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Disciplina: Instalações de Baixa Tensão Aula 4: Critérios de Dimensionamento dos Circuitos em uma IBT – Parte 1 Apresentação Nesta aula, mostraremos a importância do dimensionamento dos condutores fase em uma IBT, visando novamente a critérios técnicos e econômicos. Apresentaremos os seis critérios de dimensionamento dos condutores elétricos em uma IBT, a saber: seção mínima, capacidade de corrente, queda de tensão admissível, sobrecarga, curto-circuito e contato indireto. Discutiremos em detalhes os critérios da seção mínima e da capacidade de corrente, ilustrando-os por meio de exemplos de aplicação. Objetivos Reconhecer o estudo do dimensionamento dos condutores de uma IBT; Identificar os seis critérios de dimensionamento; Compreender o critério de dimensionamento da seção mínima e da capacidade de corrente. Premissa Leia esta reportagem <http://equipedeobra17.pini.com.br/construca o-reforma/35/condutores-eletricos-213992- 1.aspx> , publicada no site Equipe de Obra, em 15 de maio de 2011. A reportagem anuncia que a escolha por fios, cabos ou cabos flexíveis depende do projetista ou instalador. Fonte: Shutterstock Dimensionamento dos Condutores de uma IBT Segundo a NBR 5410, para que você realize corretamente o dimensionamento da bitola dos condutores de uma instalação elétrica, seis critérios devem ser seguidos para o dimensionamento dos condutores fase, neutro, retorno e proteção (terra) de uma instalação elétrica: Seção mínima Capacidade de condução de corrente Proteção contra sobrecargas Proteção contra curto-circuitos Proteção contra contatos indiretos Na prática, os critérios da Seção Mínima, Capacidade de Condução de Corrente e Queda de Tensão, são os mais utilizados, pois, os de Proteção Contra Sobrecargas, Proteção Contra Curto-circuitos e Proteção Contra Contatos Indiretos se referem à utilização de dispositivos de proteção das instalações (disjuntores e DRs) e não de condutores especificamente. Dica Após a utilização dos três primeiros critérios citados, você deve adotar o condutor de maior bitola obtido. Você primeiro deve dimensionar os condutores fase e posteriormente os condutores neutro e proteção (terra), pois, estes últimos, possuem critérios de dimensionamento específico, como será visto mais à diante. Critério para Seção Mínima Este critério estabelece, segundo a NBR 5410, que a seção mínima dos condutores de cobre para circuitos iluminação é de 1,5mm e a de circuitos de tomadas (TUGs e TUEs) é 2,5mm . 2 2 Critério de Capacidade de Condução de Corrente Consiste no dimensionamento do condutor fase pela corrente de projeto IP. A corrente de projeto IP pode ser determinada pelas equações a seguir: Circuitos Monofásicos , onde U = 127V. Circuitos Bifásicos , onde U = 220V. Circuitos Trifásicos , onde U = 220V. Com o valor da corrente IP você deve utilizar as informações da Tabela 1 da NBR 5410:2004, vista a seguir, para a obtenção da seção circular do condutor (bitola). Método de referência a utilizar para a capacidade de condução de corrente( ). Descrição A1 Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente isolante( ). A2 Cabo multipolar em eletroduto circular embutido emparede termicamente isolante( ). B1 Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente de seção circular sobre parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do eletroduto. B2 Cabo multipolar em eletroduto aparente de seção =I P P U =I P P U =I P P U3√ 1 2 2 circular sobre a parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do eletroduto. B1 Condutores isolados ou cabos unipolares emeletroduto aparente de seção circular sobre parede. B2 Cabo multipolar em eletroduto aparente de seçãocircular sobre a parede. B1 Condutores isolados ou cabos unipolares emeletroduto de seção circular embutido em alvenaria. B2 Cabo multipolar em eletroduto aparente de seçãocircular embutido em alvenaria. C Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede ou espassado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro do cabo. C Cabos unipolares ou cabo multipolar fixadodiretamente no teto. C Cabos unipolares ou cabo multipolar embutido(s)diretamente em alvenaria com proteção mecânica. D Cabo multipolar em eletroduto (de seção circular ounão) ou em canaleta não-ventilada enterrado(a). D Cabos unipolares em eletrodutos (de seção não- circular ou não em canaleta não ventilada enterrado(a) ) D Cabos unipolares ou cabo multipolar diretamenteenterrad(s), com proteção mecânica adicional ) Tabela 1: Métodos de instalação de linhas elétricas. Fonte: NBR 5410:2004 Em primeiro lugar, você deve selecionar o método de instalação ou a maneira de instalar os condutores, na estrutura da edificação, de acordo com a Tabela 1. Os métodos de referência mais utilizados em residenciais são o B1. Definido o método de instalação, você agora vai determinar o número de condutores vivos (aqueles que efetivamente conduzem a corrente em uma instalação) do circuito, de acordo com a Tabela 2. Você deve se atentar de que 8 9 o condutor terra só conduzirá corrente na presença de distúrbios na instalação, portanto, não é considerado um condutor vivo. Esquema de condutores vivos do circuito Nº de condutores carregados a ser adotado Exemplo de aplicação Monofásico a dois condutores. 2 Circuitos de distribuição(iluminação, tomadas, etc.) Monofásico a três condutores. 2 Circuitos alimentadores de transformadores monofásicos com tap (derivação) central no secundário. Duas fases sem neutro. 2 Circuitos de distribuição de aparelhos de ar-condicionado, chuveiros elétricos, ligados entre F-F=220V. Duas fases com neutro. 3 Alimentadores gerais dequadros bifásicos. Tabela 2: Número de condutores vivos de um circuito. Fonte: NBR 5410:2004 Como você observou na Tabela 2, os circuitos podem ser: • monofásicos (tensão de 127 V entre fase e neutro), • bifásicos (tensão de 220 V entre fases) e • trifásicos (tensão de 127 V entre fase e neutro e 220 V entre fases). Estas tensões variam de acordo com as regiões brasileiras. Exemplo de Aplicação da Tabela 2 Um circuito que alimenta uma torneira elétrica bifásica (tensão de 220 V entre fases) possui quantos condutores carregados? Para continuar o dimensionamento dos condutores pelo método da capacidade de condução da corrente, de posse das informações das Tabelas 1 e 2, você irá utilizar as Tabelas 3 e 4, a seguir, de acordo com o tipo de material utilizado para isolamento do condutor (PVC — policloreto de vinil; XLPE — composto termofixo à base de polietileno reticulado e EPR — borracha etileno- propileno). Tabela 3: Capacidade de condução de corrente (A) para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D. Isolação PVC. Fonte: NBR 5410:2004 Exemplo de Aplicação da Tabela 3 Um circuito alimenta um aquecedor elétrico com potência de 12400 W – 220 V (circuito bifásico) utilizando condutores com isolamento EPR, em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 30º C. Utilizando a Tabela 4, pois, o isolamento do condutor agora é EPR, qual condutor fase você escolheria? Observe que as colunas das tabelas são numeradas com o auxílio de parênteses, isto facilita a localização dos valores da corrente do cabo IC na tabela. Você deve observar também que o tipo de isolamento do condutor influencia diretamente na determinação da bitola. Tabela 4: Capacidade de Condução de corrente (A) para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D. Isolação EPR e XLPE. Fonte: NBR 5410:2004 Exemplo de Aplicação da Tabela 4 Um circuito alimenta um aquecedor elétrico com potência de 12400 W – 220 V (circuito bifásico) utilizando condutores com isolamento EPR,em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 30º C. Utilizando a Tabela 4, pois, o isolamento do condutor agora é EPR, qual condutor fase você escolheria? Temperatura do Condutor Diferente da Temperatura Ambiente Quando a temperatura ambiente, onde estão localizados os condutores, sofre elevações, ou seja, torna-se diferente de 20° (para o solo) e 30 ° C, deve-se utilizar os fatores de correção de temperatura ilustrados na Tabela 5, para corrigir a corrente de projeto IP, multiplicando ou dividindo IP pelos referidos fatores, e retornar às tabelas de capacidade de condução de corrente e dimensionar os condutores com seções circulares (bitolas) maiores para que suportem a passagem de corrente, levando em conta a elevação de temperatura adicional, sem romper seu isolamento. O rompimento do isolamento dos cabos pode causar um curto-circuito e gerar um incêndio de grandes proporções, destruindo bens e até prejudicando as pessoas que estejam em seu interior. Tabela 5: Fatores de correção de temperaturas ambientes diferentes de 30° C. Fonte: NBR 5410:2004. Exemplo de Aplicação da Tabela 5 Um circuito alimenta um aquecedor elétrico com potência de 12400 W – 220 V (circuito bifásico) utilizando condutores com isolamento EPR, em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 40º C. Utilizando a Tabela 5, pois, a temperatura do local onde estão os condutores agora é diferente de 30º C, qual condutor fase você escolheria? Na próxima aula, daremos prosseguimento ao estudo dos critérios de dimensionamento dos circuitos em uma instalação elétrica de baixa tensão mauris. Atividades 1) Marque a alternativa que indica corretamente o dimensionamento dos condutores fase de um circuito para alimentação de chuveiro elétrico com potência de 6400 W – 220 V (circuito bifásico) utilizando condutores com isolamento PVC, em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 30º C. a) 1,5 mm b) 2,5 mm c) 4 mm d) 6 mm e) 10 mm 2 2 2 2 2 2) Marque a alternativa que indica o valor correto da bitola do condutor fase de um circuito para alimentação de chuveiro elétrico com potência de 2200 W – 127 V (circuito monofásico) utilizando condutores com isolamento PVC, em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 30º C. a) 1,5 mm b) 2,5 mm c) 4 mm d) 6 mm e) 10 mm 3) Marque a alternativa que indica o valor correto da bitola do condutor fase de um circuito para alimentação de luminárias com potência de 1900 VA – 127 V (circuito monofásico) utilizando condutores com isolamento PVC, em eletroduto embutido em alvenaria, à temperatura ambiente de 30º C. a) 1,5 mm b) 2,5 mm c) 4 mm d) 6 mm e) 10 mm Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: Acesso em: 17 abr. 2018. 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 CAVALIN, Geraldo, CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais. Teoria e prática. Curitiba: Editora Base Livros Didáticos, 2008. COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CREDER, H. Instalações elétricas. 14. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 7. ed. São Paulo: LTC, 2007. Próximos Passos • A metodologia de dimensionamento de condutores elétricos utilizando os critérios de queda de tensão e sobrecarga. Explore mais Como dimensionar cabos elétricos residenciais? Visite a página do Mundo da Elétrica e saiba mais sobre o assunto. Disponível em: <www.mundodaeletrica.com.br <http://www.mundodaeletrica.com.br> >. Acesso em: 26 abr. 2018.
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