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TraNSPor_SENAD_MJSP_Modulo_2

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MÓDULO 2
HISTÓRICO INTERNACIONAL 
DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS 
PSICOATIVAS
EXPEDIENTE
Baixe o aplicativo Zappar no seu celular ou tablet
REALIDADE AUMENTADA (RA) 
Nas páginas deste material encontram-se códigos como este ao lado 
que dão acesso a conteúdos extras. Para visualizá-los, baixe o aplicativo 
Zappar no seu celular ou tablet e enquadre os códigos no aplicativo (você 
precisa ter conexão à internet).
Todo o conteúdo do Curso TraNSPor – Treinamento sobre Novas Substâncias 
Psicoativas, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos 
(SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Governo Federal - 
2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não 
Comercial- Sem Derivações 4.0 Internacional.
BY NC ND
GOVERNO FEDERAL 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS 
E GESTÃO DE ATIVOS
 
SECRETÁRIO NACIONAL 
Luiz Roberto Beggiora 
 
DIRETOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS 
E ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL 
Clayton da Silva Bezerra 
 
COORDENADOR-GERAL DE INVESTIMENTOS, PROJETOS, 
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Gustavo Camilo Baptista
COORDENADOR DE PLANEJAMENTO, ARTICULAÇÃO, 
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Glauber Vinícius Cunha Gervasio
PLANEJAMENTO
Carlos Timo Brito
Eurides Branquinho da Silva
 
CONTEUDISTAS 
José Luiz da Costa
Luíza Nicolau Brandão Caldas 
Mônica Paulo de Souza
 
REVISÃO DE CONTEÚDO 
Fernanda Flávia Rios dos Santos
Maria de Fátima de Moura Barros
 
APOIO 
Kathyn Rebeca Rodrigues Lima
Maria Aparecida Alves Dias
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD)
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Luciano Patrício Souza de Castro
labSEAD
COORDENAÇÃO GERAL
Luciano Patrício Souza de Castro
FINANCEIRO
Fernando Machado Wolf
CONSULTORIA TÉCNICA EAD
Giovana Schuelter 
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Francielli Schuelter 
COORDENAÇÃO DE AVEA
Andreia Mara Fiala 
SECRETARIA
Elson Rodrigues Natario Junior 
Maria Eduarda dos Santos Teixeira
DESIGN INSTRUCIONAL
Supervisão: Milene Silva de Castro
Gabriel de Melo Cardoso
Marielly Agatha Machado
DESIGN GRÁFICO
Supervisão: Carlos Alexandre Alves
Juliana Jacinto Teixeira
Luana Pillmann de Barros
Mariane Ronsani Patricio
Vinicius Alves Jacob Simões
REVISÃO TEXTUAL
Cleusa Iracema Pereira Raimundo
PROGRAMAÇÃO
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro
Thiago Assi
AUDIOVISUAL
Supervisão: Rafael Poletto Dutra
Fabíola de Andrade Borges
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Robner Domenici Esprocati
TÉCNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Dalmo Tsuyoshi Venturieri
Wilton Jose Pimentel Filho
SUMÁRIO
UNIDADE 1 | “DESIGNER DRUGS”: 
ANÁLOGOS DA FENTANILA, DERIVADOS DE 
FENILETILAMINAS E DE TRIPTAMINAS
UNIDADE 2 | FAILED PHARMACEUTICALS E 
LEGAL HIGHS: DERIVADOS DE PIPERAZINA, 
DA CATINONA E CANABINOIDES SINTÉTICOS
1.1 As “designer drugs”
1.2 Derivados de feniletilaminas
6
8
16
APRESENTAÇÃO 5
9
UNIDADE 3 | ADOÇÃO DO TERMO “NOVAS 
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS (NSP)” E O 
CENÁRIO ATUAL
3.1 A definição de novas substâncias psicoativas
3.2 O cenário atual das novas substâncias psicoativas
30
29
31
REFERÊNCIAS 34
1.3 Derivados de triptaminas 13
2.1 Derivados de piperazina
2.2 Derivados de catinona
16
21
2.3 Canabinoides sintéticos 25
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 5
Olá, cursista!
Seja bem-vindo ao segundo módulo de estudos!
Agora que você já conhece o conceito mais utilizado atualmente para 
as novas substâncias psicoativas (NSP), vamos explorar o histórico 
internacional dessas novas drogas. Para isso, percorreremos dife-
rentes países e continentes, muitas nomenclaturas, além de diversas 
classes de substâncias e suas estruturas químicas. No final, você será 
capaz de compreender os principais aspectos históricos relativos ao 
surgimento das NSP e estará mais capacitado para traçar melhores 
estratégias para o enfrentamento do tráfico e uso de novas drogas.
Bons estudos!
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 ¤ Descrever aspectos históricos relativos ao surgimento de novas 
substâncias psicoativas. 
 ¤ Identificar alguns grupos de novas substâncias psicoativas. 
RA
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar 
para assistir ao vídeo de 
apresentação do módulo.
MÓDULO 2
APRESENTAÇÃO
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 6
UNIDADE 1
“DESIGNER DRUGS”: ANÁLOGOS 
DA FENTANILA, DERIVADOS DE 
FENILETILAMINAS E DE TRIPTAMINAS 
Iniciaremos este módulo apresentando a história de identificação 
do princípio ativo da droga China White, uma importante descoberta 
que, mais tarde, influenciaria de maneira decisiva na criação do 
termo designer drugs. 
Na última semana de dezembro de 1979, duas mortes por overdose 
muito incomuns ocorreram em Orange County, Califórnia. Ambas as 
vítimas tinham histórico de uso de heroína, foram encontradas com 
parafernália para uso de drogas injetáveis e os achados da autópsia 
eram consistentes com uma overdose de heroína (MAGAGNINI, 
1980; HENDERSON, 1988). 
Surpreendentemente, a análise toxicológica dos fluidos corporais não 
mostrou a presença de drogas conhecidas. Nos meses seguintes, ocor-
reram mais seis mortes por overdose em Orange County e, no final de 
1980, houve um total de quinze mortes, todas aparentando tratar-se 
de mortes clássicas por uso de drogas, mas nenhuma foi detectada no 
exame toxicológico. 
Durante o mesmo período, foram apreendidas várias amostras de 
substâncias que estavam sendo vendidas como heroína nas ruas, 
mas que não continham heroína ou qualquer outra droga conhecida. 
Uma ligação comum entre esses eventos era o fato de que as vítimas 
de overdose estavam comprando uma droga chamada "China White", 
ou "heroína sintética" (MAGAGNINI, 1980; HENDERSON, 1988).
Após uma série de investigações, a Agência de Combate às Drogas 
dos Estados Unidos (Drug Enforcement Administration, DEA) relatou 
que o material vendido como “China White” continha a substância 
alfa-metilfentanila (KRAM; COOPER; ALIEN, 1981). 
A alfa-metilfentanila é um análogo da substância conhecida como 
fentanila, ou fentanil. Tanto a alfa-metilfentanila quanto a fentanila 
foram sintetizadas pelos laboratórios de pesquisa Janssen Pharma-
ceutical na Bélgica, em 1960 e 1959, respectivamente.
CONTEXTUALIZANDO
RA
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar 
para assistir ao vídeo de 
animação sobre a China 
White, a droga precursora 
do surgimento do termo 
designer drugs.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 7
Foto: © [Nomad_Soul] / Adobe Stock.
A fentanila é o opioide mais forte disponível para uso médico em 
humanos, apresentando potência analgésica de 50 a 100 vezes a da 
morfina (TABARRA, 2019), utilizada como uma medicação para a dor, 
podendo ser usada com outros medicamentos para a anestesia. Já a 
alfa-metilfentanila não era encontrada em nenhum medicamento.
É importante destacar que, até então, as drogas de abuso 
vinham tradicionalmente de duas fontes: produtos vegetais 
e desvio de produtos farmacêuticos. O aparecimento da 
alfa-metilfentalina trouxe uma mudança de paradigma, 
pois, pela primeira vez, laboratórios clandestinos estavam 
sintetizando drogas originais. 
Essa nova droga não era uma falsificação de um produto farma-
cêutico e, assim, não havia sido submetida a estudos toxicológicos 
ou à avaliação clínica em seres humanos. Além disso, embora a 
alfa-metilfentanila fosse química e farmacologicamente parecida 
com a fentanila, era uma nova substância que não estava nas listas 
de substâncias controladas da DEA e, portanto, era uma droga legal. 
Na verdade, a alfa-metilfentanila permaneceu como droga legal até 
1982, quando foi controlada nos EUA. Nessa época outro análogo 
da fentanila apareceu, a para-fluorofentanila, mas rapidamente 
desapareceu. Contudo, a sucessão de novos análogos da fentanila 
aparecendo nas ruas continuou.Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 8
Em março de 1984, foi identificada a 3-metilfentanila 
em amostras de pó encontradas perto de uma provável 
vítima de overdose de drogas (HENDERSON, 1988). 
O aparecimento deste análogo de fentanila em particular 
foi ainda outra surpresa, pois, embora a estrutura de 
3-metilfentanila fosse notavelmente semelhante aos 
análogos anteriores, era muito mais potente. Na verdade, 
a 3-metilfentanila é um dos análogos mais potentes 
da série da fentanila, sendo 1.000 a 7.000 vezes mais 
potente do que a morfina. Nesse período, o número de 
casos de overdose por fentanila e análogos aumentou 
drasticamente nos EUA.
Podcast transcrito
1.1 AS “DESIGNER DRUGS”
Após o aparecimento de vários análogos da fentanila no mercado 
de drogas ilícitas nos EUA, por exemplo, alfa-metilfentanila e 
3-metilfentanila, juntamente a certos derivados da alfaprodina, foi 
criado, em 1984, o primeiro termo para designar essas substâncias: 
designer drugs (drogas planejadas, ou seja, análogos estruturais) 
(BAUM, 1985; KING; KICMAN, 2011).
Na época, esses compostos foram definidos como “análogos 
de substâncias controladas, sendo projetadas para produzir 
efeitos similares às substâncias controladas que eles 
mimetizam” (BAUM, 1985). 
A fentanila não é uma molécula simples. Sua estrutura molecular 
relativamente complexa possibilita um grande número de modifi-
cações, viabilizando a criação de inúmeros compostos que também 
agem como drogas potentes, sendo, em alguns casos, tão ou mais 
potentes do que a própria fentanila. 
Confira, a seguir, as estruturas químicas da fentanila e de alguns 
de seus análogos.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 9
ESTRUTURA QUÍMICA
N N
O
N N
O
N N
F
O
N N
O
No entanto, esses novos compostos, apesar de quimicamente se-
melhantes à fentanila, não estavam relacionados nas listas de 
substâncias controladas e, portanto, não eram ilegais. Essa foi a 
alternativa encontrada por aqueles que pretendiam burlar a legis-
lação vigente sobre drogas.
PARA FIXAR
Os laboratórios clandestinos sintetizando novas drogas 
originais que não haviam sido submetidas a estudos 
toxicológicos e a produção de novas drogas a partir de 
pequenas modificações em moléculas de substâncias com 
conhecido efeito psicoativo surgiram como alternativa para 
burlar a legislação vigente, uma vez que estas designer 
drugs não apareciam nas listas de substâncias controladas e, 
portanto, eram legais. 
1.2 DERIVADOS DE FENILETILAMINAS
A próxima fase de evolução das até então chamadas desiner drugs 
foi representada pelas feniletilaminas e, em menor expressão, 
pelas triptaminas, no decorrer da década de 1990.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 10
Antes disso, ainda na década de 1960, ocorreram casos isolados 
relacionados a feniletilaminas. Um exemplo aconteceu em 1967, 
quando foram relatados pela imprensa britânica casos referentes a 
uma droga nova e perigosa que circulava nos EUA e no Canadá sob o 
nome de "STP" – sigla em inglês para serenity, tranquility and peace 
(serenidade, tranquilidade e paz) (PHILLIPS; MESLEY, 1969).
Alguns relatórios médicos sugeriram que essa droga, cuja natureza 
ainda não era conhecida, era significativamente mais potente e de 
ação mais longa do que a lisergida (LSD), e que certas fenotiazinas – 
normalmente usadas como antídotos para LSD – potencializavam sua 
ação e podiam causar colapso respiratório. Por fim, foi identificada, 
nos materiais examinados, a feniletilamina 2,5-dimetoxi-4-meti-
lanfetamina, também conhecida como DOM.
As feniletilaminas são uma classe de substâncias com conhecidos 
efeitos psicoativos e estimulantes, e incluem os compostos anfeta-
mina, metanfetamina e MDMA, bem como 2C-I e DOM. 
Confira, a seguir, as estruturas químicas da substância feniletilamina 
e de outras da classe das feniletilaminas.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 11
ESTRUTURA QUÍMICA
R6
R5
R4
R3
R2 R
R
N
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Rα
NH2
O
O
NH2
NH2
I
O
O
NH2
O
O
H
N
O grande impulso ao consumo de feniletilaminas aparentemente 
emergiu após a publicação do livro “PiHKAL: A Chemical Love Story” 
(PiHKAL: uma história de amor química), que tem como autores o 
casal Alexander Shulgin e Ann Shulgin. 
PiHKAL é o acrônimo de Phenethylamines I Have Known and Loved 
(feniletilaminas que eu conheci e amei) (SHULGIN; SHULGIN, 1991). 
O livro descreve 179 compostos psicodélicos diferentes, a maioria 
descobertos por Alexander Shulgin, incluindo instruções detalhadas 
de síntese, bioensaios, dosagens e outros comentários.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 12
SAIBA MAIS
Alexander Shulgin, ou “Sasha”, é conhecido em todo 
o mundo como o padrinho do ecstasy, ou MDMA. 
Bioquímico com PhD pela Universidade da Califórnia 
em Berkeley, em 1955, Shulgin sintetizou e testou, ao 
longo de sua vida, os efeitos de mais de 200 substâncias 
potencialmente psicoativas. Para conhecer mais 
sobre a polêmica vida de Alexander Shulgin, assista ao 
documentário “Dirty Pictures”, em inglês, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=jP3hUS84cAs.
A obra é dividida em duas seções. A primeira, “The Love Story” 
(A história de amor), é um relato minimamente fictício da vida de 
Alexander e Ann, incluindo experiências com drogas.
A segunda seção do livro, “The Chemical Story” 
(A história química), não é uma história, mas descrições 
de feniletilaminas, que incluem o passo a passo para a 
síntese, junto com as dosagens recomendadas, duração 
da ação e comentários subjetivos, como o exemplo a 
seguir, no qual são relatadas sensações após o consumo 
de 24 miligramas da substância 2C-B: “Estou totalmente 
dentro do meu corpo. Estou ciente de todos os músculos 
e nervos do meu corpo. A noite é extraordinária – lua 
cheia. Incrivelmente erótico, tranquilo e requintado, quase 
insuportável. Não posso começar a desvendar as imagens que 
se impõem durante a descoberta de um orgasmo. Tentando 
entender a fusão física/espiritual na natureza” (SHULGIN; 
SHULGIN, 1991, p. 504-505). 
Podcast transcrito
De acordo com representantes da DEA, os livros publicados pelo 
casal Shulgin eram basicamente livros de receitas sobre como fazer 
drogas, e cópias deles foram encontradas nos laboratórios clandes-
tinos que eles invadiram. 
https://www.youtube.com/watch?v=jP3hUS84cAs
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 13
De fato, por meio de PiHKAL, 
o casal Shulgin garantiu que 
suas descobertas escapassem 
dos limites dos laboratórios 
de pesquisa profissionais e 
encontrassem seu caminho 
para o público. 
Um objetivo consistente com 
suas crenças declaradas de 
que as drogas psicodélicas 
seriam ferramentas valiosas 
para a autoexploração.
Nos anos 1990, várias feniletilaminas foram encontradas em apreen-
sões policiais ou, menos comumente, em tecidos de pacientes enve-
nenados, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos (KING, 2014).
O ‘período da feniletilamina’ duraria até os primeiros anos do século 
XXI. Nessa época, cerca de 50 derivados da feniletilamina seriam en-
contrados em apreensões alfandegárias e da polícia na Europa e nos 
EUA. Quase todos esses derivados não conseguiram encontrar uma 
base sólida de usuários e muitos tinham um curto tempo no mercado. 
Também é pertinente ressaltar que as feniletilaminas alucinógenas 
raramente eram consideradas superiores a drogas conhecidas, 
como LSD e psilocibina (cogumelos mágicos). Além disso, nenhuma 
feniletilamina ameaçou substituir o MDMA como escolha dos usuários.
1.3 DERIVADOS DE TRIPTAMINAS
Em paralelo às feniletilaminas, muitos derivados de triptamina 
apareceram ao longo da década de 1990. 
As triptaminas são compostos de ocorrência natural, que incluem 
serotonina e melatonina, bem como outroscompostos conhecidos 
por suas propriedades alucinógenas, como psilocibina em ‘cogumelos 
mágicos’ e dimetiltriptamina (DMT) em bebidas de ayahuasca.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 14
Confira, a seguir, as estruturas químicas de substâncias do grupo 
das triptaminas.
ESTRUTURA QUÍMICA
HN
N
HN
N
HN
NH2
OH
HN
NH2
A serotonina e a dimetiltriptamina são de ocorrência natural. Já a 
4-HO-MET refere-se a uma síntese. 
A dimetiltriptamina (DMT) é um exemplo de substância 
que pertence ao grupo das triptaminas. A substância está 
presente na bebida ayahuasca, utilizada nos rituais do 
Santo Daime e do vinho de Jurema e é bem conhecida por 
índios brasileiros e da América do Sul em geral.
O surgimento das triptaminas no mercado de drogas pode ter sido 
inspirado pela publicação do livro “TiHKAL” em 1997 (SHULGIN; 
SHULGIN, 1997), embora esse grupo de substâncias nunca tenha se 
espalhado ou sido visto em grandes quantidades.
“TiHKAL: The Continuation” (A continuação) é um livro escrito por 
Alexander Shulgin e Ann Shulgin sobre uma família de drogas psi-
coativas conhecidas como triptaminas. Sequência do livro “PiHKAL: 
A Chemical Love Story”, TiHKAL é uma sigla que significa “Trip-
taminas que Conheci e Amei” (do inglês: “Tryptamines I Have 
Known and Loved”).
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 15
Da mesma forma que seu antecessor PiHKAL, TiHKAL é dividido 
em duas partes. A primeira parte do livro começa com a história de 
Alice e Shura, uma autobiografia ficcional, que continua de onde a 
seção semelhante de PiHKAL parou. 
A segunda parte do TiHKAL é “The Chemistry Continues” (A química 
continua). É um manual detalhado de 55 compostos psicodélicos, 
muitos deles descobertos pelo próprio Shulgin. Para cada composto, 
há informações sobre a síntese, dosagem eficaz, duração dos efeitos 
e comentários subjetivos sobre os efeitos que foram experimentados.
Foto: © [John] / Adobe Stock.
PARA FIXAR
Diversas novas substâncias psicoativas tiveram suas 
sínteses criadas e divulgadas por meio dos livros “PiHKAL” 
e “TiHKAL”, impulsionando especialmente o consumo de 
feniletilaminas e triptaminas, a partir da década de 1990. 
É importante destacar que as substâncias criadas por 
Alexander Shulgin não apareciam nas listas de substâncias 
controladas. Portanto, eram consideradas, até então, legais.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 16
UNIDADE 2
FAILED PHARMACEUTICALS E LEGAL HIGHS: 
DERIVADOS DE PIPERAZINA, DA CATINONA 
E CANABINOIDES SINTÉTICOS
CONTEXTUALIZANDO
O termo designer drugs é usado para se referir às famílias de subs-
tâncias anteriormente apresentadas, entretanto não descreve bem o 
surgimento dos derivados de piperazinas no mercado ilícito de drogas.
É comum encontrar para essa família de substâncias 
a designação failed pharmaceuticals (produtos 
farmacêuticos que falharam), ou seja, compostos que 
foram avaliados pela indústria farmacêutica como 
potenciais agentes terapêuticos, mas que nunca tiveram 
êxito em sua autorização para comercialização.
2.1 DERIVADOS DE PIPERAZINA
O uso indevido em grande escala de certos derivados de piperazina 
(muitas vezes conhecido como ‘party pills’ – ‘pílulas de festa’) começou 
na Nova Zelândia há vários anos, mas se tornou comum na Europa 
somente após 2004. Um derivado de piperazina, cujo uso ficou famoso, 
é a benzilpiperazina, um estimulante do sistema nervoso central. 
Em 1996, o primeiro uso recreativo de benzilpiperazina foi regis-
trado pela DEA na Califórnia. O uso da droga permaneceu mínimo 
por vários anos até a virada do século XXI, quando as agências e 
governos começaram a notar uma crescente tendência em encontrar 
ocasionalmente comprimidos contendo MDMA (ecstasy) misturada 
com benzilpiperazina (KERR; DAVIS, 2011).
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 17
Em 1999, a benzilpiperazina foi adicionada ao 
“Sistema de Alerta Rápido” da União Europeia, 
sistema projetado para monitorar os padrões de uso 
de potenciais novas drogas de abuso. Apesar das 
preocupações das autoridades, o uso recreativo de 
benzilpiperazina permaneceu muito limitado nos EUA 
e na Europa, embora tenham sido registrados 
incidentes isolados de sua posse. 
Na maioria dos casos, a substância foi considerada um 
substituto mais barato para o MDMA em comprimidos 
destinados a serem vendidos como uma “falsificação” 
de comprimidos do tipo ecstasy. Nas duas últimas 
décadas, a benzilpiperazina também foi usada por 
suas propriedades estimulantes nas áreas de corrida 
de cavalos e atletismo, onde seu uso foi 
explicitamente proibido.
Apenas em 2008 foram introduzidos controles sobre a benzilpiperazina 
na União Europeia, e em 2015 ela foi controlada internacionalmente.
Enquanto a Europa e os EUA experimentaram pouco uso de ben-
zilpiperazina no início dos anos 2000, um mercado legítimo surgiu 
na Nova Zelândia. 
O empresário Matt Bowden é tido como o responsável 
por apresentar em festas pílulas contendo a substância 
benzilpiperazina como um produto comercial. 
Anteriormente viciado em metanfetamina, Bowden, 
com a ajuda de um neurofarmacologista não identificado, 
percebeu que o derivado de piperazina poderia ser um 
possível substituto de "baixo risco" para a metanfetamina 
(BOWDEN, 2004; SHERIDAN, 2007).
Em 1999, Bowden fundou sua empresa na Nova Zelândia, 
a Stargate International, que apresentou pílulas contendo 
benzilpiperazina como uma alternativa legal e mais 
segura às drogas ilícitas. Depois de se corresponder com 
agências governamentais sobre a legalidade da substância, 
até então não controlada, Bowden começou a comercializá-
la inicialmente como uma “ferramenta de redução de 
danos” para ajudar usuários de metanfetamina a escapar de 
seus vícios (BOWDEN, 2004; SHERIDAN, 2007).
Podcast transcrito
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 18
Nos anos seguintes, a benzilpiperazina se tornou popular entre os jovens 
na cena dance/rave como um potente estimulante com propriedades 
eufóricas, e o marketing da droga se expandiu rapidamente. À medida 
que o consumo de benzilpiperazina foi aumentando, o produto químico 
foi sendo combinado, na formulação de pílulas, com a 1-(3-trifluoro-
metil-fenil) piperazina (TFMPP), outra piperazina que, em combinação 
com a benzilpiperazina, demonstrou produzir efeitos semelhantes ao 
MDMA em camundongos (BAUMANN, 2005).
Os comprimidos e cápsulas que ficaram conhecidos como “party pills” 
(pílulas para festas) podiam ser vendidos em qualquer lugar, em qual-
quer dose, para qualquer pessoa. Os produtos foram agressivamente 
comercializados como uma legal high (droga legal), outro termo usado 
para designar essas e outras substâncias psicoativas que não eram con-
troladas nacional ou internacionalmente e exibiam nomes de marcas 
atraentes, como “Frenzy”, “Rapture” e “Charge” (KERR; DAVIS, 2011).
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 19
Confira, a seguir, as estruturas químicas de substâncias do grupo de 
piperazinas encontradas na Nova Zelândia e na Europa nos anos 2000.
ESTRUTURA QUÍMICA
N
HN ClN
HN
N
N
CFN
HN
3
Em 2008, o governo da Nova Zelândia decidiu criminalizar a venda 
e posse da benzilpiperazina.
A benzilpiperazina chegou na Europa em 2004, mas foi outra pi-
perazina a mais difundida: a 1-(3-clorofenil) piperazina ou mCPP. 
Em 2006, estimou-se que quase 10% dos comprimidos ilícitos 
vendidos em países-membros da União Europeia, como parte do 
mercado ilícito de ecstasy, continham mCPP. No final de 2008 e 
início de 2009, essa percentagem parece ter aumentado para 50% 
em alguns Estados-membros (EMCDDA, 2009).
O mCPP tinha uso industrial, sendo usado como matéria-prima para a síntese de vários 
medicamentos antidepressivos.
Logo, não pôde ser submetido a uma avaliaçãode risco formal e controle de novas 
substâncias psicoativas na época.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 20
Além de mCPP, a próxima piperazina substituída mais comumente 
encontrada foi a TFMPP, embora quase sempre tenha sido vista em 
combinação com a benzilpiperazina (EMCDDA, 2009). 
Em 2008, diferentes misturas de derivados da piperazina tornaram-se 
comuns, mas a maioria consistia em variações de benzilpiperazina, 
TFMPP, mCPP e dibenzilpiperazina, às vezes misturadas com outras 
substâncias como anfetaminas, cocaína, cetamina e MDMA.
Os derivados de piperazinas promoveram uma mudança de paradigma 
na comercialização das novas substâncias psicoativas, em virtude da 
mudança da fonte de produção dessas substâncias. Essas drogas não 
seriam fabricadas por laboratórios clandestinos, como as já descritas 
anteriormente, mas sim por empresas legítimas de fornecimento de 
produtos químicos, muitas das quais localizadas em países da Ásia 
(KING; KICMAN, 2011). 
A produção dessas substâncias passou a ocorrer em grande escala 
e a custos mais baixos. Uma vez que, por definição, as substâncias 
em questão não eram controladas pela legislação internacional 
sobre drogas, sua produção e distribuição se tornariam cada vez 
mais explícitas. 
A venda ocorria em tabacarias ou head shops, lojas físicas onde era 
comum o comércio dessas novas drogas, bem como em novos ca-
nais de venda que surgiram com o crescimento da internet (KING; 
KICMAN, 2011). 
A internet também estabeleceu um ambiente para a discussão aberta 
sobre as propriedades e experiências de novas drogas. Foi nessa 
época que apareceu o termo “research chemical”, ou produto quí-
mico para pesquisa.
RA
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar 
para assistir ao vídeo 
de animação sobre um 
Novo Paradigma na 
Comercialização das Novas 
Substâncias Psicoativas.
PARA FIXAR
Fornecedores de novas substâncias passaram a buscar, 
na literatura científica e no banco de patentes, produtos 
farmacêuticos que não chegaram a ser comercializados, 
com o intuito de avaliar a possibilidade de torná-los drogas 
recreativas de uso legal, contratando empresas legítimas 
de fabricação de produtos químicos para produzir novas 
substâncias psicoativas em grande escala. Essas substâncias, 
além de não constarem nas listas de substâncias controladas, 
chegaram a ser vendidas como drogas legais (legal highs), 
especialmente por meio da internet. 
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 21
2.2 DERIVADOS DE CATINONA
Em meados dos anos 2000, ficou claro que os fabricantes de novas 
substâncias agora vasculhavam a literatura científica e bancos de 
patentes no mundo em busca de produtos farmacêuticos que não 
chegaram a ser comercializados (‘failed pharmaceuticals’ ou ‘designer 
drugs’) (KELLY, 2011; DARGAN et al., 2011), com o intuito de avaliar a 
possibilidade de torná-los drogas recreativas de uso legal. Isso ficou 
evidente com o surgimento dos derivados de piperazinas, que logo 
foram substituídos pelos derivados da catinona, entre eles a 4-me-
tilmetcatinona (mefedrona).
A substância catinona é o principal estimulante presente nas folhas do 
arbusto khat (Catha edulis). Devido às suas propriedades psicoativas, 
o khat é conhecido e utilizado há séculos pelos habitantes da África 
Oriental e do nordeste da Península Arábica.
SAIBA MAIS
Em muitas regiões, mastigar folhas de khat recém-
coletadas (liberando assim a catinona, que afeta o sistema 
nervoso central) é considerado uma questão de cultura 
e tradição local. Para conhecer mais sobre a cultura de 
consumo do khat, acesse a matéria: “Khat: o narcótico que 
já faz parte da cultura da Somalilândia”, do jornal Deutsche 
Welle, disponível em: https://www.dw.com/pt-002/
khat-o-narc%C3%B3tico-que-j%C3%A1-faz-parte-da-
cultura-da-somalil%C3%A2ndia/g-18388473.
Devido à sua semelhança estrutural com a anfetamina, a catinona 
e seus análogos são frequentemente chamados de ‘‘anfetaminas 
naturais’’ (BRENNEISEN et al., 1990) e, assim como a anfetamina, 
também são caracterizados por apresentarem propriedades estimu-
lantes, eufóricas e empatogênicas.
Homem não identificado vendendo khat (Catha 
edulis) no mercado local em Lahij, Iêmen.
 Foto: © Dmitry Chulov / Shutterstock.
https://www.dw.com/pt-002/khat-o-narc%C3%B3tico-que-j%C3%A1-faz-parte-da-cultura-da-somalil%C3%A2ndia/g-18388473
https://www.dw.com/pt-002/khat-o-narc%C3%B3tico-que-j%C3%A1-faz-parte-da-cultura-da-somalil%C3%A2ndia/g-18388473
https://www.dw.com/pt-002/khat-o-narc%C3%B3tico-que-j%C3%A1-faz-parte-da-cultura-da-somalil%C3%A2ndia/g-18388473
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 22
NH2NH2
Confira, a seguir, as estruturas químicas das substâncias catinona e 
anfetamina e identifique as semelhanças entre as estruturas.
ESTRUTURA QUÍMICA
Devido às suas semelhanças estruturais, já era esperado que os derivados 
de catinonas apresentassem efeitos semelhantes aos da anfetamina. 
Por isso, os primeiros derivados sintéticos da catinona foram criados 
para fins medicinais no início do século XX, antes mesmo do isola-
mento da catinona a partir das folhas de khat, que só ocorreu em 1975.
A síntese da metcatinona (efedrona) foi publicada em 1928, e a da 4-me-
tilmetcatinona (mefedrona) em 1929. Confira, a seguir, as estruturas 
químicas da substância catinona e exemplos de catinonas sintéticas.
ESTRUTURA QUÍMICA
O
NH2
O
H
N
O
H
N
O
O
H
N O
O
N
O
R4
R2
R5R3
R1
O
N
β
α
O
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 23
O uso abusivo das catinonas sintéticas teve início com a metcatinona 
na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nas décadas de 
1970 e 1980 (KELLY, 2011). A fabricação clandestina de metcatinona 
apareceu pela primeira vez nos Estados Unidos, em Michigan, em 1991, 
e foi seguida por problemas significativos de abuso no início dos anos 
1990, o que provocou a inclusão da metcatinona na Lista I da Convenção 
das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas em 1995.
Assim, durante a década de 1990, o interesse por compostos rela-
cionados à catinona foi restrito a partes isoladas do mundo e a um 
número limitado de substâncias derivadas da catinona. No entanto, 
por volta do ano 2000, uma série de catinonas sintéticas surgiram 
como “drogas legais” (KELLY, 2011).
A metilona apareceu para venda sob o nome comercial ‘Explosion’ 
por volta de 2004, no Japão e na Holanda (KELLY, 2011), e foi um dos 
primeiros produtos a serem comercializados via head shops e pela 
internet, o que proporcionou aos consumidores acesso às “drogas 
legais” de maneira conveniente. As catinonas sintéticas eram ven-
didas como pós cristalinos brancos ou coloridos e, raramente, 
como comprimidos ou cápsulas.
Os produtos contendo ingredientes ativos do grupo das 
catinonas eram anunciados como ‘nutrientes vegetais’, 
‘sais de banho’ ou ‘produtos químicos para pesquisa’ 
e muitos também traziam na embalagem uma nota de 
advertência que seria ‘para uso externo’ ou ‘impróprio 
para uso humano’.
Essas informações eram justapostas a um marketing sofisticado que 
sugeria que elas poderiam ter outros usos, não deixando evidente 
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 24
que o produto se tratava de uma substância psicoativa, ludibriando, 
assim, a fiscalização dos órgãos de saúde e segurança pública. 
O grande destaque entre os derivados de catinonas detectados nos 
anos 2000 foi a mefedrona (4-metilmetcatinona). A substância se 
tornou comum nos pontos de venda em 2007 e 2008 e, em seguida, 
houve um aumento sem precedentes no interesse pela droga em 
certas partes do mundo, incluindo Israel, Austrália, Escandinávia, 
Irlanda e Reino Unido.
As razões para o aumento do interesse nesta gama de derivados de 
catinona (mais particularmente na mefedrona) foramatribuídas ao 
baixo custo, aos efeitos estimulantes semelhantes aos de algumas 
substâncias ilícitas, como anfetaminas e cocaína, e à diminuição do 
grau de pureza do MDMA e da cocaína.
Além disso, o interesse por essa classe de substâncias foi ampliado 
devido à sua situação legal, bem como à facilidade de obtenção dos 
derivados da catinona em head shops e lojas virtuais.
RA
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo da autora 
sobre a Comercialização 
e Marketing de Derivados 
de Catinona como Drogas 
Legais.
Nessa época, descobriu-se que muitos comprimidos vendidos como ecstasy, 
que tradicionalmente tinham como princípio ativo a substância MDMA, 
agora continham mefedrona.
O crescente interesse pelos derivados da catinona pode ser ilustrado pela 
observação de que, em 2008, das 13 novas substâncias psicoativas notificadas 
ao sistema europeu de alerta rápido, seis eram derivadas da catinona.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 25
Uma preocupação crescente sobre os riscos à saúde pública que po-
deriam ser causados pela mefedrona e outros derivados de catinona 
levou os países onde seu uso era predominante a criarem uma série 
de restrições. Um exemplo foi a decisão do governo do Reino Unido, 
em abril de 2010, de controlar derivados de catinona como um grupo 
coletivo (classe estrutural).
Com isso, todas as substâncias que apresentassem uma mesma es-
trutura química básica, com previsão de substituições específicas e 
possíveis exceções, seriam automaticamente controladas, mesmo 
que não estivessem nominalmente listadas na legislação (ADVISORY 
CONTROL ON THE MISUSE OF DRUGS, 2010). Em 2015, a mefedrona 
passou a ser controlada internacionalmente. 
PARA FIXAR
O rápido surgimento e disseminação, a baixo custo, de uma 
grande variedade de catinonas sintéticas com potencial 
de causar risco à saúde provocou a necessidade de um 
controle mais efetivo dessas substâncias. Com o objetivo 
de frear o crescimento dessas novas drogas no mercado, 
a classe de substâncias foi controlada a partir de sua 
estrutura química básica.
2.3 CANABINOIDES SINTÉTICOS
Desde 2004, ou talvez um pouco antes, produtos intitulados como 
‘misturas de ervas’ eram vendidos na Europa, principalmente em 
lojas virtuais e do tipo ‘head shop’. Esses produtos se tornaram muito 
populares, principalmente entre os jovens, e eram comercializados 
sem restrição de idade. 
Eles eram encontrados em diferentes versões da marca ‘Spice’ (EM-
CDDA, 2009), como Spice Silver, Spice Gold, Spice Diamond, Spice Arctic 
Synergy, etc., bem como em outras preparações que alegavam possuir 
uma composição semelhante ao ‘Spice’, como Yucatan Fire, Smoke, 
Sence, ChillX, etc. Embora declarados como incensos ou aromatizadores 
de ambientes, eram fumados pelos seus consumidores.
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 26
Em fóruns na internet, usuários de drogas relatavam efeitos se-
melhantes aos da Cannabis (maconha) após fumar as misturas. 
Apesar disso, os testes de drogas comumente usados nos laborató-
rios forenses não eram capazes de detectar quais eram as substâncias 
presentes no material. Finalmente, em dezembro de 2008, grupos 
de peritos e pesquisadores austríacos e alemães detectaram cana-
binoides sintéticos entre seus princípios ativos (AUWARTER, 2009; 
UCHIYAMA, 2009; EMCDDA, 2009; STEUP, 2008).
Na época, foi um grande desafio detectar precisamente os princí-
pios ativos contidos no 'Spice' por meio das análises químicas que 
eram realizadas nos laboratórios forenses. O ‘Spice’ supostamente 
continha até 15 ervas diferentes, com diversos compostos mistu-
rados. Entre elas, supostamente havia as plantas Leonotis leonurus, 
também conhecida como “Rabo-de-Leão”, e Pedicularis densiflora, 
que, quando fumadas, apresentam efeito psicoativo.
Em um experimento de autoadministração, pesquisadores 
alemães ficaram surpresos com a potência da erva do tipo 
‘Spice’ testada (AUWARTER, 2009). No entanto, a análise 
química detalhada não conseguiu encontrar nenhuma das 
substâncias esperadas com base nas plantas descritas na 
rotulagem do produto. 
A identificação dos princípios ativos foi ainda mais difícil 
pela falta de material de referência de substâncias tão 
pouco conhecidas na época. Também é possível que 
agentes mascaradores, como tocoferol (vitamina E), 
tenham sido adicionados para dificultar a detecção do 
canabinoide sintético. 
Podcast transcrito
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 27
No final de 2008, alguns laboratórios identificaram os aditivos sin-
téticos presentes em produtos do tipo ‘Spice’. Os compostos encon-
trados na primeira geração de produtos ‘Spice’ foram o homólogo C8 
do canabinoide CP-47497 (UCHIYAMA, 2009). 
O primeiro canabinoide sintético controlado internacionalmente foi 
o JWH-018, a partir do ano de 2015 (UNITED NATIONS ON NARCOTIC 
DRUGS, 2015). Logo depois que essas substâncias foram colocadas 
sob controle legal em vários países, muitos outros compostos apa-
receram no mercado. Desde então, o número de novos canabinoides 
sintéticos tem aumentado continuamente. 
Qu
an
tid
ad
e d
e c
an
ab
in
oi
de
s
si
nt
ét
ic
os
Tempo 
(x)
(y)
Confira, a seguir, as estruturas químicas de alguns canabinoides, 
observando que o tetrahidrocanabinol (THC) é um canabinoide de 
ocorrência natural encontrado na planta Cannabis (maconha) e os 
demais são canabinoides sintéticos. 
ESTRUTURA QUÍMICA
OH
O
O
N
OH
OHOH
OH
Tetrahidrocanabinol (THC) JWH-018
CP‐47497 homólogo C8CP‐47497
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 28
É importante destacar que o ‘Spice’ era composto por ervas secas 
acrescidas de ingredientes psicoativos que não estavam descritos 
nas embalagens do produto, não eram controlados e, em sua maioria, 
não foram testados.
Por não terem sido testados, não se tinha conhecimento 
sobre os riscos que estes compostos poderiam causar à 
saúde humana. Contudo, por ser vendido como “produto 
natural”, muitos usuários acreditavam que o ‘Spice’ se 
tratava de um produto seguro. 
Além disso, o processo de adição de pequenas quantidades de aditivos 
sintéticos em material vegetal seco provavelmente acarreta distribuição 
heterogênea do canabinoide sintético na erva. Portanto, a concentração 
da substância psicoativa podia variar de um lote para outro ou até 
mesmo em diferentes porções da mistura de ervas. 
O caso ‘Spice’ fornece um importante estudo de caso sobre como 
a globalização e a inovação no mercado de drogas apresentam um 
desafio crescente para as abordagens de monitoramento, resposta 
e controle do uso de novas substâncias psicoativas.
PARA FIXAR
Produtos contendo canabinoides sintéticos eram vendidos 
legalmente como produtos naturais sob a alegação de que se 
tratava apenas de uma “mistura de ervas”. Esses produtos 
trouxeram aos laboratórios um novo desafio, pois foi 
observada uma grande dificuldade na detecção da substância 
psicoativa impregnada nesses materiais. Além disso, 
eles rapidamente se tornaram populares em diversos países 
da Europa, demonstrando se tratar de um fenômeno global. 
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 29
UNIDADE 3
ADOÇÃO DO TERMO “NOVAS 
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS (NSP)” 
E O CENÁRIO ATUAL
CONTEXTUALIZANDO
No ano de 2005, já era evidente para a União Europeia (UE) a necessidade 
de identificar as tendências emergentes sobre drogas com o objetivo 
de prever futuros problemas. O crescente aumento de substâncias que 
poderiam constituir uma ameaça para a saúde pública despertou na 
Europa a necessidade de atualização do seu Sistema de Alerta Rápido 
(SUMNALL; EVANS-BROWN; MCVEIGH, 2011; OEDT, 2005). 
Esse sistema era e ainda é baseado em intercâmbio de informações 
entre os Estados-membros da UE, avaliação de riscose controle de 
novas substâncias psicoativas (EMCDDA, 2020). Um exemplo de si-
tuação que demonstrou a necessidade e a importância de informações 
obtidas por meio de Sistemas de Alerta Rápido foi a rápida expansão 
da substância mCPP (1-(3-clorofenil)piperazina) na Europa em 2005.
O aparecimento da mCPP mostrou que as pessoas 
envolvidas na produção de drogas procuram inovar 
constantemente, criando novas substâncias químicas 
que possam ser introduzidas no mercado. Esse processo 
de inovação recorrente de novas substâncias exigia 
uma resposta rápida, pois cada nova substância 
desenvolvida poderia gerar efeitos ainda desconhecidos, 
mas potencialmente danosos à saúde humana.
Podcast transcrito
O Sistema de Alerta Rápido criado pela decisão do Conselho Europeu 
(2005/387/JAI) constituiu, assim, em um mecanismo importante para 
intervir num processo em que a saúde dos jovens europeus era posta 
em risco por aqueles que procuravam obter lucros contornando os 
mecanismos de controle de drogas existentes na época (SUMNALL; 
EVANS-BROWN; MCVEIGH, 2011).
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 30
3.1 A DEFINIÇÃO DE NOVAS SUBSTÂNCIAS 
PSICOATIVAS
Neste módulo, vimos diversos nomes que foram dados às novas 
substâncias psicoativas: 
Trata-se de nomes diferentes por serem grupos de compostos dis-
tintos, seja com relação às suas estruturas químicas, seja com relação 
aos efeitos ou a determinadas características, ou ainda devido ao 
contexto em que cada substância foi inserida no mercado de drogas.
Conforme vimos no Módulo 1, as novas substâncias 
psicoativas são drogas com potencial de abuso, na forma 
pura ou em preparações (misturas), que não são controladas 
nos termos da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961 
ou pela Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971, 
mas que podem constituir uma ameaça à saúde pública.
A Decisão 2005/387/JAI do Conselho da União Europeia foi um dos 
primeiros documentos a trazer claramente a definição de novas 
substâncias psicoativas, apresentada em seu art. 3º:
Outras 
designações 
das novas 
substâncias 
psicoativas
designer
drugs
failed 
pharmaceuticals
herbal 
highs
research 
chemicals
legal
highs
party 
pills
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MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 31
Decisão 2005/387/JAI do Conselho, 
de 10 de maio de 2005
Definições
Para efeitos da presente decisão, entende-se por:
a) Nova substância psicoactiva, um novo 
estupefaciente ou um novo psicotrópico, puro ou 
numa preparação;
b) Novo estupefaciente, uma substância, pura ou 
numa preparação, não enumerada na Convenção 
Única das Nações Unidas de 1961 sobre os 
estupefacientes e que possa constituir uma ameaça 
para a saúde pública comparável à das substâncias 
constantes das listas I, II ou IV;
c) Novo psicotrópico, uma substância, pura ou 
numa preparação, não enumerada na Convenção 
das Nações Unidas de 1971 sobre substâncias 
psicotrópicas, e que possa constituir uma ameaça 
para a saúde pública comparável à das substâncias 
constantes das listas I, II, III ou IV [...].
Essa Decisão do Conselho da UE substituiu a Ação Comum de 1997, 
ação que, desde 1999, havia implementado o Sistema de Alerta Precoce 
europeu (Early Warning System – EWS), que já monitorava novas drogas 
sintéticas. O sistema, além de detectar as novas drogas que surgem no 
mercado de droga europeu, também monitora as novas tendências 
potencialmente prejudiciais do consumo de substâncias psicoativas. 
Assim, a Decisão 2005/387/JAI do Conselho reuniu, em um conceito 
único, substâncias de diversos grupos, baseando-se na ausência de 
controle internacional, e estabeleceu procedimentos para o inter-
câmbio de informações, avaliação de riscos e controle de NSP (Sistema 
de Alerta Rápido).
3.2 O CENÁRIO ATUAL DAS NOVAS 
SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
Tem-se observado, nos últimos anos, uma estabilização no ritmo de 
introdução de novas substâncias psicoativas no mercado. Ainda assim, 
continuam a ser detectadas anualmente pelo Sistema de Alerta Rápido 
da União Europeia mais de 50 novas substâncias psicoativas nunca 
antes detectadas (OEDT, 2020).
Além disso, todos os anos são detectadas no mercado europeu cerca de 
400 das novas substâncias psicoativas já anteriormente notificadas. 
Essas substâncias são encontradas em uma ampla variedade de tipos 
RA
Enquadre no seu celular 
ou tablet o código de 
REALIDADE AUMENTADA 
do aplicativo Zappar para 
assistir ao vídeo da autora 
sobre Detecção de Novas 
Substâncias Psicoativas pelo 
Sistema de Alerta Rápido.
32
de drogas e não são controladas pelas leis internacionais sobre drogas. 
Incluem estimulantes, canabinoides sintéticos, benzodiazepinas, 
opiáceos, alucinógenos e dissociativos.
O gráfico a seguir mostra o número de novos compostos comunicados 
anualmente ao Observatório Europeu da Droga e da Toxicodepen-
dência. Ao todo, foram 790 novas substâncias psicoativas até 2019.
Número e categoria de novas substâncias notificadas 
pela primeira vez ao mecanismo de alerta rápido da UE. 
Fonte: Adaptado de OEDT (2020). Já o gráfico a seguir mostra o número total de novas substâncias 
psicoativas detectadas a cada ano.
Número e categoria de substâncias detectadas 
todos os anos, após sua primeira detecção. 
Fonte: Adaptado de OEDT (2020).
Catinonas
Aminoindanos Plantas e extratos Piperidinas e pirrolidinas Arilciclohexilaminas Outras substâncias
Canabidioides Fenetilaminas Opiáceos Triptaminas Benzodiazepinas Piperazinas
Arilalquilaminas
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
0 20 40 60 80 100
Catinonas
Aminoindanos Plantas e extratos Piperidinas e pirrolidinas Arilciclohexilaminas Outras substâncias
Canabidioides Fenetilaminas Opiáceos Triptaminas Benzodiazepinas Piperazinas
Arilalquilaminas
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Curso TraNSPor
MÓDULO 2 - HISTÓRICO INTERNACIONAL DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 33
PARA FIXAR
As novas substâncias psicoativas são drogas com potencial de 
abuso que não são controladas pelas principais convenções 
internacionais sobre drogas e que podem constituir uma 
ameaça à saúde pública. Nos últimos anos, tem ocorrido uma 
estabilização no ritmo de introdução de novas substâncias 
psicoativas no mercado, o que pode ser uma consequência 
dos diferentes mecanismos de controle adotados pelos 
países. Ainda assim, a cada ano, novas substâncias 
continuam sendo desenvolvidas e disseminadas. 
Vimos, nas Unidades 1 a 3, importantes aspectos históricos das novas 
substâncias psicoativas. Para auxiliar na fixação da sua aprendi-
zagem, sintetizamos alguns desses aspectos numa linha do tempo. 
Confira a seguir.
Você finalizou este módulo, siga adiante e continue seus estudos!
Adoção do termo “New Psychoactive 
Substances”.
Criação do termo “designer drugs”. 
(EUA - derivados de fentanila).
Publicação do livro PIHKAL. 
“Período das feniletilaminas” 
(Europa e EUA).
Publicação do livro TIHKAL 
(Triptaminas EUA e Europa).
Surgimento de derivados de 
piperazinas na Europa.
Explosão das catinonas sintéticas
e identificação de canabinoides 
sintéticos na Europa. 
Tendência de estabilização do ritmo 
de introdução de novas substâncias 
psicoativas no mercado.
1984
1991
1997
2004
2005
2008
2019
34
REFERÊNCIAS
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Act 1971 (Amendment) Order 2010. 2010. Disponível em: https://www.
legislation.gov.uk/uksi/2010/1207/pdfs/uksiem_20101207_en.pdf. 
Acesso em: 14 jul. 2021. 
AUWARTER, V. et al. ‘Spice’ and other herbal blends: harmless incense 
or cannabinoid designer drugs? Journal of Mass Spectrometry, n. 
44, p, 832-837, 2009.
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In: BLACHFORD, S. L.; KRAPP, K. Drugs and Controlled Substances: 
Information for Students. [S.l.]: [s.n.], 2002. 
BAUM, R. M. New variety of street drugs poses growing problem.Chemical & Engineering News, 9, p. 7-16, Sept. 1985. 
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Mimic the Molecular Mechanism of 3,4-Methylenedioxymetham-
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30, p. 550-560, 2005. 
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Acesso em: 14 jul. 2021.
BOSSONG, M.; DIJK, J. V.; NIESINK, R. Methylone and mCPP, two new 
drugs of abuse? Addiction Biology, n. 10, p. 321-323, 2005. 
BOWDEN, M. Non-traditional Designer Substances: A new category 
of psychoactives in New Zealand. Erowid, Abril 2004. Disponível em: 
https://erowid.org/chemicals/bzp/bzp_info1.shtml. Acesso em: 14 
jul. 2021.
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