundir 
materialidade com material). Não ter como exemplo a Inglaterra, pois até lá isso já 
está ultrapassado, já existindo dispositivos, compêndios positivados. 
 
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Obs: Caso a doutrina sofresse uma atualização, existiria a classificação híbrida , onde 
não é nem tudo escrito e nem tudo não-escrito. 
 
Constituição 
 Força normativa da Constituição (Normatividade da CF) 
Tudo o que está na CF tem força de lei? Não – o preâmbulo não tem  O preâmbulo 
brasileiro definiu que todos os estados teriam sua própria constituição. Todos os 
estados fizeram e ao final do preâmbulo colocaram sob a proteção de Deus – exceto 
o Acre. Assim, o PSL (partido social-liberal) entrou com uma ADI (ação direta de 
inconstitucionalidade) – ADI 2076/AC, dizendo que aquilo era inconstitucional por não 
estar de acordo com o preâmbulo. O relator – ministro Carlos Veloso, votou como 
improcedente a ação, e os outros ministros seguiram seu voto. A ação foi julgada 
improcedente, pois foi definida a ausência de normatividade do preâmbulo, sendo 
definida como instrumento de caráter filosófico/sociológico. 
Mesmo não tendo força normativa, o preâmbulo faz parte da constituição, e assim só 
pode ser alterado por meio de emenda constitucional – o Acre através de uma EC 
adicionou o sob a proteção de Deus em sua constituição (EC n° 19/2000). 
Por qual motivo foi colocado o termo sob a proteção de Deus ? Para fazer uma 
alusão aos outros Estados de que o brasileiro é um povo crente – no sentido de que 
possui uma crença, seja católica, batista, espírita etc – O provo crê em um deus, mas o 
Estado não adota nenhum. Isso quer dizer que os ateus não são protegidos pelo 
Estado? Não, isso feriria o artigo 5° que diz que todos são iguais. 
Essa discussão sobre a questão religiosa não recebe muita importância, pois não 
atrapalha em nada ter escrito Deus seja louvado nas notas, ter crucifixo nas 
repartições públicas e etc – seria perda de tempo mexer com questões assim – falta 
razoabilidade em ações com esse teor (pra que mandar a casa da moeda reimprimir 
todas as notas do país só pra tirar a frase que não interfere em nada). 
 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (OU EFICÁCIA) 
 
1. Plenas – São aquelas que desde o primeiro instante em que a CF adentrou ao 
ordenamento jurídico possui aplicabilidade imediata, qual seja o cidadão ou agente 
pode fazer ou até mesmo exigir que aquele direito seja imediatamente cumprido – 
desde a entrada em vigor da Constituição produzem ou têm possibilidade de produzir 
todos os efeitos essenciais, relativamente aos interesses, comportamentos e situações 
que o legislador constituinte, direta e normativamente quis regular. Possuem 
aplicabilidade direta, imediata e integral. Referido dispositivo sequer depende ou exige 
da criação de um dispositivo infraconstitucional para regulamentá-lo. Seu conteúdo é 
claro, leigos entendem facilmente. Ex: art 5° I – Homens e mulheres são iguais: quer 
dizer exatamente isso e todos entendem – não é preciso nenhuma lei complementar 
para entender. Obs: nesse inciso, além de homem e mulher ser igual, também 
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contempla que mulheres devem ser tratadas igualmente a outras mulheres e homens 
devem ser tratados iguais aos outros homens. Outro ex: art 5° III. 
Porém, caso venha a ocorrer violação de direitos relacionados às normas plenas, o 
legislador poderá (facultativo) criar dispositivo infraconstitucional (lei) para reforçar a 
ideia já existente, impondo sanções (ou cumpre por bem, ou por mal). Há de observar 
todavia, que o dispositivo infraconstitucional que regulamenta ou trata de normas 
plenas nunca poderá contrariá-lo, caso contrário será inconstitucional. Só pode haver 
distinções se a constituição prever – ex: é obrigatório ao homem o serviço militar, às 
mulheres não. Outro ex: mulheres se aposentam antes, pois mulher tem dois 
empregos, homem não (além do trabalho tem o serviço doméstico – dupla-jornada ). 
Ex leis: 9029/95, 9455/97, 8078/90 – normas plenas mas que com o passar do tempo 
continuaram a ser violadas acabaram recebendo complementação para reforçar sua 
obrigatoriedade – não é preciso ter essas leis para regular a lei plena, mas surgiram 
para reforçar. 
2. Contidas – São aquelas que desde o primeiro momento em que a CF entrou no 
ordenamento jurídico possui aplicabilidade imediata – assim como a plena. Todavia, as 
normas de caráter contido dependem e até pedem um dispositivo infraconstitucional 
para regulamentá-la ( pediu lei não é plena ). Todavia, a ausência da norma 
infraconstitucional (lei) exigida, por omissão do legislador, não impedirá que o cidadão 
ou agente possa fazer valer o seu direito, inclusive podendo acionar o poder judiciário. 
Possuem aplicabilidade direta, imediata mas não integral. Ex: art 5° XIII – as pessoas 
podem exercer qualquerprofissão (menos as ilícitas e as ilegais) – desde que esteja 
regulamentada por lei: ex: advogado – OAB, engenheiro – CREA, médico – CRM, etc. 
Exemplos atuais sem regulamentação: motoboy – quando surgiu essa profissão os 
taxistas não concordaram, porém não havia ilegalidade na profissão – o cidadão não 
poderia ser privado de exercer sua função devido à falta de lei por omissão do 
legislador. Uber é outro exemplo – não há irregularidade no exercício da função, então 
não é possível impedir esse trabalho por falta de regulamentação (pelo Estado ser 
omissivo). 
Porém, com o surgimento da lei infraconstitucional regulamentando a norma contida, 
esta lei poderá impor obrigações e deveres (dentro da razoabilidade e 
proporcionalidade), devendo o cidadão ou agente cumprir os termos da lei, sob pena 
de ser impedido de exercer o direito, inclusive perdendo o direito ao amparo judicial, 
que também poderá proibi-lo de exercer o direito – se não se adequar à norma 
regulamentadora, perde o direito do exercício e nem pode recorrer judicialmente, pois 
descumpriu as exigências. OBS: Isso é um exemplo de que norma contida pode sim 
limitar direitos fundamentais – a pessoa pode trabalhar sim (direito fundamental), mas 
se não seguir as regras dica impedido (limitação). 
Os artigos 9º, 37 - VII, 142 - parágrafo 3º - IV falam sobre greve. No 9º sobre setor 
privado, os demais sobre o setor público – ainda subdividido em civis (37) e militares 
(142). 
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Art 37 - VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica  Norma contida, precisa de regulamentação ( nos termos definidos pela 
lei ). Obs: esse é um exemplo de omissão do Poder Legislativo, pois não houve 
regulamentação ainda. 
Art 142 -§ 3º- IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve  Norma plena, 
não exige nenhuma outra lei regulamentando (não há as expressões nos termos da 
lei , a lei disporá , a lei regulamentará ). 
3. Limitadas: São aquelas que desde o momento em que a Constituição Federal entrou 
em vigor dependem/exigem expressamente um dispositivo infraconstitucional para 
regulamentá-lo. A ausência do dispositivo infraconstitucional impede (essa é a 
diferença entre limitada e contida – na contida não impede) que o agente/cidadão 
possa fazer valer o direito lá descrito, inclusive sem amparo judicial. Ou seja, o que na 
realidade existe é uma mera expectativa de direito. Possuem aplicabilidade indireta, 
mediata e reduzida. Exemplo: 
 
Art 7º, XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, 
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei 
Norma limitada. Enquanto não surgiu a regulamentação, existiu apenas uma 
expectativa de direitos – até 2000 (quando surgiu a regulamentação) não existia essa 
remuneração, pois não havia lei regulamentando como devia se dar essa 
remuneração. 
 
Exemplo 2: ADCT – Art 8º - § 3º Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida 
civil, atividade profissional específica, em decorrência das Portarias Reservadas do 
Ministério da Aeronáutica nº S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e nº S-285-GM5 será 
concedida reparação de natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do 
Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a contar da 
promulgação da Constituição Foi regulamentado pela medida provisória 2151/01 e 
foi convertida em lei: 10559/02 – ou seja, deveria ter sido criada até outubro/89 (1 ano 
depois da outorga da CF), porém só regulamentou em 2001. 
 
Como diferenciar limitada de contida – se for possível utilizar um instrumento 
jurídico para solucionar o problema, é contida. Se não há como exercer o direito pela 
falta de regulamentação, é limitada (mãos atadas). Ex (limitada): art 102 (lei 9882/99 –
regulamentou, põem foi só em 1999, de 1988 até 99 não seria possível exercer esse 
artigo). 
 
a. Programáticas – São aquelas que visam criar programas. Normalmente são as 
utilizadas pelos políticos nas propagandas políticas – e utilizam isso como desculpa, já 
que as normas limitadas são de mãos atadas , não é possível fazer nada e coloca-se a 
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culpa na falta de lei. São aquelas em que o constituinte, em vez de regular, direta e 
indiretamente, determinados interesses, limitou-se a lhes traçar os princípios e 
diretrizes, para serem cumpridos pelos órgãos integrantes dos poderes constituídos 
(legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como programas das 
respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais cio Estado. Constituem 
programas a serem realizados pelo Poder Público, disciplinando interesses econômico-
sociais, tais como: realização da justiça social: valorização do trabalho; amparo à 
família; combate ao analfabetismo etc. 
 
b. Constitutivas – São aquelas que visam criar alguma coisa. São aquelas pelas quais o 
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, 
entidades ou institutos, para que, em um momento posterior, sejam estruturados em 
definitivo, mediante lei. Ex: Art 18 - § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período 
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos 
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)  Para criação de municípios há um 
degrau a mais , exigindo mais requisitos. A viabilidade é sinônimo de dinheiro, a 
criação de uma cidade depende dessa viabilidade. 
 
4. *Exauridas – São aquelas que desde o primeiro momento em que a Constituição 
Federal entrou em vigor estabeleciam ou previam determinada situação jurídica que 
veio a ocorrer e que consequentemente fez com que referida norma perdesse 
completamente a sua aplicabilidade. É possível a alteração de norma exaurida por 
meio de emenda constitucional. Ex: ADCT - Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o 
eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia 
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que 
devem vigorar no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992) 
 
Quando um dispositivo concede direitos, possui cunho positivo. Já se um dispositivo 
não concede (ou nega) direitos, é de caráter negativo. Exemplo: uma lei de 1970 que 
dizia que o empregado não tem direitos na participação dos lucros da empresa 
(negativo). Até dia 5/10/1988 essa lei valia. A partir do dia 5/10/1988 essa lei perde a 
sua vigência, pois é promulgada a nova constituição e a lei anterior confronta com a 
nova legislação, especialmente o artigo 7º, XI (que por possuir eficácia, mata a lei 
anterior). 
Eficácia: gera efeitos jurídicos, mas não possui aplicabilidade. Pode matar as 
normas anteriores que a contraponham – Lei nova revoga lei anterior . 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc15.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc15.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc02.htm
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Qualquer dispositivo constitucional, desde o momento em que a CF entrou em vigor, 
possui eficácia – para o passado e para o futuro (se uma norma tentar entrar no 
ordenamento dizendo que o trabalhador não terá mais direito de participar do lucro 
da empresa, será inconstitucional, pois a norma anterior já garantia esses direitos, não 
sendo permitido retirá-los (ou seja, a eficáciada norma existente tem alcance no 
futuro). 
Aplicabilidade: capacidade da norma em gerar efeitos. Toda norma constitucional 
tem eficácia, mas nem toda tem aplicabilidade. Para gerar efeitos, é preciso impor 
sanções, pois ninguém cumpre algo se do contrário não existir nenhum contra. 
PODER CONSTITUINTE 
O que é? É o poder de constituir, de criar algo – e nesse caso específico, o poder de 
criar uma constituição. 
Quando uma constituição é criada, seu intuito deve ser o Estado a serviço do povo, 
oferecer e proteger direitos. Para isso são escolhidos representantes do povo 
(governantes) – pois aqueles que possuem a titularidade desse poder são o povo, 
representado por seus representantes parlamentares. Antigamente, principalmente na 
França, tudo era o povo em prol do governante – impostos para que o governante 
tivesse dinheiro, produção de alimentos para que o governante e sua família 
comessem e etc. o abade Emmanuel Sieyés (esboçou inicialmente a teoria do poder 
constituinte) defendia que existia uma sociedade dividida em castas/estados – 1º 
Estado: Nobreza (rei), 2º Estado: governantes escolhidos pelo rei para tomar conta de 
suas terras (pois não conseguia cuidar de tudo sozinho), 3º Estado: povo. Esse regime 
era absolutista. O manifesto desse abade, que falava sobre o 3º Estado, incentivou o 
fim do absolutismo, influenciando até a Revolução Francesa. 
O ponto fundamental dessa teoria (do poder constituinte) - que explica a afirmação de 
que ela somente se aplica a Estados que adotam Constituição escrita e rígida, e faz 
com que ela alicerce o princípio da supremacia constitucional - é a distinção entre 
poder constituinte e poderes constituídos. O poder constituinte é poder que cria a 
Constituição. Os poderes constituídos são o resultado dessa criação, isto é, são os 
poderes estabelecidos pela Constituição. 
Para que a cada mudança não fosse necessário criar uma nova constituição, criam-se 
formas de alterar esta (e também de recriá-la) – e aí entra o poder constituinte. O 
titular do poder constituinte é o povo, que exerce seu direito por meio de seus 
representantes legais (parlamento), eleitos especificamente para essa função (eleitos 
para tal). 
Espécies de Poder Constituinte: 
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1. Originário (Primário) – Poder para criar uma nova constituição (dar origem a uma 
nova). Isso não pode ocorrer a qualquer tempo. O parlamento atual, por exemplo, não 
foi eleito para tal fim (não foram eleitos deputados/senadores para criar uma nova 
constituição – no máximo podem alterá-la, exercendo o poder secundário). Se o 
intuito fosse criar uma nova constituição, haveria eleição para um parlamento que 
seria eleito para tal fim – dar origem a uma nova constituição. O mecanismo jurídico 
para criar uma nova Constituição (em um estado democrático, cuja titularidade é do 
povo e o exercício é do parlamento – se fosse ditatorial/golpista seria 
outorgada/imposta) é a emenda constitucional - ainda não existe na Constituição um 
mecanismo para criar uma nova CF, assim é preciso criá-lo por meio de emenda 
constitucional, que acrescentaria um novo artigo na CF, dizendo que o próximo 
parlamento eleito seria convocatório de assembléia nacional constituinte (com o fim 
de criar nova CF) e prevendo o fim da CF vigente. Assim, o poder constituinte 
originário surge pela vontade e aprovação do povo, instituindo uma nova assembleia 
constituinte (eleita com esse fim). 
 
A partir do momento que uma constituição passa a ser vigente possui três 
características/poderes: 
 
a)Poder Inicial – Deve ser um poder inicial, pois um novo Estado é criado. Tudo é novo, 
podendo ser alterado até o nome do país  Atravessou a ponte . 
b)Poder Soberano – Deve ser um poder acima de qualquer outro poder, pois é o poder 
do povo. Pode impor a quantidade de regras que entender necessário, não existindo 
direito adquirido – não é possível pleitear direito adquirido sob alegação que tinha o 
direito na CF anterior. Não é cabível nem controle de constitucionalidade ao poder 
originário. 
c)Poder Ilimitado (I)limitabilidade: 2 posições: 
-Positivista: Fato (sociedade, Estado faliu, não teve sucesso nas regras); Esqueceu o 
anterior (porque o anterior faliu, se é necessário fazer uma mudança total significa que 
o Estado falhou e é necessário esquecer o que tinha e mudar tudo); muda-se tudo 
(pode instituir prisão perpétua, pena de morte etc, tudo novo). 
-Jusnaturalista: Direito (é um direito do cidadão a criação novas regras, através de 
seus representantes legais); Não esquecer o anterior (o anterior vai servir de base e 
exemplo para que os mesmos erros não sejam cometidos, por isso não é para 
esquecer o anterior, e sim tê-lo como base); Não mudar tudo (pois o respeito aos 
direitos fundamentais deve ser mantido, as conquistas da sociedade quanto a direitos 
precisa ser respeitada, não se pode retroagir os direitos). 
Esse (i) se deve ao fato de ser ilimitado até o ponto de não poder retroagir os direitos 
conquistados, ou seja, não é totalmente ilimitado, tem uma limitação. 
-Internacionalistas: Discorrem sobre contrato feito entre entes internacionais. 
Existindo um pacto/contrato possível, lícito entre as partes, a menos que esteja 
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presente a teoria da imprevisão, uma das partes não podem simplesmente deixar de 
cumprir o combinado. O estado não pode arguir em sua justificativa para não cumprir 
algo o fato de que quando assinou o contrato estava sob outra constituição – isso não 
seria possível, seria obrigado a continuar cumprindo sob o manto da nova constituição 
- isso para manter a segurança jurídica. Assim, verifica-se que os internacionalistas 
reforçam a ideia dos jusnaturalista – essa seria a teoria ideal (a jusnaturalista). 
 
Consequências jurídicas da entrada de uma nova Constituição 
1. Desconstitucionalização: Fenômeno horizontal (antiga-cf - nova). Há a manutenção da 
norma no ordenamento jurídico, porém ela é rebaixada a lei ordinária, não mais 
constitucional – a norma é mantida porém rebaixada. É o ato jurídico pelo qual com a 
entrada em vigor de uma nova constituição, esta mantém algum(ns) dispositivo (s) da 
constituição anterior, porém rebaixando-o(s) à categoria de dispositivo 
infraconstitucional – Por exemplo, passar a ser tratada como dispositivo de lei 
complementar ou ordinária. Isso deve ser feito de forma expressa (pois se a nova não 
falar nada sobre manter algo da anterior, tudo será esquecido – forma tácita). 
2. Recepção: Fenômeno vertical (cf- leis infra (cima pra baixo ao passado (ao futuro é 
controle de constitucionalidade))) É o instrumento jurídico pelo qual, com a entrada 
em vigor de uma nova constituição, esta manterá no ordenamento jurídico os 
dispositivos infraconstitucionais que com ela se compatibilizarem (e também tira 
aqueles que não se compatibilizam). É feita de forma tácita (pode ser feita de forma 
expressa, mas é perda de tempo). Na recepção é avaliada a matéria, a forma 
(formalismo) não – exemplo disso é o código comercial, de 1850 – que ainda está em 
vigor, e foi feito sobre o procedimento formal da constituição de 1822 (CF do Império) 
– Não cabe ao poder vigente avaliar a forma como a norma foi feita há tantos anos, 
apenas o que ela está dizendo (matéria). Obs: quando a palavra LEI vier escrita 
sozinha, é ordinária. Se for complementar virá escrito. Código penal foi recebido, e 
decreto-lei tem força de lei ordinária agora. Lei ordinária passou a ter força de 
complementar – código tributário  Ex: o atual código tributário (lei 5172/66) foi 
criado durante a vigência da CF de 1946 que previa naquela época que as matérias 
tributárias seriam criadas observando o procedimento e o rito das leis ordinárias. 
Ocorre que pelaatual CF brasileira, referidas matérias tributárias devem ser criadas 
como lei complementar (artigo 146) - com isto, o atual CTN (código tributário nacional) 
mesmo sendo uma lei ordinária, formalmente foi recepcionado pela CF de 88, porém 
com status de lei complementar, o mesmo se aplicando ao código penal, com uma 
diferença: o código penal foi criado como decreto lei, segundo a Cf de 1937, decreto-
lei que não existe mais na CF de 88 (artigo 59) – portando o código penal foi 
recepcionado com status de lei ordinária. 
3. Repristinação: É o ato jurídico pelo qual uma lei que fora revogada retorna ao 
ordenamento jurídico pelo fato da lei revogadora (que a revogou) ter sido revogada. 
Esse instrumento envolve segurança jurídica, pois seria possível a existência de duas 
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normas tratando do mesmo assunto. É tratado em leis infraconstitucionais: Decreto-lei 
4657/42, art 2º, parágrafo 3°: 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. 
Obs: o fenômeno da repristinação é tácito, pois expressamente é permitido, como 
forma de ressuscitar normas ( salvo em disposição ). Ex: a lei C surgir no ordenamento 
dizendo que está trazendo de volta a lei A – não há conflito, pois o conteúdo da C é 
restabelecer a A, não há nova matéria para conflitar com a matéria de A – obs: Não é a 
lei A que volta, e sim sua matéria (assim, isso não recebe o nome de repristinação, e 
nem possui um nome). Isso ocorre quando a nova lei não foi mais benéfica que a 
anterior, precisando assim retornar como era antes – ruim com ele, pior sem ele . 
A (lei)  B (lei)  C (lei) 
Poderia tranquilamente uma norma revogar o art 2º, parágrafo 3º do decreto-lei 
4657/42. Porém, isso não traria a repristinação ao ordenamento jurídico, pois embora 
o instituto que a proíba seja protegido infraconstitucionalmente, seu fundamento é na 
constituição. Normas plenas não precisam de norma regulamentadora, porém podem 
existir normas para reforçá-las (é o caso desse decreto-lei, que reforça a ideia da 
proibição do instituto da repristinação (norma de reforço) – e que não será permitida 
pois ela ameaça a segurança jurídica). Obs: há situações que podem levar a uma 
situação parecida com a repristinação. 
Hipóteses: 
1) Efeito repristinatório no controle de constitucionalidade: É o ato jurídico pelo 
qual uma lei que foi revogada retorna ao ordenamento jurídico pelo fato da lei 
revogadora ter sido declarada inconstitucional. A revogação faz a lei perder a 
aplicabilidade e a eficácia. 
A (lei/constitucional)  B (lei)  C (ato jurisdicional/inconstitucional) 
2) A (lei)  B (medida provisória) 
A lei A perde apenas a aplicabilidade, ficando suspensa durante o período de existência 
da medida provisória. A medida provisória pode ser convertida em lei ou ser rejeitada. 
Caso haja a conversão, A é revogada. Caso seja rejeitada, A retorna ao ordenamento, 
retomando sua aplicabilidade. Isso não é repristinação pois A nunca foi revogada. 
 
2. Poder constituinte derivado (ou secundário/reformador) – É o poder para se 
modificar a constituição – e também, elaborar as constituições estaduais. 
Características: 
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1)Poder derivado – se origina pelo poder originário (foi previsto pelo originário, na 
criação da CF foi previsto um mecanismo para sua alteração). 
2)Poder vinculado – vinculado ao poder originário (que está acima dos demais 
poderes), está abaixo dos demais poderes. Sua atuação deve observar fielmente as 
regras predeterminadas pelo texto constitucional. Pode inclusive ser revisto pelo 
Poder Judiciário (ex: declaração de inconstitucionalidadade a um projeto de emenda 
constitucional). 
3)Poder limitado – é limitado pelo poder originário, expressas e implícitas: 
 
Limitações ao poder constituinte derivado: 
a)Limitação material – Há restrições para determinadas matérias, assuntos. Alguns 
não podem nem ser discutidos. 
A1- Explícita – São claras - não há margem de dúvida/divergência. Não há nem a 
possibilidade de deliberação ( nem tenta , vai ser declarado inconstitucional). Ex: art 
60, parágrafo 4º: 
 
Art 60 - § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
A2- Implícita – Implicitamente, continuando no exemplo acima, há mais proteções - 
não constam explicitamente, porém existem, por meio de uma 
avaliação/interpretação. Exemplo – o inciso IV do artigo anterior fala sobre garantias e 
direitos fundamentais – não estão todos explicitamente escritos, porém é vasta a lista 
deles – estão protegidos mesmo sem estarem descritos. Exemplo: diminuição da 
maioridade penal: implicitamente fere um direito fundamental conquistado. Assim, 
caso chegue uma emenda sobre isso ao senado, imediatamente o senador pede uma 
liminar, para que ninguém menor seja preso, sendo que não seria se a emenda não 
fosse aprovada – (art 228). 
 
b)Limitação formal - O formalismo só será discutido se não houver limitação material, 
pois não há lógica em analisar o procedimento formal para discutir algo que não pode 
ser discutido. Há um rito diferente para cada assunto tratado, de acordo com a 
hierarquia das normas (quanto mais próximo do topo, maior a rigidez. Quanto mais 
próximo da base, menor a rigidez). 
 
B1- Subjetiva – Quem possui legitimidade para legislar sobre determinada matéria. 
Ex: o prefeito de Presidente Prudente não pode impor uma norma que exija o uso de 
cinto de segurança com 4 pontos, pois essa regra deve ser uniforme para todo o país 
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(caso contrário, ao vir de Martinópolis para Prudente o motorista seria autuado por 
não estar com cinto de 4 pontos. Um deputado federal não pode propor uma norma 
de isenção tributária aos municípios, pois a competência para legislar sobre isso é no 
município. Propostas de emenda só podem ser propostas por 1/3 dos deputados 
federais ou 1/3 dos senadores, presidente (única pessoa física no Brasil que pode 
assinar uma proposta de emenda sozinho), mais da metade das assembléias 
legislativas do Brasil (são 27 (26+DF) no total, sendo necessárias 14 para a proposta). 
Não cabe iniciativa popular para emenda constitucional. Há ainda a legitimidade 
exclusiva, onde apenas os chefes do executivo (prefeito, governador ou prefeito) 
podem legislar (qualquer projeto de lei que cause aumento de despesas ao dinheiro 
público ou ao orçamento). Exemplo: projeto de lei para aumentar o salário dos 
funcionários públicos federais (presidente), estaduais (governador) e municipais 
(prefeito) – inclusive não sendo suprida nem por sancionamento (alguém faz e o chefe 
do executivo assina). Obs: a jurisprudência tem admitido a possibilidade do 
parlamento apresentar propostas de lei com iniciativa do parlamentar sobre matéria 
tributária mesmo que interfira no orçamento. 
Mutação constitucional: quando um tribunal muda seu entendimento sobre 
determinado assunto. É o ato jurídico pelo qual o tribunal modifica a interpretação 
dada a determinado assunto ou questão sem, todavia, ter ocorrido qualquer alteração, 
ainda que gramatical, de referida lei. 
 
B2- Objetiva – Ritualística para a criação/ alteração de leis – regra geral. Obs: apenas 
âmbito federal. 
1ª regra: Projetos de lei, emenda, MP, etc (todo projeto) possuem tramitação inicial na 
câmara dos deputados (casa iniciadora), sendo o senado a casa revisora. As casas 
serão ao contrário quando o senador for o idealizador do projeto (aí o senadoserá a 
casa iniciadora e a câmara a revisora). Obs: até nos projetos mistos, em regra, a 
discussão se iniciará na câmara, a não ser que o senado consiga primeiro a quantidade 
de assinaturas mínimas. 
2ª regra: quando houver dúvida sobre trâmite de projeto, seguir o rito da lei ordinária 
(é o rito regra). 
 
Rito Emenda Constitucional 
 
1) Iniciativa  2) PEC protocolada na casa iniciadora  3) Encaminhada a PEC ao 
presidente da respectiva casa  4) Leitura da PEC no Plenário da casa (para levar todo 
a plenário a ter ciência do projeto, além do povo em geral (além disso, é encaminhado 
via email)  5) Encaminhamento para ser emitido um parecer na CCJ (Comissão de 
Constituição e Justiça – é a mais importante pois tudo passa pelo seu parecer (embora 
não seja vinculativo e não tome decisão nenhuma – mas dificilmente um projeto 
declarado inconstitucional pela CCJ será aceito (esse parecer normalmente é seguido)) 
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 6) Encaminhamento da PEC à(s) comissão (ões) temática para receber outro parecer 
(agora em comissões com temas específicos)  7) Recebimento de emendas 
parlamentares (ideias para alterar o projeto inicial de Emenda – é a chamada 
sanfona , estica ou diminui a lei) – Obs 1: não são possíveis emendas que 
descaracterizem o projeto inicial. Obs 2: quando se tratar de proposta de Emenda feita 
pelo presidente, não cabem emendas do parlamento que crie ou aumente despesas 
orçamentárias (porque o presidente já estabeleceu o quanto será gasto  8) 1ª 
votação no Plenário  9) A – PEC rejeitada (obteve menos de 3/5 dos votos) – projeto 
arquivado OU B – PEC aprovada (Cabe lembrar que primeiro é votada a PEC inicial, 
posteriormente as emendas feitas pelos parlamentares)  10) 2ª votação da PEC em 
Plenário (intervalo de 5 sessões (há três sessões por semana: terça, quarta e quinta) 
entre a primeira e a segunda votação) – A) PEC rejeitada – arquiva OU B) PEC aprovada 
 11) PEC encaminhada para a casa revisora (aí volta-se para o 2° passo, pois será 
feito todo o processo novamente)  12) PEC aprovada na casa revisora em 2ª votação 
 13) A – PEC aprovada sem emendas parlamentares* (as casas chegaram a um 
denominador comum em todos os pontos do projeto (espelho) - encerra-se o 
processo, PEC aprovada) B – PEC aprovada com emenda(s) parlamentar(es)  14) 
Retorno da PEC à casa iniciadora para apreciar apenas a(s) emenda(s)  15) A – 
Emenda(s) mantida(s) (aprovada(s)) – PEC aprovada* (chegou ao denominador 
comum) OU B – emenda(s) rejeitada(s) – prevalece a vontade da casa iniciadora – PEC 
aprovada com emendas da casa iniciadora*. 
* = Promulgação (não se fala mais de projeto, já é Emenda – as casas levam ao 
conhecimento de seus membros que existe no ordenamento jurídico uma nova 
emenda  16) Publicação da Emenda Constitucional no DOU (diário oficial da União) – 
traz ao conhecimento da população a existência de nova EC: 
 
Lei de introdução às normas do Direito brasileiro (DECRETO-LEI Nº 4.657) - 
Art 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
Somente a partir da publicação da emenda do DOU é que essa poderá se objeto de 
ataque ou contra ela se propor ADI (ação direta de inconstitucionalidade). 
 
Não se aplica sanção e veto para proposta de Emenda (nunca). O único momento 
em que o presidente pode participar do rito da PEC é propondo um projeto. 
 
Rito lei ordinária 
 
1) Iniciativa – por qualquer deputado, senador ou pelo presidente da república  
2) Apresentar na casa iniciadora  3) Encaminha o projeto ao presidente da casa  4) 
Encaminha o projeto ao plenário  5) Encaminha o projeto à CCJ para parecer  6) 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%204.657-1942?OpenDocument
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Encaminhado à(s) comissão (ões) temática (s), que pode nos termos do artigo 58, 
parágrafo 2º, inciso I, decidir e votar o projeto (voto de bancada – a liderança do 
partido comunica o que foi decidido pelo partido, e assim serão contabilizados os 
votos, contando como se todos os membros tivessem votado. Ex: se o partido possuir 
80 pessoas e a maioria votar sim, serão contabilizados 80 votos favoráveis, 
comunicados por meio do líder do partido. Há a possibilidade de derrubar o voto de 
bancada por meio da coleta da assinatura de 10% dos deputados/senadores 
(arredondando para o número mais próximo: 52 deputados/ 9 senadores))  7) Voto 
de bancada aprovado – encaminhamento direto à casa revisora OU Voto de bancada 
derrubado (houve 10% de recurso)  8) Recebimento de emenda parlamentar (não 
serão admitidas as que criem/ aumentem despesas ou as que descaracterizem o 
projeto inicial)  9) Votação do projeto em plenário – 2 possibilidades: a) Projeto 
rejeitado pois não obteve maioria simples/relativa de votos – 50%+1 dos votos dos 
presentes na sessão. Obs: o número mínimo para realizar uma sessão é metade dos 
deputados/senadores, sob pena de ser inconstitucional ou nem ser possível a abertura 
da sessão – Senado: mínimo para abrir sessão – 41, mínimo para aprovar: 21; Câmara: 
mínimo para abrir sessão: 257, mínimo para aprovar: 129. (É obrigatoriamente 
necessário quórum mínimo para abrir sessão e quórum mínimo para votação (projeto 
arquivado); b) Projeto aprovado  Encaminhar para a casa revisora – Volta ao passo 
número 2. 
10) Aprovação na casa revisora: A) SEM emenda parlamentar  Encaminhar ao 
executivo para sanção ou veto. B) COM emenda parlamentar  Retorno do projeto 
para a casa iniciadora apreciar a(s) emenda(s) da casa revisora  I) Mantém a(s) 
emenda(s); II) Rejeita a(s) emenda(s) e as retira  Encaminhar para sanção ou veto (I e 
II). 
11) A – Sanção – Concordância com o projeto  Expressa (sem necessidade de 
justificar, basta assinar) ou Tácita (quando não há manifestação, no prazo de até 15 
dias). A sanção é um ato irretratável, seja expressa ou tácita, não tem como voltar 
atrás  Promulgação  Publicação. 
B – Discordância com o projeto, devendo ser expresso (pois se não falar nada, 
sanciona) e justificado em político (falta de interesse da coletividade ou falta de 
dinheiro) ou jurídico (inconstitucionalidade). Pode ser parcial (e obrigatoriamente 
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também terá uma sanção parcial) ou total. Uma vez vetado, o executivo deve 
comunicar ao Congresso Nacional em até 48 horas – caso não haja essa comunicação, 
o veto transforma-se em sanção (sendo assim o veto é retratável tacitamente, pois 
muda para sanção). O Congresso Nacional deverá analisar o veto em até 30 dias – sob 
pena de travar a pauta e assim obrigatoriamente a próxima pauta tratada deverá ser a 
daquele veto. Há duas possibilidades: a) manter o veto – arquivado; b) rejeitar e 
derrubar o veto por maioria absoluta, em ambas as casa separadamente (a votação é 
unicameral, porém os votos são contabilizados isoladamente, pois é preciso quórum 
mínimo para cada casa)  Promulgação e publicação. 
 
Há três hipóteses para a pergunta: Em que momento o projeto de lei se transforma em 
lei: Sanção do executivo, ausência de comunicação do executivo ao legislativo em até 
48h ou com a derrubada do veto do executivo pelo legislativo. 
Exemplos: Inclusão de homicídio como crime hediondo, lei da ficha limpa. 
 
Seção VII 
DAS COMISSÕES 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e 
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo 
regimento ou no ato de que resultar sua criação. 
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto 
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares queparticipam da respectiva Casa. 
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe: 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência 
do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa; 
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; 
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a 
suas atribuições; 
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa 
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; 
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das 
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, 
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em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus 
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas 
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, 
eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições 
definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a 
proporcionalidade da representação partidária. 
 
 
RITO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR 
1. Quórum para aprovação: maioria absoluta 
2. Demais atos semelhantes ao projeto de lei ordinária. É igual ao rito de lei ordinária, 
apenas com a diferença do item 1. 
 
Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária? Não. Segundo o STF, não há. 
Lei Ordinária: Senado: 81  41  21(50% + 1 dos 41 presentes) 
81  74  38 
Lei Complementar: Senado: 81  41  41 (50% + 1 do total de senadores) 
81  74  41 
Observa-se no exemplo acima que a diferença entre ambas pode ser muito pequena, o 
que não torna viável defender que uma é mais importante que a outra. O simples fator 
de que a lei complementar exige votos a mais não é suficiente para classificar esse 
instituto como mais importante (a análise de votos não é suficiente para tal 
afirmação). 
Teoria ou princípio da especialidade da Lei Complementar - Quando o constituinte 
quiser alguma coisa por lei complementar ele dirá – se não disser, é ordinário. 
 
Questões importantes a serem observadas a respeito da segurança jurídica das 
normas: 
 
Lei complementar pode tratar de matéria de lei ordinária? Sim. Aqui há de se 
observar a análise de votos – ao apresentar um projeto de lei ordinária, seria 
necessário um mínimo de 21 votos (no Senado). Caso fosse apresentado como lei 
complementar, seriam necessários 41 votos – precisava de um número menor, mas 
alcançou uma aprovação acima do que se esperava – ou seja, é um erro bom , pois a 
única diferença é que a votação foi maior. É um caso interessante no ordenamento 
jurídico de um erro que não leva a uma inconstitucionalidade. 
 
Lei complementar pode revogar uma lei ordinária? Sim. Uma lei ordinária pode ser 
revogada por outra ordinária – quorum igual (maioria simples). O quorum da lei 
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complementar é maior (maioria absoluta) – assim, se por quorum igual pode ser 
revogada, por quorum maior também poderá. Obs: Não confundir quorum com 
quantidade de votos. 
 
Pode uma lei ordinária tratada de matéria de lei complementar? Não. O quorum 
de maioria absoluta não poderá ser trocado pelo quórum de maioria simples (mesmo 
que o número de votos seja grande devido à presença de muitos senadores/ 
deputados). Se fosse possível, haveria uma indução para votação com quorum menor 
que o exigido. Caso isso ocorra, haverá inconstitucionalidade. 
 
 Pode uma lei ordinária revogar uma lei complementar? Depende. 
Lei complementar: Formalmente – seguiu o rito da lei complementar (maioria 
absoluta) e Materialmente – deve estar expresso na Constituição Federal. Assim como 
há direitos fundamentais que escaparam do artigo 5º, há matérias tributárias que 
escaparam do artigo 146 – e essas devem ser tratadas por lei ordinária, pois não 
estão expressas na CF (e se não fala que é complementar, é ordinária). Assim, se 
houver uma lei formalmente complementar, porém materialmente ordinária será 
possível a revogação da lei complementar por lei ordinária. Só porque uma lei foi 
formalmente aprovada com um quorum maior, não quer dizer que sua matéria 
também seja alterada para lei complementar – continua sendo ordinária, apenas 
obteve maior quorum na sua votação (o que é um erro bom ). Assim, a resposta para 
a pergunta é depende: se for formal e materialmente complementar não pode. Agora, 
caso seja formalmente complementar, porém materialmente ordinária, pode. 
 
Pode uma Medida Provisória suspender uma lei complementar? Não pode haver 
medida provisória tratando de matéria complementar. Porém, se for apenas 
formalmente complementar e materialmente ordinária – pode. E quando é 
transformada em lei, a MP se torna lei ordinária, e como já visto, se for formalmente 
complementar e materialmente ordinária, poderá revogar. 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente 
sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e 
contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
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c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do 
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, 
e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá 
instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por 
Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer 
retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com 
o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de 
a União, por lei,estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003). 
 
Medida provisória 
Não houve nada parecido anteriormente – o que mais se assemelhava era o decreto-
lei , vindo da Itália. No Brasil, surgiu com Ulisses Guimarães. De 1988 a 2017 foram 
editadas mais medidas provisórias do que leis até 1988. 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito 
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
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b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro 
ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os 
previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, 
desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, 
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso 
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, 
suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das 
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus 
pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados 
de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma 
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, 
todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória 
que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação 
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 2001) 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos 
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
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§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas 
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão 
separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que 
tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a 
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e 
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela 
regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida 
provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou 
vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
Relevânciae urgência são pressupostos para a criação e manutenção de uma medida 
provisória – quem decide o que é relevante/urgente é o presidente da república. MP 
nº 105 de 1989 diziam que Tiradentes e marechal Deodoro são heróis nacionais – isso 
pois o Sarney (então presidente) definiu. 
As casas legislativas não só podem como devem analisar os requisitos fixados pelo 
presidente, podendo afastar as MPs. Ex: MP 168/04 – proibia a existência de bingos. O 
senado questionou se realmente era caso de relevância e urgência fechar os bingos 
(ainda que houvesse uma investigação e envolvimento com crime organizado, não era 
certo – e muitos funcionários perderam seu emprego da noite para o dia). Assim, essa 
MP foi rejeitada pela falta de relevância e urgência. 
O Poder Judiciário também pode fazer esse controle, podendo inclusive argumentar 
que é inconstitucional. Há o entendimento de que se o STF profere uma liminar para 
suspender a MP, isso não impede a continuidade da análise de mérito da MP pelas 
casas, pois o processo no STF poderia durar anos, e por ser provisória já estar extinta, 
assim nas casas o processo seria mais rápido. Eventualmente, sendo aceita a MP nas 
casas, o autor da ação deve-se atentar para que a decisão da corte se estenda à lei (MP 
agora convertida em lei, devido à aprovação), assim a lei continuará suspensa assim 
como a MP tinha sido. 
Pela CF, quem propõe a MP é o presidente. A doutrina veio e questionou – e 
governadores e prefeitos? Posicionamento do STF e das doutrinas quanto aos 
governadores: podem, desde que haja expressa autorização na constituição de seu 
estado – como acontece em Santa Catarina, Tocantins, Paraíba. Já o governador de São 
Paulo não pode, pois não está previsto na Constituição do estado de São Paulo. Para 
instituir esse poder, deve ser feita emenda à constituição estadual. Nos casos do 
prefeitos, é possível, porém há duas condicionantes: desde que haja expressa 
autorização na lei orgânica do município (isso pode ser instituído por meio de emenda 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc32.htm#art1
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à lei orgânica do município) e desde que haja previsão na Constituição do Estado – não 
é possível dar mais poderes ao prefeito do que ao governador do Estado. Assim, é 
preciso a autorização ao governador para atribuir a autorização ao prefeito. Ex: no 
caso da Paraíba, é possível instituir esse poder aos prefeitos (pois o governador pode), 
já em São Paulo isso não é possível. 
 
Força de lei  Não é lei, assim a MP não pode revogar a lei. Se há conflito entre lei e 
MP, prevalece a lei. MP apenas suspende outra MP ou lei ordinária (ou complementar, 
desde que formalmente completar e materialmente ordinária). 
 
Tramitação normal da MP: 
 
Com a publicação, a MP é encaminhada ao Congresso Nacional (parágrafo 9º). No 
Congresso Nacional, caberá a uma comissão mista (deputados + senadores) emitir 
parecer (parágrafo 5º) sobre o pressuposto constitucional (relevância/urgência) e após 
isso sobre o mérito – antes de serem apreciados separadamente entre as casas – 
inicialmente na câmara (é encaminhada para análise (do pressuposto constitucional e 
do mérito), discussão e votação nas casas, inicialmente na câmara dos deputados) 
(parágrafo 8°). A MP pode ser rejeitada (e assim arquivada) ou aprovada – coro de 
maioria simples (aprovada como lei ordinária). Aprovada a MP na câmara dos 
deputados, será encaminhada ao Senado Federal (aqui sempre a câmara será a casa 
iniciadora e o senado a casa revisora – não há exceção), que deverá observar o 
parágrafo 5º do artigo 62 (analisar o pressuposto e mérito) e discutir e votar a MP, que 
poderá ser rejeitada (e consequentemente arquivada) ou aprovada. 
 
Obs: os parágrafos não estão organizados corretamente- a ordem cronológica é: caput, 
9º, 5º, 8º 
 
Observação: Durante a tramitação da MP nas casas do Congresso (câm/sem) ela 
poderá receber emendas parlamentares. Tais emendas recebem o nome de Projeto 
de Conversão . 
Tempo de validade de uma Medida Provisória: Até 60 dias (art 62, parágrafo). 
Chegando ao 59º dia, verificando o presidente que a MP não vai se converter a lei, 
publicará nota no Diário Oficial da União que prorrogará a duração da MP. A 
publicação será feita no 60º dia (ou no máximo a publicação pode ser feita nesse dia, 
pois no 61º ela já estará extinta). A prorrogação será, em regra, de até 60 dias. A 
prorrogação terá o mesmo período de criação (se a MP durou 30, sua prorrogação será 
de até 30). 
Não correrá a vigência do prazo durante o período do recesso parlamentar, que ocorre 
em dois períodos – 23/12 a 01/02 (41 dias) e 18/07 a 31/07 (14 dias) – artigo 57: 
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Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de 
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil 
subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. 
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias. 
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para: 
I - inaugurar a sessão legislativa; 
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas; 
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de 
fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das 
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o 
mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, 
e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos 
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: 
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou 
de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio 
e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República; 
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em 
caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso 
com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará 
sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, 
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. 
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do 
Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. 
 
Obs: o prazo não corre, porem a MP continua produzindo efeitos durante o período de 
recesso. 
Uma MP, considerando-se as exceções, durará no máximo 161 dias: caso seja 
prorrogada dia 22/12, quando seria publicada no DOU no dia 23/12 – porém, como já 
está

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