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19/06/2020 AVA UNINOVE
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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
SEJA BEM-VINDO (A). ESTA AULA TEM COMO OBJETIVO RESGATAR O PERCURSO HISTÓRICO
REFERENTE AOS PROCESSOS DE EXCLUSÃO / INCLUSÃO. ESPERAMOS QUE, AO FINAL DA AULA, VOCÊ: ¿
REFLITA SOBRE OS PROCESSOS QUE DENTRO E FORA DA ESCOLA PROMOVEM MECANISMOS
EXCLUDENTES; ¿ ANALISE CRITICAMENTE A IMPLICAÇÃO DESSES PROCESSOS NO SEU FAZER
PEDAGÓGICO.
AUTOR(A): PROF. LIS ANGELIS PADILHA DE MENEZES
 
Introdução
Bauman lembra, no congresso Confiança e Medo na Cidade (Milão, 2004), que os antropólogos identificaram
a aurora da humanidade por meio da descoberta um esqueleto humanoide que, apesar de ter quebrado a
perna quando menino, morreu com 30 anos. A conclusão sobre se tratar de uma sociedade humana se deu
porque algo assim não aconteceria em um bando de animais,
[...] a sociedade humana é diferente do bando de animais. Nela, alguém poderia ajudar um inválido a
sobreviver. Ela é diversa porque tem condições de conviver com inválidos – tanto que poderíamos dizer,
historicamente, que a sociedade humana nasceu com a compaixão e com o cuidado do outro, qualidades
apenas humanas. (BAUMAN, 2008, p. 90)
Esse professor finalizou sua fala enfatizando que deve ser essa a grande e inadiável preocupação humana: o
compromisso com a compaixão e com a solicitude.
Adorno (1995), nos lembra que a educação, em uma sociedade contraditória como a nossa, pode
proporcionar a formação de consciências capazes de combater toda a forma de injustiça social. Fazendo uso
das palavras de Freud (2006), reiteramos que isso não significa que tenhamos que amar todas as pessoas,
mas reconhecer seus direitos. Cabe lembrar que, no espaço escolar ou fora dele, precisamos estar atentos
aos detalhes do nosso fazer, de modo a consolidar princípios vinculados à participação democrática,
sustentabilidade, cidadania global, promoção da saúde e não violência. Mantoan (2003) adverte que
sentimentos aparentemente generosos, como respeito e tolerância, podem encobrir uma marca de
superioridade, e que inserir todas as crianças ou jovens nos espaços escolares, desconsiderando as
diferenças e os apoios necessários, é uma forma de acentuar práticas de discriminação, segregação e/ou
marginalização.
INSERIR CAIXA DESTAQUE: EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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Nesta aula, analisaremos o processo histórico excludente presente nas questões relacionadas à deficiência,
classe social e etnia para, a partir desse estudo, exercitar o pensamento crítico acerca do nosso papel diante
dessa escola que tem como missão legitimar a presença da diversidade no seu interior, garantindo sua
participação e desenvolvimento.
 
Educação das pessoas com deficiência
Aranha (2001) pondera que precisamos olhar o contexto social, político e econômico de cada época, para
compreendermos as atitudes em relação aos deficientes. No caso dos espartanos, tratava-se de uma
sociedade baseada na agricultura, pecuária e artesanato, na qual a vida humana tinha valor em decorrência
de sua utilidade, e o abandono da pessoa com deficiência ou de qualquer outra pessoa do povo, declarada
sem serventia, não era considerado problema ético ou moral. Com o advento do cristianismo em meio às
crenças religiosas, o diferente ou era deixado a própria sorte, ou punido como forma de se livrar do pecado,
ou morto em virtude da possessão.
 
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Legenda:
No século XVI, com a queda da hegemonia religiosa, a ascensão do capitalismo mercantil e uma nova
divisão do trabalho entre os donos dos meios de produção e operários, emergem ideias acerca dos aspectos
orgânicos da deficiência e métodos de uma insipiente medicina são direcionados a essas pessoas. Surge o
primeiro hospital psiquiátrico que, junto com os asilos e conventos, se transformam em lugares de
confinamento e proliferam.
No século XVIII, lentamente avança o conhecimento da fisiologia, da patologia e a medicina preventiva,
experiências sobre a educabilidade de surdos e doentes mentais apontam a necessidade de reforma do
sistema de abrigo e internação. Entretanto, essas instituições se mantém enquanto espaços de segregação
até a década de 1960. Goffman adverte
Num hospital médico, as incapacidades físicas de uma pessoa são consideradas como sinal de que o
tratamento, por mais desagradável ou limitador que seja, é necessário para o bem-estar da pessoa e deve
ser aceito. Num hospital psiquiátrico, a incapacidade para ser um paciente facilmente controlável – a
incapacidade, por exemplo, de ser delicado com as pessoas da equipe dirigente – tende a ser considerado
como prova de que a pessoa ainda não está “preparada” para a liberdade e precisa submeter-se a mais
tratamento. O aspecto fundamental, aqui, não é o fato de o hospital ser um lugar odioso para os pacientes,
mas o fato de o paciente exprimir ódio é dar prova de que seu lugar está justificado e que ainda não está
preparado para sair. Defende-se uma confusão sistemática entre obediência a outros e ajustamento pessoal
(2015, p. 311-312)
A maioria dos trabalhos sobre os manicômios e prisões passam a discutir as condições degradantes
adotadas, que resultavam em baixa autoestima, ausência de motivação e desamparo dos internos. 
 
 NORMATIZAÇÃO 
 
Nas décadas de 1960 e 1970, fundamentado na ideologia da normatização inicia-se o movimento de
afastamento das pessoas com deficiência das instituições, ou seja, com o objetivo de modifica-las,
aproximá-las o mais possível do normal são garantidos serviços como, por exemplo, as Casas de Passagens,
as escolas especiais e os centros de vida independente. O lema era “segregar para integrar”. Essa situação
não contribuiu para a integração dessas pessoas ao meio social, e passou a enfrentar críticas da comunidade
científica e das próprias pessoas com deficiência organizadas em associações e órgãos de representação.
Em função desse debate, na década de 1990 passou-se a discutir formas de garantir a independência e a
autonomia aos cidadãos com deficiência. O movimento decorrente desse debate, chamado inclusão,
pressupõe intervenções no processo de desenvolvimento do sujeito e na realidade social.
 
AUTONOMIA E INDEPENDENCIA 
 
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A grande diferença entre integração e inclusão é que a primeira procura investir na pessoa diferente de
forma a torna-la “pronta” para a vida na comunidade, já um projeto inclusivo é um projeto a ser construído
por todos, que depende do compromisso efetivo da sociedade com o bem-estar de todos os cidadãos.
Mantoan considera educação inclusiva: 
[...] uma inovação que implica um esforço de modernização e reestruturação das condições atuais da
maioria das nossas escolas (especialmente as de nível básico), ao assumirem que as dificuldades de alguns
alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte, de como o ensino é ministrado e de como a
aprendizagem é concebida e avaliada (MANTOAN, 2003, p. 57).
A educação inclusiva implica, portanto, aperfeiçoar a educação em geral, opção realizada pelo Brasil, ao
concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jontiem, em 1990, e com os
postulados produzidos em Salamanca, em 1994, que reiteram a premência das escolas em buscar formas de
atender todas as crianças, modificando atitudes discriminatórias e posturas excludentes, incentivando
procedimentos mais flexíveis de gestão escolar e estabelecendo comunicação com os pais e comunidade.
 
Educação popular
Santos (2002) considera que um terço da população brasileira está abaixo da linha de pobreza e que para
reverter o quadro de desigualdades, de um Brasil branco 2,5 vezes mais rico do que o Brasil negro, são
necessárias reformas estruturais, afinal, muita carência e poucas oportunidadesmarcam a história dos
negros, mestiços e pobres no Brasil.
 
RACISMO
 
Passetti (2002) lembra que, mesmo após a proclamação da República, as dificuldades da vida levavam os
pais a abandonarem cada vez mais os filhos, e que só a partir dos anos 1920 as ações governamentais se
colocam no lugar da caridade e da misericórdia. No caso dos sistemas de ensino, estes segregavam por raça,
gênero e classe social, sendo que a sua democratização, em meados desse século, representou para os
negros e pobres matrícula seguida de reprovação e evasão.
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Legenda:
A história mostra ainda que, em regiões miseráveis, incluindo os bolsões de pobreza das grandes cidades, as
necessidades de sobrevivência se colocam à frente dos estudos, de acordo com Rizzini (2002) este fato
perpetua uma condição de miséria.
Crianças vindas de famílias pobres são, em geral, as que têm menos êxito, se avaliadas através de
procedimentos convencionais [...] elas são as que têm menos poder na escola, são as menos capazes de
fazer valer suas reivindicações ou de insistir para que suas necessidades sejam satisfeitas, mas são, por
outro lado, as que mais dependem da escola para obter sua educação (CONNELL, 1995, p. 11)
 
Educação dos negros
Trezentos e cinquenta anos de escravismo promoveram uma certa anestesia em todos nós em relação ao
fato de que a pobreza aqui tem cor e procedência (SANTOS, 2002, p. 32)
Aponta o Relatório de Desenvolvimento Humano (2005) que, ao final do século XX, 82,9% das crianças e
adolescentes negros frequentavam a escola pública; em 2003, esse índice passou para 96,4%; no caso das
crianças brancas, o acesso foi de 91,3% para 98,1%. Os dados revelam, também, que a evasão e a repetência
se fizeram sentir sobretudo na classe negra e trabalhadora: em 2000, 44% de brancos e 22,9% de negros
concluíram o ensino médio.
No Brasil, a escravidão se inicia com a chegada dos portugueses, mas todo o processo ideológico que
destituiu do escravo sua condição de pessoa, se fazem presentes na atualidade.
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Nos últimos anos, para compensar a desigualdade histórica entre negros e brancos o governo instituiu
políticas de ações afirmativas como, por exemplo, a política para negros e alunos de escolas públicas; o que
tem garantido seu acesso às faculdades. Entretanto, para que os indivíduos realizem suas potencialidades
faz-se necessário não somente a ausência de obstáculos institucionais, mas reais chances materiais, físicas
e simbólicas. No caso da população negra, a desigualdade se revela em diversos níveis como saúde,
educação, emprego, habitação e renda.
Ao longo das duas últimas décadas do século XX, a renda per capita dos negros representou apenas 40% da
dos brancos. Os brancos em 1980 ainda teriam uma renda 110% maior que a dos negros em 2000 (RDH,
2005, p. 60).
Em se tratando de construção de estratégias antirracistas, no caso da educação, é importante que se faça
uma análise da conjuntura brasileira, da forma como os problemas ou atitudes de órgãos, instituições e
governos atingem direta ou indiretamente a população negra, afinal, pensar educação é pensar na
perspectiva de construir uma sociedade capaz de assegurar direitos sociais, econômicos, políticos e
culturais a todos os brasileiros.
 
A educação no Brasil, nega a existência de referencial histórico, social, cultural e econômico do africano e
não incorporou conteúdos afro-brasileiros nos currículos escolares e, mesmo com notícias de discriminação
racial nas escolas, a tendência é atribuir ao negro a culpa pela opressão sofrida. Entretanto, a ação de
educadores negros, que colocam a discussão nos programas de suas disciplinas ou atividades culturais
trazem à tona o desafio de se construir uma escola plural, ultrapassando os limites de ações pontuais para
fazer com que no cotidiano das escolas a metodologia dialógica na produção de conhecimento possa
contemplar as maiorias excluídas do processo educacional.
 
Educação e gênero
A história da educação no Brasil, revela as marcas do patriarcalismo e do autoritarismo, no qual o direito à
educação formal é negado à mulher. Segundo Beltrão Alves
[...] a tradição cultural ibérica, transposta de Portugal para a colônia brasileira, considerava a mulher um
ser inferior, que não tinha necessidade de aprender a ler e escrever. A educação monopolizada pela Igreja
Católica reforçava o espirito medieval. A obra educativa da Companhia de Jesus contribuiu
significativamente para o fortalecimento da predominância masculina, sendo que os padres jesuítas tinham
apego às formas dogmáticas de pensamento e pregavam a autoridade máxima da Igreja e do Estado (2004,
p. 3-4).
Apenas no século XX, após a Revolução de 1930, com as primeiras medidas educacionais voltadas para a
educação de massa, as mulheres começam a ter o acesso à educação formal. Discussões sobre a questão de
gênero para além da inclusão de pessoas do sexo feminino e masculino nos espaços escolares é recente.
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96) representou a vitória de setores da
educação que buscavam a eliminação das desigualdades, ao determinar que todos os indivíduos têm direito
à educação, independente de classe social, raça/etnia, crença ou sexo. Nesse documento o conceito de
gênero ainda é inexistente, porém a afirmação do direito de todos à cidadania aponta a tendência de não
aceitação da discriminação.
Em 1996, nos Parâmetros Curriculares Nacionais é incluído, como tema transversal a sexualidade,
entretanto como observa Guaraci Lopes
[...] as condições que possibilitaram a ampliação da discussão sobre a sexualidade também tiveram o efeito
de aproximá-la das ideias de risco e ameaça, colocando em segundo plano sua associação ao prazer e à vida
(LOURO, 2004, p. 36).
A inclusão das questões de gênero, identidade de gênero e orientação sexual na educação brasileira a partir
de uma perspectiva de valorização da igualdade e de promoção de uma cultura de reconhecimento da
diversidade sexual coloca sob suspeita as concepções curriculares hegemônicas e cobra das unidades
escolares a transformação de sua rotina e a problematização de práticas reprodutoras de desigualdade e
opressão.
Existe vasta produção de instrumentos jurídicos referentes à proteção dos direitos das mulheres. Dentre
eles, os de caráter internacional que também foram assinados e ratificados pelo Brasil:
Recomendação nº 90, de 29 de junho de 1951, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre a
igualdade de remuneração de homens e mulheres trabalhadores por trabalho de igual valor;
Convenção nº 100, de 29 de junho de 1951, da OIT, sobre a igualdade de remuneração de homens e
mulheres por trabalho de igual valor;
Convenção nº 111, de 25 de junho de 1958, da OIT, sobre Discriminação em Matéria de Emprego e
Ocupação (em vigor, no plano internacional, desde 1960);
Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, 1979);
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – Convenção de
Belém do Pará (1994);
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994);
Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing, 1995);
Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional - Convenção de Palermo (2000),
que produziu o Protocolo de Palermo para prevenir, punir e erradicar o tráfico de pessoas, especialmente
Mulheres e Crianças (2004);
IX Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe – Consenso do México (2004).
No campo dos direitos LGBT, em 2003, o governo brasileiro apresentou uma resolução denominada
Orientação Sexual e Direitos Humanos à Comissão de Direitos Humanosda Organização das Nações Unidas.
Esse documento comportava o reconhecimento da diversidade de orientação sexual como um direito
humano. Em 2005, sem adesão suficiente, a proposição foi retirada, mas o assunto permanece na pauta.
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Incluir conhecimentos acerca das relações de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais no currículo
pode contribuir para a reflexão sobre a promoção da igualdade de condições de acesso e permanência dos
diferentes sujeitos no espaço escolar e na sociedade; instrumentalizar a reflexão e desnaturalizar a exclusão
social; além de ser um passo importante na busca de um posicionamento crítico e transformador diante da
realidade.
 
A reprodução da desigualdade
Nos referimos, até o momento, aos processos de exclusão presentes em nossa sociedade, tendo como
exemplo os deficientes, pobres e negros, lembramos que esses estudos poderiam ter abarcado também as
questões de gênero; sem dúvida, outro caminho válido para refletirmos sobre o fato de que afirmar que 97%
da população infantil está matriculada na escola não representa que a desigualdade histórica tenha sido
resolvida.   
Consideramos que para compreender o binômio inclusão x exclusão precisamos questionar o conceito de
normalidade, pois nosso trabalho não promoverá a reviravolta que a educação inclusiva impõe se
desconsiderarmos as subjetividades, as possibilidades de criação, se continuarmos desejando salas de aula
homogêneas, favorecermos os favorecidos, como bem lembra Perrenoud
Por vezes, espontânea ou intuitivamente, o professor interessa-se pelos alunos que mais precisam dele,
mesmo que não solicitem ajuda. Outras vezes, o professor trabalha com os alunos que mais fazem
perguntas, que se manifestam, que o ajudam a “construir uma boa aula”, pois com aqueles que nada dizem é
difícil criar uma dinâmica, um “diálogo socrático”, um clima de curiosidade, fazer funcionar a rede oficial de
comunicação [...] além disso, nas interações mais individualizadas, o professor é levado a reagir
positivamente aos alunos mais polidos, mais inteligentes, mais simpáticos, mais bonitos, mais comportados
(PERRENOUD, 2000, p. 26-27)
Se o objetivo é que todos tenham a chance de aprender, independentemente de sua origem, etnia, recursos
físicos ou culturais, cabe pensar em uma pedagogia diferenciada, decorrente de uma análise cuidadosa dos
mecanismos geradores das desigualdades para que assim, como lembra Perrenoud, esses mecanismos sejam
neutralizados. 
 
Para refletir sobre o tema
 
Ler “A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia” de Maria Helena Souza Patto.
Ler “Ensaios Pedagógicos – Educação Inclusiva: direito à diversidade”. Trata-se de uma coletânea de
artigos de pesquisadores e profissionais da educação e áreas afins que abordam a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva, expressam os pressupostos filosóficos, legais, históricos e pedagógicos, e
contribuem para qualificar a reflexão acerca da necessária transformação do sistema educacional em
sistema educacional inclusivo.
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Disponível no link (material de domínio
público):  http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/experienciaseducacionaisinclusivas.pdf
(http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/experienciaseducacionaisinclusivas.pdf)
 
Assistir “Alguém falou de racismo” de Daniel Caetano (2002). Filme brasileiro que mistura trechos
documentais e ficcionais para contar a história de um professor que decide provocar seus alunos a
pensarem sobre preconceito e a construção da sociedade brasileira.
Assistir “Vista minha pele” de Joel Zito Araújo. Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e
a hostilização é direcionada à menina branca.
Assistir “Vestido nuevo” (2008) de Sergi Pérez. Com a fala “gosto muito de carnaval, é muito divertido,
porque nos fantasiamos e nos deixam ir sem uniforme” o pequeno Mário inicia essa sensível produção
espanhola, que traz à tona como o ambiente escolar possui papel fundamental e formador, nesses casos.
Além disso, mostra a forma diferente como adultos e crianças lidam com essa questão.
Assistir: “Hoje eu quero voltar sozinho” (2014) de Daiel Ribeiro. Premiado filme no qual o protagonista é
cego, adolescente e começa a gostar de um colega da sala de aula. A obra possibilita a reflexão sobre a
autonomia que os adolescentes vão conquistando à medida que amadurecem e homofobia em nossa
cultura.
Assistir “De gravata e unha vermelha” (2015), documentário de Miriam Chnaiderman, que traz entrevistas
com diversas personalidades que, em suas histórias de vida, colocam em perspectiva o modelo de
identificação binário homem/mulher e questionam os estereótipos construídos para cada um dos sexos.
Assistir “Cores da exclusão social”, documentário que aborda a problemática da exclusão social por meio
de testemunhos de vida. 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O termo Educação inclusiva traduz a aspiração de uma educação de boa qualidade para todos e com
todos, buscando-se meios e modos de remover as barreiras para a aprendizagem e para a
participação dos aprendizes indistintamente (CARVALHO, 1998).
A exclusão se revela por meio da discriminação, marginalização e segregação.
Promovemos inclusão ou exclusão ao inserirmos todos os alunos, no espaço escolar, sem considerar
as diferenças e os apoios necessários?
NORAMATIZAçãO X AUTONOMIA X
INDEPENDêNCIA
Normatização
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/experienciaseducacionaisinclusivas.pdf
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A ideia inicial foi de normatizar estilos ou padrões de vida, mas isso foi confundido com a noção de
tornar normais as pessoas deficientes.
 
Autonomia
É a condição de domínio do ambiente físico e social, preservando ao máximo a privacidade e a
dignidade da pessoa que a exerce.
 
Independência
É a faculdade de decidir sem depender de outras pessoas, tais como, membros da família ou
profissionais especializados.
(SASSAKI, 2010)
 
ATIVIDADE FINAL
Assinale a alternativa que corresponde à proposta de Educação
Inclusiva.
A. José Carlos, filho de moradores de rua, 10 anos, aluno do 3º ano do
Ensino Fundamental, devido ao histórico da família e à dificuldade de
aprendizagem, frequenta a sala comum três vezes por semana. Nos
demais dias, frequenta a Sala de Recursos para deficientes intelectuais.
B. Mariana tem sequelas de paralisia cerebral e anda com dificuldade. Nas
aulas de educação física permanece na classe, assim aproveita para
terminar as lições, uma vez que sua coordenação motora fina a tem
impedido de copiar todo o conteúdo da lousa.
C. Mário é negro morador de quilombo e, nas aulas de história, o seu avô
foi convidado a compartilhar com a classe a história de seus ancestrais. 
D. A professora Tatiana do 5º ano, sabendo da história de vida e das
dificuldades de aprendizagem de sua aluna Viviane, solicitou à
professora do 3º ano que essa aluna, apesar da idade, acompanhasse as
atividades desenvolvidas na sua turma.
REFERÊNCIA
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BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar: 2008
CONNELL, Robert. Pobreza e educação. In: GENTILI, Pablo (Org.). Pedagogia da exclusão, crítica ao
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DEL PRIORE, Mary. (Org.) História das crianças no Brasil. São Paulo:Contexto, 2002.
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FREUD, Sigmund. O mal-estar da civilização.in SALOMÃO, Jayme (Org.) Edição Standard brasileira das
obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago, 2006.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. 9 ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
MANTOAN, Maria T. É. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Editora Moderna, 2003.
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
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SASSAKI, Romeu K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 8 ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
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