Buscar

APX1 - Língua Portuguesa - Pedagogia - CEDERJ - UERJ - 2021

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2021.1
PRAZO FINAL PARA POSTAGEM: 24/04 - 10h 
Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental
Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad
Aluno(a): 
Matrícula: Polo: 
INSTRUÇÕES
 Esta prova contém um texto e nove questões, no total de quatro páginas
(incluindo esta página com cabeçalho e instruções).
 Digite suas respostas no próprio arquivo da prova (em Word) após o
enunciado de cada questão.
 Ao terminar de responder e revisar todas as suas respostas, salve o arquivo
em formato PDF e entregue por meio da ferramenta especialmente criada
para essa finalidade na sala de aula virtual da disciplina.
 Observe o prazo para entrega da prova. Nenhuma prova será aceita após o
fim do prazo, em nenhuma hipótese. É recomendável fazer a postagem com
antecedência para evitar contratempos na última hora.
 Depois de postar seu trabalho, saia da ferramenta, entre novamente, abra o
arquivo enviado e verifique se está correto. Até o fim do prazo, você poderá
excluir o arquivo e fazer nova postagem, caso note algum erro no envio.
Provas enviadas por engano (arquivos em branco, provas de outras disciplinas,
ou outros trabalhos quaisquer) receberão nota zero.
 A prova é individual. É permitida a consulta a materiais de estudo, mas não a
pessoas. Casos documentados de cópia (“cola”) receberão nota zero.
BOM TRABALHO!
Educação antirracista é condição para interromper o genocídio negro
Alexandre Schneider
Beto Freitas, 40, foi assassinado por asfixia diante de 15 testemunhas em um
supermercado Carrefour de Porto Alegre. Antes dele, vieram Pedro Gonzaga, 19,
asfixiado por um segurança em uma unidade do supermercado Extra no Rio de
Janeiro e João Victor, 13, agredido e arrastado para fora de uma loja do restaurante
Habib’s em São Paulo.
O traço comum nesses casos, além do racismo, é a forma como nós brancos e
a imprensa comumente os tratamos. Tendemos a individualizar a análise, pedimos
justiça, demonstramos empatia, choque e nos solidarizamos com a família das vítimas.
Ao tratar esses casos como algo singular, perdemos sua dimensão universal: esses
crimes evidenciam o racismo estrutural presente na sociedade brasileira.
É por tratar desses casos como um desvio e não como efeito de uma
característica fundante da nossa sociedade que as reações são sempre as esperadas:
as empresas demitem seus seguranças e as autoridades emitem notas de repúdio.
Enquanto isso, os negros continuam vítimas de violência física e simbólica, como
quando chamam mais a atenção dos seguranças do que dos vendedores ao adentrar
uma loja qualquer.
Há um verdadeiro genocídio negro no Brasil. Segundo o anuário do Fórum
Brasileiro de Segurança pública de 2020, três em cada quatro vítimas de crime
violento no Brasil são negros. Dois em cada três policiais mortos no Brasil são negros.
Os negros formam a maioria da população carcerária e das vítimas de violência
policial. Voltou a ser comum o ataque a centros que abrigam religiões de matriz
africana.
O racismo reforça a desigualdade no Brasil, em todas as suas dimensões. Não
vamos superá-lo sem uma mudança profunda em nossas instituições públicas e
privadas. A educação é um instrumento poderoso e necessário para desnaturalizar o
racismo.
A lei federal 11.645 de 2008 regulamentou a obrigatoriedade do Ensino da
História e Cultura Afro-brasileira e Indígena nos ensinos fundamental e médio. A
despeito de alguns avanços, sua aplicação ainda esbarra no preconceito de muitos
educadores, na ausência de materiais didáticos adequados, na formação dos
professores e na resistência das escolas.
A construção de uma escola antirracista vai além de tirar do papel a lei 11.645.
É preciso operar uma mudança na formação de todos os seus profissionais. A escola
deve cumprir seu papel de ser um espaço de aprendizagem que permita aos
estudantes conviverem com as diferenças sem anular aquilo que constitui sua
identidade.
O compromisso real se inicia na educação infantil, com a adoção de uma
pedagogia centrada na compreensão e valorização das diferenças. Nessa etapa o
corpo e o cabelo são elementos de formação da identidade. Em vez de seguir — por
ação ou omissão — reforçando o padrão eurocêntrico da pele branca e do cabelo liso,
a escola deve proporcionar às crianças rodas em que repensem esses padrões e
valorizem a diversidade. Prender o cabelo, alisá-lo ou raspá-lo em busca de aceitação
é uma violência contra a identidade das crianças pequenas.
Nas demais etapas de ensino, os estudantes pretos abandonam a escola em
maior proporção e têm desempenhos educacionais inferiores aos brancos, dada a
diferença de oportunidades educacionais entre os dois grupos, desde cedo. A criação
de indicadores e metas de redução da desigualdade educacional, bem como a adoção
de políticas específicas para alcançá-las é o melhor caminho a ser seguido.
Há um movimento de pais de escolas de elite em São Paulo para que estas
tenham um projeto antirracista. Algumas já estão propondo bolsas de estudos para
estudantes negros. É meritório e saudável, mas não basta. É preciso investir na
formação dos profissionais e no projeto pedagógico da escola e em medidas de apoio
pedagógico e emocional para que os estudantes negros possam melhor frequentar
ambientes ainda primordialmente brancos.
Os assassinatos de Beto Freitas e de tantos outros não foram fruto de desvios
individuais, mas resultados de uma sociedade estruturalmente racista. Ampliar
políticas de ação afirmativa, reformar instituições públicas e privadas são ações para
que rompamos com nosso falso e perverso pacto racial brasileiro, que ceifa vidas e
sonhos. Mas é preciso mudar a educação. A educação antirracista é condição para
interromper o genocídio negro.
Folha de São Paulo. 23/11/20
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/alexandre-schneider/2020/11/educacao-
antirracista-e-condicao-para-interromper-o-genocidio-negro.shtml
Adaptado.
1. (1,0) Identifique a relação entre o título e a tese do texto.
O autor identifica o racismo como um problema social e sugere um meio eficaz
de combatê-lo, que é através de educação.
2. (1,0) Avalie a contribuição das informações constantes no primeiro parágrafo
para a construção da coerência externa do texto.
O parágrafo é composto por três casos de violência racial. Em ambos os casos,
as vítimas tiveram sua integridade física violada em razão de agressões motivadas
apenas em razão da cor da pele. A partir daí, o autor desenvolve o texto com base na
desigualdade social e aborda a normalização do racismo e da impunidade.
3. (1,0) Explique, com suas palavras, a crítica que o autor faz às reações comuns
diante de crimes contra negros no Brasil.
Quando algo acontece muito, se torna comum e deixa de ser notícia. Nossa
sociedade se choca quando é um caso extraordinário e se mobiliza por aquele caso em
especial. Assim acabamos deixando de lado a luta gigante do movimento negro no dia a
dia. O racismo está enraizado na nossa sociedade, não se trata só de um caso ou outro,
mas de um coletivo que colhe os privilégios da branquitude enquanto banaliza a luta por
igualdade.
4. (1,0) Há um verdadeiro genocídio negro no Brasil. (4º parágrafo)
Indique um dos fatos que o autor apresenta para justificar essa afirmação.
São apresentadas estatísticas de acordo com o anuário do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública de 2020, onde três em quatro vítimas de crime violento no Brasil são
negros.
5. (1,0) Aponte uma das medidas que o autor sugere para o estabelecimento de
uma educação antirracista.
A adoção de uma pedagogia centrada na compreensão e valorização das
diferenças.
6. (2,0) Indique a que sereferem, no contexto, as expressões sublinhadas nos
fragmentos abaixo.
a. O racismo reforça a desigualdade no Brasil, em todas as suas dimensões.
(5º parágrafo)
Se refere à desigualdade.
b. A despeito de alguns avanços, sua aplicação ainda esbarra no preconceito
de muitos educadores [..]. (6º parágrafo)
Se refere à lei federal número 11.645 de 2008.
c. Nessa etapa o corpo e o cabelo são elementos de formação da identidade.
(8º parágrafo)
Se refere à Educação Infantil.
d. Há um movimento de pais de escolas de elite em São Paulo para que estas
tenham um projeto antirracista. (10º parágrafo)
Se refere às escolas de elite.
7. (1,0) Reescreva a frase abaixo, empregando um recurso que reduza o grau de
certeza expresso.
A educação é um instrumento poderoso e necessário para desnaturalizar o
racismo. (5º parágrafo)
Talvez a educação seja um instrumento poderoso e necessário para
desnaturalizar o racismo.
8. (1,0) No fragmento abaixo, um verbo auxiliar foi empregado como recurso
para expressar necessidade. Reescreva o fragmento, empregando um recurso diferente
para exprimir a mesma noção de necessidade.
[...] a escola deve proporcionar às crianças rodas em que repensem esses
padrões e valorizem a diversidade. (8º parágrafo)
[...] a escola precisa proporcionar às crianças rodas em que repensem esses
padrões e valorizem a diversidade.
9. (1,0) Indique um conectivo que poderia ser empregado entre as duas últimas
frases do texto, na lacuna abaixo, de modo a explicitar a relação de sentido entre elas.
Mas é preciso mudar a educação, __________ a educação antirracista é
condição para interromper o genocídio negro.
Mas é preciso mudar a educação, uma vez que a educação antirracista é
condição para interromper o genocídio negro.

Continue navegando